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Braganรงa Paulista

Sexta 23 Abril 2010

Nยบ 532 - ano VIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para Pensar

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EXPEDIENTE

PERGUNTAS E RESPOSTAS MONS. GIOVANNI BARRESE

No caminhar da vida sempre nos defrontamos com perguntas que nem sempre conseguimos responder. Nem a nós mesmos e nem aos outros. Não é incomum, diante de fatos marcados pela tragédia, pela dor, pela injustiça questionarmos a razão desses acontecimentos. Olhando, mais uma vez, a situação das cidades do Rio de Janeiro, vendo o choro de quem perdeu parentes, de quem perdeu tudo do quase nada que tinha, vem um nó na garganta. E vêm as perguntas. Diante da doença, muitas vezes, surge a pergunta: Por que comigo? Por que em minha casa? Por que com aquela pessoa tão boa? Em situações de desafio nos perguntamos sobre o próprio sentido da vida: por que estamos aqui? Qual é o sentido da vida? Ao celebrar a Eucaristia do terceiro domingo após a Páscoa a Palavra de Deus me ofereceu como base da reflexão a propor o texto do Apocalipse de São João (capítulo 5). Ao aproximar-se do trono de Deus, o Cordeiro imolado (figura que fala de Jesus morto e ressuscitado) toma nas mãos o livro cerrado por sete lacres. Rompe os lacres. A lição é que o Cordeiro é o único que pode

abrir o livro onde se encontram as respostas mais importantes para a vida humana. Ele é que ilumina a vida humana e dá sentido a todas as angústias e esperanças. Ao fazer isso, o Cordeiro recebe a glorificação de toda a natureza e dos seres celestiais. Na religiosidade judaica o trono de Deus era pensado como que sustentado por quatro querubins (a mais alta categoria de anjos). Um com o aspecto de leão (representando o animal selvagem mais forte); outro com aspecto de touro (representando o animal doméstico mais forte); outro com aspecto de águia (representando a ave mais nobre) e um com aspecto humano (recordando o ápice da criação). Como se sabe o gênero de literatura apocalíptica vigorou entre os judeus por quatro séculos. Nos dois anteriores a Cristo como forma de resistência à dominação dos reis de origem grega (nessa época surgem os livros dos Macabeus, de Daniel, etc.). Nos dois séculos após o nascimento de Cristo como forma de encorajamento aos cristãos diante da perseguição desencadeada pelo Império Romano e pelo poder religioso judaico. A base bíblica apontada aqui abre o

horizonte para que se coloque na pessoa de Jesus Cristo a resposta para nossas interrogações e a razão para nunca deixar de seguir os seus passos. É por isso que nas celebrações também textos dos Atos dos Apóstolos vão sendo colocados para que nos recordemos como viveram os apóstolos e a primeira comunidade cristã. Sem medo foram falando do Jesus morto e ressuscitado. E foram dando o exemplo de uma nova forma de convivência. O texto dos Atos (2,42) nos diz que os cristãos “eram assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações”. Penso que nós cristãos estamos devendo um gesto de valorização à dimensão comunitária da nossa fé e da nossa vida. Tenho acompanhado uma série de artigos sobre as formas mais recentes de comunicação. Especialmente o que se refere ao uso da internet e do “twitter”. Não deixa de ser extraordinário o fato de podermos nos comunicar com velocidade e em tempo real. E também vendo e sendo vistos pelas câmeras acopladas aos nossos computadores. Fico perplexo e positivamente maravilhado com os avanços que conseguimos. Das cartas

que levavam meses para chegar ao pequeno celular que envia vídeos e fotos do momento! Mas começa a surgir um enorme problema: por podermos nos falar por esses meios eletrônicos estamos dispensando a presença física. Já não é novidade o “namoro virtual”! Nós nos estamos esquecendo que o maior dom do relacionamento humano está fundado em nossa corporeidade, em nossa presença real diante do outro! Não há “twitter” que substitua um abraço, um beijo, um aperto de mão! Não há “msn” que possa ser trocado por um diálogo “olho no olho”. E até na vida de fé tem gente achando que “a missa da TV” cancela a necessidade da presença no templo para a reunião com os demais membros da comunidade. Do jeito que as coisas caminham nós só vamos achar importante a presença nos velórios. E olhe lá se não acharem logo um jeito de colocar uma tela de Plasma ou LCD acoplada a celulares para que mensagens sejam recebidas e lidas por quem estiver por lá. Já morremos praticamente sozinhos. Não falta muito para que sejamos enterrados sozinhos também! Estamos sendo escravizados pelas facilidades tecno-

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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.

lógicas. Não podemos nos esquecer que tudo deve estar a serviço da vida. Tudo deve estar a serviço de relacionamentos que nos tornem cada vez mais expressões do Amor que foi plantado em nosso coração. O esfriamento dos nossos encontros “pessoa a pessoa” produzirá uma nova fonte de questões. O tédio pode ser o grande risco dos nossos dias. É por isso que devemos nos desdobrar para recuperar o gosto de estarmos juntos: em casa, na rua, nas igrejas, etc. Somente a convivência traz para o nosso meio Aquele que prometeu que onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome Ele estaria também (Mateus 18,20). E com sua presença temos todas as respostas de que necessitamos para viver.


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Além da

moda

Aparentemente inofensivas pulseiras coloridas escondem conotação sexual por SHEL ALMEIDA

