Bragança Paulista
Sexta
03 Dezembro 2010
Nº 564 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
(11) 4032-3919
Disponível também na internet:
www.issuu.com/jornaldomeio
2
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
Para Pensar EXPEDIENTE
As espadas se transformarão em arados MONS. GIOVANNI BARRESE
Essa é uma das promessas contidas no livro do profeta Isaías (2,1-5). A situação do seu povo era muito ruim. Reis vizinhos estavam se organizando para mais uma investida. O fraco rei Acaz e os grandes da corte, sempre preocupados consigo mesmos, não sabiam o que fazer. A insegurança vai passando para o povo que já antevê a calamidade que se aproxima. O desespero começa a tomar conta de todos. Nesse clima Isaias não entra em acusações. Ele lança uma palavra de esperança: o monte Sião, onde estava o templo de Jerusalém se elevará, isto é, tornar-se-á o ponto para onde convergirão todos os israelitas. La estarão em segurança. O monte será inexpugnável. Para lá convergirão, igualmente, todas as gentes. O monte Sião será o lugar permanente habitado pela glória de Deus. A luz do monte guiará todas as nações. Com isto as nações não mais farão guerras. As armas se transformarão em
instrumentos de trabalho. Este texto isaiano faz parte da liturgia da Palavra do primeiro domingo do Advento, tempo de preparação ao Natal do Senhor. Não poderia ser mais oportuno. Estamos acompanhando uma situação diametralmente oposta na cidade do Rio de Janeiro: à violência dos delinquentes e traficantes temos a incursão armada, combinada entre as polícias civil e militar, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Chegou-se ao ponto de operação de guerra em meio ao casario desordenado dos morros cariocas. A população ameaçada pelos marginais. Assustada com todo o aparato bélico. A situação nos leva a buscar as razões dessa triste situação. Creio que não será difícil concluir que a omissão dos governantes ao longo dos anos e a falta de uma politica social são as causas maiores. A ocupação dos morros não aconteceu da noite para o dia e nem se fez de uma só vez. A gênese é sempre a mesma. Alguém entra, faz um barraco.
Chega mais alguém. Mais outra pessoa. Pouco a pouco o pessoal vai se acomodando. Aparece, com o tempo, um grupamento maior. Vão surgindo medidas paliativas. Para não suscitar clamor popular e não perder votos os governantes vão “quebrando o galho”. As favelas vão aparecendo. O tempo vai passando e os moradores já estão no lugar há muitos anos. Trabalho regular ou não é exercido. Crianças nasceram no lugar. Barracas de madeira passam a ser de tijolo. Puxadinho pra cá. Puxadinho pra lá. Há uma ocupação de fato. Dá-se um jeito de colocar energia elétrica. A ela se somam os “gatos”. Diante da situação caótica se coloca água, etc. O povo começa a viver a certeza da posse e de que dali não se muda. Acrescenta-se, no Rio e em outros lugares, que diante da lentidão do poder público, começa a aparecer a ação dos traficantes que, com poder econômico, suprem necessidades que são obrigação
do Estado. Organizam-se creches, atendimento médico, auxílio em situações graves, etc. Soma-se a isso o medo imposto. Parece que estamos diante de uma situação insolúvel. Com o poder do tráfico ameaçando a autoridade do Estado a decisão tomada foi “retomar” os morros e as favelas. E em curto prazo só pela força das armas. Pode ser que neste momento seja a única maneira de quebrar a espinha dorsal da delinquência. Se, porém, a invasão não for acompanhada de ações de promoção humana, ela se esvaziará mais à frente. Nesse sentido é que é necessário que as armas que estão sendo utilizadas sejam substituídas por instrumentos que promovam a dignidade e a capacitação das pessoas. Há que se colocar no meio do povo sofrido a efetiva Esperança de uma vida radicalmente diferente. Todos temos consciência que a linguagem das armas sempre pedirá resposta na mesma linguagem. A violência só encontrará sua
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.
superação na medida em que se devolver ao povo a tranquilidade de um trabalho que dê sustento, a educação que prepare para a vida, o atendimento da saúde que tenha resposta imediata, etc. É preciso reconquistar a confiança no poder público. Se, num primeiro momento, está sendo necessária uma medida de força ela não pode ser perpétua. Deve ser um momento cirúrgico que será plenificado com a recuperação do paciente. Será bom que aprendamos com a situação do Rio de Janeiro e de outras grandes cidades, onde se permitiu a favelização e o surgimento de poder paralelo.
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
3
4
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
Cenas do Underground Cérebro Eletrônico lança terceiro disco e se firma como banda das mais importantes
colaboração SHEL ALMEIDA
Da geração com nome indefinido, reconhecido do palco. “Fiquei surpreso”, conhecida apenas como “nova cena fala. “Tinha um pessoal bem jovem ali,” paulista”, o Cérebro Eletrônico vêm conta. “Todo mundo cantando as músicas se firmando como uma das bandas do novo disco”. “Estamos conseguindo mais criativas e influentes do underground manter o antigo público e conquistando paulistano. O início da carreira musical de Tatá novos também”, completa. Aeroplano e Fernando Maranho, vocalista e guitarrista, respectivamente, foi na casa Roubaram o anão do dos irmãos Meno Del Picchia e Zé Pi, em meu jardim Bragança. Ali, nos encontros entre amigos, As referências de Tatá e Fernando continuam surgiram bandas que hoje são conhecidas no muitas, da literatura ao cinema, dos amigos cenário nacional. Além do próprio Cérebro, aos ídolos da adolescência. De Leonard Cohen o Jumbo Elektro, do qual Tatá e Fernando à Amélie Poulain. Do Chapeleiro Louco à Lars também fazem parte, o Druques, de Zé Pi von Trier. De Hélio Flanders à Tulipa Ruiz. e Meno e o Tigre Dente de Sabre, também Do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Zé Pi. Esses moços não param! De uma de Glauber Rocha, veio o nome do disco. Do geração que busca referências no passado e amigo Peri Pane veio a música “220V”. Se no presente, eles não se contentam com uma no segundo disco, “Pareço Moderno” Tatá, banda apenas. Quase todos os amigos que pedia que Sérgio Sampaio voltasse e lhe começaram juntos em terras bragantinas, trouxesse uma corda, neste novo álbum ele têm hoje diversos diz que os dados projetos paralelos. estão lançados No caso de Tatá e Sempre vi a música como e que enquanto Fernando, além das uma coisa agregadora. É gente do Deus ficar calado bandas já menciointerior que está levando isso pra São ele usará seu livre nadas, eles fazem Paulo. Poucos paulistanos, nascidos arbítrio. As