Braganรงa Paulista
Sexta
15 Janeiro 2010
Nยบ 518 - ano VIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
(11) 4032-3919
Jornal do Meio 518 Se x ta 15 · 01·2010
Para Pensar
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EXPEDIENTE Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli MONS. GIOVANNI BARRESE
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or que esse título? Ele me veio em mente quando de notícias das manobras do governador do Distrito Federal para esvaziar comissões de apuração de irregularidades no recebimento de pacotes de dinheiro, recebimento flagrado em gravações por câmeras escondidas por assessor seu. Conseguiu o governador que correligionários assumissem os principais postos nas comissões que devem apurar os fatos. Mais. Essas comissões não devem permitir o andamento do pedido do seu afastamento do cargo. Foram organizadas manifestações diante da Câmara Distrital. Apareceu gente favorável ao governador. Ônibus fretados conduziram as pessoas para apoio. Funcionários do governo brasiliense se disseram obrigados a participar sob pena da perda de seus empregos. Foi triste o depoimento de uma idosa, bem simples. As palavras foram mais ou menos estas: “Eu vim apoiar ele. Ele prometeu fazer uma casinha para mim. Enquanto ele não fizer eu
quero que ele fique no governo!” Não poderia haver frase mais cristalina para deixar a nu a triste mentalidade corrompida que se espalhou pela sociedade. O interesse do atendimento de pedido pessoal é maior que o crime cometido. O “presente” anula a falcatrua! É no lodaçal da falta de valores que florescem as cenas do dinheiro nas meias, na cueca, nas bolsas, nos sacos de papel. Até em um “momento de oração” para agradecer... Parece que uma das “qualidades” para o engajamento na vida da política partidária é a perda da vergonha. Tenho consciência que seria injusta qualquer generalização. Mas os fatos vão mostrando uma plêiade de “políticos” marcadamente sem-vergonha! Flagrados em irregularidades se dizem inocentes. Ingênuos até! Já vão perdoando os que os acusam para poderem ser perdoados também. Pobre Jesus Cristo: até a oração que nos ensinou está sendo corrompida! É verdade que a norma jurídica prevê que ninguém poderá ser tratado
como culpado enquanto sentença de condenação não transite em julgado. Todavia, quando a suspeição é acachapante e mostrada em ângulos e situações multifacetadas, por que não afastar-se e até incentivar que tudo seja devidamente esclarecido? Se receber um pacote de dinheiro e escondê-lo, por segurança, em meias e fundilhos for coisa inocente, por que não escancarar a busca da verdade? Se o dinheiro fosse limpo por que filmar a sua entrega? Não bastaria um simples recibo como comprovante? Se andar com dinheiro é arriscado, por que não depositá-lo? Na rebarba de todos esses acontecimentos, em nossa capital nacional, ficam algumas questões: As imagens dos maços de dinheiro serão tranquilamente engolidas pelos agentes da Receita Federal? Diante das manobras para impedir a investigação independente dos fatos, a coisa vai ficar assim? Sabese que dos 24 deputados distritais, 19 estão ligados ao governador. Sendo claro que as investigações
acabarão em nada, que atitudes poderiam ser tomadas? Li que o presidente da OAB, secção de Brasília, trabalha num escritório que tem ligação com o governador. Ele declarou que isso não o impedirá de movimentar a Ordem para uma investigação. Não seria melhor declarar-se impedido e passar para outro membro da direção a incumbência de provocar a Justiça? Não sei se as minhas dúvidas e perguntas são muito simplórias. Nem sei se estou encarando os fatos no ângulo certo. Atormenta-me, porém, uma pergunta: não há nada que possa ser feito? Diante de acusados, selados por imagens que falam por si e que se aprestam a julgar a si mesmos, só nos resta engolir? Penso que estamos lembrados do abaixo assinado para não permitir que candidatos com problemas graves na Justiça possam apresentar-se às eleições. A tramitação vai lenta e postergada. Essa “prática” será aplicada no escândalo brasiliense? Se esse escândalo se somar a outros não tenho dúvida
Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.
que estaremos dando às crianças e aos jovens mais um álibi para não crer nos adultos e nem nos valores que proclamamos. E, não muito longe no tempo, seremos conhecidos como o país dos mentirosos e sem-vergonha! (*) Ainda não me dediquei a estudar seriamente as modificações que foram acordadas para nossa língua. Já aprendi que lingüiça é linguiça! Não gostei! Então, se por ventura, sem-vergonha for sem hífen, fique a correção! Lembro que a adaptação às novas regras durará, ainda, vários anos. Não quero ser mau exemplo! Mas que bobagem!
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Rock na praça Festa do padroeiro de Pedra Bela atrai bandas, turistas e pessoas de todas as idades Fest’ Rock da Paróquia atrai centenas de amantes do rock’n roll
por MARIANA VIEL
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o passado, os famosos festivais de música escreveram páginas importantes na história da cultura popular brasileira. Durante os anos de 1965 e 1985 diversos programas - do gênero musical e competitivo - foram produzidos pela TV Excelsior, TV Record, TV Rio e Rede Globo. Além de divulgar o trabalho de compositores e músicos, os eventos criavam uma atmosfera de incentivo à produção artística. As competições, que mobilizavam artistas
Sábado – 16/01
13h45 - 14h30 – Árvores de Carvalho 14h30 - 15h15 – Trivia 15h15 - 16h00 – Cachaça in Concert 16h00 - 16h45 – Shangri-lá 16h45 - 17h30 – Valaquia 17h30 - 18h15 – Tramp 18h15 - 19h00 – Levyatann Intervalo 21h00 - 21h45 – Reservado 21h45 - 22h30 – Zeca Lendário 22h30 - 23h15 – Holder of Souls 23h15 - 00h00 – Versão Beta 00h00 - 00h45 – Territorial Nirvana Tribute 00h45 - 01h30 – Luno 01h30 - 02h15 – O poema em Branco e Preto
Domingo – 17/01
13h45 - 14h30 – Sem Legenda 14h30 - 15h15 – Remorse 15h15 - 16h00 – Shadow Land 16h00 - 16h45 – Verticais Hussman 16h45 - 17h30 – Columbia 17h30 - 18h15 – Menos 1 18h15 - 19h00 – Reservado (Banda Ralley) Intervalo 21h00 - 21h40 – Final 21h40 - 22h20 – Final 22h20 - 23h00 – Final 23h00 - 23h40 – Final 23h40 - 00h20 – Final
Comissão organizadora do evento anuncia resultado da votação dos jurados
de diversas regiões do país, também possibilitavam o encontro de diferentes gerações e estilos musicais. Foi exatamente durante o II Festival de Música Popular Brasileira (1966) que o compositor Chico Buarque – considerado um dos maiores expoentes da MPB – revelou-se ao grande público, após vencer a competição com a canção “A Banda” – interpretada por Nara Leão. Em agosto de 1969, o Festival de Woodstock – realizado em uma fazenda da cidade de Bethel, no Estado de Nova York (EUA) – se transformou no maior e mais lendário festival de música de todos os tempos. Apesar de não possuir caráter competitivo, o evento reuniu 32 dos mais conhecidos músicos da época e teve um público recorde de cerca de 500 mil pessoas durante os três dias de apresentação. Inspirado no ambiente cultural e criativo desse tipo de evento, acontece neste sábado e domingo (16 e 17) a 5ª edição do Fest’Rock da Paróquia – realizado na cidade de Pedra Bela. Segundo Márcio Roberto de Souza, responsável pela organização do evento, o festival surgiu com o objetivo de atrair público para a festa de São Sebastião – padroeiro da cidade. Alguns jovens que participam da reunião sugeriram que ele organizasse um festival de rock com bandas da região. “Expliquei que apesar de ter frequentado vários eventos desse tipo e de conhecer algumas bandas, não tinha a menor ideia de como organizar um. Mesmo sem nenhuma experiência resolvemos arriscar e procurar pessoas que já haviam promovido outros festivais”. Depois de reunir material e regulamento de alguns eventos realizados em Pedra Bela, Pinhalzinho e Bragança Paulista, Marcio conta que começou a ligar para todas as bandas que conhecia para falar da proposta do festival. “No primeiro ano tivemos que correr atrás de tudo, inclusive das bandas que iriam concorrer”. O envolvimento de diversos setores da cidade foi fundamental para a realização do festival. Além da cobrança de uma taxa de inscrição, a Prefeitura ficou responsável pelo palco e som utilizado no evento e a própria igreja e alguns comerciantes colaboraram com a premiação e os gastos com material de divulgação. A partir do segundo ano, as bandas que tinham o interesse de participar do festival ficaram responsáveis, cada uma, pela venda de um bloco da rifa da festa – como taxa de inscrição. Toda a verba arrecada com a venda
das rifas passou a ser revertida em benefício da Paróquia de São Sebastião. Aos poucos, o evento começou a ganhar características próprias e passou a ter a cara da cidade.