Adolescentes inventam moda o tem- realmente “entraram no jogo”, daí a polêmica po todo. Roupas, cortes de cabelo, quando a moda veio para o Brasil. acessórios. O que um cria, o outro A opinião dos jovens copia pra se identificar com uma turma ou um estilo. Há diversas gerações é assim. De Nauali Almeida Ghattas, de 16 anos, é repente vira uma febre. Foi assim também estudante do 2° ano do ensino médio. com os as “pulseiras coloridas”, aquelas feitas Ela conta que na escola o uso de qualquer em plástico, que os adolescentes na faixa dos adereço já era proibido antes mesmo da 13 aos 16 anos usam aos montes, em diversas moda das pulseiras. Mesmo assim, ela e cores, às vezes em ambos os braços. As cores suas amigas chegaram a usá-las fora dali. “A vão do amarelo ao preto, passando pelo azul, gente só usava porque achava bonito. Não sabíamos que cada cor vermelho e verde. Mas tinha um significado. será que esses jovens Parei de usar Parei de usar porque imaginam que o uso quando fiquei sabendo suava muito e me incodessas pulseiras pode o que falavam sobre modava. Quando fiquei remeter a algo além da elas. Minhas amigas sabendo dessa coisa moda? também pararam de ligada ao sexo, já não A febre começou no Reino usar por isso. Mas nem Unido e, de repente, essas usava mais. Mas aí que a escola, nem meus pulseiras que nos anos 80 pais proibiram. Parei por eu não ia voltar a usar chegaram a ser símbolo minha vontade mesmo mesmo.”Enfatiza. Rafaela Almeida Florende amizade entre quem Rafaela A. Florenzano, 13 anos zano, de 13 anos é prima as portava, perderam o ar de Nauali. Ela faz o 9° de inocência e adquiriram conotação sexual. Quando a moda chegou ao ano do ensino fundamental. Mas diz que Brasil não se falava nesse seu outro aspecto. na escola nunca foi proibido usar brincos Depois de um tempo é que se descobriu que ou qualquer outro tipo de adorno. Mesmo cada cor teria um significado sexual, o que as pulseiras, nunca chegaram a ser proibidas. indicaria a disponibilidade de quem a usasse. “Parei de usar quando fiquei sabendo o que Amarelo indicaria abraço. Roxo, beijo. Daí falavam sobre elas. Minhas amigas também pra frente, o apelo sexual aumentaria, até pararam de usar por isso. Mas nem a escola, chegar ao sexo propriamente dito. O menino nem meus pais proibiram. Parei por minha que arrebentasse a pulseira de uma menina vontade mesmo.” teria direito a cobrar pelo indicado pela cor. As duas meninas têm opiniões parecidas sobre E pelo que se sabe, em Londres, os jovens a conotação sexual adquirida pelas pulseiras. “Acho que isso é coisa de gente maliciosa. Não conheci ninguém que usasse por esse motivo”, diz Nauali. Rafaela completa: “É ridículo pensar isso. A maioria das meninas que conheço parou de usar com medo do que os meninos pensariam delas”.

Meninas agredidas

No começo as primas Nauali e Rafaela não sabiam o significado das cores das pulseiras, quando souberam, pararam de usar

E o que elas acham do que vem acontecendo em outras cidades, como Londrina e Manaus? Segundo os noticiários, adolescentes que usavam as pulseiras foram agredidas por meninos que, depois de arrebentá-las, se acharam no direito de exigir o que a cor da pulseira indicava. Assassinatos também

Rafaela Almeida Florenzano, 13 anos e Nauali Almeida Ghattas, 16 anos

estariam ligados ao uso das pulseiras, segundo investigações policiais. As primas são enfáticas: “Absurdo”, diz Nauali. “Um horror”, afirma Rafaela. E completam: “Ainda bem que em Bragança essa moda passou rápido e não chegou a esse ponto. Até porque a menina que quer fazer alguma coisa com algum menino, não precisa usar a pulseira pra isso”, avalia Nauali. Rafaela concorda e diz que já há um tempo não ouvia mais falar sobre essas pulseiras. “Aqui em Bragança desde o ano passado não vi mais ninguém usando.”

Os pais Para os adultos, por outro lado, a polêmica parece ter surgido apenas quando os adolescentes já haviam decidido o que fazer: não usar mais as pulseiras. Sonia Almeida, de 46 anos, é agente de organização escolar de uma escola estadual em Atibaia. Mãe de Nauali e de Nahida, de 18 anos, sabia que as filhas chegaram a usar as pulseiras, há um tempo atrás. Mas achou que tinham “enjoado” da moda. Quando soube da polêmica, as meninas já haviam tomado à decisão de não usarem mais. “Achei bom. Percebi que elas já tinham suas próprias posições a respeito. Eu não tinha com o que me preocupar”, afirma. Mas sente pelo fato de que uma coisa boba assim, possa tomar essa dimensão: “Isso faz com que as crianças se preocupem com coisas que não deveriam, nem precisariam. É uma pena que algumas pessoas deturpem uma coisa que é normal da idade, como criar moda.” Mesmo na escola onde trabalha, Sonia não percebeu nada entre os jovens. “A não ser o de sempre, como paquera e ciúmes, às vezes. Mas nada ligado a essas pulseiras. Deve ser porque aqui a moda já passou.”

Ramon César Chaile, de 39 anos é professor em algumas escolas da rede particular e pai de uma menina de dez anos. Ele diz que também não percebeu nada em relação às pulseiras, aqui em Bragança: “Não vi ninguém usando. Nem sei do que se trata. Vi alguma coisa no jornal sobre esses crimes, mas não sabia que tinha a ver com moda adolescente”. Neusa Domingues de Faria Almeida, 41 anos, é mãe de uma menina de quatro anos e um menino de dez. Professora da rede pública diz que não soube de nada relacionada à violência por causa das pulseiras, em Bragança. Lembra que o filho chegou a usar, mas parou quando ela o proibiu: “Ele ficava com o braço cheio delas. Permiti algumas, mas quando ele começou a exagerar, achei melhor proibir. Foi até bom, porque quando apareceu a história, ele nem ficou sabendo”. E completa: “Não dá pra fazer uma criança dessa idade entender que usam essas pulseiras para o mal”.

Decisões Em algumas cidades até mesmo leis foram criadas para proibir o uso das pulseiras entre os jovens menores de 18 anos. Em certos casos, pensa-se até em proibir a venda. A razão disso é desestimular a precocidade, em relação ao sexo, em crianças. No entanto, o que se pode notar é que os adolescentes estão cada vez mais bem informados, às vezes mais até que os próprios pais. Dependendo do caso, isso pode ser um avanço, em outros, um retrocesso. De qualquer forma, é preciso que pais e professores estejam atentos ao comportamento dos jovens. Ao menos em Bragança, ao que parece, os jovens estão aprendendo a tomar decisões.


