591

Page 1

Bragança Paulista

Sexta 10 Junho 2011

Nº 591 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919

jornal do meio disponível também na internet:

www.issuu.com/jornaldomeio


2

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

Para Pensar

EXPEDIENTE Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

Glorificação de Cristo e começo da missão MoNS. GIoVANNI BARRESE

No domingo que passou e neste que se aproxima a liturgia católica celebrou e celebra as festas que dão título à presente reflexão. Quando lemos os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos percebemos que, com nuances diferentes, eles relatam a volta de Jesus ao Pai e o seu mandato aos discípulos para que fossem pelo mundo todo anunciando o seu Evangelho. Lucas é o que escreve, no Evangelho e em Atos dos Apóstolos, mais detalhadamente a volta do Senhor ao Pai. Mateus e Marcos se fixam mais no mandato evangelizador. Sabemos que os evangelistas e suas comunidades nos quiseram legar um testemunho de fé. Os evangelhos não são – é sempre bom recordar isso - crônica ou história de Jesus. São escritos testemunhais para que os contemporâneos e os que viessem no futuro acreditassem que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais a vida em seu nome” (João 20,31). Os autores sagrados descrevem – se assim podemos dizer – a cena da ascensão com o vocabulário e as categorias próprias da linguagem

e da mentalidade do seu tempo. A intencionalidade é afirmar a glorificação de Jesus. A plena realização que ele dá à vontade salvadora do Pai. Sentar-se à direita do Pai é uma fórmula para afirmar a plena divindade daquele que sendo Deus se fez carne! Jesus de Nazaré, torturado e morto na cruz, vive e é Senhor! O aparente fracasso de sua missão é superado com a sua entrada no céu, morada de Deus. Para compreender bem isto é só lembrar a passagem dos discípulos de Emaús (Lucas, 24,13-35). Cléofas e seu companheiro voltavam para casa completamente derrotados. Aquele Jesus que fizera milagres e ensinara tantas coisas – e que tinha enchido seus corações de esperança – tinha sido morto cruelmente. E já fazia mais de três dias quer estava morto. Mulheres não tinham encontrado o seu corpo. Falavam de anjos que diziam que ele estava vivo. Mas ninguém o tinha visto! No caminho para sua aldeia, Jesus junta-se aos dois. Eles não o reconhecem. Na conversa que se estabelece Jesus vai apontando o que dele se dizia na Escritura.

Quando é convidado a permanecer na casa e, à mesa parte o pão, os dois acordam. E voltam correndo para Jerusalém para anunciar o Senhor vivo. A ideia mestra da narrativa da Ascensão é dizer que a missão de Jesus se encerra e a continuidade da mesma encontra-se, agora, com os discípulos. Jesus não estará mais visivelmente presente. Permanecerá com os discípulos “até a consumação dos séculos” (Mateus 28,20). Para que os discípulos possam realizar a missão o Senhor lhes promete enviar “o Espírito da Verdade”, o “Defensor” que permanecerá para sempre com eles (João 14,16ss.). Quando de uma aparição, Jesus (João 20,21ss.) sopra sobre os discípulos, lhes deseja a paz e os envia como o Pai o enviou. Esta cena remete ao Gênesis na descrição da criação do homem: Deus sopra sobre a argila para que aquele ser tenha a sua vida, o seu hálito, o seu espírito (2,7). O sopro de Jesus simboliza o sopro de uma nova criação. São novos seres humanos que recebem o sopro divino para continuar com ele, nele e por ele a missão do

anúncio da Boa Nova. A festa de Pentecostes abre de forma grandiosa o início da missão daqueles que se reuniram ao redor de Jesus e nele colocaram sua esperança (1 Pedro 3,15). Aqui nasce a igreja. Animada pelo Espírito de Jesus, pela sua mesma vida, vai caminhando pela história como servidora na construção do Reino de Deus. O fogo do Espírito transforma amedrontados e covardes em pregadores destemidos. Lá onde a linguagem humana é frágil a linguagem do fogo do Espírito é entendida por todos independentemente de nação, raça, etc. E o anúncio do Cristo morto e ressuscitado começa a transformar vidas. O fogo do Evangelho vai se espalhando. E chega até nós. Somos herdeiros da fé vivida ao longo dos mais de 2000 anos de caminhada cristã. Hoje a tarefa do anúncio é nossa. Alicerçados na certeza do Cristo Senhor glorificado, presente em nosso meio, vivificados pela força do seu Espírito, devemos ser sinal do amor de Deus para com todas as pessoas. Testemunhas que anunciam com palavras e exemplos. Testemunhas vivas

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.

a falar a linguagem entendida por qualquer pessoa. Testemunhas a viver a radicalidade das palavras pronunciadas. Missão é a palavra chave dos nossos dias. Ir ao encontro daqueles que já levam a marca cristã do batismo, mas estão longe das suas comunidades. Ir ao encontro dos outros cristãos para que o rebanho do Senhor chegue à unidade. Ir ao encontro daqueles que pouco sabem de Deus. Ir ao encontro dos que não conseguem crer em Deus porque, muitas vezes, nossa pregação não ilumina nossas ações. Caminho longo a ser percorrido. Árduo. Carregado, todavia, da Esperança que leva avante a certeza de que o Senhor está conosco!


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

3


4

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

O que muda com a idade Como cada faixa etária vê os relacionamentos

colaboração SHEL ALMEIDA

Conseguir se relacionar bem com alguém é realmente uma arte. Com a família, que tem o mesmo histórico já é complicado, com alguém que viveu e cresceu em outro contexto acaba sendo muito mais complexo. No começo de qualquer relacionamento o que ambos desejam é que a felicidade dure para sempre. Mas aos poucos os defeitos vão aparecendo, a tolerância diminuindo e as implicâncias prevalecendo, certamente um aspecto mais negativos da intimidade. Saber dosar qualidades e defeitos talvez seja um dos segredos para a boa convivência, mas não é só isso. O que falta? O Jornal do Meio foi à procura de solteiros para saber mais sobre essa questão. O que esperam? O que desejam? Os sonhos e anseios mudam conforme a idade? As decepções amorosas ajudam a amadurecer? Mudam as prioridades?