Participações Anualmente, o festival recebe bandas de diversas cidades da região como: Bragança Paulista, Itatiba, Joanópolis e Pinhalzinho. E também bandas da capital paulista e de Extrema, em Minas Gerais. Márcio afirma que todos os participantes cumprem os regulamentos da festa que incluem a proibição de falar palavrão, de fazer apologia ao uso de drogas e também de incitar a violência.
Trabalho autoral Desde 2009 começou a ser obrigatório que todos os grupos que se apresentassem no festival tocassem músicas próprias. As composições passaram a ser critério de desempate da competição. “Queremos incentivar o pessoal a fazer suas próprias músicas e deixar um pouco de lado esta história de tocar apenas cover”. Márcio afirma que apesar do caráter competitivo, o clima de rivalidade não é incentivado entre as bandas participantes. Segundo ele, uma das maiores características da festa é o ambiente tranquilo e familiar do festival. “Nunca tivemos nenhum incidente durante o festival. A própria polícia diz que prefere fazer a segurança dos nossos festivais de rock do que de outros shows”.
Márcio enfatiza que o festival acontece num ambiente tranquilo e familiar, nunca foi registrado nenhum incidente
por pessoas envolvidas com forças do mal. “Quando fizemos a primeira edição do festival o próprio padre responsável pela paróquia estava apostando no nosso evento. A frequencia da festa estava muito pequena e todos nós acreditamos que essa era uma boa oportunidade de atrair os jovens”. Na opinião de Márcio o maior responsável pelo sucesso do evento é a união de vários segmentos de cidade: Poder Municipal, Igreja, comércio e moradores.
Música sem fronteiras Apesar de muitas vezes fãs e músicos de rock serem, injustamente, confundidos com grupos de baderneiros e arruaceiros, o evento mostrou para os cerca de seis mil moradores da cidade que o gênero musical merece ser apreciado e respeitado por pessoas de todas as idades. “Durante os quatro anos em que nós realizamos o festival o público da festa aumentou muito. Até mesmo os moradores mais velhos da cidade elogiam a animação e organização das bandas e das pessoas que vão assistir o evento”. O evento também ganhou a confiança da igreja e desmistificou a ideia de que o rock’n roll é um estilo musical apreciado
Campeã 2009 No ano passado a banda Trivia - composta por Alessandro Braga (vocal); Richard Harry (guitarra); Raphael Pastore (baixo); Juliano Ramos (teclados) e Anderson Xavier (bateria) – venceu a 4ª edição do festival. Segundo Richard eles ficaram sabendo do evento através de amigos que também são músicos, e que já haviam participado de edições anteriores. “Nosso intuito maior era nos divertir. Não imaginávamos que iríamos vencer o festival”. O guitarrista disse que uma das características mais importantes do evento é a organização. Ele afirmou que é possível atribuir a vitória da banda à escolha do repertório.“Montamos um repertório bem eclético. Tocamos desde The Doors a Black Sabbath”. A banda também apresentou uma música do repertório autoral. Para esse ano, o guitarrista afirma que a Trivia selecionou oito músicas que também irão surpreender o público. Ainda de acordo com Richard, uma das coisas mais importantes do festival foi a oportunidade de fazer contato com outras bandas da região bragantina. Ele revelou ainda que o prêmio, no valor de 600 reais, foi usado para os gastos da própria banda durante a estadia na cidade de Pedra Bela. As pessoas interessadas em conhecer o trabalho da Trivia podem acessar o endereço digital:
www.myspace.com/triviasbandcom
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Alicerce de
fé
Comunidade se une para a conclusão da terceira etapa da construção do Santuário de Santa Rita de Cássia, na Zona Norte de Bragança Projeto arquitetônico da paróquia é uma réplica da Igreja de Santa Rita em Cássia, na Itália
por MARIANA VIEL
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m setembro de 2008 o Jornal do Meio publicou a primeira reportagem sobre a construção da igreja. Na época, as obras ainda estavam na fase inicial. Mais de um ano depois da matéria fomos conferir novamente como estão os trabalhos na paróquia. A devoção a Santa Rita de Cássia (conhecida como a Santa das causas impossíveis) uniu os moradores dos bairros Jardim Fraternidade e Hípica Jaguari. Há mais de 16 anos eles dividem o sonho de construir um templo em homenagem a Santa na cidade. Maurício Cestari, membro do Conselho da Comunidade de Santa Rita e morador do centro, explica que o Santuário será uma referência para todos os devotos. “Recebemos doações e ajuda de diversas regiões da cidade. Estamos convidando as pessoas para conhecer a maravilha de nossa obra. Somente com a dedicação e o esforço dos devotos e de todos nós que acreditamos em Deus Pai conseguiremos o nosso objetivo final”. Atualmente, os voluntários estão empenhados em concluir a terceira etapa das obras – que consiste na instalação do telhado da igreja. A previsão para o término da obra de infraestrutura é de cerca de cinco anos. “Alguns SANTA RITA DE CÁSSIA Filha de camponeses, Santa Rita nasceu na Itália em 1381, num povoado chamado Roccaporena, perto de Cássia, na província de Úmbria. Ela se casou com um homem violento, que a maltratava e teve dois filhos. Com o passar dos anos ele se converteu ao cristianismo. Apesar de sua conversão, foi assassinado por um de seus antigos inimigos. Como os filhos manifestaram a vontade de vingar a morte do pai, Santa Rita orou e pediu a Deus que se fosse preciso, levasse seus filhos, mas não os deixassem se vingar. O Senhor aparentemente ouviu suas orações e os dois padeceram de uma doença fatal. Após a morte dos filhos, Santa Rita tentou entrar para o convento, mas as irmãs agostinianas não aceitavam mulheres que já haviam sido casadas. Uma noite enquanto dormia ouviu um chamado de Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista que pediram que ela os seguisse. Quando acordou estava dentro do monastério de Santa Maria Madalena em Cássia, embora todas as portas permanecessem fechadas. Diante daquele milagre as monjas agostinianas não puderam lhe negar sua entrada na ordem. Santa Rita passou a viver com as freiras. Santa Rita faleceu no dia 22 de maio de 1427, aos 70 anos e foi canonizada em Somente em 1900 pelo Papa Leão XIII.