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Por uma nova formação Escolas públicas e privadas tem adotado novo método de ensino e aprendizagem por JANAINA AVOLETA

Apesar de diversas formas de pensa- do papel do professor em sala de aula, bem mentos, a maioria dos educadores é como a participação do aluno está evidente unânime em afirmar que o processo dentro desse novos parâmetros. de ensino e aprendizagem não é algo estático, A idéia agora é formar educadores que fixo e insuscetível a mudanças, ao contrário, contemplem a formação de competências trata-se de algo mutável e dinâmico, que se e a aquisição de habilidades dos alunos, ou adéqua a realidade. Pensando assim, refor- seja, que os faça refletir e questionar, e não mas educacionais tem somente decorar, por isocorrido desde o ensino so as disciplinas foram agrupadas em áreas: regular e médio, passando Queremos gerar com pelas escolas públicas isso tudo um novo conceito Linguagens e Códigos e privadas. Tudo teve de escola, que fortaleça as (Língua Portuguesa, inicio em 1996 com a competências individuais Inglês, Espanhol, Educanova Lei de Diretrizes dos alunos e gerar paixão ção Artística, Educação pelo conhecimento Física e Informática), da Educação, regulamentada em 1998, de Ciências da Natureza Irmã Maria José IECJ lá para cá a intenção foi e Matemática (Matemática, Biologia, Física promover uma atualização da educação e impulsionar os jovens e Química) e Ciências Humanas (História, alunos frente aos desafios impostos pelo Geografia, Sociologia e Filosofia). mundo globalizado. O intuito como explica a educadora e direSe antes a cartilha e o professor eram elemen- tora do Colégio Sagrado Coração de Jesus, tos fundamentais para aquisição do saber, em Bragança, Elisa Moraes Mongnana é bem sabe-se que hoje o computador toma promover a interdisciplinaridade, que é o lugar dos mesmos, por isso, a reavaliação nada mais é que articulação das diversas disciplinas no contexto da aprendizagem , que gera a transdiciplinaridade, palavra complicada, mas com conceito breve que é contextualizar o ensinamento com a realidade do aluno. Esses tipos de saberes metodológicos que incluem observação, interpretação, análise, antecipação, mas também, memorização, comunicação oral e escrita e até mesmo vídeo, já são utilizados em irmã Maria José avaliações importantes como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que hoje tem as notas servindo como parâmetros até para a entrada de alunos em faculdade públicas, e o SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, que engloba todas as escolas da rede pública estadual que oferecem ensino regular e de todos os alunos da 2ª, 4ª, 6ª e 8ª Educadores discutem parâmetros para aquisição de séries do Ensino Fundamental e da 3a FOTO: ARQUIVO IECJ

FOTO: ARQUIVO IECJ

habilidades e competências dentro e fora da sala de aula

FOTO: ARQUIVO IECJ

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série do Ensino Médio). de professores fortalecidos na função de O desafio é grande, pois são anos de um regime educar. “Queremos gerar com isso tudo um didático tradicionalista, nas escolas públicas novo conceito de escola, que fortaleça as estaduais o método já tem sido adotado e competências individuais dos alunos e gere agora em Bragança instituições tradicionais paixão pelo conhecimento”, finalizou como o Instituto Educacional Sagrado Coração irmã Maria José. de Jesus (IECJ) estão aderindo a esse novo paradigma de aprendizagem. No último dia 10, sábado, o IECJ recebeu 165 educadores de oito escolas da rede; vindos dos Estados do Rio de Janeiro e Belo Horizonte e das cidades de Campinas e Mogi Mirim, o objetivo do encontro foi qualificar essa nova geração de educadores, através palestra, debates e vídeo conferencias. O objetivo central é organizar uma nova estrutura, que visa tão somente a aquisição de conhecimento e habilidades por parte dos alunos. “Na verdade essa nova visão já vem sendo implantada aos poucos no Colégio, o que pretendemos com esses encontro é organizar e reforçar a qualificação de nossos professores, Diretora do IECJ Elisa Moraes Mongnana para que o ensino seja competitivo, mas acima de tudo forme O PAI DA NOVA PEDAGOGIA cidadãos para a vida.”, enfatizou irmã Maria José, Representante Legal da Congregação Filhas de O sociólogo suíço Philippe Perrenoud é um dos Jesus de Bragança. novos autores mais lidos no Brasil. Com nove títulos O encontro do sábado, foi publicados em português, vendeu nos últimos com professores das áreas de três anos mais de 80 mil exemplares. O principal Linguagens e Códigos, no mês motivo do sucesso é o fato de ele discorrer, de de maio Bragança vai receber os mestres das áreas de Ciências forma clara e explicativa, sobre temas complexos da Natureza e Matemática, e atuais, como formação, avaliação, pedagogia encerrando no mês de junho diferenciada e, principalmente, o desenvolvimento com os educadores da área de de competências. Ciências Humanas. Saber interpretar a realidade Biografia: doutor em sociologia e antropologia, e utilizar os conhecimentos adquiridos no decorrer da vida ele dá aulas nas Faculdades de Psicologia e de estudantil de forma prática Ciências da Educação da Universidade de Genebra, é o grande desafio desses nas áreas de currículo, práticas pedagógicas e novos parâmetros, com isso, instituições de formação. Escreveu 10 Novas pode-se formar uma nova Competências para Ensinar (Ed. Artmed); Ensinar: geração: mais crítica, reflexiva Agir na Urgência, Decidir na Incerteza, (Ed. Artmed) e atuante na sociedade; além

FOTO: ARQUIVO IECJ

entre outros

O que ele diz: relaciona num de seus livros as dez novas competências para ensinar. Também fala sobre avaliação, pedagogia diferenciada e formação

Encontro do IECJ reúne mais de 150 educadores de toda a rede

Discussão sobre nova realidade do ensino e aprendizagem

Um alerta: as dez competências não contemplam todas as relações que se estabelecem em sala de aula. Por isso, nunca deixe de lado sua sensibilidade e afetividade.


