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Bragança Paulista

Sexta

03 Setembro 2010

Nº 551 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para Pensar EXPEDIENTE Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

Banquete para marginalizados MONS. GIOVANNI BARRESE

Por coincidência ou não, temas da Palavra de Deus nas celebrações dominicais, e a proximidade das eleições têm instigado a pensar na grave responsabilidade que cada cristão carrega. A fé assumida e declarada na pessoa de Jesus Cristo obriga, necessariamente, a atitudes coerentes. De tal forma que não se caia num professar de palavras, descolado da atuação correspondente. Lembrei, em artigo anterior, a citação do Evangelho de Lucas (13,22-30) e Mateus (25,31-46) que falavam da injustiça e da prática da justiça, respectivamente. O viés religioso deve iluminar as ações. Estas devem dar concretude à fé. Dou um passo a mais na mesma tese. Noutro texto de Lucas Jesus diz: “Ao dares um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos

ricos; para que não te convidem por sua vez e te retribuam do mesmo modo. Pelo contrário, quando deres uma festa, chama os pobres, estropiados, coxos, cegos; feliz serás, então, porque eles não tem com que te retribuir. Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos” (14,1214). Esta indicação Jesus a deu numa casa de fariseu (cumpridor fundamentalista da Lei) onde fora convidado mais para ser espiado do que por amizade. Como entender a palavra de Jesus. Não se deve fazer festa com amigos? As relações familiares e de amizade não são importantes? A intenção do Senhor é outra. Os pobres, estropiados, coxos e cegos são referência a todos aqueles que eram marginalizados na sociedade judaica. Doença e deficiência física eram consideradas consequência de pecado. Pecador não entrava no templo. Pecador era amaldiçoado.

Jesus quebra este modo de pensar e agir. Os que estão à margem é que devem ser convidados ao banquete. O Reino de Deus foi feito para todos e não para privilegiados. A integração dos que não contam é prioridade na evangelização. Na luz da Palavra trago a realidade da política de partidos. Conversei, nestes dias, com um empresário lesado por pessoas que exerciam (exercem) cargos políticos ou que são figurões em seus partidos. Serviços não pagos, propinas de toda espécie. Fiquei estupefato com a citação de nomes. Dinheiro pedido na “cara dura” para campanhas eleitorais ou para “facilitação” na tramitação burocrática. Disse-me quanto e a quem pagou. Resultado final. Nada recebeu e perdeu quase todo o patrimônio. Está certo que errou também ele no aceitar o achaque. Mas isso mostra o quanto ainda temos de caminhar

para a limpeza na relações entre poder e povo, candidato e eleitor. Não é sem razão que o projeto “Ficha Limpa” penou para ser aprovado. Não é sem razão que tentaram desfigurá-lo. E não é sem razão que tentam fazer com que não funcione. Muito se tem falado que a sociedade, como um todo, está como que inerme diante das eleições. Parece que não há nada para fazer. Aqui entra, sem dúvida, a necessária tomada de atitude dos cristãos e de todos os que comungam os ideais de honestidade, justiça. As coisas não podem ficar como estão. Há necessidade de uma conscientização que leve a assumir compromisso vital com a ética e a verdade. Sabe-se que é um processo longo e difícil. A sociedade está de tal forma esgarçada nos seus valores que parece impossível qualquer outro caminho que não seja o que já

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.

conhecemos e com o qual convivemos. Longe de nós perdermos a esperança. Esta nos deve levar a agir. Construindo etapas. Não se chegará ao ótimo sem passar pelo ruim, menos ruim, regular, bom... Só não temos direito de jogar os remos e deixar o barco correr. Se isto acontecer o destino é fatal: a morte na cachoeira da mediocridade. Ninguém foi chamado à vida para ser medíocre. O bando de marginalizados, criados pela nossa injustiça, está às portas, pedindo para entrar numa festa que é de todos! Não sejamos surdos.


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Desconstruindo

o vestido Nova tendência nos ensaios fotográficos

Segundo Toleba o “Trash the Dress” é a oportunidade que os casais tem em fotografar nos lugares mais inusitados

