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Bragança Paulista

Sexta

15 Outubro 2010

Nº 557 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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De olho nas letras miúdas Fora do prazo de validade, produtos podem não estragar, mas começam a perder cor e sabor

Em virtude das férias do Mons. Giovanni Barrese, a coluna Para Pensar não será veiculada esta semana por FLAVIA PEGORIN/FOLHAPRESS

O quitute jaz guardado no armário desde novembro de 2008. Seu prazo de validade expirou 18 meses depois, tempo comum para alimentos secos, que podem ficar fora da geladeira. Pois aquela delícia vencida parece estar ainda consumível -afinal, ora essa, o que são 30 dias para quem permaneceu lacrado por tanto tempo? Bem, os especialistas em engenharia da alimentação afirmam que ninguém deverá morrer ao comer o tal artigo. Mas suas características originais, essas terão morrido há tempos. O prazo de validade dos alimentos deve ser impresso obrigatoriamente nas embalagens dos produtos de acordo com a regulamentação do Ministério da Saúde e a Secretaria de Vigilância Sanitária (que fiscaliza o setor). Esse período é definido por uma estimativa de tempo, verificada por testes chamados “vida de prateleira”, elaborados pelo próprio fabricante com uma grande quantidade de amostras de cada matéria-prima. Apenas os produtos hortícolas

frescos sem processamento estão dispensados da apresentação de prazo de validade como informação obrigatória -mas aí ainda existe a necessidade de exibir a data em que o legume, a fruta ou a hortaliça foram embalados. Muitas pessoas conferem o prazo de validade dos produtos ao fazer a compra, mas muitas vezes acabam utilizando o artigo mesmo com alguns dias de vencimento. Nesse caso, vale saber mais sobre alguns pontos. Segundo a engenheira de alimentos Eliana Relvas, consultora que presta serviços para grandes supermercados e redes de alimento, um produto até pode estar adequado para consumo mesmo quando ultrapassado seu prazo de validade. “O problema é que, após o tempo determinado pelo rótulo, qualquer alimento começa a perder suas características originais, sabor, cor e odor. E a pessoa estará consumindo algo com qualidade inferior à de quando fez a compra”, diz. O prazo de validade das embalagens é também uma questão

de garantia. Isso porque, caso o alimento se estrague dentro do período em que deveria estar seguro, o consumidor tem o direito de reclamar junto ao serviço de atendimento do fabricante. Usando o produto já fora da data especificada como boa para utilização, a reivindicação perde a justificativa. Eliana Relvas dá dicas para que o consumidor não se perca e deixe os produtos perderem a validade. “É melhor adquirir embalagens menores, que serão usadas mais rapidamente, e fazer compras a cada 15 dias, e não mensalmente”, afirma. E é importante saber que artigos como farináceos, grãos, pós ou café são mesmo mais resistentes ao tempo, mas também possuem validade. Algumas sacas de café, por exemplo, ficam até 20 anos estocadas nos armazéns do Governo Federal. Não estragam, mas o produto acaba precisando ser misturado a outros, mais novos, para ganhar qualidade. Ao torrar e provar esse tipo de café, os de-

gustadores profissionais nem o classificam porque consideram que suas características originais se perderam por completo. Estocar os alimentos de forma correta ajuda o prazo de validade a permanecer seguro. Perecíveis devem ir direto à geladeira, enquanto os produtos com menor quantidade de água e gordura na composição (pois são esses teores, principalmente, que aceleram a deterioração) podem ser mantidos no armário, em suas próprias embalagens ou dentro de potes herméticos.

EXPEDIENTE Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.

8 meses Alimentos à base de margarina Veja o tempo médio de duração depois de abertos 10 dias dos produtos Iogurte fechado 1 mês Farináceos Iogurte depois de aberto De 6 a 12 meses Produtos em embalagem lon- 5 dias Requeijão ga-vida 2 meses De 3 a 12 meses Requeijão depois de aberto Enlatados 8 dias De 12 a 24 meses ... e a diferença que faz a abertura Fonte: ELIANA RELVAS, do produto: Alimentos à base de margarina Engenheira de alimentos

Quanto dura?


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Causas e Consequências Dependência química não pode ser vista como desvio de caráter

colaboração SHEL ALMEIDA

“Droga é consequência, não cau- to de também ficar doente porque acha sa”. É dessa maneira que Mike que é culpada. “Cria-se a insatisfação e a Winkler, conselheiro terapeuta frustração em relação ao adicto”, explica. da Clínica Hikary explica a dependência “A sociedade ainda não tem compreensão química. Para ele a causa sempre é de de que a dependência química é doença, fundo emocional. A pessoa não consegue ainda acha que é desvio de caráter”, afirma. lidar com emoções como frustração e usa “A família tem a necessidade de controle a droga como válvula de escape. Para o e que dissipar sua culpa”, completa. “A adicto (dependente) a dependência não é contagiosa, mas é contagiante”, realidade causa dor, seja A sociedade ainda não pela supervalorização conclui. André conta que tem compreensão de em certos casos a família de algo, seja pela pobre que a dependência permite que o filho use percepção da realidade. E química é doença, drogas dentro de casa por é nesse momento que o ainda acha que é achar que assim está no narcótico atua. A adicção desvio de caráter controle. É comum ouvir: é uma doença reconhecida pela Organização “Prefiro que use aqui, pelo Mike Winkler menos sei onde está”. Mundial de Saúde e é “Ninguém quer assumir progressiva e incurável. Por isso o tratamento precisa ser cons- que tem um filho doente, ainda mais tante. De acordo com André Ioshio Wada, dependente de drogas. É como para o também terapeuta da Clínica Hikary, portador de HIV, só que o HIV não faz a pessoa não deixa de ser dependente roubar a família”. “É por isso que quando química, mas passa a ser um dependente é preciso a internação, as famílias enviam em recuperação. O método da Hikary os pacientes para longe, onde ninguém consiste em dois tratamentos em um: a os conhece”,diz. “É mais difícil lidar com equipe terapêutica traz as ferramentas a família do que com o dependente”, necessárias para conseguir recuperar o conclui. Da experiência pessoal, André equilíbrio emocional do paciente e o Dr. afirma: “Quando digo que me internei Osvaldo Giometti, psiquiatra da clínica, para tratar a dependência, as pessoas ditraz a experiência médica para controlar zem: você é louco! Acham que louco é que e estabilizar, através de medicamentos, procura ajuda”. O tratamento na Hikary a abstinência pela qual passam todos os pode durar até seis meses. Nesse período existe a reassocialização, que consiste em recém chegados. o paciente ficar, há cada dois meses, cinco Caminho dias em casa com a família. Durante esse Para Régis Cabral, psicólogo que auxilia período, tanto o dependente quanto os Dr. Osvaldo no tratamento dos pacientes, familiares fazem um diário a fim de que a recuperação seria muito mais sofrida, a clínica acompanhe o processo. André sem o acompanhamento do psiquiatra. conta que já aconteceu de o pai permitir “O remédio é o caminho para se chegar que o filho, em processo de recuperação, ao paciente, para ele conseguir lidar com bebesse “uma cervejinha”, achando que, a abstinência”. A droga age diretamente já que a internação da filho não foi por no cérebro, e é preciso o conhecimento do causa do álcool, não teria problema alpsiquiatra para lidar com as conseqüên- guma. Esse é um erro comum e que faz cias físicas ocasionadas pelo uso e abuso com que, segundo Mike, “a família seja delas. Para Mike, as drogas são as grandes o primeiro colaborador para que o adicto causadoras de outras comorbidades, como volte a usar drogas”. esquizofrenia, psicose e transtorno obsessivo compulsivo. “Todo adicto sempre Batalha tem algum transtorno comportamental, Para Régis, Dr. Osvaldo sabe lidar com como o TOC”, afirma. Ele explica que o os pacientes por ter visão, não apenas cérebro é um órgão inconseqüente: no científica, mas também psicológica sobre adicto os receptores e transmissores a dependência. “Ele sabe quando o adicto não funcionam como deveriam, o uso de está querendo remédio só para substituir a drogas faz com que funcionem de forma droga”. Ele explica que o uso de remédios rápida e acentuada, causando prazer, que é fundamental, como dito antes, para cheo cérebro grava como solução do proble- gar até o paciente. Durante o processo de ma. Para simplificar Mike demonstra a internação, médico e terapeutas o ajudarão seguinte fórmula: “uso de drogas = prazer a criar ferramentas internas para lidar com os problemas de fundo emocional, instantâneo = dor futura”. até que ele não precise de mais nenhuma Família substância para lidar com as frustrações De acordo com Mike, os mecanismos de comuns ao ser humano. Nesse caso, defesa mais comuns entre os usuários de os remédios receitados pelo psiquiatra drogas, que podem ser entendidas como seriam uma ponte entre o processo de fuga, são: generalização – todo mundo dependência e o de recuperação. Sobre usa, também vou usar; minimização – só Dr. Osvaldo, Régis afirma: “O trabalho uso de vez em quando, não faz tanto dele vem para somar na batalha contra mal assim; desfocalização – se estou me a dependência. Em alguns momentos ele sentindo mal não é por causa da droga, age como psicólogo. Não tem porque ter mas de qualquer outro fator externo; dó do dependente. É preciso descobrir contratransferência – transferir para outra seus potenciais e tirar o estigma de que pessoa a culpa pelo uso. Em relação à co é incapaz, que é possível ser recuperado” dependência Mike afirma que a família define. “Quando eles saem bem daqui, se envolve tanto com o problema a pon- é como receber um troféu”.