detalhes de acabamento deverão ser mais demorados. Em cinco ou seis anos devemos estar em condição de celebrar missas e realizar outras atividades paroquiais”, afirma padre Alberto Alves – colaborador da paróquia. A verba para a construção da igreja é arrecadada através do trabalho voluntário de membros da comunidade, atualmente vinculada à Paróquia Nossa Senhora da Esperança, e doações. “Também temos o dízimo - que é um preceito bíblico e uma maneira dos cristãos ajudarem na manutenção da sua igreja -, o ofertório, o Livro Ouro, festas – como a de Santa Rita de Cássia, no dia 22 de maio -, e as nossas quermesses e rifas”.
Participação da comunidade A história do sonho de construção do Santuário começou quando as primeiras missas realizadas no bairro ainda eram feitas no salão da Associação Comunitária de Habitação Popular de Bragança Paulista (Acohab). Dona Terezinha Bueno de Oliveira Silva – moradora do Jardim Fraternidade – lembra que as cerimônias aconteciam apenas uma vez por ano e que os moradores eram informados sobre as missas através de bilhetes distribuídos de casa em casa. “Depois que o padre Juzemildo foi ordenado ele conseguiu, junto ao responsável da associação, que as missas fossem realizadas uma vez por semana”.
A partir da união da comunidade católica surgiu a necessidade da construção de uma paróquia que atendesse aos moradores do bairro. Em 1993, uma votação decidiu que a igreja iria homenagear a Santa Rita. Durante aproximadamente 10 anos os fiéis uniram esforços para arrecadar verba, e comprar um terreno para a instalação da igreja. Apenas em 2007, foram iniciadas as obras no local.
Voluntários de fé Há cerca de dois anos o aposentado João Francisco de Souza, o Saracura, colabora com a construção através da separação do material reciclado doado à igreja. Ele conta que foi batizado e casou em uma igreja em homenagem a Santa no interior de Minas Gerais. Depois que se mudou para Bragança e viu os esforços da comunidade também se interessou em participar. “O serviço é muito bom para a mente! Como sou aposentado, é muito melhor trabalhar para Deus do que ficar em casa sem fazer nada”. Apesar de não ter um horário fixo para se dedicar à separação dos materiais, Seu João diz que vai todos os dias à igreja. “Quando precisa eu também busco as doações. Outro dia uma senhora que mora aqui perto perguntou se eu podia ir bem cedo na casa dela buscar umas coisas. Antes das oito horas da manhã eu já estava lá”. Tanto compromisso e dedicação garantem uma renda mensal à igreja de aproximadamente mil reais por mês. Padre Alberto explica que o compromisso pastoral e o interesse da comunidade do bairro é um exemplo para toda a Diocese de Bragança Paulista. “Todo o projeto pastoral sejam eles de cursos de formação, reuniões ou assembléias a participação é imensa. O interesse e a vontade desse povo em se congregar como “Igreja” é uma coisa que cativa qualquer pessoa”.
Presença de Deus Aos 73 anos de idade, seu João é exemplo de dedicação a Santa Rita
Como ainda é considerada uma “paróquia em formação”, o Santuário em homenagem a Santa Rita de Cássia, possui apenas
Terezinha, padre Alberto e Maurício dividem o sonho de verem a obra de construção da igreja concluída
algumas das atribuições de uma paróquia totalmente constituída. Entre as atividades mais importantes estão as missas – realizadas aos domingos às 9h30 e 19hs- que reúnem aproximadamente 300 pessoas. Há pouco mais de ano as celebrações acontecem em uma sala ainda em construção. O espaço, que não tem portas, janelas ou qualquer tipo de acabamento, possui o maior de todos os predicados: a presença de Cristo. Em meio à construção é possível perceber a emoção que todas as pessoas que se dedicam na realização desse sonho. “Apesar da arquitetura o povo é a Igreja. Seja em um casebre, ou seja, em um palácio o povo se reúne em volta da figura de Jesus Cristo. Onde Jesus está, estamos nós”.
DOAÇÕES Os fiéis e devotos a Santa Rita de Cássia interessados em fazer doações para a conclusão do telhado da igreja podem entrar em contato com Terezinha, através do telefone da igreja: 4031-0461. A Comunidade Santa Rita de Cássia também convida os interessados em conhecer a igreja em construção – uma réplica idêntica da igreja em homenagem a Santa que fica em Cássia, Itália. Rua Paulo Pacit, 475 – Hípica Jaguari.
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Longe de
casa
Nas férias, bichos e plantas vão para hotéis; imóvel vazio deve ter aparência de ocupado
por ROSANGELA DE MOURA / FOLHAPRESS
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planejamento das férias não envolve apenas a definição das rotas turísticas e a reserva das passagens: inclui a programação do roteiro de quem fica. Além da proteção da casa contra possíveis invasões, é preciso pensar nas plantas e nos bichos de estimação. Uma alternativa, tanto para “pets” como para verdinhas, é mandá-los para um lugar em que ficarão acomodados nesse tempo. Há floriculturas que tomam conta de espécies vegetais; algumas são especializadas em tipos mais delicados, como os bonsais. Mais do que “resorts”, funcionam como clínica de recuperação contra males como fungos ou intoxicação por excesso de adubo. O custo diário da estadia simples é de R$ 1 por vaso de até três quilos -o orçamento cresce segundo o tratamento requerido-, e o tempo máximo de permanência é de 60 dias. Atendimento em domicílio também é opção, mas seu preço é bem maior. Na Paisagismo Morumbi, por exemplo, duas visitas para rega e manutenção custam a partir de R$ 120. Em fins de semana prolongados (de até quatro dias), podem ser usados gotejadores, que mantêm a terra constantemente úmida, ou géis com esse fim.
