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Bragança Paulista

Sexta

28 Janeiro 2011

Nº 572 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para Pensar

Deus está ao lado dos ricos!

EXPEDIENTE Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br

MONS. GIOVANNI BARRESE

Quando se leem algumas páginas do Primeiro Testamento bíblico tem-se a impressão que Deus era aliado dos ricos. Ter tudo do bom e do melhor era sinal da sua benção. Vemos esta mentalidade bem definida no livro do Deuteronômio (28, 1-14). Daí ter-se a constatação de que o ideal de todo israelita era a riqueza. A pobreza era sinal de afastamento de Deus. A pregação dos profetas vai mostrando que a coisa não é bem assim. Neste domingo veremos o profeta Sofonias verberar a corte do rei, os comerciantes. Estamos a alguns anos da destruição de Jerusalém. A corrupção gera todo tipo de problema. A única solução e converter-se ao Senhor. Aqui, conversão, indica ser como os humildes, como os pobres. Pobre, em Sofonias, não quer indicar o despossuído e sim uma atitude interior de desapego. Estamos diante de

um “convite” complicado. Como utilizar os bens sem ser apegados a eles? Como ter bens sem que sejam frutos da injustiça, do engano, da apropriação? Uma questão que permanece. Todos os leitores, de alguma maneira, têm conhecimento da chamada “Teologia da Prosperidade”. De modo simples pode-se repetir o que escrevi acima: se você tem bens é porque é abençoado. Se não tem é porque não é abençoado. Este modo de pensar influenciou a ética protestante (creio que muitos conhecem o livro de Max Webber – “A ética protestante e o espírito do capitalismo”). Partindo do principio que a riqueza é sinal de benção aliou-se a sua busca e, ao mesmo tempo, a entrega da décima parte – dizimo – como sinal de benção e retribuição. A riqueza que se multiplica e o correspondente dízimo criaram o visual da benção concretizada. Em nossos dias essa teologia

retributiva alcançou nova força nas igrejas pentecostais onde o desafio a dar a Deus está na exata retribuição mais que generosa de Deus. Quanto mais você dá mais Deus te dá! Chama a atenção o estímulo a dar desafiadoramente. O manifestar da benção está nos bens pessoais e, também, na grandiosidade dos templos, nas somas gastas nos meios de comunicação, etc. Por outro lado a má compreensão do sentido da pobreza levou a certa acomodação. Pobreza nunca significou não desejar e não utilizar-se dos bens. Há pessoas que querem se privar de tudo. Isso é vocação pessoal. Os bens existem para tornar a vida uma experiência feliz. É, todavia, importante que não tenham supremacia diante da vida humana e da vida da natureza. No texto das bemaventuranças, (Mateus 5, 1-12) que autores chamam como que uma constituição do cristianis-

mo, colocam-se fundamentos para o bom uso do dinheiro, das coisas, etc. As bem-aventuranças abrem o leque para que se entenda a presença de Deus na vida e como nós, filhos e filhas, devemos responder a Ele. A atitude fraterna e solidária, totalmente disponível e livre, é a chave para saber lidar com o que se tem e com aquilo que se deseja ter. Vale lembrar sempre que ter ou desejar ter não constitui pecado. A não ser que a vida seja colocada só nisso. De vez em quando alguém fala que pecou porque teve inveja. Gostaria de ter uma coisa que alguém conseguiu. Essa tal inveja só é ruim se faz sofrer. Se for um estímulo para melhorar não é falha. O mal está quando eu fico triste porque alguém conseguiu algo e eu não... É certo que saber o limite da manipulação dos bens não é coisa fácil. Se fosse, quem tem muito viveria feliz

Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.

com o muito que já tem. Mas parece que a sede de ter mais é insaciável. E para quem tem pouco ou nada parece que o ter resolverá a questão. E se verá que não é verdade. No fundo parece que quem é pobre quer ficar rico e aí a coisa se repetirá. Será sempre desafiador sermos bons administradores dos bens que o Senhor nos deixou. Será sempre complicado partilhar. Porque a tentação é reter... Mesmo que a gente tenha certeza que caixão não tem gavetas.


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Nova perspectiva Após perder os braços em acidente com alta tensão, Milton ensina lições de segurança