colaboração Shel Almeida FOTO: TOLEBA

Desconstruir é desfazer o que foi que nada incomodava”, conta. “Saímos de construído, desagregar. No caso Bragança às dez da manhã e encerramos o da nova tendência de ensaios foto- trabalho às sete da noite. Apesar da fome gráficos para casamentos, chamada “Trash todo mundo estava satisfeito, foi um dia the Dress” o que se desconstrói é a áurea inesquecível”, completa. O casal foi fotoque envolve o vestido de noiva. A tradução grafado também em pedras e até debaixo para o termo em inglês é “jogue o vestido de uma ponte. no lixo”, ou seja, tire o ar de imaculado que envolve o vestido de noiva. Esse conceito Direção pode ser utilizado tanto por aquelas que já Todas as cenas fotografadas são dirigidas pelo são casadas e voltaram à realidade depois fotógrafo o que, segundo Toleba, possibilita do “foram felizes para sempre” como por que qualquer pessoa possa fazer um ensaio aquelas que não se vêem vestidas de branco como esse. “O casal assume um personaem uma ocasião formal, como um casamen- gem, não parece que estão posando”, fala. to na igreja. Para Toleba, Para isso existe a direção de imagem, além do uso fotógrafo especializado em casamentos, a nova tendência É a união do de recursos como o uso de adereços, como: botas, é muito mais democrática. tradicional com jaquetas, ou o que entrar Num casamento formal não há como se sair do o inusitado na fantasia do casal, sem contar o lugar escolhido. roteiro, o que faz com que “Pode ser no campo, numa os álbuns acabem seguinToleba fábrica, numa construção, do um padrão, por maior num ferro velho. A idéia é que seja a criatividade do fotógrafo. No “trash the dress” o casal pode colocar o vestido num lugar que nunca se “pirar”, fotografar em locais completamente imaginou.” Ele aproveita e brinca comigo: inusitados, como uma praia ou um campo, “Garanto que você também já imaginou um por exemplo. A idéia é que não haja a pre- lugar onde faria um ensaio assim.” Verdade ocupação em não sujar o vestido, ousar a seja dita, mesmo quem nunca foi ligado em cerimônias tradicionais, não resiste a ponto de colocá-lo em risco. se imaginar vestida para fotos assim. Para Toleba a grande diferença nesse tipo de Túnel O “trash the dress” foi uma criação ame- trabalho é buscar algo que não se encontra ricana, no Brasil se difundiu primeiro no no dia a dia. “É a união do tradicional com sul do país. Segundo Toleba, os americanos o inusitado”, define. No entanto ele afirma são mais extremistas no conceito, chegam que, para o resultado final ser como espea ser radicais: pixam e rasgam o vestido. rado é preciso que haja interação entre os Aqui a coisa é mais leve porque, de acor- noivos e a equipe. No caso desse primeiro do com Toleba “o brasileiro faz com mais ensaio que produziu o casal já está junto magia”. Ele conheceu a nova tendência a há um tempo. Mas Toleba afirma que esse cerca de dois anos, por meio de um amigo tipo de trabalho pode ser feito logo após os também fotógrafo. Até encontrar um casal noivos voltarem da lua de mel, ou mesmo que aceitasse entrar na brincadeira levou por quem não se casou na igreja. Pode até um tempo. Encontrou amigos que estão ser um presente de aniversário de casamento numa ótima fase no casamento de mais para ambos. de dez anos e que toparam de imediato o convite, quer dizer, ao menos ela. “Os O vestido homens demoram mais para aceitar, a A grande preocupação das noivas e das lojas preocupação sempre parte deles”, afirma de aluguel de vestidos é o cuidado com a Toleba. O processo todo, desde o convite peça. Mas mesmo sujando com areia e água até o ensaio, levou em torno de vinte dias. do mar, depois de lavado ele fica como novo. Primeiro ele estudou o perfil do casal para Portanto não há com o que se preocupar. encontrar a locação ideal. Depois precisou Como Toleba explicou, no Brasil não funencontrar empresas parceiras. Lulu Art’in cionou o extremo de rasgar o tecido. Todo o Noivas e Spassu Plaza compraram o conceito processo é acompanhado por profissionais e emprestaram vestidos escolhidos pela noiva que estão ali para auxiliar e cuidar para que para o ensaio, além de acompanhar a equipe tudo ocorra da melhor maneira. Toleba define de fotógrafos, cabeleireiro, maquiadores e o álbum tradicional como uma obra de arte segurança, digna de um editorial de moda. tradicional e o trash the dress como obra O lugar escolhido foi uma praia em Ubatu- de arte contemporânea, que pode chegar ba. Toleba conta que no dia anterior teve a ao surrealismo, dependendo de até aonde o idéia de fotografar no túnel pelo qual iriam casal quer ir. Em relação a preço ele diz que passar e mesmo sem referência resolveu ainda não pôde definir um valor já que este arriscar. “A gente parou no acostamento. foi seu primeiro trabalho neste conceito. Mas As pessoas passavam gritando, mas não que certamente será mais barato que um ligamos. Estávamos todos tão envolvidos álbum de casamento tradicional.

FOTO: TOLEBA

FOTO: TOLEBA

FOTO: TOLEBA

FOTO: TOLEBA

Ficou com vontade? Entre em contato com Toleba pelo site: www.tolebafotoimagem.com.br ou no youtube: www.youtube.com/watch?v=s3_1qeFyb6Q


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Casa & Reforma

Separação pede novos contratos Compromissos de aluguel e financiamento imobiliário devem ser reavaliados após o divórcio

por ADRIANA ABREU/FOLHAPRESS

As dores de cabeça de um casamento malsucedido podem não terminar com o divórcio. Após a separação, muitos casais continuam unidos por contratos imobiliários com financiadoras ou locadoras de imóveis. A desatualização desses contratos pode criar problemas tanto para o cônjuge que não ficou com o imóvel como para seus fiadores. Ao decidir pela separação, o casal deve avaliar todos os contratos imobiliários. “Em caso de aluguel, a preocupação é maior”, afirma o advogado Paulo Ribeiro. “O casal tem a obrigação de avisar ao proprietário do imóvel e ao fiador que está se separando, e a notificação deve ser feita oficialmente. De acordo com a Lei do Inquilinato (n.º 12.112/2009), que entrou em vigor neste ano, em caso de divórcio dos locatários, o fiador tem até 30 dias para se exonerar da obrigação caso se sinta ameaçado, mesmo que o contrato esteja no período de vigência. “Define-se por qual dos dois o imóvel será ocupado”, explica Jacques Bushatsky, diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). Para Ribeiro, em caso de divórcio, é recomendável firmar um novo contrato, e não apenas alterar o que já existe. Se houver alteração no fiador, o cônjuge que seguir no imóvel tem 30 dias para encontrar nova fiança.

Dificuldade

A burocracia para partilhar um imóvel adquirido em conjunto leva muitos a não se separarem contratualmente, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. A separação de bens é um processo à parte do divórcio. A alteração na lei que extinguiu os prazos de prévia separação judicial, em vigor desde 13 de julho, não muda nada na hora da partilha. “É preciso abrir outro processo e pagar novos honorários”, diz Nelson Sussumo, presidente da Comissão de Direito da Família da OABSP. Para o processo de separação de bens, é cobrada a comissão de ao menos 6% -segundo a OAB-SP- sobre o valor do imóvel que está sendo partilhado pelo casal.

