Bragança Paulista
Sexta 1 Abril 2011
Nº 581 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para Pensar
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ISRAEL (continuação 5)
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
MONS. GIOVANNI BARRESE
Estamos no alto do Monte Carmelo. Considerado lugar sagrado desde a antiguidade. Há um relato do faraó Tutmosis III (século XV antes de Cristo) que o chama de Monte Santo. O lugar entra na história bíblica com o profeta Elias quando era rei de Israel, Acab. Ele havia se casado com Jezabel, de origem fenícia. Ela trouxera para Israel o culto ao deus Baal. Contra esta idolatria se insurgiu o profeta que escolheu o Monte Carmelo como baluarte para a afirmação do culto a Javé, o Deus verdadeiro. Para o povo judeu o lugar foi considerado sagrado por causa de Elias, o mais popular dos profetas. Nesse lugar acontece o famoso desafio entre os sacerdotes de Baal e o profeta. O primeiro livro dos Reis (18,19ss.) narra o fato: o deus que mandasse o fogo do céu para queimar as oferendas sobre o próprio altar seria o Deus verdadeiro. Após o milagre, que dá razão a Elias, os sacerdotes de Baal são
mortos. O reconhecimento do Deus de Israel faz cessar a seca que marcava a terra por mais de três anos. Após esse episódio o Monte Carmelo só aparece na Bíblia em breves e esparsos episódios. Vale lembrar que o imperador Vespasiano esteve no monte no ano de 66 D.C. onde ofereceu sacrifícios ao deus “sem rosto”... Como disse no artigo anterior, no alto do monte está o convento carmelita “Stella Maris”. A igreja foi construída em 1823. Sob o altar principal está a “Gruta de Elias”. O altar da gruta, cavado diretamente na rocha, seria o lugar onde ele dormiria. Aqui se fez a recordação do episódio em que Elias viu, no horizonte longínquo do mar, o sinal de que a seca estava por terminar. O episódio é narrado também no primeiro livro dos Reis (18,4246). A igreja é dedicada a Nossa Senhora do Carmo (corruptela de Carmelo). Nesse local, no século XII, os cruzados tomaram a proteção de numerosos
monges que ali se dedicavam à vida eremítica com particular devoção à Virgem. Esses monges eram chamados “irmãos de Santa Maria do Monte Carmelo”. Por volta da metade do século XIII, Simão Stock teve a visão de Maria que lhe entregava o escapulário. E nasce a devoção de usar o escapulário, originalmente uma peça da armadura dos guerreiros, que protegia o peito e as costas. Transformado, depois, em peça de pano, que cobria peito e costas até os pés (muitas ordens religiosas ainda hoje utilizam), significando o pedido de proteção contra o mal e a tentação. Com o tempo foi reduzido a dois pequenos pedaços de pano, cor marrom, com as efígies de Maria e Jesus. Hoje o temos em plástico e em material precioso. Virou uma espécie de amuleto. No fim das contas, melhor que seja usado porque se tem esperança que ajude a tomar atitudes boas! Com a invasão dos muçulmanos os monges foram mortos e os carmelitas
só voltariam pelos meados do século XVII. No final do século XVIII começaram a construir o convento que existe hoje. Tivemos a possibilidade de encontrar os escapulários tradicionais. Muitos os trouxeram para si e para os seus. Do convento nos encaminhamos para o Jardim Persa, da religião Bahai, religião nascida na Pérsia (Irã de hoje). Ali estão sepultados o precursor dessa religião, Ali Mohammed, martirizado em 1850 e o seu mais direto colaborador Abbas Efendi que morreu em 1921. O fundador desse movimento religioso foi Hussein Ali que se denominou Bahâ Allah (Esplendor de Deus) apresentando-se como o mensageiro universal predito por Maomé. Perseguido pelos turcos morreu em 1892. A doutrina bahai proclama a unidade essencial de todas as religiões e a exigência que a religião realize a igualdade entre os homens e a paz universal. O templo de mármore branco e cúpula dourada que está no
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.
jardim é chamado de “Templo da Justiça”. Esse movimento religioso assumiu muitos princípios do cristianismo e fez uma fusão com princípios universais de todas as religiões. Tive, por alguns anos, contato com pessoas que professavam essa fé. Gente muito boa que buscava, acima de tudo, a bondade nos relacionamentos, a partir das famílias. Lembrei-me deles lá no alto da montanha. Era quase impossível desviar os olhos dos jardins e do panorama de Haifa. E pensava como Deus se manifesta na natureza e nas pessoas! Se todos dessem lugar a Ele, todos se descobririam irmãos e irmãs!
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Segredo da longevidade Cuidados com alimentação e carinho da família fazem a diferença
colaboração SHEL ALMEIDA
Quando conheci D. Isaura, uma brasileiros: ela nunca se automedica. simpaticíssima senhora de 95 “Não tomo remédio sem falar com o anos, me surpreendi com sua Dr. João”, fala, referindo-se ao amigo vitalidade e disposição. A conversa Dr. João Soares. Aprendeu com ele os exercícios de alongaque tivemos especialmente para o Jornal mento. Ela ri e conta Eu nunca tive um que ele já a chamou do Meio me serviu problema sério de saúde para “dar palestra na como grande lição de porque quando via que vida, em vários aspecfaculdade”, para contar algo estava diferente já tos. Pra começar, D. corria pro médico aos mais jovens justaIsaura Pinto Pierotti mente como mantém não aparenta a idade a saúde em perfeito que tem. Quando veio até mim para se controle. “Eu nunca tive um problema apresentar, imaginei ser a filha, Celina, sério de saúde porque quando via que que também participaria da conversa. algo estava diferente já corria pro méD. Celina, aliás, também esconde muito dico.” O único problema que teve ao bem os 75 anos. Qual seria o segredo longo da vida foi uma alergia, causada da “fonte da juventude”? As boas saú- pelo cigarro que o marido, Calisto de e aparência de mãe e filha não são Pierotti, fumava. “Quando o médico mais coisas incomuns para a terceira falou que era por causa do cigarro ele idade. De acordo com o Censo 2010, parou de fumar em casa”, conta. Sedo Instituto Brasileiro de Geografia e gundo D. Isaura, o marido fazia tudo Estatística (IBGE) a expectativa de vida por ela; “Até pó de arroz ele comprava dos brasileiros hoje é de 73,1 anos. No pra mim,” relembra saudosa. Censo de 2002 esse número era de 68,6 Família anos, e esperava-se que apenas em 2020 D. Isaura e Seu Calisto ficaram casados chegasse a 70,3. Como se pode notar, não só chegou antes como superou a “63 anos e 03 meses”. Quando o marido expectativa. Ainda de acordo com o faleceu, para ela foi um martírio. “Não Censo 2010, as mulheres representam podia abrir a porta de casa,” lembra. 