Braganรงa Paulista
Sexta 02 Marรงo 2012
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jornal do meio
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para pensar
Jornal do Meio 628 Sexta 02 • Março • 2012
Expediente
Catástrofes, destruições e vida.
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Mons. Giovanni Barrese
Catástrofes naturais ou causadas pelo ser humano não nos são desconhecidas. Diante delas as reações vão do horror, da revolta até ao conformismo do “Deus quis assim”. Diante das forças da natureza ou de desgraças geradas pela má administração humana as reações são múltiplas. Sempre achando que aconteceram por algum castigo (o mais comum na alma do povo), descuido e mau uso da natureza (o menos comum nas avaliações). Parece que o pensar milenar da “ira divina” é o justificador menos dolorido a se encontrar. Gostaria de oferecer uma reflexão sobre o assunto a partir da narrativa do dilúvio (Gênesis 6,5-9,17) e o início do Evangelho de Marcos (1,12-15). Estabelecendo um paralelo que ajude, à luz da fé dos cristãos, qual é o modo de agir de Deus e qual deve ser o nosso. Suponho que a narrativa do dilúvio não seja desconhecida. Essa narrativa faz parte de tantas outras mais ou menos com os mesmos parâmetros: erros
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humanos-ira divina-castigo-reconstrução. Uma das mais famosas é o poema babilônico de Gilgamesh. Provavelmente a fonte mais próxima que colaborou para o relato bíblico. O que foi o dilúvio? Com toda probabilidade uma grande enchente na região da Mesopotâmia. O mundo conhecido, à época, não ia muito mais longe do que os limites daquelas nações. Essa enchente fez grande estrago. A narrativa bíblica viu um castigo porque as obras dos homens criados por Deus eram más. Deus se arrependeu de tê-los criado. Resolver acabar com o mal pela raiz. Preservou, contudo a Noé, homem justo, e seus familiares (oito pessoas). Mais um casal de cada ser vivo existente. Chovendo quarenta dias (tempo enorme) tudo acabou. Menos a arca. Passadas as chuvas a vida renasce dos poucos que foram preservados. Aqui vai uma breve interrupção: fica embutida a ideia de que Deus pode do nada fazer tudo: os poucos sobreviventes, porque tementes a Deus,
deram a si e ao resto do criado a possibilidade de reviver! Não fica indicado que do jeito que as coisas estão hoje também será possível superar o dilúvio do descaso com a natureza, com a desvalorização da vida, das guerras, etc.? A linguagem divina é tão fácil de compreender! Por que somos tão cegos e surdos? O desejo de que a vida se perpetue fica explícito na bela figura do arco íris. Visto como arco com que os deuses mandavam suas flechas sobre a humanidade (raios e trovões) O Deus do povo eleito o transforma em sinal de aliança perene! A perspectiva do Gênesis encontra sua realização no Cristo que tentado no deserto, conforme a narrativa bem sucinta de Marcos, convive com animais selvagens e é servido por anjos. A tradição rabínica, fundada especialmente em Isaías, fala que a presença do Messias traria de volta a harmonia inicial da criação (onde os animais viviam em paz com os humanos e entre si. Os anjos serviam. Com o pecado os anjos expulsaram os
homens do Paraíso). A tentação dos quarenta dias (tentação da vida inteira) vivida por Jesus era afastar-se do projeto divino da Salvação. Jesus foi tentado por muitos, também pelos mais próximos, a assumir figura do detentor do poder (e os próximos ficavam na espera da sua parte!). Sabe-se que o desejo do poder está fincado em duas raízes: ganância e corrupção. O desejo do sempre mais só acontece se houver quem ofereça colaboração. A ganância gera busca de descaminhos. O Senhor mostra que a não aceitação desse tipo de “autoridade” é que possibilitará a Redenção e o começo de um mundo novo. Por isso a afirmação “O reino está próximo”, isto é, o mundo novo já chegou! É preciso “converter-se”, mudar a rota e, crendo Nele e na sua palavra, fazer com que se concretize. Temos que ter clareza que Deus nos criou para a vida e não para a morte. Que a destruição da vida não é projeto divino. Cabe a nós fazer com que até as catástrofes naturais possam ser controladas
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
e, causando dano, tenham imediata resposta da solidariedade. Neste sentido há ainda muito a fazer: quem de nós ignora que há gente que se aproveita das enchentes para, por exemplo, para roubar domicílios e casas comerciais? Que doações são desviadas? Que medidas saneadoras levam uma eternidade para serem implementadas? Que por causa da corrupção a burocracia se torna cada vez mais complicadora e torna as soluções quase impossíveis? Reafirmemos nossa certeza que a Criação é como que um extravasamento do amor que Deus tem pelos seus filhos. Compete a nós preservar esse amor!
