Bragança Paulista
Sexta
27 Janeiro 2012
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Para Pensar
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Velórios
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Mons. Giovanni Barrese
Em razão de meu ministério como padre sou chamado para ir a velórios recomendar os mortos. Antes de entrar no sentido da “recomendação” sou levado a dizer que cada vez mais os velórios estão se tornando uma espécie de “happenings”. O que mais se faz, com poucas exceções, é uma conversa que vai ficando cada vez mais alta e animada. As piadas vão surgindo. Celulares tocando em todos os tons. Cafezinho, lanchinho, etc. Pouquíssimo silêncio, recolhimento. Quase nada de oração. Confesso que durante um tempo defendi a ideia que não deveria haver velório. A pessoa morreu, deveria ser logo enterrada. Dar-se-ia um tempo para a chegada de familiares próximos. Evitar-se-iam madrugadas solitárias e frias. Aquecidas com conversa fiada e mais umas biritas (conhaque para os chiques). O importante era ter tido bom relacionamento com quem morreu e ter dado todo carinho durante a vida. Numa conversa com um amigo psiquiatra ele me
fez ver que o velório é necessário para a introjeção do luto ocasionado pela perda. O velar alguém é importante para a conscientização e para o equilíbrio emocional em aprender a conviver com a morte, com a ausência física dos que nos deixam. A repetição continuada de como se deu a morte corresponde à verbalização com a qual, ao externar o que se sente, se caminha para a cura das quebras emocionais. Deixei-me convencer pelo doutor. Mas não deixei de ver com olhos críticos essa perda do sentido do decoro em relação à família que sofre. Velório é ao mesmo tempo lugar onde está o cadáver e o ato de velar quem morreu. Lugar de conduta composta e ato de amizade. Quanto aos lugares onde se realizam velórios noto que sua estruturação não facilita postura melhor. Quando há um só corpo a ser velado ainda se consegue alguma discrição. Quando são vários não é possível. Saletas pequenas onde poucas pessoas cabem fazem com que o espaço
comum se torne pátio de conversa. Deixo estrutura de lado para falar sobre o sentido da “recomendação dos mortos”. Recomendar alguém é gesto de amizade, interesse, confiança. Quando se precisa do favor de alguém que não se tem relação busca-se um amigo comum que nos recomende para que o favor que precisamos seja feito. Recomendar um defunto é dar um último gesto daquilo que se fez quando ele era vivo. Se durante a vida não tive atitude fraterna com quem morreu, na morte ele não precisa mais. Claro que do ponto de vista da fé Deus não precisa que ninguém lhe seja recomendado. Ele conhece a todos. Também quem morreu. A oração tem a dupla finalidade de lembrar que a reunião de parentes e amigos quer ser um gesto visível de uma solidariedade que foi vivida e uma atitude de fé no sentido de pedir a Deus que acolha quem encerrou a caminhada terrena. Ir a um velório, portanto, só tem sentido se marcado por uma solidariedade
que se teve durante a vida e como expressão de fé (para quem crê) na vida eterna. Hoje banalizamos tudo. Até o fato de termos que nos encher de tranquilizantes para suportar a morte dos nossos queridos. E, abro parêntesis, isso acontece também nos momentos de alegria. Estou cansado de ouvir que é preciso “tomar uma” para relaxar! Parece que não sabemos viver nem dor nem alegria se não houver algum componente químico externo que aja sobre nós. Parece que não podemos mais chorar, nem ter saudade. Parece que para encontrar alegria é preciso “beber todas”! A banalização que quer negar o fato da morte e não a enfrenta como ela realmente é traz risco de deturpação de realidades antropológicas fundamentais. Não se pode esquecer que marcados pela eternidade somos finitos no tempo. E se vamos morrer “sob protesto” isso não anula as limitações do nosso ser. A riqueza da fé dos cristãos faz ver no fato dolorido da morte a certeza de
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
realidade que não termina no caixão e no túmulo. O horizonte que se abre diante da morte é a certeza da eternidade. Por isso nossos velórios - enquanto atitude - deveriam ser sempre iluminados pela certeza da Esperança. Isso nos levaria a postura serena de compreender a dor da separação. Despertaria em nosso coração a tranquila alegria de sabermos em Deus aqueles que nos deixaram. E, diante de posturas diversas daquelas que vemos, quem sabe, as estruturas dos velórios construídos ou pelo poder público ou pelas empresas interessadas, ofereceriam condições físicas mais aderentes àquilo que significa velar os mortos!
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Se não encontrar
alternativas Consumidor terá que pagar para ajudar o meio ambiente
colaboração SHEL ALMEIDA
uso minha sacola de feira e vou continuar usando”, fala. “É um desafio, uma mudança de hábito que vai depender da conscientização da população”, analisa Isadora. Fernanda Zamana, proprietária de um mini-mercado no Jardim Anchieta, diz que ainda não vê a adesão do consumidor. “Ninguém está vindo com ecobag ainda. Eu falo, aviso, mas eles não levam à sério”. “Estou começando a guardar caixa de papelão, mas, e os catadores? Eles vão vir buscar e eu não vou poder entregar”, analisa. “Sem as sacolinhas o lixo vai diminuir, claro, mas não é o que vai resolver. Os saquinhos de feirinhas vão continuar, se o consumidor quiser usar pra transportar, como vou impedir?”, questiona. “O ideal mesmo seriam os latões de coleta seletiva. Há uns dois anos, coloquei uns aqui em frente, mas o bairro inteiro começou a usar. Entrei em contato com a prefeitura para conseguir outros, mas foi uma burocracia tão grande que eu acabei desmotivada”, conta. Outra função que a sacola plástica adquiriu ao longo dos anos, foi a de saquinho de Desafio Qual é a proposta da campanha? “Diminuir o lixo. Uma lixo. Agora, o consumidor terá que voltar a comprar aqueles pessoa utiliza 66 sacolas por mês, de maneira indiscriminada. sacos pretos, como fazia antigamente. “Os sacos de lixo A estimativa é que, só em Bragança, 9 milhões de sacolas já são reciclados, essa é um das vantagens em relação às vão para o lixo mensalmente”, fala. Com a aproximação sacolinhas. Além disso, as sacolas não deixarão de existir. da campanha, o consumidor terá que buscar alternativas No comércio, padarias e estabelecimentos em geral, elas como, carregar ecobags e sacolas de feira ou pagar pela continuarão a ser usadas. O consumidor vai continuar sacola biocompostável, que será vendida nos locais parti- tendo de onde obter” fala Isadora. Embalagens de produtos, como arroz, ração, açúcar, feijão, cipantes da campanha. “A sacola padrão, terá entre outros, também são de plástico e preço de custo de R$ 0,19”, explica Isadora. Já é tudo tão caro e vão para o lixo. Uma boa alternativa é “Quando é comprada, a pessoa tem outro agora vamos ter que reutilizar essa embalagens. Além de ser cuidado, vai pensar antes de desperdiçar”, pagar pela sacola? uma boa solução, ajuda a mudar os hábitos. analisa. Para o consumidor, tudo ainda é Vai pesar no nosso bolso E é essa mudança, de costumes, que faz muito novo. Regina Pinto Ferreira diz que, toda a diferença. Essas embalagens irão mesmo com a sacola retornável, será ruim. para o lixo de qualquer forma, então, por “Não dá pra misturar produto de limpeza com comida. Como vou levar caixa de papelão no moto- que não usá-las como recipiente para outros tipos de lixo? -táxi ou no ônibus? Ainda não sei como vou fazer”, diz. As de material mais grosso, como as de ração, podem ir “Está ajudando o meio ambiente, mas está atrapalhando para o lixo da cozinha, que é úmido. Já os saquinhos de o consumidor. É ruim porque não tem como levar o que feira, mais finos, podem ir para os lixos de escritório que, a gente compra,” fala Terezinha Rosa Cardoso. “Acho que geralmente, é só papel. pra nós não vai ser muito bom, não. É melhor trazer a de casa. Eu venho todo dia no supermercado, mas vou parar Economia de vir, pra economizar, pra não ter que pagar pela sacola De acordo com pesquisa realizada pelo Jornal do Meio, toda vez,” fala Claudete Aparecida da Silva. “Já é tudo tão cada loja de supermercado na cidade, distribui aos consucaro e agora vamos ter que pagar pela sacola? Vai pesar no midores, em média, 50 mil sacolas descartáveis semanalnosso bolso”, comenta uma consumidora que não quis se mente, ou 200 mil sacolas por mês. Um identificar. Já para o senhor Sebastião Rodrigues, não vai fardo, com mil sacolas, custa em média mudarmuita coisa. “Eu acho boa a campanha. Já
A partir do dia 30 de janeiro tem início, efetivamente, em Bragança, a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”. De acordo com a engenheira ambiental, Isadora Vilela de Camargo, da Secretaria de Meio Ambiente, a iniciativa visa uma mudança de hábito na substituição do uso de sacolas plásticas por alternativas menos impactantes, evitando o desperdício e diminuindo a geração de lixo da cidade. A campanha, diferente do que se pensou, ainda não é lei. “É um termo de acordo entre os supermercados participantes e a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Meio Ambiente, com apoio da sala Verde Pindorama,” explica. Ou seja, os estabelecimentos não são obrigados a participar e não receberão multa se descumprirem os termos. “Temos um projeto de lei que será protocolado na Câmara e que prevê multa. Mas ainda não está em vigor,” fala.