na sua faixa de idade é o “ficar”. “Eu não curto e são poucos os meninos que são bonzinhos, que daria para namorar. A maioria não quer namorar sério.” Outra coisa importante para ela é ter vida social além do namoro. “Pode muito bem namorar e curtir a vida, não tem que ficar preso”, fala. “Sabendo dividir bem, não tem problema. Eu gosto de sair só com as minhas amigas,” diz. Katy Miranda Rocha, 17 anos, também já se desiludiu um pouco. “Criei mais experiência”, conta. “Não é por qualquer ‘eu te amo’ que você vai achar que vai casar”. Para ela e as amigas, aliás, dizer “eu te amo” muito rápido só pode significar duas coisas: ou o menino só quer te conquistar naquele momento ou é daqueles grudentos. “Se ele for muito grudento, como vou terminar com ele se não der certo?”, pensa. Outra coisa importante é saber lidar com os próprios defeitos. “Se eu não souber lidar com os Sonhos meus, como vou saber lidar com o dos Todo mundo que já passou pela adoles- outros?”. Katy acha que são três coisas cência já teve a sensação de que iria amar que definem um rapaz bacana: caráter, apenas uma vez na vida, que o primeiro honestidade e personalidade. “Falta de relacionamento seria o único. Com o passar atitude também é complicado. Se ele me do tempo e a gente percebe que não é bem coloca muito lá em cima, se só fica me assim. A vontade é elogiando, sei que de que fosse tudo é exagero, conheço perfeito como num Não é por qualquer ‘eu te os meus defeitos.” conto de fadas, mas a amo’ que você vai achar Ela acha que a exrealidade é bem mais que vai casar periência também abrangente. Isabela Katy Miranda Rocha, 17 anos é importante: “A Patrícia Galves, de gente namora um 17 anos, teve o primês e já pensa no meiro namorado aos 16. O relacionamento casamento. Com o tempo o tombo vai durou 4 meses e para ela o que fazia falta ser menor. Já pensa duas vezes se vale à era sair para passear. Hoje ela sabe que pena, acaba ficando mais fria.” Ela também com a experiência algo já mudou, agora pensa na faculdade antes do casamento. ela conhece melhor suas prioridades. No “Daqui uns dez anos me imagino casando, momento ela diz que não quer se envolver quando já tiver minha vida profissional.” com ninguém porque mudará de cidade com a família no fim do ano. Se estivesse Liberdade namorando, isso seria complicado, porque Luane Moraes, 20, namorou por cinco ela teria que tomar uma decisão. “Não anos e meio. O namoro começou quando deixaria minha família e também não tinha 14 anos e terminou há alguns meses. acho que dá certo namoro á distância. Ia Ela e o ex chegaram a pensar em casar, acabar terminando mesmo”, imagina. O mesmo com o relacionamento desgastadesejo de Isabela é que aos 20 anos esteja do. “Eu queria terminar, mas não tinha namorando alguém coragem. A gente com planos para Você perde algumas ficou muito tempo casamento, mas se inseguranças com a junto, acabou virancasaria mesmo lá idade. E chega um do costume”, fala. Ela pelos 24/25 anos, momento que a cabeça e chegou a achar que já um pouco mais os sonhos não batem com o casamento o relacionamento velha. No entanto, Luane Moraes, 20 anos pudesse melhorar, não abre mão de curmas depois viu que sar uma faculdade. isso não tinha sen“Algumas amigas, na faixa dos 23, namoram há um tempo e vão tido. Agora ela percebe que o principal casar, mas ainda estão na faculdade. Eu motivo do término foi a necessidade de preferiria terminar o curso primeiro, já ter ficar sozinha. “Ele foi o único cara que uma casa certa.” Para ela o que atrapalha conheci, achava que precisava de mais

Isabela Galves, 17 anos. “Eu não curto ficar e são poucos os meninos que são bonzinhos, que daria para namorar. A maioria não quer namorar sério.”

Katy Miranda Rocha, 17 anos. “A gente namora um mês e já pensa no casamento. Com o tempo o tombo vai ser menor. Já pensa duas vezes se vale à pena, acaba ficando mais fria.”

Luane Moraes, 20 anos. “Hoje eu sei que preciso ficar sozinha pra ver realmente o que eu quero.”

experiência. Hoje eu sei que preciso ficar sozinha pra ver realmente o que eu quero”, explica. O tempo que ficaram juntos acabou criando uma dependência em ambos que, para ela, não precisava ter sido assim. “Não acho que perdi tempo, mas poderia ter feito de outra maneira.” Luane conta que os programas do casal eram só entre os dois e que isso acaba-

va cansando. “Eu deixei amizades por causa do namoro. Eu queria ir às festas da minha turma, ele não queria. E não gostava que eu saísse sem ele.” Agora o que ela mais quer é “curtir a solteirice”. “Ainda não deu pra perceber como é ser solteira. Quero ver como é ter liberdade, não ter que dar satisfação, fazer o que me der vontade,” fala. O fato


www.issuu.com/jornaldomeio

de hoje já não ser mais adolescente felizes sozinhas. Acabam namorando e estar na faculdade contribuiu quem não gostam só pra ter alguém”, fala para mudar seu pensamento. “Você Iris Gonçalves, 29 anos. “Os namoros que perde algumas inseguranças com a idade. tive aconteceram naturalmente. Hoje eu E chega um momento que a cabeça e os estou focada na faculdade”, fala. “Sempre sonhos não batem,” avalia. “Mudei um fui muito sossegada, ligada mais às outras pouco a cabeça. É importante conhecer coisas, aos amigos, às artes. Nunca foi mais pessoas. Quando namora fica só meta ter um namorado”. Para ela estar naquela vidinha, não vê os outros, não sozinha é algo natural, apesar de algumas repara. Quando está solteira fica mais pessoas estranharem. “Estou assinando meu contrato de solteirice feliz”, diz. “Mas atenta”, afirma. Carlos Henrique Leme, 24 anos, também sei que tem gente que me olha e pensa: terminou um namoro longo, de 3 anos, por que ela não tem um cara? Ou acham recentemente. A primeira coisa que quis que você é solteirona ou gay.” Iris encontra fazer foi sair com os amigos. “Queria ver a companhia que precisa nos amigos. “Eu todo mundo”, conta. Carlos também se gosto muito de conversar. Hoje é muito afastou das pessoas por conta do namoro. natural você conhecer alguém e já querer “Meu mundo não era só nós dois”, fala, partir pro sexo. A idéia é limitada, algumas explicando um dos motivos do término. pessoas só têm isso a oferecer. Por isso Ele diz que hoje está mais focado, que faz prefiro os amigos, consigo conversar sem planos para uma vida sozinho. “Gosto de a obrigação do depois.” O crescimento namorar, achei que tinha encontrado o pessoal, para ela, é o que mais importa. “Hoje eu sei amor da minha vida.” que mudei. Acabo De volta a vida dos solteiros, ele diz A gente se projeta demais pendendo para o que mudou nesses no outro. Na maioria das meu crescimento anos. “Hoje sei que vezes falta respeitar a si do que apenas ter é preciso abrir os mesmo, amar a si mesmo, um parceiro. A faolhos pra não me cuidar de si mesmo cilidade de ir e vir é maior quando entregar. Se você Tábata Costa, 28 anos se está sozinha”. demonstra logo os Para Tábata Costa, sentimentos, fica na mão da menina”, fala. “Ainda tenho 28 anos, sua geração está mais compliplanos de casar e ter filhos, mas minha cada do que nunca, o que atrapalha os vontade agora é estar sozinho”, diz. “Agora relacionamentos. “Ela está se abrindo eu sei que não preciso de ninguém para para a multiplicidade, para a diferença ser feliz, só de mim mesmo. Você faz sua de comportamentos e atitudes. Falta autoconhecimento,” fala. “A gente se história”, avalia. Ana Paula Gutierrez, 20 anos, não vê o projeta demais no outro. Na maioria das casamento como meta de vida. “Na ado- vezes falta respeitar a si mesmo, amar a lescência eu aproveitava o fato de namorar si mesmo, cuidar de si mesmo”, analisa. para poder sair, ter mais liberdade”, conta. “O amor é tão mais amplo que amor de “Não acho que você precisa namorar para casal, é uma atitude com relação à vida, ser feliz.” Para ela o que mais atrapalha somos independentes uns dos outros.” hoje é que os jovens querem aproveitar Para ela, namoro é parceria. “Preciso das tudo na mesma noite. “Tem que madru- duas coisas, tanto de ficar sozinha quanto gar na rua. Meu ex me deixava em casa à de companhia. No namoro tem que ter 1h30 e continuava na rua até as 5h. Eu parceria, troca de idéias, de afinidades, de queria aproveitar o domingo e ele passava interesses.” Para Robson Almeida, 33 anos, o dia dormindo, aparecia só às 18h”, fala. a liberdade sempre foi fundamental. Ele Cursando faculdade, ela percebe que a passou boa parte da vida viajando, cada grande maioria dos jovens de sua faixa semana em uma cidade. Mesmo assim etária têm como diversão passar a noite sempre tinha uma namorada à espera. bebendo. “Eu não gosto, alguns chegam “Eu não forçava a ficar me esperando. Na a não ter controle. Não vejo graça em sair verdade isso me desanimava um pouco, para ficar bêbado. Isso atrapalha na hora queira mais atitude”, lembra. Numa dessas de encontrar alguém bacana”, fala. Esse viagens, sem rumo e sem data para voltar, problema ela não vê nas pessoas mais acabou ficando um ano com uma menina, velhas. “São mais cabeça, saem pra se o que pra ele foi como um casamento. divertir para jantar, conversar”, avalia. “A gente passava o tempo todo junto, a “A pessoa não entende como obrigação convivência era muito grande.” Hoje, mais velho, ele diz que sossegou. “Começa a para algo mais”, explica. bater a vontade de ser pai. Eu não tenho a fantasia de carruagem com princesa, Maturidade Como é possível perceber entre os mas queria dividir a vida com alguém, mais jovens, aos poucos as prioridades acordar do lado.” Ele vê com bons olhos vão mudando. O sonho de amor eterno a liberdade conquistada pelas mulheres. passa a ser sonho de liberdade. A facul- “Aquelas coisa de antigamente, com dade passa a ter valor equivalente ao a mulher fazendo o prato do marido, casamento. As mulheres questionam não existem mais. Eu vou querer minha os próprios sentimentos e avaliam as op- esposa cheirosa, bonita. Eu faço tudo ções, coisa que não muito antigamente, pra mim, lavo, passo. Não quero uma era privilégio só dos homens. Chega um mulher pra isso.” E conclui: “Essa coisa tempo que ser solteiro pode muito bem de ter que pedir autorização pro outro ser opção. Não há a obrigatoriedade de pra sair acho besteira. Eu não abro mão ter alguém ao lado para ser feliz. “As de mim pelos outros. Não vou querer pessoas não acreditam que possam ser isso pra minha namorada.”