Bichos A consultora de investimentos Simone Giacomini costuma deixar sua cadela da raça “golden retriever” de um ano e oito meses em um hotel próprio para cães quando viaja para a praia ou para o exterior. “Ela gosta bastante, eu é que fico mais triste com a separação temporária”, revela. Giacomini paga uma diária de R$ 40 e tem de providenciar brinquedos e alimentação para o tempo de estadia do animal. Muitas hospedarias abrigam ainda gatos, pássaros e roedores. Encaminhados os moradores que não viajarão com os donos, é hora de se preocupar com a segurança do imóvel.
Especialistas reforçam que, durante a ausência dos proprietários, a casa precisa ficar com a aparência de que está habitada. A estratégia requer procedimentos simples, como suspender a entrega de jornais e de revistas para que eles não fiquem espalhados pela garagem.
Indícios de ausência dos donos devem ser apagados A principal dica para afugentar os ladrões da casa em férias é simular a presença dos proprietários. As estratégias para criar a ilusão de imóvel ocupado já se verificam nos momentos que antecedem a partida. “Tente carregar o carro [com malas e outros itens] dentro da garagem, para não chamar a atenção em frente à casa”, orienta a tenente Cibele Marsolla, 35, da Polícia Militar do Estado de São Paulo. “E evite comentar que vai sair de viagem com os vizinhos e em estabelecimentos comerciais frequentados normalmente nas imediações.” Outra recomendação é suspender a entrega de revistas e jornais e instalar uma caixa para a correspondência. “Desligue campainha e interfone para criar dúvida [quem acioná-los não os ouvirá e não saberá se estão funcionando] e não deixe cadeados aparentes”, acrescenta a tenente. Quem quiser incrementar o disfarce poderá instalar lâmpadas do tipo fotocélula em pontos como a varanda. Elas se acendem com a escuridão da noite e se apagam com a claridade do dia. Sensores de presença no muro ou na fachada, próximos do portão ou da porta de entrada, acenderão luzes
quando alguém se aproximar, inibindo ações criminosas. Outra preocupação é com eventuais variações no abastecimento de energia elétrica, que podem causar curtos-circuitos, queimar aparelhos e até provocar um incêndio. “Eletroeletrônicos e eletrodomésticos, exceto a geladeira, devem ficar fora da tomada”, frisa Marsolla.
Chave com o vizinho Em condomínios, deixar a chave do apartamento na portaria não é recomendado, pela quantidade de pessoas que podem ter acesso ao local, diz Waldomiro Milanesi, delegado titular da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). “O ideal é que ela esteja com um parente ou um vizinho de extrema confiança”, ensina. Essa pessoa ainda vai precisar de uma autorização, que deve ser deixada com o zelador, para entrar no edifício para regar plantas, cuidar dos animais ou fazer uma faxina. O mesmo vale para os empregados da floricultura contratada para prestar atendimento em domicílio. A outra dica do delegado é não determinar o dia da volta e, toda vez que puder, contatar a portaria para checar se está tudo em ordem. Reforçar a porta com duas fechaduras e instalar trancas no lado interno das janelas dificultam arrombamentos. “Sistemas de câmeras monitoradas pela internet e alarme na porta ajudam na segurança do imóvel”, afirma Milanesi.
FOTO: MARCELO JUSTO/FOLHA IMAGEM
A consultora de investimentos Simone Bonjorno Giacomini, 30, observa a cachorra Gaia entrar no carro do hotel Diversão do Cão. O hotel para cachorro cuida dos animais enquanto os donos viajam
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Teen FOTO: PATRÍCIA ARAUJO/FOLHA IMAGEM
Começar de novo Refugiados no Brasil contam histórias de dificuldades e de esperança por TARSO ARAUJO / FOLHAPRESS
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inha mãe não tinha como criar os filhos no meio de uma guerra civil”, diz o angolano Yauery, 20. Na antiga Iugoslávia, o pai de Ana, 21, e Helena, 23, sofria ameaças no Exército. Já na Colômbia, os pais de Yessica, 20, e Yira, 22, temiam terroristas onde moravam. E, durante a guerra civil na Costa do Marfim, Larissa, 15, não podia nem ir à escola. Variados perigos, em diversos lugares do mundo e em diferentes épocas. Um destino em comum: o refúgio no Brasil. Livres das ameaças que os fizeram sair de casa, surge outro desafio: começar uma vida do zero, em um novo país, com outra cultura e, na maioria dos casos, outro idioma. A língua, aliás, é uma barreira e tanto. “O português tem uma gramática muito complexa. No início, não dava para acompanhar”, diz a colombiana Yessica Cortés. E olha que sua língua-mãe é o “hermano” espanhol. Nesse quesito, Ana e Helena Sebescen deram mais sorte, apesar de falarem a língua sérvia, porque chegaram a São Paulo com quatro e seis anos, respectivamente. “Fomos alfabetizadas em português, então foi mais fácil”, diz Helena. Só para elas. “Meu pai ainda tem sotaque forte. E, às vezes, tira dúvida com a gente.” Até hoje é comum conversarem em dois idiomas ao mesmo tempo: ele em sérvio, elas em português.
Preconceito e xenofobia Como vem de Angola, ex- colônia lusa, Yauery Cristóvão não enfrentou a dificuldade do idioma. Mas teve outras. “No começo, meus colegas de escola diziam que eu era sujo, que na África não se tomava banho”, diz. Sua sorte foi que uma prima, também refugiada, mais velha e bem maior, estudava na mesma escola, no Rio de Janeiro. “Quando alguém mexia com a gente, ela nos defendia.” A marfinesa Larissa Edy também entrou em brigas no colégio por não tolerar o racismo dos colegas na escola pública onde estudou nos primeiros anos em São Paulo, na zona leste. “Me chamavam de macaco.” Mesmo com olhos azuis e cabelos loiros, Ana e Helena também eram discriminadas pelos
colegas. “Eu era tratada de modo diferente por não ser brasileira. Não tinha amigos na escola quando era pequena”, diz Helena, que se considera uma pessoa muito tímida em parte por causa desse trauma. O simples desconhecimento das pessoas sobre o que é um refugiado gera situações constrangedoras. “Uma vez contei que era refugiada e me perguntaram se minha família tinha matado alguém, se tinha cometido algum crime”, diz Yessica. “Nunca mais disse ser refugiada.”
Paz e amor Superadas as dificuldades iniciais, os refugiados pouco a pouco vão se “abrasileirando”. “Eu me considero brasileira. Cresci e estudei aqui, namoro um brasileiro...”, diz Helena. Larissa parece não ter a mesma sorte, porque a mãe não deixa. E a torcedora do São Paulo está dividida sobre para quem torcer na Copa de 2010. “Se o Brasil ganhar, está bom. Se a Costa do Marfim ganhar, também”, diz ela. Os dois países irão se enfrentar na primeira fase do torneio. Yessica acaba de fazer Enem, como a maioria dos brasileiros de sua idade. Quer fazer engenharia ou economia e não pensa em voltar para a Colômbia. “As oportunidades que terei aqui serão melhores do que as que teria lá”, diz. Mudança, só se for de Tatuí (interior de SP), onde vive, para a capital. Já Yauery, flamenguista com sotaque carioca e namorado de uma brasileira há 15 meses, pensa diferente. “Aqui é minha “base”. Vi como os brasileiros amam o Brasil e aprendi a pensar assim, só que em relação a Angola. E, agora, a guerra lá acabou. Então, quando terminar meus estudos, quero participar da reconstrução do meu país,”, diz o estudante de administração. E a namorada? “Ela diz que tudo bem, desde que vá junto.”