R$ 32,00. Portanto, cada supermercado gasta, em média, R$ 6.400,00, por mês, com sacolas. Em um ano, esse gasto será de R$ 76.800,00. Essa despesa, obviamente, é repassada ao consumidor nos produtos comprados nos supermercados. O questionamento que propomos é o seguinte: com o fim da distribuição das sacolas, o supermercado não terá mais este gasto. Logo, espera-se que esta economia seja repassada ao consumidor, correto? Ou ele continuará a arcar com as despesas? Porque, no final das contas, será o consumidor quem pagará pelas sacolas biocompostáveis, caso queiram levar os produtos em sacolas plásticas, enquanto os supermercados serão beneficiados com a diminuição de gastos. É certo que a proposta da campanha não é econômica, mas sim, ambiental. No entanto, não há como negar que acabará gerando, também, esse benefício. Mas não para o consumidor.
“Eu venho todo dia no supermercado, mas vou parar de vir, pra economizar, pra não ter que pagar pela sacola toda vez”. - Claudete Aparecida da Silva
“Uma pessoa utiliza 66 sacolas por mês, de maneira indiscriminada. A estimativa é que, só em Bragança, 9 milhões de sacolas vão para o lixo mensalmente”. Isadora Vilela de Camargo
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Teen
No vermelho
Com crédito farto, jovens brasileiros estão se endividando mais; quem está no vermelho deve negociar com o banco por Ricardo Mioto/folha Press
As estatísticas sobre endividamento mostram que muitos jovens vão comemorar o Natal no domingo e passar os meses seguintes lutando para pagar os presentes. Isso porque o crédito fácil que irrigou a economia do país nos últimos anos está causando inadimplência especialmente entre os mais novos. Um levantamento da Associação Comercial de São Paulo mostrou que 17% dos endividados têm entre 20 e 25 anos em 2010, eram 10%. “Existe uma especial ansiedade entre os jovens de consumir moda, de gastar na balada, de comprar carro. E hoje tudo isso é oferecido para eles de forma muito facilitada”, diz Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e colunista da Folha. Por exemplo: o “Folhateen” fez um levantamento entre os grandes bancos do país e descobriu que todos têm cartões de crédito destinados ao público jovem, oferecendo limites de até R$ 1.000 sem necessidade de comprovação de renda. As contas universitárias oferecem ainda cheque especial, com juros de até 10% ao mês. Nesse ritmo, uma dívida não quitada de R$ 1.000 vira, em um ano, R$ 3.138 -em dois, serão R$ 9.849; em três, R$ 30.912. É o monstro dos juros compostos. Além dos grandes bancos, é possível se endividar utilizando os cartões de crédito oferecidos por grandes redes de varejo ou pegando um empréstimo em uma financeira. A estudante Lívia Jurkowitsch, 18, conhece bem os riscos de se deixar levar pela tentação do crédito. Ela gastou R$ 400 no cartão para bancar uma fantasia para um evento de “cosplay” -reunião em que jovens vão caracterizados como personagens de gibi, cinema ou desenhos. A sua mãe
não gostou de ter de bancar a fatura. “Ela queria tirar a minha mesada, não me dava mais nenhum centavo. Aí combinamos que eu limparia a casa. No dia seguinte, tive de varrer tudo, limpar a cozinha, o banheiro, passar pano.” O trauma foi suficiente? “Fiquei com dor nas costas, nunca mais quero lavar o banheiro!”, ri Lívia. “Mas ainda não sou como meu irmão. Ele é muito pão-duro, fica meia hora na loja e vai embora sem nada. Eu saio com 30 sacolas.” Quando os pais não podem socorrer a “crise da dívida” dos filhos, é necessário recorrer a um pacote de austeridade para pagar a conta. Foi o que aconteceu com a vendedora Juliane Pereira, 20. Ela acumulou uma dívida de R$ 1.200 no cartão, quase duas vezes o seu salário. “Eu ia muito ao shopping e só pagava o valor mínimo da fatura”, diz. Resultado: a dívida foi crescendo até ela ter de ir ao banco para negociar uma maneira de pagar a contar. “Agora estou tentando me controlar para o Natal, mas comprar sempre me deixa mais feliz quando estou chateada por alguma outra coisa.” Em casos extremos, a utilização do cartão de crédito como calmante pode levar à dependência -há tratamento para compradores compulsivos no Hospital das Clínicas e em grupos como o Devedores Anônimos, que funciona nos moldes do Alcoólicos Anônimos. Para reduzir a dívida, a recomendação é fazer como Juliane: procurar o banco. “Eles renegociam oferecendo juros menores. Depois de quitar o que deve, o jovem precisa aprender a parar de encarar o cartão de crédito como uma extensão do salário”, diz Fabiano Lima, professor de finanças da USP e
Foto: /folhapress
pesquisador do instituto Assaf. Saiba mais sobre educação financeira Sites maisdinheiro.com.br edufinanceira.com.br Livros
“Como Esticar Seu Dinheiro”, de Ricardo Rocha e Rodney Vergili [Campus, 128 págs, R$ 13] “Ter Dinheiro Não Tem Segredo”, de Reinaldo Domingos [Dsop, 108 págs, R$ 30]
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Casa & Reforma
Preços de residenciais sobem Alta dom em 2011 ultrapassou o IPCA em 9 de 14 capitais brasileiras
por Camila Rodrigues/Folhapress
Levantamento feito a pedido da reportagem pela consultoria imobiliária Geoimovel mostra que em 9 das 14 capitais pesquisa das o valor médio do metro quadrado teve alta superior ao IPCA ( ÍndicedePreços ao Consumidor Amplo) e ao INCC (ÍndiceNacional de Custo da Construção) em 2011. O IPCA deve fechar o ano em 6,5%, e o INCC de 12 meses é de 7,84%. As duas taxas não batem a elevação de novos no Rio de Janeiro (38,7%), em Fortaleza (34,2%), em Cuiabá (30,9%), em São Paulo (23,9%), em Porto Alegre (22,5%),noRecife(20,9%),em Goiânia (20,1%), em Curitiba (20%) e em Salvador (8,9%). Em resposta,a venda sobre a oferta caiu em seis de sete capitais listadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção. EmSãoPaulo,entre janeiro e setembro foram adquiridas por mês, em média, 14% dos novos ofertados. O índice era de 22% em 2010. Para o economista Luiz Calado, essa queda marca um bom momento para negociar.