Quitação do bem e Venda é solução O publicitário Carlos Souza, 38, separou-se ano passado, mas ainda tinha o financiamento de um apartamento para quitar com a ex-mulher. A dívida era de cerca de 30% do valor do crédito. “Procuramos a financiadora, avisamos que estávamos em processo de separação, quitamos e vendemos”, conta. Na transação obtiveram o dobro do preço pago pelo imóvel, o suficiente para a aquisição de seu novo apartamento.

Financiamentos não preveem divórcio Sehouveratrasonopagamento,osdoiscontratantespodem sernotificadosmesmoapósjáteremseseparado No primeiro semestre deste ano, houve 6.019 divórcios só nos 12 fóruns regionais da capital paulista e no Fórum Central João Mendes, de acordo com dados do Tribunal da Justiça de São Paulo. Ainda assim, especialistas consultados pela reportagem dizem que grande parte dos contratos

FOTO: EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS

Carlos Souza, 38, que se separou da mulher, mas que ainda tinha um financiamento de seis anos para pagar, cerca de 30% do valor total do financiamento de seu apartamento. Por orientacao de um advogado, cada um acabou pagando metado do valor e assim venderam o imovel. Com a valorizacao do imovel, Carlos conseguiu comprar um novo apartamento.

imobiliários não exibem cláusulas específicas sobre divórcio. Em caso de separação, contudo, o casal tem a obrigação de comunicá-lo à financiadora, mesmo que a medida não esteja prevista em contrato. “Quem opta por ficar com o imóvel tem de assumir a dívida e comunicar a decisão à financiadora, pois, se houver falta de pagamento, os dois terão o nome sujo”, afirma o advogado Michel Rosenthal Wagner, especialista na área de imóveis e contratos. “O indicado é que um compre a parte do outro ou que o imóvel seja vendido, mas para isso é preciso quitar o valor total da dívida”, explica o advogado Paulo Ribeiro.

FOTO: JOAO BRITO/FOLHAPRESS

Renda

Na hora do financiamento, o mais comum é que o crédito seja dado em nome do casal, já que “quanto mais pessoas para comprovar a renda, maior o valor liberado”, aponta o advogado imobiliário Marcelo Manhães. Quando ocorre a separação ou a definição de quem vai assumir o financiamento, o banco faz uma nova avaliação de crédito para confirmar se a nova renda informada é suficiente para assumir o financiamento integral. Se um dos cônjuges quiser assumir a dívida, ele pode pedir um novo contrato e solicitar ao banco uma extensão no prazo de pagamento do valor residual. “Mas esse não é um processo simples. É preciso comprovar a renda para o refinanciamento”, informa o superintendente da área imobiliária do banco Santander Fernando Baumeir. Caso a renda não seja aprovada, a dívida deverá ser quitada ou transferida. Enquanto não for feita a atualização do contrato, as parcelas já existentes devem ser pagas normalmente. “Se houver falta de pagamento, a dívida será executada mesmo com a negociação em andamento e o casal pode ficar com o nome sujo”, completa Wagner.

Após o divórcio veja como resolver contratos Locatários O casal deve notificar o proprietário e o fiador por carta, sempre com prova de entrega e

Valéria Quedas, 41, que teve suas contas bancarias congeladas e o nome incluido no Serasa apos problemas com o aluguel de um casal, do qual foi fiadora juntamente com o marido.

pedir um novo contrato em nome do cônjuge que permanecerá no imóvel O fiador pode pedir exoneração do cargo, caso se sinta ameaçado pela diminuição da renda do locatário, em até 30 dias após a notificação Se o fiador for exonerado, o locatário tem um mês para trocar de fiança O proprietário não pode pedir a desocupação do imóvel durante o período de contrato vigente, apenas se houver atraso no pagamento ou se os inquilinos ficarem sem fiador

Fiadores O casal deve notificar o proprietário do imóvel e o inquilino e pode pedir exoneração do cargo no período de contrato vigente. Se os inquilinos não aceitarem, o caso terá de ser decidido na Justiça

Imóvel financiado O casal deve comunicar o divórcio à financiadora para que seja feito um acordo de quem vai assumir a dívida ou se o valor restante será quitado Se um dos cônjuges quiser assumir o financiamento, pode solicitar ao banco uma extensão no prazo de pagamento ou o refinanciamento da dívida.


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Informática

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&

Tecnologia

Ninguém está seguro

Conferência sobre segurança on-line realizada nos EUA alerta para riscos da vida digital; veja dicas para se proteger por AMANDA DEMETRIO/FOLHAPRESS

Na internet, nada é completamente seguro. Estamos expostos a problemas como mensagens indesejadas, programas maliciosos e invasão de privacidade. Achou pouco? Uma das maiores conferências sobre segurança digital, a Black Hat, realizada nos Estados Unidos, mostrou que existe ainda mais perigo. Os caixas eletrônicos não estão a salvo. O pesquisador de segurança Barnaby Jack conseguiu invadir as máquinas e fazer com que elas liberassem dinheiro. Notas falsas de dólar, é claro. Outra preocupação que a Black Hat levantou foi em relação aos programinhas feitos para smartphones. Segundo uma espécie de genoma dos aplicativos, divulgado na conferência, muitos desses programas acessam o aparelho para capturar informações pessoais. Esse acesso é normal, na maioria dos casos, mas é preciso ficar atento. Os navegadores também são alvo de ataques. Uma vulnerabilidade no recurso que faz o autopreenchimento de formulários pode permitir acesso a informações pessoais do usuário, segundo o especialista Jeremiah Grossman. Ou seja, mais caminhos para a ação de piratas. O pessimismo também veio do fundador da conferência, Jeff Moss. Segundo ele, ainda não é possível fazer negócios on-line com total segurança.