refleparte ainda dos e criados, têm a espontaneidade que xões continuam, “Novos Paulistas”, assim como o tema tem o cara do interior relacionamento, acompanhados de Tiê, Thiago Peconstante em suTatá Aeroplano thit, Tulipa Ruiz as letras. Se nos e Dudu Tsuda. álbuns anteriores Dudu, aliás, já foi parceiro dos rapazes no (o primeiro é “Onda Híbrida Ressonante”) Cérebro Eletrônico e no Jumbo Elektro. A havia a linda “Dê”, neste terceiro ele se criatividade dos músicos é tamanha que, superou e criou a deliciosa “Cama”, música mesmo com tantos projetos e parcerias em que qualquer mulher gostaria de escutar andamento, eles lançaram recentemente o ao pé do ouvido. Já “Garota Estereótipo”, terceiro disco do Cérebro Eletrônico: “Deus assim que tomou vida, foi direcionada e o Diabo no Liquidificador” que, como o para o amigo Hélio Flanders. “Quando nome sugere, junta as muitas influências a compus já identifiquei com ele, achei do grupo em um só álbum, o que resultou que tinha muito a ver”, conta Fernando. numa mistura pop complexa, multifacetada “Depois ficamos pensando, será que o cara e paradoxal. vai gostar?”, completa Tatá. Tanto gostou que assim que ouviu o resultado, Flanders Deus é mais, imediatamente mandou uma mensagem para o celular do amigo, parabenizando-o. o diabo é menos Não apenas as afinidades musicais, como “A gente vai recebendo influência de outros também a amizade, aproximam os músicos e vai influenciando os amigos também”, da nova cena paulista. “Tem rolado em São explica Tatá, sobre a troca de experiência Paulo o que rolava em Bragança quando a que proporcionada pelas participações no gente começou. Moramos próximos uns trabalho. Além de Flanders, Tulipa Ruiz canta do outros, então é fácil ter esse contato e em “Desquite”, e os ex “cerebrais”, Dudu interação”, explica Tatá. “Sempre vi a música Tsuda e Isidoro Cobra tocam na mesma como uma coisa agregadora. É gente do in- música. A produção foi de Alfredo Bello, terior que está levando isso pra São Paulo. com co produção de Fernando. “O Alfredo Poucos paulistanos, nascidos e criados, têm a é acolhedor. É bom ter alguém de fora pra espontaneidade que tem o cara do interior”, direcionar o trabalho, senão perde o foco”, completa. “Aqui em Bragança existia uma explica Fernando. Além de Tatá, vocalista vanguarda. As informações eram trazidas e principal letrista e Fernando, guitarrista de São Paulo e a galera antenada absorvia.” e arranjador, o Cérebro Eletrônico conta É essa “galera antenada” daqui, que hoje ainda com Fernando TRZ, nos teclados e está na capital, extravasando criatividade sintetizadores, Gustavo Souza, na bateria e sendo reconhecida. Há cerca de um ano e e percussão e Renato Cortes no baixo. meio Tatá foi escolhido como uma das nove Segundo Tatá, houve o amadurecimento apostas da revista Trip para se tornar um dos do grupo, o que traz um astral mais legal artistas essenciais da música brasileira, em e tranquilo. “Estamos todos super integrauma alusão à capa da revista Realidade de dos. O clima é de convivência e curtição”, 1966, que trazia, entre outros, Chico, Cae- completa Fernando. tano e Gil. No também recente disco “Hits do Underground”, o casal Miranda Kassin O futuro há de nos pertencer e André Frateschi regravou “Dê”, uma das Para alguns Tatá é um dos melhores letristas canções mais conhecidas do Cérebro Eletrô- de sua geração, e Fernando consegue dar nico. No show de lançamento de “Deus e o formato musical às letras. Para outros o Diabo”, em São Paulo, muitos bragantinos Cérebro Eletrônico tem tudo para se tornar foram até lá prestigiar os conterrâneos. De uma das grandes bandas brasileiras da décaacordo com Tatá, quando perguntou quem da. É esperar e acompanhar o trabalho dos ali era de Bragança muito mais gente levan- cerebrais. Como Tatá canta em “Cama”, tou a mão além dos amigos que ele já havia “o futuro há de nos pertencer”.
FOTO: EDU SOUZA
Gustavo Souza, Fernando TRZ, Tatá Aeroplano, Fernando Maranho e Renato Cortez – banda formada em Bragança é tida como uma das mais criativas e influentes da nova cena paulista FOTO: EDU SOUZA
Depois do elogiado “Pareço Moderno”, o Cérebro Eletrônico lança “Deus e o Diabo no Liquidificador”
No site da banda é possível ouvir todo o disco “Deus e o Diabo no Liquidificador” e ainda baixar gratuitamente o single “Cama”. www.cerebroeletronico.com Agenda de shows: 11.12.2010 às 21h – Sesc Vila Mariana - R$ 16,00 Rua Pelotas, 142 – Vila Mariana – São Paulo – SP 21.01.2011, às 21h - Auditório do Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 2 São Paulo R$30,00 e 15 a meia entrada
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
5
6
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
Casa & Reforma
Burocracia emperra uso de FGTS Problemas para liberar fundo passam por regras, documentos pedidos e trâmite de cartórios
por PATRÍCIA BASILIO/FOLHAPRESS
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) tem sido aliado do brasileiro na compra de imóveis. O número de saques anuais do fundo para essa finalidade subiu 69% no país entre 2004 e 2010 (até agosto), segundo a Caixa Econômica Federal. Mas, antes de contar com o dinheiro, é importante saber as regras e a burocracia para sua liberação. Segundo a Caixa, cinco dias é o tempo máximo para o dinheiro ser liberado ao proprietário após a entrega de todos os documentos. Caso o mutuário não reúna todos os papéis solicitados obtidos em cartórios e não conheça a particularidade das regras para uso do fundo, o processo pode levar meses, frisa Celso Petrucci, economista-chefe do SecoviSP (sindicato do setor). “O que demora é juntar a papelada, obter a escritura [do bem] e provar que não possui outro imóvel financiado ou quitado no país”, explica José Maria Leão, superintendente de Fundo de Garantia do banco. Entre a série de exigências para a liberação está ser contribuinte por, no mínimo, três anos e buscar imóveis com valor de até R$ 500 mil.
Casamento As maiores dúvidas surgem em casos específicos, como quando um casal se separa, a mulher fica no imóvel e o marido quer empregar seu fundo na compra de outro bem. Nessa situação, ele precisa provar que a moradia que deixou ficou só no nome da ex-companheira. A enfermeira Juliana Cavalcanti Carlos Sousa, 30, enfrentou problemas após seu casamento. Ela não pôde usar seu FGTS para quitar um financiamento contratado pelo marido no tempo de namoro. “A Caixa argumentou que ele já tinha usado o fundo dele”, conta. De acordo com o banco, Juliana só poderia utilizar seu fundo de garantia na quitação do apartamento em que moram, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), se os dois fossem casados em comunhão total de bens.