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

5

Ana Paula Gutierrez, 20 anos. “Na adolescência eu aproveitava o fato de namorar para poder sair, ter mais liberdade”

Carlos Henrique Leme, 24 anos. “Agora eu sei que não preciso de ninguém para ser feliz, só de mim mesmo. Você faz sua história.”

Robson Almeida, 33 anos. “Começa a bater a vontade de ser pai. Eu não tenho a fantasia de carruagem com princesa, mas queria dividir a vida com alguém, acordar do lado.”

Tábata Costa, 28 anos. “O amor é tão mais amplo que amor de casal, é uma atitude com relação à vida, somos independentes uns dos outros”.

Iris Gonçalves, 29 anos. “As pessoas não acreditam que possam ser felizes sozinhas. Acabam namorando quem não gostam só pra ter alguém”


6

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

Comportamento

A academia é deles Para atender às exigências dos maiores de 60, mercado da malhação investe em exames preventivos, profissionais especializados e exercícios com foco em qualidade de vida

por IARA BIDERMAN/Folhapress Foto: Carlos Cecconello/Folhapress

Sabe qual é a nova tendência das academias? Gente mais velha. 
Os pequenos grupos dos programas especiais para alunos com mais de 60 cresceram, e a turma de 70, 80, 90 ocupa cada vez mais espaço nas salas de musculação. 
O novo público se encaixa em uma mudança que vem ocorrendo aos poucos no conceito de academia de ginástica, segundo Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil. A empresa organiza as maiores feiras do setor da América Latina. 
“Há cinco anos, o culto ao corpo dominava: academia servia para homem ficar forte e mulher ficar com bumbum duro. Hoje, há uma procura maior por bem-estar e qualidade de vida, que é o que o público mais velho busca.”

Potencial de mercado

O aumento no número de alunos nessa faixa etária não é surpresa em um país que está envelhecendo. Mas as academias ainda não perceberam todo o potencial do mercado desses alunos. 
“Além dos que estão nos seus 70, há um contingente de alunos a partir dos 50, e certamente eles não chegam como o garotão que vai puxar ferro. Eles devem ser recebidos com outro olhar. Talvez o desafio agora seja investir em avaliações físicas mais completas”, diz Soares. 
É possível que os cinquentões estejam correndo mais risco do que seus colegas de academia com mais idade. 
Quem começa a fazer exercício depois do 60 costuma vir por recomendação médica. “As academias pedem atestado do cardiologista liberando o paciente para a atividade”, diz o ortopedista Ricardo Cury, da Santa Casa de São Paulo. 
Esses alunos já fazem avaliações médicas regulares, independentemente de a academia pedir os exames. 
Já o sujeito de 50, dependendo de seus hábitos de vida, pode ter a idade biológica muito mais avançada do que a real (leia à pág. 9). E um colega de esteira com idade para ser seu pai pode exibir taxas de colesterol de fazer inveja aos saradões. 
Como as do dentista Benedito Bassit, 74. “Não fico contando vantagem, mas estou com meu exame aqui e o colesterol total deu 129”, diz por telefone à Folha, enquanto espera a consulta com seu médico ortomolecular. 
“Estou bem assim porque faço exercício. Só tomar remédio não adianta.” 
Benedito, que começou a treinar aos 59, faz musculação às segundas, quartas e sextas-feiras e corre na esteira às terças e quintas. Passa pelo menos duas horas por dia na academia.

Antônio Batista, 93, se exercitando na Academia Competition em Higienópolis/SP

fundamental é investir na capacitação dos profissionais”. 
Equipes multidisciplinares, que incluem fisioterapeutas, nutricionistas e profissionais de educação física, devem ser formadas para orientar alunos com mais idade ou condições médicas específicas. 
Eles devem estar preparados para identificar situações de saúde que podem gerar restrições temporárias à prática de exercícios. 
“As mais comuns são a hipertensão e o diabetes mal controlado. É preciso acompanhamento médico e ajuste da medicação para a pessoa retomar o treino”, diz o cardiologista José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. 
Kawazoe afirma que uma boa academia deve ter uma equipe com treinamento periódico em primeiros socorros e um desfibrilador externo automático. A legislação brasileira não obriga toda academia a ter esse aparelho. A obrigatoriedade, definida por leis estaduais ou municipais, está relacionada à concentração Professor preparado 
 Ele afirma que não é preciso montar aulas ou ou circulação média diária de pessoas -em um ambiente especial para os mais velhos. “Não geral, algo entre mil e 1.500 pessoas. 
Walprecisa ser nada sofisticado. O mais importante dyr Soares, da Fitness Brasil, especula que o é ter algumas meninas bonitas para a turma investimento em equipamentos de segurança se entusiasmar. E professor preparado para e até em médicos fixos nas academia pode monitorar.” 
Vilmar Villas, gerente técnico ser um diferencial de marketing. 
“As redes da unidade Kansas da rede de academias ficam procurando estratégias para atrair e Cia Athletica, em São Paulo, concorda: “O reter alunos, oferecendo brindes, camisetas. Mas o maior brinde é a sua vida. É preciso se preparar para mostrar a esses clientes [mais velhos] que eles vão ter segurança; “venha alongar a sua vida, mas não morra”.” 
O segredo, para o bancário aposentado Antônio Ferreira Batista, 93, é não exagerar. 
“Tenho um companheiro de esteira que não passa de 2 km por hora. Eu faço 5 km. Está bom demais.” 
Antônio, que colocou marca-passo há cinco anos, treina cinco vezes por semana e faz cerca de 30 minutos esteira todo dia. Está Instrutor Dario Mathias,28, mede a pressao do Sr Luiz Antonio Ferreira Nogueira,65, durante exercicio na Academia Formula (Shopping Eldorado) SP ótimo. Foto: aaa