colaboração SHEL ALMEIDA

Imagine a seguinte situação: são já voltei a teclar e a fazer tudo o que fazia 8h30 da manha e você se prepara antes. Meu cunhado fez um adaptador, para mais um dia de trabalho. mas eu não me dei bem com ele e não uso. Começa então a executar novamente um Me adaptei sozinho”, diz. “Eu sempre tive serviço do qual está acostumado e foi trei- boa saúde, então cicatrizou bem. Mas o nado para fazer, serviço este que realiza que mais me judiou foi a perna”, explica. diariamente. Toda a atenção e cuidado Com a queda, o joelho de Milton foi muito lesado, precisando, são necessários por sua posteriormente, passar parte e de quem o acomTudo tem o lado bom, por uma cirurgia e um panha. De repente você mas as pessoas só vêem enxerto. Persistente, em se vê no chão acordando. as coisas ruins. O ruim dezembro de 2009, seis Percebe que desmaiou e é o que ensina a viver, é meses após o acidente, que seu companheiro de o que faz a evolução da Milton já começou a antrabalho, que está ao seu lado, acaba de prestar-lhe vida, te prepara para o dar novamente. “Preciso os primeiros socorros. momento difícil parabenizar o Guilherme, meu fisioterapeuta, porque Mesmo entre apagões Milton ele teve muita paciência de consciência, você sabe o que aconteceu e foi comigo.” A paciência foi justamente aquilo que não poderia: você sua, Milton, para reaprender a ser indesofreu um acidente. No caminho do hos- pendente. pital você sofre duas paradas cardíacas, o Quanto aos termos legais do ocorrido, que faz com que permaneça em coma por Milton ainda espera um resultado final. algum tempo. Quando acorda nota que Segundo ele, já ganhou a causa como o acidente foi sério por causa das faixas acidente de trabalho, mas a empresa, terem seus braços. É avisado de que você ceirizada, ainda poderá recorrer. “Se você sofreu queimaduras graves. Dias depois, o não faz todos os EPIs não pode nem entrar médico traz a notícia fatídica: seus braços com um pedido de indenização,” analisa. precisão ser amputados. Esta é a história Palestra real de Milton Aparecido Alexandre da Silva, Ele prestava manutenção na rede Menos de dois anos depois, Milton já de alta tensão quando sofreu um choque retoma a vida, agora com novas perspecelétrico de 13.800v, e caiu de uma altura tivas. Hoje ele ministra palestras sobre de 7 metros. Além dos braços, Milton teve motivação e segurança no trabalho. Ele ainda o joelho direito prejudicado devido ensina: “Nunca deixe de usar os EPIs. Faça à queda. O trabalho que Milton exercia todos os procedimentos corretos, porque era daqueles que as crianças vêem como depois que acontece, é difícil”. Ele avisa sendo de heróis, por estarem acima de que as normas de segurança devem ser nós, enfrentando tanto perigo. Milton é respeitadas tanto no trabalho quando em casa. Os acidentes domésticos também um desses heróis. podem ser graves ou fatais. “A segurança Choque está no dia a dia, na hora de usar o cinto Milton tem a data do acidente na ponta de segurança, de atravessar na faixa de da língua, 29 de junho de 2009. Era para pedestre.” E aproveita para refletir: “Acordei ser um dia comum. No entanto foi o dia pra muita coisa depois do acidente. Hoje em que sua vida mudaria para sempre. eu penso no que eu fiz e no que eu deixei Segundo ele, antes de subir no poste para de fazer”. Segundo ele, era nas horas de realizar a troca de um pára raio, conferiu solidão que encontrava forças para encarar todos os EPIs (equipamentos de proteção o desafio. “Tinha que buscar minhas forças individual) necessários. Porém, como só com Deus porque meus parentes não percebeu a presença de um enxame de podiam sofrer. Nunca reclamei de nada”. abelhas, precisou também usar a roupa E como desabafava Milton? “Desabafava especial para esses casos, o que, para com a pessoa certa. Sempre estava sorrinele, foi a maior culpada pelo acidente. “A do porque não podia me abater”, conta. segurança demais foi o que atrapalhou”, “Não gosto que sintam pena de mim, afirma. “A roupa de abelha impediu minha nunca transmiti isso para as pessoas. visão por cima da cabeça. Eu estava com Pensamento atrai pensamento,” afirma. uma mão no poste e levantei a outra. A “Tudo tem o lado bom, mas as pessoas energia puxou minha mão, foi quando só vêem as coisas ruins. O ruim é o que levei o choque”, conta. Depois disso Mil- ensina a viver, é o que faz a evolução da ton se lembra pouco. Ele diz que só soube vida, te prepara para o momento difícil.” A o que aconteceu pelo companheiro de vida afetiva de Milton também vai muito trabalho que o acompanhava. “Ele falou bem. Ele retomou um namoro que havia que com o choque eu desmaiei e por isso terminado antes do acidente. “Quando ela caí”. O que impediu que Milton morresse ficou sabendo me procurou e acabamos naquele dia foi o fato de a energia elétrica voltando. Ela me aceitou como estou agora”. não ter atingido toda a mão, mas só um Alegre e descontraído, Milton sabe usar dos dedos. “Se fosse a palma toda eu te- disso em suas palestras. “A primeira que ria ficado preso no fio, porque a mão se eu fiz, brinquei com o pessoal: estou tão fecharia com a força do choque”. Quando nervoso que minhas mãos estão tremendo, a pior das notícias lhe foi dada, foi, para mas vocês não estão vendo”, ri. ele, um segundo choque, agora no sentido figurado. Surpreendentemente confiante, Para saber mais sobre as palestras de ele mesmo se diz admirado com a forma Milton, entre em contato com ele: como superou tudo. “Fiquei trinta dias no hospital, dependendo dos parentes, tinham Celular: 11-9961.1685 que me dar de comer na boca. Quando email: eletrico_2008@hotmail.com voltei pra casa, mesmo a com a faixa eu

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Milton sempre foi rigoroso com o segurança. “Meus colegas nunca imaginaram que isso aconteceria comigo” FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Milton antes do acidente: “Nunca deixe de usar os EPIs. Faça todos os procedimentos corretos, porque depois que acontece, é difícil”

Miton após o acidente: “Já aceitei a minha situação. Hoje faço 80% de tudo sozinho”


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Seus Direitos e Deveres colunadoconsumidor@yahoo.com.br

Responsabilidade civil da administração GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA

Conforme prevê o Código Civil, todo aquele que pratica um ato ilícito, tem o dever de reparar o dano. Ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica violando direitos e causando prejuízos a outrem. Pode-se afirmar que a conseqüência imediata da prática de um ato ilícito é o dever de indenizar. Nas relações entre particulares, para que o dever de indenizar exista, em regra, é preciso atestar a existência de quatro pressupostos, quais sejam: a conduta humana; a culpa; o dano e a relação de causalidade entre a conduta humana e dano gerado. Contudo, em se falando de responsabilidade civil do Estado ou da Administração Pública, verifica-se que a regra é que estejam presentes apenas três dos elementos acima citados, pois se dispensa a culpa. O dever de indenizar da Administração Pública, ou mesmo de quem lhe faça às vezes, decorre de previsão constitucional. O art. 37, parágrafo 6.o da Carta Magna assim dispõe: “As pessoas jurídica de direito público e as de direito privado prestadores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros...”. Sendo assim, para que o Estado responda pelos danos que causar aos administrados mister se faz, apenas, que existam, conduta humana, conduta está praticada por um de

seus agentes ou funcionários; o dano e a relação de causalidade entre a conduta humana e dano gerado. Desnecessário, em regra, a demonstração da culpa da administração, bastando a comprovação de que o dano causado a um cidadão decorreu de uma conduta ativa praticada por um funcionário público. Desta forma, se em razão de uma obra pública o imóvel de um particular vem a sofrer rachaduras, por exemplo, o Estado deverá indenizá-lo. Em uma eventual ação de reparação de danos bastará que o administrado demonstre que o dano provocado no seu imóvel decorreu de ação praticada pela Administração Pública, qual seja, a construção de um prédio público no terreno vizinho ao seu. Porém, a responsabilidade da Administração nem sempre independe da demonstração da sua culpa, em alguns casos deve ela deverá estar provada para que se verifique o dever de indenizar. Quando se verificar uma conduta negativa da Administração, ou seja, uma omissão o dever de indenizar dependerá da demonstração da culpa, além do nexo causal entre a conduta e o dano. Se, por exemplo, um particular tem o pneu de seu veículo danificado por um profundo buraco aberto em uma via pública, somente terá o seu prejuízo reparado pelo Estado se provar que o buraco surgiu por culpa deste, consubstanciada na negligência, ou seja, no descaso na manutenção das ruas e avenidas

que cortam a cidade. Se, por outro lado, ficar comprovado que o buraco surgiu em razão de uma chuva intensa, inesperada para aquele dia e que, assim que possível, a via pública foi consertada, não ficará demonstrada a culpa da Administração e, por conseguinte, não haverá o dever de indenizar. Muito se tem indagado a respeito da responsabilidade da Administração Pública no tocante a reparação dos danos que sofreram as vítimas das recentes e atuais enchentes que atingiram todo o Brasil e em especial a cidade de Bragança Paulista. Nesse tocante, podese dizer que a responsabilidade decorre, na maioria dos casos, de uma eventual omissão por parte dos órgãos públicos. Referida omissão restaria configurada por não ter a Administração Pública drenado os rios que cortam a cidade; limpado de maneira adequada o seu entorno ou mesmo preservado a vegetação que encobria suas margens, permitindo, ainda que tacitamente, que imóveis fossem construídos ao seu entorno, negligenciando no seu dever de manter as áreas de preservação permanente incólume e o espaço público hígido. Sendo assim, para que as vítimas tenham seus prejuízos ressarcidos pelo Estado faz-se necessário que demonstrem a negligência do município, excluindo eventual alegação de que os danos se originaram de um evento natural e extraordinário, que fugiu ao controle da Administração.