Cai em 2011 número de unidades lançadas
Queda da demanda por residenciais aliada a valores deve reduzir ritmo de lançamentos também no próximo ano Preço dos residenciais deve se estabilizar no próximo ano na maioria das capitais, de acordo com especialistas O cenário de queda do número de residenciais lançados em 2011, em relação a 2010, verificou-se em 12 das 14 capitais analisadas pela pesquisa da Geoimovel. Foram 106,6 mil unidades criadas entre janeiro e novembro deste ano, ante 119,6 mil registradas no mesmo período do ano passado. Dentre as cidades com maior número de unidades novas, apenas São Paulo (+0,3%) e Curitiba (-0,13%) tiveram estabilização dos lançamentos em relação a 2010. Com o desaquecimento registrado no mercado, a previsão dos especialistas consultados pela reportagem é que em Foto: Mateus Bruxel/folhapress
2012 também haja redução no número de unidades e equilíbrio dos valores. Isso significa que a alta seguirá a evolução de preços dos insumos da construção, registrada pelo INCC. Na contramão, o economista Luiz Calado prevê que, se houver aumento do valor, será abaixo da inflação, dado o crescimento do número de unidades prontas e não vendidas. São Paulo - 32.894 unidades lançadas até novembro de 2011 Na capital paulista, as vendas de residenciais devem fechar o ano emqueda de 10%em relação a 2010, indica projeção do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) Das novas unidades, 43%são de Imóveis com dois dormitórios Curitiba - 10.472 unidades lançadas até novembro de 2011 Apesar de manter o mesmo ritmo de criação de empreendimentos de 2010, hoje a capital paranaense tem um estoque de novos 27% maior do que o do ano anterior O valor médio do metro quadrado foi de R$ 4.523, 20% mais alto que o registrado em 2010, segundo a Geoimovel Salvador - 9.537 unidades lançadas até novembro de 2011 A cidade deve fechar o ano com queda de até 15% nas vendas, prevê a Ademi-BA (associação do setor imobiliário) Até novembro, 70% das unidades vendidas custavam entre R$ 86 mil e R$ 340 mil. A média do metro quadrado novo é de R$ 4.097 em 2011 Belo Horizonte - 5.936 unidades lançadas até novembro de 2011 Com queda no número de novas unidades em relação a 2010, a capital mineira teve também redução no estoque de residenciais prontos (-22%) Dentre os novos, 49,6% das unidades têm três ou quatro quartos. O valor
Foto: folhapress
médio delas é de R$ 452 mil Goiânia - 10.017 unidades lançadas até novembro de 2011 Entre as capitais analisadas pela CBIC, Goiânia é a única em que cresceu a relação entre imóveis vendidos e ofertados comparada à de 2010: a média mensal passou de 7,68% para 8,49% Neste ano, 85% dos novos comercializados custam entre R$ 72 mil e R$ 129 mil Rio de Janeiro - 14.517 unidades lançadas até novembro de 2011 A capital fluminense teve valorização média do metro quadrado de 38% neste ano O preço médio da unidade lançada foi de R$ 332 mil; dentre os novos, 51,5% estão na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá (zona oeste)
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Antenado
Desilusão política
Paulo Scott lança ‘Habitante Irreal’, sobre jovens da década de 1980 hoje instalados no comando do país por Guilherme Brendler/Folhapress
Durante seis anos, Paulo Scott, 45, arquitetou um manifesto contra os resultados produzidos por sua geração no poder. O “libelo”, concebido em forma de romance, se chama “Habitante Irreal” e é seu primeiro livro pelo selo Alfaguara. Gaúcho radicado no Rio há dois anos e meio, Scott aborda a sua desilusão com a passagem dos contemporâneos pela política. Hoje, são homens e mulheres entre os 40 e os 50 anos que, na década de 80, eram jovens contestadores, idealistas e ousados. Para Scott, não foram capazes de mudar as coisas. “A minha geração falhou as outras.” Nesse romance de contestação, não é à toa que um dos protagonistas seja homônimo do autor. “Não faço uma crítica apenas aos meus amigos e ex-colegas que hoje são pessoas importantes no governo, no Judiciário e na grande imprensa. Faço uma crítica a mim mesmo”, afirma. Paulo -o do livro- tem 21 anos e é militante do PT. Cansado da vida política, encontra uma índia de 14 anos que vive com a família à beira de uma estrada e, subitamente, se encanta por ela. O ano é 1989. O rapaz reencontra na menina a esperança e a razão de viver. Ela se torna um desafio, alguém que ele busca ajudar por conta própria, à revelia do Estado. “Minha indignação com a invisibilidade a que são relegados os índios se tornou outro grande motivo
para escrever o livro”, conta. A relação entre o partido do jovem (que foi também o de Scott até a metade dos anos 90) e as políticas indígenas no Brasil está presente no romance. Scott deixa “muito claro” que a história do protagonista não é a dele. “Não sou tão ingênuo nem tão corajoso quanto o Paulo do livro. Ele é uma criança que brinca de mudar o mundo. Na política, só restaram os que tiveram estômago e coragem. Os mais puros caíram fora.”
FAMA JURÍDICA
Depois da militância política no PT e no Diretório Central de Estudantes da PUC-RS (do qual foi presidente em 1986, enquanto estudava direito), Scott fez mestrado e lecionou direito econômico durante dez anos na universidade em que se graduou. Após a publicação de um certo livro, Scott ganhou projeção no meio literário. No meio literário da área jurídica, bem entendido. “O Planejamento e o Papel do Estado como Agente Normalizador da Atividade Econômica do Setor Privado”, sua dissertação de mestrado, tornou-se referência logo de sua publicação. Um dos avaliadores do trabalho de Scott foi o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau. “Foi um estudo importante na época, pioneiro, obra de referência por anos. Mas hoje já está bastante desatualizado”, diz Scott. Apaixonado por poesia, o escritor viu seu nome começar a circular para além das letras jurídicas ao publicar, em 2003, a coletânea de contos “Ainda Orangotangos” pela extinta editora Livros do Mal. Três anos depois, a Bertrand Brasil obteve os direitos da obra e a relançou. Em 2008, o longa de 81 minutos “Ainda Orangotangos” estreou nos cinemas com um virtuosismo que chamou a atenção da crítica: era todo filmado em um único plano-sequência, sem cortes. E mais um trabalho de Scott deve migrar para a sala escura em breve. A produtora RT Features adquiriu há pouco os direitos de adaptação do romance “Voláteis”. Crítica Romances Problemas em bom livro não encobrem sua engenhosidade Adriano Schwartz “Habitante Irreal”, de Paulo Scott, está longe de ser um livro comum.
A história começa no final dos anos 80, em Porto Alegre, com Paulo, um jovem militante desiludido que se envolve com uma menina índia e chega, após uma longa série de desdobramentos, próximo ao nosso presente histórico, passando, nesse meio tempo, por Londres e por uma série de Estados brasileiros. Em um movimento que lembra um pouco uma estratégia usual em romances de Ian McEwan (como “Reparação” e “Solar”), Scott estabelece, logo de início, um momento de grande intensidade que transforma tudo, e deixa, com engenho, que ele reverbere longamente nas vidas de todos aqueles que, de algum modo, tiveram ou viriam a ter algo a ver com o ocorrido. O senão da obra é que existe um incômodo descompasso entre o longo alcance daquilo que é narrado e a forma como essa narração se desenrola, seja pela inclusão meio despropositada de certos personagens que entram e saem da trama, seja por eventuais alternâncias de foco que resultam forçadas, seja, principalmente, por um uso da linguagem menos ambicioso que o material apresentado parece pedir. E que surge, de vez em quando, como no trecho a seguir numa espécie de inteligência específica da frase que teve, por exemplo, em Saul Bellow um mestre-, indicando ao leitor que algo mais poderia estar acontecendo ali: “Não está conseguindo lidar com essa disponibilidade dele, com sua dedicação, com as surpresas renovadas em prazos cada vez mais curtos, enquanto seus gestos e atitudes elétricas, convencidas, o distanciam rápido demais do dia e hora em que ela mais o adorou. Paulo se distancia por não conseguir ficar no presente. O presente é um fardo, não pode servir de instrumento.” O senão não altera o fato, contudo, de que, ao término da leitura, àquela sensação de quase luto inevitável que o fim de um bom livro sempre traz, soma-se a impressão de que seria o caso de começar a ler de novo. ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da ECA-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) Habitante irreal Autor Paulo Scott Editora Alfaguara Quanto R$ 39,90 (264 págs.) Avaliação bom Foto: Adriano Vizoni/folhapress
Retrato do escritor Paulo Scott que lanca o livro Habitante Irreal, feito na Mercearia São Pedro
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Comportamento
Discutindo a relação Enquanto os homens duelam, as mulheres fazem conchavos, diz linguista americano que aponta razões biológicas para explicar as dificuldades de comunicação entre os dois sexos
por Juliana Vines/Folhapress
A guerra dos sexos ganhou outro capítulo com o lançamento de “Duels and Duets”, do linguista americano John Locke, sem edição no Brasil. O livro diz que homens e mulheres se expressam de formas bem diferentes: eles duelam, disputando poder, e elas falam como se estivessem fazendo duetos, compartilhando informações. Locke, doutor em psicologia cognitiva e professor do Lehman College, em Nova York, não descobriu a pólvora. Pesquisas em neurociência e psicologia já provaram que vários estereótipos de gênero têm sua razão de ser. É nesses estudos que Locke se apoia. “Mulheres passam longos períodos discutindo problemas”, disse o pesquisador, em entrevista à reportagem. Se elas têm disposição ao diálogo e são polidas, eles interrompem uns aos outros e amam piadas infames. O motivo da diferença, para ele, é biológico: por milênios, homens e mulheres seguiram seus próprios caminhos evolutivos. Eles foram selecionados para agredir, lutar e caçar; elas, para acertar na escolha de parceiro e cuidar da família. Boa parte do tempo, cada um ficou cercado de gente do mesmo sexo.