casa & reforma
Jornal do Meio 628 Sexta 02 • Março • 2012
Esquadria
sem fumaça
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Norma técnica de qualidade é atualizada e amplia informações sobre desempenho para o consumidor
por CAROLINE PELLEGRINO/Folhapress
As esquadrias (conjuntos que formam portas e janelas, com batentes e folhas) são essenciais para evitar umidade e vazamentos nos imóveis. Na hora de optar por um modelo, o comprador em geral se guia pela aparência e pelo preço, esquecendo-se dos padrões de desempenho. Segundo o diretor industrial da fabricante Triel, Harry Wottrich, há no mercado muitos produtos que não seguem as especificações da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). “Muitos consumidores não reclamam, pois acham normal entrar água e barulho.” Para ajudar na escolha, a ABNT publicou neste ano a atualização da norma NBR 10.821, que amplia a quantidade de especificações de esquadrias para edificações de até 30 pavimentos, contemplando obras mais simples. Tudo na etiqueta Tanto esquadrias padronizadas de fábrica
como as especiais, feitas por encomenda, devem seguir as regras. A ABNT recomenda que as esquadrias tenham suas especificações em uma etiqueta fixada na embalagem. As informações se referem a tipologia (janela ou porta de correr ou deslizar), dimensões em milímetros, classificação técnica (quantidade máxima de pavimentos da edificação) e região do país, entre outras características. “A informação na etiqueta quanto à resistência às operações de manuseio se refere a situações como movimentar a janela”, exemplifica o gerente do Programa Setorial de Qualidades da Afeal (Associação dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio), Edson Fernandes. A pressão do vento é definida em função da região do país e do número de pavimentos da edificação. É indicado ainda nível de desempenho “”M (mínimo), I (intermediário) e S (superior)””, considerando permeabilidade ao ar. Esquadrias que não seguem os padrõe s permitem a entrada da água, que mancha
a pintura e danifica eletrodomésticos, e do vento (com som de assovio). A segurança dos usuários também está em jogo. “Quando alguém senta no peitoril para limpar a esquadria, ela tem de resistir”, diz Fabíola Rago, engenheira e coordenadora do grupo de trabalho da revisão da norma. A eficiência passa também pelo modo de uso. “Uma esquadria de ótima qualidade, mas armazenada em más condições [sobre superfícies úmidas e irregulares, sujeita a sol e chuva] ou instalada incorretamente [fora de esquadro, sem fixação e sem vedação com a alvenaria], pode apresentar problemas como infiltração”, cita Rago. Vida média é de 20 anos e varia com material A vida média de uma esquadria é de 20 anos, mas esse tempo varia de acordo com o material. No caso de deterioração, a recomendação é trocar a peça. As esquadrias são de madeira, alumínio, aço ou PVC. “Vem crescendo o uso de
Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress
A designer de interiores Fernanda Warde, 38, posa para foto em São Paulo (SP)
esquadrias de alumínio; as de madeira são as menos procuradas”, conta Gildo Favareto, diretor comercial da loja de materiais Dicico. A designer de interiores Fernanda Warde ajudou um cliente a escolher a esquadria ideal. “A gente teve que trocar, porque ele havia comprado sozinho e não era o tipo adequado para o imóvel.” Para Warde, “é recomendado procurar um especialista e comprar de fabricantes que seguem padrões de qualidade”, diz. A comissão de estudos de esquadrias da ABNT deve publicar, até o final de 2011, um novo texto sobre desempenho acústico e térmico. Em 2012, os fabricantes já teriam que cumprir suas exigências. Para conhecer as marcas que obedecem à norma, verifique na tabela do site do Ministério das Cidades (www.cidades.gov.br/ pbqp-h). O site da Afeal (www.afeal. com.br) também tem uma lista.
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Trabalho Divino Restauração na Igreja do Rosário mostrará que a paciência terá sua recompensa
Foto: arquivo pessoal
colaboração SHEL ALMEIDA
A Igreja do Rosário, em Bragança Paulista, está
radores responsáveis pelo projeto, em parceria com
fechada para reforma desde o final de 2010.
Nirceu Helena, a previsão para a conclusão total do
Hoje, ao se entrar no local, em meio ao processo
projeto é de um ano. A população, aflita e ansiosa para
de restauração da obras do artista Salvador Ligabue, a
que a Igreja retome as atividades, quer que termine
primeira palavra que vem à cabeça é
logo. No entanto, é preciso entender
“Para o trabalho de restauração que o processo de restauração de é preciso conhecimento, técnica, estarem ali contribui muito para isso. responsabilidade e prática” um patrimônio histórico e cultural é imensidão. O fato de os bancos não
Sem eles, fica ainda mais evidente o quanto o espaço, preferido das noivas
Pe. Marcelo. “Há uma possibilidade de reabrirmos uma parte da Igreja em junho, mas vai depender da liberação da Defesa Civil”
Nirceu Helena
minucioso, lento, repleto de detalhes e que precisa de total atenção dos
bragantinas, é monumental. O andaime gigantesco,
profissionais envolvidos. Inclui procedimentos que
que toma a Capela Mor e que serve de base para a
atuam no cuidado com o ambiente, no tratamento
equipe de restauradores, gera mais curiosidade do
de elementos físicos da obra e, principalmente, na
que estranhamento. Ter a oportunidade de subir
conservação dos valores artísticos. Além disso, faz-se
e acompanhar os trabalhos de perto é um privi-
necessário a consciência de que a preservação de um
légio com data para acabar. No final de março
patrimônio como esse ultrapassa o âmbito religioso.
as atividades na parte superior das paredes da
A Igreja do Rosário é um bem cultural da cidade como
igreja terminarão e logo o andaime será rebaixado
um todo, e não apenas da comunidade local. É, por-
para dar início à restauração na parte central. De acordo com Antonio Cubero, um dos restau-
tanto, responsabilidade de todos, contribuir para esse bem seja resguardado das ações do
Foto: arquivo pessoal
No momento, o trabalho de restauração concentra-se na Capela Mor. “Encontramos sérios problemas aqui”. Antonio Cubero
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tempo e do homem. Os bens culturais são
um painel já está terminado, o outro ainda recebe
capazes de manter o registro e o significado
retoques. Comparando-os, nota-se a precisão do
de uma época. São eles que carregam em
trabalho dos profissionais e entende-se o porquê da
si a história de um povo, seus costumes, crenças, condições sociais e demais fatores que tornam esse povo único.
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necessidade de uma restauração minuciosa.
Experiência “Para o trabalho de restauração é preciso conhe-
Infiltração
cimento, técnica, responsabilidade e prática”, diz
Assim que o trabalho de restauração teve início, fo-
Nirceu. “Não é só saber pintar. Um restaurador
ram logo identificados problemas como: rachaduras,
precisa, também, entender de química, para tra-
desprendimento da pintura, manchas, craquelados e
balhar com solventes e outros produtos e também
ressecamentos. “Encontramos problemas complexos
de história da arte, para compreender o contexto
aqui”, conta Antonio. Com o trabalho em andamento
da obra que vai trabalhar,” completa Antônio que
foram encontrados, também, problemas estruturais
é restaurador há 15 anos, Nirceu, o mais expe-
escondidos, principalmente na Capela Mor. “Em al-
riente da equipe, há 28. Juntos já trabalharam
guns locais, os tijolos estavam com espaçamento de
na restauração de todo o acervo da Pinacoteca
cerca de 3 cm”, conta Nirceu. De acordo com Antonio,
do Estado. “Eu trabalhei por 3 anos com Nirceu e
pelo estado de conservação, foi a infiltração de água
depois fui estudar na Fundação de Arte de Ouro
da chuva a grande responsável pela deterioração do
Preto. Há 10 anos tenho trabalhado em Minas
ambiente. Ele lembra que a área da Capela Mor não
Gerais. Voltei à Bragança para a restauração do
passou pelo processo de restauração realizado em
Rosário”, conta Antonio.