Alta tecnologia é empregada em golpes

Foi-se o tempo em que os criminosos usavam instrumentos simples para praticar seus crimes. Fraudes em cheques e caixas eletrônicos agora podem ser feitas por meio de alta tecnologia. Na Black Hat, conferência de segurança que ocorreu semana passada em Las Vegas, foi anunciada uma fraude de cheques que teria rendido US$ 9 milhões a um grupo de criminosos russos. Segundo o eweek.com, uma investigação da empresa de segurança SecureWorks (secureworks.com) mostrou que eles usavam uma mistura de malware (programa malicioso), SQL injection (uma técnica que injeta códigos para

FOTO: REPRODUÇÃO

sempre que sair de perto, desconecte-a da internet quando não estiver usando e vasculhe opções de segurança que os programas oferecem. Crianças 1 As crianças exigem um tratamento especial quando estão acessando a internet. Alguma dicas aos pais e professores são: se envolva nas atividades on-line da criança (pense em um jogo on-line do qual vocês podem participar juntos) e deixe o computador em um lugar aberto. Crianças 2 Além disso, estabeleça regras, faça alertas dos perigos aos quais elas estão expostas na rede e considere a ideia de instalar ferramentas para o controle de pais.

Safari, navegador de internet da Apple

explorar uma vulnerabilidade de segurança) e pessoas dispostas a transferir dinheiro ou mercadorias roubadas de um país a outro. Tudo isso para colocar as mãos em dados de repositórios de imagens de cheques, que arquivam cheques para as empresas. ‘Quando você escreve um cheque, ele vai ser processado e, em algum ponto no final da cadeia, ele é escaneado eletronicamente e arquivado em um banco de dados’, explicou Joe Stewart, da SecureWorks. Stewart revelou que uma rede de 1.000 a 2.000 computadores eram usados no complicado esquema de roubo de informações de cheques.

Caixa eletrônico

Invadir um caixa eletrônico pode ser simples, se feito com o software correto. Foi o que mostrou o pesquisador de segurança Barnaby Jack, na Black Hat, segundo o site Cnet (cnet.com). ‘Espero mudar o modo como as pessoas olham os aparelhos que, de fora, parecem impenetráveis’, disse Jack. O pesquisador comprou um par de caixas eletrônicos e passou anos debruçado sobre o código que rege as máquinas. Nesse meio tempo, encontrou erros de programação e vulnerabilidades, que permitiram que ele tivesse completo acesso aos equipamentos.

Dois caixas dispostos no palco cuspiram dinheiro depois que Jack explorou suas vulnerabilidades. As duas empresas fabricantes dos caixas disseram já ter consertado a falha, segundo a Cnet.

Saiba como proteger suas informações

Senha 1 Usadas na autenticação de sites, são uma barreira para que ninguém mais tenha acesso aos seus dados. É bom que sejam combinações de letras (maiúsculas e minúsculas) e números.

Spam 1 Os e-mails desnecessários e, às vezes, maliciosos podem ser evitados: não dê seu e-mail a qualquer pessoa; antes de enviar seu e-mail a sites e confira suas políticas de privacidade. Spam 2 No seu serviço de e-mail use os filtros e o serviço de reportar spam disponibilizados pelo programa. Também não é recomendado que se clique nos links trazidos por essas mensagens.

Senha 2 Se for fácil de lembrar e diretamente ligada com suas informações pessoais, será mais fácil de ser quebrada. Cuidado com os programas que pedem sua senha.

Chats É possível usar chats de internet e mensageiros instantâneos com segurança. Para isso: desabilite opções de download automático nos programas que usa; seja consciente em relação às informações que divulga e não acredite em tudo que é dito

Antivírus Programa que identifica e bloqueia vírus, antes que eles afetem seu computador. As opções são muitas e, para escolher, é interessante checar testes feitos por laboratórios independentes como o AV-Comparatives (av-comparati ves.org).

Redes sociais As redes sociais são apontadas como grande porta de entrada de programas maliciosos nos computadores. Para evitar isso, limite a quantidade de informação pessoal que você publica nos sites e use as configurações de privacidade oferecidas pelos sites.

Hábitos Alguns hábitos no uso do computador melhoram sua segurança: bloqueie a máquina

FONTE: Sistema nacional de ciberalerta dos Estados Unidos (us-cert.gov)


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Teen

Super-heróis invadem as telas em 2011 FOTO: DIVULGAÇÃO

por FERNANDA EZABELLA/FOLHAPRESS

Atenção, vilões! Fiquem longe das salas de cinema! No ano que vem haverá um congestionamento de superproduções que reciclam heróis de outros tempos

Capitão América FOTO: DIVULGAÇÃO

Um dos super-heróis mais clássicos e patrióticos da história da Marvel, o Capitão América vai ganhar novo filme em 2011. Como na HQ, o filme contará a história de Steve Rogers, um rapaz fracote que é considerado inapto para o serviço militar. Ele resolve então ser voluntário num projeto secreto e acaba se transformando num supersoldado, o Capitão América. O longa será todo ambientado no começo dos anos 40, mas o diretor Joe Johnston não quer fazer um filme de época nem sobre a Segunda Guerra. Fã de “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981), ele planeja um filme atemporal. “Quando você assiste a “Indiana Jones”, em nenhum momento percebe que está em 1936. É moderno ainda hoje, como foi na época do lançamento”, disse Johnston para uma plateia de 6.000 pessoas na Comic-Con. O diretor de “O Lobisomem” (2010) também quer usar a roupa e os elementos visuais da versão do super-herói desenhada por Ed Brubaker, artista que entrou no time da Marvel em 2004. Chris Evans, 29, fará o protagonista. “Já fiz algumas cenas suaves, para ir esquentando”, disse Evans.

No filme, seu inimigo é o nazista Caveira Vermelha, interpretado por Hugo Weaving. Para fazer a voz do personagem alemão, o ator brincou que vai imitar o sotaque do cineasta Werner Herzog. Capitão América, assim como Thor e Homem de Ferro, estará também em “Os Vingadores” (2012), ao lado de Hulk (Mark Ruffalo) e do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner).