saco e fazer cobrança. Não é. Queremos discutir para construir. É uma tentativa da mulher de fazer dar certo.” Agora, Marina namora há quatro meses Alexandre Passos, 20, auxiliar administrativo. “Ele é paciente”, diz ela. O que não quer dizer que goste de discutir a relação, afirma Alexandre. “Nenhum homem gosta. A gente pensa: que conversa inútil. O problema é falar demais sobre coisas desnecessárias.” Até agora, não tiveram discussões. Até agora. Anna Paola Conde, 43, nutricionista, é casada há 20 anos com o empresário Evilasio Mariano, 59. Os dois trabalham lado a lado, conversam o tempo todo e dizem que se dão bem. “Nunca dormimos brigados.” Ela não gosta quando ele insiste em saber por que ela está brava. “Digo que estou na TPM e peço para ele me deixar quieta. Ele quer saber o que tenho. Que coisa insistente, quer que eu desenhe?” Ele se defende: “O bicho mulher nasceu para complicar. Ela é cheia de sutilezas, de dizer sem falar. O homem não está ligado nisso. Depois ela vem e culpa você por não ter entendido, porque era claro para ela. Não é não.” Elas conversam mais sobre sexo Entre amigas, as mulheres falam mais sobre sexo do que os homens com seus colegas, pelo menos segundo os dados de uma pesquisa feita na Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA). O Hormônios falam resultado mostrou também que elas se sentem Locke relaciona a testosterona, hormônio masmais confortáveis para falar do assunto. O estudo culino, com a fala agressiva e assertiva deles, e a foi feito com 205 universitários e patrocinado oxitocina, hormônio do instinto materno, com pelo Instituto Nacional de Saúde da Criança e os duetos femininos. Desenvolvimento Humano. Os participantes Cérebros de homens e mulheres são distintos, (124 mulheres e 81 homens, entre 18 e 25 anos) isso influencia na comunicação, concorda o neuresponderam questionários sobre a frequência rocientista Renato Sabbatini, da Unicamp. “A dessas conversas, os tópicos falados e como mulher usa os dois hemisférios para falar, os se sentiam. O tema mais conversado, tanto homens, um. Elas têm mais sensibilidade para entre os homens quanto entre as mulheres, foi detectar tons emocionais. Minha mulher sempre a aparência física do sexo oposto. diz: ‘Olha como ela fala, é falsa’, eu respondo que ela está imaginando coisas.” Desde que aprende Mulher é menos afirmativa, não é? a falar a menina já tem mais fluência verbal do É, segundo o trabalho da Universidade da Califórnia, publicado neste ano na “Psychology of que o menino. Mas, apesar de estudos comprovarem distinções Women Quarterly”. Os pesquisadores chegaram biológicas, muitos linguistas ponderam que a essa conclusão após a análise de 39 pesquisas, há poucas pesquisas comportamentais sobre envolvendo 3.502 pessoas. Foram consideradas o tema, o que torna mais difícil saber qual é o formas de linguagem não assertiva o uso de papel da natureza e o da cultura nas diferenças expressões de dúvida (“não tenho certeza”), de expressão entre os sexos. Para Eleonora indicadores de imprecisão (“acho”) e afirmaAlbano, linguista e pesquisadora da Unicamp, ções seguidas de pergunta (“não é?”). Para desde pequenas as meninas são incentivadas a Campbell Leaper, autor do estudo, a linguagem falar mais, e os meninos, a fazer atividades mo- menos assertiva não expressa necessariamente toras. “Meninas de dois anos contam histórias submissão, mas uma tentativa de envolver o para suas bonecas. Meninos não contariam para interlocutor na conversa. Quem fala mais, o macho ou a fêmea? seus carrinhos.” O pesquisador Luiz Paulo da Moita Lopes, Contrariando todos os estereótipos e da UFRJ, também defende que a influência o senso comum, pesquisas científicas cultural fala mais alto que a genética. “Sexo é mostram que não são elas as mais biológico, gênero é social. Nossa cultura espera falantes. Uma análise de 70 estudos algo do homem e da mulher diferente do espe- feitos para comparar a quantidade rado em outras culturas.” Nessa visão, são as de palavras usadas diariamente por expectativas e os papeis sociais que fazem das homens e mulheres, incluindo 4.385 mulheres as melhores ouvintes e dos homens pessoas, mostra que a verborragia masculina é maior. O trabalho, os mais assertivos. “A ideia de que homens falam de um jeito e mu- da Universidade da Califórnia, lheres de outro é muito engessada e excludente. foi publicado em 2007 na revista Acontece, mas muita gente fica fora do padrão”, da Sociedade de Psicologia Social diz a pesquisadora Ana Cristina Ostermann, da e Personalidade. Na melhor das Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). hipóteses, homens e mulheres falam a mesma quantidade: uma média de 16 mil Não quero brigar Biológica ou não, a diferença estudada por palavras por dia, segundo uma pesquisa Locke é reconhecida entre casais. A gerente de feita na Universidade do Texas, com 400 RH Marina Hóss, 27, se identifica com o que participantes ele diz. Ela diz que terminou um namoro por Entre iguais falhas de comunicação. O ex nunca dizia o que Como homens e mulheres se comportam o incomodava. “Eu perguntava, ele falava que quando conversam com pessoas do mesmo não ia dizer porque não queria brigar. Também sexo, segundo o linguista John Locke ELES deixava de falar coisas. No fim, quando falamos DIZEM Ei, seu Mané Homens gostam de tudo, não tinha mais jeito de consertar.” Marina se insultar. Entre amigos, é frequente o uso admite que ela quase sempre acha problema “carinhoso” de palavrões e xingamentos. “Ei, onde não tem, mas reclama que os homens mané, que barriga de chope é essa?”, “Olha fogem de qualquer tentativa de conversa. “Eles essa careca!”. Os insultos são acompanhados acham que a gente quer conversar para encher o de piadas e quase sempre encarados com hu-
mor Armas Homens utilizam as palavras como se fossem armas de um duelo sem confronto físico. A competitividade e a assertividade são essenciais para ganhar a disputa. Isso faz com que eles interrompam mais o diálogo. Mas mudam de tom e ficam menos eloquentes quando vão conquistar mulheres ELAS DIZEM Emoção na voz Imagine uma mulher dizendo: “Nossa, que horror essas rugas no seu rosto”. Quando dizem algo do tipo, em geral, procuram ser mais educadas. Elas também usam menos palavrões e põem mais emoção nos assuntos, com mais variações no tom de voz. Mulheres concordam mais com o que a outra pessoa diz. Elas usam mais expressões tipo “hum” e “ahãm”, incentivando a interlocutora a continuar a história. É como se ela assumisse o papel de coautora na narrativa
Mulheres desabafam, homens duelam
Estariam homens e mulheres condenados a falar línguas diferentes? Sim e não, diz o linguista John Locke. Para ele, a diferença pode motivar a cooperação e até facilitar a convivência. “O homem deve lembrar que, quando a mulher fala sobre sentimentos, ela pode estar só tentando compartilhar”, afirma. Elas não querem necessariamente duelar. Mas, quando falam, eles logo apresentam uma solução. Aí elas ficam bravas e eles também. “O problema não é os dois falarem línguas diferentes, mas acharem que estão falando a mesma”, diz a terapeuta familiar Lidia Aratangy, segundo quem desabafar é uma mania feminina. Mulheres começam mais brigas -70% das vezes são elas que acendem o estopim. “Fazem isso porque um relacionamento ruim é mais danoso para elas”, afirma Ailton Amélio, psicólogo e pesquisador da USP. Mas não precisa exagerar, como no caricato best-seller “Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus”. O autor passa o livro todo afirmando que os marcianos se escondem na caverna quando não querem falar. “A diferença não é ruim. Não é preciso ter medo do sexo oposto, pensar que está com um ET em casa. Ninguém sabe bem como lidar
com o outro, seja homem ou mulher, chefe ou parente.” As diferenças de comunicação ficam claras também no trabalho. As mulheres, na maioria, ainda tendem ao discurso mais pessoal e detalhista, segundo Zuca Palladino, gerente de recrutamento. “Homens são mais objetivos, mas muitas mulheres têm aprendido a ser mais diretas.” No trabalho, imitar a objetividade masculina até funciona, mas na vida privada nada parece resolver o abismo de linguagem. A maior dificuldade é dosar o que precisa ser esclarecido e o que pode passar batido, sem “DR”. “Nem tudo deve ser escondido ou escancarado”, ensina Amélio. “O que incomoda deve ser negociado de uma forma assertiva, que pode ser resumida em dizer o que se sente, de maneira polida e sem cobranças, em um bom momento.” Elas forçam o papo, eles usam o silêncio Pesquisa qualitativa feita na University of Northen Iowa (EUA) identificou que, entre os casais, a mulher é quem faz mais esforço para iniciar e manter a conversa. Já o homem é o responsável pela maioria das atitudes que terminam o diálogo. Entre essas, a mais praticada é a estratégia do silêncio: consiste em ficar calado, sem responder a perguntas diretas. Fim de papo. O estudo foi feito com sete casais que deixaram gravadores ligados nas áreas mais usadas de suas casas por dez dias. Depois, os participantes ouviram privadamente as gravações e deram sua opinião sobre o que funcionava ou não nos diálogos. Meninas abstratas, meninos concretos Homens querem exemplos concretos, mulheres são mais subjetivas. Isso tem a ver com diferentes formas de o cérebro processar a linguagem, segundo neurocientistas da Northwestern University, em Illinois (EUA). Usando imagens de ressonância magnética, eles observaram as áreas cerebrais ativadas em 62 crianças enquanto faziam exercícios com palavras. As meninas usaram mais as áreas de decodificação da linguagem. Já os meninos ativaram mais as áreas ligadas a funções visuais e auditivas, conforme as palavras eram escritas ou faladas. O estudo foi publicado no jornal “Neuropsychologia”, em 2008. foto: Eduardo Anizelli/folhapress