Foto: Eduardo Knapp/Folhapress


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

7


8

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

Casa & Reforma

A terceira idade nos flats Apartamentos de 20 m2 a 40 m2, com serviços de enfermagem e lazer, custam mais de R$ 9.000/mês

por RENATA CATTARUZZI /Folhapress

Asilos e casas de repouso ganham um concorrente na lista de opções de moradia para a terceira idade: os flats. 
Com apartamentos de 20 m2 a 40 m2, esses empreendimentos oferecem refeições, serviço de enfermagem e atividades de lazer. 
O contrato dispensa fiador e pode ser desfeito sem aviso prévio. As classes média alta e alta são o público-alvo: o preço chega a ultrapassar R$ 9.000 por mês. 
No Residencial Santa Catarina, no Paraíso (zona sul de São Paulo), hospedam-se 90 idosos na faixa dos 85 anos. 
Os apartamentos de 38 m2 ou 42 m2 são adaptados com piso antiderrapante, barras de apoio, banco para o banho e botões de emergência. 
O residencial oferece quatro refeições ao dia, enfermagem 24 horas, cafeteria com piano, sala de artes, capela, salão de beleza e biblioteca. Custa até R$ 9.950 mensais. 
No Alto de Pinheiros (zona oeste), o Lar Sant’Ana, com unidades de 20 m2, 30 m2 e 40 m2 para idosos de mais de 60 anos, tem seis refeições diárias, serviços de hotelaria, lazer e saúde e preços de R$ 6.000 a R$ 9.000 mensais. 
O Solar Ville Garaude, em Alphaville (Grande São Paulo), cobra R$ 5.318 por mês e disponibiliza assistência psicossocial em tempo integral. 


Construtoras projetam além da rampa 

Adaptações em condomínios residenciais passam a incluir itens como passagens mais largas e barras de apoio 

Muitas empresas ainda cobram por alterações para acessibilidade solicitadas em imóvel comprado na planta.
O idoso que busca um imóvel adaptado a suas necessidades ainda esbarra em opções pouco adequadas, mas isso começa a mudar. 
Um decreto federal de 2004 obriga as construtoras a atender as normas técnicas de acessibilidade fixadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para obter o Habite-se (licença para ocupar o imóvel). 
Os empreendimentos, contudo, geralmente trazem apenas o mínimo exigido, como rampas de acesso. 
Em relação a modificações dentro do apartamento, algumas

construtoras permitem fazer adaptações ainda na planta, mas a maioria cobra uma taxa pelo serviço. 
Várias empresas, porém, têm se preocupado em adaptar mais seus lançamentos. 
Desde o fim do ano passado, a Camargo Corrêa permite a adaptação da planta dos apartamentos do primeiro andar para idosos e deficientes sem custo adicional, até seis meses após o lançamento. Os primeiros com esses diferenciais são o In Jardim Sul e o Soul Jardim Sul, ambos na Vila Andrade (zona sul). 
“Nós pensamos em vários públicos, como uma mulher que precise sair de casa com um carrinho de bebê ou um morador que tenha quebrado a perna”, menciona Rosane Ferreira, diretora de incorporação da Cyrela-SP.

Adequações

constrói em Cuiabá (MT), pontos de acesso atendidos por escadas terão também rampa ou elevador. Na piscina, haverá um corrimão adaptado. 
No Reserva Bacutia e no Esplendido Enseada, a serem lançados em julho em Guarapari (ES) pela Vargas Construtora, há 10 cm a mais na largura das portas, barras de apoio nos banheiros e rampa de acesso na garagem. 
Para Marcos Cardone, arquiteto-superintendente da Cabe Arquitetos, a arquitetura também deve tornar os espaços menos opressores. 
“Quanto mais velhos ficamos, maior é a intolerância com pequenas coisas, por isso opto [em projetos para idosos] por cores estimulantes, circulação interna livre e climatização agradável.”

Flats 
para idosos

Lar Sant’Ana 
 Ela diz que todos os imóveis estão sendo www.recantomontealegre. com.br lançados com adaptações, independente- Menino Deus Residencial Sênior 
 mente do padrão. Há áreas para resgate www.residenciasenior.com.br 

 de cadeirantes nas escadas de emergência Residencial Santa Catarina 
 e elevadores compatíveis com cadeira de www.residencialsantacatarina.com.br 

 rodas. 
No Ópera Prima, com 76 unidades Solar Ville Garaude 
 de 138 m2 a 146 m2 que a Rossi GMS www.solarville.com.br Foto: aaa

aaa


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

9


10

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

Informática

www.issuu.com/jornaldomeio

&

Tecnologia

São tantas emoções

Empresas e pesquisadores buscam maneiras de captar, usar e interpretar os sentimentos dos usuários que navegam na internet por AMANDA DEMETRIo/FoLHApRESS Foto: divulgação

Quem se importa com os seus sentimentos? Aparentemente, muita gente. Cientistas e empresas estão desenvolvendo e testando métodos de captar,entender, interpretar e usar o que você sente enquanto navega na internet. São estudos como o desenvolvido por Rosalind Picard, que participa de um grupo de pesquisas que criou um sistema que detecta os sorrisos de quem assistae a um vídeo no YouTube já é possível testá-lo, inclusive. A ideia, segundo ela, é usá-lo para dar sugestões de

filmes ou programas de TV compatíveis com os gostos do usuário. Picard também conta que sonha em desenvolver uma espécie de banco de dados on-line de expressões faciais humanas. Ele poderia ser usado para ajudar pessoas com autismo para entender as emoções das pessoas com quem estão conversando. Em Washington, pesquisadores estão indo direto à fonte de todas as emoçõeso cérebro. Um grupo da Universidade de Washington desenvolveu um método que permite que o computador interprete os comandos do cérebro para funcionar sem a necessidade de levar a mão ao mouse. Na Califórnia, a detecção dos impulsos do cérebro também são estudadas e estão fazendo telas sensíveis ao toque soarem ultrapassadas. Em uma pesquisa da Universidade da Califórnia, estudiosos desenvolveram um método que permite discar números de telefone ao simplesmente olhar aos algarismos. Mas não é preciso esperar que essas pesquisas de ponta cheguem ao seu computador. Já estão disponíveis sites e aplicativos que usam o estado emocional dos usuários para sugerir músicas e vídeos adequados. Há também serviços que sintonizam os sentimentos dos usuários a imagens, vídeos e músicas, tudo ao mesmo tempo, criando uma experiência que serve como uma luva às emoções de quem os acessa. Os ódios e amores da vida de cada um também são largamente expressada em redes sociais como o Twitter e o Facebook. Por isso, também há como O professor Tzyy-Ping Jung, da Universidade da Califórnia mapear o sentimento da web nessas instâncias. Foto: divulgação

Pesquisadora Rosalind Picard

Seus Direitos e Deveres

GUSTAVo ANTÔNIo DE MoRAES MoNTAGNANA/ GABRIELA DE MoRAES MoNTAGNANA

Na semana que se passou o Brasil presenciou manifestações de funcionários responsáveis pela prestação de serviços de natureza pública, como o são o transporte público e aqueles ligados à segurança pública. As manifestações tiveram um caráter de greve, já que os serviços deixaram de ser prestados à população, como forma de reivindicação de melhores salários. A questão colocada, levando em conta esse panorama, é: profissionais que prestam serviços de natureza pública e, por isso, essenciais, têm ou não direito de greve. Para que se possa dar uma resposta satisfatória à questão, mister se faz entender um pouco mais sobre o direito de greve, direito de caráter social, previsto na Constituição Federal, bem como sobre a natureza dos serviços que deixaram de ser, temporariamente, prestados à população. Greve, é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Esse direirto é assegurado aos trabalhadores, em geral, no art. 9.o da Constituição Federal: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Cabe observar que, em virtude de o direito de greve ser um direito social, inscrito no capítulo a esses direitos dedicado pela Constituição, deve-se entender que o interesse a ser reivindicado por meio dela seja também social. Quer dizer, o trabalhador pode recorrer à greve para obter o atendimento a uma reivindicação de natureza trabalhista, nunca para buscar o atendimento de reivindicações políticas e outras. O § 2o do referido artigo nono declina que “os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei”. Esse abuso consiste em colocar o direito de greve à serviço de fins ilegítimos, porque inadequados à sua missão social.