Cartórios têm um prazo máximo de 30 dias para efetivar o registro do bem No Estado de São Paulo, o processo demora cerca de 15 dias, de acordo com associação de notários e registradores Uma das exigências para sacar o FGTS é possuir a escritura do imóvel em que será empregado o fundo. “O registro é importante para o futuro proprietário checar se a estrutura do imóvel é legalizada, se a situação jurídica do dono anterior está em ordem e se o bem não tem dívidas nem processo de penhora”, explica Patrícia Ferraz, presidente da Anoreg (Associação dos Notários e Registradores
FOTO: MARCELO JUSTO/FOLHAPRESS
Metalúrgico Ivan Carlos Goncalves, 35, em seu apartamento que acabou de adquirir. Ele anteriormente perdeu a oportunidade de comprar o apartamento de seus sonhos porque seu FGTS não havia sido liberado FOTO: LUIZ CARLOS MURAUSKAS/FOLHAPRESS
do Brasil). “Para adquirir uma propriedade, não basta pagar e assinar o contrato. Só há garantia efetiva quando esse contrato é registrado”, diz. Ferraz destaca que o prazo máximo para o registro do imóvel ser efetivado pelo cartório é de 30 dias, mas, no Estado de São Paulo, isso leva cerca de 15 dias. No caso do metalúrgico Ivan Carlos Gonçalves, 35, a razão da demora no saque foi outra: a lentidão da venda de um imóvel em seu nome. Ele encontrou a casa que buscava em Santo André (Grande ABC) no final do ano passado, após meses de negociação com corretores e imobiliárias. Ansioso para se mudar, foi atrás do Juliana comprou um apartamento com seu marido Humberto, há dois anos, e FGTS para quitar o bem, quer juntar seu FGTS com o dele para amortizar a dívida. Segundo ela, a Caixa disse que não é permitido e o processo está em adantamento uma vez que já havia dado uma entrada. pode usar seu fundo no mesmo bem se Mas deparou-se com um problema: a lenhá um intervalo de três anos em relação à tidão na venda da casa em que morava em transação anterior. São Bernardo do Campo, no ABC, transação “É uma restrição para evitar fraudes, como necessária para a liberação do fundo. a compra de bens para venda e obtenção “O despachante me disse que em dois de lucro”, diz o advogado Lucio Delfino, meses tudo estaria resolvido. O problema diretor da Associação Brasileira dos Mufoi que a casa demorou para sair do meu tuários da Habitação. nome, e o FGTS não foi liberado no prazo. Até a herança de uma casa pode se tornar Acabei perdendo o imóvel que queria”, um problema. Caso mais de 40% da proconta o metalúrgico. priedade esteja no nome do mutuário, a Ele alugou um sobrado até achar outra utilização do fundo é vetada na aquisição oportunidade adequada às suas necesside outra moradia. dades. “Acabei em dívidas por conta do Mas, ainda que a burocracia para sacar o aluguel”, lamenta. benefício dê trabalho, o FGTS continua sendo boa opção para reduzir o valor final Dores de cabeça de um imóvel. Como Gonçalves, outras pessoas têm dores “O FGTS rende apenas 3% ao ano mais TR de cabeça para sacar o FGTS. As regras são [Taxa Referencial]. Dessa forma, é muito muitas. Uma norma importante é a de que, mais vantajoso usar o dinheiro para diminuir se o atual vendedor de um imóvel usou o o valor financiado e pagar menos juros”, FGTS ao adquiri-lo, o novo comprador só aconselha Delfino.
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
7
8
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
Informática
www.issuu.com/jornaldomeio
&
Tecnologia
Exército android
Antes restrito a celulares , sistema móvel do Google chega a televisores, tablets e leitores de livros eletrônicos por MARINA LANG/FOLHAPRESS FOTO: DIVULGAÇÃO
Muita gente desdenhava dele _de Steve Jobs a analistas de mercado. Até quando o Google resolveu abrir a caixa de Pandora no meio de outubro e revelar o quanto lucrou, no período de um ano, com o sistema operacional Android: foram US$ 1 bilhão durante os últimos 12 meses. O resultado além das expectativas é coroado pelos números. Nesta semana, a consultoria Canalys afirmou que o Android passou a Apple e a RIM e se posicionou como o segundo sistema mais popular, com adoção de 17% dos usuários (em primeiro, vem o Symbian, da Nokia, com 37%). Há cerca de 1,5 milhão de ativações semanais de Android para uma loja com mais de 100 mil aplicativos. São 96 aparelhos compatíveis com o Android em 49 países, por meio de 59 operadoras de telefonia móvel, com mais de 180 mil desenvolvedores que colaboram na construção e no aperfeiçoamento do sistema. Dois lançamentos importantes relacionados ao Android chegaram recentemente ao Brasil: o tablet Galaxy Tab, da Samsung, e o smartpho-
ne Milestone 2, da Motorola _ambos foram testados pela Folha nesta edição. O Android é um software de código aberto, ou seja, desenvolvedores podem fazer alterações no seu escopo de programação. Essa filosofia de abertura também norteia todos os fundamentos do produto do Google _inclusive na loja virtual de aplicativos, o Android Market, vista como menos restritiva do que a App Store, da Apple. O Android está na sua versão 2.2, mas ainda há celulares lançados com versões predecessoras, o que recentemente gerou críticas de Steve Jobs, fundador e executivo-chefe da Apple.
“Superinflado’
O Google não enxerga isso como um entrave, contudo. ‘O problema de fragmentação é superinflado, na prática, isso não é um problema no desenvolvimento de aplicações’, declarou à Folha o brasileiro Hugo Barra, diretor mundial de dispositivos móveis do Google. A empresa prevê que a unificação das versões do Android ocorra já no primeiro semestre de 2011. ‘Cabe aos fabricantes a atualização, e isso varia de acordo com o ciclo de desenvolvimento deles, e alguns têm ciclos de desenvolvimento mais lento para se adaptarem. O que nós estamos fazendo é equipar os fabricantes para a atualização’, afirma Barra.
