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Braganรงa Paulista

Sexta 16 Marรงo 2012

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jornal do meio

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para pensar

Jornal do Meio 631 Sexta 16 • Março • 2012

Expediente

Gozar a vida ou seguir os mandamentos? Mons. Giovanni Barrese

De vez em quando escuto alguém dizer que não pretende se casar muito cedo porque quer “gozar a vida”. Vejo, também, que se deixa para mais tarde uma série de outras atitudes em vista disso. Vive-se a participação esfomeada de baladas. Sente-se no ar o desejo de fruir tudo o que for possível - e pretensamente prazeroso - imediatamente e a qualquer preço. Sem preocupação com consequências. Sempre me perguntei o que era esse “gozar a vida”. Também que força tinha o “gozar a vida” antes de definições de ordem profissional. Todas as vezes que perguntei isso sempre obtive respostas ou monossilábicas ou reticentes e envergonhadas. Acabei tirando a conclusão que “gozar a vida” vai desde o simples protelar compromisso até experiências, as mais variadas. Por exemplo, o “ficar” (no seu vasto leque) com

o maior número de parceiros e parceiras. O beber até mais não poder, não importando o vexame e o mal estar subsequentes. Essa mentalidade gozadora tem um horizonte muito curto e muito rasteiro. Curto porque o tempo de nossa vida também o é. Rasteiro porque não leva a descortinar a amplitude daquele que é o dom maior que recebemos: a Vida. Nesta perspectiva pensei em escrever sobre a Lei de Deus que conhecemos de forma bíblica nas descrições contidas no Deuteronômio. Na Igreja Católica o ensinamento é apresentado em frases curtas de fácil memorização. Passa-se o essencial para ser completado com a leitura da Bíblia e a reflexão vivida na própria Igreja, que vai atualizando a explicitação de acordo com as mudanças dos tempos e culturas. Parece, todavia, que o esforço de memorização do passado acabou

contribuindo para certa superficialidade no entendimento dos dez mandamentos. Uma das coisas que salta aos olhos é mais a visão do “não” do que dos aspectos vitais e positivos da Lei do Senhor. O enunciado do Deuteronômio lembra que quem deu as normas de vida foi o Deus que libertou da terra da escravidão e conduziu o povo, por meio de Moisés, para a Terra Prometida. Por ser o Libertador Deus aponta para seu povo princípios que, se vividos, fariam construir uma nova sociedade. Tendo aprendido nas agruras do Egito a vida marcada pela morte o povo saberia, obedecendo ao Senhor, viver na fraternidade e solidariedade, na justiça e na paz. É interessante notar que para muitos estudiosos da Bíblia o centro da Lei é o quinto mandamento: “Não matar”. E percebe-se que o mandamento não fica limitado ao tirar a vida

física de alguém. Vai mais longe. Indica que não se deve fazer nada que tire a alegria e a esperança. Não se deve fazer nada que prejudique o outro. Por isso Deus é amado sobre todas as coisas. Porque Ele aponta como viver. Os mandamentos não devem ser vistos como proibições. Na verdade são setas indicativas do que fazer para se viver bem e de forma realizadora. Parece que “gozar a vida” está nessa dimensão divina. Viver a vida de tal forma que em cada ser humano se realize o projeto de felicidade a que todos aspiram. E de forma que ninguém seja diminuído ou vitima de desejos alheios. Gozar a vida deve ser a soma de todas as atitudes que preenchem o coração com uma alegria que não passa e que não precisa de álcool ou drogas para “animar”. Gozar a vida é fazer a experiência do amor amizade e do amor que leva a buscar com-

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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

panheiro e companheira para a vida toda porque se encontrou o “amor da minha vida”. Isso ultrapassa a limitação física! Gozar a vida significa fazer escolhas que ultrapassem qualquer egoísmo. Gozar a vida significa dar-lhe tal valor que se deseje ampliar esses sonhos para todos. Gozar a vida é compromisso para com todos os que vão perdendo a esperança que o amor de Deus é para todos. Gozar a vida é materializar a fé que se professa. Fazer do crer um agir revolucionário. Vamos gozar a Vida! Aqui e na eternidade!