A experiência médica do Dr. Osvaldo Giometti é fundamental para controlar e estabilizar os pacientes recém chegados

O tratamento na clínica pode durar até 6 meses

Durante a internação médico e terapeutas ajudam o paciente a criar ferramentas internas para lidar com as frustrações comuns ao ser humano


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Atendimento Especial A experiência do Dr. Breno Montanari Ramos é fundamental para os internos da Casa Dia

colaboração SHEL ALMEIDA

Dependência química é doença, Dr. Breno “Todo mundo já viu ale como tal deve ser tratada com guém bêbado, caído no chão. Mas cuidado e atenção por uma o difícil mesmo é quando passa o equipe de profissionais que esteja pre- efeito do álcool. O cara pode ter parada adequadamente para entender surto psicótico, ataque epilético”, e atender todas as dificuldades desse conta. Nesse caso, apenas com tipo de tratamento. A experiência, ajuda médica qualificada o paciente nesses casos é fundamental, assim vai conseguir passar pelo período como uma avaliação mais aprofun- mais difícil, o de abstinência e se dada. A Casa Dia adaptar a uma nova vida, sem as trabalha há onze Breno tem muita experiência na drogas. De acordo anos em Bragança área e sabe avaliar caso a caso. com Reginaldo, no tratamento de dependentes Se o médico não entender o se o psiquiatra químicos. Foi a problema, o usuário deixa de ser não conseguir primeira clínica dependente de crack e passa a entender cada de reabilitação ser dependente de psicotrópico caso em especial, criada na cidade e pode cometer o hoje é reconhecida equívoco de receiReginaldo Freitas tar um remédio como referência na região. Desde o não adequado. início, o médico psiquiatra Dr. Breno “Muitos dependentes chegam Montanari Ramos, é quem atende e aqui depois de passar por diversos acompanha os internos da Casa Dia. psiquiatras. Já tomaram Reginaldo Freitas, coordenador te- tantos remédios diferentes rapêutico da entidade lembra como sem obter resultado que se conheceram: “Fomos convidados a até já se autoconsultam”, fazer parte da mesa de debates duran- fala. “O Breno tem muita te a Semana de Combate às Drogas”. experiência na área e sabe Dr. Breno tem vasta experiência em avaliar caso a caso. Se o tratamento de transtornos psíquicos médico não entender o relacionados ao uso de drogas e ál- problema, o usuário deixa cool: é psiquiatra forense, membro de ser dependente de crack do Centro de Estudos em Crimino- e passa a ser dependente de logia do Conselho Penitenciário do psicotrópico”, afirma. Estado de São Paulo. Trabalhou em casos de repercussão nacional, tem Co dependentes a artigos sobre criminologia clínica De acordo com Dr. Brepublicados e ministra palestras a no, todas as pessoas são respeito do assunto. “O Breno tem dependentes de alguma consultório em São Paulo e aqui”, coisa. Seja café, seja treino, não importa, sempre conta Reginaldo. existe uma dependência, Atendimento especial algumas mais graves, ouA Casa Dia é uma entidade filan- tras nem tanto. Por isso, trópica. Atende homens de todas é importante entender as idades, desde adolescentes até e aceitar que dependêna terceira idade. Em parceria com cia química é algo que a Secretaria de Desenvolvimento precisa de tratamento e Social do município, 20% das vagas que dificilmente alguém da clínica são destinadas à pacientes se curará sozinho. Regide baixa renda. Dos outros 80% de naldo conta que quando vagas, muitas vezes a entidade pre- começou a trabalhar com cisa adaptar o valor do tratamento dependentes, eles não de acordo com a renda de cada fa- aceitavam ser atendidos por psicólomília, tentando atender todos que gos ou psiquiatras, achavam que não os procuram. “Para o Breno, o poder os entenderiam. Hoje existe melhor público deveria se responsabilizar aceitação da sociedade pelo trabalho por todos os pacientes”. A triagem desses profissionais, o que faz com de quem será internado é feita por que o tratamento seja mais rápido e Reginaldo. Todos passam pelo aten- eficaz. Reginaldo também foi dependimento psiquiátrico, com Dr. Breno, dente químico e após se recuperar em seu consultório. Dessa maneira o se especializou para poder trabalhar dependente químico recebe o respeito com outros que passam pelo que ele que qualquer paciente merece, sem passou. Por sua experiência ele exexclusão. “Ele tem muita qualificação plica que na maioria das vezes o que e boa vontade. O Breno é excelente”, atrapalha a recuperação dos pacientes elogia Reginaldo. “A experiência dele é a própria família. “Quanto menos é fundamental para a recuperação a família vier visitar, maior a chance dos nossos internos”. Hoje são 40 de recuperação”, afirma. Ele explica no total, dez deles atendidos pela que isso acontece por dois fatores, vaga social. Reginaldo fala que para ambos chamados de facilitação: amor trabalhar com dependentes químicos, exagerado e amor relaxado. O prios profissionais não podem ter ape- meiro é quando a família, em geral a nas conhecimento, precisam também mãe, acha que o filho é bom, não tem dedicação e humanidade, assim como defeito nenhum. Reginaldo é enfáti-

A Casa Dia existe há onze anos e é referência na região

Desde a inauguração da Casa Dia Dr Breno Montanari Ramos é quem atende e acompanha os internos

co: “Quem vem parar aqui é porque importância de a família, que acaba não presta, não adianta falar outra se tornando co dependente, também coisa. É manipulador e mentiroso”. se tratar. “Sem o comprovante de parE continua: “Por isso é excluído da ticipação do Amor Exigente, a família sociedade. Quando chega aqui e se nem entra aqui”. O Amor Exigente vê entre iguais se sente à vontade. É é um programa de proteção social quando começamos a moldar o caráter que apóia e facilita as mudanças na do interno. Ele vê que o outro está família e na sociedade, em busca de melhorando, se tornando mais calmo qualidade de vida. e educado e quer melhorar também”. Em nome da Casa Dia, Reginaldo O segundo caso acontece quando o Freitas manda uma mensagem ao paciente, já recuperado, volta para Dr. Breno: casa e a família não acredita em sua “Agradeço o Dr. Breno pelo trabalho recuperação. “Ele volta outra pessoa, de muitos anos com a Casa Dia e o mas a família acha que ainda é aquele parabenizo pelo Dia do Médico” que saiu dali no fundo do poço pra ser internado. Se ele sai e se atrasa Site: www.casadiabp.com.br para voltar, já acham que estava se drogando de E-mails: novo. Não confiam”. Por atendimento@casadiabp.com.br isso, Reginaldo quanto contato@casadiabp.com.br Dr. Breno enfatizam a


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Respeito à Família Dr. João Cunha Bueno trata do dependente e do co-dependente