Congolesa foge para não morrer e se perde da família Às vezes, o refúgio é, mais do que uma opção, a única saída para a sobrevivência. Numa emergência, alguns jovens precisam escapar
sem a família. Foi o caso de Gabi*, 19, de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Segundo ela, sua vida mudou quando disse numa entrevista à TV local que um general da cidade sequestrava e estuprava grupos de adolescentes. Presa logo depois de a entrevista ir ao ar, ela diz que viveu o terror no cárcere, sendo constantemente Retrato de Ana, 20, e Helena, 22, duas irmãs servias estuprada pelos responsáveis pela dormia com uma arma debaixo do travesseiro”, cadeia. Quando começou a apresentar um forte san- conta Helena. gramento vaginal, um dos homens apiedou-se Como: A família vendeu tudo o que tinha e, de sua situação. “Ele me disse: “Se você ficar trazendo apenas as roupas do corpo, viajou aqui, vai morrer’”, diz a jovem em português, para o Brasil. Aqui, foram para a casa de um casal que o pai delas tinha conhecido numa com forte sotaque francês. Ele a tirou em segredo da cadeia e a levou a viagem ao Canadá. um porto, onde outro homem foi pago para escondê-la num navio qualquer. Yira Cortés, 22, Me Yessica Cortés, 20, Ao chegar ao Brasil, ela nem sabia onde esta- Colômbia va. Levada à Fundação Cáritas em setembro Idade na chegada: 12 (Yessica) e 13 (Yira), de 2008, pediu refúgio - que ainda está em em 2001 análise-, fez aulas de português, trabalhou Rota: de Granada para Bogotá, de ônibus. Em como faxineira e em um salão. seguida, avião para Letícia (Colômbia), onde Desde outubro, recupera-se de uma cirurgia atravessaram a pé a fronteira como Brasil, para retirada do aparelho reprodutor, que em Tabatinga (AM). Dali, foram três dias de tinha uma infecção grave. barco até Manaus, onde pegaram um avião Apesar de tudo o que sofreu, ela só chora ao para São Paulo. lembrar do pai. “Não consegui mais localizá- Motivo: A família das duas vivia em um sítio lo para dar notícias. Talvez ele pense que eu na cidade de Granada, numa região controlada estou morta.” pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), que na época faziam muitos sequestros na região. Sem olhar para trás Conheça as histórias e as trajetórias de quatro Como: “Eles venderam o que tinham lá superbarato, mas deu para comprar um terreno e famîlias que se refugiaram no Brasil uma casa aqui no Brasil”. Ana, 21, E Helena Sebescen,23, Sérvia Yauery Cristóvão, 20, Angola (Ex-iugoslávia) Idade na chegada: Seis (Helena) e quatro anos Idade na chegada: Cinco anos, em 1994. Rota: De Luanda para o Rio de Janeiro, de avião. (Ana), em 1992 Rota: De Belgrado (Sérvia) para Viena (Áustria), Motivo: A guerra civil que aconteceu no país entre 1975 e 2002. “Minha mãe não tinha como de trem, e dali para São Paulo, de avião. Motivo: O pai de Ana e de Helena era oficial criar dois filhos no meio de uma guerra. Até ir do Exército da antiga Iugoslávia. Os militares para a escola era perigoso”, diz Yauery. estavam divididos quanto ao futuro do país, Como: A mãe de Yauery veio com ele, outro filho onde estava prestes a começar a Guerra da de sete anos, a irmã e uma sobrinha. Saíram Bósnia. Nos meses que antecederam o conflito, de lá como turistas e pediram refúgio assim seu pai passou a ser ameaçado. “Ele diz que que chegaram ao Rio de Janeiro.
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Comportamento
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FOTO: RAFAEL HUPSEL/FOLHA IMAGEM
2 pra lá, 2 pra cá Casais que se exercitam em dupla podem enfrentar dificuldades como ritmos diferentes e competitividade; leia dicas para não ter problemas por JULLIANE SILVEIRA / FOLHAPRESS
U
m quer definir os músculos, o outro, apenas ganhar um pouco mais de condicionamento físico. Ao lado de uma pessoa extremamente competitiva, está outra que só quer relaxar no final do dia. Não é raro encontrar casais que se propõem a seguir um programa de exercícios físicos juntos, seja para passar mais tempo ao lado do cônjuge, seja para ter uma companhia agradável durante a atividade. No entanto, conciliar preferências, aptidões e objetivos não é fácil também nesse quesito. E, quando mal resolvidos, os conflitos podem desestimular e levar ao abandono da prática. A fisioterapeuta Márcia Shiraishi, 47, e o médico Irineu Sato, 55, correm juntos há sete anos. Durante os dois primeiros, faziam os treinos no mesmo ritmo, correndo lado a lado. Apesar de ambos terem a mesma meta naquela época, correr a São Silvestre, o marido se sentia desanimado. ‘Nas competições, ele sempre parava antes, depois de cerca de 30 km, porque não tinha paciência de ir no meu ritmo, mais lento do que ele gostaria’, conta Márcia. Após esse período, eles trocaram de treinador e ele os orientou a correr de maneira diferente, seguindo as próprias características. Hoje, o casal se encontra somente na saída e na chegada e corre junto apenas durante o aquecimento. Ele percebeu que o estímulo estava na competição, em reduzir tempos nas provas e correr no seu limite, enquanto Márcia pratica o esporte ‘por prazer’, querendo completar as provas independentemente do tempo. ‘Meu marido quer que eu faça treino de intensidade, diz “vamos correr uma meia
[maratona]!’ Para mim, não importa, eu corro porque eu gosto. Ele me puxa, para ver se eu acelero, mas eu vou no meu ritmo’, acrescenta a fisioterapeuta.