Certamente essa não é uma tarefa fácil e sem embargo do dever de indenizar, pode a Administração Pública colocar em prática medidas que mitiguem esses danos, auxiliando os particulares na reconstrução de suas casas ou na aquisição de uma nova habitação em local apropriado, por meio de incentivos fiscais, facilidade de crédito, dentre outros. Tratam-se de medidas discricionárias que dependerão da conveniência e oportunidade do Poder Público, oportunidade esta que, nesses casos, se traduz em possibilidade orçamentária. Discutir a respeito da responsabilidade civil da Administração Pública certamente é importante, mas muito mais o é a discussão a respeito do dever que os entes políticos possuem de prevenir danos ao meio ambiente natural e artificial e mesmo à população. A prevenção, principalmente, tratando-se de danos ao meio ambiente deve ser vista como prioridade e implementada com urgência em todo o mundo. Só assim será possível garantir um meio ambiente equilibrado e saudável não só às presentes como às futuras gerações. Até a próxima! Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810 Tel.: 11 4034.0606


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Informática

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Tecnologia

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Segredo do iPad é ser

desencarnado de tecnologia

O dedilhar e a coreografia dos dedos descortinam mundos desconhecidos por LAURA CAPRIGLIONE/FOLHAPRESS

Da noite para o dia, eu tinha me transformado. De alguém cool em relação a novidades tecnológicas, me transformara em uma obcecada com a ideia fixa: ‘Preciso de um iPad.’ Surtos consumistas são raros em mim _sei me controlar. Também nunca me encaixei naquela turma de adoradores da Apple (pedantes?). Mas foi só pegar e tocar no pequeno monólito preto e prata sem um único parafuso à vista, para perceber que eu não podia mais viver sem ele. O iPad tornou-se indispensável para mim exatamente porque leva ao extremo a ideia de parecer desencarnado da tecnologia, tornada invisível. Você não precisa nem saber o que é software. Não precisa e nem deve imaginar os circuitos dentro. Não precisa nem do tléc-tléc da mecânica de teclas subindo e descendo. A Apple fez tudo para que se acreditasse que o dedilhar, o toque, a coreografia de polegares e indicadores abrindo-se e fechando-se em movimento de pinça pudessem descortinar mundos desconhecidos. Conseguiu graças à tela ultrassensível que criou, mas que ninguém precisa saber como funciona. Ninguém se preocupa, porque parece tão natural _como se sempre tivesse existido ou sido assim. Os adversários do iPad gostam de dizer que tudo no produto (até trocar a bateria) passa pelo crivo dos executivos da Apple _sobraria pouco ou nenhum espaço para a criatividade dos hackers de software e hardware, que expandiram, desafiadores, os limites da tecnologia dos últimos tempos. É verdade. Todos os programas _aqui chamados de aplicativos_ têm de ser baixados da App Store (e cobrados em dólar, aliás). E só entram na ‘lojinha’ os aplicativos testados e aprovados pela equipe da Apple. Não há riscos (de vírus, de piratas, de ciberataques). Tenho de reconhecer: é um vício essa tutela extremada, que chega a infantilizar adultos _por sinal, acabo de ser apresentada por um circunspecto executivo da Folha ao aplicativo Talking Tom, que permite fazer pequenas gravações de entrevistas, digitalizando vozes em timbre de desenho animado. Adoramos. Sem me ocupar com a tecnologia, posso ler um livro eletrônico como se lê um livro de papel (quem é que folheia um, pensando em como as fibras de celulose viraram páginas?) Posso ler o jornal ou a revista pelo simples prazer de ler o jornal ou a revista.

E basta um dedilhar para que o monólito se transforme em guia de ruas, livro de gastronomia, GPS, observatório astronômico, ou o que quer que seja (ou que os caras da Apple deixam). O grande risco _já me dei conta_ é o de comprar mais do que o juízo permitiria. Quando se vai às compras nas lojas reais, sabemos que exageramos quando o limite do cartão de crédito estoura, mas também quando a quantidade de sacolas e embrulhos fica grande demais. No iPad, o tamanho físico é sempre o mesmo (730 gramas, 24x19x1,3 centímetros). Quanto aos preços dos produtos, em geral são baixos (um joguinho sai por R$ 4). É fácil se deixar levar pelo impulso consumista. Eu mal comprei o meu iPad e já se fala no lançamento do iPad 2, que deve acontecer daqui a três ou quatro meses. OK, nem fico triste. É assim mesmo. Gadgets como esse nascem, crescem, brilham e morrem rápido, para que as novas gerações possam chegar. Meu iPad estará no lixo em dois anos, tenho certeza. Vai com Deus.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Pinball para iPad FOTO: ZANONE FRAISSAT /FOLHAPRESS

A apresentadora de tv Luciana gimenez no Lancamento do IPAD na FNAC do shopping Morumbi


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Casa & Reforma

Móveis assinados são vendidos a preços mais em conta por BRUNA BORGES/FOLHAPRESS

Um móvel com desenho assinado em geral valoriza a decoração de um ambiente. O problema é que sua exclusividade costuma fazer com que ele seja bem mais caro que uma peça ‘comum’. Para modificar esse cenário, alguns designers procuram disponibilizar seus produtos por um preço que consideram mais justo, tornando-os acessíveis a um maior número de compradores. Há os artistas que vendem os trabalhos em suas lojas-ateliê, um tipo de ‘showroom’, diretamente aos clientes, eliminando o custo de revenda; outros procuram baratear a produção. ‘A loja [revendedora] tem custos com impostos e funcionários e não pode baixar preços’, explica Alvaro Guillermo, professor de design da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). O designer Fernando Jaeger, que tem ‘showrooms’ de pronta entrega há dois anos, aposta em séries limitadas para baratear suas peças. ‘Meus produtos são pensados para serem repetidos sem perder qualidade e, assim, consigo abaixar o preço. Não fabrico uma ou duas, mas 60 peças, que ainda assim são exclusivas.’ Uma dica para quem quer economizar é investir em artistas brasileiros. ‘Fica mais barato comprar aqui do que importar, e o design nacional é bastante premiado internacionalmente’, diz Guillermo. A reportagem conversou com decoradores, arquitetos e designers e selecionou itens com assinatura a preços mais em conta.