colaboração SHEL ALMEIDA

Ele conta que Dr. João trabalha na área semanalmente da terapia em grupo, a fim há 28 anos, e que ele próprio também já de continuar o tratamento. Otávio diz que foi dependente químico. “Ele se tornou o dia é de “reabastecer as energias” para psicanalista pra poder atender outras a nova semana. “Ali não se fala mais em pessoas que passam pelo que ele passou”, dependência. Discutimos outros tipos de conta Otávio. Pergunto a ele o porquê de problemas, como readaptação”, explica. a maioria das pessoas que trabalham com Márcia também recomenda o grupo de auto dependentes químicos terem o histórico ajuda: “Todos ex-dependentes químicos da dependência. Ele responde enfático: “Só deveriam freqüentar. É uma troca de expequem passou por isso pra saber como é”. riência muito rica”. Márcia trabalha com o Hoje ele é colaborador método PEI – Programa dentro do processo que de Enriquecimento Instrumental – desenvolvido Dr. João desenvolve. Sobre o tratamento ele por israelenses após o O tratamento que afirma que é mais fácil o holocausto, que eleva Dr. João faz visa pelo as habilidades de pendependente se recuperar samento e inteligência, do que o co dependente, respeito ao ser humano e pela família por isso a preocupação do ampliando as funções cognitivas. “O método Dr. João com a família. “O Márcia Gomes, faz com que a pessoa paciente para de beber e psicopedagoga se drogar, volta a ter uma seja capaz de reaprender a viver sem a droga, que vida normal, a sair. Mas quando ele sai o familiar não dorme direito ela e a família voltem a acreditar em si”, pensando que ele terá uma recaída”. Otávio explica. O continuidade do tratamento conta que a clínica atende três pares de é fundamental para não haver recaídas, pacientes por vez, que ficam hospedados para aprender a lidar com frustrações sem em apartamentos. O tratamento dura uma o uso de narcóticos ou álcool. “Se a pessoa semana, e mesmo sendo rápido, o índice não tiver um acompanhamento depois do de recuperação é muito grande. Márcia tratamento, acaba saindo de uma compultambém enfatiza o bom resultado “Traz são e entrando em outra” fala Márcia, ao a pessoa para a consciência de que há a lembrar que qualquer coisa que faça com possibilidade de tratamento e que ela pode a pessoa viva em função dela é uma comter vida”. E afirma: “É a dor que faz a pessoa pulsão. “Tem gente que tem compulsão buscar ajuda. Ela não agüenta mais sofrer. por chocolate, outros por jogos, dívidas, A vontade de se tratar vem da dor.” internet...”, avalia. Ou seja, o objetivo é fazer Otávio credita o bom desempenho na re- com que o indivíduo encontre equilíbrio cuperação pelo tratamento desenvolvido sem o uso de remédio, que foi usado dupor Dr. João à sua didática e ao fato de o rante o tratamento, e sem precisar de uma médico não se impor como tal ao paciente. válvula de escape que acabe se tornando “Invariavelmente eles o vêem como amigo”, outra compulsão. afirma. “Como também já passou por isso, não julga”, completa. Álcool x Crack Dor De acordo com Márcia o uso de crack hoje se tornou uma epidemia. O maior probleOtávio Zecchin trabalha com Dr. João há Continuidade nove anos. Passou pelo tratamento com o Depois da semana em que passam na ma é que a substância é capaz de tornar médico depois de 25 anos de alcoolismo. clínica, paciente e familiar participam o usuário dependente já na terceira vez

O dependente químico, em geral, tem uma pré disposição genética para desenvolver a doença. Infelizmente funciona como para o diabético: primeiro se descobrem as consequências e depois a doença. A diferença é que a diabetes é aceita como enfermidade e a dependência química não. Além disso, normalmente, em uma família em que existe um dependente químico, todos acabam doentes junto com ele, devido ao grau de destruição física, moral e psicológica em que chega o indivíduo. Nesse aspecto a clínica do Dr. João Cunha Bueno se diferencia por tratar não apenas do dependente, mas também do co dependente, sendo um tratamento em dupla. Márcia Gomes, psicopedagoga, recebe em seu consultório os pacientes atendidos por Dr. João. “O tratamento que ele faz visa pelo respeito ao ser humano e pela família”, ela fala. Márcia explica que, ao contrário do que se pensa, nem sempre a mãe ou a esposa, aquela pessoa que em geral mais se dedica ao doente é a pessoa mais indicada para acompanhá-lo no tratamento. “Às vezes a mãe não tem condição. Ela também já chegou ao ponto do descontrole”, afirma. Márcia usa o exemplo da novela Passione: no caso do personagem Danilo, o mais indicado a acompanhá-lo num tratamento como esse seria o irmão Sinval, que ainda se mantém equilibrado diante do problema familiar. “Seria bom se os pais também acompanhassem o tratamento, mas geralmente não o fazem porque têm medo de descobrir que têm o mesmo problema”, fala Márcia, relembrando a pré disposição genética. “Muitas vezes a carga genética vem de um familiar distante, como avós ou tios, não necessariamente de pai e mãe”, alerta Márcia.

O tratamento do Dr. João Cunha Bueno se diferencia por tratar não apenas do dependente mas, também co-dependente, sendo um tratamento em dupla

de uso. Para Otávio, o crack causa muitas recaídas e além de viciar rapidamente a decadência do indivíduo também é veloz. Márcia diz que muitos usuários de crack desenvolvem distúrbios psicológicos por causa da droga e que paralelamente ao tratamento para a dependência é preciso também tratar o distúrbio. Em outros casos a pessoa pode já ter um distúrbio como bipolaridade ou TOC e que só o descubra depois do uso de substâncias químicas. Nesse caso ele tende a se agravar. Em contrapartida ao crack, o álcool é uma droga que ataca gradativamente. Quando a pessoa reconhece o alcoolismo ele já está num estado avançado. “A maioria descobre que é alcoólatra quando já está com cirrose’, afirma Márcia. Otávio diz que o grande problema do álcool é que “a sociedade acha normal”. Mas faz um alerta: “Hoje não se acha mais dependente só do álcool. “Os poucos que existem estão acima dos 50 anos.” Mesmo hoje o número de mulheres e idosos estar se igualando ao de homens jovens em relação à dependência química, a grande maioria ainda é de rapazes na faixa de 25 a 35 anos. E praticamente todos são dependentes de álcool e mais alguma droga. Muitos se recuperam da segunda, mas não conseguem largar o álcool, o que acaba fazendo com que volte á outra, tornando assim um círculo vicioso. Sobre a experiência em trabalhar com Dr. João, Márcia diz: “Já vi acontecer milagres, de a pessoa estar até sem capacidade motora e se recuperar. Em outro caso pensamentos que a pessoa não estaria viva para a segunda consulta, e ela também está recuperada”. Otávio Zecchin aproveita para agradecer Dr. João: “Por ele ter me ajudado a sair da dependência química e depois disso ter me convidado a participar do processo de ajuda a outros dependentes. Isso faz com que continue ajudando no meu processo de recuperação”.


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Casa & Reforma

Banho na decoração Clientes procuram por serviços de limpeza de tapetes, sofás e colchões

por ROSANGELA DE MOURA/FOLHAPRESS

Cada vez mais paulistas procuram serviços de limpeza e higienização de tapetes, carpetes, cortinas e estofados. Nos últimos cinco anos, a demanda por eles aumentou 25%, segundo o Sindlav (sindicato de lavanderias). Mas encontrar uma lavanderia especializada é tão difícil quanto conseguir um bom mecânico. Não dá para arriscar com qualquer empresa, especialmente quando se trata de itens caros e valiosos. No primeiro semestre deste ano, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) registrou 87 queixas de lavanderias. Os principais problemas foram serviço mal executado (31) e dano na peça (29). A recomendação de quem já usou o serviço é o melhor caminho para escolher a empresa adequada. Uma dica é consultar a Associação Nacional das Empresas de Lavanderia para confirmar seu credenciamento, ou ainda o Procon-SP para saber se a empresa tem reclamações registradas. A fonoaudióloga Aracy Silva, 67, conta que conseguiu a indicação de uma lavanderia doméstica com uma prima. Hoje contrata limpeza anual de sofá, carpete e cortinas para seu apartamento. Para não ter decepções, antes de contratar o serviço, veja quais são as orientações de lavagem na etiqueta do produto. Além disso, “a lavanderia tem obrigação de ter profissionais que possam identificar o tipo de lavagem adequado”, comenta Márcia Oliveira, técnica do Procon. A ordem de serviço é o principal documento nessa hora. Nela, deve haver a descrição do trabalho a ser realizado, o estado da peça e o prazo de entrega. O documento precisa ter a assinatura de ambas as partes. Assim, a lavanderia passa a ser responsável pela qualidade da prestação de serviço e por qualquer defeito que apareça no produto.

Dentro de casa As lavanderias, em geral, oferecem tanto a higienização na casa como a retirada para a limpeza. Apesar de parecer uma comodidade, a limpeza em domicílio nem sempre é a melhor escolha. Em lugar de muito sabão e água, o serviço é realizado com escovinha, aparelho de higienização a vapor e alguns produtos químicos. Por isso, quando a peça pode ser retirada, há empresas que não aceitam limpá-la em casa a fim de garantir a qualidade. Ou então fazem um termo de responsabilidade em que consta a opção do cliente pela técnica menos adequada. Na lavanderia, o serviço completo demora, em geral, de sete a dez dias. A peça é entregue em domicílio e montada novamente no lugar é o caso de cortinas e de persianas.

com até 1,5 m fica de R$ 120 a R$ 340. Em colchões e estofados, o método de lavagem é o mesmo: limpeza úmida com escova e secagem à sombra. A higienização de uma poltrona custa R$ 100, a de um sofá de quatro lugares sai por R$ 300. Para colchão de solteiro, o preço é de R$ 110.