Sob medida Individualizar o treino, de acordo com o condicionamento físico e os interesses de cada membro da dupla, é o primeiro passo para que ambos atinjam metas e tenham disciplina nos exercícios, sem desanimar. ‘Falando especificamente de corrida, dificilmente os dois vão correr no mesmo ritmo. Esse ajuste individual é o ponto de partida. É frequente encontrar casais que param de malhar juntos por falta de individualização, quando a carga de cada um não é ajustada de maneira correta’, afirma o fisiologista Turíbio Leite Barros, professor do Cemafe (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A chef de cozinha Flávia Greco, 40, e o fotógrafo Marcelo Greco, 43, conheceram-se no clube Pinheiros, enquanto faziam alongamento, há alguns anos. Depois de um namoro à distância, foram morar juntos e resolveram fazer academia no mesmo horário. Cada um tem seu programa de exercícios. ‘Achamos melhor fazermos separados, porque ele tem o corpo completamente diferente do meu, eu corro bem mais do que ele, que se recupera de uma lesão no joelho... Quero treinar mais braço, perna; ele quer mais costas e abdômen’, diz Flávia. Para partilhar, somente as sessões de alongamento antes e depois do treino e a garrafinha de água da mulher, com a qual Marcelo se hidrata durante a musculação. ‘Mas eu detesto’, ri a chef de cozinha. Para o casal, ir à academia ao mesmo tempo é um incentivo extra para que nenhum dos dois desista. ‘Ele chega meio dormindo, pois vamos às 7h da manhã, e eu tenho um megapique. É até legal porque eu puxo o Marcelo’, diz Flávia. É fato que vários casais buscam apoio um no outro para manter a atividade física na rotina. ‘Desde o início, quando eles se programam para fazer exercícios juntos, já é no formato de dar um empurrão para o outro. Ou, então, por exemplo, o marido não quer ser indelicado de falar para ela que ganhou
O casal Raul Boesel, 52, e Deborah Cesco, 48, posam para foto malhando em sua residência. Foto para matéria sobre casais que malham juntos
uns quilinhos. Assim, chama para malhar’, analisa o personal trainer Felipe Pita.
Individualidade O excesso de companheirismo, no entanto, pode atrapalhar o treino ou gerar mal-estares. Geralmente, um dos dois acaba dando palpite no exercício do outro. ‘Eu sinto que de vez em quando ele me corrige. Como ele já fez muita musculação, às vezes ele vem, dá uma corrigida’, diz Flávia. A relações-públicas Deborah Cesco, 48, também nota que seu marido, o ex-piloto de Fórmula 1 Raul Boesel, 52, tem um olhar crítico quando ela corre na esteira. ‘Eu corro olhando para o meu pé. Como meu marido já correu muito, ele quer que eu fixe os olhos na frente, mas eu simplesmente não tenho equilíbrio’, alega. Para os professores, dar palpites pode desestimular o cônjuge ou levá-lo a fazer os movimentos de maneira errada. ‘Às vezes, o marido vira para a mulher e diz “põe mais peso para endurecer os glúteos’ ou a mulher diz “corre mais meia hora porque está gordinho’. Ninguém gosta quando se toca na ferida, é preciso respeitar a individualidade e não levar o outro a forçar demais, para não ter risco de lesões’, diz Pita. A competitividade também pode trazer problemas, se não for bem administrada. Deborah e Raul fazem exercícios na academia montada em casa, com a orientação de um personal trainer, há seis meses. Os dois afirmam que ele tem uma personalidade bastante competitiva. ‘Ele tem de ser melhor em tudo. Se percebe que eu melhorei nisso ou naquilo, vai programar a mente para fazer o melhor possível na próxima série’, diz Deborah. Em geral, homens preferem modalidades que propiciem mais a competição. ‘Em alguns casos, a dificuldade é ambos terem afinidade pelo mesmo estilo de exercício. Os
dois vão ao clube, mas ele prefere o tênis e ela, a ginástica. É claro que a estética é uma preocupação de ambos, mas a mulher tende mais para isso e o homem tende mais para o lúdico’, afirma Turíbio Barros.
Sem problemas Segundo os especialistas, todas as modalidades podem ser praticadas pelos dois. No entanto, eles afirmam que o mais indicado é escolher um local que ofereça diferentes opções, uma boa academia ou um clube, por exemplo. ‘Para dar certo, devem buscar diversidade. No começo, a proposta de fazer tudo junto é uma sedução. Mas, com o tempo, cada um vai enfatizar mais a tendência própria. Se não puder ser atendida, há uma possibilidade muito grande de um dos dois desistir’, diz Barros. Comparar resultados dos exercícios também não funciona e pode desestimular o casal. ‘Em geral, os homens apresentam mudanças mais rapidamente, pois possuem mais massa muscular, queimam mais calorias. Então, pode haver um desconforto para a mulher’, diz Ivo Morais, professor de educação física e coordenador de ginástica da unidade Paulista da academia Competition, em São Paulo. As diferenças de condicionamento físico ou técnica também não devem se tornar um empecilho. O cônjuge iniciante pode usar o melhor desempenho do parceiro como estímulo, como aconteceu com os empresários Lysandro Trotta, 33, e Natalia Batalla, 30. Há poucos meses, eles começaram a fazer ioga juntos. Como a família dele já pratica a técnica há muito tempo, Lysandro não teve dificuldades. ‘Minha mulher teve de aprender um monte de coisas. Mas isso não gerou problemas. As dificuldades dela serviram de estímulo e focamos nos benefícios’, diz ele.
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Informática & Tecnologia
Fotografe melhor com ajuda da internet por DANIELA ARRAIS / FOLHAPRESS
C
om uma câmera digital você tem a possibilidade de fazer centenas de fotografias em uma única ocasião. Mas você já pensou em ir além? O espaço cada vez maior dos cartões de memórias e a possibilidade de errar quantas vezes forem necessárias até conseguir a foto perfeita, sem ter que gastar dinheiro com compra e revelação de filmes, transforma qualquer pessoa que gosta de capturar imagens em um potencial fotógrafo. E a internet ajuda quem quer trilhar esse caminho que envolve estudo, experimentação e raciocínio. ‘Depois que o Google foi inventado, não tem mais muita desculpa para não praticar um “faça você mesmo’ e aprender os limites e as vantagens de câmeras e acessórios’, afirma o fotógrafo Daigo Oliva. Um dos endereços mais completos para quem quer aprender fotografia é o Digital Photography School (digital-photographyschool.com). O site se propõe a ajudar os usuários a tirarem o melhor proveito de seus equipamentos. ‘Não há aulas, professores e provas, ao contrário, pois trata-se de um ambiente de aprendizado em que eu penso alto sobre o que sei e, no nosso fórum, compartilhamos o que estamos aprendendo’, diz o criador do site, Darren Rowse. O site, escrito em inglês, é dividido em três partes. A primeira, Photography Tips & Tutorials, reúne dicas que vão desde como segurar corretamente seu equipamento até que ISO escolher. Em Cameras & Equipment, você encontra informações sobre como escolher uma câmera DSLR ou uma point and shoot e confere quais são os modelos preferidos dos fotógrafos. Em Post Production, você aprende a deixar uma foto digital semelhante a uma feita com máquinas Lomo e a mexer no Photoshop. O Photojojo (photojojo.com) ‘vasculha a internet, rasga páginas de revistas e fuça os armários dos amigos para encontrar as melhores dicas de fotografia, arte e projetos DIY (faça você mesmo)’. É possível encontrar textos sobre como transformar suas FOTO: REPRODUÇÃO
Página do canal do Curso de Fotografia Trípode, no YouTube
fotos do dia a dia em um calendário, como sair do lugar comum na hora de fotografar casamentos e como fazer vertoramas, que são fotos semelhantes às panorâmicas, mas na vertical. O Photocritic (photocritic.org) conta com artigos que ensinam a montar sua primeira exposição, colorir a mão suas fotografias, começar a capturar imagens na rua e até como recuperar fotos apagadas de seu cartão de memória. O Photography Tips (www. photographytips. com) é bastante organizado. Você encontra dicas divididas por assuntos, que vão de fotografias de paisagem a esportes, passando por imagens embaixo d’água. Se não domina o inglês, use tradutores como o Tradutor (translate.google.com). Em português, você encontra informações, por exemplo, no site da Kodak (bit.ly/cur sofoto), que conta com um curso de fotografia que ensina sobre tipos e recursos de câmeras. No Digiforum (bit.ly/topicosdigiforum), você tem acesso aos mais variados tópicos de discussão sobre o tema.