FOTO: MARCELO CAMARGO/FOLHAPRESS

Pedro Franco restaurou uma cadeira austríaca usada FOTO: ALESSANDRO SHINODA/FOLHAPRESS

Réplicas Pela lei autoral brasileira, só se podem fazer cópias de design com mais de 50 anos, pois, decorrido esse tempo, patentes perdem a validade. Por isso, é fácil encontrar cópias das famosas poltronas Barcelona e Charles Eames. Mas especialistas afirmam que é preciso ter cuidado antes de comprar. O ideal é investigar os materiais e as dimensões originais e comparar com as réplicas. FABIOLA BERGAMO Luminaria Arabesco ONDE Lustres Yamamura www.yamamura. com.br QUANTO R$ 657

Adriana de Brito, 28, tem um pufe Carambola, do designer paraibano Sérgio Matos. A peça, também revisteiro, custa R$ 450 FOTO: ALESSANDRO SHINODA/FOLHAPRESS

FERNANDO JAEGER Sofa Alice, com estrutura de madeira macica de reflorestamento e almofadas fixas no assento e no encosto ONDE www.fernandojaeger. com.br QUANTO A partir de R$ 1.715 (preco varia com o tecido escolhido) SERGIO FAHRER Chaise-longue Paso Doble; inspirada no passo de tango, tem tecnologia patenteada que curva a madeira intercalando mantas de fibra de carbono ONDE Sergio Fahrer www.sergiofahrer. com.br QUANTO R$ 4.970 MICHEL ARNOULT Poltrona Pelicano, com estrutura em madeira e lona ONDE A Lot Of www.alotof.com.br QUANTO R$ 600

Poltrona Pelicano, com estrutura em madeira e lona, MICHEL ARNOULT


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Antenado

Livro expõe êxito de Dumont com balões Obra contém fotos de voos de dirigíveis construídos pelo inventor e reproduz artigos seus em defesa do veículo

por MARCELO BORTOLOTI/FOLHAPRESS

No princípio do século 20, duas correntes distintas avançavam de forma paralela para o desenvolvimento do transporte aéreo. Em uma ponta, estavam os inventores que acreditavam no sucesso de aparelhos mais leves que o ar, como os balões. Do outro, os que trabalhavam para o desenvolvimento de modelos mais pesados, os aeroplanos. O brasileiro Alberto Santos-Dumont (18731932) foi um dos únicos que transitou bem nas duas vertentes. Embora a invenção do 14 Bis, e posteriormente do Demoiselle, máquinas mais pesadas que o ar, tenha lhe garantido a posteridade, suas primeiras conquistas aconteceram na seara dos balões. Entre 1898 e 1905, ele construiu 14 balões que lhe renderam popularidade mundial, com prêmios internacionais e manchetes nos jornais da época. Santos-Dumont contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento desses veículos aéreos, sendo o primeiro a utilizar neles, com sucesso, um motor a gasolina e também sendo o primeiro a provar que era possível dirigi-los. Um livro que está sendo lançado nesta semana, ‘Santos-Dumont e os Balões’, de Rodrigo Moura Visoni, resgata esse aspecto do inventor, até hoje ofuscado pelos rumos que sua carreira e que o próprio desenvolvimento da aviação acabaram tomando. O livro tem 300 fotografias, algumas inéditas, que registram seus feitos na área e o sucesso que fizeram na sociedade da época. Uma das descobertas é um álbum com 70 imagens de seus voos, produzido em 1901 para comemorar a conquista do Prêmio Deutsch, quando o brasileiro conseguiu circundar de

balão a torre Eiffel em 30 minutos. A façanha aumentou consideravelmente sua popularidade: gente como o inventor Thomas Edison (1847-1931) e o presidente americano Theodore Roosevelt (1858-1919) fizeram questão de conhecê-lo pessoalmente. O livro também reúne dez artigos do inventor publicados em jornais dos Estados Unidos, França e Inglaterra e que não haviam sido traduzidos para o português. Nesses textos, escritos entre 1898 e 1905, Santos Dumont defende de forma fervorosa a utilização dos balões. ‘Ele fala de aspectos técnicos, mas se assemelha um pouco a Júlio Verne, apostando no avanço tecnológico’, diz Visoni. Em 1902, no periódico americano ‘The Inter Ocean’, o brasileiro escreveu: ‘Acredito na viabilidade do dirigível. Não somente para fins esportivos ou de lazer, mas também para fins comerciais. Em dez anos, espero realmente que haja uma linha de aeronaves cruzando o oceano Atlântico’. Isso só aconteceu comercialmente na década de 1930. Então, Santos Dumont já havia voltado seus esforços para a produção dos aeroplanos, que se mostrariam mais rápidos e econômicos. ‘Ele abandonou os balões quando já havia esgotado todas as possibilidades desse tipo de veículo. Mas suas conquistas nesta área foram muito importantes para a época’, diz seu biógrafo, Henrique Lins de Barros. SANTOS-DUMONT E OS BALÕES AUTOR Rodrigo Moura Visoni EDITORA Capivara QUANTO R$ 160 (252 págs.)

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Teen

Festa de Londres só toca música deprê e agora também faz ny chorar por aaa/FOLHAPRESS

‘I gotta feeling that tonight’s gonna be a crappy night!’ (‘tenho a sensação de que esta noite vai ser uma noite titica!’, em inglês). A noite boa do refrão do hit do Black Eyed Peas virou uma ‘noite titica’ na versão que Murilo Ambione, 19, canta com os amigos a caminho da noitada em Nova York, cidade onde faz intercâmbio. O lema do bonde parece marcha fúnebre, mas é que a balada predileta da trupe está mais para ritmo de fossa do que para ritmo de festa. O destino é a Feeling Gloomy (‘sentindo-se cabisbaixo’, em inglês), noite que existe há cinco anos em Londres e que comemora um ano de sons tristes em Nova York. ‘As músicas que tocamos não são “emocore’, que é um estilo de rock americano gritado. A gente toca clássicos da música melancólica’, disse por telefone ao Folhateen o DJ Cliff, que fundou a festa com seu ‘único’ amigo, Len. O set list deprê, diz ele, é feito do rock triste de Joy Division, The Smiths, Interpol e similares. Mas também saem das caixas de som músicas de artistas pop como Kylie Minogue, os saltitantes Pet Shop Boys e até a rainha do country-brega, Dolly Parton. ‘Qualquer bom cantor tem um momento macambúzio’, garante DJ Len. E a tristeza dos músicos leva a galera à felicidade, então? ‘Sim e não. Você pode ficar feliz, nostálgico ou mesmo chorar de depressão dançando. A questão principal é poder agir como quiser na pista de dança’, diz o DJ Cliff. Len defende que canções tristes têm um poder animador único. ‘Você já ouviu alguma coisa feliz, tipo “Walking on Sunshine’ quando está deprê? Só faz piorar.’ Informado de que existe um estilo de festa chamado micareta, ele só sussurra: ‘Que horror!’.