ONDE ENCONTRAR Elite

11 3726-1699 www.elitelavanderia.com.br

Lavwash

11 4225-1260

Nova Paulistana

11 3862-0812 www.novapaulistana.com.br FOTO: SILVIA ZAMBONI\FOLHAPRESS

Preços variam conforme o tipo de limpeza Na lavagem, o método tradicional, com água e xampu neutro, é considerado o mais eficiente. Mas quando os tapetes correm o risco de manchar ou de encolher, a limpeza é feita umedecendo e escovando a peça manualmente. Conforme o tipo de fibras do tecido, a secagem é natural (ao tempo) ou em estufas. Tapetes delicados, como os orientais e os de sisal, precisam de mais cuidado na lavagem. A manutenção pode afetar suas características. Os preços vão de R$ 20 a R$ 40 por metro quadrado. Cortinas e persianas são lavadas ou com água e xampu ou a seco. A higienização de cortinas com 1,3 m custa de R$ 25 a R$ 90 (peças com forro duplo). A lavagem de persianas

Lavagem de tapete FOTO: EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS

Homens fazem limpeza de sofa em apartamento na rua Ibiapinopolis, no Jardim Paulistano em Sao Paulo


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Comportamento FOTO: ROBSON VENTURA /FOLHAPRESS

Quando a brincadeira causa sofrimento por FLÁVIA ROMERO/FOLHAPRESS

Começa com cara de brincadeira. Colegas da sala de aula caçoam do cabelo ou do tênis, dão um apelido humilhante e, logo, surgem as ameaças físicas. Quando parece que acabou, a guerra começa na internet, com montagens fotográficas, mensagens ofensivas e vídeos constrangedores. O que era apenas uma tiração de sarro entre amigos vira uma verdadeira sessão de tortura para o alvo das provocações. Conviver com os outros passa a ser perturbador. Esse é o bullying um perigo silencioso que pode devastar a vida de seu filho. ‘O bullying escolar ocorre desde que existe instituição de ensino’, afirma Ana Beatriz Barbosa Silva, psiquiatra e autora de ‘Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas’ (ed. Objetiva/Fontanar). ‘Os bullies [agressores] escolhem os alunos que estão em desigualdade de poder, seja por uma questão socioeconômica, de idade ou de porte físico. As vítimas geralmente são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras e de credo, raça ou orientação sexual diferentes.’ Por ‘destoarem’ do grupo, essas pessoas costumam sofrer de baixa autoestima e, por isso, tornam-se mais vulneráveis aos ofensores. ‘Os autores do bullying escolhem como alvo aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas. É um ato covarde’, define Ana Beatriz. Mas qual é o limite entre a brincadeira e o bullying? ‘Essa barreira é ultrapassada quando não há equilíbrio entre as partes: uma se diverte enquanto a outra sofre. A ação precisa ser repetitiva contra o mesmo alvo e sem motivação’, esclarece Cléo Fante, autora de dois livros sobre o assunto: ‘Fenômeno Bullying’ e ‘Bullying Escolar’. O que assusta pais e educadores é que o bullying não é coisa de gente grande. ‘A partir dos três anos já é possível identificar o envolvimento com o problema’, diz Cléo. Foi assim com Gabriela, que, aos sete anos, já viveu uma amarga experiência. Um coleguinha da sala de aula insistia em zombar dela, repetindo as mesmas brincadeiras todos os dias. Gabriela evitava até ir a festas de aniversário da turma, onde poderia encontrar o garoto que a incomodava. Sem conseguir se defender, ela procurou a mãe e desabafou. A dentista Mégida Galindo agiu rápido: orientou a filha e procurou a direção da escola. As provocações cessaram, e Gabriela voltou a ter prazer em ir à aula. Para auxiliar os pais, o colégio de Gabriela promoveu uma palestra para explicar o que é o bullying e como identificar comportamentos agressivos e nocivos às crianças. Várias dicas foram reunidas em uma cartilha. ‘Desde então, estou mais atenta ao que acontece com a minha filha. Pergunto sempre como foi a aula e reúno as amiguinhas dela aqui em casa para incentivar a convivência sadia entre elas’, conta Mégida. Situação semelhante aconteceu durante parte da vida escolar da produtora de vídeo L. M., de 23 anos. Por volta dos 15 anos, ela se sentia diferente dos colegas

da turma. A todo momento era importunada com insultos, xingamentos e fofocas. Um grupo chegou a espalhar pelo colégio que L.M. seria lésbica, o que aumentou o preconceito contra ela. As pessoas pegavam tanto no seu pé que, muitas vezes, ela deixou de ir à escola. ‘Eu simplesmente não queria ser humilhada todos os dias.’ Quando conseguia se arrastar para a sala de aula, não prestava atenção ao que os professores estavam explicando, por ser constantemente alvo de ‘zoações’. O resultado não poderia ser outro: L. M. repetiu de ano. A mãe decidiu mudá-la de escola. O sofrimento passou, mas a produtora de vídeo garante que ficaram feridas definitivas em sua autoestima. ‘Sempre que relembro essa época, eu sofro de novo.’ Identificar com rapidez quando o seu filho está com problemas na escola evita consequências mais graves. No início, as vítimas podem apresentar desinteresse pela escola, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social e ansiedade generalizada. ‘O bullying também pode agravar problemas pré-existentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, observamos quadros de esquizofrenia, homicídio e até suicídio’, diz a psiquiatra Ana Beatriz. O primeiro passo para evitar problemas é orientar as crianças e os adolescentes a procurarem adultos quando sentirem que as brincadeiras estão cada vez mais agressivas e frequentes. Mas só isso não basta. Sob ameaça constante, as vítimas do bullying raramente pedem ajuda às autoridades. Preferem sofrer caladas e poupar os pais da decepção de descobrirem uma fragilidade do filho. Para conter o bullying de forma eficaz, pais e educadores têm que observar de perto o comportamentos dos jovens. ‘Conversamos muito com as crianças para que não se sintam intimidadas e encontrem um canal de comunicação com os professores e orientadores de convivência’, conta Regina Célia Tocci Di Guiseppe, diretora ético-religiosa do colégio Santo Américo, da capital paulista. ‘Não podemos esquecer que estamos lidando com crianças. Elas não têm a nossa maturidade para avaliar os riscos de alguns de seus atos ou acham que são capazes de administrar os ataques que sofrem.’ Segundo o chefe do departamento de educação preventiva da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Edison de Almeida, já existem ações para o controle do bullying nas escolas da rede estadual de ensino desde a década de 1990. ‘No ano passado, voltamos nosso foco para o cyberbullying também.’ Ele afirma que o uso dos computadores pelos alunos é monitorado e que são proibidos celulares em sala de aula. ‘Acho que a tecnologia ajudou a nossa vida, mas temos de estar atentos ao uso.’ Para Felício José Moreto, assessor pedagógico do colégio Marista Arquidiocesano, ‘o dano causado