antenado

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“Minha Vida”

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Trama do escritor russo Tchékhov, ganha relevo na parte final, que traz frases fortes

por augusto massi/Folhapress

No bom posfácio que acompanha a sua tradução de “Minha Vida”, de Tchékhov (1860-1904), Denise Sales conta que Tolstói (1828-1910) não gostara do texto de seu colega. O escritor russo teria dito a um amigo: “Há passagens surpreendentes, mas em seu conjunto a novela é fraca”. Escrito entre 1895 e 1896, o texto é narrado em primeira pessoa por Missail Póloznev, jovem que não aceita as imposições sociais advindas da família importante e, após fracassar em uma série de empregos burocráticos, resolve viver uma vida simples, baseada em trabalhos braçais. Como ele mesmo diz ao pai: “Isso que o senhor chama de colocação consiste em privilégio do capital e da erudição. Quem não é rico nem erudito consegue seu pedaço de pão com o trabalho físico, e não vejo motivo para fazer de mim uma exceção”. O problema é que essa opção não tornou a sua vida mais tranquila ou feliz e, tirando o curto período em que esteve casado, o seu relato rememora momentos de sofrimento e incompreensão. Com um evidente aspecto de crítica social, a despeito das “verdades” que transmite, “Minha Vida” não escapa de certo esquematismo. Basta compará-lo, por exemplo, com qualquer romance da fase madura de Machado de Assis (1839-1908) -que

divide com Tchékhov, aliás, o posto de um dos principais contistas das décadas finais do século 19, início do século 20para perceber o quanto um e outro são distintos em termos da materialização artística de realidades, em certos aspectos, similares. Isso não impede, contudo, que a obra possua trechos marcantes, como apontou Tolstói em seu comentário. Destaca-se, principalmente, a parte final, na qual não por acaso tudo se acelera, quando o casamento está se desfazendo e o núcleo familiar de Missail (irmã e pai) se rompe de vez. É o momento de frases fortes, como a que sua mulher coloca em uma carta (“Rompa pois o laço. Um grande abraço ao senhor e à sua irmã. Perdoe-me e esqueça-me”) e de um profundo pessimismo, como o da constatação do protagonista em meio a mais uma briga com o pai (“A nossa cidade existe há centenas de anos e durante todo esse tempo não deu à pátria um único homem útil - nenhum!”). Ainda que seja muito, não é o suficiente. Adriano schwartz é professor de literatura da USP Minha vida Autor: Anton Tchékhov Editora: 34 Tradução: Denise sales Quanto: R$ 35 (160 págs.) Avaliação: Bom