55,8% das pessoas com mais de 60 anos. Juntos, tiveram três filhas: Celina, Clélia A expectativa de vida também é maior e Júlia. Hoje D. Isaura tem quatro netos, entre elas: antes de 73,9 anos, hoje 77 seis bisnetos e um tataraneto de 14 anos, anos. Para os homens a expectativa de Leonardo, neto de D. Celina. vida passou de 66,3 anos para 69,4. O Nascida em 1915 – completará 96 anos aumento no número de anos foi igual de vida em 2011 – D. Isaura foi criada até os cinco pela bisavó. Depois disso para ambos: 3,1. passou a viver com a avó, até se casar, aos 19 anos, em 1935. Filha caçula de Segredo O segredo de D. Isaura para manter a 14 irmãos, ficou na fazenda da bisavó, saúde de ferro é bem simples: controle em Pedra Bela, quando a família se na alimentação, desde sempre. Conforme mudou para o Mato Grosso, porque conta, ela não come nada gorduroso, ainda era muito bebê e, naquele tempo, e não toma refrigerante. Permite-se viajar com alguém tão pequeno era algo apenas uma bala por dia. Por mais arriscado. Com 14 anos foi trabalhar que tenha vontade, não passa disso. numa fábrica de tecidos. “Minha avó “Sou muito controlada. Falo: é só uma só me deixava ir do serviço pra casa e e pronto”, afirma. No café da manhã de casa para o serviço”, conta. Não teve toma uma xícara de café com leite e muito contato com os irmãos ao logo um pedaço de pão. Nada de mussarela, da vida, se viam esporadicamente. Só requeijão, margarina ou coisa do tipo conheceu a casa dos pais aos 17 anos, para acompanhar, apenas uma fruta. quando vieram buscá-la para uma viProcura comer somente peixe e carne sita. “Fui para passear”, fala. Hoje se de frango, acompanhando o tradicional encontra com as quatro irmãs ainda feijão e arroz, além de verduras, os vivas em ocasiões festivas, únicos alimentos prediletos. D. Isaura não momentos em que se permite degustar tem problema de colesterol nem de champanhe. O interessante é imaginar diabetes. O único remédio que toma que a longevidade de D. Isaura, além é para controlar a pressão arterial, dos hábitos saudáveis, provavelmente coisa da idade. Faz exercícios físicos também se deve ao fator genético. Se diários: alongamento e caminhada. ela é a mais nova e tem 95 anos, qual Já fez tratamento para a osteoporose, a idade das irmãs? Sobre isso ela ri e mas não precisa mais, o problema já não faz muita conta porque para ela é passou. Das muitas recomendações que normal. D. Celina é quem se manifesta: D. Isaura segue à risca para manter a “É uma felicidade ter a mãe nessa idavida saudável, uma importantíssima vai de.” D. Isaura retribui: “Minhas filhas completamente contra os hábitos dos são três anjos. Desde os 14 anos meu
D. Isaura e os inacreditáveis 95 anos. Boa alimentação é o segredo
D. Isaura e a filha Celina. Ela tem 3 filhas, 4 netos , 6 bisnetos e 1 tataraneto de 14 anos
sonho era ter três filhas.” No dia a dia, se não está em casa, está na casa de uma delas. Quando o esposo faleceu, a mais nova, Júlia, foi morar com ela. D. Celina conta que a mãe, até hoje, é muito vaidosa, usa cremes, pinta as unhas, adora colares. Pelas fotos é possível perceber. Muito apegada à família, D. Isaura se lembra orgulhosa do aniversário que foi comemorado
duas vezes, porque o tataraneto, com saudade, não aguentou esperar a data e pediu para a mãe fazer um bolo porque “queria ver a tataravó.” D. Isaura, além de cuidar da saúde e da aparência e ter a genética a seu favor, têm ainda o que é imprescindível para a vida de qualquer idoso: o amor, carinho e respeito da família. Talvez o fator fundamental para sua longevidade.
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De olho na rua
Motorista brasileiro do Google Street View revela riscos e curiosidades do mapeamento urbano feito pela gigante das buscas por ALEXANDRE ORRICO/FOLHAPRESS
O paulistano José Carlos* trabalhou seis meses como motorista no ano passado. Mas o serviço não era parecido com o de um taxista ou com o de outro condutor comum: para José, não havia destino final nem caminho mais rápido a ser seguido. Ele foi um dos 20 responsáveis por guiar, em São Paulo, carros que captam imagens para o Street View, o serviço de fotografia panorâmica do Google que permite fazer passeios virtuais pelo do mundo _são 51 cidades no Brasil. José Carlos viu gente se exibindo para as câmeras, pessoas que acenavam para ele e outras não tão educadas que preferiam cumprimentá-lo com gestos obscenos e bundalelês (ato de expor as nádegas em público). Viu também cadáveres no chão, gente fugindo das câmeras e até uma mulher que perdeu a toalha e ficou nua na janela de casa. O Google anunciou no dia 24 de janeiro que voltou a colocar seus carros especiais nas ruas para registrar imagens para o serviço. A última rodada de fotos tinha sido realizada em junho de 2010. Segundo a empresa, os carros contam com novo equipamento fotográfico. Agora, em vez de ter nove câmeras, montadas em uma torre de 80 kg, cada veículo tem 15 delas e a estrutura é cerca de 12% mais leve. O modelo também mudou; sai de cena o Fiat Stilo, dirigido por José, e entra o Chevrolet Captiva. Em fase de testes, os novos veículos estão circulando apenas em São Paulo, por enquanto, de acordo com o Google. Em meio ano de trabalho, José vivenciou as ruas de São Paulo como ninguém e, além de colecionar histórias engraçadas, sabe dos bastidores de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Em conversa exclusiva com a reportagem, ele contou um pouco da experiência. Confira os principais trechos.
Rotina
A gente tinha que estar na garagem alugada pelo Google às 8h. Tínhamos autonomia total para decidir por onde começar e por onde terminar, desde que sempre dentro do nosso polígono [trecho de ruas] designado. Horário de almoço era relativo: tinha dia em que nem almoçávamos. Era difícil, são lugares que você não conhece. Mas era critério nosso, não tinha muita cobrança nesse sentido. Rodávamosatéumas18h.Entãorendiaumamédia de 35 km a 50 km cobertos pelas câmeras por dia. Andávamos sempre com vassouras dentro do carro para levantar fios de internet, TV a cabo e outras coisas, principalmente na periferia, onde as ruas são mais apertadas e os fios mais baixos.
Fatos inusitados
Eu já vi uns dois corpos no chão. Um colega meu já foi assaltado, mas graças a Deus nunca aconteceu nada comigo. Teve muita coisa engraçada também. Uma vez entramos numa rua sem saída na periferia, e tinha um botequinho desses que ficam cheios o dia inteiro. Um dos caras que estavam bebendo cerveja notou as câmeras e se jogou para dentro do bar, por cima do balcão, num mergulho de ponta, claramente querendo se esconder. Não sei se era procurado pela polícia ou outra coisa. Outra vez, tinha uma menina de toalha na janela junto com uma amiga... Quando essa amiga viu o carro, puxou a toalha, e a menina ficou pelada por uns momentos. Até anotamos
o nome da rua para ver depois, mas acabamos esquecendo de ver. Fora os bundalelês, os xingamentos, as manifestações de carinho, pedidos de fotografia, tinha de tudo.
Monitoramento
Acompanhavam o nosso trabalho em tempo real lá dos Estados Unidos. Às vezes faziam ligações diretamente de lá para os motoristas, para avisar que ‘a lente três está suja’, ou dizer ‘refaça o caminho tal porque as imagens ficaram um pouco embaçadas’. Quem falava com a gente era quase sempre o executivo Ferdinand Zebua, que sabe português.