por meio da internet ultrapassa a escola e a família e atinge proporções infinitas. Ficou muito fácil publicar imagens e gravações on-line’. Por causa disso, a escola controla com rigor o uso de aparelhos eletrônicos. Os alunos que insistem na utilização do celular na classe ou que usam o aparelho para filmar e fotografar os colegas podem ter o equipamento confiscado. ‘Na internet, todo mundo Personagem Megida Facury e sua filha Gabriela, 07 anos, que sofreu é valente. Assumir as consequências das ações brincadeiras incomodas na sala de aula e pediu ajuda a mãe depois é muito mais difícil.’ O pedagogo José Antônio de Miranda, secretáforam postados no YouTube, com comentários rio da Associação Escolar Benjamin Constant, defende que a prevenção é o melhor caminho para maldosos. O jovem mergulhou em uma crise de acabar com todos os tipos de bullying. O colégio depressão e ansiedade e foi encaminhado ao apoio aposta em projetos educativos e em um trabalho psicológico. ‘As pessoas não fazem ideia de como esse vídeo desestruturou a nossa família. A diversão individualizado com os alunos. Ferramentas como o bloqueio de programas de deles custou a saúde do meu irmão e o bem-estar mensagens instantâneas e de redes sociais nos com- de todos na nossa casa’, reage Camila. putadores fazem parte da política da escola. ‘Além O analista de mídias Rafael Takano, 24 anos, ainda disso, proibimos o uso de celulares em sala de aula’, guarda lembranças fortes das agressões que sofreu afirma Miranda. ‘Trabalhamos com textos sobre quando tinha dez anos. Deixou a escola particular o assunto e propomos discussões entre os alunos. e se mudou para um colégio público no meio do Nossa intenção é que o adolescente compreenda o ano letivo. Virou alvo fácil dos bullies. ‘Um japonês, sofrimento que uma ação [de bullying] pode causar gordinho, de classe média, em uma sala em que as no colega’, afirma Antonia Munhoz Mandarano, pessoas eram simples.’ A crueldade dos garotos que o perseguiam ia além dos apelidos. ‘Viravam pote de coordenadora pedagógica do colégio. O músico Flávio Lopes Rodrigues Filho, de 24 anos, “branquinho’ [corretivo líquido] na minha cadeira, teve a sua privacidade devastada na internet. Em roubavam meus estojos, quebravam lápis e canetas, 2008, criaram um perfil falso no Orkut com o seu jogavam minha mochila na rua e ameaçavam me bater nome. O agressor publicou fotos de sua mãe, irmã e se eu não colocasse o nome deles nos trabalhos que ex-namorada com legendas pornográficas, adicionou fazia’, relembra. ‘Eu só não me sentia pior porque seus amigos pessoais e disparou mensagens com eram uns três perseguidos em cada sala. E, de tanto xingamentos e palavras de baixo calão. ‘As pessoas falarem que eu era estranho, passei a acreditar que achavam que era eu fazendo e falando tudo aquilo. tinham razão em fazer aquilo.’ Não tive como me desculpar com todas as pessoas e Engana-se quem pensa que os autores das agressões até hoje muita gente não fala comigo ou me atende são crianças ou adolescentes antissociais e excluídos do grupo. ‘Eles costumam ser populares na escola de forma ríspida’, desabafa. Rastreando, percebeu que eram muitas as páginas e estão sempre enturmados. Manipulam pessoas atacando o trabalho de sua banda, ‘Eletroface’, e para se safar das confusões em que se envolvem. fazendo chacota com o seu modo de se vestir e Divertem-se às custas do sofrimento alheio’, explica se pentear. ‘Foi um grande abalo na minha vida.’ a psiquiatra Ana Beatriz. Flávio insistiu muito até conseguir retirar o perfil O publicitário T. F. sente vergonha do que fez no falso da rede. Enviou ao provedor uma cópia do seu período escolar. Hoje com 25 anos, não tem dúvida: documento de identidade com foto provando que ‘Dos 8 aos 13 anos, eu estraguei a vida de muita gente’. não era autor de tudo aquilo. ‘Hoje em dia aprendi Como o popular da turma e um dos melhores alunos a lidar com isso. Se uso o Twitter, não digo onde da escola, distribuía apelidos para quem tinha algum estou, não divulgo fotos da minha vida pessoal na defeito físico e adorava infernizar as garotas mais gordinhas. Ele relembra que colocar a classe inteira internet e deixo para lá críticas vazias.’ A empresária Camila Vieira também viu de perto o contra uma pessoa era a sua especialidade. sofrimento causado pelo cyberbullying. A vítima foi ‘Eu sentia um enorme prazer e contentamento seu irmão Alfredo, de 22 anos, portador da síndro- naquilo e, quanto mais frágil [a pessoa], mais eu me de Asperge. Em 2007, Alfredo frequentava um gostava de atazanar.’ T. F. conta que gostaria de reencolégio no interior de São Paulo. Lá, viveu dias de contrar as pessoas a quem fez tanto mal para pedir terror psicológico. Muitas pessoas não entendiam desculpas. Apesar do perdão, ele sabe que muitos seu comportamento peculiar e o provocavam o jamais vão se recuperar do trauma causado por tempo todo. Vídeos que ridicularizam Alfredo ele. (Colaborou Amanda Novaretti)


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Informática

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&

Tecnologia

Onde está você? Líder entre os serviços de geolocalização, Foursquare chega a 3 milhões de usuários e ganha concorrência

por FERNANDA EZABELLA/FOLHAPRESS

Dia desses, num restaurante, antes de ver o cardápio, eu liguei o celular. Em poucos minutos, descobri que o estrogonofe era o prato mais elogiado da casa e que era melhor evitar o burrito. Ao final, teclei um recado para os próximos visitantes: ‘Acabou o pão de queijo, quibe é uma boa pedida’. Recursos assim são possíveis graças a serviços como Foursquare, Gowalla e MyTown, que cada vez mais forçam a porta de entrada em nossas vidas e disputam a liderança de mercado. Não se trata apenas de avisar seus amigos que você está no cinema ou dar uma dica sobre o melhor drinque de um bar. Por trás desses aplicativos, há uma grande engenharia publicitária, que mantém a roda girando. Por exemplo, após dar entrada (‘check-in’, em inglês) no restaurante por meio do aplicativo do Foursquare, o programa avisou que, a cem metros dali, uma loja de roupas Gap dava descontos de 25% para os usuários. A ABI Research prevê que publicitários gastarão até US$ 1,8 bilhão em propagandas do tipo em 2015. Mas o número de usuários ainda é baixo, embora o crescimento seja intenso. Pesquisas apontam que de 4% a 11% dos americanos usam aplicativos do gênero. E que 50% deles respondem de alguma forma aos anúncios.

Honra ao mérito

Os programas também promovem uma gincana virtual. No Foursquare, cada tarefa completada, como visitar uma academia de ginástica, vale um selo. E quem visitar o mesmo lugar mais vezes

FOTO: DIVULGAÇÃO

vira o ‘prefeito’ do pedaço. O Foursquare é o aplicativo mais badalado atualmente. Lançado há pouco mais de um ano, cresceu de 450 mil usuários em março para 3 milhões em agosto. É um ritmo maior que o do Twitter quando no mesmo estágio. Para não perder o bonde, até o Facebook, com seus 500 milhões de usuários, lançou um localizador, poucas semanas atrás. Mas, como só funciona nos EUA, serviu de propaganda para os outros. ENTREVISTA NAVEEN SELVADURAI

As pessoas querem explorar o mundo real

Fundador do Foursquare, jovem milionário indiano que mora nos EUA, promete design novo e melhorias nas recomendações para tornar o serviço mais social. Naveen Selvadurai, 28, nasceu na Índia e mora nos EUA desde os nove anos. No dia da entrevista com a reportagem, tinha acabado de mudar o escritório do Foursquare para um prédio maior. Há exatamente um ano, eram apenas ele e Dennis Crowley, os fundadores, e mais um empregado. Hoje, são 27 pessoas. Selvadurai, que figurou numa lista dos mais novos jovens milionários do mundo, diz que 40% dos usuários do Foursquare estão fora dos EUA, principalmente na Ásia, onde Tóquio já ultrapassou Nova York. O aplicativo funciona no Brasil, mas a empresa não revela números. Reportagem - Em quantos lugares você já deu entrada hoje? É prefeito de muitos? Naveen Selvadurai - Hoje, só dois lugares,

no café da manhã e no almoço. Eu trabalho o tempo todo, ontem fiquei aqui até 1h. Não sou mais prefeito de nada, perdi tudo. Antes todo mundo só falava em rede social. Agora é localização. Por quê? Porque hoje, com os celulares, todo mundo tem na ponta dos dedos toda a informação presente na internet. E porque estamos num momento de entender a relação da tecnologia e o jeito como as pessoas pensam. E elas querem explorar o mundo real. Qual a função do elemento de jogo, de virar prefeito? É para encorajar você a ser um explorador melhor. Por exemplo, criamos um distintivo para quem fosse à academia. E percebemos que muita gente começou a ir à academia só para conseguir o distintivo. Como funciona para uma loja em São Paulo ou Nova York fazer uma promoção no Foursquare? Em breve teremos um sistema automático. Por enquanto, você tem que escrever para a gente, e esse pedido vai para uma fila para ser aprovado. Como o Foursquare lida com a privacidade? Tem gente que não quer ser achada, não? Sempre criamos algo novo pensando na privacidade, OK? Sempre que eu dou uma festa, por exemplo, obviamente não quero gente que não foi convidada. É exatamente assim que desenvolvemos os produtos. E o

Naveen Selvadurai

Foursquare não fica divulgando constantemente onde você está. Ele só anuncia quando você dá entrada. E você pode também fazer isso sem contar para ninguém. Qual o futuro do Foursquare? Em breve vamos lançar novas versões, teremos um design novo. Queremos aprimorar as recomendações e deixá-lo mais social. Queremos que você use seus amigos e o conhecimento deles para melhorar sua experiência na cidade. Por exemplo, se um amigo meu for a um lugar novo legal, no meu bairro, que eu não conheço, ele não precisa me dizer, o sistema vai me avisar. Não existe nada hoje que faça algo parecido. Então vamos acrescentar isso, estamos perto de construir algo assim. Pode falar mais sobre essa novidade? Se eu for a Tóquio, por exemplo, ele vai me recomendar os melhores cafés da cidade, baseado no meu histórico, porque ele sabe que eu gosto de cafés. E pode também me ajudar a conhecer novas pessoas, talvez até arranjar um encontro.