Foto:Alieksandr Tchekhov/Reprodução

Escritor e médico russo Anton Tchekhov em Moscou, em 1897


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colaboração SHEL ALMEIDA

Fenômeno entre a criançada, a perso- não sair do computador,” analisa. “O ideal é fazer nagem Galinha Pintadinha foi criada alguns intervalos para que os olhos descansem. como forma de resgatar cantigas tra- Outra dica é piscar espontaneamente ou fechar dicionais do cancioneiro nacional. De maneira os olhos por alguns instantes,” ensina. “E sempre despretensiosa e inusitada, acabou se tornando deixar a TV ou o computador antes que os olhos um sucesso instantâneo via internet. Os pro- comecem a doer. É preciso ter moderação”, recodutores do projeto, Marcos Luporini e Juliano menda. “Alguns desenhos, com cores extremas, Prad, de Campinas, baixaram o primeiro vídeo como o Pokemón, chegaram a ser proibidos no You Tube para ser exibido em uma reunião porque estimulavam a convulsão em crianças com um canal de TV. O projeto não foi aprovado que tinha tendência para isso. Mas depois foram e o vídeo ficou lá, esquecido. refeitos, com novas cores”. Quando perceberam, o filme “Mesmo assim é preciso ter Quando se aguça a visão já havia sido exibido mais de e audição ativa o cérebro. cuidado para não passar do 500 mil vezes. Logo o DVD foi E crianças nessa idade, de limite. A cor provoca estímulo lançado e a partir daí a Galinha até 3 anos, estão ávidas em muitas pessoas”. “Mas Pintadinha passou a fazer parte por informação repito: a Galinha Pintadinha da vida das crianças menores. não faz mal para a visão, não Dr. Giácomo Sartori Hoje os acessos aos filmes do vai causar deterioração. Ficar personagem já ultrapassam a casa dos milhões, tempo demais assistindo vai causar cansaço nos os DVDs estão entre os mais vendidos do Brasil olhos e os olhos também precisam de descanso”. e o peça de teatro lota sessões, como aconteceu Atividades em Bragança no último dia 11 de março. “Tinha até criança em bebê conforto balançando as Para a Psicóloga Luciana Miraldi, os vídeos da perninhas”, conta Caroline Resende, mãe de Galinha Pintadinha são muito saudáveis por serem Aquiles, de 01 ano e 05 meses. Ela levou o filho educativos. “Mas os pais precisam acompanhar”, para assistir a peça e ficou surpresa com a reação ressalta. “Não é errado usar como recurso, mas é da criançada. “Quando começou a música eles sempre bom os pais estarem atentos”, avalia. “É ficaram procurando a TV onde ia passar o dese- uma maneira de perceber o ritmo da criança e nho”, ri. “Quando a Galinha apareceu no palco notar alguns indicativos. Se a criança fica muito até perderam o ar”, conta. “Alguns correram pra perto da TV pode não estar enxergando direito, frente do palco, os pais não conseguiram segurar. se aumenta muito o volume, pode ser algo com Eles cantavam tudo, sabia de cor e dançaram o a audição”, recomenda. “Os vídeos da Galinha tempo todo, sabiam os gestos, tudo. Foi bem Pintadinha são educativos, mas não abrangentes. coletivo,” fala. “Foi difícil segurar meu filho Não dá pra deixar a criança só por conta disso”, porque ele não parava! Ele adorou. Eu já estava avalia. “Para as crianças pequenas, que é o público falando há alguns dias que iria levá-lo par ver a da personagem, são recomendados jogos de Galinha Pintadinha, mas tenho certeza que ele encaixe, que estimulem a coordenação motora, por exemplo. Procurar por jogos que estimulem não imaginava que seria ao vivo”. todos os sentidos,” fala. “Para as crianças um pouco Simplicidade mais velhas jogos como quebra-cabeça são bem “O grande acerto da Galinha Pintadinha é a vindos”, fala. “Mas sempre respeitando o tempo simplicidade”, fala Dr. Giácomo Sartori, Médico de cada criança. Cada um tem seu próprio ritmo”, Oftalmologista. “Conseguiram juntar várias coisas explica. “O que os pais têm que ter em mente é e nem perceberam. É uma combinação perfeita que a Galinha Pintadinha não pode ser a única de cores e sons”, afirma. “Minha neta se diverte diversão da criança” avalia. “É fundamental muitíssimo”, conta. “Quando se aguça a visão e que interajam com outras crianças. Se não audição ativa o cérebro. E crianças nessa idade, tem irmãos, chame os primos, os amiguinhos de até 3 anos, estão ávidas por informação” fala, para brincar em casa,” recomenda. “É essencial tentando explicar o fenômeno. a companhia de outra criança. Essa interação é Para Dr. Giácomo, as cores dos vídeos não trazem importante para o desenvolvimento porque é prejuízo à visão das crianças. No entanto, é preciso assim que ela vai aprender a dividir, a perder, que os pais estejam atentos quando ao tempo a ouvir não,” explica. “Mas na hora de inserir que elas permanecem em frente à TV, acompa- outra criança no convívio é preciso sempre que nhando as histórias. “É tão apaixonante que elas um adulto esteja por perto para intermediar. não piscam nem relaxam,” explica. “Assistir aos A presença de um adulto é importante para vídeos não é prejudicial para o desenvolvimento que as crianças se sintam mais confiantes”, da visão, mas ficar tempo demais causa fadiga nos fala. “Outra coisa fundamental é que os pais olhos”, fala. “Os olhos são como qualquer outra passem um tempo com a criança, que reserve parte do corpo, também cansam,” afirma. “E os um tempo para fazer atividades com ela. Mas pais têm que dar o exemplo. Não adianta nada que seja uma atividade da criança, e não diminuir o tempo da criança em frente à TV se dos pais”, recomenda.