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Casa & Reforma
Usado com até sete anos atrai quem quer comprar novo Seminovos valorizaram 31,53% de 2008 a 2010, abaixo da média entre usados em SP, segundo dados do Creci-SP
por PATRÍCIA BASILIO/FOLHAPRESS
Nem todo mundo que procura um imóvel com cara de novo tem paciência para esperar ele ser construído ou surgir uma unidade disponível em bairros disputados de São Paulo. Outros temem o atraso na entrega das chaves. Com isso, os imóveis seminovos -que têm até sete anos, segundo classificação do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis)tornaram-se uma boa opção para quem busca plantas contemporâneas. O preço do metro quadrado dos de padrão médio subiu 31,53% de 2008 a 2010 na capital, segundo dados do Creci-SP levantados pela reportagem. “A alta foi superior à média dos últimos anos e se deve à baixa oferta desses imóveis no mercado”, diz o presidente do conselho, José Augusto Viana Neto. A valorização ainda não atingiu a de usados em geral, que foi de 83,5% no mesmo período, segundo o Creci-SP (leia mais na página 4). Para Viana Neto, a configuração da planta de unidades construídas mais recentemente é o maior atrativo. Apesar de preverem quartos menores, têm varanda ampla e espaço de lazer. Com casamento marcado, a publicitária Thaís Nascimento, 25, optou por um seminovo em Perdizes (zona oeste), lançado há dois anos. Além da pressa em mudar, ela destaca que a garagem para três carros e o espaço de lazer fizeram a diferença na hora da escolha. “Meu marido treina tênis sem sair de casa”, comenta.
Investidor aposta na revenda de novos
Investir no setor imobiliário sempre foi uma tática atraente para quem opta por capitalizar dinheiro com segurança e liquidez. Diferentemente do que acontece com veículos, por exemplo, um imóvel raramente perde valor depois da aquisição. Em um aquecido cenário de lançamentos, comprar uma unidade na planta para revender após a entrega das chaves é um negócio que tem atraído investidores. Isso porque um imóvel na planta se valoriza até 30% após a entrega das chaves, afirma Ricardo FOTO: GABO MORALES/FOLHAPRESS
FOTO: GABO MORALES/FOLHAPRESS
O engenheiro Rafael Santos Silva, 27, ao lado do condominio onde comprou um apartamento semi novo na esperanca de revende-lo em dois anos com lucro
Pinto de Almeida, sócio-diretor da Consult Imóveis, que oferece serviços de planejamento e treinamento para imobiliárias. “É nele que os investidores ganham dinheiro, porque encontram um mercado consumidor bastante promissor”, comenta. Além de esse tipo de aquisição custar aproximadamente 20% menos do que a de um imóvel pronto, o investidor paga prestações livres de juros enquanto a construção não é finalizada, até a entrega das chaves. De olho nessa tendência, a executiva M. A. (que pediu para não ser identificada) compra um lançamento a cada três anos para revender e capitalizar o dinheiro. “Já vendi um, aluguei dois e estou aguardando três ficarem prontos para passar para frente. É um investimento mais seguro do que na Bolsa de Valores”, contabiliza. Para evitar surpresas, a executiva afirma que, para investir, não basta conhecer as regiões mais promissoras -é preciso checar a credibilidade da construtora. “Já comprei um apartamento de uma que faliu. Perdi o dinheiro”, relembra. Para Ricardo Carazzai, diretor da imobiliária Fernandez Mera, a falta de terrenos disponíveis para novas construções também favorece a venda de imóveis lançados há até sete anos. “Há clientes que os procuram por causa da modernização da planta e da conservação do espaço”, comenta. Os bairros que mais concentram seminovos são Campo Belo (zona sul), Brooklin, Perdizes, Vila Romana e Morumbi (todos na zona oeste), afirma Almeida. “O centro é uma exceção porque é cercado por imóveis antigos.”
Expectativas
Thais Nascimento em seu apartamento, comprado seminovo com aproximadamente dois anos de construção, na rua Pinto Gonçalves, em Perdizes, zona oeste de São Paulo
Segundo Fernando Site, gerente-geral de vendas da imobiliária Coelho da Fonseca, os seminovos representam 30% de todos os imóveis usados comercializados pela empresa no ano passado. A expectativa é que as vendas desse segmento de usados cresçam ainda mais nos próximos anos, mesmo com a alta da taxa de juros e a da inflação, afirma Lucas Penteado, diretor da Pronto!, imobiliária do grupo Lopes. “Estamos vivenciando apenas
o começo dessa tendência, uma vez que os seminovos vendidos hoje são os lançamentos de três anos atrás, quando o setor imobiliário começou a se tornar aquecido”, destaca. O engenheiro Rafael Santos Silva, 27, comprou um seminovo de dois quartos em Osasco por R$ 150 mil. Otimista com a rentabilidade do investimento, ele espera revender o imóvel no ano que vem por R$ 30 mil a mais. “Com a diferença, espero poder comprar um apartamento do mesmo nível na capital paulista, onde os preços chegam a dobrar”, diz.
Valorização é maior entre os mais antigos
A valorização dos usados se acentua com a idade. O preço dos imóveis que foram construídos há mais de 15 anos subiu 57,4% de 2008 a 2010, segundo pesquisa do Creci-SP. Segundo o consultor Ricardo Pinto de Almeida, essa diferença para os que têm até sete anos -valorização de 31,53%- se dá porque os mais antigos têm metragem maior e estão em locais privilegiados, onde as construtoras não acham mais terreno. “Existe um perfil de comprador para cada imóvel. Há pessoas que preferem quartos maiores e decoração antiga em detrimento de uma planta pequena em um condomínio com espaço de lazer”, exemplifica. Segundo as imobiliárias ouvidas pela Folha, a maioria das pessoas que buscam apartamentos com mais de 15 anos são adultos com família grande ou idosos. Já o preço costuma ser até 30% menor que o de seminovos. “A diferença [de preço] varia conforme a metragem e a localização, mas os antigos são mais baratos na maioria das vezes”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Um dos fatores para essa diferença é o número de vagas no estacionamento. Enquanto antigos costumam ter só uma, alguns novos têm mais do que três.
Sem a chave
Número de queixas por atraso da obra cresce 80% em 2010. Comprar um imóvel na planta em vez de um seminovo pode trazer alguns percalços. Apesar de não exigir reformas, ele está sujeito ao atraso nas obras e à burocracia para liberar as chaves. Segundo dados levantados pela ABMH (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação), o número de reclamações sobre atrasos na entrega de imóveis na planta aumentou 80% no país em 2010 em relação a 2009. Para Juliana Israel, advogada da ABMH, o consumidor deve exigir seus diretos no caso de atraso ou entrega do imóvel com problemas como rachaduras e defeitos elétricos e hidráulicos.