Besouro verde & Lanterna verde Duas superforças verdes, turbinadas pelo 3D, disputarão os corações dos fãs. O canadense Seth Rogen emagreceu horrores para fazer Besouro Verde, personagem que ficou famoso primeiro no rádio e depois num seriado de TV e em HQs. O herói mascarado é Britt Reid, um playboy herdeiro de um jornal, que se transforma em vingador com ajuda de Kato (o ator tailandês Tony Jaa), seu mordomo e mestre em artes marciais. “Gosto de filmes que exploram relações. Aqui, no caso, entre dois caras, por mais estranho que isso possa parecer”, disse Rogen no Comic-Con, em San Diego (EUA). O filme, dirigido pelo francês Michel Gondr y, tem no elenco Cameron Diaz, como secretária de Britt, e o alemão Christoph Waltz, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por “Bastardos Inglórios” (2009). “Usei minha ignorância ao meu favor”, disse Waltz sobre seu vilão Chudnofsky, do qual ele nunca tinha ouvido falar. “Se eu me jogasse no clichê, não teria novidade. Confiei na minha ignorância para fazer algo diferente.” Já Ryan Reynolds, outro canadense, será Lanterna Verde, um super-herói da DC Comics, que tenta repetir o sucesso da Marvel nas telas. Reynolds já interpretou Deadpool em “X-Men Origens: Wolverine”. Agora, ele

tem um anel mágico e voa pelas galáxias fazendo justiça. “Vejo o Lanterna Verde como uma mistura de Chuck Yeager e Han Solo”, disse, citando um ex-general da Força Aérea e um personagem de “Guerra nas Estrelas”. A direção é de Martin Campbell. “O filme é leve, tem bastante humor”, disse.

Thor O ator australiano Chris Hemsworth, 27, teve que engordar dez quilos para fazer o musculoso protagonista deste épico fantástico, sobre um arrogante guerreiro do reino de Asgard, enviado à Terra como punição. Entre humanos, conhece a bela Jane (interpretada por Natalie Portman) e aprende a ser um super-herói ao ter que encarar as forças do mal enviadas por um vilão de sua terra natal. “Foi bem divertido aprender as vantagens e desvantagens da arma”, disse Hemsworth sobre o manuseio do martelo mágico de Thor. “Desenvolvemos um estilo de luta, tentando usar as mesmas posições das HQ.” O ator é ainda pouco conhecido, mas isso vai mudar em breve. Ele fez sua estreia em “Star Trek” (2009) e rodou outros cinco filmes antes de “Thor”, todos ainda inéditos. O personagem voltará em “Os Vingadores” (2012). Além de comer muito carboidrato, galinha e bife, Hemsworth se preparou para o papel estudando mitologia e muitas peças de Shakespeare sobre reis e rainhas. “Ele parecia um deus mesmo”, derreteuse a atriz Kat Dennings, que faz uma colega de Jane, ao descrever a visão do ator vestido de Thor. A direção é do irlandês Kenneth Branagh, conhecido por estrelar e dirigir várias adaptações de Shakespeare. “Kenneth deu muito atenção a cada um dos personagens, mesmo tendo toda essa megaprodução ao redor”, disse Portman. “É uma tendência desses diretores de grandes filmes: eles se esquecem das histórias no meio de tantas cenas de ações.” Mas, segundo ela, este não foi o caso.

Lanterna Verde

FOTO: DIVULGAÇÃO

Thor


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Comportamento

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Fraldas, chupetas e frustrações

Pais são mais insatisfeitos do que as pessoas que não têm filhos, mostram estudos por JULLIANE SILVEIRA /FOLHAPRESS

O uso de drogas ansiolíticas, a psicoterapia e os fins de semana inteiros passados na cama não estavam nos planos de alguns casais, quando decidiram ter filhos. Nenhum conflito com as crianças: o problema são as atuais demandas da paternidade e da maternidade. “É bom, mas exaustivo. Depois do nascimento, na volta ao trabalho, engordei cinco quilos de ansiedade. Hoje, durmo tarde para ajudar minha filha na lição. Quando o alarme toca às 6h, quero chorar”, diz a secretária Michele de Luna, 32, mãe de Maria Clara, 8. “Eu me justifico o tempo todo, falo para ela que preciso trabalhar. Nos fins de semana, quero fazer de tudo com ela, para compensar a semana. É culpa demais.” A constatação dos acadêmicos é ainda mais dura. Os estudos feitos nos EUA e na Europa nos últimos anos mostram que, em relação aos que não têm filhos, os pais demonstram níveis mais baixos de bem-estar mental, felicidade, satisfação com a vida e com o casamento. Um último trabalho, publicado em 2009 no “Journal of Happiness Studies”, até tentou contrariar os resultados das pesquisas anteriores. Depois de analisar dados de 15 mil britânicos por uma década, um economista escocês atestou que pessoas com filhos eram mais felizes. Mas a euforia durou pouco: em março deste ano, o autor publicou uma errata. Ao rever os números, viu que “o efeito de ter filhos na satisfação das pessoas é frequentemente negativo”. “Há uma sensação de perda, de não estar dando o que poderia. E uma cobrança grande. Qualquer distúrbio de comportamento é visto como culpa da criação dada pelos pais”, analisa a cientista social Maria Coleta Oliveira, professora da Unicamp. No Reino Unido, a Universidade de Kent centraliza uma rede de pesquisadores de todo o mundo que se dedicam a entender as peculiaridades do que chamam de nova cultura parental. “Ser pai ou mãe passou a ser considerada uma atividade ou habilidade, e não uma forma de relacionamento, e é retratada como algo inacreditavelmente difícil”, explica à reportagem Jan Macvarish, pesquisadora da universidade. Com tanta pressão, fica difícil educar um filho sem se sentir mal e aquém das expectativas próprias e alheias. O excesso de informações sobre como criar a prole gera a impressão de que uma boa educação deve ser guiada por um especialista.