Apresentação da Galinha Pintadinha em Bragança leva criançada ao delírio

“Assistir aos vídeos não é prejudicial para o desenvolvimento da visão, mas ficar tempo demais causa fadiga nos olhos”. Dr. Giácomo

“Os vídeos da Galinha Pintadinha são educativos, mas não abrangentes. Não dá pra deixar a criança só por conta disso”, Luciana Miraldi


comportamento

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Amor baseado em

evidência

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Antes de apelar para o jogo de búzios ou para o horóscopo, dê uma olhada na maneira científica de encontrar seu grande amor; quem sabe dê certo

por JULIANA VINES/Folhapress

Foto: Karime Xavier/Folhapress

A ciência ainda não encontrou a fórmula do amor, mas muitos pesquisadores parecem acreditar que estão quase lá. Estudos, equações e teorias solucionam dilemas como prever a chance de uma reconciliação ou de encontrar a alma gêmea. Para a médica inglesa Luisa Dillner, as respostas das pesquisas são mais confiáveis que conselhos de amigos. Dillner é colaboradora da revista científica “British Medical Journal” e autora do livro “Os Números do Amor” (Best Seller, 304 págs., R$ 29,90). “Conselhos são baseados em experiências. A experiência do outro pode bem ser diferente da sua. Já pesquisas são feitas com centenas de pessoas”, disse à reportagem. Por exemplo: um amigo pode dizer que a ex-namorada vai pedir para voltar, mas estudos mostram que a chance de reconciliação para casais com menos de 30 anos é de 10%. “Se você sabe que a estatística está contra você, vai se mexer mais rápido.” ‘achismos’ O psicólogo Ailton Amélio, professor da Universidade de São Paulo e autor de “Relacionamento Amoroso” (Publifolha, 304 págs., R$ 27, 92), tem estudos sobre o amor, mas é mais cauteloso. “Existem pesquisas confiáveis, mas ainda há muito ‘achismo’ e soluções mágicas.” Outro porém é que dificilmente os estudos podem ser generalizados. “Muitos são com universitários americanos, nem sempre os resultados se aplicam a outros contextos”, diz Dillner. Para o psiquiatra e terapeuta de casal Luiz Carlos Osorio, não dá para desconsiderar a ciência mas também não tem como ignorar a experiência e o contato com outras pessoas. “Não podemos reduzir tudo a um padrão. Relacionamentos são imprevisíveis. Existem caminhos para deixar a relação mais satisfatória, mas eles só vão funcionar se o casal se dispuser a isso.” (COLABORARAM FERNANDA REIS E FILIPE OLIVEIRA)

Como encontrar um amor

Para a ciência, não há mistério. Diferentemente do que se imagina, homens e mulheres buscam as mesmas coisas em um parceiro. De acordo com levantamento internacional realizado com 9.474 pessoas em 33 países, todos procuram bondade, inteligência, bom humor e saúde na outra pessoa (“Journal of Cross-Cultural Psychology”). Não ajudou? Então tente procurar pessoas semelhantes a você. Casais com personalidades parecidas são mais satisfeitos em seus relacionamentos, segundo pesquisadores da Universidade de Iowa (EUA). Em estudo de 2005, eles pediram a 291 casais que respondessem a questionários e participassem de interações filmadas. Depois, mediram a satisfação matrimonial e as semelhanças entre os parceiros. Resultado: os casais se parecem muito no que diz respeito às atitudes. As semelhanças na personalidade foram importante para a qualidade da relação.