1982. Ou seja, desde 1941, quando Ligabue terminou o trabalho na Igreja do Rosário que essa área não passa por uma intervenção. “Infelizmente as pinturas murais do artista não receberam a devida atenção que
Visitação Para os interessados em conhecer o processo de restauração da Igreja do Rosário, uma óti-
deveriam”, analisa. Agora, 71 anos depois, a equipe
ma notícia. De acordo com Nataniel Bádue,
formada por Antonio, Nirceu, Paulo Cubero, Clayton
responsável pela Comissão de Obras, em
Caner e Luis Aparecido de Morais, faz de tudo para
breve, começarão a serem realizadas visitas
minimizar o prejuízo. Antes disso, foi preciso refazer
monitoradas no local. “Acho que daqui há um
todo o telhado da Igreja para acabar de vez com o
mês já começamos. A ideia é que a igreja se torne
problema da infiltração. “Senão a umidade migra-
uma atração turística da cidade e que as pessoas
ria para as pinturas novamente”, explica Antonio.
conheçam mais sobre as obras”. De
Em cima da estrutura do andaime, montada pela
acordo com o Padre Marcelo Falsa-
própria equipe, é fácil notar os problemas enume-
rela, existe a intenção de retomar as
rados, alguns impossíveis de serem vistos de baixo.
atividades da Igreja antes do término
Manchas causadas pela migração da umidade para a
da restauração. “Há uma possibilidade
pintura do painel são bem perceptíveis, mas outras,
de reabrirmos uma parte da Igreja em
como rachaduras escondidas entre a argamassa só
junho, mas vai depender da liberação
são notadas quando se está lá em cima. Enquanto
da Defesa Civil,” avisa.
Foto: arquivo pessoal
Detalhes de imagem antes, durante e depois da restauração. Infiltração é culpada pela deterioração das pinturas.
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comportamento
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A vida secreta de seus filhos Pesquisas mostram que os pais precisam aprender muito mais sobre a internet para saber que as crianças fazem na rede e poder ajudá-las a evitar seus riscos
por JULIANA VINES/Folhapress
Tente pesquisar o nome do seu filho na internet. O resultado pode ser bem diferente do que você imagina. Estudos recentes mostram que pais pensam que sabem, mas, no fundo, não têm ideia do que os filhos fazem on-line. Um exemplo: 33% das crianças confessam que já fizeram compras virtuais, 24% delas sem consentimento. Mas só 17% dos pais pensam que seus filhos compram na rede, segundo o relatório Norton Online Family, da Symantec, feito com 9.888 pessoas. Outro estudo mostra o que os adultos provavelmente não veem: 88% dos jovens de 12 a 17 anos já presenciaram crueldade na internet e 21% já humilharam pessoas em redes sociais -dados do relatório “Teens, Kindness and Cruelty on Social Network Sites” (adolescentes, bondade e crueldade em redes sociais), feito pelo Pew Research Center’s Internet e American Life Project. Patricia Peck, especialista em direito virtual e criadora do projeto Criança Mais Segura na Internet, diz que o excesso de confiança reflete um desconhecimento. Muitos adultos não estão na rede e acham que estar em casa é estar seguro. “Quando um filho dá uma volta na rua, perguntamos com quem ele conversou. Mas não questionamos o que rolou na internet.” Não é descuido, é inexperiência, opina o psicólogo Cristiano Nabuco, pesquisador na área de dependência em internet. “Não dá para imaginar os perigos de uma situação que você não viveu.” A lista de riscos inclui desde conversar com estranhos até ficar dependente e se desligar do mundo real. “Se nós adultos checamos e-mail até na praia, imagine um adolescente, em que o controle cerebral de estímulos não está totalmente desenvolvido”, diz Nabuco.
Batalha perdida
Seria mais simples proibir, mas é impossível evitar que crianças e adolescentes acessem a rede. Se não for em casa, vai ser na escola, com o amigo, no celular. “É a mesma coisa que falar para seu filho nunca comer picolé. É inútil, quando ele puder, vai comer, e sem sua supervisão”, diz a psicóloga Andrea Jotta, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP. Melhor juntar-se ao “inimigo”? Os números dizem que sim. A última pesquisa TIC Crianças, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostra que os pais conectados são os que mais controlam o acesso e melhor orientam os filhos sobre o uso da rede, de acordo com Alexandre Barbosa, porta-voz da entidade. É a estratégia da dona de casa Viviane Pereira, 35. Ela está no Facebook, Twitter, tem um blog (o “Mãe Digital”) e segue os passos virtuais da filha Rafaela, 16. “Eu não me importo, sempre foi assim. Também não faço nada de errado”, diz a menina, dona de um laptop nunca rastreado pela mãe. “Fico de olho, mas ela tem a privacidade dela. Não
sei tudo que ela faz. Sei que participa de fóruns de música.” Com o filho mais novo, Italo, 7, a rédea é mais curta. Ele usa um computador com bloqueio de sites e sempre tem alguém por perto. Mesmo assim, acidentes acontecem. “Uma vez, ele estava pesquisando sobre a Grécia e chegou na palavra busto. Foi clicando e acabou em uma página com fotos sensuais de mulheres. Minha filha viu e me chamou.” A situação foi contornada com conversa. Nisso os especialistas concordam: se proibir não adianta e pode até piorar, diálogo sempre ajuda. Não é preciso aterrorizar a criança, mas alertar do risco da exposição e do uso de imagens, avisa Patricia Peck. Antes dos dez anos é preciso supervisão constante, mas depois dá para soltar um pouco e, se houver desconfiança, usar ferramentas que geram relatórios de sites visitados. Para Andrea Jotta, as mesmas regras do mundo real valem para o virtual. “A criança pode ganhar cada vez mais autonomia quando mostrar que é responsável e segue alguns combinados.” E regras são regras. “Se descumpridas, devem ter castigo”, aconselha a psicóloga. Se o pai descobrir que o adolescente está acessando conteúdo impróprio, em vez de brigar, pode aproveitar para discutir o