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Casa & Reforma

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Comprador de promessas Imóvel na planta pode revelar defeitos quando pronto, como pouca incidência de sol por EDSON VALENTE /FOLHAPRESS

Comprar um imóvel na planta se assemelha a um encontro às cegas. Alguém - no caso, o corretor- venderá a imagem de um produto que, embora retratado em maquetes, plantas e descritivos, poderá causar surpresas nem sempre agradáveis na hora do cara a cara. Para evitar frustrações, o pretendente deve se ater a detalhes que às vezes passam despercebidos em relação ao que parece ser o partido ideal. Eles dizem respeito a características do entorno do empreendimento - descobrir uma feira livre na porta de casa é um caso clássico-, incômodos causados pela posição da unidade -quando bate pouco sol nos ambientes- e tipos de acabamento e de equipamento utilizados na construção. Sobre conforto térmico, Walter Maffei, arquiteto e professor de projeto e gerenciamento de obras da faculdade de engenharia civil da Universidade São Judas Tadeu, é categórico: a pior face é a sudeste. “O apartamento voltado para ela na cidade de São Paulo sofre com os efeitos de frentes frias”, explica. “E não bate sol, o que também ocorre na face sul. A umidade é muito grande.” Curiosamente, lembra Maffei, muitas vezes esses imóveis são os de frente para a rua, mais valorizados e mais procurados que os de fundo. Para se orientar no local do futuro empreendimento antes de fechar negócio, não é necessário levar uma bússola. Maffei dá a dica: “Nos guias de ruas, a parte superior do mapa é o norte”, diz. “Em uma rua no sentido leste-oeste, se o terreno fica do lado de cima da via, os apartamentos virados para ela são os de face sul.” Especialmente em relação aos quartos, a arquiteta Ana Claudia Pastina sugere que eles se abram para o norte. “São os cômodos que mais têm armários, sujeitos ao mofo, e que ficam a maior parte

do tempo fechados”, afirma. Vistas panorâmicas também podem ser eternas apenas enquanto duram. “É recomendável descobrir se existe a previsão de construção de algum empreendimento ao redor do imóvel”, ensina a arquiteta Moema Wertheimer, diretora da MW Arquitetura.

Promessas Descartar esse encontro às cegas é bem mais fácil do que contornar as desavenças em uma relação tão duradoura quanto a firmada com o imóvel que foi adquirido. Nesse casamento, promessas verbais não costumam valer muito. “A melhor forma de evitar mal-entendidos é fazer perguntas por escrito”, aconselha Octavio Galvão Neto, coordenador da câmara de avaliação do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). “Pode ser enviando um e-mail para o corretor. Se ele não quiser colocar [as respostas] no papel, já será um mau sinal.” Uma maneira de se certificar do que será entregue é analisar o memorial descritivo do bem.

Memorial descritivo é base para reclamações Muitas das surpresas indesejadas na entrega do imóvel comprado na planta podem ser evitadas com a leitura atenta do memorial descritivo do bem antes de fechar o negócio. “É preciso analisar o memorial para saber se os materiais [de acabamento] serão de boa qualidade”, ressalta Emanuela Veneri, sócia-diretora da Arbimóvel, consultoria especializada no mercado imobiliário. Ela alerta que nem sempre as peças publicitárias correspondem à realidade da unidade pronta. “Será possível reclamar na Justiça se a propaganda assegurar um benefício e ele não for entregue, como uma vista maravilhosa para o verde”, cita.

Veneri recorda ter se deparado com casos de churrasqueira equipando o terraço gourmet no decorado do estande, mas não implantada no apartamento vendido. “Não era mencionada no memorial, e o comprador assinou sem ler”, relata. “Às vezes o folheto publicitário mostra um desenho de equipamentos na sala de ginástica e se trata de uma ilustração artística que não será exatamente fiel à realidade”, menciona Octavio Galvão Neto, do Ibape-SP. “O comprador pode entender que aqueles aparelhos serão entregues, e nem sempre isso acontece.”

Provas O aeroviário Luiz de Amo, 25, conseguiu desfazer a compra de um apartamento na planta, localizado no distrito do Cursino (zona sul), mesmo sem ter provas por escrito de promessas que não foram cumpridas. Ele conta que um dos argumentos de venda do corretor era a vista para uma grande área verde, o que o levou a escolher um andar mais alto. “Em frente à futura portaria, notamos alguns barracos. A construtora nos disse que sua remoção estava sendo providenciada e que seria construído ali um supermercado”, diz. “Resultado: a favela cresceu mais rapidamente que a obra.” O aeroviário quis cancelar a aquisição. “Passei a pressionar a empresa com comunidades no Orkut, blog, e-mails. Não tinha nada documentado em relação às promessas, mas aceitaram trocar o imóvel por outro no Jaçanã [zona norte].” Nem sempre, porém, é viável reverter um prejuízo sem documentos. Tampouco o vendedor vai levantar a bola para possíveis problemas, observa Maria Inês Dolci, advogada e coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor). “Ninguém vai avisar que há uma feira na porta do prédio”, afirma. “Não dá para comprar [o imóvel] de imediato. É preciso visitá-lo em horários diferentes, checar as condições do terreno e sua localização.”

FOTO STOCK

Pesquise histórico da construtora Uma das precauções antes de comprar um imóvel na planta é pesquisar criteriosamente a construtora, a incorporadora e a vendedora, diz Emanuela Veneri, da Arbimóvel. “Visite prédios que a empresa construiu, converse com moradores, busque fóruns na internet. E consulte o Procon [Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor].” O ranking das empresas mais reclamadas em 2009 está em www.procon.sp.gov.br/reclamacoes. asp?ano=2009


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Comportamento FOTO: MARCELO JUSTO/FOLHA IMAGEM/FOLHAPRESS

Positivo

e operante

25 anos após os testes do primeiro remédio para combater a Aids, portadora do vírus HIV conta como é ter a doença há mais de duas décadas por RACHEL BOTELHO/FOLHAPRESS

No princípio, era o fim. Há 25 anos, quando o primeiro medicamento para tratar pacientes com HIV começou a ser testado, o diagnóstico da doença equivalia a uma sentença de morte. Desde que surgiram os primeiros pacientes da epidemia, em 1981, o AZT era a primeira e única esperança para os infectados. Apesar da boa notícia, perderam-se muitas vidas até que o remédio se tornasse acessível. A distribuição gratuita no Brasil começou em 1991, mas, até meados da década de 90, o tratamento era para poucos. ‘Ou o sujeito tinha muito dinheiro e comprava de importadores ou contava com iniciativas isoladas de algumas prefeituras’, lembra Esper Kallas, infectologista da USP. Além disso, o AZT estava longe de ser uma panaceia. A dosagem prescrita na época, o dobro da atual, provocava efeitos colaterais como anemia e intolerância gastrointestinal e deixava de agir após um ano, em média. ‘Houve grande resistência ao tratamento [por parte dos pacientes]. Na maioria dos casos, nem eu me convenci de seu impacto’, afirma o oncologista Drauzio Varella, que tratou alguns dos primeiros doentes de Aids do país. Rosa Alencar, da Coordenação Estadual de DSTAids, concorda. ‘O AZT teve um impacto relativo porque não trazia melhora sustentada.’ Até o grande salto no combate ao problema, que o colocou no patamar das doenças crônicas em que se encontra hoje, passaram-se dez anos. Em 1995, o desenvolvimento dos primeiros inibidores de protease, drogas que agem em um estágio avançado da multiplicação do vírus nas células de defesa, mudou todos os paradigmas de tratamento. ‘A evolução foi absolutamente inacreditável’, afirma Varella. Nessa época, o exame de carga viral possibilitou uma avaliação mais acurada da progressão da doença, ajudando a definir o melhor momento de iniciar o tratamento. ‘Pela primeira vez, conseguimos deixar pessoas com a carga viral