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Seus Direitos e Deveres
GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA / GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA
No último dia 22 “comemorou-se” o dia mundial da água. Certamente, o termo comemoração não soa bem. É certo que, desde os primórdios, o homem se estabeleceu próximo aos rios e mares para garantir seu sustento através da agricultura. As primeiras cidades do mundo, no Egito, surgiram desta forma. Muitas cidades brasileiras nasceram às margens dos rios que forneciam ao grupo de pessoas que no local se instalava, água para beber, garantir o alimento e ainda, fazer a higiene. A cidade de Bragança Paulista nasceu à margem do rio Jaguary. Com o desenvolvimento e avanço da tecnologia o homem passou a utilizar a água em grande quantidade, para a produção de energia elétrica e irrigação de grandes áreas de agricultura. O recurso natural passou a ser utilizado de forma indiscriminada, fato que deu causa a poluição que hoje podemos observar. Da poluição o que se verifica é o, cada vez mais próximo, esgotamento deste, essencial recurso natural. A água, sem dúvida, é imprescindível para a manutenção da vida, em todas as suas formas, contudo, aquela destinada ao consumo é escassa é finita. Foi então que com o objetivo de promover discussões sobre o uso racional da água, e não com a intenção de comemorar a sua existência, já que há não muito a se comemorar sobre esse ponto, que a ONU, criou o Dia Mundial da Água em 22 de março de 1992. Em dezembro de 2002 o Senado brasileiro aprovou a lei que prevê esse mesmo dia 22 de março como o dia nacional da água, com o mesmo intento. Discussões a respeito do uso consciente dos recursos naturais deveriam fazer parte da agenda pública, diariamente. É por isso que o assunto será aqui tratado, apesar de passados dias da data fixada pela legislação nacional para fazê-lo. A água é um dos recursos naturais mais utilizados pela humanidade. A água potável, apta ao consumo, é encontrada em pequena quantidade no planeta, não estando disponível infinitamente. Do total de água presente no planeta, 97,5% são águas de oceano e 2,5% constituem reserva de água doce. Deste total apenas 0,36% constituem as chamadas águas de superfície; é o que dispõe a humanidade para satisfazer suas necessidades. A agricultura utiliza 80%, a indústria 15%, restando 0,5% para atender
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Dia Mundial da Água
as necessidades de consumo humano. A água é, indiscutivelmente, um recurso escasso, merecendo, por esta razão e dada sua essencialidade, proteção e adequado gerenciamento. O legislador, deparando-se com essa realidade previu regras que devem ser observadas pelos particulares, bem como pelo Poder Público, todas visando a preservação dos recursos hídricos, não só para a presente, mas também para as futuras gerações, em respeito ao mandamento constitucional. A preservação do meio ambiente, pode-se afirmar, se traduz em um grandioso gesto de solidariedade. Afinal, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” ( art. 225 da Constituição Federal). Umas das medidas tomadas como forma de controlar o uso desmedido da água, que se pode observar com facilidade, é a cobrança de uma tarifa pelo seu uso. Ela corresponde a concretização de um princípio do Direito Ambiental denominado “princípio do usuário pagador”. Ele se encontra previsto na Lei 6.938/81, que estabelece a política nacional do meio ambiente, e determina que o usuário pague pela utilização dos recursos ambientais. O mesmo prevê, especificamente, com relação à águas a Lei 9.433/97 que institui a política nacional de recursos hídricos. O princípio tem por fim evitar o que se denomina de “custo zero” (não cobrança pela utilização) que conduz a hiper-exploração de um bem ambiental e, por conseqüência, a sua escassez. Trata-se de um meio de compelir as pessoas a usar a água com moderação, tendo em vista que quanto maior é o uso, mais elevado será o custo, demonstrando o quanto que a responsabilidade pela preservação do meio ambiente é social. Por outro lado, interessante frisar, que caso o usuário não cumpra com a sua obrigação de pagar pela utilização da água, não poderá o Poder Público ou os concessionários prestadores do serviço de abastecimento, cortar o seu fornecimento. Isso porque a prestação do serviço de fornecimento de água é essencial e por isso deve ser continua. Desta forma, não pode o Estado, que é composto pelo povo e somente com a existência dele sobrevive, deixar de provê-lo de recurso que garante a sua subsis-
tência. Em havendo omissão do particular no cumprimento do seu dever contraprestacional deve o responsável pelo fornecimento de água utilizar de outros métodos para compeli-lo a cumpri-lo, como o ajuizamento de ação de cobrança, por exemplo. Sobre outro aspecto também previu o legislador a proteção dos recursos hídricos, esse mais distante da percepção das pessoas, de forma geral. Trata-se da proteção despendida aos rios, mananciais e cursos d’água, relacionadas as construções nas suas encostas. Na natureza existe um ciclo hidrológico, composto pela evaporação e precipitação das águas. Com a precipitação a água atinge o solo, nele infiltrando-se ou dirigindo-se, superficialmente, aos cursos d’água. Essas águas se organizam em bacias fluvias. O entorno destas bacias inter-relaciona-se de tal forma que as interferências naturais ou humanas implicaram na quantidade e qualidade das águas dos mananciais. A remoção da cobertura vegetal das encostas dos rios, por exemplo, pode acarretar na erosão e assoreamento do curso d’água; poluição causada pelos produtos químicos lançados; desaparecimento da fauna local, interferindo na qualidade e quantidade de água existente. A canalização dos riachos e a ocupação das áreas de várzea aumentam a impermeabilização do solo e, consequentemente, a velocidade de escoamento da água de chuva, causando o transbordamento dos rios, muitas vezes, já assoreados. O mesmo se dá com o asfaltamento, promessa comum nas campanhas políticas que tem o objetivo de garantir a tão reivindicada comodidade aos moradores da urbe, substituindo os tradicionais e eficientes paralelepípedos. Eficientes sob o ponto de vista ambiental já que entre uma pedra e outra a água precipitada encontra caminho para se infiltrar no solo, diminuindo a quantidade de água que será escoada aos rios. O legislador, em diversos Diplomas Legais, estabeleceu normas que prevêem a forma como se deve dar o uso e a ocupação do solo, com vistas a evitar a alteração da quantidade e qualidade das águas presentes nos cursos hídricos. O Código Florestal prevê que áreas do terreno, principalmente aquelas que se situam nas margens dos cursos d’água, não sejam ocupadas por edificações, nos 30 metros contados a partir da margem quando os cursos d’água
tiverem menos de 10 metros de largura, sendo essa metragem maior quanto maior for a largura destes. A mesma restrição se aplica aos topos de morro, montes, montanhas e serras. Áreas estas, consideradas como de preservação permanente pela lei. O aludido Diploma Legal ainda faz previsão de áreas denominadas reserva florestal, trata-se de fração do terreno situado em área rural que não pode ser desmatada, correspondendo na região sudeste a 20% do terreno, podendo chegar a 80% na região da Amazônia Legal. Cabe ao Poder Público fiscalizar o cumprimento da lei não permitindo construções nas áreas protegidas. É certo que essas restrições provocam o descontentamento dos proprietários que as entendem como indevidas. A Constituição Federal garante a todos o direito a propriedade, mas exige que ela observe a sua função social. O exercício desse direito só poderá se dar se e quando atender aos bem estar de todos. Como forma de gerenciar a preservação do meio ambiente, o Estatuto da Cidade prevê que, em regra, cidades com mais de 20 mil habitantes possuam um Plano Diretor, lei municipal que tem o condão de estabelecer diretrizes para a ocupação da cidade e garantir a sua gestão democrática, com a participação direta da população na elaboração do Plano, por meio de audiências e debates, sendo garantido a todos o acesso à lei municipal aprovada. É certo que o desenvolvimento urbano é algo desejável e deve se verificar, contudo, ele não pode ocorrer sem planejamento e respeito ao meio ambiente. O desenvolvimento econômico trouxe e trará enormes benefícios à humanidade, mas o progresso não deve caminhar sozinho. O que se deve buscar, sem dúvida, é o desenvolvimento sustentável, aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos naturais para o futuro. O debate que gira em torno do tema é altamente produtivo e deve encaminhar para a conclusão de que os princípios da solidariedade e preservação ambiental devem ser incondicionalmente observados. Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antônio de Moraes Montagnana
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Comportamento
Todo mundo no balé
Não é preciso ter pretensão artística nem buscar perfeição técnica para sentir os benefícios da prática que treina a disciplina, dando força e elegância muscular por MANUELA MINNS/FOLHAPRESS FOTO: MASTRANGELO REINO/ FOLHAPRES
Quem gosta de mexer o corpo está sempre atrás de uma novidade, mas agora as velhas sapatilhas é que são fashion e o movimento do momento é o do velho balé. Sim, machuca, sim, maltrata. Mas bolhas e calos à parte, está bombando entre menininhas e mulheres feitas, porque também é belo, bom para o espírito e o físico. Academias inventam modalidades que usam fundamentos da dança clássica e surgem mais aulas de balé para adultos não profissionais. “A procura aumentou muito. Abri novas turmas de balé adulto tanto para quem já praticou e quer voltar quanto para quem nunca fez, mas enjoou dos exercícios repetitivos da academia e busca algo diferente”, diz Sabrina Helena Martins, dona da escola de balé Carla Perotti. Se faltava alguma coisa para o balé sacudir a poeira do tutu e dar a pirueta por cima, agora já não falta nada: é tema do favorito ao Oscar, e tem como “embaixadora” a atriz Natalie Portman, arrasando de “cisne” na tela. A professora Ana Curcelli, autora do blog Ballet Adulto, conta que vem recebendo cerca de dez e-mails por dia de candidatas a alunas, mulheres de 19 a 60 anos. Para atender a demanda, Ana está abrindo estúdio em março.