tema. “Não tem como deixar os sites de sexo bloqueados para sempre”, diz o especialista em segurança virtual Bruno Rossini, da Symantec. Oito estratégias para ficar por dentro Navegue - Fique amigo do seu filho em redes sociais, adicione-o no MSN, seja um seguidor no Twitter -mesmo se ele não gostar Use ferramentas - O Windows tem um sistema de controle de pais com bloqueio de sites que pode ser ativado na configuração de contas de usuários. Outra alternativa é o Norton Online Family, serviço gratuito que armazena o histórico e restringe conteúdos, como jogos de azar Fique de olho - Fique perto quando a criança estiver na internet, principalmente se ela tiver menos de dez anos. Deixe o computador em um lugar público da casa; nessa idade, não é recomendado o uso livre de tablets e smartphones Bloqueie navegadores - Use filtros dos próprios navegadores de internet, como o Internet Explorer e o Mozilla Firefox. Procure tutoriais na internet que ensinam a configurar o serviço Siga as pegadas - Dê um Google no nome do seu filho, se ele tiver mais de 12 anos ou estiver em redes sociais. Faça buscas específicas de imagem e cadastre alertas de e-mails Detetive virtual - Fique atento para a publicação de fotos pelo seu filho ou a ridicularização de amigos em redes sociais. Pode ser ofensivo Rastreamento - Passe o antivírus no computador que seu filho usar. Ele pode baixar programas falsos Google para eles - Há sites de buscadores específicos para crianças, que selecionam conteúdos educativos. O Zuggi (zuggi.com.br) é recomendado para usuários de cinco a dez anos
Foto: Marisa Cauduro/Folhapress
Priscilla Perlatti,34 designer e blogueira (blog Mamatraca) com suas filhas Stella Perlatti, 6 ( morena) e Lia Perlatti,4 (loira). Ela permite que as filhas usem o computador mas sempre as acompanha de perto
Foto: Tomas Rangel/Folhapress
Retrato de Matheus, menino de 11 anos
informática & tecnologia
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Mais perto da nuvem
Cresce a oferta dos depósitos virtuais, que permitem guardar (e editar) na rede textos, fotos, vídeos e músicas
por ALEXANDRE ORRICO/Folhapress
O enredo se repete: a Apple aperfeiçoa um produto que já existe no mercado e dá a ele roupagem nova. Para anunciá-lo, faz uma apresentação pirotécnica. Com êxito de público, é copiada por outras empresas de tecnologia. Você conhece essa história -aconteceu com o iPod, com o iPhone, com o iPad e, agora, com o iCloud, o sistema de sincronização e armazenamento de arquivos na nuvem da empresa. Serviços que disponibilizam espaço virtual para guardar e editar textos, fotos, vídeos e músicas não são tão novos, mas a Apple projetaou um sistema integrado para consumidor final. O iCloud é outra investida da empresa para manter seus produtos em um único ecossistema. No fim do ano passado, a Acer anunciou seu iClone: o AcerCloud. A empresa gerou polêmica ao apresentar as novas ferramentas em um slide quase idêntico ao que a Apple usou para o iCloud. O serviço estará disponível em aparelhos da Acer a partir do segundo trimestre sem nenhum custo adicional. Arquivos serão armazenados na nuvem da empresa por um mês, assim como no iCloud. A Sony anunciou o seu PlayMemories, serviço de armazenamento de fotos e vídeos, na CES (Consumer Electronics Show), uma das maiores e mais tradicionais feiras de produtos eletrônicos do mundo, que ocorreu na semana passada em Las Vegas. O serviço global terá hospedagem da própria Sony e será compatível com a linha conectada da empresa -TVs Bravia, smartphones e notebooks. A companhia também disponibilizará aplicativos para PCs e para o videogame PlayStation. A ferramenta permitirá também a edição de vídeos e fotos. Outra empresa que entrou na onda é a Lenovo. O serviço, batizado de Lenovo Cloud, oferecerá um espaço de 200 Gbytes. Segundo a empresa, sua visão estratégica de mercado compreende quatro telas, formadas por TVs, computadores pessoais, smart-phones e tablets. Apple, Acer, Sony e Lenovo estão de olho em um mercado estimado em US$ 100 bilhões e com previsão de crescimento para US$ 150 bilhões nos próximos dois anos, segundo a
consultoria Gartner. Nesta edição, conheça serviços para guardar documentos na nuvem e veja como manter os arquivos seguros. Serviços em rede ajudam a poupar tempo e dinheiro Até 2015, nuvem vai crescer cerca de 12 vezes em comparação com 2010 Há opções para criação de documentos, edição de fotos, vídeos e músicas ou simples “armazéns” virtuais Talvez você se identifique com a forma como o publicitário brasiliense Lúcio de Paula, 26, lidava com os próprios documentos virtuais. Há cinco anos, Lúcio mandava e-mails para si mesmo com arquivos anexos e tinha que voltar para casa quando esquecia de salvar algum documento que queria levar consigo no pen drive. A versão 2012 de Pedro já usa há alguns meses o serviço Dropbox para salvar arquivos e acessá-los pela internet. Também usa o Google Docs para dar continuidade a projetos (planilhas, documentos de texto ou apresentações) de qualquer computador. Lúcio tira vantagens da computação em nuvem -os dados ficam armazenados em servidores conectados à internet, o que libera o usuário de instalar programas e dá acesso aos documentos de quase qualquer aparelho conectado à internet (tablets, smartphones ou PCs). A tendência é mundial: mais da metade (51%) do tráfego de dados do planeta em 2014 estará em servidores conectados à internet, e até 2015 a computação em nuvem vai crescer 12 vezes em comparação com 2010, segundo a pesquisa Índice Global de Nuvem, da Cisco, divulgada no fim do ano passado. “É uma solução mais barata, mais flexível e mais ecologicamente correta”, diz Marco Américo, chefe de operações do UOL/Diveo. “A nuvem veio para ficar. Quanto mais segurança, maior será a migração para o ambiente on-line”, completa Gil Torquato, executivo-chefe da empresa. “Estamos vivendo uma era de melhoria na qualidade de internet no Brasil. Era o que faltava para a explosão da computação em nuvem”, diz Marcelo Menta, diretor regional de serviços gerenciados e nuvem da Cisco. Com programas para produção e edição de