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Antenado Antenado

Moacyr Scliar revê com ironia decepções políticas ‘Eu Vos Abraço, Milhões’ narra conflito entre a ideologia e a realidade

por MARCO RODRIGO ALMEIDA/FOLHAPRESS

Antes de tornar-se o título do novo romance de Moacyr Scliar, a frase ‘Eu Vos Abraço, Milhões’ perseguiu o autor por mais de 50 anos. O verso faz parte do poema ‘Ode à Alegria’, de Friedrich Schiller (17591805), que inspirou a ‘Nova Sinfonia’ de Beethoven (1770-1827). O escritor e colunista da Folha, 73 anos, leu a frase do poeta, filósofo e historiador pela primeira vez em uma coletânea de textos de comunistas, na década de 50. Mais que a beleza poética, chamou a atenção do jovem, então já engajado no movimento estudantil, a ideia de comunhão com as massas. Desde então, diz Scliar, o verso ‘ficou guardado na minha mente’. O resultado, finalmente, chega agora às livrarias. Da mistura entre arte e política surgiu a gênese do romance e de seu protagonista, Valdo. Já bastante idoso, doente e morando numa casa geriátrica, Valdo escreve ao neto contando sua vida. Durante a adolescência, em 1929, ele, encantado com o ideal de justiça, decide entrar para o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Abandona Santo Ângelo (RS), sua cidade natal, e parte para o Rio de Janeiro, onde espera ser acolhido e orientado pelos militantes.

Mudar o mundo Como Valdo, Scliar também foi um jovem conquistado pelo canto comunista, mas garante que o livro não é autobiográfico. ‘Na verdade, é um retrato de uma geração anterior a minha, que viveu o auge desse projeto gigantesco de mudar o mundo. Já a minha geração presenciou a ruína desse sonho’, diz ele. Para Valdo também nem tudo sai como planejado. A filiação ao PCB é constantemente postergada. A busca por Astrojildo Pereira (1890-1965), lendário líder comunista que realmente existiu, é infrutífera. Para piorar, ele ateu convicto, é claro vê-se obrigado a trabalhar na construção do Cristo Redentor, inaugurado em 1931. Aos poucos, Scliar questiona todas as certezas do personagem. ‘A política nunca preencherá o vazio humano. A constatação disso será dolorosa, mas fundamental para seu amadurecimento.’

As desilusões não fazem de Valdo um velho ranzinza. Sobra humor em seu relato, mesmo para comentar seus problemas de próstata ou fracassos do passado. Postura semelhante tem Scliar, mesmo que hoje mais cético do que na juventude. ‘Cheguei à maturidade totalmente reconciliado com a vida. Apesar de tudo, o Brasil melhorou. E eu acredito nos jovens, é uma geração admirável’, diz Moacyr, com um quê indisfarçável de Valdo.

FOTO: NECO VARELLA/FOLHA IMAGEM

EU VOS ABRAÇO, MILHÕES AUTOR Moacyr Scliar EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 39,50 (256 págs.)

O escritor e médico, Moacyr Scliar na sua casa em Porto Alegre


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Teen

FOTO: NECO VARELLA/FOLHA IMAGEM

Princesas do tatame Meninas do judô conquistam melhor resultado do país em mundiais

por TARSO ARAUJO/FOLHAPRESS

Elas nunca foram tão novas nem tão vencedoras. Na semana passada, as judocas da seleção brasileira voltaram do último Campeonato Mundial de Judô, realizado no Japão, com a melhor campanha do país na história. E o que é melhor: com média de idade de 20,6 anos, elas estão só começando. Mayra Aguiar, 19, ganhou uma medalha de prata inédita para o Brasil. Já Sarah Menezes, 20, conseguiu um bronze. Suas duas medalhas são quase a metade das cinco que o judô feminino já conquistou em toda sua história nos mundiais. O retrospecto revela a falta de tradição das brasileiras no esporte. Mas o resultado da nova geração nesse e em outros torneios internacionais importantes mostra que o quadro pode mudar em breve. E aumenta a esperança do país de obter um recorde de medalhas na modalidade em 2012, em Londres. “Não somos mais só promessa. Já é uma realidade. Estamos vendo que não é impossível [ganhar uma Olimpíada]”, diz Mayra, que venceu no Japão a atual campeã olímpica e mais duas medalhistas de Pequim-2008. “A gente esta amadurecendo e acumulando experiência. De pouco em pouco, estamos chegando”, faz coro Sarah Menezes, 20, bronze no mundial.

Feminino profissa

As meninas treinam de quatro a seis horas diárias, de segunda à sábado. Dão tudo de si para fazer bonito nos tatames, mas seu sucesso também é consequência de mudanças fora dele. Nos últimos cinco anos, a Confederação Brasileira de Judô passou a tratar o feminino da mesma forma que o masculino, com equipe e orçamento próprios. “Hoje eu recebo até salário”, diz Mayra. “A estrutura melhorou muito desde a minha primeira convocação [em 2006]”, avalia. Geraldo Bernardes, técnico de Rafaela Silva e treinador da seleção nas Olimpíadas de 1988 a 2000, lembra sem saudades do seu tempo. “Além de treinar o masculino e o feminino, eu era preparador físico, psicólogo, babá... Hoje, a delegação tem até gente até para filmar lutas. Isso faz diferença, e os resultados aparecem.” A verba para as meninas também permite

que elas viajem mais para competições e treinos internacionais, em que têm a oportunidade de estudar as adversárias. “Antes, os homens treinavam na Europa, e a gente, na América do Sul. Agora, vamos para países fortes, como Japão e Rússia”, diz Sarah. A piauiense, no entanto, não abre mão de continuar morando em sua Teresina natal. Assim como Mayra não deixou Porto Alegre. “O Brasil tem muitos praticantes de judô. Só falta a gente melhorar a detecção dos talentos nos clubes pelo país”, diz Antônio Carlos Pereira, técnico de Mayra. Para ele, os clubes também têm feito seu papel, melhorando sua capacidade de achar e de aprimorar talentos. De fato, se antes os judocas se concentravam no eixo Rio-SP, hoje as meninas da seleção vêm de seis times de cinco Estados diferentes. Todas secas por um pódio em Londres.

Meninas de ouro Conheça as judocas que representaram o Brasil no último campeonato mundial ERIKA MIRANDA, 23* Clube Minas Tênis Clube(MG) Categoria meio-leve (até 52kg) Pos. no ranking mundial 11ª Principal resultado Prata no Pan-Americano (2007)

Pos. no ranking mundial 22ª Principal resultado Bronze no Mundial Júnior (2009) MAYRA AGUIAR, 19* Clube Sogipa(RS) Categoria meio-pesado (78kg) Pos. no ranking mundial 7ª Principal resultado Prata no Mundial (2010)

vice-campeã mundial de judô em Tóquio Mayara Aguiar FOTO: SHIZUO KAMBAYASHI

RAFAELA SILVA, 18 Clube Instituto Reação(RJ) Categoria leve (até 57 kg) Pos. no ranking mundial 21ª Principal resultado Ouro no Mundial Júnior (2008) SARAH MENEZES, 20* Clube Acad. Expedito Falcão(PI) Categoria ligeiro (até 48kg) Pos. no ranking mundial 5ª Principal resultado Ouro no Mundial Júnior (2009) *Atletas que estariam classificadas para Londres 2012, segundo o ranking mais recente.

Sarah Menezes bronze no World Judo Championships em Tokyo FOTO: NECO VARELLA/FOLHA IMAGEM

MARIA PORTELA, 22 Clube Centro Olímpico (SP) Categoria médio (até 70kg) Pos. no ranking mundial 30ª Principal resultado Ouro na Copa do Mundo de São Paulo (2010) MARIA SUELLEN ALTHEMAN, 22 Clube Associação de Judô Rogério Sampaio (SP) Categoria pesado (mais de 78kg) Pos. no ranking mundial 19ª Principal resultado Prata no Grand Slam do Rio de Janeiro (2010) MARIANA SILVA, 20* Clube Associação de Judô Rogério Sampaio (SP) Categoria meio-médio (até 63kg)

Vice-campeão mundial de judô em Tóquio Mayara Aguiar


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Seus Direitos e Deveres colunadoconsumidor@yahoo.com.br