O lado deles

A mãe já está acostumada a carregar o mundo dos filhos nas costas. Mas o papel do homem na educação ganhou destaque nos últimos tempos, abrindo espaço para mais culpa e frustrações. “Fala-se muito do novo pai. Há cobrança para que ele esteja mais presente. Mas que chefe

entende o executivo não ir à reunião para levar o filho ao pediatra?”, indaga Maria Coleta de Oliveira. O publicitário Carlos Munis, 31, viveu esse drama nos primeiros anos de Igor, 10. O excesso de pitacos da família e dos amigos o deixou “bloqueado”. Ter se separado da mulher também contribuiu para o afastamento. “Eu não sabia como dar banho, fazer dormir, dar comida sem me estressar. Minha autoestima foi lá pra baixo. É muita gente falando,você se sente incapaz.” Com o tempo, Carlos aprendeu a assumir a paternidade. “Passei a participar mais. Pai sempre se sente frustrado. Mas, hoje, faço do meu jeito e, se erro, erro por algo que achei que era certo.” Para Macverish, os homens se tornaram “alvo” de campanhas sobre criação dos filhos, o que gera tensões entre o casal. “Em vez de negociar apenas o ponto de vista dos dois sobre os filhos, pai e mãe estão incorporando mais conselhos externos.” O psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, que pesquisou futuros pais, constatou a insegurança em relação às novas competências paternas. “É muita pressão. Eles internalizam a cobrança da sociedade.” Pesquisas feitas no Brasil mostram que apenas um terço dos pais encontram o equilíbrio entre dar afeto e limites. Outro terço é considerado negligente, 15% são autoritários e 15%, permissivos. “Pensa-se pouco sobre como ter e em ter filhos. As pessoas acham que sabem como fazer, por causa do excesso de informações”, diz a psicóloga Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná. Mesmo com filhos bem planejados, a situação pode parecer fora do controle. A analista de negócios Andreza de Campos Vieira, 29, decidiu buscar ajuda de um terapeuta para minimizar a culpa que sente ao se desdobrar entre a rotina e os cuidados com Manuela, de um ano e cinco meses. “Nunca achei que iria sofrer desse jeito sendo mãe. Mas já tive urticárias, dores de cabeça. Me cobro demais para fazer coisas que não consigo.”

Coisinhas

A autônoma Amanda Paradela, 34, mãe de Igor,10, e de Kaian, 5, já dormiu fins de semana inteiros para descansar. “Mesmo nessa exaustão, me culpo. Se um fica doente, é porque não estou, e a babá não cuida direito. Você está no seu limite, mas cada coisinha parece um problemão.” Não é fácil se livrar da frustração. Mas tomar consciência de que ela existe é bom. “O que deve estar em jogo é o afeto”, diz a psicanalista Belinda Mandelbaum, co-

FOTO: CARLOS CECCONELLO/FOLHAPRESS

Amanda Paradela e os filhos, Igor, 10 anos, e Kaian, 5 anos. Problemas em conciliar a correria do dia a dia com a criação dos filhos. FOTO: DANIEL MARENCO/FOLHAPRESS

Andreza Vieira, 29 e Allan Dantas, 29 sao pais da Manuela, 1 ano. Eles adoram ser pais, mas tem problemas serios para executar a funcao a altura do que sempre esperaram. O problema e a dificuldade de conciliar a correria do dia a dia com a criacao das criancas.

ordenadora do laboratório de estudos da família, relações de gênero e sexualidade da USP. E alivia: “O importante é entender que não existe um modelo ideal. Existe o possível para cada um”.

Sentimento messiânico é comum entre futuros pais DÉBORA MISMETTI

Ter filho não resolve a vida de ninguém. Não conserta casamento e nem apaga conflitos familiares. Ainda que isso seja óbvio, o sentimento irracional de que a criança pode solucionar tudo como mágica é comum entre futuros pais, diz o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel. Para o seu doutorado, ele entrevistou homens cujas mulheres estavam grávidas. “O sentimento messiânico surgiu de maneira

importante nas entrevistas”, diz. Essa fantasia prospera porque está na esfera do desejo. “O desejo é terrível. A crítica racional vale pouco diante dele.” A falta de maturidade foi outra questão analisada. Por mais que os homens demonstrassem o desejo de serem responsáveis por seus filhos, alguns ainda desejavam ser filhos, segundo o psicanalista. “Desejo não é tudo. A gente faz o que pode, não o que quer. Quem deseja ser um filho não tem competência para ser pai.” A expressão dessa imaturidade apareceu em queixas e lamentações. “Eles queriam ser cuidados pela mulher, se sentiam inseguros pela falta de carinho na gravidez.” A consequência desse sentimento, mais tarde, pode ser uma competição entre pai e filho pela atenção da mulher.