documentos on-line, você pode deixar de comprar e instalar pacotes de escritório, economizando espaço e dinheiro. Também existem programas para edição de vídeo, foto e áudio na nuvem (veja ao lado). Além do Dropbox, há outros armazéns virtuais. O SugarSync é uma opção mais cara, mas também mais complexa e com uma maior variedade de planos. O recém-lançado InSync é uma opção interessante: ele sincroniza seus arquivos do Google Docs em uma interface parecida com a do Dropbox, porém com menor custo. O PiratePad é uma opção básica e rápida para edição de documentos. Ele cria uma URL única (que pode ser compartilhada) e dispensa logins e senhas para funcionar. Serviço faz game pesado rodar em qualquer máquina É o sonho de todo fanático por games: rodar jogos complexos sem pensar se o poder de processamento do computador dará conta do recado ou não. Melhor ainda se o jogador puder se divertir com os mesmos jogos também em tablets e smartphones. Isso já é possível graças ao processamento feito na nuvem, por streaming. É como se você jogasse em um PC potente à distância. A OnLive (onlive.com) é uma empresa cuja tecnologia roda jogos eletrônicos por streaming via internet. A tecnologia da empresa é semelhante à do Netflix e à de outras companhias de streaming de vídeo, mas o processo é muito mais complexo com jogos. Na CES, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, que ocorreu na semana passada, a OnLive mostrou que também é possível acessar o Windows 7 de tablets com o processamento na nuvem. A largada da corrida dos games para a nuvem foi dada em 2004, com o Steam, da Valve -um programa de de distribuição e atualização digital de jogos. O Steam, que tem de 35 milhões de contas e 1.800 jogos, está disponível para PlayStation 3, Windows e Mac. A função chamada de Steam Cloud serve para salvar o progresso nos games. Há ainda os brasileiros Nuuvem (nuuvem.
com.br) e XoGo (xogo.com.br), semelhantes ao Steam. Glossário Nuvem - Computadores que funcionam como servidores, ligados à internet Criptografia - Do grego “kryptos”, escondido, e “graphia”, escrever. É um método de segurança que “embaralha” as informações, de modo que quem as intercepte não consiga compreender o conteúdo Streaming - Ato de transmitir vídeo, música ou game diretamente pela internet, sem a necessidade de download
Dicas de segurança
1 Sempre tenha cópias dos arquivos importantes salvas em outro local No seu computador, em um pen drive ou em um CD, não importa: o essencial é que você tenha cópias das informações mais importantes em outros locais caso fique sem acesso à internet ou o servidor falhe. 2 Evite armazenar dados sensíveis na nuvem Tome cuidado ao armazenar informações bancárias ou arquivos profissionais de extremo valor e importância. Você pode contratar serviços mais seguros, que oferecem vários níveis de criptografia, cópias e proteção extra contra invasões. 3 Escolha bem a empresa que vai guardar seus dados É preciso levar em conta o histórico da companhia e os relatos de amigos. Escolhidos a empresa e o serviço, é preciso conhecer a fundo os termos de uso com os quais o usuário concorda ao contratar o espaço de armazenamento. Lá estão descritas as liberdades que tais companhias podem ter com as suas informações. 4 Crie uma senha segura Dez caracteres tornam uma senha bastante segura. Tente combinações de números com letras, evite senhas simples (como o nome da sua mãe), sequências numéricas (12345) ou datas de aniversários. 5 Cuidado com LAN houses ou redes Wi-Fi abertas Ambientes on-line públicos tendem a ser menos seguros. Malwares podem gravar sua senha ou infectar os seus arquivos com vírus. Fontes: Cisco, Google e Panda Security
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Meninas superconectadas Personagem de cinema revela universo das garotas hackers
por RODRIGO LEVINO/folha Press Foto: Karime Xavier/ Folhapress
Lisbeth Salander é a personagem de cinema do ano. Tatuada, cool e arisca, a hacker que ajuda a desvendar crimes como lavagem de dinheiro e abuso sexual no filme “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”, de David Fincher -com estreia em 27 de janeiro-, joga luzes sobre o mundo das garotas que sabem tudo de programação de computadores. E se divertem fazendo isso. Há muitas Lisbeths por aí. Algumas preferem o anonimato, outras topam mostrar o rosto, como a paulistana Lívia Amorim, 19. “Comecei aos 12 anos, tirando sites de pornografia infantil do ar”, conta Lívia, para quem personagens como Lisbeth Salander e Trinity, a hacker do filme Matrix, servem de inspiração. Mas com ressalvas. Afinal, elas são personagens de ficção. “Não é bom alimentar o estereótipo de antissocial e introvertida das hackers, mas Lisbeth é uma de nós, que usa a tecnologia como ferramenta de trabalho”, diz a gaúcha Fernanda Weiden, de 29 anos, hacker desde os 14, atualmente comandando a equipe de programadores do Google na Europa. “Uma hacker tem sempre que pôr o interesse coletivo, de aprimorar softwares e hardwares, acima do individual”, diz ela, vacinando as colegas contra a vaidade. A posição de Fernanda ajuda a romper preconceitos. “Hackear” nem sempre é cometer crimes. É possível ajudar empresas e órgãos públicos a tornarem os seus sites mais seguros, descobrindo brechas por onde ele seria invadido, protegendo dados de clientes e cidadãos. E, apesar de haver uma maioria de garotos hackers, existem muito mais meninas no ramo do que se imagina. E desde muito cedo. Como a americana de condinome CyFi, de apenas dez anos, que em agosto de 2010 assombrou o mundo dos hackers pela pouca idade e pela façanha de ter quebrado códigos dos sistemas IOS e Android, deixando jogos e aplicativos mais rápidos e fáceis de usar.