Melancolia Parece que a libertinagem de ser um noturno soturno pegou: tanto a edição inglesa quanto a americana lotam semanalmente, e o jornal britânico ‘The Guardian’ chamou a festa de ‘brilhante’. Mas o sucesso da balada e a grana que ganharam com ela não deixou seus criadores rindo à toa. Sorriso é para ocasiões especiais. ‘Eu sorrio bastante para as minas. Acontece que elas nunca retribuem’, lamenta Cliff, sem mostrar os dentes. Murilo, o que canta a versão sombria de Black Eyed Peas, discorda. ‘Dá sim para conhecer mulher na festa. Só que elas gostam de cara de coitadinho.’ Já que vai estar longe da família carioca, Murilo está pensando em levar sua saudade para a Feeling Gloomy de Natal, realizada no dia 24. ‘Quem sabe alguma garota fica com dó de mim?’

FOTO: DIVULGAÇÃO

No flyer da festa, os DJs posam de pedintes: ‘Ei, amigo, tem um trocado?’


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Comportamento

FOTO: CARLOS CECCONELLO/FOLHAPRESS

Sexo sem par

Relações na rede antecipam um futuro de bissexualidade, poligamia e declínio do casal romântico, crê a psicanalista Regina Navarro Lins por GUILHERME GENESTRETI/FOLHAPRESS

Conhecida por um discurso ímpar quando o tema é amor ou casamento, a psicanalista Regina Navarro Lins faz da internet um campo de testes para suas convicções sobre o futuro da sexualidade. E o futuro é bissexual, polígamo e sem pares, acha ela. Essas ideias, já presentes no seu primeiro livro, “A Cama na Varanda”, ressurgem em duas obras novas: “ Se eu Fosse Você...” e “A Cama na Rede”. As duas são compilações de enquetes com internautas, feitas nos noves anos em que seu site ficou no ar. Hoje, Lins combina o consultório e a militância em redes socias. Seu perfil no Twitter (@reginanavarro) tem mais de 4.000 seguidores. Para ela, a rede evidencia que há menos pessoas desejando se fechar numa relação a dois e mais gente optando por relações múltiplas, instantâneas e efêmeras.

Ainda não, mas é uma grande novidade. Ao contrário do que pensam, sexo virtual não é relação com uma máquina. O fato de não haver contato físico não significa que do outro lado não exista uma pessoa que sinta e se emocione. Muitas constroem relações amorosas virtuais e também fazem sexo dessa mesma forma. É apenas um tipo de relação diferente.

Reportagem - Que mudança a internet trouxe para o sexo? Regina Navarro Lins - Deu origem a novos comportamentos, como o fato de se poder deletar um parceiro e trocá-lo quando se quiser. Muitos internautas se relacionam com vários ao mesmo tempo, o que acaba com a ideia de que só se ama uma pessoa. No futuro, veremos muitos relacionamentos assim. Menos gente desejará se fechar numa relação a dois e mais pessoas optarão por relações múltiplas, instantâneas, efêmeras.

A monogamia vai acabar? O amor não é uma experiência natural, é uma construção social. O amor romântico -com a idealização do outro e aquela ideia de que os dois se transformam em um- está saindo de cena. A busca da individualidade faz o amor romântico perder seus atrativos e leva junto a exigência de exclusividade.

Sexo ainda é tabu, com tanta exposição na internet? Ainda. Reparou que todo xingamento tem conotação sexual? Crianças aprendem a associar sexo a algo sujo e perigoso. As mentalidades estão mudando, mas a maioria ainda sofre com desejos, fantasias, medo, culpas. Os comentários dos internautas fugiram do esperado? Alguns resultados das perguntas que lancei no site me surpreenderam. Disseram que gostariam de fazer sexo a três 77% dos internautas. Outro resultado que eu não esperava: 75% acreditam que é possível viver feliz sem formar um par amoroso. É o declínio daquela ideia “preciso ter alguém que me complete”. Outros resultados confirmam o que já vinha observando no consultório: altos índices de infidelidade e de gente que ama duas pessoas ao mesmo tempo.

A internet favorece a traição? Esse questionamento da fidelidade já existe há anos. Apesar de todos os ensinamentos recebidos nos estimularem a investir a energia sexual em uma única pessoa, relações extraconjugais são muito comuns. A maioria dos profissionais da minha área justifica isso apontando problemas emocionais, insatisfação na vida a dois, mas não falam o óbvio: relações extraconjugais ocorrem principalmente porque variar é bom.

Você diz que a bissexualidade será o futuro. Por quê? Porque a tendência é que as pessoas busquem o todo de suas personalidades. Ao longo da história, sempre foi muito bem definido o que é feminino e masculino. Para corresponder a isso, cada um tem que rejeitar em si aspectos que são considerados do outro sexo. Homens devem ser fortes, corajosos, agressivos, mulheres devem ser dóceis, emotivas e delicadas. É evidente que homens e mulheres têm todos esses aspectos. Há uma tendência agora a se desejar ser o todo, a integrar os aspectos considerados masculinos e femininos da personalidade. Daqui a algum tempo, é possível que a escolha do objeto de amor não seja feita segundo o sexo, mas segundo a compatibilidade psíquica.

Sexo enjoa? A grande exposição ao sexo não o banaliza? Sexo enjoa tanto quanto beber água. Sexo é aprendizado, e quanto mais livre formos, mais aprenderemos. Quanto mais se puder intensificar o prazer, a descoberta, melhor. Se você não fizer sexo com uma pessoa, você Na rede, o anonimato faz com que as fará sozinho no banheiro. Sexo é banal por pessoas mintam menos sobre sexo? natureza, é vulgar, é comum e tem que ser Ou o oposto? assim: todo mundo faz. E quem não faz As pessoas são mais sinceras e se expõem gostaria de fazer. mais na internet. Sentem-se protegidas. Ficam com menos censura, podem fugir E o que explica essa onda de repressão daquele ambiente quando quiserem. No a homossexuais? mundo real, a preocupação com a aceitação Em muitos casos, os homens mais homofósocial inibe a espontaneidade. bicos atacam porque temem perceber neles aspectos considerados não masculinos. Sexo virtual substitui o real? É como se quisessem socar, matar uma

parte deles que está inconsciente. Um heterossexual tranquilo quanto a sua sexualidade vai agredir gay a troco de quê? Outro problema é o gay homofóbico. Ele é o algoz de si mesmo, porque introjeta toda a discriminação da sociedade. A homofobia é muito séria, deve ser combatida e criminalizada.