Tomando partido GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA

Assim que o Tribunal Superior Eleitoral informou ter sido Tiririca o candidato a deputado federal mais votado no Estado de São Paulo, com 1.353.820 votos, o que corresponde a quase 7% do eleitorado paulista, passamos a assistir um ataque quase que maciço aos eleitores responsáveis por sua vitória, haja vista o despreparo do candidato, reconhecido por ele próprio durante a sua campanha. A eleição do palhaço “abestado” passou a ser vista como uma forma de o eleitor manifestar a sua indignação com a corrupção e os políticos em geral, por alguns e por outros como a demonstração de que o eleitor brasileiro não possui comprometimento na escolha daquele que será o seu representante e de toda a sociedade no poder. Muitos indagaram: de que vale uma lei de ficha limpa se a população continua votando em candidatos despreparados, sem propostas e ideias e, às vezes, sequer alfabetizados? Certamente responder a essa pergunta não é uma tarefa fácil. Da mesma forma que não o é carrear aos eleitores a culpa pela eleição de um candidato despreparado, que ao menos sabe o que faz um deputado federal. Isso porque, levando em conta que vivemos em um país que possui um péssimo sistema de ensino público, em regra, cobrar, simplesmente, da população que vote em pessoas realmente preparadas para o exercício de um cargo político seria um tanto quanto leviano. Sabemos que no Brasil o analfabetismo ainda é presente, sem se falar do elevado número de analfabetos funcionais. A educação formal, como muito se prega por ai, ainda é a maior arma que um cidadão possui e certamente o instrumento que o qualifica para

que possua condições de representar outros de maneira adequada, contudo, ela não é devidamente colocada à disposição de todos. É óbvio que devemos, sim, sonhar com o dia em que os cidadãos possuam consciência crítica e condições de decidir de forma eficiente sobre o futuro político do país. Mas, da mesma forma, óbvio é que outras questões devem ser discutidas antes que essa seja uma exigência válida e coerente. O fato de, possivelmente, um analfabeto ter sido eleito apenas demonstra que a democracia realmente é eficiente. Os eleitores acabam por eleger aquele com quem se identificam, aquele que consegue fazer com que sua mensagem os atinjam. No Estado de São Paulo as aulas de filosofia e sociologia foram retiradas da grade curricular das escolas públicas e mesmo após medida aprovada no Conselho Nacional de Educação e sancionada pelo ministro da Educação Fernando Haddad, em 11 de agosto de 2006, que determinou, através da Resolução 04/06, que essas matérias voltassem a compor a grade curricular das escolas públicas e privadas do Brasil já em 2008, ainda não são ministradas aos alunos. O povo não é estimulado a raciocinar. Repetir um aluno não é mais permitido, mesmo que não tenha tido bom aproveitamento no ano anterior, será aprovado para o próximo. Trata-se do sistema de progressão continuada que garante a aprovação automática dos alunos de ensino fundamental, implementado no Estado de São Paulo há 14 anos. A existência de uma lei como a da ficha limpa tem uma grande importância, levando em conta que a maior parte da população não possui o seu próprio “filtro moral”, fato que decorre da

defasagem do ensino público. A lei é responsável por traçar esse paradigma ético. Mesmo porque, como herança dos nossos colonizadores, o Brasil possui a corrupção disseminada em diversos setores da sociedade, corrupção essa observada até mesmo nos pequenos atos, como o de furar uma fila. Sem leis que sejam capazes de impedir que pessoas ímprobas, desonestas, sejam eleitas ou mesmo se candidatem a cargos políticos, certamente elas estariam hoje comemorando a vitória nas urnas. E, aqui, estaríamos criticando a eleição de políticos desonestos, como Paulo Maluf e Garotinho, por exemplo. Lutar por um país melhor, mais justo, no qual os representantes do povo no poder ocupem seus cargos graças ao voto consciente dos eleitores é o que devemos continuar fazendo. E, sem dúvida, é por esse motivo que o debate é altamente produtivo. Mas, para se fazerem valer todas as letras do Constituição de 1988, muito há que ser feito, especialmente no que diz respeito à efetiva participação e fiscalização popular. Para tanto, precisaremos assistir a muitas transformações sociais. Não há dúvida de que os políticos eleitos pelo voto de protesto apenas servirão para enfeitar, se é que isso é possível, o parlamento. Caberá, por isso, aos que foram eleitos por terem apresentado propostas sérias e concretas, desempenhar com eficiência o seu papel, colocando as propostas em prática. E aos eleitores que se julgam conscientes, cobrar dos candidatos que elegeram que assim ajam. Quem sabe desta forma, aos poucos, esse quadro de senso acrítico da população, em geral, se altere e possamos dela exigir maior prudência ao votar.

Quem sabe chegará o dia em que o “operário” descrito por Vinicius de Moraes em seu poema “Operário em Construção”, que dizia sempre sim, comece a dizer não e aprenda a notar as coisas a que não dava atenção. Jogar a culpa na falta de senso crítico e consciência política do cidadão, certamente é a tarefa mais fácil. Mas, não podemos deixar de reconhecer que fomos capazes de dar um passo muito grande. Após importantes e intensas lutas sociais possuímos um regime democrático. Eleições ocorrerem, no último dia 03 de outubro ocorreu a maior de todos os tempo no Brasil, com mais de 111 milhões de eleitores comparecendo às urnas; o voto direto existe e é praticado; o poder é exercido pelo povo por meio de representantes por ele eleitos. A democracia está viva. Falta, sim, aperfeiçoála, para que se torne realmente produtiva no que tange a concreta observância dos objetivos da Republica Federativa do Brasil. E é certo que só se logrará esse aperfeiçoamento se e quando forem dadas condições de a população possuir todas as informações necessárias para votar “de forma consciente”. Diante de todo esse quadro, não exito em afirma que, certamente, há algo para se comemorar!!

Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810 Tel.: 11 4034.0606


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PROCLAMAS DE CASAMENTO - CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DE BRAGANÇA PAULISTA - Rua Cel. Leme, 448 - Tel: 11 4033-2119

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO Cidade de Bragança Paulista

Bel. Sidemar Juliano - Oficial do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais desta cidade e Comarca de Bragança Paulista, faz saber que do dia 29 de setembro a 5 de outubro foram autuados em cartório os seguintes Proclamas de Casamento:

Protocolo.....: 1525/2010 - HENRIQUE HELENA FONSECA e CHRISTIANE ALVES ANTONIALLI. Ele químico, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 12/11/1982, res. e dom. à Rua Santa Clara, nº 818, Centro - Bragança Paulista, filho de MÁRIO AUGUSTO FONSECA FILHO e de TERESINHA HELENA FONSECA. Ela relações públicas, solteira, natural de São José do Rio Pardo-SP, nascida no dia 18/06/1983, res. e dom. à Rua São Paulo, nº 350, Centro - Casa Branca, SP, filha de MAURO MARIA ANTONIALLI e de MARIA AUREA ALVES ANTONIALLI. Obs.:- Cópia do Edital de Proclamas recebida do Oficial de RCPN de Casa Branca, SP (local onde tramitam os Autos de Habilitação para Casamento). Protocolo.....: 1516/2010 - RENATO BATISTA NOGUEIRA e VIVIAN AYUMI TAKANO. Ele engenheiro eletricista, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 20/02/1982, res. e dom. à Rua Piracaia, 159, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filho de ANTONIO BATISTA NOGUEIRA NETO e de MARLENE GOMES DA SILVA NOGUEIRA. Ela cirurgiã dentista, solteira, natural de Atibaia-SP, nascida no dia 18/08/1979, res. e dom. à Rua Itararé, 48, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filha de MITSUGU TAKANO e de YAEKO TAKANO Protocolo.....: 1517/2010 - ÁLVARO DIEGO BIASETTO e JESSICA CRISTINA PINTO. Ele comerciante, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 12/10/1982, res. e dom. à Avenida João Alberto Ahnert, 540, Águas Claras - Bragança Paulista, filho de ALVARO APARECIDO BIASETTO e de ELIANA SANTOS BIASETTO. Ela vendedora, solteira, natural de Bragança PaulistaSP, nascida no dia 12/05/1988, res. e dom. à Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, 224, Tanque do Moinho - Bragança Paulista, filha de PEDRO PINTO e de MARIANA DE FATIMA OLIVEIRA PINTO Protocolo.....: 1518/2010 - JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA SERVILHA e MARIA PRISCILA MACIEL DE MORAES MOURA. Ele engenheiro de produção, solteiro, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 29/05/1981, res. e dom. à Rua Basilio Zecchin, 163, Vila Motta - Bragança Paulista, filho de LUIZ CARLOS CARMONA SERVILHA e de SOLANGE MACIEL DE OLIVEIRA SERVILHA. Ela administradora de empresas, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 25/10/1981, res. e dom. à Rua Maria Piagentini Colli, 381, Jardim São Caetano Bragança Paulista, filha de WILSON MOURA e de MARIA DE FÁTIMA MACIEL DE MORAES MOURA Protocolo.....: 1521/2010 - GERIVAL VENÂNCIO e ROZILENE MORAES SANCHEZ. Ele bancário, divorciado, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 19/01/1962, res. e dom. à Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 100, Jardim Santa Rita - Bragança Paulista, filho de GERVÁSIO VENÂNCIO e de LAURA APARECIDA SOUZA VENÂNCIO. Ela terapeuta holística, viúva, natural de Senador Amaral-MG, nascida no dia 03/04/1972, res. e dom. à Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 100, Jardim Santa Rita - Bragança Paulista, filha de FRANCISCO GINEZ SANCHEZ e de APARECIDA DE MORAES SANCHEZ Protocolo.....: 1522/2010 - JOSÉ CARLOS GONZA-