Ativismo
Ser hacker também é uma forma de fazer política, nem sempre partidária. É o caso do Anonymiss, a célula feminina do Anonymous, grupo hacker mais famoso e poderoso da internet que já protestou derrubando sites de bancos e governos. “Se você quer mais liberdade, mais poder, mais diversão e provar que mulheres são mais corajosas do que homens, bem-vinda a bordo”, é o que diz a mensagem do Anonymiss (www.anonnnews.org) Para ser uma Lisbeth Salander, basta um computador à mão, uma ideia na cabeça, charme e, como a vida não é um filme, responsabilidade para não cometer delitos. Ela, no caso, ajuda a resolvê-los.
Hackers / Retrato de Livia Amorim da Casa de Cultura Digital
Seus Direitos e Dever
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As regras do sistema eleitoral proporcional por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana
O conhecimento das regras eleitorais pode contribuir decisivamente para que os eleitores exerçam na plenitude o direito de escolher seus representantes políticos. Como as regras que regulamentam as eleições de deputados federais, de deputados estaduais e distritais e de vereadores são as mais complexas, os cidadãos merecem ser particularmente esclarecidos sobre elas. O mais importante é o eleitor perceber que nas eleições proporcionais seu voto serve, antes de mais nada, para determinar quantos lugares o partido ou coligação em que ele votou vai ocupar. Exatamente por isso as eleições são chamadas de proporcionais: os lugares nas câmaras e assembleias são distribuídos proporcionalmente aos votos obtidos pelos partidos e coligações. A técnica adotada no Brasil para a verificação da representação proporcional é a do quociente eleitoral. Com esta técnica verifica-se o número de vagas que estará apto a ocupar cada partido ou coligação. Ao contrário do sistema majoritário onde os votos são dirigidos ao candidato, no sistema proporcional os votos são computados aos partidos, após se verificar quantas vagas cada partido terá direito a ocupar na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e na Câmara dos Vereadores, verificar-se-á quais foram os candidatos mais votados em cada um deles para que ocupem essas as vagas. É na eleição aos cargos de deputados e vereadores que se pode observar a utilidade do voto de legenda, quando o eleitor vota no partido ou coligação e não em um candidato específico. Para chegar a conclusão de quais candidatos aos cargos de deputados e vereadores foram eleitos, é necessário, em primeiro, verificar se foram destinadas vagas ao partido que ele representa. Para tanto se faz necessário proceder a duas operações aritiméticas: a primeira para determinar o quociente eleitoral e a segunda para verificar o quociente partidário. O quociente eleitoral corresponde ao número de votos válidos apurados na eleição, divididos pelo número de lugares a serem preenchidos em cada circunscrição eleitoral. Caso o número obtido contiver fração inferior a meio, ela é desconsiderada e se superior arredonda-se para um. O quociente partidário corresponde ao número de vagas que cada partido obterá para serem preenchidas com os seus candidatos mais votados. Para se chegar ao quociente partidário, basta dividir o número de votos válidos que cada partido ou legenda recebeu pelo quociente eleitoral. Aqui, a fração é sempre desconsiderada. Exemplificando: computados em um município o total de 111688 votos válidos (descontados os votos em branco e os nulos), havendo 13 vagas em disputa. Dividindo-se 1116888 por 13, tem-se que o quociente eleitoral é 8.591,38 (sendo a fração inferior a meio desconsiderada). O partido A, somados todos o votos que receberam os seus candidatos e os votos de legenda, recebeu 42123 votos. Dividindo-se esse número pelo quociente
eleitoral (8591/42123), chega-se a 4,90, podendo-se afirmar que o partido A terá direito a ocupar 4 das vagas em disputa. É possível que um partido não receba nenhuma vaga. Levando em conta o exemplo acima, isso pode ser dar se o partido recebeu 4.130 votos. Dividindo este número por 8591 (quociente eleitoral), chega-se a 0,99, sendo a fração desconsiderada, o partido não terá direito a ocupar nenhum das vagas em disputa. No primeiro exemplo, o partido A elegerá quatro candidatos para ocupar as vagas de que tem direito, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido. É neste sistema que se pode verificar a situação em que um único candidato arrasta outros do mesmo partido que receberam poucos votos, se comprados a candidato de partido que não obteve vagas, por exemplo. Era o que se dava com o candidato Enéas do PSOL, o qual recebia uma grande quantidade de votos, garantindo muitas vagas ao seu partido, as quais eram ocupadas por candidatos que recebiam número de votos desprezíveis. O sistema proporcional recebe muitas críticas por este motivo. Contudo é nitidamente democrático, na medida em que, nas palavras de John Stuart Mill: “em qualquer democracia realmente igual, toda e qualquer seção deve ser representada, não desproporcionalmente, mas proporcionalmente. Maioria de eleitores terá sempre maioria de representantes, mas a minoria de eleitores deverá sempre ter a minoria de representantes”. As criticas ainda se dirigem ao fato de existir um grande número de partidos registrados no TSE - atualmente vinte e nove - sem que exista uma verdadeira ligação dos candidatos que os representam com a ideologia que carregam. Disto resulta o conhecido troca-troca de partidos, que carreia imenso descrédito para o modelo político em vigor, consequência natural da desimportância dos partidos. Verifica-se assim, a fraqueza dos partidos políticos e o excessivo poder pessoal de cada parlamentar, na contra-mão do que deveria ocorrer. Sem se falar no surgimento de partidos meramente cartoriais, sem ideologia. Os candidatos os utilizam apenas para cumprir requisitos formais de filiação partidária. Tenderão a funcionar, em muitos casos, apenas como “legendas de aluguel”. Tal fragmentação confunde o eleitorado e desprestigia as organizações partidárias. Sob este ponto de vista, e levando em consideração a falta de importância dada aos partidos pelos cidadãos, pode-se afirmar que o sistema eleitoral brasileiro tem estimulado patologias como o clientelismo e a corrupção. O clientelismo é fruto da relação excessivamente personalizada que por vezes se estabelece entre o eleitor e o candidato, sem a intermediação partidária. Assim, em lugar do debate e do projeto de saneamento, vem a bica de água; em vez do projeto habitacional, o fornecimento de tijolos; na falta do posto de saúde, a ambulância. Formas imediatas e paliativas de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia.