Android em números
US$ 1 BILHÃO Lucro do Google com o sistema nos últimos 12 meses MAIS DE 100 MIL Aplicativos disponíveis 1,5 MILHÃO Ativações semanais de aparelhos com Android
Test drive
O Google anunciou na semana passada dois recursos para celular feitos um para o outro: a busca por voz em português
e a navegação GPS no Brasil. Quando foi anunciado nos EUA, em outubro de 2009, o gratuito Google Maps Navigation virou de cabeça para baixo o mercado de navegação GPS para telefones celulares, então dominado por programas pagos _e caros. O Google Maps Navigation só funciona no Android e exige pelo menos a versão 1.6. A busca por voz também está disponível no iPhone. Para iniciar a navegação GPS, basta apertar um botão e falar ao celular o destino (também é possível digitá-lo, é claro). Não é necessário dizer o endereço completo _falar o nome do estabelecimento já é suficiente. Com o Street View, é possível visualizar a área onde se fará uma conversão durante o trajeto, útil quando se está em um lugar desconhecido. O sistema às vezes sugere conversões proibidas e caminhos pouco inteligentes, mas nada, afinal, que comprometa a reputação de um programa tão bom que não parece ser gratuito. A busca por voz é capaz de compreender palavras complicadas como Nhambiquaras, Itaquaquecetuba e Pindamonhangaba. Falta ao sistema, porém, um pouco de flexibilidade _seria bom se, ao ouvir endereços, entendesse ‘meia’ como seis, por exemplo. (RAFAEL CAPANEMA)
Muitos dos celulares com o sistema à venda hoje vêm com versões defasadas, sem os recursos mais modernos por RAFAEL CAPANEMA
Se você comprar hoje um celular novinho com Android, é bastante provável que ele já esteja defasado _ou seja, com uma versão antiga do sistema operacional móvel do Google. Pior: talvez não haja perspectiva nenhuma de atualização para uma versão mais nova, que traria melhorias na velocidade do seu aparelho e lhe permitiria instalar programas mais modernos. Esse problema do Android é conhecido como fragmentação, embora Andy Rubin, engenheiro do Google e líder de desenvolvimento do Android, tenha uma ‘palavra melhor’ para isso: ‘legado’, como disse em
maio deste ano, durante uma conferência para desenvolvedores nos EUA. A gênese do problema está no fato de o Android ser adotado por vários fabricantes e operadoras, que podem modificar o sistema com grande liberdade. Isso torna uma eventual atualização do sistema de um aparelho mais complexa, lenta ou mesmo improvável. Se você somar a isso o inevitável ciclo de obsolescência no mundo da tecnologia _afinal, os fabricantes preferem que você compre um celular novo em vez de atualizar o sistema de seu aparelho atual_, chegará à desoladora constatação de que seu telefone com Android pode estar condenado eternamente a permanecer com a versão antiga com a qual nasceu. Sempre disposto a espinafrar a concorrência, Steve Jobs, fundador da Apple, afirmou que é falaciosa a recorrente comparação entre o caráter aberto do Android e a natureza fechada do iPhone. ‘O Android é muito fragmentado. São muitos fabricantes, que instalam interfaces de usuário proprietárias, e os usuários têm que se virar’, afirmou ele em 18 de outubro, durante a apresentação de resultados financeiros da Apple. ‘Compare isso ao [ecossistema do] iPhone, em que todos os aparelhos funcionam do mesmo jeito’. A Motorola, que oferece uma vasta gama de aparelhos com Android no Brasil _alguns deles com versões antigas_, minimiza o problema da fragmentação. Segundo Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da empresa no país, apenas 10% dos usuários do celular Milestone no Brasil atualizaram o sistema do aparelho da versão 2.0 para a 2.1. ‘E a concorrência até hoje não se posicionou se vai conseguir fazer upgrade para o 2.2 [versão mais recente], como a Motorola’, afirma Vidigal. A HTC, que também ostenta uma cartilha robusta de aparelhos com o sistema do Google nos EUA e na Europa, vende no Brasil apenas um aparelho com Android, o Magic, que vem com a versão 1.5, lançada no longínquo mês de abril de 2009. A empresa foi procurada pela reportagem para comentar essa situação, mas afirmou que nenhum de seus executivos estaria disponível para entrevista até a conclusão desta edição.
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
Antenado
9
Livro de Pondé desafia discurso acomodado do público Em ‘Contra um Mundo Melhor’, o colunista da Folha contesta o senso comum e aponta as hipocrisias das patrulhas ideológicas
por CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA/FOLHAPRESS
Em campanha , candid atos costumam se apresentar como modelos perfeitos de virtude. Se tudo o que dizem a seu respeito é a completa verdade, estão a um passo da beatificação em vida. Ainda bem que há jornalismo independente para denunciar as inconsistências entre realidade e discurso. As pessoas comuns também bancam com frequência os santinhos: ninguém comete infração de trânsito, joga papel na rua, fala mal da vida alheia, desrespeita as minorias. Quase todos estão prontos a denunciar os que fazem essas coisas feias. Ainda bem que há intelectuais públicos dispostos a mostrar como muitas vezes é oco o pau desses santinhos. Um deles, Luiz Felipe Pondé, colunista da Folha e professor de filosofia da Faap, acaba de lançar o livro ‘Contra um Mundo Melhor’. É difícil concordar com várias afirmações escandalosas. Mas é preciso reconhecer a impor tância dessas provocações para a reflexão sobre o comportamento humano. Quem pode se conhecer se ignora os demônios que habitam o espírito de qualquer ser humano? Como pode se levar a sério ao se autorrepresentar como um anjo? Pondé, com o exagero necessário para
fazer pesar muito o outro prato da balança, de modo a provocar equilíbrio entre os dois, esfrega na cara essa realidade que a conveniência preguiçosa da alma induz a não enxergar. Desde que o politicamente correto tomou conta das sociedades ocidentais, ficou arriscado agir como Pondé. Patrulhas ideológicas constrangem as vozes dissonantes com um fervor religioso e contam com o apoio exaltado ou a conivência de quase todo o público. Exatamente por isso é importante haver quem esteja disposto a desafiar o senso comum com aparentes descalabros como: ‘tenho medo de pessoas muito felizes’, ‘detesto a vida perfeita’, ‘sou contra um mundo melhor’, ‘a culpa me encanta’. Pondé provavelmente não ajuda a criar um mundo melhor. Mas pode ajudálo a se tornar menos hipócrita.
FOTO: RODRIGO CAPOTE/ FOLHAPRESS
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA é jornalista e foi ombudsman da Folha de abril de 2008 a fevereiro de 2010 CONTRA UM MUNDO MELHOR AUTOR Luiz Felipe Pondé EDITORA Leya QUANTO R$ 39,90 (218 págs.)
Colunista da Folha de Sao Paulo, Luiz Felipe Ponde e professor de filosofia da FAAP, que lanca o livro “ Contra um mundo melhor”. Foto na FAAP em Higienopolis
10
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
11
12
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
Teen
Geração download Comprar Música na Web ou Baixá-la de Graça? Preço, Qualidade e Lei Complicam a Questão
por CARLOS MINUANO/FOLHAPRESS
O jovem Luka S., 15, é um típico filhote da internet. Há quatro anos baixa música na rede e já acumula um acervo de 20 mil canções. Tudo sem pagar um centavo, vale destacar. “Tentei comprar, mas era complicado”, diz. Legal ou ilegal, cresce o consumo de música digital entre jovens. “Fazer, produzir e consumir música passou por uma revolução”, afirma Marco Mazzola, produtor musical das antigas. Mazzola idealizou o Prêmio de Música Digital, cuja primeira edição acontece agora. A ideia é jogar luz em novos nomes da música que estão bombando na rede. Até a próxima segunda-feira, internautas poderão votar e eleger os vencedores três categorias (folha. com.br/ft826333).