Retrato do casal Marina Hoss, 27, coordenadora de RH, e Alexandre Passos, 20, auxiliar administrativo
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Tecnologia
O amor está no ar
Apps de paquera viram hit na balada ao aproximar ‘boys’ e ‘girls’ em busca de relações casuais por Leonardo Luís/Folhapress
“Minha primeira opção é o ‘boy’ que está perto de mim”, diz Thales Coimbra, 21. “Uso mais por diversão. Não procuro nada sério”, afirma Mayara C.*, 22. Os dois são usuários de um serviço para smartphones que ganhou força no Brasil neste ano: os aplicativos de paquera com geolocalização. Esses apps, disponíveis para aparelhos com iOS, Android e BlackBerry, viraram hit na balada porque mostram na hora os desejos de quem circula por casas noturnas e bares. Em geral, são “boys” e “girls” em busca de um relacionamento casual. Funciona assim: o usuário baixa o app, informa nome, idade, sexo e alguns interesses e cria uma conta. Alguns aplicativos exigem foto. Depois, o programa faz uma varredura na área onde o usuário está e lista as pessoas com interesse similares naquela região. Mais perto “Não faz sentido eu, que vivo no Ipiranga, procurar alguém do Butantã. Tem que ser prático”, diz Thales Coimbra, que usa o Grindr (pronuncia-se “grainder”), app destinado ao público gay e que tem cerca de 3 milhões de inscritos no mundo (37 mil deles no Brasil). Ele conseguiu três encontros, “após incontáveis paqueras pelo Grindr”. “Um não correspondeu às expectativas, me senti enganado pelas fotos do cara. Outro eu adorei. Rolou química, e o papo fluiu, mesmo eu tendo que ir até o apartamento dele.” O terceiro, segundo ele, foi mais romântico. “Por causa da rotina, que não batia, só depois de meses nos encontramos. Almoçamos juntos, fomos tomar sorvete... Hoje nos falamos eventualmente.” Sem compromisso Mayara C.* usa o aplicativo OkCupid Locals há mais de um ano. Já encontrou duas pessoas. Apesar de ter como objetivo envolvimentos casuais, Mayara chegou a se relacionar por três meses com um homem que conheceu pelo app, mas não chegou a assumir compromisso. Flávio*, 33, usou dois aplicativos de paquera em bares da Vila Madalena: o Singles AroundMe (“solteiros ao meu redor”, em inglês), que tem cerca de 2.000 usuários no Brasil, e o Papoon, serviço nacional recém-lançado, com 11 mil cadastrados. Conseguiu, com o Papoon, dois encontros casuais com mulheres. “Foi bom para ajudar o começo do papo.” Com uma das mulheres, que segundo o Papoon estava a 2 km de distância dele, Flávio trocou mensagens pelo recurso de conversa do serviço durante um mês e meio. Paulo L.* também usou o Papoon na Vila Madalena. Quase teve sucesso, mas o gosto pelo futebol o distraiu da conversa que levava com uma mulher pelo aplicativo. Ele via no bar uma partida do Campeonato Brasileiro. “Deixei a garota falando sozinha. Depois ela não falou mais comigo.” O sobrenome foi omitido a pedido do entrevistado. Antigos sites de namoro se adaptam aos smartphones Serviços como eHarmony e OkCupid apresentam versões para celulares Estudo indica que usuários dessas redes de paquera já dedicam mais tempo aos apps do que às páginas na web
Para serviços antigos do ramo de romances on-line, a possibilidade que os aplicativos de paquera oferecem de juntar de forma instantânea pessoas que estão fisicamente próximas é uma oportunidade de expansão. Estudo da Flurry, empresa de análise de apps para aparelhos móveis, diz que usuários de serviços de paquera on-line já passam mais tempo usando apps do que navegando em sites do gênero. Em junho de 2010, a média de uso dos sites era de 8,4 minutos diários por usuário. A dos apps era de 3,7. Um ano depois, a média dos sites diminuiu para 8,3, e a dos apps aumentou para 8,4. Aproveitando a tendência, empresas antigas se adaptam às novas plataformas. A eHarmony criou no fim de 2010 o Jazzed, serviço com aplicativos para smartphone que tem geolocalizador. O OkCupid, um dos sites que mais crescem no ramo, lançou em agosto uma ferramenta de geolocalização para seus aplicativos de iOS e Android, o OkCupid Locals. Dinamismo Outra tendência nos serviços de paquera on-line é enxugar telas de registro. Em compensação, depois que já se registrou, o usuário tem que fornecer dados para desbloquear recursos. No OkCupid, o registro é rápido, mas quem quer destravar o geolocalizador precisa responder a 25 questões. Algumas testam até o raciocínio lógico do usuário. Para entrar no SpeedDate, não é preciso nem inserir foto no perfil. No entanto, a foto é requisito para o usuário ver mensagens que recebeu. A facilidade de registro se torna um inconveniente, em alguns casos. O estudante Thales Coimbra, que usa o Grindr, reclama da chance de omitir dados. “Dá aval para que usuários incluam fotos sem o rosto e façam abordagens vexatórias. Isso me faz desanimar de usá-lo.”
Aplicativos nacionais ainda são raridade
A maioria dos apps de paquera disponíveis para smartphones é estrangeira e, em alguns casos, não tem versão em português. E a alternativa, aplicativos brasileiros desse tipo, ainda é bastante limitada. Daniel Santos, fundador do Papoon, lançado há um mês, divulga o produto como “o primeiro clube de proximidade do Brasil”. A interface enfatiza a geo-localização. Logo na página inicial, o usuário vê fotos de quem está perto e a que distância essas pessoas estão. Santos diz que teve a ideia do serviço ao ligar o Bluetooth do celular em um restaurante: “Apareceram na tela números das pessoas que estavam perto de mim. Achei interessante e pensei: ‘Seria legal se cada número desses fosse transformado num perfil sucinto’”, conta. Em 2012, o Papoon deve ganhar a concorrência de um antigo serviço on-line de romances, o ParPerfeito. “Deve ser lançado em fevereiro ou março”, diz Claudio Gandelman, presidente do ParPerfeito, sobre o aplicativo em gestação.
Foto: folhapress
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veículos e variedades
Caderno
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Invista no hall, o cartão de visitas da casa Um espaço bem planejado é fundamental para receber os convidados em grande estilo Se a primeira impressão é mesmo a que fica, então é importante caprichar no hall de sua casa ou apartamento para encantar os visitantes. Para acertar no projeto, fique atento às características do espaço. Se o local apresentar medidas reduzidas, a dica é investir em um sistema de iluminação adequado, em cores claras e na instalação de espelhos nas paredes, pois proporcionam sensação de amplitude. Valendo-se das mesmas premissas, você pode ir além e desenvolver dentro de um pequeno espaço, um local que desperte a atenção daqueles que chegam à residência. O piso e teto podem ter a mesma paginação – mármore branco com detalhes do mesmo material na cor cinza – coloque um quadro vermelho para quebrar a predominância dessas tonalidades e crie a sensação de profundidade. No hall de elevador, instale um espelho nas paredes, e ilumine-as com mangueiras de luz camufladas pelo gesso. Espaços grandes convidam a ousadias Se a área do hall for ampla o número de possibilidades triplica. É possível colocar arandelas, aplicar papéis de parede e utilizar o mesmo piso que reveste a sala, por exemplo, para não delimitar a área. Outra possibilidade é utilizar as novas texturas disponibilizadas pelos fabricantes de tintas. São incríveis! Acerte na decoração Quanto à decoração, um móvel com a cara do ambiente é sempre uma boa pedida. É possível usar aparadores, chapeleira, espelho de piso e
ganchos para casacos, pois além de decorativos, agregam funcionalidade e sofisticação. A escolha de acessórios e mobiliários dependerá da arquitetura proposta para a casa e do estilo do morador. Vá a uma loja e explique a finalidade da peça, fale sobre o espaço disponível e solicite indicações de cores. Dá muito certo! Para não errar no projeto, as cores claras da pintura e dos revestimentos (porcelanatos ou laminados e rodapés claros, ajudam a satisfazer o desejo que normalmente é: o hall sintetize o restante da casa. Móveis e acessórios imprimem a personalidade de cada morador ou da família. A iluminação também pode fazer diferença, principalmente se aliada a detalhes brilhantes e espelhos.