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Antenado

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CRÍTICA COLETÂNEA

Inéditos iluminam a obra de Julio Cortázar

Volume organizado pela viúva e por pesquisador catalão aponta as múltiplas facetas da carreira do artista

FOTO: DIVULGAÇÃO

O argelino Júlio Cortázar

por MANUEL DA COSTA PINTO/FOLHAPRESS

‘Tivera a intenção de narrar algumas coisas, uma vez que havia guardado uma considerável quantidade de fichas e papeizinhos’, escreve Julio Cortázar (1914-1984) no começo da obra ‘Livro de Manuel’. O mesmo parece se aplicar a ‘Papéis Inesperados’ conjunto de ficções, poemas, esboços e ‘autoentrevistas’ que ficou guardado por 25 anos com sua viúva, Aurora Bernárdez, e cujos textos foram organizados por ela e por Carles Álvarez Garriga, estudioso catalão da obra do argentino. Há uma grande diferença entre essa miscelânea e as obras de Cortázar editadas postumamente (mas que foram concebidas em sua fragmentária unidade pelo próprio autor). Por isso, a história da composição do livro relatada no prefácio de Garriga mistura elementos que lembram o célebre baú de onde saíram obras

póstumas de Fernando Pessoa (em especial o ‘Livro do Desassossego’). Os 11 episódios que ficaram de fora de ‘Um Tal Lucas’, as três pequenas (e divertidas) narrativas cortadas de ‘Histórias de Cronópios e Famas’ e o capítulo excluído do ‘Livro de Manuel’ são curiosidades que interessam mais à crítica genética (que lida com manuscritos) do que ao leitor comum. Mas alguns contos de ‘Papéis Inesperados’ têm existência autônoma, embora deflagrados por episódios explicitamente autobiográficos, como ‘O Estranho Caso do Crime da Rua Ocampo’ (que tem Cortázar, Aurora e vários amigos como personagens) e ‘Manuscrito Achado Perto de uma Mão’, melhor conto do volume, em que o protagonista descobre sua capacidade mental de atrapalhar recitais de violinistas e passa a chantageá-los (a ideia nasceu após conhecer o músico Ruggiero Ricci).

Num livro com uma imensa ‘marginália’ textual, alguns desses inesperados manuscritos (ou datiloscritos) valem pela iluminação lateral que proporcionam.

Pontos de fuga É o caso de ‘Um Capítulo Suprimido de “O Jogo da Amarelinha’’’, texto que Cortázar escreveu em 1973 para apresentar a publicação, na ‘Revista Ibero-americana’, de uma parte que fora cortada de seu livro. O capítulo em si não está aqui (pois já aparece em outras edições póstumas), mas a nota desvela algo do processo criativo de Cortázar: foi o tal ‘capítulo suprimido’ que deflagrou ‘O Jogo da Amarelinha’, mas acabou sendo deglutido por sua estrutura desmontável: ‘esse capítulo inicial, verdadeiro ponto de arranque do romance como tal, “sobrava’’, escreve ele. Em seu caráter episódico, a anotação

de Cortázar nos diz muito sobre essa prosa fantástica, mas cujos simulacros parecem governados por pontos de fuga que conferem racionalidade a sua lógica probabilística. E, em ‘Baixo Nível’, comentário de Cortázar sobre sua obsessão por metrôs, temos uma síntese dessa poética que perfura outras camadas no real: pois se ‘a codificação congelada do metrô favorece a irrupção do insólito’, é porque ‘o insólito se dá aí como algo que exige a renúncia à superfície, a recodificação da vida’.

PAPÉIS INESPERADOS

Autor: Julio Cortázar Tradução: Ari Roitman e Paulina Wacht Editora: Civilização Brasileira Quanto: R$ 62,90 (490 págs.) Avaliação: ótimo


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Loteamentos regulares GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA

Nos dias atuais, a insegurança vem atormentando os moradores das cidades, que insatisfeitos com a segurança pública acabam procurando outros meios para se proteger dos perigos a que estão sujeitos. Uma das medidas comumente adotada é o deslocamento das famílias de casas situadas em vias abertas para prédios de apartamento ou para os, conhecidos, condomínios de casas. Os condomínios, são, em verdade, loteamentos. Considera-se loteamento, a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou de prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. Através do parcelamento do solo, transformase uma gleba, em novo bairro ou em novo núcleo imobiliário urbano passível de pronta utilização para as atividades admitidas por lei naquela região, devendo estar, portanto, perfeitamente adaptado as condições viárias e de infra-estrutura existentes ou necessárias para o local em que se insere Para se garantir a segurança buscada pelos proprietários das casas existentes nesses loteamentos, cercas ou muros são edificados ao seu redor, implantando-se controle de acesso, mediante instalação de guarita na entrada do loteamento ou “condomínio”, com pessoal contratado para impedir a entrada de pessoas que não sejam moradoras

ou convidadas, inviabilizando a utilização dos espaços não privativos do loteamento por outras pessoas. Contudo, a constituição de um loteamento precisa respeitar as normas contidas na Lei de Parcelamento do Solo Urbano para que ele possua validade e os proprietários dos terrenos ou lotes possam efetuar o seu registro no Cartório de Registro de Imóveis, garantindo-lhes a propriedade. Em nosso país, essa atividade de fracionamento do solo, eminentemente privada, é submetida à intensa fiscalização do Poder Público, na medida em que embora se trate de atividade econômica, está sujeita não ainda ao disposto na Constituição Federal e também ao poderdever do Município de promover o planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. O loteador deverá elaborar um projeto de loteamento, que deverá ser submetido à aprovação da Prefeitura Municipal, em regra. Antes disso, contudo, é imprescindível que todo aquele que pretenda lotear uma determinada gleba solicite à Prefeitura que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário. As diretrizes expedidas pelo Poder Público valerão por 40 (quarenta) anos. Os municípios de menos de 500.000 habitantes e aqueles cujo plano diretor já contiver diretrizes de urbanização

para a área em que se encontra inserida a gleba poderão dispensá-lo. Isso porque, os loteamentos deverão atender requisitos que tem por fim a ordenação da cidade, não podendo a sua constituição afetar o seu adequado funcionamento, causando, por exemplo, engarrafamento de veículos em vias públicas de acesso, deficiência dos serviços públicos em razão do aumento da demanda, levando em conta o aumento populacional do bairro. Os lotes deverão ter área mínima de 125 m2 e frente mínima de 5 m2 , salvo quando os loteamentos se destinarem a edificação de conjunto habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgão públicos competentes. O projeto de loteamento aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. Aprovado o projeto de loteamento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 dias, sob pena, da mesma forma, de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: título de propriedade do imóvel ou certidão de matrícula; certidões negativas de tributos federais, municipais e estaduais incidentes. O registro do parcelamento é o momento em que os lotes passam a ter existência jurídica. Antes disso, a prática de atos pelo loteador, que signifiquem venda ou promessa de venda