O senador defende que há gente inventando problemas que o projeto não tem. Uma limitação técnica, no entanto, pode azedar o andamento do PL . “Substitutivos propostos obrigam que o trâmite seja reiniciado”, diz Rodrigo Ai-5 Digital? Savazoni, diretor do Laboratório BraA chamada Lei Azeredo, que trami- sileiro de Cultura Digital. ta na Câmara, é vista por muitos Para o professor Pablo Ortellado, do como ameaça. Grupo de Pesquisa em Políticas PúSeu alvo são crimes como pedofilia, mas blicas da USP (Gpopai), “aprovações ela atinge condutas triviais e usuários sem muita análise são comuns em comuns. O PL está agora pronto para troca de mandato”. ser aprovado numa versão em que O Gpopai propôs uma alternativa que suprovedores terão que vigiar usuários gere a legalização da troca de arquivos. mesmo sem evidências de que estejam A troca de música será debatida no cometendo crimes. dia 15, às 14h, no Fórum da Cultura “Falta um capítulo contra violação de direitos autorais na internet. Música é o conteúdo mais pirateado”, ressalta Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD).
Digital Brasileira (lgo. Senador Raul Cardoso, 207, São Paulo).
Revolução digital
Ilegalidades à parte, curtir música nunca foi tão fácil. Apesar da pirataria, a venda de músicas pela rede aumentou 159,4% entre 2009 e 2010, segundo a ABPD. A estudante Ana Luiza Goldemberg, 20, faz parte dessa estatística. Ela diz que “gastava os tubos em CDs”. Hoje, admite ser uma compradora assídua de música digital. “Compro só a faixa que eu quero.” Ela diz já ter pirateado músicas, mas diz que a qualidade não é a mesma. “Sem dizer que é ilegal!” FOTO: CARLOS CECCONELLO/FOLHAPRESS
Internet na berlinda
O prêmio também se propõe uma dura tarefa: estimular internautas a consumir música legalmente. Luka, como a maioria, sabe que baixar arquivos de graça não remunera compositores, músicos ou produtores. Mesmo assim, não se convenceu a pagar por isso. Por via das dúvidas, prefere não divulgar o sobrenome. Ele acaba de baixar os álbuns indicados no livro “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer”, de Robert Dimery e Michael Lydon. Nos EUA , a indústria chiou, e a Justiça mandou fechar o Lime Wire, um badalado programa de download gratuito. O motivo é óbvio: violação de direitos autorais. O debate sobre a ilegalidade dessa prática avança no mundo. No Brasil, a internet caminha rumo a uma encruzilhada nebulosa: muita discussão sem consenso. A proposta do Ministério da Cultura (MinC) de mudança na Lei de Direitos Autorais, que acenava com avanços no tema, segue agora para o Congresso sem um artigo sobre o meio digital.
Luka Camargo Brandi, 15, já baixou mais de mil discos pela internet. Prática emperra o desenvolvimento da venda de músicas on-line
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
13
14
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
PROCLAMAS DE CASAMENTO - CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DE BRAGANÇA PAULISTA - Rua Cel. Leme, 448 - Tel: 11 4033-2119
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO Cidade de Bragança Paulista
Bel. Sidemar Juliano - Oficial do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais desta cidade e Comarca de Bragança Paulista, faz saber que do dia 17 a 23 de novembro foram autuados em cartório os seguintes Proclamas de Casamento:
Protocolo: 1823/2010 - GILMAR BENTO DE SOUZA e MICHELLE ANTONIA LEONARDI. Ele assistente operacional de máquinas, solteiro, natural de Pedra Bela-SP, nascido no dia 06/04/1980, res. e dom. à Rua Professor Julio Ramos da Silva, nº 600, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filho de LUIZ BENTO DE SOUZA e de ANA MARIANO DO COUTO SOUZA. Ela vendedora, solteira, natural de Toledo-MG, nascida no dia 03/03/1985, res. e dom. no Sítio Lago Azul, km 4, Bairro Estiva do Campestre - Pedra Bela, filha de LUIZ ANTONIO LEONARDI e de ANDRÉA BENEDITA MARQUES LEONARDI. Obs.:- Cópia recebida do Oficial de RCPN de Pedra Bela, SP (local onde tramitam os Autos de Habilitação para Casamento). Protocolo: 1781/2010 - RODRIGO PALADINI e ANA CARLA DE MOURA E MOTTA. Ele servente de pedreiro, solteiro, natural de Dois Vizinhos-PR, nascido no dia 13/05/1979, res. e dom. à Rua João Franco, 1.545, Parque Brasil – Bragança Paulista, filho de AUGUSTINHO PALADINI e de CLEUZA MACEDO PALADINI. Ela operadora de caixa, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 22/03/1988, res. e dom. à Rua João Franco, 1.545, Parque Brasil – Bragança Paulista, filha de LAURA CARVALHO DE MOURA E MOTTA (*) Protocolo: 1782/2010 - AUGUSTO ALAN DE LIMA e CAMILA DE JESUS LIMA. Ele gerente de loja, solteiro, natural de Extrema-MG, nascido no dia 11/12/1986, res. e dom. no Sítio Caminhoneiro, Rua Expedicionário José Franco de Macedo, 801, Toró - Bragança Paulista, filho de CELIA APARECIDA DE LIMA. Ela empresária, solteira, natural de São Bernardo do Campo-SP, nascida no dia 21/08/1987, res. e dom. no Sítio Caminhoneiro, Rua Expedicionário José Franco de Macedo, 801, Toró - Bragança Paulista, filha de ANTONIO CARDOSO DE LIMA e de MARIA HELENA DE JESUS Protocolo: 1783/2010 - UARLE JOSÉ DE LIMA SILVA e CARLA RODRIGUES DE OLIVEIRA. Ele ajudante geral, solteiro, natural de Cabo de Santo Agostinho-PE, nascido no dia 11/06/1981, res. e dom. no Sítio das Oliveiras, Guaripocaba dos Souza - Bragança Paulista, filho de CICERO JOSÉ DA SILVA e de RUTE MARIA DE LIMA. Ela estudante, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 14/04/1993, res. e dom. no Sítio das Oliveiras, Guaripocaba dos Souza - Bragança Paulista, filha de VALDIR LOPES DE OLIVEIRA e de EVA APARECIDA RODRIGUES OLIVEIRA Protocolo: 1793/2010 - ROGERIO