A sexologa Regina Navarro FOTO: DIVULGAÇÃO

Capa do livro “A cama na rede”


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Cadastro de meio bilhão de pessoas é a fortuna do Facebook Redes sociais já foram vistas como perda de tempo e, no ambiente corporativo, a resistência a elas ainda é real

por ALEC DUARTE/FOLHAPRESS

É exagero dizer que Mark Zuckerberg ‘conectou as pessoas’, como andamos lendo e ouvindo por aí. Estamos conectados há pelo menos 40 anos. A questão do Facebook é que o produto soube aproveitar a popularização do acesso, transformando-se num ator relevante dessa mudança. Os dispositivos móveis são, hoje, os maiores responsáveis pela inclusão digital em boa parte do planeta. No Brasil, só 32% da população acessa a internet, mas 86% tem um telefone celular (o dado é da pesquisa Global Media Habits 2010). A rede social é a primeira atividade na web de muita gente. No Brasil, quantas pessoas não se converteram em internautas para ter um perfil no Orkut? Terceiro site mais acessado do país segundo o Alexa (o Facebook é o 10º no mesmo ranking), constitui, talvez, o maior desafio de Zuckerberg. A virada na Índia foi crucial para que o Facebook rompesse, em julho, a barreira de 500 milhões de associados _hoje, já bate na casa de 519 milhões. A página é a terceira mais visitada pelos indianos, enquanto o Orkut ocupa a oitava posição. O mercado do segundo país mais populoso do mundo (1,2 bilhão de pessoas) é tão promissor quanto o da China, o primeiro. Só 7% da população da Índia usa a web. Enquanto isso, 41% tem algum dispositivo móvel _de onde, é claro, atualiza seu status em redes sociais. Com uma trajetória dessas, é natural o Facebook virar livro, depois filme, e Zuckerberg ser escolhido O Homem do Ano pela ‘Time’ _ainda que o protagonismo de Julian Assange e seu WikiLeaks, na reta final de 2010, tenha feito muita gente pensar na inadequação da escolha feita pela revista. As redes sociais já foram consideradas

perda de tempo e, em alguns ambientes, como o mundo corporativo, a resistência ainda é real _continua, em muitas empresas, a prática de bloquear páginas consideradas ‘recreativas’ (entre as quais as de relacionamento). Visão estreita e pessoal: o Facebook é uma máquina de fazer dinheiro porque tem o bem mais valioso: um cadastro de meio bilhão de pessoas que deixam dentro dele, a todo instante, algum tipo de conteúdo. É, também desse ponto de vista, um grande projeto colaborativo.

Página inicial do site www.facebook.com

2º lugar: Twitter Twitter ainda é indispensável, mas não consegue se renovar por MARCOS STRECKER OTwittercontinuouindispensável em 2010, mas tem mostrado dificuldades em se renovar. Como prova de sua relevância, a Biblioteca do Congresso (EUA) anunciou que passaria a guardar todas as mensagens mundiais Mark Zuckerberg do microblog. Ainda assim, continua obrigatório, incluBom, mas o Twitter também foi marcado neste ano por uma renova- sive no Brasil. Nas eleições, candidatos ção visual decepcionante e ainda não foram obrigados a utilizar a ferramenta. apresentou um modelo de negócios Pela primeira vez, a Justiça determinou direito de resposta na rede social em convincente. Enquanto redes como o Formspring se função de tuíte considerado ofensivo. consolidam e concorrentes diretos do mi- O crescimento continua forte. O Twitter já croblog mostram as garras, como o Tumblr, angariou mais de 100 milhões de usuários no mundo. O Brasil é o segundo país com seu desempenho parece frustrante.

maior utilização proporcional da rede. Segundo pesquisa da comScore, 20% dos internautas brasileiros usam a rede (excluindo-se LAN houses). E a América Latina é a região em que o Twitter mais cresce: 305% em um ano. MARCOS STRECKER é editor de mídias sociais da Folha.


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PROCLAMAS DE CASAMENTO - CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DE BRAGANÇA PAULISTA - Rua Cel. Leme, 448 - Tel: 11 4033-2119

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO Cidade de Bragança Paulista

Bel. Sidemar Juliano - Oficial do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais desta cidade e Comarca de Bragança Paulista, faz saber que do dia12 a 18 de janeiro foram autuados em cartório os seguintes Proclamas de Casamento:

Protocolo: 072/2011 - HENRIQUE OLIVEIRA DOS SANTOS e ADEVANEI NUNES PERREIRA. Ele analista de sistemas, solteiro, natural de São Caetano do Sul-SP, nascido no dia 08/03/1983, res. e dom. à Avenida José Maria Sólito, 381, bloco B, apartamento l4, Pedro Costa - Itatiba, SP, filho de RAIMUNDO LINO DOS SANTOS e de EUNICE SILVA DE OLIVEIRA DOS SANTOS. Ela professora, solteira, natural de Monte Azul-MG, nascida no dia 05/04/1988, res. e dom. à Rua Dezesseis, nº 9, Portal São Marcelo, Bairro Biriçá - Bragança Paulista, filha de CLAUDIONOR NUNES PERREIRA e de ANA ALVES PERREIRA Protocolo: 062/2011 - HUGO RONALDO DE GODOY e LUSINETE DA CONCEIÇÃO SANTOS. Ele motorista, divorciado, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 20/07/1974, res. e dom. à Rua Argemiro Pieroti, 205, Cidade Planejada I - Bragança Paulista, filho de LAZARO PRETO DE GODOY e de MARIA APPARECIDA OLIVEIRA GODOY. Ela operadora de caixa, solteira, natural de São Paulo-SP, nascida no dia 19/04/1968, res. e dom. à Avenida João da Silva Leme, 15, Jardim São Miguel - Bragança Paulista, filha de REINALDO DA CONCEIÇÃO SANTOS e de CARMELINA MARIA SANTOS Protocolo: 064/2011 - ANDERSON OLIVEIRA MUNIZ e AMANDA APARECIDA CARDOSO PINHEIRO. Ele pintor, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 10/10/1984, res. e dom. à Rua Nossa Senhora de Lourdes, 20, Cruzeiro – Bragança Paulista, filho de PEDRO CIRILO MUNIZ e de MARIA DO CARMO OLIVEIRA MUNIZ. Ela do lar, solteira, natural de Piracaia-SP, nascida no dia 14/11/1991, res. e dom. à Rua Nossa Senhora de Lourdes, 20, Cruzeiro – Bragança Paulista, filha de ANTONIO APARECIDO PINHEIRO e de BERNADETE APARECIDA GONÇALVES CARDOSO Protocolo: 065/2011 - VIRIDIANO OLIVEIRA SOUZA e SILVANA DE ALMEIDA. Ele aposentado, divorciado, natural de Independência-CE, nascido no dia 23/11/1952, res. e dom. à Rua Pedro Cioban, 277, Cidade Planejada I – Bragança Paulista, filho de JOSÉ DA SILVA SOUZA e de ERNESTINA DE OLIVEIRA SOUZA. Ela ajudante geral, divorciada, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 10/05/1971, res. e dom. à Rua Pedro Cioban, 277, Cidade Planejada I – Bragança Paulista, filha de JOVIANO DE ALMEIDA e de JACIRA CARDOSO DE ALMEIDA Protocolo: 068/2011 - JEFFERSON CARLOS FLORENCIO e LUCIANA APARECIDA DE SOUZA. Ele policial militar, divorciado, natural de CaruaruPE, nascido no dia 01/11/1975, res. e dom. à Rua Elias Berbari, 140, Padre Aldo Bolini - Bragança Paulista, filho de EDVALDO FLORENCIO DA SILVA e de IRENI CARLOS DA SILVA. Ela empresária, divorciada, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 06/11/1974, res. e dom. à Rua Elias Berbari, 140, Padre Aldo Bolini - Bragança Paulista, filha de JOSÉ DE SOUZA e de EDINA AMARAL DE SOUZA. Obs.:- Refere-se a Conversão de União Estável em Casamento. Protocolo: 069/2011 - MARCOS REGIS GONZAGA e ELIZÂNGELA FERREIRA SILVA. Ele auxiliar administrativo, solteiro, natural de Goianira-GO, nascido no dia 26/10/1971, res. e dom. à Rua Angelo Magrini Liza, 368, Vila Motta - Bragança Paulista, filho de MOACIR REGIS GONZAGA e de ANDRELINA PIRES DA SILVA. Ela do lar, solteira, natural de Escada-PE, nascida no dia 27/12/1979, res. e dom. à Rua Angelo Magrini Liza, 368, Vila Motta - Bragança Paulista, filha de JOSÉ XAVIER SILVA FILHO e de EDLENE FERREIRA SILVA Protocolo: 070/2011 - MARCELO GUSTAVO MORAES SANTOS e MICHELE DE OLIVEIRA SILVA. Ele caminhoneiro, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 20/08/1979, res. e dom. à Rua Luís Martins, 39, Vila Municipal – Bragança Paulista, filho de MILTON JOSÉ DOS SANTOS e de IZILDINHA DE FATIMA MORAES SANTOS. Ela vendedora, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 18/09/1987, res. e dom. na Rodovia Padre Aldo Boline, Km. 70, Sítio São João, Bairro Água Comprida - Bragança Paulista, filha de JOSÉ ROBERTO VIEIRA DA SILVA e de HELENICE DE OLIVEIRA SILVA Protocolo: 071/2011 - MÁRCIO DE OLIVEIRA ROMÃO e VANESSA TRINDADE DE CARVALHO. Ele técnico em eletrônica, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 30/03/1984, res. e dom. à Rua Catarina Alvarina Rodrigues Fuentes, 58, Jardim São Miguel - Bragança Paulista, filho de PEDRO MANOEL ROMÃO e de MARGARIDA DE OLIVEIRA ROMÃO. Ela auxiliar contábil, solteira, natural de São Paulo-SP, nascida no dia 02/07/1987, res. e dom. à Rua José Luso Cordeiro, 271, Jardim São Miguel - Bragança Paulista, filha de ALVINO FRANCISCO DE CARVALHO e de JOSEFA TRINDADE DE CARVALHO Protocolo: 073/2011 - RODRIGO NOGUEIRA DA SILVA e CRISTIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA. Ele auxiliar logístico, solteiro, natural de Resende-RJ, nascido no dia 25/07/1984, res. e dom. à Rua Santa Catarina, 275, Parque dos Estados – Bragança Paulista, filho de JOÃO BATISTA DA SILVA e de HILDA DOS SANTOS NOGUEIRA. Ela professora, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 25/10/1976, res. e dom. à Rua José Botinha Maciel, 514, Cidade Planejada II - Bragança Paulista, filha de JONAS RODRIGUES DE OLIVEIRA e de MARIA RODRIGUES DE OLIVEIRA Protocolo: 074/2011 - DAVIDSON JUAN DE SOUZA e PRISCILA DE PAULA CÉZAR. Ele industriário, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 22/09/1982, res. e dom. à Rua João Franco, 1637, Cruzeiro - Bragança Paulista, filho de JOÃO FRANCISCO DE SOUZA e de NILZA APARECIDA DE MORAES. Ela ajudante geral, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 13/03/1988, res. e dom. à Rua Valênico do Prado, 83, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filha de CARLOS DE PAULA CÉZAR e de IZAIRA MUNIZ CÉZAR Protocolo: 075/2011 - JULIANO WOHLERS e CÁSSIA CAROLINY BAZILIO PICARELLI. Ele torneiro mecânico, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 27/08/1984, res. e dom. à Rua Moacir Rodrigues Neto, 340, Vila Bernadete - Bragança Paulista, filho de CICERO TADEU WOHLERS e de ANA IRIS JURANDIR WOHLERS. Ela auxiliar administrativo, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 09/08/1989, res. e dom. à Rua Coronel João Leme, 998, Centro - Bragança Paulista, filha de FLORINDO PICARELLI e de DEIZE MARA HENRIQUE BAZILIO PICARELLI Protocolo: 076/2011 - MARCOS AURÉLIO DA SILVA e TATIANE VALENTIM. Ele