Vê-se que, o sistema proporcional apenas alcançará a finalidade de garatir a representação das minorias se for bem conhecido pelos eleitores e, consequentemente, estes conferirem aos partidos politicos a importância que possuem, optando por entrgar o seu voto àquele com o qual simpatizam, após
conhecer a sua platoforma política e ideologia partidária e não pelo fato de possuir como candadidato um artista famoso. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados
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Foi com imenso prazer que fotografei a Bodas de Prata da Sra. Maria de Lourdes e Sr. Reinaldo. Pra mim é sempre uma satisfação quando fotografo esse tipo de evento porque além de ser uma renovação dos votos que foram feitos há alguns anos prova que o amor atravessa o tempo. Também premia exclusivamente a Família mostrando a verdadeira vocação que algumas pessoas têm em unir as pessoas. Foi justamente o que aconteceu neste dia. Presenciei todo o amor que cerca esta família. Vi a emoção dos filhos, dos familiares e dos amigos... foi tudo lindo! A cerimônia aconteceu na linda Igreja da Nossa Sra. do Bom Parto numa noite muito agradável e com muitos convidados. O Pe. Jeferson fez uma linda cerimônia deixando o casal muito à vontade. Um momento muito marcante foi a entrada das alianças conduzidas pelos os filhos Renata e Rafael. Renata não conteve a emoção e chegou às lágrimas. Lembro que quando eu fazia uma visão panorâmica para “caçar” alguma cena não era difícil encontrar alguém profundamente encantado e emocionado pela beleza da cerimô-
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nia. Na sequencia seguimos até o Espaço SanSo onde o casal ofereceu uma belíssima recepção. Fizeram questão de abraçar todos os convidados num gesto de muita satisfação em compartilhar esse momento tão especial. Na decoração um louge com o vestido de noiva original que Maria de Lourdes usou no casamento mais dois quadros: um com a fotografia tirada no dia do casamento deles e outro uma linda foto que fizemos dias antes da cerimônia. Foi uma festa muito aconchegante com muita alegria, dança, comes e bebes tudo com muito bom gosto. Mais um dia inesquecível que guardo com muito carinho.
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2º veículos e variedades
Caderno
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Chevrolet S10
Chevrolet reinventa a S10 para manter sua longa liderança entre as picapes médias no Brasil
por Igor Macário e Luiz Humberto Monteiro Pereira/AUTO PRESS
Inventora do segmento de picapes médias nacionais, a S10 é tratada como “veterana” já há alguns anos. Isso apesar de jamais ter perdido a liderança do segmento desde que foi lançada, em 1995 – foram 450 mil unidades vendidas desde então. Até que a Chevrolet apresentou na Tailândia, no ano passado, o primeiro conceito da Colorado. Desenvolvida globalmente, com intensa participação da General Motors do Brasil, a nova picape da Chevrolet chega agora ao mercado brasileiro como a nova S10. O modelo é radicalmente diferente da geração anterior e coloca a marca da gravata de volta à ala mais sofisticada do segmento. A antiga S10 se manteve nos últimos tempos como líder em vendas graças às versões mais simples, com foco no custo/benefício. Ou seja, com uma picape toda nova para voltar a brigar também no topo do segmento, as possibilidades de manter liderança podem aumentar. O visual é uma das maiores apostas da Chevrolet para o sucesso da nova S10. Ela cresceu e ganhou um ar imponente, com a frente alta e a indefectível grade bipartida, que ostenta um vistoso logo da Chevrolet. Ela é ladeada por elegantes faróis horizontais – de dupla parábola nas versões básica e intermediária e com projetor na topo de linha. O perfil está mais arrojado e definitivamente contemporâneo, alinhado com as mais recentes tendências mundiais de estilo para picapes médias. A linha de cintura ascendente reforça a impressão de robustez e a caçamba alta dá o arremate final. Atrás, lanternas verticais grandes, com luzes de leds na versão topo, e a tampa da caçamba sem muitos vincos contribuem para um visual mais limpo – e destacam ainda mais a hipertrofiada versão da gravata dourada da marca. A fluidez das formas se reflete também no coeficiente Foto:Divulgação
aerodinâmico – 0,48 cx –, que é o melhor da categoria. E a capacidade de carga agora é a maior do segmento –1,3 tonelada na versão cabine simples. Por dentro, mais novidades e praticamente nenhuma semelhança com a antecessora. O painel agora lembra bastante os dos automóveis de passeio da marca, com linhas contínuas e fluidas. O painel usa leds na tonalidade azul, como nos carros de passeio da Chevrolet. Na versão “top”, o rádio foi para o alto, para facilitar seu uso, e o ar-condicionado digital teve os comandos agrupados em um círculo, num arranjo diferente do usual e esteticamente interessante. E o volante recebeu comandos do som e do controlador de velocidade de cruzeiro. A bordo, são impressionantes 23 porta-objetos na versão cabine dupla. A S10 continua a oferecer duas opções de motores – uma bicombustível e uma diesel. O primeiro é o mesmo 2.4 litros flex de 147 cv com etanol que movia a S10 anterior, com aperfeiçoamentos na admissão e no escape. Ganhou um pouco mais de torque – agora são 24,1 kgfm. Já o motor a diesel é totalmente novo. Trata-se de um quatro cilindros de 2.8 litros “common rail” com 180 cv e 47,9 kgfm de torque a 2 mil rpm – é o maior torque da categoria –, fabricado pela própria Chevrolet. Com turbo de geometria continuamente variável, tem sistema EGR de recirculação dos gases de escape para atender às atuais normas de emissões e ocupa o lugar do antigo, também de 2.8 litros, fornecido pela MWM. Os dois motores são acoplados ao câmbio manual de cinco marchas e a versão diesel pode receber um automático de seis velocidades. Airbags frontais são de série em todas as versões, assim como o ABS com distribuição eletrônica da frenagem e o controle de frenagem nas curvas. Flexibilidade é o que não falta à nova linha:
são cinco versões com o motor flex e sete com o motor diesel, combinando diferentes configurações de cabine, tração e acabamento. São três versões de acabamento –LS, LT e LTZ –, opção por cabine simples ou dupla e tração traseira ou nas quatro rodas. A variante de cabine simples chega apenas com os níveis de acabamento LS e LT. A topo de linha LTZ vem somente na versão cabine dupla. Os preços vão dos R$ 58.868 da básica LS Cabine Simples 4X2 flex com câmbio manual aos R$ 135.250 da “top” LTZ Cabine Dupla 4X4 automática. E os valores ainda podem subir, se o comprador optar por alguns dos mais de 20 acessórios que serão oferecidos nas concessionárias – capota marítima, rack de teto, protetor de parachoques e kit multimídia com GPS no painel são alguns dos mais interessantes. A Chevrolet aposta alto na nova S10 e imagina atingir a venda de 4 mil unidades mensais – em janeiro, foram 2.162 exemplares vendidos. Mas a nova geração da picape da Chevrolet certamente tem predicados para encarar a concorrência. A S10 finalmente chegou ao século XXI.