SALES e SOLANGE APARECIDA DA SILVA LEITE. Ele vidraceiro, solteiro, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 06/08/1969, res. e dom. à Rua José dos Santos, 200, Jardim Iguatemi – Bragança Paulista, filho de VITALINA ROSA DE JESUS SALES. Ela técnica em segurança do trabalho, solteira, natural de Atibaia-SP, nascida no dia 13/10/1977, res. e dom. à Rua José dos Santos, 200, Jardim Iguatemi – Bragança Paulista, filha de ABEL SILVA LEITE e de MARIA BENEDITA DA SILVA LEITE Protocolo: 1794/2010 - MAURÍCIO CROCHIQUIA e VALDIRENE GONÇALVES DE SOUZA. Ele ajudante geral, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 29/03/1972, res. e dom. à Avenida Luiz Gonzaga Leme, 214, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filho de JOSÉ CROCHIQUIA e de LAZARA DOS SANTOS CROCHIQUIA. Ela vendedora, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 28/02/1982, res. e dom. à Avenida Luiz Gonzaga Leme, 214, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filha de JOSÉ ISRAEL GONÇALVES DE SOUZA e de LEONILDES BENEDITA DE GODOY SOUZA Protocolo: 1795/2010 - JOÃO MOURATO DA SILVA e LUZINETE OLIVEIRA SANTOS. Ele cabeleireiro, solteiro, natural de Ibiara-PB, nascido no dia 26/01/1975, res. e dom. à Avenida Antonio Pierotti, 719, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filho de JOSÉ MORATO DA SILVA e de EUDEZIA ANTONIA DA SILVA. Ela manicure, divorciada, natural de Salinas-MG, nascida no dia 07/05/1971, res. e dom. à Avenida Antonio Pierotti, 719, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filha de MAXIMO DELMIRO DOS SANTOS e de LEONCIA DE OLIVEIRA SANTOS Protocolo: 1796/2010 - MICHEL ROBSON DAS CHAGAS e TÁBATA ALEXANDRA DE OLIVEIRA TAVARES. Ele programador de máquinas, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 29/08/1985, res. e dom. à Travessa Alberto Santos Dumont, 4, Matadouro - Bragança Paulista, filho de WILSON NATAL DAS CHAGAS e de EUZAR CAPUSSO DAS CHAGAS. Ela ajudante geral, solteira, natural de Bragança PaulistaSP, nascida no dia 07/05/1993, res. e dom. à Rua Giocondo Centini, 111, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filha de MARCOS ANTONIO TAVARES e de SILVANA DE OLIVEIRA TAVARES Protocolo: 1797/2010 - RODRIGO BASTOS DUTRA e ANDRÉIA CRISTINA VIEIRA. Ele vendedor, solteiro, natural de Brasília-DF, nascido no dia 13/04/1978, res. e dom. à Rua Quatorze de Julho, 75, Vila Motta – Bragança Paulista, filho de HUMBERTO DE FREITAS DUTRA e de ISMARA DE CARVALHO BASTOS. Ela advogada, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 06/08/1978, res. e dom. à Rua Quatorze de Julho, 75, Vila Motta – Bragança Paulista, filha de JOSÉ PAULO VIEIRA e de HELENA DE SOUZA VIEIRA Protocolo: 1798/2010 - JOAQUIM ELBRANTINO DA SILVA e ELIZABETE DO PRADO. Ele eletricista, divorciado, natural de Senador Amaral-MG, nascido no dia 10/03/1945, res. e dom. à Rua Padre João Pastrana, 742, Recanto Alegre - Bragança Paulista, filho de JOSÉ ELBRANTINO DA SILVA e de ADOLFINA MARIA DE JESUS. Ela do lar, solteira, natural de Pinhalzinho-SP, nascida no dia 13/06/1963, res. e dom. à Rua Padre João Pastrana, 742, Recanto Alegre - Bragança Paulista, filha de JOSÉ DO PRADO e de MARIA CENZIANI DO PRADO
Protocolo: 1799/2010 - LUÍS URBANO GONZALEZ e LETÍCIA CINTRA ARROYO. Ele professor, divorciado, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 02/07/1982, res. e dom. à Rua Clemente Ferreira, 423, Centro – Bragança Paulista, filho de MAURO GONZALEZ e de SOLANGE TAVARES DE SOUZA GONZALEZ. Ela funcionária pública municipal, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 29/05/1983, res. e dom. à Travessa Alfredo Ramos, 44, Lavapés – Bragança Paulista, filha de LUIZ ARROYO e de HELENA FERREIRA CINTRA ARROYO Protocolo: 1800/2010 - HÉRIC FERNANDO DA SILVA e JENIFFER GARCIA DA SILVA. Ele auxiliar administrativo, solteiro, natural de Campinas-SP, nascido no dia 13/05/1991, res. e dom. à Rua Abigail Zeni Nader, 941, Bairro Dic V - Campinas, SP, filho de JOSÉ FELIPE DA SILVA e de MIRNA INÁCIO DA SILVA. Ela atendente, solteira, natural de Campinas-SP, nascida no dia 02/02/1992, res. e dom. à Avenida Joaquim Simplicio dos Santos, 557, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filha de ANTONIO BELO DA SILVA e de ZENAIDE GARCIA DA SILVA. Obs.:- Cópia enviada ao Oficial de RCPN o 1º subdistrito de Campinas, SP (local da residência do pretendente). Protocolo: 1801/2010 - COSME FERREIRA DA SILVA e MARIA LÚCIA BEZERRA DA SILVA. Ele aposentado, viúvo, natural de Tanquinho-BA, nascido no dia 14/10/1950, res. e dom. à Rua Voluntário Antonio dos Santos, 77, Vila Bianchi - Bragança Paulista, filho de JUVITA FERREIRA DA SILVA. Ela do lar, solteira, natural de Ibicuí-BA, nascida no dia 18/02/1965, res. e dom. à Rua Voluntário Antonio dos Santos, 77, Vila Bianchi - Bragança Paulista, filha de MÁRIO BEZERRA DA SILVA e de ALICE MARIA DE JESUS Protocolo: 1811/2010 - FABIO JANECZEK e CAMILA RAMOS GIARETA CONTI. Ele engenheiro mecatrônico, divorciado, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 24/07/1978, res. e dom. à Rua Cachoeira do Sul, 271, Apartamento 12-A, Vila Jaguara - São Paulo, SP, filho de JAN JANECZEK e de SONIA APARECIDA REGALAU JANECZEK. Ela funcionária pública federal, solteira, natural de Santos-SP, nascida no dia 16/05/1984, res. e dom. à Rua Sete de Setembro, 325, Jardim Santa Rita - Bragança Paulista, filha de RICARDO GIARETA CONTI e de MARCIA CRISTINA JARDIM RAMOS CONTI. Obs.:- Cópia enviada ao Oficial de RCPN o 14º subdisitrito Lapa, São Paulo, SP (local da residência do pretendente). Protocolo: 1812/2010 - IVANILDO ALEXSANDRO MACHADO e MARIA ESTER DA SILVA PINTO. Ele