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Almofada de crochê Quem acompanha a nossa coluna já sabe: aqui sempre tem uma idéia artesanal para ser colocada em prática sem muita dificuldade. Gostamos de compartilhar técnicas simples e contagiar as pessoas a tentarem fazer algo com as próprias mãos. Sabe aquela agitação ou ansiedade que pode chegar depois de um dia estressante? Pois é, você pode se beneficiar muito se parar um pouquinho e se entregar à execução de trabalho manual. Veja o que mais lhe chama a atenção e permita-se brincar por algum tempo com agulhas, pincéis, lãs, linhas, tintas, tecidos ou tesouras. Não tenha medo de errar, pois faz parte! Abra a cabeça e tenha certeza que cada tentativa virá acompanhada de aprendizados importantes. Para quem já domina os pontos básicos do crochê, que tal fazer esse modelo de almofada? Escolha linhas ou lãs com cores combinando entre si. Siga os pontos conforme o gráfico e obtenha duas partes: uma com a flor e a outra lisa. Una essas duas partes, uma sobre a outra, deixando uma pequena abertura e reserve. Faça uma capa com um tecido a sua escolha, encha com manta acrílica desfiada e coloque por dentro da capa de crochê. Feche a abertura com pequenos botões.
Pronto! Uma linda almofada artesanal que pode ser usada na sua sala ou quarto. E de quebra, sinta a satisfação de poder dizer para todo mundo que foi feita por você! Ainda não sabe fazer crochê? Não tem problema. Aproveite e venha aprender com a gente! As turmas dos cursos de crochê, tricô, bordados, patchwork estão com as inscrições abertas. Ligue em nossa loja e saiba como participar. Gostou da nossa ideia de hoje? Quer nos dar alguma sugestão para as próximas matérias?
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Prepare o jardim para o verão
Crie espaços de sombra fresca junto à natureza para aproveitar melhor o calor O verão chegou já faz um tempinho, e as altas temperaturas atraem as pessoas para os ambientes ao ar livre. Áreas vegetadas ajudam a amenizar o calor intenso. Por isso, os jardins ganham mais uso e maior importância nessa época. Sendo assim, prepare seu jardim para a temporada mais esperada do ano. Lounges externos sob gostosas sombras de árvores ou pergolados, bangalôs com futons entre cortinas, gazebos para meditação são alguns dos ambientes que podem ser criados para curtir o verão junto à natureza. Aproveite o período para mudar de ambiente e trabalhar no jardim, utilizando o celular e a tecnologia Wi-Fi. Ali também se pode praticar o ócio criativo, num lugar fresco, calmo e agradável, ouvindo o canto dos pássaros, o farfalhar da vegetação e o barulhinho gostoso da água da fonte ou da cascata. Faça a poda certa Como todos sabem, a poda é o melhor método para manter suas plantas num tamanho razoável, elegantes e saudáveis. Toda poda é utilizada para alguma finalidade e cada qual possui uma técnica diferente. Com tesouras de pontas finas é possível alcançar áreas de acesso mais difícil em arbustos e cercas vivas, mas para hastes lenhosas é essencial usar uma tesoura de poda adequada, para não “mastigar” os caules. Mas, antes de iniciar a poda, é fundamental certificar-se que as ferramentas que serão utilizadas estejam bem afiadas e limpas. Afinal, um corte “mastigado” leva mais tempo para cicatrizar, expondo a planta às doenças. Já para podar folhas mortas, o ideal é fazer um corte limpo, na extremidade do pecíolo, exatamente onde a haste da folha
encontra o ramo. No caso da grama, jamais a apare quando estiver molhada e verifique se as facas do cortador estão afiadas. Caso contrário, as folhas serão “mastigadas”, permitindo a ocorrência de doenças. Podas educativas (aquelas que dirigem o crescimento das folhagens) só são indicadas para cercas vivas. Nas demais, o ideal é fazer apenas uma poda de limpeza, retirando folhas amareladas e galhos secos para favorecer a penetração dos raios solares entre os galhos. Fonte: IG-SP
Entre em contato conosco pelo email casaodinete@hotmail.com ou pelo fone 4033-9955. E só para relembrar, estamos com a loja totalmente abastecida com materiais necessários para a volta às aulas da garotada. Traga sua lista para fazermos o orçamento. Venha e comprove que aqui tem variedade e muita economia! Um grande abraço e muita criatividade para todos nós! Márcia Lima Palamim Casa Odinete
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Carnaval 2012 O Carnaval é uma explosão de alegria. Durante 5 dias, o País transforma-se num espetáculo de luzes, sons, ritmos e cores, apresentando a maior manifestação popular do planeta. Os trios elétrico na Bahia, o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo, o frevo em Pernambuco e a alegria contagiante desta festa manifestam-se nas ruas, nos clubes, nos hotéis, nas praias e nos rostos, do Norte ao Sul do País. O Carnaval é o registro único da mistura que forma a cultura brasileira. O carnaval é uma vivencia cotidiana para os brasileiros, atinge todas as classes sociais e, justamente por ser tão próximo e tão cotidiano, o carnaval apresenta tamanho fascínio, fazendo parte de nossa identidade. Esta festa brasileira de tamanha grandeza, ganha até o traço maior de identidade fazendo do Brasil “O País do Carnaval” dividind este título com outra paixão nacional, o futebol. E toda essa comemoração não é diferente em nossa região por isso segue algumas dicas para que quer se divertir sem precisar ir muito longe. Temos grandes atrativos em nossa cidade e região o que falta mesmo é colocar na “prateleira” nossos produtos. Bragança Paulista - Carnaval para toda família no Carna-Praça. Acontece na Praça Central da cidade dos dias 18, a 21 de fevereiro a partir das 15:00hs.
Ainda em Bragança o desfile do melhor carnaval do interior Paulista todas as noites na Passarela Chico Zamper a programação está disponível no site: www.culturaeturismobp.com Atibaia – Desfiles das escolas de samba no centro de convenções e também Folia com Bonecões. Criados para representar personagens tradicionais da história da cidade, os bonecões feitos em papel machê, desfilam no centro da cidade na parte da tarde durante os dias de Carnaval. Acompanhados por uma banda que só toca marchinhas. O desfile termina na praça da Matriz, quando a banda começa a tocar no coreto. São Luiz do Paraitinga – Reconstruída depois das enchentes de 2009 que destruíram parte da cidade, a tradicional festa terá em média, 16 horas de programação nos dias de folia: são 2 palcos, 8 bandas de marchinhas, 29 blocos e 16 shows, dissipados em apresentações no Mercado Municipal, desfile de fantasias e blocos infantis, alternativa para as famílias curtirem o evento. O Carnaval de São Luiz do Paraitinga chega aos dias de hoje consagrado como um dos melhores do Estado de São Paulo e dito por muitos como o quinto do Brasil. Vale sempre lembrar: Não se esqueçam da hidratação diária para suportar todos dias de festa e tenham todos um excelente carnaval. Vanessa Nogueira
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Uma mudança no ar-condicionado pode diminuir a sonolência; veja outras dicas Sabe aquele dia em que nem as recomendadas oito horas de sono são suficientes para tirar a sensação de cansaço? Preste atenção ao ar-condicionado. A “culpa” da sonolência pode estar na regulagem do aparelho. Esta e outras formas de ajustar o ambiente para melhorar o bem-estar são foco de estudos de pesquisadores das mais variadas áreas. O engenheiro Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, cita, por exemplo, que os umidificadores poderiam amenizar a emissão de CO2 (dióxido de carbono) do ar-condicionado, tão influentes no sono que não passa. Ana Maria Malik, doutora em medicina preventiva, acrescenta que o mobiliário do escritório adequado é chave para evitar as tendinites e as dores nas costas. Até uma limpeza nos cantinhos da sala podem diminuir a incidência de dores de garganta ou infecções. O vilão ar-condicionado Uma pesquisa publicada no Caderno de Saúde Pública de São Paulo, feita com 796 funcionários que trabalhavam em edifícios com ventilação artificial e com 204 que atuavam em locais com circulação natural de ar evidenciou o quanto o ar-condicionado é prejudicial. Na comparação de resultados entre um grupo e outro, o primeiro pontuou mais em 15 dos 22 sintomas analisados. Os significantemente maiores podem ser agrupados em gerais (dor de cabeça, fadiga, sonolência, fraqueza, tontura e enjôo) e sintomas relacionados à irritação da membrana mucosa (irritação ocular, nasal e da garganta, resfriado, dificuldade respiratória e para dar foco à visão). As pessoas, em especial as mulheres, reclamam muito da temperatura do ar-condicionado (que de fato não pode ser menor do que 22ºC), mas esquecem que o frescor não pode ser a única preocupação. “Com o aparelho, aumenta muito a emissão de CO2, responsável por mais sonolência, fadiga e enjôo”, afirma Marcelo Takaoka. Uma dica para amenizar o efeito é usar umi-