indetectável. Muita gente hoje é sobrevivente desses dias’, diz Kallas. No ano seguinte, a lei de acesso universal aos antirretrovirais foi aprovada, alçando o Brasil ao posto de protagonista mundial na luta contra a Aids. Segundo a Unaids, braço da ONU para o tema, as mortes decorrentes da doença caíram 18% desde o lançamento dos coquetéis, mas a transmissão está longe de ser interrompida. No Brasil, onde 700 mil pessoas carregam o vírus, menos da metade sabe que é portadora. ‘Aqui, 16% dos pacientes morrem no primeiro ano porque o diagnóstico está sendo feito tarde’, diz Kallas. Com a ameaça de morte mais distante, os próximos desafios incluem ampliar o diagnóstico e minimizar os efeitos colaterais da medicação. Se as conquistas nessa área continuarem no rumo certo, mais pessoas poderão viver com o vírus pelos próximos 25 anos ou mais.

Não penso no futuro Desde 1997, quando lançou o livro ‘Depois Daquela Viagem’ (ed. Ática, 279 págs., R$ 32), no qual relata sua experiência como portadora do HIV, Valéria Piassa Polizzi é um nome familiar para adolescentes e adultos que aprenderam com ela os riscos da infecção. Adotado pelas escolas, o livro teve mais de 300 mil exemplares vendidos e foi traduzido em diversos países. Desde aquela época, a garota que recebeu a notícia de que não viveria mais do que seis meses no auge de sua juventude percorreu o Brasil dando palestras, viajou pelo mundo, casou, separou, escreveu outros dois livros e concluiu uma faculdade. Aos 39 anos, Valéria convive com o vírus da Aids há 23 , foi contaminada nas primeiras relações sexuais, por um namorado. ‘Era uma doença de homossexuais masculinos, parecia muito distante da gente, meninas de classe média.’ Soube que tinha o HIV por seu pai. ‘Diziam

que vivia dez anos quem tinha muita sorte. A vida foi parando. Fiz três meses de faculdade e larguei. Pensava: “Não vai dar tempo de acabar’.’ Pouco depois de voltar de uma viagem aos EUA, Valéria foi internada. O médico que a acompanhava havia indicado a hora de iniciar o tratamento, mas ela saiu do consultório e não voltou mais. ‘”Para que, se vou morrer de qualquer jeito?’, pensava. Eu via o efeito colateral do AZT nas pessoas.’ Aos 24 anos, passou um mês no hospital, com tuberculose renal, pela primeira e única vez. Depois de um ano, o médico suspendeu o AZT, que parava de fazer efeito. Nessa época, começou a escrever o livro. Após um intervalo de quase dois anos sem medicação, o coquetel foi lançado e Valéria voltou a se tratar. As viagens constantes eram o único plano que ela se permitia fazer. ‘Não conseguia pensar a longo prazo. Era, no máximo, para o mês que vem.’ Quando ela tinha 26 anos, o livro foi publicado. Valéria viajou pelo país inteiro dando palestras e ganhou uma coluna em uma revista voltada para adolescentes. Alguns anos depois, conheceu o ex-marido, ‘que era soronegativo e continua sendo’, na Nova Zelândia. Depois de ficar três anos na Áustria, onde ele morava, voltaram ao Brasil. ‘Estava com 33 anos, não morri e não fiz faculdade. Queria estudar e me formei em jornalismo.’ Agora, dedica-se à pós-graduação em criação literária. Valéria tem problemas renais

Retrato de Valéria Polizzi, 39, que pegou o vírus HIV aos 16 anos, com o primeiro namorado. Ela escreveu um livro sobre sua experiencia, ‘Depois daquela viagem’, e deu muitas palestras em escolas

e faz exercícios físicos para combater a lipodistrofia, um problema de má distribuição da gordura corporal que também eleva o colesterol e os triglicerídeos. Toma antidepressivos, como a maioria de seus amigos soropositivos. Com a carga viral indetectável ‘há muito tempo’, ela encara o HIV como doença crônica. ‘Vida normal que a gente fala é conseguir trabalhar, estudar, mas eu tenho uma doença. Está controlada, mas está aqui.’ Mesmo tendo ultrapassado os prognósticos mais favoráveis, Valéria ainda acha difícil fazer planos de longo prazo.


Informática

&

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Tecnologia

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FOLHAPRESS/IMAGE SOURCE/MASH

e-Lixo e seus perigos Estudo da ONU mostra Brasil no topo do ranking de produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores por AMANDA DEMETRIO/BRUNO ROMANI/FOLHAPRESS

O Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores entre 11 países emergentes e em desenvolvimento selecionados para um estudo conduzido pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). A pesquisa da agência da ONU foi divulgada no final de fevereiro pela organização. Com o número de 0,5 quilo de e-lixo per capita por ano, o país está em piores condições que o Quênia, Uganda, o Senegal, o Peru, a Índia, a China, a África do Sul, o Marrocos, a Colômbia e o México. Além do índice, a ONU criticou a legislação brasileira: ‘Informações sobre e-lixo no Brasil são escassas; em termos de políticas e legislação, a falta de uma lei abrangente de gestão de resíduos pode ser vista como o maior obstáculo para uma regulação específica do lixo eletrônico no Brasil.’

Quantidades Os valores foram calculados pelo Pnuma com base em avaliações sobre lixo eletrônico de cada país, mas alguns dados foram estimados. Foi avaliado o mercado de PCs (incluindo computadores de mesa com seus monitores e notebooks), impressoras, celulares, televisões e refrigeradores. Dados de 2005 citados pelo estudo da ONU mostram que o país gera 96,8 mil toneladas por ano de lixo oriundo de PCs, 17,2 mil toneladas por ano de restos de impressoras, 2.200 toneladas por ano de descartes de celulares, 137 mil toneladas por ano de lixo EDITORIA DE ARTE\FOLHA IMAGEM

vindo de TVs e 115,1 mil toneladas por ano de restos de refrigeradores.