O direito de greve

Exatamente pela preocupação com a possibilidade de danos à interesses da população e à tranqulidade pública, é que as paralisações devem respeitar a restrição que a lei ordinária estabelecerá. A lei 7.783, de 28 de junho de 1989, regula o direito de greve, restringindo aos empregados o exercício do direito (arts. 1º e 17). O art. 2º, da citada lei dispõe: “considera-se legítimo exercício do direito de greve, a suspensão coletiva, temporária e pacífica total ou parcial, de prestação pessoal de serviços empregados”. Verifica-se, que a greve legitima consiste na paralisação coletiva do trabalho. Durante este período, somente o vínculo contratual permanece, não sendo devida nenhuma remuneração ao empregado, permanecendo suspenso o contrato de trabalho. Segundo o art. 3º da mesma lei, a deflagração da greve está condicionada ao malogro das negociações realizadas com o objetivo de obter a celebração da Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. Os arts. 8º e 14 da Lei nº 7.783/89 estabelecem que a justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, ao julgar o dissídio coletivo, decidirá: Sobre a legalidade ou ilegalidade da greve, sem prejuízo de exame do mérito das reivindicações; Sobre a cessação da greve, se antes não resolvida por conciliação das partes ou por iniciativa da entidade sindical; Declarada a ilegalidade, o Tribunal determinará o retorno ao trabalho. Verifica-se assim, que como qualquer outro direito fundamental, o direito de greve não é ilimitado, ao contrário ele pode ser exercido desde que respeite os demais interesses fundamentais, da mesma forma, previsto na Constituição Federal. Questão mais tormentosa é aquele que envolve a greve nos serviços considerados essenciais. O art. 9.º, §1º, da Carta Magna dispõe: “a lei definirá

os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimentodenecessidadesinadiáveisdacomunidade”. Nota-se que este parágrafo, condiciona o exercício do direito de greve em serviços ou atividades essenciais ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Assim, deve-se entender que, quando a greve atinge esses serviços ou atividades, um mínimo deles devem continuar em funcionamento, a fim de possibilitar o atendimento de necessidades essenciais. O dispositivo prevê que esses serviços não podem ser totalmente paralisados, devendo a lei prever que parte dele continue sendo prestado para garantir as necessidades inadiáveis da população. Ocorre que o legislador infraconstitucional permanece omisso nesse tocante, não havendo lei que regule essa situação. A falta lei específica que regulamente a greve no serviço público faz com que casos de paralisação sejam definidos pela Justiça. Importante para compreensão do tema, se faz, ter em mira, o conceito de serviço público, qual seja, toda atividade desempenhada direta ou indiretamente (por meio de concessionárias, por exemplo) pelo Estado, visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade ou mesmo do próprio Estado. Ora, porque essenciais, não podem ser deixadas ao arbítrio da particular a sua prestação, devem ser garantidas à população, sob pena de não se alcançar o objetivo do próprio Estado Democrático de Direito, que é o de garantir a existência de uma sociedade justa, livre e igualitária. O STF assegurou a todas as categorias, inclusive aos servidores públicos, o direito à greve. Determinou ainda que, até ser editada norma específica, deve-se utilizar por analogia a Lei 7.738/89, que disciplina o exercício do direito de greve para os trabalhadores em geral. No STJ, o caminho adotado tem sido o do reconhecimento da legalidade das paralisações, porém, com limitações. “A situação deve ser confrontada com os

princípios da supremacia do interesse público e da continuidade dos serviços essenciais”, afirmou o ministro Humberto Martins Assim, o direito de greve deve ser assegurado à todos os trabalhadores como forma de assegurar que possam se valer de um instrumento eficaz para reivindicar melhores condições de trabalho, como o aumento de salário, por exemplo. Seria, ao menos, injusto, que aos servidores públicos não fosse garantindo tal direito. Não há que se olvidar, por outro lado, que ele deve obedecer a alguns limites, sobretudo, aquele consistente no direito de todos de que os serviços públicos, considerados essenciais, como são os de segurança e transporte público, por exemplo, estejam à disposição. Nesse prisma, verifica-se a aplicação do principio da razoabilidade e da convivência harmônica dos direitos fundamentais. Todas as demais previsões da Lei nº 7.783/89, conforme mencionado, devem ser observadas por esses funcionários, até que sobrevenha lei específica, sendo que, da mesma forma como ocorre com o trabalhadores em geral, haverá desconto nos seus vencimentos, proporcional aos dias não trabalhados. Por outro lado o cargo ou o emprego lhe são assegurados. A par de todo o exposto, importante se faz reconhecer a necessidade de repensar a forma como funcionários responsáveis pela prestação do serviço de público de segurança e educação, especificamente, vêm sendo tratados pelo Estado. Esses profissionais são responsáveis por garantir que dois direitos fundamentais imprescindíveis para que os objetivos da República Federativa do Brasil, sejam conferidos à coletividade, fato este incontroverso. Por isso, devem ser estimulados a que o façam, cada vez mais, com presteza e eficiência. Conferir remuneração justa e garantir dignas condições de trabalho, não significa beneficiar apenas este grupo, mas toda a população, destinatária direta das suas atuações.


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

11

informe publicitário/bragança decor idealizado por giuliano leite

Os cristais atravessaram os séculos sem perder a majestade. Atualmente, as peças sem chumbo são um sucesso de vendas. A natureza agradece. Glamour. Essa palavra repleta de valores e significados descreve, como nenhuma outra, os cristais provenientes da charmosa região da Bohemia, localizada na República Tcheca, mundialmente famosa pela produção de cristais e vidros finos a mais de 300 anos. Em qualquer lugar do mundo, presentear alguém com peças de cristal é sinônimo de luxo, bom gosto, elegância e de elevada consideração. Esses conceitos nunca mudaram, muito pelo contrário, se fortaleceram cada vez mais. O que mudou no espaço de três séculos foi o processo de fabricação, antes artesanal e hoje totalmente automatizado. Aliada a isso, uma nova consciência ecológica alinha tradicionais cristais aos novos valores sociais, ambientais e econômicos. A história da Crystalex Now Bor, fundada em 1945 por meio da união de várias pequenas empresas da região é um exemplo dessa transição. Inicialmente, a empresa fabricava vidros da maneira tradicional, ou seja, manualmente. Em 1965, iniciou o processo de grande expansão em suas instalações, preparando-se para uma importante mudança, em 1972 quando automatizou totalmente sua linha de produção. Em 2009, porém, a crise financeira mundial foi devastadora para a Crystalex, detentora da marca Bohemia, obrigando a empresa a fechar as portas. Mas, em 2010 a companhia foi vendida, e a fabricação de seus cobiçados cristais foi retomada com força total. Para se ter uma idéia, ela produz três milhões de taças de cristal por mês, além de outros itens como saladeiras, vasos, licoreiras e garrafas, totalizando cerca de 200 itens e quatro milhões de peças a cada mês.