dificadores. Quando a umidade relativa do ar está adequada – maior do que 60% – estas conseqüências do CO2 são amenizadas. Os móveis e as dores As dores constantes nas pernas e nas costas podem ter origem na cadeira, que não foi regulada adequadamente para a altura de quem a usa. O mesmo vale para a postura e para o alinhamento do computador. O desajuste neste caso pode resultar em dores no pulso, nos braços e torcicolo. O assunto não é novo, a doença já tem nome (chamada de LER e DORT) e pode ter como solução a escolha do mobiliário adequado. “A ergonomia dos móveis é uma das formas de adequar o ambiente ao bem-estar do trabalhador”, diz Ana Maria Malik, doutora em medicina preventiva e fundadora da Sociedade Latino Americana de Qualidade em Saúde, durante a apresentação da pesquisa Índex, sobre o bem-estar do brasileiro. Os fungos e as crises respiratórias Outro ponto citado pelos especialistas como influentes no bem-estar são os fungos. As manchas esverdeadas, normalmente localizadas no teto, não são apenas uma ofensa estética. A literatura científica já relaciona os bolores como responsáveis por nariz entupido, espirros, irritação na garganta e tosse que não passa. Por isso a orientação é fazer uma boa faxina para acabar com eles. Tintas e lâmpadas Por fim, o especialista Marcelo Takaoka acrescenta que as tintas e as lâmpadas como fundamentais para o bem-estar no ambiente. Um local mal iluminado pode trazer dor de cabeça e enjôo, por exemplo. “É importante atenção também às tintas utilizadas. Algumas, principalmente as mais antigas, soltam componentes orgânicos voláteis (COV) que são prejudiciais à saúde”, afirma. Segundo os arquivos da Universidade de Londrina, os COVs podem desencadear crises respiratórias e também contêm componentes cancerígenos. A orientação é usar tintas certificadas, livres destas substâncias.Fonte:IG-SP
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7 erros na hora de ganhar espaço informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite
Saiba quais soluções trazem a indesejada sensação de “aperto” aos ambientes e fuja delas Muitas vezes, ao tentar deixar a casa mais bonita e com a nossa cara, acabamos cometendo alguns pecados em relação ao espaço. Móveis muito grandes, tecidos pesados e falta de planejamento do todo são apenas alguns dos itens que podem comprometer a circulação e dar a sensação de que a casa é menor do que parece. 1- Overdose de móveis - Encher a casa de móveis e itens decorativos atrapalha a circulação, polui o ambiente e interfere principalmente nos espaços pequenos. 2- Peças fora de proporção - Tapetes, sofás e mesas não podem ser comprados aleatoriamente. Peças desproporcionais ao tamanho do ambiente podem tomar muito espaço e dar a sensação de que a casa encolheu. 3- Pouca luminosidade - A regra de moda que diz que o preto emagrece, também vale para a casa. Mas, nesse caso, vale para a falta de luz em geral. Ambientes escuros tendem a parecer menores e mais abafados. Não investir em recursos como luzes embutidas e indiretas podem afetar a ideia de espaço maior.
4- Cores escuras - O princípio aqui é o mesmo da luz, quanto maior luminosidade você traz para dentro de casa, maior será sua sensação de espaço livre. Aposte em cores claras nas paredes, nos pisos e nos móveis. Para dar um toque de modernidade e vivacidade aposte em de talhes coloridos (almofadas, abajures, pufes) ou escolha uma parede para pintar com cores quentes (como vermelho, amarelo e laranja). 5 - Ambientes fechados - Divisórias altas, como biombos, estantes e paredes tendem a fragmentar a casa e criar cantos inúteis. Integrar os espaços tende a ajudar na circulação e na funcionalidade da casa. 6- Falta de planejamento - Pensar na casa como um todo, projetando a melhor utilização de casa espaço – inclusive com a criação de nichos – ajuda a não desperdiçar nenhum centímetro útil do imóvel. 7- Não investir em móveis planejados -Feitos na medida certa para ocupar todo e qualquer espaço útil que você tiver, os móveis feitos sob medida ainda podem trazer soluções inteligentes para ajudar na organização do dia a dia, como gavetas debaixo da cama e armários embutidos. Fonte: IG-SP
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Limpeza ecológica com vinagre O vinagre de vinho branco dissolve sujeiras variadas e resíduos de detergente e sabonete. Pode ser usado diluído em água ou puro, para limpezas mais difíceis. Não irrita a pele e não agride o meio ambiente. Lacear sapatos apertados Passe muito creme hidratante ou condicionador de cabelos dentro do sapato e encha com jornal. Deixe de um dia para o outro. Você pode também calçar os sapatos, ao invés de usar jornal. O couro vai absorver o creme e vai ficar com o formato dos seus pés. Água para Lençóis 100 ml de essência (sugestões: Chocolate, Pitanga, Grape fruit, Limão, Menta, Maçã Verde). 700 ml de água mineral 200 ml de álcool de cereais Gotas de corante para água Frasco grande para misturar Frascos pet com gatilho spray Modo de fazer:
Adicione todos os ingredientes no frasco grande, misture bem, e em seguida fracione em frascos menores. A utilização é simples: basta borrifar poucas vezes (no máximo seis borrifadas) sobre a cama depois de arrumada ou uma borrifada na roupa ao passar. O resultado é imediato e faz com que o simples ato de se deitar na cama ou abrir um armário de roupas, transforme-se em uma agradável experiência olfativa. Para obter uma água de passar com maior qualidade, deixe macerar mais a essência. O processo é simples: deixe os frascos por cerca de 18 horas dentro de um armário escuro. Após isso, retire do armário e deixe o frasco aberto por 6 horas. Isso faz com que o álcool evapore e fortaleça o aroma. Aromatizador de armários 500 g de sagu 100 ml de álcool de cereais Essência de sua preferência Modo de Preparo: Misture tudo e deixe descansar por 30 minutos, ou até o sagu sugar todo o líquido. Faça trouxinhas com quadradinhos de voil, arremate com um laço e espalhe pelas gavetas e guarda-roupas.
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Custo/benefício e ar moderno são maiores argumentos da versão duas portas do Uno Vivace 1.0 por/AUTO PRESS
O lançamento do Uno duas portas, em fevereiro de 2011, representou um grande salto para a Fiat. A marca acertou em cheio um mercado de cerca de 520 mil unidades anuais, representativos 20% do segmento dos hatches compactos no Brasil. O apelo é para o bolso dos compradores. A versão de duas portas representa uma economia de R$ 1.830, quase 7% sobre o modelo Vivace 1.0 de quatro portas – e é vendida por R$ 26.650. Dinheiro importante para orçamentos apertados e principalmente, em aquisições para frotas, grandes compradoras destes carrinhos. Além do preço menor, os frotistas procuram essas versões para tentar reduzir o uso social de seus carros, enquanto o público em geral vê as duas portas como sinal de esportividade. Ou, simplesmente, não precisa das portas extras. A versão de duas portas foi estendida a toda a linha, e aproximou ainda mais os preços de Uno e Palio Fire. Equipada com o motor 1.0 8V, a Vivace duas portas se insere num nicho cada vez menor no Brasil. Hoje povoado apenas por compactos de entrada, como Palio Fire, Chevrolet Celta, Renault Clio, Ford Ka e pelo defasado Gol Geração 4, além do Volkswagen Fox, que mantém a opção pelas duas portas em toda a linha, e ainda o Peugeot 207, a versão atende a um público geralmente restrito a variantes “depenadas” de modelos antigos. Mas a Fiat aposta alto no segmento. Tanto que hoje a variante de duas portas corresponde por 25% da produção da versão Vivace e 20% de todos os Uno feitos. Na gama Gol G4 e Fox, os duas portas correspondem por cerca de 20% dos compactos vendidos. Na Peugeot, apenas a versão mais simples do 207, a XR 1.4, pode vir com duas portas, e ainda assim representa cerca de 11% das vendas. O fator novidade foi crucial para o sucesso do modelo da Fiat, além de poder ser comprado em configurações superiores às comumente selecionadas pelas empresas. De série, apenas o essencial, como dois encostos de cabeça traseiros, terceira luz de freio, banco traseiro reclinável e o econômetro – que nada mais é que um medidor de consumo econômico –, que ajuda o motorista a manter o propulsor na faixa de maior economia, ainda que um conta-giros fosse mais eficiente. Há opção de equipá-lo com airbags, freios ABS, sistema de som, e até mesmo “personalizar” o visual do carro, com uma série de adesivos decorativos vendidos nas concessionárias tal qual as versões quatro portas, tradicionalmente mais procuradas. É pouco, mas representa atenção ao comprador desse segmento. Ainda que o Uno deixe óbvia a proposta de ser um carro barato e simples.