de parcelas de terreno é ilegal, constituindo até mesmo crime contra a administração pública, punido com reclusão. Serão clandestinos os loteamentos cujo início de implementação física se der sem a aprovação de projeto pelo Poder Público. E serão irregulares aqueles loteamentos, cujos projetos, embora aprovados não foram implementados conforme o previsto. Permite a lei, contudo, admite a venda de lotes sem todas as obras de infra-estrutura básica, mas somente com as obras mínimas. Considera-se mínimo, em termos de obras estruturais do parcelamento: vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros, obras de escoamento das águas pluviais. Todas estas regras objetivam que o crescimento das cidades ocorra de maneira planejada e ordenada. Desta forma, após o registro, o empreendimento deixa de ser mero produto da atividade comercial ou empresarial privada, para se tornar parte integrante da cidade. Até a próxima! Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810


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Mercado em expansão Valorização do setor imobiliário é crescente em todos os bairros independente da classe social

COLABORAÇÃO SHEL ALMEIDA/INFORME PUBLICITÁRIO

O crescimento do mercado imobiliário em Bragança Paulista é uma realidade. Nos últimos anos novos condomínios surgem pela cidade, atendendo a procura de todas as classes sociais. Para Donato Ap. Leme, da Sevilha Imóveis, essa expansão se deu desde a duplicação da Rodovia Fernão Dias. A partir dali, o percurso São Paulo – Bragança tornou-se mais rápido, o que fez com que muitos paulistanos, cansados da rotina da cidade grande, procurassem refúgio em cidades como a nossa, no interior do Estado. Muitas vezes o tempo que se leva entre um ponto a outro dentro da cidade de São Paulo é superior o que se leva para ir de Bragança até lá. Por esse motivo hoje Bragança já pode ser considerada “cidade dormitório”. Há oito anos no setor, Donato diz que houve uma valorização expressiva no mercado imobiliário na cidade.

Mercado Superaquecido Percebendo a oportunidade de ganhar dinheiro, muita gente compra terrenos a fim de construir e depois revender ou alugar. Esse pode ser considerado um dos fatores também do superaquecimento do mercado, de acordo com Donato. “No caso do aluguel é preciso que haja negociação para que fique bom para ambas as partes”, diz. Engana-se quem acha que a procura é apenas para casas de alto padrão ou no centro da cidade. Há uma procura significativa também por condomínios populares e em zonas mais longínquas. Donato conta que terrenos no Jardim São Miguel, Águas Claras e Parque dos Estados também tiveram de uma certa forma uma valorização uma vez que teve muita procura de terrenos para construção de casas para o plano Minha Casa Minha Vida. Outro agente interessante é que Bragança não é apenas cidade dormitório da Grande São Paulo, mas também do Sul de Minas. Cidades como Extrema e Cambuí não comportam em moradia

o número elevado de trabalhadores das indústrias que por ali surgiram nos últimos anos. “O que as pessoas que estão vindo de fora procuram em Bragança é qualidade de vida, um ritmo de vida mais tranqüilidade e, isso vale para todas as classes sociais”, diz Donato. “Há uma grande procura em todos os perfis”, completa. “Um dos meus clientes se aposenta em três anos, mas não agüenta esperar para sair de São Paulo. Já se mudou pra cá, matriculou a filha numa escola. Vai e volta todo dia, mas se livrou do estresse”, conta.

Financiamento A grande maioria da população recorre aos financiamentos para a compra da casa própria. Programas como “Minha casa, Minha Vida” possibilitam a realização do sonho, porém é preciso se encaixar em um padrão estabelecido pelo banco. Ao procurar esse recurso, o trabalhador terá sua vida financeira

avaliada para saber quais suas reais possibilidades de arcar com a dívida. Vale a pena lembrar que o comprador de um imóvel a ser financiado necessita ter uma reserva para as despesas junto ao banco e cartório de registro de imóveis. Para poder dar outra opção aos clientes, Donato conta que a Sevilha Imóveis firmou uma parceria com o Banco Bradesco.

Investimento Para Donato, o que falta para que Bragança deixe de ser apenas cidade dormitório e passe a ser também ponto comercial são atrativos na área de lazer e recreação. A grande maioria de clientes que vêm para a cidade atrás de sossego durante a semana, volta à capital à procura de diversão aos finais de semana, como cinema e shopping. A cidade se expandiu, mas não cresceu, ou seja, não evoluiu. Qualidade de vida não se resume apenas a respirar ar puro, mas também a ter

opções para passear, formar públicos na área cultural local¸ encontrar lugar para estacionar, além de encontrar bom custo/benefício no comércio. É preciso investir para obter retorno, inclusive financeiro. Mesmo assim ele acredita que o setor imobiliário ainda tem muito para expandir. Em 2003 a Sevilha Imóveis fechou uma parceria com a Lolli & Lolli Empreendimentos representada pelo Sr. João Leandro Lolli e lançaram o Residencial dos Lagos que foi um sucesso de venda com 100% já vendido e a infra-estrutura entregue no prazo combinado, isso mostra o grande interesse da população em adquirir imóveis na cidade. Apostando neste crescimento em outubro deste ano será lançado o Residencial Portal da Serra, mais um empreendimento com a marca Sevilha e Lolli. “Enquanto tiver espaço e pessoas, haverá de uma certa um crescimento na cidade e com isso valorização nos imóveis”. E completa: “Tanto a Zona Sul quanto a Zona Norte da cidade irão crescer.”

Equipe Sevilha Imóveis


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