Saudade da barra
A Bio Ritmo notou antes o “revival” e lançou a aula Xtend, que trabalha posturas do balé com a exigência muscular e respiratória do pilates. A procura só cresce: por vezes, é difícil acomodar todas as alunas na barra, onde a maior parte da aula é feita. A barra ajudou a popularizar a Xtend, por resgatar boas lembranças de quem praticou balé na infância e matar a vontade de quem sempre quis e nunca fez, acredita Saturno de Souza, diretor-técnico da academia. “Também dá tônus sem causar hipertrofia”, diz. O balé dá força, resistência, flexibilidade, desenvolve coordenação, melhora o sono. Também, óbvio, melhora a postura, que é trabalhada com o alinhamento do corpo. Mas não é mero exercício. Exige memória, expressão. Os iniciantes começam com os mesmos passos dos intermediários e dos profissionais. O que muda, quando degraus técnicos são avançados, é o ritmo e a complexidade das combinações. O balé tradicional e profissional é bem rígido, com padrões de magreza e exigências técnicas de perfeição. “Como no filme “Cisne Negro”, tem competição, não pode comer muito, tem coreógrafo que não gosta de você e não te dá papéis de destaque”, diz Sabrina Helena Martins, da Carla Perotti. Mas, nas aulas para amadores, as diferenças de biótipo são aceitas, bailarina não precisa ser uma folha. Para Marika Gidali, 73, fundadora do Ballet Stagium, qualquer um pode fazer balé, independentemente do tipo físico. “Aqui, adaptamos os movimentos para o corpo brasileiro, uma mulher que tem peito e bunda”, diz. Embora as coreografias sejam contemporâneas, no Stagium o ensinamento é todo em cima do balé clássico, uma bela base de educação física e disciplina. As aulas incluem musculação sem peso, para trabalhar mú sculos exatos, das virilhas às costas. No centro, as sequências de saltos fazem a pessoa segurar o corpo de forma certa e fortalecem as pernas, deixando-as torneadas. E, por ser exercício aeróbico, ajuda a queimar calorias.
Massacre
Balé emagrece, mas machuca. Até quem já dançou na infância e está voltando deve treinar com calma, para relembrar a musculatura dos exercícios e evitar lesões. Há um risco grande de lesões por esforço
A dona da escola de balé “ Carla Perotti”, Sabrina Martins, fazendo exercícios de balé
repetitivo e sobrecarga nas articulações. Entorses também são comuns, ainda mais na rotina da bailarina profissional. São horas na ponta, saltando e girando, cinco dedos comprimidos num espaço de 3 cm. No início, surgem bolhas, que viram calos. A unha cai e nunca nasce como antes. “Bailarina vai à praia e enterra o pé na areia. Não usa sandália”, diz Sabrina Helena. Mesmo a postura reta e invejável traz problemas. O famigerado encaixe do bumbum para dentro tende a alongar a curvatura da lombar, fortalecendo mais a musculatura posterior que a da barriga, o que gera desequilíbrio. No futuro, pode virar hérnia de disco ou lesar outras partes do corpo. Para Tatiana Negrini, 29, que faz pilates e academia, a vantagem do balé amador é que não há esse massacre. Dá para se aprimorar sem tanta rigidez. Ela faz duas aulas por semana. “Estava atrás de algo que me acalmasse, e o balé me desliga do mundo.”
Ratinha
Escolas de balé também estão recebendo mais menininhas, quem sabe por causa da “Angelina Ballerina”, desenho animado estrelado por uma rata que sonha em ser estrela da dança. Lúcia, 2, filha e musa de Renato Kaufman, autor do blog e do livro “Diário de Um Grávido” (Mescla), aprendeu a dançar vendo Angelina. “Ela segura na janela, levanta a perna para trás e fala “balé! balé!’”, diz o pai coruja. Angelina Ballerina é meio controversa na internet. Um grupo de mães seguidoras do blog de Kaufman não topa muito o programa, acusando a personagem de ser egocêntrica e perfeccionista. A mãe de Lúcia, Ana, que fez balé por 20 anos, sai em defesa da rata dizendo que o desenho apresenta técnicas corretas do balé. Angelina deixa um pé no apoio e ergue o outro até quase 90 graus: é certinho o passo “attitude”.
Na TV
Angelina Ballerina QUANDO Seg. à sex.: 9h; sáb. e dom.: 8h30 e 15h30, Discovery Kids
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Informática
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&
Tecnologia
Passarela de celular
Candidatos a rival do iPad se destacam na maior feira de telefonia móvel do mundo, que termina amanhã em Barcelona por RAFAEL CAPANEMA/FOLHAPRESS
O que é, o que é: tem tela sensível ao toque de mais ou menos dez polegadas, vem com duas câmeras, é equipado com o sistema Android 3.0 e quer acabar com o iPad? Pergunta com múltiplas respostas: pode ser o Optimus Pad, da LG, o Galaxy Tab 10.1, da Samsung, e o Xoom, da Motorola. Bastante parecidos entre si e com o mesmo objetivo, os tablets dividem com os celulares as atenções no maior evento de telecomunicações do mundo, o Mobile World Congress, que começou na segunda-feira e termina amanhã, em Barcelona. Na contramão dos outros fabricantes, a HTC anunciou um tablet chamado Flyer, que traz tela de sete polegadas e Android 2.4. A predominância dos tablets na feira, porém, não significa que os telefones móveis tenham ficado em segundo plano: os celulares _cada vez mais inteligentes_ também deram as caras em grande estilo, ostentando poder de processamento maior do que o do computador portátil que você comprou há alguns anos. Tantos músculos, no entanto, de nada servem se não é possível usar os celulares e tablets em qualquer lugar para navegar com rapidez na internet, ver vídeos em alta definição e baixar arquivos em segundos. Dando uma espiada no que pode ser o futuro, empresas fizeram em Barcelona demonstrações exuberantes de suas redes móveis de quarta geração, que pretendem suceder o 3G. Para propagandear a alta velocidade da tecnologia, as apresentações envolviam partidas de videogame intercontinentais e videoconferências em alta definição a partir de veículos em movimento.