LEZ ARASUELO e MARIA DA GLORIA GOMES DE AZEVEDO. Ele pedreiro, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 18/01/1961, res. e dom. à Rua Plínio de Araújo Braga, 135, Cidade Planejada II - Bragança Paulista, filho de OLIVIO GONZALEZ ARASUELO e de MARIA LUCIA DA ROCHA ARASUELO. Ela do lar, solteira, natural de Lindóia-SP, nascida no dia 20/03/1954, res. e dom. à Rua Plínio de Araújo Braga, 135, Cidade Planejada II - Bragança Paulista, filha de JOSÉ GOMES DE AZEVEDO e de MARIA BENEDITA RODRIGUES RAMOS Protocolo.....: 1523/2010 - LEANDRO WESTMANN PRADO e KAREN CRISTINA MIYAMOTO. Ele engenheiro mecânico, solteiro, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 12/03/1977, res. e dom. à Rua Rafael Diniz, 98, Jardim Santa Helena - Bragança Paulista, filho de JOSÉ LUIZ DA SILVEIRA PRADO e de MARIA TERESA WESTMANN PRADO. Ela administradora de empresas, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 17/01/1979, res. e dom. à Rua Catanduva, 132, Jardim Recreio – Bragança Paulista, filha de KENZO MIYAMOTO e de MARIA APARECIDA MIYAMOTO Protocolo.....: 1524/2010 - JOÃO FÁBIO VALENGA e MARIA FERNANDA VIEIRA RIGHI. Ele vendedor, solteiro, natural de Cambará-PR, nascido no dia 23/08/1978, res. e dom. à Rua Santa Amélia, 788, Lavapés – Bragança Paulista, filho de JOSÉ HAMILTON VALENGA e de MARIA APARECIDA RIBEIRO VALENGA. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 26/09/1984, res. e dom. à Rua Santa Amélia, 788, Lavapés – Bragança Paulista, filha de JOSÉ APARECIDO RIGHI e de PENHA VIEIRA DA ROCHA RIGHI Protocolo.....: 1532/2010 - TIAGO GUERRERO MARTINEZ e VIVIANE LÚCIA DA CRUZ. Ele instalador automotivo, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 26/12/1985, res. e dom. à Rua Primavera, 152, Vila Mota - Bragança Paulista, filho de GUINALDO GUERRERO MARTINEZ e de CLEUSA BRANDÃO MARTINEZ. Ela secretária, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 30/05/1982, res. e dom. à Rua Outono, 286, Cruzeiro - Bragança Paulista, filha de BENEDITO APARECIDO DA CRUZ e de CÉLIA MARIA ELVINO DA CRUZ Protocolo.....: 1533/2010 - VANDERLEI GALVÃO GOES e MIDIAN DE SOUZA PRANDO. Ele empresário, divorciado, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 07/02/1975, res. e dom. à Rua Dr. José Hermenegildo Pereira Guimarães, 696, Vila Gato - Bragança Paulista, filho de JURANDIR ORDONHE GOES e de TEREZA GALVÃO GOES. Ela empresária, divorciada, natural de Dracena-SP, nascida no dia 04/12/1980, res. e dom. à Rua Dr. José Hermenegildo Pereira Guimarães, 696, Vila Gato - Bragança Paulista, filha de MARCOS JOSÉ PRANDO e de ROSARIA DE SOUZA PRANDO Bragança Paulista 9 de outubro de 2010 Sidemar Juliano – Oficial SERVIÇOS, CONSULTAS E INFORMAÇÕES: visite nossa página na Internet: www.cartoriobraganca.com.br

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Ensino Médio de 2011

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alunos tiveram resultados significativos. 8. Orientação de Classe e Estudos. Acompanhamento individualizado de estudo e rendimento, priorizando o tempo do aluno, suas dificuldades e seus objetivos a longo prazo. Objetivo Geral 9. Nossos professores são constantemente avaliados por nossos alunos e coordenação, por isso temos um corpo docente O nosso propósito de formação integrada procura valorizar altamente qualificado. não só o desenvolvimento intelectual de nossos alunos mas 10. Orientação Vocacional e profissional feita pela psicóloga também habilidades afetivas que contribuem para a construção do Segmento. de uma vida saudável propiciando a convivência respeitosa com a comunidade escolar. Essas condições propiciam a formação de um aluno preparado para a escolha profissional sem deixar Quais as novidades para 2011? de lado os valores humanitários e o respeito às diferenças. 1. Aulas de aprofundamento (Estudos Avançados) nas disciplinas: Matemática, Química, Física e Biologia. Nessas aulas Objetivos Específicos Ensino Médio os professores abordarão essas disciplinas como os principais Sabemos que o mercado é cada vez mais competitivo e que vestibulares, aprofundando o conteúdo e resolvendo questões uma formação básica de qualidade é o melhor meio para uma com maior grau de dificuldade. Aulas à tarde (para 1º e 2º anos do Ensino Médio). realização profissional. No nosso Ensino Médio, temos como prioridade a formação 2. Aulas de Geopolítica. Complementando o conteúdo de do aluno com o maior grau de aprofundamento possível em geografia, essas aulas terão como material didático o Jornal todas as disciplinas. Esse processo tem início com a seleção Mundo. Mundo é uma publicação que existe desde 1992, inde professores altamente capacitados e experientes em cursos dependente, completamente afinada com as novas exigências pré-vestibulares. Em nosso dia a dia, as aulas ganham maior de um Ensino Médio direcionado para o desenvolvimento do profundidade, além das avaliações serem elaboradas com graus espírito de investigação e da autonomia intelectual. Mundo de dificuldade semelhantes aos das provas de vestibulares. tem sido, ainda, adotado como referência para alguns dos Também é importante salientar o nosso material didático, principais vestibulares do país. ou seja, a escolha dos livros didáticos e paradidáticos, por 3. Será montado um espaço para os professores disponibilizarem meio do qual é possível estudar a matéria em todos os seus material para aprofundamento na biblioteca e no site da escola. detalhes. Ainda há a realização de simulados constantes, com 4. Oficinas de Redação para os segundos e terceiros anos. O conteúdo cumulativo. Essa prática nos possibilita a verificação objetivo dessas oficinas é trabalhar os diferentes gêneros de textos que a Unicamp irá cobrar a partir de 2011. do desempenho do aluno se o vestibular fosse hoje. 5. Adequações no nosso corpo docente. Novos professores, Para cumprir esses objetivos, fizemos algumas mudanças em com experiência em ensino médio e cursos pré-vestibulares. 2010 e estamos propondo outras para 2011. Assim, apresen- 6. Relatório de desempenho nos simulados – Entregue trimestralmente para os pais. Nesse relatório o aluno e seus pais tamos a seguir o que foi feito e o que vamos fazer: podem verificar como está seu desempenho quando comparado O que foi feito em 2010 e será mantido para 2011: às notas de corte dos principais vestibulares. 7. Serão propostas Novas regras disciplinares, fazendo com 1. Plantões de Dúvida de Física, Matemática e Química com que o ambiente da sala de aula seja ainda mais produtivo. 8. Incentivo à participação em Olimpíadas: Física, Matemática, os professores das disciplinas. 2. Estudo detalhado das obras Literárias obrigatórias nos Química, História, Atualidades, Geografia. vestibulares da Unicamp e Fuvest. Agendamento de excursões 9. Intercâmbio com as escolas da Rede FI do Brasil e da Espara Teatro com a montagem e discussão das Obras exigidas panha. Esse intercâmbio já aconteceu com nossas escolas em Belo Horizonte (Projeto Espanha Jovem). pelos vestibulares. 3. Simulados específicos das universidades estaduais paulistas 10. Projeto Bola na rede. Campeonato com as escolas da Rede FI. (Unicamp, Fuvest e Unesp) e Enem em parceria com cursos pré-vestibulares de Campinas. (Em 2010 realizamos até o Esse é o nosso jeito de ser IECJ momento 11 simulados) Mais que Escola, Escolha 4. Maior carga horária para o 3º ano: 37 aulas semanais fixas, não estão inclusos os plantões e as aulas de livro. 5. Visita às Universidades Públicas: Unicamp e Usp. 6. Revisões específicas para os vestibulares, resolvendo as pro- Agendem uma visita ao colégio e conheçam detalhadamente vas dos últimos anos, durante o mês de novembro (3° ano). essas novidades. 7. Participação dos alunos em Olimpíadas: Atualidades (Facamp) e Matemática (Unicamp). Nessas olimpíadas nossos Direção e Coordenação Pedagógica


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