Contaminação Os resíduos de lixo eletrônico, quando não descartados corretamente, acabam por contaminar solo e lençóis freáticos, já que aparelhos eletrônicos trazem mais de 60 tipos diferentes de substâncias. Entre elas, muitas são tóxicas. No Brasil, a questão se agrava por não haver regulamentação específica para o assunto. Para minorar o problema, diversas organizações recebem doações de computadores e algumas empresas providenciam o descarte ou reciclagem de produtos usados. Mas a logística reversa (o fabricante ou comerciante receberem de volta o que venderam) ainda não é prevista em lei, a não ser nos casos das pilhas. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, projeto em andamento no Congresso, a logística reversa deverá se tornar obrigatória.

Restos de PCs podem provocar doenças Os eletrônicos podem conter até 60 diferentes elementos. Alguns são valiosos, alguns são perigosos e outros reúnem as duas características, segundo o relatório de e-lixo do Pnuma, programa da ONU. Grande parte disso é perdido em esforços de coleta insuficientes, reciclagem inapropriada ou com a exportação ilegal de lixo. Nesse processo, diz o estudo da ONU, grandes emissões de substâncias perigosas são liberadas. E isso pode afetar a sua vida diretamente. ‘Com relação ao lixo mais comum (como celulares, TVs e baterias), o risco de contaminação é, principalmente, por meio do solo, dos esgotos e do lençol freático, o que acaba contaminando a água potável, a água de irrigação de plantações e os alimentos plantados nesse solo’, explica Eduardo Mello De Capitani, do Centro de Controle de Intoxicações da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Substâncias tóxicas As principais substâncias tóxicas existentes nesse tipo de lixo são elementos químicos como o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o níquel e o berílio, segundo Capitani. Chumbo, mercúrio e cád-

FOTO: REPRODUÇÃO

mio estão associados à intoxicação de humanos e animais, segundo o especialista, e as crianças são as principais vítimas. O cádmio, explica Capitani, está relacionado a alterações renais. Apesar disso, ele explica que a quantidade dos elementos tóxicos encontrada em cada aparelho é pequena, mas, quando vários Colar com tubo de vácuo usa peças de diversos dispositivos são armazenados equipamentos, incluindo um par de terminais em más condições, as subseletrônicos; veja mais informações em bit.ly/colarelixo tâncias podem se concentrar e migrar para o solo ou para o criticar a iniciativa da ONU em gerar esse lençol freático. tipo de relatório, mas a forma como ele foi Uma exceção são as baterias automotivas, feito, a metodologia utilizada. Uma boa parte que têm grande quantidade de chumbo. disso é inferência, não é baseada em dados precisos’, diz. Sobre a falta de dados no estudo sobre o Brasil, o representante da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo diz que ainda não existe nada para mensurar a produção de e-lixo. Governo, fabricantes e

País vai gerar mais e-lixo, diz especialista

ambientalistas analisam a posição do país no ranking da ONU; metodologia sofre críticas

Governo, fabricantes e especialistas reagiram ao estudo que coloca o Brasil na primeira colocação, entre países emergentes e em desenvolvimento, no topo da produção per capita de lixo eletrônico proveniente de computadores. ‘É uma aferição econômica com a qual concordamos. O Brasil será um grande gerador de resíduos nos próximos anos’, afirma Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de planejamento ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. Carvalho credita a posição do Brasil à ampliação da inclusão digital no país e ao aumento do poder aquisitivo das classes C, D e E. João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da Itautec, diz, ‘Não dá para negar que a tecnologia vem barateando e que há um aumento no acesso. Esse dado da ONU tem um pouco a ver com o nosso perfil recente de consumo’. Já a comparação feita entre os países para a produção do relatório é questionada por Angela Cassia Rodrigues, doutoranda de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). ‘No caso do Brasil, devido a ausência de dados históricos de vendas, foi utilizada informação da base de PCs instalada, entretanto, não existe no relatório fontes de referência dessa informação.’ aponta. Segundo ela, a estimativa para os outros países foi realizada com base nos dados de produtos colocados no mercado, portanto a comparação ficou ‘arriscada e prejudicada’ porque os métodos de estimativa foram diferentes. O representante da Itautec questiona a metodologia do estudo. ‘Não é adequado

Ranking do Greenpeace avalia fabricantes de eletrônicos No documento ‘Guia de Eletrônicos Verdes’, o Greenpeace avalia, desde 2006, as ações das companhias em relação ao meio ambiente. Dezoito dos maiores nomes do setor ganham notas entre 0 e 10 e são ranqueados. Na versão mais recente do estudo, de janeiro deste ano, apenas duas empresas tiveram nota acima de seis. A Nokia ficou com o primeiro lugar, com nota 7,3, enquanto a Sony Ericsson apareceu em segundo, com 6,9. Todas as outras 16 empresas ganharam notas entre 1,4 e 5,3. O último lugar foi da Nintendo, posto que ela ocupa desde a primeira vez em que apareceu no guia, em novembro de 2007. A Microsoft, recebeu 2,4, o que lhe rendeu a penúltima colocação. A ONG considera três critérios ao montar seu ranking: a presença de substâncias químicas perigosas nos eletrônicos, a reciclagem que a empresa faz de seus eletrônicos que se tornaram obsoletos e a redução do impacto causado pelos eletrônicos e pelas operações da companhia. A avaliação é feita a partir de dados publicados pelas próprias empresas.

Fabricantes de PCs Entre os fabricantes de computadores, os piores colocados foram Lenovo (2,5), Fujitsu (3,5) e Dell (3,9). A Lenovo é criticada no documento por não apoiar reduções globais obrigatórias dos gases que causam o efeito estufa. A Fujitsu perdeu pontos por ter um baixo índice de plástico reciclado em seus produtos. Já a Dell teve desempenho negativo por não ter uma data para eliminar algumas substâncias tóxicas de seus produtos. As três empresas foram procuradas pela Reportagem. A Dell e a Lenovo não responderam; a Fujitsu informou que não teria condições de preparar as respostas a tempo.