Cantadas que funcionam

Romantismo à parte, para a psicologia evolutiva, a cantada é o momento de o homem mostrar suas qualidades como bom reprodutor e companheiro. As melhores cantadas, portanto, são aquelas que exibem esses atributos, de acordo com pesquisa da Universidade de Edimburgo, Escócia. Foi pedido a 195 universitários que dessem uma nota de um a cinco para 40 cantadas masculinas. Quanto maior a nota, maior a chance de a conversa continuar. As que tiveram mais sucesso foram aquelas em que o galanteador demonstrava disposição de ajudar ou expunha suas qualidades intelectuais. Quando um homem impediu que roubassem o lugar de uma mulher na fila do ônibus, por exemplo, recebeu nota 3,83. Demonstrar que tem dinheiro também funciona: pedir opinião para comprar um relógio caro recebeu a nota 3,76. As que tiveram as menores notas foram as diretas, como convites explícitos ou elogios. Se você costuma perguntar, sem sucesso, “Você se machucou quando caiu do céu?” (nota 1,54), agora sabe o que está dando errado. A pesquisa foi publicada na revista “Personality and Individual Differences”, em 2006.

Encontrar a alma gêmea

Quando você está apaixonado, como saber se outra pessoa que você ainda não conhece seria capaz de despertar sentimentos mais profundos? Para solucionar o problema, o matemático e psicólogo Peter Todd, da Universidade Indiana (EUA), junto com o psicólogo Geoffrey Miller, criaram uma teoria que pode ser chamada de “regra dos 12”. É um algoritmo matemático, “que maximiza as chances” de achar a alma gêmea e “diminui os riscos” de se dar mal na escolha. A ideia está baseada em um conceito chamado de “satisficing” (a mistura de satisfação com suficiente), que quer dizer fazer a melhor escolha dentro de opções limitadas. Doze pretendentes são uma boa amostra, segundo estimativas dos pesquisadores. Para dar certo, porém, é preciso conhecer bem

as opções. E, depois de chegar à conclusão, ter cara de pau para correr atrás de “ex” e pedir uma segunda chance.

Sexo no primeiro encontro

Tanto faz se é homem ou mulher: quem tem relações sexuais com quem acabou de conhecer fica malvisto. Trabalho da Universidade Texas Tech (EUA), publicado pela revista “Personal Relationships”, entrevistou 296 universitários, que responderam a questionários sobre o comportamento sexual de homens e mulheres tendo como base situações fictícias. Homens e mulheres que tinham sua primeira relação sexual após firmar um compromisso foram considerados mais apaixonados e companheiros. Enfim, desejáveis para um namoro ou casamento. Outra pesquisa, publicada no mesmo periódico em 1998, mostra que homens tem 40% mais chances de se envolver em sexo casual. Ter tido uma experiência desse tipo no passado ou estar em uma situação que favorece o sexo (estar bêbado, por exemplo) aumenta as chances de a transa acontecer. Participaram da pesquisa 305 pessoas 33% dos homens e 16% das mulheres já tinham feito sexo casual.

Fazer o amor durar

O matemático e psicólogo John Gottman, da Universidade de Washington (EUA), depois de acompanhar casais por anos, criou uma fórmula de sucesso para casamentos: a taxa 5 X 1. Para cada coisa (comportamento ou memória) negativa do parceiro, é preciso ter cinco positivas. A teoria da satisfação pode até parecer óbvia, mas a ideia é que os pontos negativos sejam reconhecidos e, quem sabe, evitados. Queixas sobre defeitos na personalidade do parceiro e declarações de desprezo são exemplos de comportamentos nocivos. Um dos estudos de Gottman começou em 1983, com 79 casais que participaram de conversas filmadas. A partir da ideia do 5 X 1, os pesquisadores conseguiram prever a maioria dos divórcios dos 79 casais, 22 (27,8%) se divorciaram depois de 14 anos. A pesquisa foi publicada na revista “Journal of Marriage and the Family”, em 2000. Uma maior capacidade de resolver conflitos e de cultivar memórias positivas ajuda a manter a satisfação no relacionamento. Segundo o pesquisador, há dois períodos críticos: os primeiros sete anos quando metade dos divórcios acontece e na meia-idade, em que a satisfação matrimonial chega no ponto mais baixo.