aposentado, divorciado, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 16/05/1982, res. e dom. à Avenida dos Imigrantes, 5.178, Bairro Uberaba – Bragança Paulista, filho de MARIA EVA GONÇALVES. Ela auxiliar de limpeza, divorciada, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 30/11/1965, res. e dom. à Rua Outono, 285, Cruzeiro - Bragança Paulista, filha de OLEGARIO DA SILVA PINTO e de MARIA APARECIDA BORDIN DA SILVA Protocolo: 1813/2010 - EDNALDO JOÃO DE OLIVEIRA e MARIA DAS GRAÇAS ALVES DA SILVA. Ele industriário, solteiro, natural de São José da Laje-AL, nascido no dia 27/11/1990, res. e dom. à Rua Antonio Godinho Filho, 393, Bairro Julieta Cristina - Bragança Paulista, filho de JORGE JOÃO DE OLIVEIRA e de MARIA IVANILDA DA CONCEIÇÃO. Ela operadora de caixa, solteira, natural de São José do Belmonte-PE, nascida no dia 25/11/1985, res. e dom. à Rua Antonio Godinho Filho, 393, Bairro Julieta Cristina - Bragança Paulista, filha de ESPEDITO JOSÉ DA SILVA e de ANTONIA MARIA ALVES DA SILVA Protocolo: 1814/2010 - LEÔNIDAS CESAR ASARIAS e ARETUSA COGHETTO. Ele engenheiro de produção, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 15/08/1979, res. e dom. à Rua das Açucenas, 225, Cruzeiro – Bragança Paulista, filho de LEONIDES RIBEIRO ASARIAS e de MARIA CATARINO ASARIAS. Ela auxiliar administrativo, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 15/10/1978, res. e dom. à Rua Felipe Siqueira, 421, Santa Luzia – Bragança Paulista, filha de JOÃO JORGE COGHETTO e de VERA LUCIA GONZAGA COGHETTO Protocolo: 1815/2010 - EVANILDO DE JESUS NICOLAU e CASSIANE SOUZA DE MORAES. Ele servente de pedreiro, solteiro, natural de Ilhéus-BA, nascido no dia 10/01/1978, res. e dom. à Rua Professor Luiz Nardy, 301, Vila Aparecida – Bragança Paulista, filho de JOSÉ DOMINGOS NICOLAU e de ALMERINDA FERREIRA DE JESUS. Ela empregada doméstica, solteira, natural de Ilhéus-BA, nascida no dia 24/02/1988, res. e dom. à Rua Professor Luiz Nardy, 301, Vila Aparecida – Bragança Paulista, filha de JOSÉ SANTOS DE MORAES e de MARIA DE FATIMA SANTOS SOUZA (*) Protocolo: 1822/2010 - SERGIO BELLINI JÚNIOR e FLÁVIA DE SOUZA LIMA. Ele empresário, solteiro, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 28/02/1980, res. e dom. à Rua Padre Leonardo Gioele, 16, apartamento 3, Jardim América - Bragança Paulista, filho de SERGIO BELLINI e de VINCENZA FLORIO BELLINI. Ela advogada, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 16/09/1981, res. e dom. à Avenida Giuseppe Magrini, 111, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filha de EURIPEDES ANTONIO DE LIMA e de MARIA DE FÁTIMA SOUZA LIMA
Bragança Paulista, 23 de novembro de 2010 Sidemar Juliano – Oficial SERVIÇOS, CONSULTAS E INFORMAÇÕES: visite nossa página na Internet: www.cartoriobraganca.com.br
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
15
Seus Direitos e Deveres colunadoconsumidor@yahoo.com.br
GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA
SAÚDE Um direito de todos
Pesadelo que atormenta o mundo – Sistema Único de Saúde, criado pela
Ao Estado, de acordo com o próprio seja alcançado. Incabível até mesmo
inteiro e que não faz distinção Constituição de 1988, com a finalidade
mandamento constitucional, cabe
a alegação de falta de recursos finan-
entre classe social ou raça no seu
de garantir o acesso integral, universal não somente garantir ao doente o ceiros, como forma de justificar a sua
processo de devastação, o câncer, há
e gratuito às ações e serviços para a
tratamento da moléstia, mas tam-
muitos anos, é objeto de preocupação
promoção, proteção e recuperação da
bém, o desenvolvimento de políticas de qualquer pessoa.
diária de cientistas, médicos e da po- saúde de toda população do país.
omissão em garantir o direito à saúde
de prevenção, visando o diagnóstico
O dia 27 de novembro, dia nacional
pulação em geral.
Desta forma, todos os brasileiros aco- precoce do câncer, em especial, e ainda,
do combate ao câncer, é extrema-
Uma definição simples do câncer po-
metidos por qualquer doença, inclusive conscientizar a população sobre os mente importante. Nele muitas ações
de ser dada como sendo a doença que
câncer, têm o direito a tratamento pelos
bons hábitos capazes de impedir que públicas são colocadas em prática,
provoca o crescimento descontrolado órgãos de assistência média mantidos
a doença se manifeste.
visando à prevenção e conscientização
de células anormais. Por alguma razão pela União, Estados e Municípios.
Certamente os gastos com políticas
da população sobre a doença, como
que não se compreende inteiramente,
Esse tratamento compreende consultas, destas espécies, compensaria todos ressaltado. Entretanto ele deve exis-
essas células libertam-se dos controles remédios, cirurgias, exames laboratoriais, aqueles levados a cabo para tentar
tir apenas como um marco, devendo
normais do corpo. Esse crescimento
curar alguém já acometido pelo câncer
todas essas medidas serem aplicadas
descontrolado pode prejudicar órgãos Contudo, sabe-se que a realidade é
em estágio avançado, sem que muitas
constantemente pelo Estado.
vitais, bloquear vasos sangüíneos entre diversa, na prática, o atendimento à
vezes, nesses casos, haja esperança de
outras consequências. Estas células anormais também podem crescer até
radioterapia, quimioterapia e etc..
saúde ainda é precário. Aqueles que cura e o investimento seja eficiente. possuem condições financeiras para Cabe ao Estado garantir ao ser humano
formar uma massa tal - tumor - que pagar o tratamento abrem mão do di- o direito à vida digna, não devendo produz substâncias tóxicas capazes de reito de ter a sua saúde amparada pelo medir esforços para que esse objetivo debilitar o corpo.