ajudante geral, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 02/02/1979, res. e dom. à Rua Benedita Campos Pinto, 25, Tanque do Moinho - Bragança Paulista, filho de ANA MARIA DA SILVA. Ela ajudante geral, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 26/02/1982, res. e dom. à Rua do Cedro, 106, Lago do Moinho - Bragança Paulista, filha de CLEUSA APARECIDA VALENTIM Protocolo: 077/2011 - LAZARO DE MORAES NETO e LUCIANA GOMES DE PAULA. Ele ajudante geral, solteiro, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 23/11/1986, res. e dom. à Rua Roque Siriani, 67, Vila Davi - Bragança Paulista, filho de CASSIANO DE MORAES e de NEIDE FATIMA DA COSTA. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 24/07/1979, res. e dom. à Rua Roque Siriani, 67, Vila Davi - Bragança Paulista, filha de BENEDITO DE PAULA e de LEONOR GOMES DE PAULA Protocolo: 082/2011 - FABIO YONDA e JULIANA RAIMUNDO SOUZA. Ele vigilante, divorciado, natural de São Paulo-SP, nascido no dia 11/04/1976, res. e dom. à Rua Santa Gertrudes, 47, Lavapés - Bragança Paulista, filho de ELIAS YONDA e de MARIA DE LOURDES DA SILVA YONDA. Ela auxiliar de produção, solteira, natural de Flórida Paulista-SP, nascida no dia 14/05/1980, res. e dom. à Rua Santa Gertrudes, 47, Lavapés - Bragança Paulista, filha de EUGÊNIO RAIMUNDO SOUZA e de URANITA VIEIRA DE SOUZA (*) Protocolo: 083/2011 - WLÁDISSON MANCINELLI JÚNIOR e LILIANE DA CRUZ SILVA. Ele tecnólogo em informática, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 13/04/1985, res. e dom. à Rua Farmacêutico Ernesto Almeida, 12, Julio Mesquita - Bragança Paulista, filho de WLÁDISSON MANCINELLI e de MARIA CRISTINA DE CAMARGO MANCINELLI. Ela técnica de enfermagem, solteira, natural de SocorroSP, nascida no dia 05/02/1985, res. e dom. à Rua Antonio Lopes da Silva, 100, Jardim São Miguel - Bragança Paulista, filha de JOSÉ GOMES DA SILVA e de BERENICE PINTO DA CRUZ SILVA Protocolo: 084/2011 - LUIS PAULO BARBOSA e MICHELE TEODORO. Ele tecnólogo em eletrônica, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 01/09/1983, res. e dom. à Rua Romeu Campos Vergal, 38, Vila Bernadete – Bragança Paulista, filho de CAMILO ANTONIO BARBOSA e de GENI DORATIOTTO BARBOSA. Ela contadora, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 20/04/1986, res. e dom. à Rua Alvaro Soares Acedo, 401, Jardim Cedro – Bragança Paulista, filha de ANTONIO TEODORO e de MARIA DE COUTO TEODORO Protocolo: 085/2011 - ELIEZER JORGE PENA e ISABELA CRISTINA SEBALLO. Ele líder de acabamento, solteiro, natural de São Bernardo do Campo-SP, nascido no dia 12/02/1984, res. e dom. à Rua Tenente Celso de Fiori, 46, Vila Bianchi - Bragança Paulista, filho de JOSÉ PENA FILHO e de SONIA MARIA JORGE PENA. Ela assistente administrativo, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 18/07/1991, res. e dom. à Avenida Lindóia, 40, Matadouro – Bragança Paulista, filha de JUSCELINO SEBALLO e de SUELI APARECIDA DE OLIVEIRA SEBALLO Protocolo: 086/2011 - JOÃO VICTOR RAMOS FERA e FRANCINE MARA SCANFERLA RUBIO. Ele fisioterapeuta, divorciado, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 05/06/1980, res. e dom. à Alameda Turquia, nº 81, Jardim Europa – Bragança Paulista, filho de PEDRO FERNANDO FERA e de LAURINDA GONÇALVES RAMOS FERA. Ela fisioterapeuta, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 16/09/1983, res. e dom. à Rua Sete de Setembro, 529, Jardim Paineiras – Bragança Paulista, filha de PEDRO RUBIO NETO e de NEIDE SCANFERLA RUBIO Protocolo: 087/2011 - CLEBER PINHEIRO FARIAS e JULIANA ALVES SOUZA. Ele operador de máquinas, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 28/05/1980, res. e dom. à Rua Califórnia, 30, Cruzeiro - Bragança Paulista, filho de RAIMUNDO MALCHER FARIAS e de MARIA RAIMUNDA PINHEIRO FARIAS. Ela operadora de máquina, solteira, natural de Ubaitaba-BA, nascida no dia 01/04/1987, res. e dom. à Rua Califórnia, 30, Cruzeiro - Bragança Paulista, filha de MARIA HELENA ALVES SOUZA

Bragança Paulista, 18 de janeiro de 2011 Sidemar Juliano – Oficial SERVIÇOS, CONSULTAS E INFORMAÇÕES: visite nossa página na Internet: www.cartoriobraganca.com.br


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Diretor de Crash decepciona em 72 Horas

Longa de Paul Haggis desperdiça boa premissa hitchcockiana e vira um simples filme sobre fuga de cadeia por ANDRÉ BARCINSKI/FOLHAPRESS

Uma pessoa pacata e honesta pode quebrar leis e cometer crimes quando acredita que alguém que ama está sendo ameaçado? ‘72 Horas’, de Paul Haggis (vencedor do Oscar de melhor filme por ‘Crash - No Limite’), é mais um filme que usa esse dilema hitchcockiano como ponto de partida. Russell Crowe interpreta John Brennan, um professor universitário casado com Lara (Elizabeth Banks) e pai de um bebê. O casal tem uma vida tranquila e feliz, até que ela é presa pelo assassinato da chefe. John acredita na inocência da mulher, mas as provas contra Lara são fortes: suas impressões digitais estão na arma do crime e sangue da vítima é encontrado em sua roupa. Os esforços jurídicos do casal não dão em nada. Lara acaba condenada.

Submundo

John esgota todas as formas legais de ajudar a mulher. Depois que Lara tenta o suicídio, ele decide libertá-la à força, e começa a planejar uma maneira de tirar a mulher da prisão. Para isso, ele não tem outra opção senão penetrar no submundo. Seu batismo nos subterrâneos da sociedade envolve conseguir passaportes falsos, furtar uma arma, arrombar carros e assaltar a casa de um traficante. E o professor vira um profissional do crime. Com a ajuda de quem? Da internet, claro, na qual ele

descobre dicas sobre como abrir um carro usando apenas uma bola de tênis. É também na internet que ele conhece um ex-detento que escapou de diversas prisões, interpretado por Liam Neeson. A sequência do encontro dos dois é particularmente inverossímil e infeliz, quase um curso-relâmpago de fugas do xadrez. Essa transformação do personagem de Crowe em criminoso é a parte mais interessante de ‘72 Horas’, uma refilmagem do thriller francês ‘Tudo por Ela’, de 2008. Pena que o filme de Haggis dê mais destaque ao mirabolante plano de John para tirar a mulher da cadeia do que à metamorfose do professor. O que poderia ter sido um estudo sobre a forma como as circunstâncias moldam as vidas de certas pessoas vira um simples filme de fuga de cadeia. Muito pouco para quem escreveu ‘Menina de Ouro’ e dirigiu ‘Crash - No Limite’ e ‘No Vale das Sombras’. 72 HORAS DIREÇÃO Paul Haggis PRODUÇÃO EUA, 2010 COM Russell Crowe, Elisabeth Banks e Liam Neeson ONDE nos cines Anália Franco, Bristol, Central Plaza e circuito (hoje alguns cinemas mudarão seus horários de funcionamento; é recomendável telefonar antes de sair de casa) CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO regular

FOTO: FOLHAPRESS

Cena de “72 Horas”, Russel Crowe


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