Cristalino e ecológico Com o fenômeno do consumo consciente, os mercados mundiais impõem novos desafios para as indústrias no sentido de aplicar processos produtivos que não agridam a natureza. Assim a fabricação de cristais passou por profundas modificações para alinhar seus produtos aos novos valores da sociedade. Para entender esse processo é preciso entendê-lo. Todo cristal é um vidro, cuja matéria-prima, a areia de sílica, é submetida a altas temperaturas (em torno de 1600°C), sob a ação de óxidos, barrilha e de toda a química necessária para purificar e reti-

rar os traços de contaminação metálica natural do material, principalmente o ferro e o cobre, até transformá-lo em puro cristal – que é basicamente - vidro transparente e totalmente sem cor. Tradicionalmente todo cristal contém óxido de chumbo em sua composição, em concentrações pré-definidas, conforme o uso da peça. Na Europa, por exemplo, a concentração máxima permitida em produtos que terão contato com alimentos é de 24%, pois acima disso representa um risco à saúde humana. O exigente mercado Europeu também impôs às suas fábricas que os resíduos industriais fossem tratados para que o chumbo e outros elementos não contaminassem a natureza. Com isso, o preço final dos produtos, feitos com o cristal de chumbo teve significativa alta. Dessa maneira algumas fábricas passaram a produzir sem esse elemento conhecido no Brasil como cristal de soda, ou crystalin na Europa. Sua fórmula é mais simples, não oferece risco de contaminação ao meio ambiente e nem à saúde das pessoas. Além disso, é 100% reciclável como o vidro. O único detalhe que falta é o som característico do cristal que tem chumbo, que decididamente é inigualável. Fonte: HG Casa


12

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite

Uma data que mistura muito bem o romantismo com as compras e não deixa de fora a observaçao das tendências da moda é o dia dos namorados. Nessa ocasião, homens e mulheres direcionam seus olhares para o “seu amor”. Organizam a agenda da noite com um jantar com um bom vinho, uma baladinha na sequência e pra encerrar o momento à dois. Sejam “ficantes” namorados ou casados, o que importa é estar a dois. Bom como disse no início, a preparação é grande e a roupa obviamente não pode ser esquecida. É nesse ponto que iniciamos essa coluna, mas antes, um pouco de história. O Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a São Valentim. A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado. O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes. Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e

Namorados

condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens davam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”. No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho por ser véspera do 13 de Junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro. A data provavelmente surgiu no comércio paulista, quando o publicitário João Dória trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes. A ideia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentin -- que nos países do hemisfério norte ocorre em 14 de fevereiro e é utilizada para incentivar a troca de presentes entre os apaixonados. Se você quer dar um presente para seu namorado ou namorada ou para qualquer outra pessoa que seja especial em sua vida, você deve primeiramente conhecer o gosto dela, saber de sua necessidade e dar aquele presente ideal. Mas às vezes é

bom surpreender. Adivinhar o gosto da pessoa é tão especial quanto satisfazer uma vontade. Para isso as lojas Roda da Moda e Teixeira Moda Masculina estão preparadas para lhe proporcionar, acima de tudo, as melhores opções de compras para essa data. Conforto, qualidade e exclusividade são pontos fortes das

lojas. Tradicionalmente oferecendo as melhores marcas e condições imperdíveis para que você possa aproveitar melhor a ocasião. No próximo mês entraremos nos assuntos de moda para que possam ficar mais “antenados” com tudo que acontece nesse meio. Aproveitem o momento e tudo de bom!

Opinião Bragança Decor O que vale na vida é deixar algo de bom para as pessoas. É sob essa crença que nós do Bragança Decor conduzimos nosso projeto. É também graças a ela que crescemos a cada edição. Falando nisso, trazemos nessa, um pouco da história do cristal e de como ele evoluiu com o tempo. Como esse projeto tem como ideia, diversificar conteúdo, outra novidade que aparece é o espaço dedicado a moda. A partir dessa edição, todo mês teremos dicas variadas desse universo que movimenta imensamente a economia. Pra fechar a coluna do boa leitura trás mais ótima indicação para você que quer se encher de conhecimento. Nosso propósito, com todo esse conteúdo, é o de nos mantermos alinhados aos mais variados conceitos do universo feminino. Olha, ainda tem muita novidade pela frente. Aguardem e aproveitem mais uma edição. Até a próxima!


www.issuu.com/jornaldomeio informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

13


14

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite

Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis Não é fácil penetrar este mistério e nem resumir o complexo mundo feminino: universo sem limites, enigmático e conturbado, mas rico antes de tudo.Neste novo livro, Augusto Cury presenteia os leitores com esta fantástica análise sobre a mulher, suas emoções e reações, anseios e desejos. Os tipos de mulheres: , as observadoras, as analíticas, as mulheres casulos dentre outras, trazendo o lado positivo e negativo de cada comportamento. O autor afirma que é necessária a identificação do tipo de mulher que cada uma é, permitindo uma reflexão ponderada e um trabalho de mudança, além da necessidade de ela reconhecer seu real valor, se valorizando, deixando a culpa e a autopunição de lado. Cury aborda também outros temas muito importantes ao universo feminino: a ditadura do ciúme, a generalização da crítica, o excesso de trabalho, o medo da perda etc. Como identificar os erros? Como

transformar as atitudes? Como manter uma relação saudável através do controle dos pensamentos e das emoções? Neste livro, toda mulher se encontrará, identificando o tipo de mulher que é, podendo reconhecer também outras mulheres, como a mãe, a irmã e as amigas. Ao final de cada capítulo os homens recebem um presente especial, frases-conselhos que os farão refletir sobre as mulheres de sua vida. E como não poderia deixar de ser, o autor encerra o livro com uma bela mensagem para as mulheres inteligentes. Ficha Técnica: Altura: 21 cm. Largura: 14 cm. Profundidade: 1 cm. Acabamento : Brochura .edição : 1 / 2011 .idioma : Português Número de Paginas : 176


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

15


16

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

Teen

Mais Twitter

menos tradição

Com viagens e internet, jovens índios agora questionam os dolorosos ritos das suas tribos por CARLOS MINUANO/Folhapress

Foto: Alex Almeida/Folha Imagem

Índio yawapeti utiliza computador

A maioria dos índios adolescentes esperneia e chora. Serão tatuados à força no rosto com espinhos. Os jovens ikpengs do Xingu, que conhecem a cidade e gostam do Facebook, sabem que há lugares em que isso não existe. 
Não há, claro, anestesia. Tudo acontece a seco. Trata-se de apenas um dos rituais dolorosos de iniciação na vida adulta que os jovens índios agora questionam. 
Também no Xingu, há meninas que ficam mais de um ano reclusas ao menstruar pela primeira vez. Um pouco mais longe, no Amazonas, meninos enfiam a mão em luvas repletas de formigas venenosas. 
Mutuá, 13, é um dos que passaram pela tatuagem e reclamam. “Judiaram de mim, e eu era pesado para que me segurassem” -no caso dos ikpengs, em geral os índios são surpreendidos quando ainda estão dormindo. 
O ritual continua acontecendo, queiram os jovens ou não. “Na minha vez eu também não queria, mas quando te pegam não tem como fugir”, admite uma das lideranças da tribo, Kumaré Ikpeng. 
No Xingu, onde Kumaré vive, o mundo não indígena, porém, está cada vez mais presente -e o impacto é mais forte entre os adolescentes. 
Por todo lado, por exemplo, há laptops e celulares. “Além disso, os homens têm muito contato com o mundo, viajam, estudam, muitos trabalham para a Funai”, diz Sofia Madeira, antropóloga e doutoranda pela Unifesp. 
“Alguns meninos não entendem a razão dos rituais, alguns se negam. Falam “ah, na cidade não faz isso, né?”. O jovem vê o mundo na internet e o sonho dele se transforma, ele quer carro, Twitter, namorar uma branca.” 
Para Madeira e para Sofia Mendonça, médica-antropóloga do projeto Xingu (Unifesp), o fenômeno preocupa, porém. “O fascínio pelo modo de vida que esses adolescentes encontram na cidade ao saírem para estudar é uma ameaça”, diz Mendonça. 
“Diferentemente dos mais velhos, estão em um momento de construção da personalidade, vulneráveis.” Isso reforça a importância do rito de passagem, argumenta. 
“Ele

protege o jovem, auxilia nessa mudança de papel social. Nós, não indígenas, perdemos a noção da importância dos rituais de passagem, por isso tantos adultos seguem na adolescência.” 