Fotografe como profissional em 5 minutos, diz site de vídeos Aprender fotografia é uma atividade extremamente visual. Então você poderia pensar: melhor do que ler sobre o assunto é ver imagens e vídeos que ensinem técnicas. Para isso, também há sites que ajudam no aprendizado. O Five Minute Photographer (fiveminutephotographer.com), por exemplo, propõe: ‘Fotografe como um profissional em cinco minutos’. Isso mesmo: bastam cinco minutos para que você aprenda uma nova técnica fotográfica. Entre os vídeos, você encontra técnicas para iluminar o assunto a ser fotografado, dicas de como fazer melhores imagens de pessoas, aprende sobre a importância do ponto de vista e da perspectiva, a gerenciar seus arquivos digitais, a desligar o flash da sua câmera e a conseguir bons resultados, entre outras dicas. O único porém é que o site é pago. A assinatura
FOTO: REPRODUÇÃO
por seis meses custa 29,95 dólares australianos. Para quem não está disposto a pagar para aprender na internet, o YouTube é um bom destino. No site de vídeos, é possível encontrar explicações detalhadas sobre os mais variados aspectos da fotografia. Um dos destaques é o Curso de Fotografia Trípode (www.youtube. com/user/jmandrad). O primeiro vídeo se refere ao tipo de câmera que você deve comprar, independentemente da marca, o que importa é que o modelo tenha o modo manual. ‘A melhor The Photographic Dictionary (thephotographicdictionary. org) é um projeto que se propõe a definir palavras por meio câmera do mundo no automático de fotografias literais, figurativas ou puramente pessoais não poderá competir jamais com os conhecimentos fotográficos que No Graphic Reporter, você encontra dicas um bom aficionado poderá aplicar com sua de como envelhecer uma imagem, que tal câmera no manual’, diz o vídeo. fazer uma foto hoje e modificá-la numa São 45 vídeos, divididos em 22 capítulos que viagem pelo túnel do tempo? Em graphiduram quatro, cinco minutos, geralmente. creporter.com/tutorials, você encontra É uma ótima maneira de você aprender um o passo a passo de como transformá-la pouco a cada dia. em sépia, adicionar texturas e riscos. O Para quem tem pouco tempo, um vídeo do resultado é bem interessante. usuário do YouTube Klaus Bohn ensina em O Photoshop Roadmap (www.photoshopromenos de seis minutos os princípios da admap.com) é uma boa fonte de informação. composição. Veja em bit.ly/videoklaus. Uma dica para que está começando é o No Google Videos, o perfil do Learn Photo- guia com 30 tutoriais de manipulação (bit. graphy (bit.ly/learnphoto) oferece um curso ly/tutoriais2). para qualquer fotógrafo que está começando. Por meio dele, você consegue mudar a cor São 16 lições e mais de 60 dicas e instruções do cabelo, deixar dentes mais brancos, dar para quem usa filme ou digital. um efeito de ilustração, deixar suas fotos Outros canais cheios de vídeos interessantes parecidas com quadros de Andy Warhol, no YouTube são o do ProPhotoLife (www. adicionar reflexo nos seus óculos escuros e youtube.com/user/prophotolife), o do Pixel até transformar seus amigos em personagens Magic (www.youtube.com/user/pixelmagic) de histórias em quadrinhos. e o do What Digital Camera (www.youtube. Se você gosta das fotografias feitas com Lomo com/user/WhatDigitalCamera). máquinas russas analógicas, pode querer
Tutoriais ensinam básico e avançado na edição de imagens Quando o assunto é tratamento de fotos, o Adobe Photoshop costuma ser a primeira opção a ser considerada por profissionais e amadores. Por conta disso, é possível encontrar na internet diversos tutoriais que ensinam técnicas e truques para modificar suas imagens. Uma ótima fonte de tutoriais é o site Abduzeedo (abduzee do.com/tutorials), feito pelo designer brasileiro Fabio Sasso. Há informações detalhadas de como fazer efeito de luzes e de neon no Photoshop, como incluir um letreiro na imagem com caligrafia brilhante, entre outros. Tudo é explicado detal h a d a m e n t e , p a ra q u e q u a l q ue r u m p o s s a s e aventurar pelo programa de edição. Há, também, dicas referentes a outros programas, como o Pixelmator.
economizar alguns trocados que gastaria com o filme. Há tutoriais, como o da Digital Photography School, que ensinam como deixar sua foto digital semelhante a uma imagem capturada com uma Lomo . Veja em bit.ly/tutoriais3. Para quem prefere aprender as técnicas em vídeo, o site Vimeo conta com alguns exemplos interessantes, como o Photoshop Photo Manipulation Tutorial (vimeo. com/1568407). Para ver todos os vídeos disponíveis, escreva ‘Photoshop tutorials’ na caixa de busca, você achará dicas de como transformar uma imagem em 3D, mudar a cor dos olhos e até fazer trocas entre imagens, colocando a cabeça de um no corpo de outro. ON-LINE: REVISTAS DE FOTO SERVEM COMO FONTES DE REFERÊNCIA E INSPIRAÇÃO Um bom fotógrafo tem que manter o olhar apurado e deve estar atento aos mais diversos tipos de imagem. Um bom caminho de inspiração são as revistas on-line, como a 37th Frame (www.the37thframe.org), a Making Room (www.ma kingroom.com), a Lens Culture (www.lensculture.com), a File (www.filemagazine.com), a Colours Mag (www.colours mag.com) e a See Saw (www.seesawmagazine.com).
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Seus Direitos e Deveres
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colunadoconsumidor@yahoo.com.br
Estacionamentos devem arcar com danos ou furtos de carro
É
comum os consumidores se depara-
um regramento expresso, até que no dia 15
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e o dia
Ainda em caso de assaltos dentro de esta-
rem, no interior dos estacionamentos
de dezembro de 2009 foi sancionada pelo
e horário do recebimento e da entrega do
cionamentos, as ocorrências recaem sobre
públicos ou privados com a seguinte
Governador do Estado de São Paulo a Lei
veículo. Exige também que forneçam recibo
os estabelecimentos. Em hipótese alguma
frase: “não nos responsabilizamos por furto
no 13.872/09, que dispõe sobre normas de
de pagamento e nota fiscal e mantenham
os responsáveis por esses comércios estão
ou avaria no automóvel”. Contudo, tal afir-
proteção e segurança dos consumidores nos
seus relógios de controle de entrada e saída
exonerados dessa responsabilidade.
mação não possui validade. A obrigação de
estacionamentos públicos e privados.
visíveis ao consumidor.