Relacionamento no trabalho

O trabalho é um dos lugares mais citados na literatura científica como um local propício para encontrar o amor. Mas depende do emprego. Ambientes mais liberais, em que piadas são permitidas, são os mais favoráveis para os romances, segundo pesquisa da Universidade de Tulsa (EUA), publicada no “Journal of Applied Social Psychology”, em 2011. O estudo envolveu 293 pessoas e foi feito em duas etapas. Os participantes responderam a um questionário que trazia perguntas como “Você já testemunhou um namoro no seu trabalho atual?” e “Você já se envolveu com alguém do escritório?”. Dos entrevistados da primeira etapa, 35% já tinham se relacionado com alguém do trabalho. O número chegou a 43% entre os participantes da segunda etapa. Trabalhar nas mesmas tarefas e conviver em um ambiente liberal ajudam. A proximidade física é o que menos conta.

Reacender a chama

A qualidade do relacionamento é ligada à frequência das relações sexuais, de acordo com estudo da Universidade Estadual da Geórgia, publicado em 2008. O problema é que, ainda segundo a pesquisa, na maioria dos relacionamentos a atividade sexual diminui com o tempo. Os cientistas entrevistaram 77 pessoas que estavam em um relacionamento sem sexo para entender o “celibato involuntário” quando um dos parceiros não tem interesse sexual. Esse celibato pode ocorrer, por exemplo, por problemas no relacionamento ou falta de desejo sexual e pode trazer frustração, depressão e baixa autoestima (94% dos participantes do estudo desejavam ter sexo de novo em suas vidas). A pesquisa não ensina a reacender a chama, mas traz algumas pistas: as principais causas da perda do interesse sexual são a sensação de que não há mais novidade e que não é preciso investir na relação. Outro estudo, canadense, feito com 99 pessoas, mostrou que conversar sobre sexo e falar sobre as preferências na cama pode melhorar a vida sexual.

Namoro à distância dá certo?

Estudos mostram que relacionamentos a distância podem ser mais estáveis do que os próximos. Segundo pesquisa da Universidade Estadual de Ohio, feita em 2007 com 122 casais, a idealização do parceiro e a satisfação com a comunicação são maiores em relações a distância. E o que acontece quando os casais que moram

longe passam a viver perto? O mesmo grupo de pesquisadores realizou, em 2006, um estudo para descrever as mudanças que a relação sofre quando deixa de ser a distância. Foram selecionados 335 universitários para responder a questões abertas sobre a relação. Os resultados não foram muito animadores: 36,6% dos que estiveram em um relacionamento a distância e passaram a morar no mesmo lugar terminaram em até três meses e 97% deles perceberam alguma mudança na relação, como aumento nos conflitos, ciúmes e percepção de novos defeitos ou qualidades no parceiro. A maioria dos participantes (85%) disse sentir falta de pelo menos uma coisa na relação a distância autonomia, por exemplo.

Discutir sem cobranças

Discussões são inevitáveis e, de acordo com a ciência, dizem muito sobre a qualidade do relacionamento. Um trabalho da Universidade de Wisconsin (publicado em 2000 pelo “Journal of Marriage and Family”) entrevistou 97 casais recém-casados com, em média, 25 anos. Dois terços deles foram convidados a participar de interações em laboratório. A ideia era observar como eles discutiam e como reagiam a respostas hostis e tentativas de terminar a conversa. Os resultados contrariaram alguns estereótipos de gênero: homens que evitavam conflitos e se retiravam da discussão (mudando de assunto, por exemplo) foram bem vistos pelas mulheres. A atitude foi vista como um empenho do marido em evitar a briga. Já entre os homens, esposas que fugiam de discussões foram motivo de queixa. Segundo a pesquisadora, o estudo mostra que é possível identificar comportamentos que são hostis e, assim, evitá-los. Mas nem todos os conflitos podem ser resolvidos. Pesquisa de 2009, publicada na revista “Family Relations”, feita com 100 homens e 100 mulheres casadas, mostrou que as discussões sobre dinheiro são umas das mais frequentes. E elas nunca têm solução.