Primeiras Impressões
Indaiatuba/SP - A Chevrolet encontrou na S10 a mais completa tradução da identidade mundial da marca. Em nenhum dos automóveis que a fabricante produz a grade avantajada assentou tão bem quanto na picape. E as características do design da Chevrolet se distribuem meticulosamente por dentro e por fora, tornando a S10 praticamente um “showroom ambulante” do atual estilo da marca. Mesmo se retirassem todas as gravatinhas e as inscrições do modelo, ninguém teria dúvidas de que se trata de um Chevrolet. É um utilitário moderno, que mistura de forma interessante elementos de robustez e elegância. Mas as evoluções da picape média da Che-
vrolet vão além das aparências. Mecanicamente, a motorização flex sofreu poucas mudanças – a mais interessante delas é o aumento do torque. Mas no propulsor diesel a transformação foi total. Nele, 90% do torque máximo está disponível já em 1.700 giros. Ou seja, em praticamente qualquer faixa de giros é possível encontrar disposição na motorização. No campo de provas da General Motors em Cruz Alta, na cidade paulista de Indaiatuba, foi possível perceber a boa performance dinâmica do modelo e a evolução no comportamento da suspensão em diversas situações. Para melhorar, suavidade nas rotações baixas é tamanha que é difícil notar a diferença em relação à motorização flex. O bom isolamento melhorou muito o conforto acústico a bordo. O câmbio manual é outro aspecto onde o aprimoramento da S10 é notável. Seus engates são bastante precisos e suaves, com ergonomia similar à de um carro de passeio. Em nada lembra o câmbio da S10 anterior, que remetia aos dos caminhões de antigamente. E a nova transmissão automática também esbanja eficiência. Tem seis marchas e opção de acionamento manual através da manopla. A versão 4X4 tem acionamento elétrico da tração e pode ser engrenada com o carro em movimento, em até 120 km/h, através de um botão no console. Lá está também a opção de reduzida. Embaladas pela vigorosa expansão do agronegócio no Brasil, a Toyota Hilux recebeu um “facelift” no ano passado, a Nissan Frontier acaba de renovar a linha de motores e a Volkswagen Amarok lançou a primeira versão com câmbio automático. E a briga deve ficar ainda mais pesada com a breve chegada da nova Ford Ranger – outra que carece de mudanças há anos. A S10 não vai ter moleza. Foto:Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
S10 LTZ - Cabine Dupla Foto:Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
Foto:Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
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De tirar o chapéu por Augusto Paladino/AUTO PRESS
Depois da versão cupê, a Ford mostrou para o público o Shelby GT500 conversível. A primeira aparição acaba de acontecer no Salão de Chicago, que vai até dia 19 de fevereiro, nos Estados Unidos. Assim como na configuração fechada, o esportivo traz um V8 5.8 com supercharged, 660 cv e ótimos 83 kgfm de torque. As mudanças estruturais envolvem um novo eixo cardã, feito em fibra de carbono e uma transmissão revista para aguentar tanta força. O GT500 ainda pode receber o Performance Pack e o Track Pack, conjunto de equipamentos que ajudam ainda mais no desempenho, através de óleos especiais para suspensão e motor.
Foto: Divulgação
Shelby GT500 Conversível
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No front germânico por Augusto Paladino/AUTO PRESS
A BMW finalmente
Foto: Divulgação
está na briga dos cupês de quatro portas. Oito anos depois da rival Mercedes-Benz ter praticamente inaugurado o segmento, em 2004, a BMW começa a oferecer o Série 6 Gran Coupé nos Estados Unidos. As vendas só devem começar no segundo semestre, mas já se sabe que a versão de entrada, a 640i, terá valor de US$ 77 mil nos EUA, algo em torno de R$ 133 mil. O modelo traz um motor seis cilindros em linha de 3 litros capaz de desenvolver 315 cv. Mais próximo do fim do ano deve aparecer a 650i, que terá um V8 e 445 cv de potência.
BMW Série 6 Gran Coupé
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Um plus a mais por Augusto Paladino/AUTO PRESS
A Audi já revelou
Foto: Divulgação
uma de suas principais atrações para o Salão de Genebra, que acontece em março na cidade suíça. Trata-se de uma versão ainda mais “ner vosa” do T T RS. Chamado de TT RS Plus, é o mais potente TT já feito. O motor é o mesmo 2.5 litros turbo que está no RS “normal”, mas recalibrado para ter 20 cv a mais e atingir os 355 cv. Em um carro com as dimensões e o peso do T T, isso significa uma aceleração de zero a 100 km/h realizada em apenas 4,1 segundos e 288 km/h de velocidade máxima.
Audi TT RS Plus
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