“O fim desses rituais seria uma perda enorme”. A antropóloga Sofia Madeira estudou, no Xingu, a reclusão de meninas kamayurás após a primeira menstruação. Elas ficam mais de um ano num cômodo escuro, sem ver homens e com uma dieta mais pobre. 
Ela considera, porém, os rituais importantes. “Eles não acontecem só para a menina, mas em comunhão com o que aquela sociedade quer. Seria um perda enorme se eles não existissem.” 
“É claro que às vezes as meninas ficam tristes, pois ouvem o barulho das outras correndo lá fora. Mas, nesse período, elas conversam com as mais velhas, aprendem como é a relação sexual, a fazer artesanatos, têm tempo para refletir.”

Ritos da aldeia

ISOLAMENTO por mais de um ano após a primeira menstruação, sem cortar o cabelo e com alimentação limitada. Exemplo: meninas kamayurás 

 ESPINHOS 
Tatuagens na face, a seco, com espinho de tucumã e resina de jatobá, com direito a retoques posteriores. Exemplo: meninos ikpengs 

 FORMIGAS 
Usar várias vezes luvas repletas de formigas venenosas encravadas na palha, com ferrões para dentro. Exemplo: meninos sateré-maués. Meninos indígenas são mais questionadores que as meninas 

Se os meninos indígenas tentam fugir do rituais e ficam perguntando por que na cidade é diferente, as meninas questionam menos. 
Os antropólogos e visitantes que vão ao Parque Indígena do Xingu, por exemplo, relatam que é bem mais fácil estabelecer contato com homens do que com as mulheres, sempre mais reclusas. 
“As meninas mais novas nem falam bem o português. Quando elas vão para a cidade, ao médico, estão sempre acompanhadas de um homem”, diz a antropóloga Sofia Madeira, da Unifesp. 
“Os meninos todos têm Twitter, Facebook, usam internet nos postos de atendimento de saúde. As meninas não são assim, seus sonhos são mais limitados. No sentido bom inclusive, porque elas perpetuam a cultura. O uso de álcool e drogas, por exemplo, é sempre majoritariamente masculino.” 
Além disso, diz Madeira, as mulheres “não têm muito tempo para ficarem divagando sobre a vida”. “A mulherada trabalha dia e noite sem parar. Precisa manter o fogo aceso, trazer água limpa, fazer comida, descascar mandioca, capinar, cuidar de bebê. Na aldeia, você vê homens deitados na Jovens índios em tribo do Parque Nacional do Xingu rede. Mulher você nunca vê.” Foto: Carlos Minuano/Folhapress


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

17


18

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

19


20

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio

Invenções excepcionais se perdem em puro palavrório

Em “Vermelho Amargo’, clareza dá lugar a poetização compulsiva e preciosismo por ALCINO LEITE NETO/Folhapres

O escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, nascido em 1944, é autor de 43 livros, a maior parte destinada ao público infantil ou juvenil. Foi várias vezes premiado, inclusive pelo Jabuti (2008) e pela Academia Brasileira de Letras (2004). 
Queirós é também um dedicado militante da difusão da leitura e da literatura no país. Atuou no projeto ProLer e idealizou o Movimento por um Brasil Literário. 
Sua obra inclui ainda livros didáticos, de poesia e novelas para adultos, como ‘Vermelho Amargo’, lançado agora pela Cosac Naify. 
Feito a partir de elementos autobiográficos, segundo o próprio autor, ‘Vermelho Amargo’ fala da angústia de um garoto depois da morte da mãe, da convivência infeliz com a madrasta e do sucessivo afastamento dos irmãos da casa paterna. 
O enredo é trivial, sem surpresas nem sobressaltos. Não importa. Grandes livros já foram feitos com menos que isso. A intriga conta pouco na obra, construída na primeira pessoa, na voz melancólica, delicada e imaginativa do narrador-menino. 
A imagem de um tomate sendo cortado para a refeição _pela mãe e pela madrasta_ é o ‘leitmotiv’ do livro. 
O pequeno ato doméstico funciona como metáfora das relações familiares, configura as delícias e os sofrimentos do protagonista e até as suas alucinações: como a de se transformar num tomate ou ser ‘degolado’ como ele. 
Os paralelos dramáticos entre a comida, o ritual da refeição, o amadurecimento do menino e a dissolução da família

são o que ‘Amargo Vermelho’ tem de mais interessante e singular. 
Outro aspecto curioso é o modo como Queirós reelabora certos fantasmas, fabulações e traumas da criança (a mãe amorosa e a madrasta má, a fada e a bruxa, o pai ausente e os irmãos perdidos, o assédio sexual, a descoberta do amor e da morte etc.), como se desejasse fazer um livro infantil para adultos. 
Com pouco mais de 60 páginas, ‘Vermelho Amargo’ é uma novela modesta do ponto de vista da narrativa e dos temas, mas cuja escrita está investida de forte ambição. O autor não quer fazer simples prosa. Deseja realizar uma ‘prosa poética’ que apreenda movimentos da imaginação e sutis modulações psicológicas dos personagens. 
Há várias pequenas e excepcionais invenções no livro. Elas acabam, porém, se perdendo no conjunto dominado por uma dicção fastidiosamente elevada e preciosista, que abusa de metáforas e outras figuras de linguagem, de adjetivos, neologismos, efeitos líricos, máximas e divagações ‘filosóficas’. 
Algumas vezes, a escrita resulta em puro palavrório. ‘Compreendia a solidão que o macarrão exigia. Dia de macarronada só comia macarronada’, diz um trecho. ‘A felicidade abraçava-me, embaraçava-se em meu corpo, salgava-me com o sal de sua saliva’, diz outro. 
Numa anotação feita à margem do capítulo seis de ‘A Cartuxa de Parma’ (1839), Stendhal escreveu: ‘Em Paris, chamariam esse parágrafo de deselegante. Eu o chamo claro [ele grifa a palavra] e não quero torná-lo

Foto: Carlos Avelin/CosacNaify/Divulgação

Bartolomeu Campos de Queiroz em sua casa em Belo Horizonte

elegante, por exemplo, retirar os dois “ter’, “tinha’, e substituí-los por um torneio declamatório ou uma perífrase’. 
‘Vermelho Amargo’ cede em demasia ao ‘torneio declamatório’, à poetização compulsiva e ao vício do virtuosismo. Um pouco mais de contenção, de clareza e de objetividade é coisa que ajudaria o autor a se afastar da

impostação literária e prosseguir na busca árdua da literatura ela mesma. 

 VERMELHO AMARGO 
 AUTOR Bartolomeu Campos de Queirós
 EDITORA Cosac Naify 
 QUANTO R$ 39 (72 págs.) 
 AVALIAÇÃO regular


www.issuu.com/jornaldomeio

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

21

PROCLAMAS DE CASAMENTO - CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DE BRAGANÇA PAULISTA - Rua Cel. Leme, 448 - Tel: 11 4033-2119

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO Cidade de Bragança Paulista

Bel. Sidemar Juliano - Oficial do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais desta cidade e Comarca de Bragança Paulista, faz saber que do dia 25 a 31 de maio de 2011 foram autuados em cartório os seguintes Proclamas de Casamento:

Protocolo: 790/2011 - CARLOS EDUARDO KOKETSU GALHARDO e LUANA GUIMARÃES. Ele empresário, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 02/01/1981, res. e dom. à Rua Bocaina, 195, Santa Libânia - Bragança Paulista, filho de THOMAZ VILLALOBO GALHARDO e de OLINDA YUMIKO KOKETSU GALHARDO. Ela gerente comercial, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 26/05/1984, res. e dom. à Rua Benedito Cardoso, 64, Lavapés - Bragança Paulista, filha de JOSÉ DIVALDO GUIMARÃES e de CÉLIA DONIZETI LEITE GUIMARÃES Protocolo: 791/2011 - DIEGO GABRIEL VIEIRA e GABRIELA MONTEIRO DE MORAES. Ele encarregado de estoque, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 13/01/1990, res. e dom. à Rua das Acácias, 163, Vila Flora - Bragança Paulista, filho de EDUARDO GABRIEL VIEIRA e de ROSEANE DOS SANTOS VIEIRA. Ela secretária, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 08/08/1989, res. e dom. à Rua José Baisi, 33, Santa Amélia - Bragança Paulista, filha de FABIO LOPES DE MORAES e de ELIZABETE MONTEIRO Protocolo: 792/2011 - KLEUBER REIS DUARTE e LÍLIA MARA FORNI. Ele funcionário público estadual, divorciado, natural de Santos-SP, nascido no dia 03/08/1970, res. e dom. à Rua Emília, 745, Vila Motta - Bragança Paulista, filho de NATALINO DUARTE e de VERA LUCIA REIS DUARTE. Ela instrutora de auto-escola, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 25/10/1979, res. e dom. à Rua Santo Antonio, 108, Lavapés - Bragança Paulista, filha de JOEL FORNI e de ANNA APPARECIDA MORENO FORNI Protocolo: 802/2011 - DIOGO CLARO DA SILVA e DAIANE CRISTINA MATTYE. Ele auxiliar de produção, solteiro, natural de Morungaba-SP, nascido no dia 25/11/1986, res. e dom. à Rua Santo Antonio, 227, Lavapés - Bragança Paulista, filho de ISALINO CLARO DA SILVA NETO e de NAIR APARECIDA DE MORAIS DA SILVA. Ela auxiliar de comércio, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 24/06/1993, res. e dom. à Rua São Francisco de Assis, 99, Santa Libânia – Bragança Paulista, filha de LUCIMARA MATTYE Protocolo: 803/2011 - EDUARDO ANDRADE e JOSEANE APARECIDA FERREIRA. Ele ajudante geral, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 03/01/1981, res. e dom. à Rua João Otatti, 160, Jardim Novo Mundo – Bragança Paulista, filho de JOSÉ ANDRADE e de ELISETE DE OLIVEIRA GOMES. Ela auxiliar administrativo, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 28/09/1980, res. e dom. à Rua João Otatti, 153, Jardim Novo Mundo – Bragança Paulista, filha de EURICO MARQUES FERREIRA e de MARIA DE LOURDES AMÉRICO FERREIRA Protocolo: 804/2011 - JULIANO GUSTAVO LOPES DE TOLEDO e GISLAINE FRANCINE DE ALMEIDA. Ele engenheiro civil, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 23/07/1977, res. e dom. à Rua Amadeu Milozzi, 52, Centro - Bragança Paulista, filho de LUIZ CARLOS LOPES DE TOLEDO e de NILCE GEBIM DE TOLEDO. Ela empresária, divorciada, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 18/10/1974, res. e dom. à Rua Amadeu Milozzi, 52, Centro - Bragança Paulista, filha de JOÃO OCTAVIO DE ALMEIDA e de MARIA APPARECIDA PALICE DE ALMEIDA Protocolo: 806/2011 - RICARDO DONIZETE CAPODEFERRO e MAURA APARECIDA GERONIMO DE BARROS. Ele instalador de toldos, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 08/12/1977, res. e dom. à Rua Francisco Rodrigues Dias, Bloco 90, Apartamento 14B, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filho de WALTER CAPODEFERRO e de MARIA DATI DE CAMPOS CAPODEFERRO. Ela diarista, solteira, natural de Guaratinguetá-SP, nascida no dia 09/12/1981, res.

e dom. à Rua Francisco Rodrigues Dias, Bloco 90, Apartamento 14B, Jardim São Lourenço - Bragança Paulista, filha de BENEDITO MAURO DE BARROS e de MARIA DAS DORES GERONIMO DE BARROS Protocolo: 812/2011 - GUSTAVO HENRIQUE CEZAR VIEIRA e BRUNA WROBLEWSKI DA SILVA. Ele operador de máquinas, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 21/09/1987, res. e dom. à Rua Epifânio Villaça, 277, Jardim Recreio – Bragança Paulista, filho de ENILDE DA SILVA VIEIRA e de ROSALI CEZAR VIEIRA. Ela auxiliar de produção, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 07/04/1991, res. e dom. à Avenida São Lourenço, 719, Lavapés - Bragança Paulista, filha de MILTON PAULO DA SILVA e de IEDA WROBLEWSKI Protocolo: 813/2011 - EVANIO OLIVEIRA FERREIRA e GABRIELA GOMES MEIRA. Ele pintor, divorciado, natural de Aracaju-SE, nascido no dia 01/12/1972, res. e dom. à Rua Eduardo Rizk, 427, Cidade Planejada I – Bragança Paulista, filho de NATANAEL DE ALMEIDA FERREIRA e de MAGNOLIA OLIVEIRA FERREIRA. Ela agente comunitária de saúde, divorciada, natural de São Paulo-SP, nascida no dia 05/07/1980, res. e dom. à Rua Eduardo Rizk, 427, Cidade Planejada I – Bragança Paulista, filha de NELSON SANTOS MEIRA e de IRENE APARECIDA GOMES MEIRA Protocolo: 814/2011 - FLÁVIO LUÍS DE ALMEIDA e ROBERTA APARECIDA ABRAHÃO INDALÉCIO. Ele pedreiro, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 19/07/1965, res. e dom. à Rua das Hortências, nº 76, Cruzeiro – Bragança Paulista, filho de LAMARTINE MIGUEL DE ALMEIDA e de MARIA SANTOS DE ALMEIDA. Ela do lar, solteira, natural de Jundiaí-SP, nascida no dia 17/07/1983, res. e dom. à Rua Santa Cruz, nº 899, Santa Libânia – Bragança Paulista, filha de ROBERTO INDALÉCIO e de IVONE ABRAHÃO INDALÉCIO Protocolo: 815/2011 - RICARDO VIDAL DE LIMA e ANA RITA DIAS DA SILVA. Ele operador de injetora, solteiro, natural de Bragança Paulista-SP, nascido no dia 16/01/1981, res. e dom. na Praça Jacinto Osório, 25, Matadouro - Bragança Paulista, filho de ANTONIO VIDAL DE LIMA e de EDILEUZA GOMES DA SILVA. Ela assistente administrativo, divorciada, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 15/01/1985, res. e dom. à Alameda XV de Dezembro, 1143, Jardim Júlio Mesquita - Bragança Paulista, filha de JOÃO DIAS DA SILVA e de ANTONIETA MARIA DA SILVA Protocolo: 816/2011 - LUIZ FABIANO RIBEIRO CRUZ e DANIELE APARECIDA DE OLIVEIRA. Ele auxiliar de enfermagem, solteiro, natural de Juazeiro-BA, nascido no dia 29/07/1975, res. e dom. à Rua Fortaleza, nº 45, Recanto Elizabete - Bragança Paulista, filho de LUIZ CARLOS DA CRUZ e de ROSINHILDA ROCHA RIBEIRO CRUZ. Ela auxiliar de produção, solteira, natural de Bragança Paulista-SP, nascida no dia 07/01/1983, res. e dom. à Rua Presidente Getúlio Vargas, nº 51, Vila Batista - Bragança Paulista, filha de SÉRGIO GOMES DE OLIVEIRA e de MÁRCIA APARECIDA LUNARDI DE OLIVEIRA

Bragança Paulista, 31 de maio de 2011 Sidemar Juliano – Oficial SERVIÇOS, CONSULTAS E INFORMAÇÕES: visite nossa página na Internet: www.cartoriobraganca.com.br


22

Sexta 10 • Junho • 2011 Jornal do Meio 591

www.issuu.com/jornaldomeio


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.