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Informática

&

Tecnologia FOTO: RODRIGO BRAGA/FOLHA IMAGEM

Bomba de

Verdade

Anabolizantes atraem jovens em busca do corpo perfeito; muitos usuários desconhecem perigos por TARSO ARAUJO /FOLHAPRESS

“Não tenho medo de perder o braço, mas de ficar “frango’”, diz Jonas*, 22, que usa “bomba” desde os 14 anos. E “frango”, se você não sabe, quer dizer fraco. A frase do jovem expressa bem o sentimento de quem recorre a essas substâncias em busca de um corpo forte em tempo recorde: ficar em forma é mais importante do que a própria saúde. Há meses sem malhar, ele nem toma mais os anabolizantes esteroides, hormônios sintéticos que ajudam os músculos a crescer mais rápido. Injeta nos bíceps um remédio veterinário comprado sem receita em pet shops e apenas aumenta o volume do braço. “Se aplicar errado, o braço necrosa e tem que amputar”, diz, antes de dar uma risada. William*, 18, é mais cauteloso. Ele está esperando parar de crescer para começar a tomar, já que os anabolizantes podem atrapalhar o crescimento. “Quero tomar para melhorar meu corpo. É uma questão de autoestima”, diz ele. Apesar de afirmar estar satisfeito com seu físico, diz que “querer melhorar nunca vai ser ruim”. Para ele, a vontade de tomar é combinação de pressa por resultado e curiosidade - coisas de gente da sua idade. “Tenho muitos amigos que tomam. Muitos mesmo. Todos entre 18 e 20 anos.” Jéssica*, 24, começou a malhar porque não gostava das pernas finas -”tinha vergonha de usar short”- e acabou gostando: virou campeã brasileira e sulamericana de levantamento de peso. Ela diz que resistiu à “tentação”, mas que

não foi fácil. “Era louca para tomar “bomba”. É a coisa mais normal no meio [do esporte]. Mas eu tive um ótimo treinador, que me falava sobre os efeitos. Vi amigas se transformarem com o tempo, com voz grossa, criando barba, espinhas...”

Pressa e trauma Para alguns, como Bruno*, 22, a experiência foi traumática. Aos 18, ele queria ficar forte. “Era epidemia aqui onde eu morava. Todo mundo malhava. E eu tinha pressa, né?”, conta. Comprou duas ampolas de anabolizante injetável e aplicou-as em si próprio, uma por semana. “Não deu resultado.” Depois comprou outro, em comprimidos. “Tomei um por dia, por duas semanas.” Aí o resultado apareceu. “Fiquei sete dias internado. Um em coma.” O diagnóstico foi uma crise hepática aguda, causada pelo excesso de hormônios no sangue. “Nunca mais eu tomo”, diz. Por causa de casos como esse, o deputado federal Capitão Assunção (PSB-ES) criou um projeto de lei no Congresso Nacional para tratar vendedores clandestinos de anabolizantes da mesma maneira que traficantes de drogas. Mesmo que isso aconteça, a decisão entre saúde e beleza sempre vai ser de quem toma. “Em pessoas mais jovens, os efeitos colaterais podem ser piores”, diz o especialista em fisiologia do exercício Paulo Zogaib, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). __________________________________ *Nomes fictícios

Usuários compram produtos em farmácias e na internet

Boa parte desses remédios entram no país via contrabando, pela fronteira com o Paraguai, onde são vendidos sem nenhum tipo de receita. “Eles não têm data de validade, local de fabricação. Pegamos gente de todo perfil trazendo esses remédios. Muitos são jovens, trazendo as ampolas na mochila”, diz o delegado da Polícia Federal Marco Smith, coordenador do reforço às fronteiras no Paraná.

Anabolizantes esteroides são remédios: a força que eles dão para os músculos é fundamental para pessoas que têm problemas de verdade, como idosos com perda excessiva de massa muscular ou crianças com problemas hormonais. Por isso, eles são vendidos em farmácias. Mas com receitas e controle especiais: O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM a saída de cada ampola da farmácia deve ser reportada à Anvisa (Agência Entenda como anabolizantes aceleram produção de Nacional de Vigilância Sanitária). músculos e o porquê de seus efeitos colaterais Ainda assim, é possível conseguir as “bombas” sem receita. A “bomba” natural “Cheguei a comprar em farmácia 20 Nosso corpo tem um anabolizante natural, a ampolas de uma vez só, para meu testosterona, o hormônio masculino. Um de seus namorado. E eu era menor”, diz Jésefeitos é estimular a produção de músculos ao sica*, 24. ligar-se à membrana de células musculares Para Jonas*, é mais fácil ainda. “Tenho E a versão artificial fornecedores. Telefono e pego na casa Os anabolizantes são hormônios sintéticos que deles”, diz. imitam a testosterona. Eles se ligam aos mesmos Na internet, também não é difícil encaixes que ela e produzem alguns dos mesmos comprar. O Teen fez um teste: com efeitos uma simples busca no Google, a reConcorrência externa portagem localizou vendedores com O excesso de anabolizantes “externos” faz a sites próprios e perfis em redes sociais produção natural de testosterona diminuir e como o Orkut. desequilibrar-se. Uma parte do anabolizante que A encomenda foi por e-mail. O pasobra também pode virar estrogênio, hormônio gamento, de R$ 145, via depósito feminino bancário. E a entrega, dois dias depois, pelo correio. Saída problemática O excesso de hormônios também sobrecarrega O detalhe é que, no rótulo do produo fígado, que metaboliza essas substâncias, e to, importado dos Estados Unidos, costuma causar problemas hepáticos estava escrito: “Para uso somente em animais”.