Mobile World Congress
O QUE É Evento anual de telecomunicações realizado em Barcelona QUEM ORGANIZA GSMA, associação que reúne 800 operadoras móveis e 200 empresas de telecomunicações EMPRESAS PRESENTES Mais de 1.300 VISITANTES 50 mil (expectativa da organização) SITE mobileworldcongress.com Aos poucos, enfim, começam a surgir concorrentes de verdade para o iPad. No Mobile World Congress, destacam-se três tablets com Android 3.0, de codinome Honeycomb (favo de mel), versão do sistema móvel do Google desenvolvida para computadores com tela sensível ao toque.
O Optimus Pad, da LG, destoa um pouco por ter uma tela menor _8,9 polegadas ante 10,1 polegadas do Motorola Xoom e do Samsung Galaxy Tab 10.1_ e por incluir uma câmera traseira que filma em 3D. De frente, os aparelhos são tão parecidos que podem confundir até executivos das três empresas que os olharem de relance. Em nenhum deles há botões físicos de navegação, que é feita por meio de atalhos virtuais fixados na parte inferior da tela: um para voltar, um para ir à tela inicial e outro para ver a lista de aplicativos abertos. Os tablets contam com cinco telas virtuais personalizáveis, nas quais se pode colocar atalhos para programas e widgets, que mostram informações como próximos compromissos da agenda, vídeos populares no YouTube e livros eletrônicos do Google Books. Dessa liberdade pode resultar uma bagunça que remete às mais caóticas áreas de trabalho do Windows _uma diferença radical em relação aos poucos ícones distribuídos homogênea e simetricamente no iPad. No teste dos três tablets foi possível constatar problemas que, espera-se, estejam solucionados quando os aparelhos começarem a ser vendidos, nos próximos meses (nenhuma das empresas anunciou os preços). Aplicativos travam com frequência, a tela nem sempre responde aos toques e, principalmente no Xoom, a mudança automática de orientação de paisagem para retrato demora quase cinco segundos, ante praticamente zero no iPad. Uma vantagem brutal do trio de tablets em relação ao iPad é o aplicativo de mapas. Baseado no Google Maps, assim como a versão para o tablet da Apple, o programa para Android 3.0 é privilegiado com as atualizações constantes do Google, por meio das quais acumulou recursos como prédios tridimensionais e navegação GPS gratuita. Os tablets com Android também ganham pontos por seu sistema de comando por voz, que em várias ocasiões é mais prático do que a digitação no teclado virtual. Como toda plataforma móvel nascente, o Android 3.0 sofre com a falta de aplicativos de terceiros, que já se contam às dezenas de milhares no iPad. Por isso, o Google anunciou o SDK (kit de desenvolvimento de software) do Android 3.0 com antecedência, em janeiro, para que os desenvolvedores possam começar a trabalhar em aplicativos para o novo sistema _é deles que depende o eventual sucesso do exército anti-iPad. Telas enormes e brilhantes, processadores ultravelozes e câmeras superpoderosas: descrever os principais celulares apresentados no Mobile World Congress requer adjetivos hiperbólicos.
FOTO: REPRODUÇÃO
O celular Optimus 3D, da LG, na Mobile World Congress FOTO: REUTERS/STEVE MARCUS
O smartphone da Motorola, Atrix
Mais uma vez, o Android reinou entre os supertelefones: dez entre dez grandes lançamentos da feira rodam o sistema móvel do Google. Um dos aparelhos mais badalados do evento é o Galaxy S II, da Samsung. Sua lista de especificações é motivo de comoção nerd: tela de 4,3 polegadas com resolução de 800x480, processador de núcleo duplo, câmera traseira de 8 Mpixels capaz de filmar em Full HD (alta definição plena, com resolução de 1.920x1.080 pixels), câmera frontal de 2 Mpixels e Android 2.3 (a versão mais recente do sistema). Na prática, a numeralha se traduz em uma operação veloz e sem engasgos. A tela, de Super Amoled Plus (em breve faltarão adjetivos para a Samsung descrever suas novas tecnologias de display) tem ótima nitidez e cores vibrantes.
Puristas do Android, porém, podem se incomodar com o TouchWiz, interface com a qual a Samsung costuma vestir seus aparelhos com o sistema do Google. De acordo com a empresa, as vendas do aparelho começarão no segundo trimestre. Os míticos ‘Facebook Phones’, cuja existência a rede social havia negado mais de uma vez, finalmente vieram à tona por meio da fabricante taiwanesa HTC. São dois modelos com botões físicos que podem ser usados para publicar conteúdo no Facebook: o Salsa e o ChaCha, este último com teclado físico QWERTY. Em um vídeo exibido durante a apresentação dos produtos, o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, prometeu que serão lançados ainda muitos outros celulares integrados ao Facebook.