FotoS: divulgação
A configuração tradicional – motor 1.0 8V Flex de 75 cv e 9,9 kgfm com etanol rebatizado de Evo pela Fiat, após sofrer modificações internas para reduzir o atrito entre as peças e assim, diminuir o consumo – empresta ao Uno aquele ar de “mais do mesmo”. Principalmente quando comparado ao rival Palio Fire, que custa cerca de R$ 1 mil a menos. Mas o visual moderno marca a diferença a favor do modelo. As portas ausentes não interferiram nas linhas e nem empobrecem o carro. Apesar do motor 1.0 e do acabamento simples, o Uno Vivace duas portas acaba se mostrando a opção mais atual e rentável desse espremido segmento.
Ponto a ponto
Desempenho – O 1.0 8V gira solto e parece gostar de rotações mais elevadas, mas não há milagre que faça o propulsor entregar um desempenho que surpreenda. O motorzinho bem que se esforça, mas o Uno acaba se mostrando um carro lento e, por isso, cansativo. Se na cidade ele já sente a falta de fôlego, na estrada pede paciência e muito espaço para ultrapassagens. Parece entregar menos que os 75 cv indicados com etanol – arranca de zero a 100 km/h em 16,8 segundos de acordo com a Fiat. Manter velocidades acima de 110 km/h em rodovias é um trabalho inglório. Nota 5. Estabilidade – Com tradicionais arranjos de suspensão, o carrinho se comporta bem e não assusta o motorista. As saídas de frente em curvas de alta velocidade são facilmente contornáveis. Mas quando alguém consegue levá-lo acima de 130 km/h, o Uno começa a flutuar e transmitir insegurança. O ABS também entra em ação cedo demais nas frenagens mais bruscas, pois a transferência de peso para a frente é muito abrupta. Nota 7. Interatividade – Os comandos são leves e estão à mão do motorista. Mesmo no console central, os botões dos vidros elétricos são fáceis de usar e possuem função um-toque. O porta-luvas é pequeno, assim como os nichos das portas. Ao menos, o ajuste de altura do banco facilita encontrar uma posição de dirigir confortável. A visibilidade é boa para todos os lados – apenas atrás, culpa das colunas largas, a visão é um pouco comprometida. O painel possui somente um “econômetro”, que ajuda a manter o propulsor na zona de maior economia. Um conta-giros seria mais útil. Nota 6. Consumo – O motor deu conta de rodar mais de 8 km/l com etanol em percurso estritamente urbano. Segundo o InMetro, a versão Vivace 1.0 roda 8,3 km/l na cidade, e 12,3 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Nota 7. Conforto – É complicado exigir muito de um modelo de entrada. O Uno até entrega algum conforto, mas denuncia seu baixo custo no
Fiat Uno Vivace 2 Portas
isolamento acústico eficiente apenas até a casa dos 100 km/h. Atrás, as formas quadradas da carroceria privilegiam o espaço para a cabeça dos ocupantes, mas um terceiro passageiro adulto transformará o banco traseiro em ringue de MMA. A suspensão macia contribui para o rodar agradável. Nota 8. Tecnologia – Nada a destacar. Airbags frontais e freios com ABS são opcionais e há ainda o sistema de som Connect – também opcional –, que inclui uma entrada USB e conexão para iPods. Nota 6. Habitabilidade – Apesar de o espaço interno do Uno ser limitado, existe uma mínima preocupação da Fiat em priorizar a vida a bordo. O acesso é facilitado pelo ângulo de abertura das portas, mas a versão de entrada mantém os tecidos mais simples e não oferece muitas opções. Nota 6. Acabamento – Apenas condizente com uma versão básica. O painel tem plástico simples e algumas rebarbas visíveis. Ao menos, nada parece fazer barulho graças aos encaixes bem feitos. Há possibilidade de personalização da parte plástica no alto do painel, que pode ganhar estampas e cores chamativas. Nota 7. Design – O maior chamariz do Uno é o visual. O carrinho lembra muito o Panda europeu e dá um ar de modernidade ao segmento. As formas quadradas de arestas arredondadas ainda chama atenção, especialmente em cores berrantes. Nota 9. Custo/Benefício – A Fiat cobra R$ 26.650 pelo Uno Vivace sem opcionais. A unidade testada era equipada com direção hidráulica, vidros e travas elétricas, sistema de som, além dos simpáticos adesivos para a carroceria, o que elevam o preço para R$ 30.060. Completo, com ar-condicionado, airbags frontais e freios ABS, o modelo encosta nos R$ 35 mil. Um Renault Clio com o mesmo nível de equipamentos – exceto airbags e ABS – fica em R$ 30.200, mesmo patamar do Chevrolet Celta, que sai por R$ 30.700. O Gol “G4” vai a R$ 31.760, enquanto o Palio Fire chega aos R$ 32.413 já com os equipamentos de segurança. Nota 7. Total – O Fiat Uno Vivace 1.0 8V somou 68 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Alma zen O Uno é um carro agradável de conviver. O interior bem arejado – ajuda das grandes janelas – e o bom aproveitamento do espaço interno fazem do compacto um modelo simples, prático e eficiente para o dia a dia das grandes cidades. A posição de dirigir é boa, ainda que os bancos mereçam uma espuma mais densa – a atual cansa o corpo em viagens mais longas. Mesmo com duas portas, o acesso é facilitado pelo sistema que faz os bancos dianteiros correrem para frente quando rebatidos, ampliando o vão de entrada para os assentos de trás. O acabamento também deixa um pouco a desejar. Apesar de bem desenhado, o painel tem plástico simples demais e até algumas rebarbas aparentes. Entretanto, é mesmo na hora de viajar que surge o maior problema. O modelo se ressente da falta de um motor mais esperto. Ele até acelera macio, mas não entrega muita força e torna o Uno algo moroso, mesmo na cidade. O rendimento só não foi pior porque a unidade testada não possuía ar-condicionado, responsável por refrescar o ambiente e roubar mais alguns cavalos do motor. O câmbio – de engates fáceis e precisos – é bem escalonado, com marchas mais longas, que tentam privilegiar a economia de combustível e manter as rotações mais baixas em velocidades de cruzeiro – ainda que não muito elevadas – na estrada. A suspensão é bem acertada e se, não dá show de estabilidade, também não assusta o motorista. Além disso, passa confiança para encarar a buraqueira das ruas e estradas brasileiras sem reclamar. O comportamento dinâmico lembra muito a primeira geração do Palio, com a frente algo chacoalhante em pavimentos ruins, culpa da carga exagerada dos amortecedores dianteiros. Mas, no geral, o comportamento é bem neutro em curvas tanto de alta, quanto de baixas velocidades. Mesmo com qualidades louváveis, como o desenho que foge do lugar-comum entre os modelos de entrada e o interior bem resolvido, o Uno Vivace padece com um motor fraco demais, mesmo para o segmento. O desempenho decepcionante acaba ofuscando o bom conjunto oferecido pela versão.
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Veículos
Fetiche por Augusto Paladino/AUTO PRESS
OMustangsempre foi um esportivo em sua essência. Mas na linha 2013, a Ford resolveu lançar um equipamento eletrônico que ajuda o motorista a verificar o desempenho que consegue arrancar do seu carro. É o que a marca norte-americana chama de Track Apps, algo como aplicativo para pistas de corrida. Na prática, se trata de uma tela que fica no quadro de instrumentos que mostra dados como tempo de aceleração de zero a 100 km/h, zero a 160 km/h, tempo necessário para percorrer um oitavo de milha e um quarto de milha, além do desempenho do freio e de quanta força G está sendo aplicada no carro. De acordo com a Ford, esses dados são quase impossíveis de serem medidos com precisão com um aparelho de mão.
Foto: Divulgação
Ford Mustang GT 2013
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Veículos
Preferência por/AUTO PRESS
O Brasil ainda aguarda a chegada da linha DS da Citroën com o DS3, mas os argentinos vão encontrar o DS4 nas concessionárias a partir de março. Mais: o DS3 já roda por lá desde o segundo trimestre de 2011. O DS4 será oferecido aos vizinhos em versão única de acabamento e com o conhecido motor 1.6 THP, calibrado para 153 cv de potência. A previsão da marca francesa é vender 600 unidades do modelo já no primeiro ano de vendas. Os preços ainda não foram divulgados.
Foto: Divulgação
Citroen DS4
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