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Seus Direitos e Deveres

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colunadoconsumidor@yahoo.com.br

CONSUMIDORES NA FESTA DO PEÃO GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA

Dos dias 16 a 25 de abril estará acontecendo na cidade de Bragança Paulista a 45ª ExpoAgro e 18ª Festa do Peão de Boiadeiro, evento que mistura a exposição de animais, rodeio, shows e barracas de comidas e bebidas, além de colocar à disposição do público um parque de diversões. A ExpoAgro é organizada por empresa vencedora do processo licitatório instaurado pela Prefeitura, visando à contratação de empresa especializada na organização desse tipo de evento. O que nos interessa é saber quais os direitos possui o consumidor desses serviços. Sim, quando alguém adquire o ingresso que o autoriza a ingressar no recinto onde a festa estará sendo realizada, contrata um serviço. A partir desse momento instala-se entre o cidadão e a empresa responsável pela organização do evento, uma relação de consumo. Isso porque estão presentes, de um lado o consumidor e de outro, o fornecedor. Consumidor, à luz do artigo 2º da lei 8078/90, é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final. Por sua vez, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (art. 4º da lei 8078/90). Por essa razão, incide sobre essa relação as regras previstas no Código de Defesa do Consumidor, especialmente, aquela que dispõe sobre a responsabilidade do prestador de serviço, estabelecendo que “o fornecedor de serviço responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. É certo, contudo, que nessa relação consumerista encontram-se presente outros atores, como os proprietários das barracas de alimentos.

Os “barraqueiros” como, comumente são chamados, pagam ao organizador do evento determinada quantia em dinheiro para que possam montar suas barracas e vender os produtos alimentícios. Nesses casos em que mais de uma pessoa se encontra ocupando o polo ativo da relação consumerista como fornecedor de um produto ou serviço, surgirá a solidariedade, podendo o consumidor exigir de qualquer deles a integral reparação dos danos sofridos. Isso porque ao consumidor é conferido o direito de intentar as medidas contra todos da cadeia de responsabilidade que proporcionaram a colocação do produto no mercado ou a prestação do serviço. O consumidor poderá optar entre exigir da empresa organizadora do evento ou do fornecedor direto do alimento, a reparação de qualquer dano que lhe sobrevier em razão da aquisição do produto comercializado. O mesmo acontece com o parque de diversão instalado no recinto onde o evento acontece. Com relação a ele cabe ressaltar que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, todos os brinquedos devem trazer instruções em língua portuguesa. O Procon orienta que o estabelecimento deve exibir em local visível os preços para cada tipo de serviço oferecido, bem como o tempo de duração. Restrições, como em relação à idade do consumidor, devem estar bem evidenciadas. Os grandes parques de diversões costumam cobrar um valor único pelo ingresso, dando ao consumidor a opção de utilizar-se à vontade de todos os brinquedos. A questão de segurança nesses locais é muito importante. No caso de parques menores, o consumidor deve atentar ao alvará de funcionamento do local. Se ele não existir, é melhor não arriscar. Quanto ao rodeio em si e aos shows que são oferecidos, é da empresa organizadora do evento toda responsabilidade pela correta prestação desses espetáculos. Ela é responsável por fornecer informações suficientes e adequadas sobre a sua fruição e riscos. Além de possuir o dever de garantir que o evento realmente ocorra. Assim, caso um show seja desmarcado, por qualquer motivo, o consumidor deve ser restituído de todos

os prejuízos que sofrer, ainda que a empresa organizadora não tenha agido com culpa para a sua ocorrência. Da mesma forma é de responsabilidade da empresa organizadora garantir a segurança, de modo geral, dos consumidores. Assim, por exemplo, em havendo qualquer incidente envolvendo os animais e os consumidores, bem como a estrutura da arena de rodeio, arquibancadas e camarotes, ou, ainda, atitudes dos próprios consumidores que coloquem em risco os demais, como por exemplo, a prática de crimes, a empresa organizadora de evento é a responsável por reparar os danos desses fatos advindos aos consumidores. Em todos os casos em que a responsabilidade pela reparação dos danos for da empresa responsável pela organização do evento, tendo em vista que o serviço que ela presta lhe fora delegado pela Administração Pública por meio de contrato, esta responderá subsidiariamente frente a esses danos. Assim, caso a empresa não possua condições financeiras suficientes para reparar os danos sofridos pelos consumidores em razão da prestação do serviço para qual foi contratada, poderá a Administração Pública ser chamada para tanto.

Como o consumidor deve proceder Uma vez informado dos seus direitos, o consumidor deve entrar em contato com o fornecedor para tentar um acordo amigável. A melhor forma de fazer isto é através de carta, fax ou e-mail, não se esquecendo de obter, sempre, um comprovante da aquisição do serviço ou produto. Muitas vezes o consumidor opta pelo contato telefônico. Mas, se a situação se complicar, o melhor é se garantir, procurando comprovar todos os contatos de forma escrita. É muito importante que o consumidor guarde o comprovante de ingresso do evento e do parque de diversão, bem como os recibos, de qualquer espécie, fornecidos pelos “barraqueiros”. Pois, como já ressaltado, fica o consumidor isento de provar que o dano sofrido lhe foi causado por culpa do fornecedor, mas é seu dever demonstrar que ele adveio na relação de consumo que fora

estabelecida entre eles. Contudo, na relação de consumo o ônus da prova pode ser invertido. Normalmente, aquele que alega tem o ônus de provar, entretanto, o legislador, atento ao fato de nas relações de consumo o consumidor é a parte frágil da relação, tornando-se vulnerável em razão de não ser detentor das informações a respeito do produto ou serviço colocado a sua disposição pelo fornecedor, abre a possibilidade de ser invertido o ônus da prova, bastando ao aquele alegar e ficando a cargo do fornecedor provar a sua inocência. Ainda assim, como precaução nunca é demais, recomenda-se que o consumidor tome o cuidado de guardar tudo o que pode ser usado como prova da aquisição do serviço ou produto, especialmente nos casos em que o fornecedor não lhe confere recebido de pagamento. Devendo-se, contudo, ressaltar, que o recibo de quitação é um direito de todo aquele que cumpre com uma obrigação, seja a de pagamento pela aquisição de um produto ou serviço, ou, qualquer outra. Sabe-se, porém, que na prática muitos fornecedores se recusam a fornecê-lo. Cabe ao consumidor escolher o fornecedor levando em conta também esse fator, porém, como na prática, principalmente nesses eventos, o consumidor não se atém a esse detalhe, preferindo realizar a escolha muito mais pela espécie de produto ou serviço, ou mesmo sua qualidade, é possível que a prova seja feita por meio de ouvida de testemunhas. Caso a composição amigável não seja atingida, abre-se ao consumidor a via judicial. Para tanto, deverá, dentro de um prazo de cinco anos a contar do evento danoso, contratar um advogado de sua confiança, o qual desempenhará a tarefa de relatar ao juiz de direito como os fatos ocorreram, requerendo que o consumidor seja reparado pelos danos que suportou. Até a próxima!! Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810


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