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PROCLAMAS DE CASAMENTO - CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DE BRAGANÇA PAULISTA - Rua Cel. Leme, 448 - Tel: 11 4033-2119
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO Cidade de Bragança Paulista
Bel. Sidemar Juliano - Oficial do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais desta cidade e Comarca de Bragança Paulista, faz saber que do dia 16 a 22 de março de 2011 foram autuados em cartório os seguintes Proclamas de Casamento:
Protocolo: 392/2011 - ELDER CARLOS DE OLIVEIRA e CAMILA OLIVEIRA Ele autônomo, solteiro, natural de Sangés - PR, nascido em 06/04/1989, res. e dom. à Rua das Margaridas, s/nº, Jardim Braúna - Sengés, PR, filho de APARECIDO SEBASTIÃO DE OLIVEIRA e MARLI MARTINS DE OLIVEIRA. Ela estudante, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 06/02/1991, res. e dom. à Rua Juvenal Bueno de Moura, 26 - Bragança Paulista, filha de WAGNER DONIZETTI DE OLIVEIRA e SOLANGE APARECIDA OLIVEIRA Protocolo: 393/2011 - CARLOS ALBERTO VENANCIO DE MORAES e GRACY KELLY DE OLIVEIRA ALVES. Ele ajudante geral, divorciado, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 31/12/1979, res. e dom. à Rua Gardênia, 22, Jardim Lago do Moinho – Bragança Paulista, filho de ALBERTO VENANCIO DE MORAES e INÊS APARECIDA MACIEL DE MORAES. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 27/08/1990, res. e dom. à Rua Gardênia, 22, Jardim Lago do Moinho – Bragança Paulista, filha de NILSON VALENTIM ALVES e ROSEMARY DE OLIVEIRA Protocolo: 394/2011 - PEDRO LUIS MARTINS e ISABEL SALVINA LOPES. Ele lavrador, solteiro, natural de Itatiba - SP, nascido em 22/06/1975, res. e dom. à Rua Catorze, 6 e 7, Portal São Marcelo – Bragança Paulista, filho de VENÂNCIO MARTINS e ELIZIANA MARIA DE JESUS MARTINS. Ela babá, solteira, natural de Itatiba – SP, nascida em 13/08/1987, res. e dom. no Sítio Santo Expedito, Bairro Biriçá do Campinho - Bragança Paulista, filha de MILTON DIONISIO LOPES e MARIA DAS GRAÇAS LOPES Protocolo: 375/2011 - EDILSON JOSÉ RAYMUNDO e EDIANA FONSECA. Ele policial civil, divorciado, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 07/01/1965, res. e dom. à Rua Itararé, 523, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filho de JOSÉ RAYMUNDO TORTORELLI e DALVA VICTORIA RAYMUNDO. Ela guarda municipal, solteira, natural de Bragança Paulista - SP , nascida em 26/08/1975, res. e dom. à Rua Itararé, 523, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filha de IRINEU ALVES DA FONSECA e ANA APARECIDA DE GODOY FONSECA Protocolo: 396/2011 - JOSUÉ FELIPPE e MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA. Ele atendente de loja, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 28/07/1985, res. e dom. no Sítio Vó Maria, Bairro Campo Novo - Bragança Paulista, filho de JOSÉ FELIPPE e MARIA COUTO FELIPPE. Ela empregada doméstica, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 10/12/1977, res. e dom. à Rua Felício Helito, 201, Vila Aparecida – Bragança Paulista, filha de ANOR APARECIDO OLIVEIRA e BERNADETE ALVES PEDROSO OLIVEIRA Protocolo: 413/2011 - DANIEL PEREIRA DE OLIVEIRA e MÁRCIA APARECIDA DE GODOI. Ele ajudante geral, solteiro, natural de São Paulo – SP, nascido em 20/12/1980, res. e dom. à Avenida Dr Fernando Costa, 5, Jardim Anchieta -Bragança Paulista, filho de JOÃO DE OLIVEIRA e ESMERALDA PEREIRA. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 30/11/1981, res. e dom. à Avenida Dr Fernando Costa, 5, Jardim Anchieta - Bragança Paulista, filha de JOSÉ CARLOS DE GODOI e TEREZINHA CAGNOTTO GODOI Protocolo: 414/2011 - LUCIANO AUGUSTO FERREIRA DA COSTA e VERA LÚCIA LOPES. Ele policial militar, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 01/12/1978, res. e dom. à Rua Tiradentes, 153, Jardim Califórnia – Bragança Paulista, filho de LAZARO ROBERTO FERREIRA DA COSTA e DENISE APARECIDA GALASSO DA COSTA. Ela nutricionista, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 16/03/1982, res. e dom. à Rua João Franco, 219, Jardim São Cristóvão Bragança Paulista, filha de ALCUINO DA SILVA LOPES e ROSA PAULA LOPES Protocolo: 415/201 - LUIS CARLOS PEREIRA DE MORAES e MARIA DE MORAES APARECIDO. Ele ajudante geral, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 17/03/1980, res. e dom. na zona rural, Bairro Bom Retiro dos Mourão – Bragança Paulista, filho de LUIZ PEREIRA DE MORAES e MARGARIDA FORTINI DE MORAES. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 28/06/1978, res. e dom. na zona rural, Bairro Bom Retiro dos Mourão – Bragança Paulista, filha de ANTONIO APARECIDO e MARIA IZABEL DE MORAES (*) Protocolo: 416/2011 - WAGNER FERREIRA DE SOUZA e MICHELE ALVES DE OLIVEIRA. Ele analista de vendas, solteiro, natural de Santo André – SP, nascido em 29/04/1981, res. e dom. à Rua José Ribeiro da Silva, nº 36, Conjunto Habitacional Henedina Rodrigues Cortez, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filho de NELI PEREIRA DE SOUZA e LEONILDA FERREIRA DA SILVA SOUZA. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 21/08/1988, res. e dom. à Rua José Ribeiro da Silva, nº 36, Conjunto Habitacional Henedina Rodrigues Cortez, Jardim Águas Claras - Bragança Paulista, filha de VALDECIR ALVES DE OLIVEIRA e DENISE MORAES DE OLIVEIRA Protocolo: 417/2011 - KAÍKI ALEXANDRE RESENDE e JENIFER ELEN DE OLIVEIRA. Ele operador de máquinas, solteiro, natural de Passa Tempo – MG, nascido em 28/10/1988, res. e dom. à Rua José Manoel Messias, 250, Cidade Planejada I - Bragança Paulista, filho de EDINA REGINA RESENDE. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 04/01/1993, res. e dom. na Fazenda São José, Jardim América – Bragança Paulista, filha de LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA e CLAUDIA APARECIDA CAPODEFERRO DE OLIVEIRA Protocolo: 419/2011 - JOSÉ RAFAEL DO CARMO e FRANCIELLE TIOFILO PEREIRA. Ele estudante, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 29/08/1993, res. e dom. à Rua Voluntário José Marques Ginez, 59, Jardim Recreio - Bragança Paulista, filho de ELAINE CRISTINA DO CARMO. Ela ajudante geral, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 04/09/1993, res. e dom. à Rua Voluntário José Marques Ginez, 59, Jardim Recreio - Bragança Paulista, filha de ELIEZER TIOFILO PEREIRA e VANDA DE SOUZA PEREIRA (*) Protocolo: 420/2011 - LEANDRO APARECIDO MENEGHETTI e CAMILA LOPES. Ele porteiro, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 17/01/1977, res. e dom. à Rua São Bento, 340, Vila Aparecida – Bragança Paulista, filho de JOSÉ AUGUSTO MENEGHETTI e BENEDITA CARIA MENEGHETTI. Ela professora, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 21/03/1986, res. e dom. à Avenida Major Fernando Vale, 564, Vila Mota - Bragança Paulista, filha de LELIO GERALDO LOPES DA SILVA e MARIA NEIDE RAMALHO Protocolo: 421/2011 - JOSÉ AMBROSIO DA SILVA JUNIOR e LUCILA RIBEIRO BERTACCHINI.