Poder Público e resta ao SUS, em regra,
No dia 27 de novembro foi instituído o atendimento de parte da população o dia nacional de combate ao câncer. que não consegue arcar com os custos Nesse dia muitas ações são organizadas do tratamento privado. pelos poderes públicos, federal, estadual
Em razão da deficiência do serviço pú-
e municipal, visando a conscientização blico oferecido e da gravidade de certas da população sobre a doença e suas doenças como é o caso do câncer muitos formas de prevenção e combate.
não vêem outra saída senão recorrer ao
Muito conhecida é a campanha de Poder Judiciário para que o seu direito prevenção ao câncer de mama, o qual à vida seja garantido. acomete milhares de mulheres no país,
Haja vista tratar-se o direito à vida e,
porém, muitos são os órgãos afetados
por conseqüência, o direito à saúde de
por esta moléstia, sendo a prevenção a
direito público subjetivo de todo ser
arma mais poderosa para o seu combate humano, o Poder Judiciário, quando em todos os casos.
instado a se manifestar sobre o quadro
O papel do Poder Público no combate
de omissão administrativa, pratica a
desta doença é essencial. Isso porque,
tarefa de compelir o Poder Público a
conforme proclama a Constituição
garanti-lo, determinando de forma
Federal em seu art. 196, é dever do
coercitiva que ele forneça o tratamento
Estado assegurar a todos os cidadãos, adequado aquele que dele necessita. indistintamente, o direito à saúde, for-
O combate ao câncer no país é visto
necendo tratamento médico para todas
por muitos especialistas como precário,
as doenças, entra elas o câncer.
consubstanciando-se, tão somente, em
O direito à saúde é um direito social,
campanhas pontuais, sem que haja o
previsto como tal no art. 6.o da Carta
desenvolvimento de uma política pública
Magna, devendo o Poder Público re-
realmente eficiente.
alizar políticas públicas para garantir
É certo que o número da doença tem
a todos uma vida digna.
aumentado, havendo quem diga que o
As políticas públicas na área da saúde Brasil não deve ter menos de um milhão estão, essencialmente, atreladas ao SUS de casos anuais.
Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810 Tel.: 11 4034.0606
16
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
17
18
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio
Comportamento
CUIDADO: ‘Burn out’
Conhecida como a doença dos idealistas, esta síndrome é desencadeada por situações estressantes e caracteriza-se por uma desilusão profunda em relação ao próprio trabalho por GUILHERME GENESTRETI/FOLHAPRESS
Perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos. O “burn out”, termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social. A síndrome é bem mais que “mero” estado de estresse, não pode ser confundida. Esse transtorno psíquico mescla esgotamento e desilusão. Pode ser desencadeado por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (International Stress Management Association), entidade que pesquisa o “burn out”. “A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alienando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares.” É a doença dos idealistas, diz Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora de psicologia da PUC-Campinas. “O ‘burn out’ é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena.” O estresse, compara Lipp, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o “burn out” é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir. “Tem a ver com o valor depositado no trabalho”, diz Lipp. “Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições pode estar sofrendo do transtorno.” O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo “burn out” pode sugerir depressão ou síndrome do pânico. Médicos, professores e policiais são grupos
de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.
FOTO: DIVULGAÇÃO
Desmaios
O professor Cláudio Rodrigues, 43, entrou em combustão total por duas vezes. Começou como um estresse, que foi se acumulando ao longo de dez anos. Ele lecionava 13 horas por dia numa escola da zona sul de São Paulo. E se frustrava com salas lotadas e alunos desinteressados, conta. “Via um aluno meu entregando pizza junto com alguém que nunca tinha estudado. Eu me sentia impotente como professor”. Deprimido, se manteve afastado das salas por dois anos. Em 2004, depois de receber acompanhamento psiquiátrico e tomar medicação, voltou. Em maio deste ano, recaiu. “Nada tinha mudado na escola, estrutura péssima. Eu me sentia responsável por estar levando todos os alunos a um caminho sem futuro.” No meio de uma aula, o professor começou a suar e sentir o corpo ficar mole. Saiu e desmaiou na escada. Na semana seguinte, enquanto caminhava para o trabalho, desmaiou de novo. Está afastado desde então. “Sinto uma insatisfação por ver que o meu trabalho não vale a pena”, desabafa. A vigia Lucimeire Stanco, 34, também passou um tempo licenciada por causa de “burn out”. Em 2006, ela fazia a ronda noturna em um colégio da zona leste. Passava a noite só e por duas vezes teve que se esconder quando tentaram invadir o lugar. “Sentia desânimo porque não me tiravam daquela situação. Me sentia rejeitada, vítima.” Ela se tratou e se readaptou. Hoje, só trabalha de dia, e acompanhada de outros vigias. Casos como esses são tratados com psicoterapia e antidepressivos mas, segundo Marilda Lipp, a medicação só combate os sintomas. “A pessoa precisa reavaliar o papel do trabalho em sua vida, aprender a dizer não quando não tem condições de executar algo e reconhecer o próprio valor, mesmo que outros não o façam.”
Faca na garganta
“Eu era infeliz e não sabia”, afirma a empresária Amália Sina, 45. Hoje ela é a dona do negócio, mas há quatro anos, era a vice-presidente, na América Latina, de uma multinacional e responsável pelas atividades da empresa em 22 países. “Dava aquela impressão de que o mundo girava em torno do trabalho, sempre com a faca na garganta”, diz. Para a empresária, o apoio que teve da família e a prática de
A empresária Amalia Sina, que se percebeu ‘infeliz’ como vice-presidente de uma multinacional e abriu seu próprio negócio
exercícios a ajudaram a suportar as pressões. Até ela deixar a função executiva. A empresária adotou a estratégia correta para prevenir um “burn out”, segundo o psiquiatra Duílio de Camargo. “A pessoa chega a esse estado sem saber o que tem. Se não tiver acolhimento da família, o desconforto aumenta.” Na visão de Eugenio Mussak, fisiologista e professor de gestão de pessoas, as providências para prevenir essa patologia do trabalho devem partir tanto do sujeito quanto da empresa. Segundo Mussak, todo mundo que trabalha
bastante deve se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade seja o prazer, para compensar o clima estressante. E se o ambiente de trabalho puder criar um “estado de férias”, melhor ainda. “Chefes compreensivos, que valorizam o esforço e respeitam os limites de seus subordinados criam um ambiente menos favorável ao “burn out’”, diz o professor. Ele continua: “É preciso respeitar o limite entre o que é profissional e o que é pessoal, e a empresa deve estimular o trabalhador a respeitar esses limites também.”
www.issuu.com/jornaldomeio
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
19
20
Sexta 03 • Dezembro • 2010 Jornal do Meio 564
www.issuu.com/jornaldomeio