Recomenda-se que o consumidor conserve
reparar o dano, seja ele qual for, recai, sim,
Essa lei proibiu que estacionamentos públicos,
Agora não há mais dúvidas. A lei já foi apro-
em seu poder o tíquete de estacionamento e
sobre esses estabelecimentos.
privados e os fornecedores de serviços de
vada mais entra em vigor, ou seja, passa a
a nota fiscal do estabelecimento, pois, estes
Essa afirmação decorre do contrato im-
manobra e guarda de veículos em geral, no
ter observância obrigatória, somente no dia
documentos valerão como prova.
plícito, celebrado entre o consumidor e o
Estado de São Paulo fixem placas indicativas
15 de março de 2010, conferindo, assim, um
Em caso de dano, o consumidor deve, além
estabelecimento.
que exonerem ou atenuem qualquer respon-
prazo de 90 dias para que os estabelecimentos
de registrar a ocorrência na Polícia Civil,
Em razão da existência desse contrato, os
sabilidade destes em relação ao veículo ou
se enquadrem e para que os consumidores
procurar imediatamente a administração do
estacionamentos devem zelar pela segu-
aos objetos que dele fazem parte ou foram
fiquem cientes do seu direito.
estacionamento e registrar o caso, o que pode
rança dos veículos que no seu interior são
deixados em seu interior.
O serviço de estacionamento deve ser prestado
ser feito de próprio punho, e dar prazo para
depositados. Caso o veículo sofra algum
A nova lei ainda obriga que os aludidos es-
com qualidade e segurança, ainda quando
que a empresa se manifeste. Se não houver
dano ou seja furtado, a responsabilidade é
tabelecimentos, ao recepcionar o veículo do
gratuito, já que nesse caso ele serve como
acordo, a ordem é procurar a Justiça, munido
do estabelecimento, já que se o fato ocorreu,
consumidor emitam comprovante de entrega
fator de atração do cliente.
das provas, inclusive testemunhal.
ele se deu por falha na prestação do serviço,
do veículo contendo, dentre outros: o preço
Até mesmo quando o veículo é abalroa-
Lutem por seus direitos!
e o Código de Defesa do Consumidor proíbe
da tarifa; a identificação do modelo e da placa
do por outro cliente o estabelecimento
Até a próxima!
que o fornecedor estipule cláusula que o
do veículo; o prazo de tolerância; o horário de
pode ser processado. Nesse caso, caberá
isente da obrigação de indenizar.
funcionamento do estabelecimento; o nome
ao estabelecimento reverter o processo,
Mesmo assim, muita discussão girava em
e o endereço da empresa responsável pelo
buscando o ressarcimento junto a quem
torno desse assunto, em razão de não haver
serviço; o número de inscrição no Cadastro
cometeu o dano.
Advogadas Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810 Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034
Andam Dizendo roberto@espacorenovo.org.br
L
ROBERTO FERREIRA
embro-me de uma história que ouvi recentemente sobre como lidar com o tempo e com a vida. Um homem em suas férias resolveu retomar um habito da infância. Comer jabuticaba. Tomou o cuidado de seguir o mesmo ritual dos tempos de menino. Encheu uma bacia da sua fruta preferida e começou a comer. Não muito tempo depois percebeu que a bacia estava se esvaziando. Nesse momento decidiu comer devagar, degustando cada jabuticaba, sem pressa. A vida não é muito diferente. Lidamos com a vida sem notar que assim como uma bacia de jabuticaba, ela vai se esvaziando. Quando a ficha cai começamos a ter uma relação diferente para com a vida aproveitando cada momento, cada detalhe. Henri Nouwen diz que ao completar 20 anos fez um exercício. Ele pensou: “Se nenhuma fatalidade ocorrer dobrarei a minha idade com tranqüilidade”. Ao completar 30 anos concluiu: “Tenho boa saúde, não tenho nenhuma grave doença, acredito que vou dobrar a minha idade”. Quando completou 40 anos escreveu: “Meu pai viveu até depois
dos 80, talvez eu consiga”. Ao completar meio século Henry Nouwen sabia que dificilmente dobraria sua idade. Não fomos criados para morrer. Em nenhum sentido da palavra. Como disse Caetano em sua canção oração ao tempo, sempre queremos mais tempo. Tempo, tempo, tempo, tempo... Revisão de vida – para viver e não se arrepender - é o nome da primeira série que vou desenvolver com minha comunidade em 2.010. A partir do dia 03 de janeiro vamos iniciar a jornada de avaliar a nossa caminhada em 2.009. Como resultado desse exercício, vou oferecer diretrizes da espiritualidade cristã para lidar com os passivos e os ativos que levaremos para 2.010 e para planejar o novo ano. Em 2.010 o desafio é viver e não se arrepender. Três perguntas vão orientar a nossa primeira conversa: a. O que Deus está fazendo em nossas vidas? b. O que Deus está fazendo na história? c. O que Deus está fazendo na vida daqueles que nos cercam?
REALIZAÇÃO, SER FELIZ. Todo mundo, inclusive , os desatentos, tem pelo menos uma fagulha de esperança de chegar no período de convergência da vida e poder dizer: Uau, valeu a pena. Cruzar a linha de chegada da vida satisfeito com a corrida passa necessariamente pelas escolhas de curto, médio e longo prazo, nas mais variadas áreas da vida ( saúde, relações afetivas, profissionais, financeiras, existenciais, etc?) Eduardo Giannetti, professor das Faculdades Ibmec, em seu livro Felicidade, editado pela Companhia da Letras, 2.002, afirma: “... O bem-estar não é necessariamente função da satisfação de um número maior de desejos ou preferências ( para usar o termo caro aos economistas)... as pessoas não sabem ao certo o que desejam e, o mais grave, elas podem estar sistematicamente equivocadas acerca do que poderia torná-las felizes.” Giannetti toca numa área de tons cinzas. Como catalogar (um processo nada fácil) os nossos desejos. Como discernir os que são licitos e os que são um tiro no pé (no meu e nos dos outros). Os desejos tem um papel essencial na composição de quem somos. Es-
taremos, portanto, fraudando a nós mesmos se não levarmos a sério nossa alma, a fonte de nossos desejos mais profundos. Para a espiritualidade cristã realização e felicidade não são encontradas em uma busca pura e simples. O seu significado não estão em si mesmas. Passa pelo encontro com Deus numa amizade incondicional e verdadeira que vai nos transformando à medida que percebemos a sabedoria amorosa de Deus na condução da nossa história pessoal e da humanidade. O foco não está nas circunstanciais, mas no caráter de quem está além das circunstanciais. Pensando na vida como um quadro, o que vemos em primeiro plano e o que vemos em segundo plano influência grandemente a maneira como lidamos com a dinâmica da vida. Feliz 2.010 e que em dezembro você possa olhar para trás e dizer: Vivi e não me arrependi.
Roberto Ferreira Teólogo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie–SP, é pastor da Comunidade Presbiteriana Renovo, em Bragança Paulista-SP.
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