Ele técnico em enfermagem, divorciado, natural de Atibaia – SP, nascido em 18/09/1972, res. e dom. à Rua Expedicionário Basilio Zecchin Junior, 320, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filho de JOSÉ AMBROSIO DA SILVA e NILZA APARECIDA DE ALMEIDA E SILVA. Ela funcionária pública municipal, solteira, natural de São Paulo – SP, nascida em 04/08/1972, res. e dom. à Rua Expedicionário Basilio Zecchin Junior, 320, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filha de ALCEBÍADES DA SILVA BERTACCHINI e DURVALINA RIBEIRO Protocolo: 422/2011 - EDUARDO HENRIQUE DE OLIVEIRA e LIA CARLA DIAS. Ele fisioterapeuta, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 06/06/1982, res. e dom. à Rua São Cristóvão, 176, Vila Aparecida – Bragança Paulista, filho de JOAQUIM JOSÉ DE OLIVEIRA e CLEIDE APARECIDA DE ALMEIDA DE OLIVEIRA. Ela professora, solteira, natural de Cambuí – MG, nascida em 21/10/1981, res. e dom. à Rua José Alves da Fonseca, 273, Jardim Comendador Cardoso - Bragança Paulista, filha de JOSÉ CARLOS DIAS e REGINA LUCIA DIAS Protocolo: 423/2011 - WILSON PALOMBELLO ZILLIG e SOFIA LARISSA LYSENKO, Ele comerciante, divorciado, natural de São Paulo – SP, nascido em 18/06/1968, res. e dom. à Rua Castro Alves, 493, Vila Aparecida - Bragança Paulista, filho de JUVENAL HESSEL ZILLIG e IRENE PALOMBELLO ZILLIG. Ela historiadora, solteira, natural de São Paulo – SP, nascida em 24/09/1984, res. e dom. à Rua Páscoa, 91, Residencial das Ilhas - Bragança Paulista, filha de GALINA LYSENKO Protocolo: 424/2011 - FERNANDO CESAR CAMPOS e GLEICE KELLY DE PAIVA. Ele editor de vídeos, solteiro, natural de Santo André – SP, nascido em 31/12/1984, res. e dom. à Rua Placídio Covalero, 272, Jardim São Lourenço -Bragança Paulista, filho de JOSÉ RONALDO CAMPOS e VILEIDE ANGELA DE CARVALHO CAMPOS. Ela manicure, solteira, natural de Regente Feijó – SP, nascida em 03/05/1989, res. e dom. à Rua Maria Isabel Ramos, 26, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filha de JUCELENE ELIANE DE PAIVA Protocolo: 429/2011 - EDUARDO APARECIDO MIOTTA e EDNÉIA LEME DA SILVA. Ele vendedor, solteiro, natural de Bragança Paulista - SP, nascido em 07/11/1984, res. e dom. à Rua Luiz Latanzi, 100, Bairro Santa Luzia – Bragança Paulista, filho de DOMINGOS MIOTTA e ELZA APARECIDA DA MAIA MIOTTA. Ela do lar, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 21/07/1976, res. e dom. à Rua Luiz Latanzi, 100, Bairro Santa Luzia – Bragança Paulista, filha de SEBASTIÃO LEME DA SILVA e MARIA NATALINA ARRUDA Protocolo: 430/2011 - JOÃO RUBENS VALLE e VILMA MARIA LIMA. Ele empresário, divorciado, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 20/12/1942, res. e dom. à Rua Sibipirunas, 127, Jardim Santa Helena I – Bragança Paulista, filho de MARCUS VINICIUS VALLE e MARIA BENEDICTA LEME VALLE. Ela do lar, solteira, natural de São Paulo – SP, nascida em 16/10/1964, res. e dom. à Rua Sibipirunas, 127, Jardim Santa Helena I – Bragança Paulista, filha de ANTONIO FERREIRA LIMA e ALEXANDRINA PINTO LIMA Protocolo: 431/2011 - LEANDRO APARECIDO DE MORAES e JAQUELINE SILVIA DE LIMA. Ele assistente de produção, solteiro, natural de Bragança Paulista – SP, nascido em 09/06/1982, res. e dom. à Rua Amazonas, 140, Parque dos Estados - Bragança Paulista, filho de JOÃO CARDOSO DE MORAES e BENEDITA APARECIDA DE MORAES. Ela auxiliar de produção, solteira, natural de Bragança Paulista – SP, nascida em 27/02/1991, res. e dom. à Rua Santa Catarina, 283, Parque dos Estados – Bragança Paulista, filha de JOÃO APPARECIDO DE LIMA e JORVALINA RAMOS DE LIMA
Bragança Paulista, 22 de março de 2011 Sidemar Juliano – Oficial SERVIÇOS, CONSULTAS E INFORMAÇÕES: visite nossa página na Internet: www.cartoriobraganca.com.br
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Antenado
Coletânea de críticas do Nobel J.M. Coetzee frustra expectativas ‘Mecanismos Internos’ tem estrutura repetitiva e deixa pouco espaço para análises mais ambiciosas
por FLÁVIO MOURA/FOLHAPRESS
Num encontro literário na Austrália, no ano passado, coube a J.M. Coetzee apresentar o jornalista inglês Geoff Dyer, convidado do evento. Numa tirada de improviso, Dyer afirmou que sua autora favorita é Nadine Gordimer, conterrânea e rival de Coetzee. A plateia respondeu às gargalhadas _Coetzee, impassível, não moveu nem sequer a sobrancelha. É esse Coetzee impermeável ao humor que aparece em ‘Mecanismos Internos: Ensaios sobre Literatura (2000-2005)’. Não há espaço para distensão nesses textos, na maior parte escritos para a ‘New York Review of Books’. Se na obra ficcional de Coetzee essa austeridade é capaz de tensionar a narrativa ao limite, aqui ela se confunde com freio de mão puxado e sisudez. A estrutura é repetitiva. Os ensaios trazem longos resumos das obras literárias, trechos biográficos e considerações minuciosas sobre as traduções, mas deixam pouco espaço para ponderações críticas ambiciosas. É assim nos textos sobre Italo Svevo (1861-1928), Robert Walser (1878-1956) e Robert Musil (18801942). Funcionam como introdução, mas não são mais que isso. Também é pouco produtivo buscar pistas para a obra literária de Coetzee. Figuram na lista Graham Greene (1904-1991) e Gabriel García Márquez, ambos distantes de seu universo ficcional. Quando os autores são próximos, o resultado é frustrante: Beckett (1906-1989), de quem Coetzee herda não só a voz literária, mas a gélida conduta pessoal, é objeto do menor texto: cinco páginas, que dizem pouco da relação do autor irlandês com seu mais celebrado epígono. O alemão W.G. Sebald (1944-2001), com quem Coetzee partilha o gosto por embaralhar ficção e não ficção, é apresentado de forma dispersa e a partir de romances menos expressivos.
Nos melhores momentos do livro, Coetzee abandona o didatismo e se põe no lugar do autor que analisa. Nesses trechos, a experiência do ficcionista tarimbado aparece e revela dilemas do ofício de escritor que os críticos em geral ignoram. É o caso do texto sobre Philip Roth. Há ali excelentes parágrafos sobre a relação entre o autor real e o personagem Philip Roth de ‘O Complô contra a América’. Merecem menção os textos sobre Faulkner (18971962) e Sándor Márai (1900-1989). Coetzee faz pouco dos biógrafos que forçam a mão na psicanálise para entender o romancista norte-americano. Há ainda trechos cafonas, que mesmo eventuais deslizes na tradução para o português não explicam. A certa altura, Coetzee descreve contos em que ‘nuances aquareladas de sentimento são esquadrinhadas com a mais ligeira das ironias e a prosa responde a lufadas ocasionais de sentimento com a sensibilidade das asas de uma borboleta’. A publicação do livro é tardia no Brasil. A edição em inglês saiu em 2007. No site da ‘New York Review of Books’, é possível ler ao menos cinco ensaios produzidos por Coetzee desde então. Um deles, sobre Beckett, é bem mais alentado que o incluído neste livro. A ver na próxima coletânea. FLÁVIO MOURA é jornalista e mestre em sociologia pela USP MECANISMOS INTERNOS AUTOR J.M. Coetzee EDITORA Companhia das Letras TRADUÇÃO Sergio Flaksman QUANTO R$ 49 (360 págs.) AVALIAÇÃO regular
FOTO: ANA OTTONI/FOLHAPRESS
O escritor sul-africano J. M. Coetzee
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