As chances de recomeçar

O fim de um relacionamento não significa um ponto final na vida amorosa, mostra estudo realizado pela Universidade de Essex (Inglaterra). A partir de dados de pesquisas do “British Household Panel Survey”, que entrevista anualmente 5.500 famílias, foi possível concluir que, entre as pessoas que acabam de se divorciar, 30% passam a viver com outro parceiro em um ano. Em cinco anos, a porcentagem é de 47%. Porém, a velocidade em que a pessoa inicia um novo romance diminui à medida que ela envelhece. Viúvos e responsáveis por crianças se envolvem 15% menos em novos relacionamentos. E esses relacionamentos pós-rompimento podem ser duradouros? Pesquisas já disseram que há um risco de “efeito rebote” (usar um amor para curar outro), mas um estudo publicado no “Journal of Divorce and Remarriage”, em 2011, com dados de 13 mil pessoas, mostrou que a quantidade de divórcios dos “relacionamentos-rebote” é a mesma de outros tipos de relacionamento: 15% dos casais que recomeçaram acabaram se separando. O trabalho analisou relacionamentos que começaram em vários períodos pós-separação e não encontrou diferenças.


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informática & tecnologia

Jornal do Meio 631 Sexta 16 • Março • 2012

Leeeeeeento Usuários de versões anteriores de iPhones e iPads reclamam que os aparelhos ficaram mais lerdos e travam demais com o novo sistema operacional da Apple por/Folhapress

“Meu iPad virou uma verdadeira carroça digital!” A constatação é do designer Leandro Souza, 31, dono da primeira versão do tablet. Leandro comprou o aparelho justamente pelo elogio de blogs e amigos sobre rapidez e navegação fluida do gadget. Mas, depois da atualização para o iOS 5, versão mais recente do sistema móvel da Apple, ele não conseguia visualizar fotos no Facebook. “Travava todas as vezes, sem exceção, quando eu tentava abrir uma imagem”, diz. Após conversar com um colega de trabalho com o mesmo problema, ele pesquisou sobre o assunto na internet e ficou surpreso ao descobrir milhares de reclamações e dúvidas, em inglês e português, sobre a instalação do iOS 5 em aparelhos antigos. As observações dos internautas são sobre aplicativos que fecham inexplicavelmente, lentidão geral e bateria que acaba em menos tempo. A explicação é simples: as versões mais antigas de iPad, iPhone e iPod touch não são tão rápidas ao executar o novo iOS, quanto os modelos mais recentes disponíveis no mercado. “O processador do iPhone 3GS não é o mesmo do iPhone 4, que não é o mesmo do iPhone 4S. Dentre esses, o iOS 5 só roda 100% no iPhone 4S. Nos [aparelhos] mais velhos, ele fica um pouco mais lento, sim, é fato”, diz Bruno Fernandes, da Br4 iPhone, loja especializada em conserto de aparelhos da Apple. Em um tópico no fórum oficial da Apple, um cliente diz estar usando novamente seu iPod touch 2 por não suportar a lentidão do iPod touch 4, causada pelo iOS 5. “Quando alguém chega aqui [à loja] para atualizar, eu sempre deixo claro que não há somente vantagens”, diz Fernandes. “O que podemos dizer com certeza, seja sobre o iPhone 4, o iPod touch 4, o iPhone 3GS ou o iPad 1, é que os aparelhos ficam mais lentos e que a sua bateria termina mais rápido.” Mesmo assim, ainda segundo Fernandes, a cada 10, 8 optam por atualizar. “Ninguém quer ficar para trás”, completa o técnico.

Dois gumes

Casamento entre sistema e aparelho é, atualmente, um dos trunfos da Apple. Steve Jobs nunca licenciou alguns programas da Apple (como o sistema operacional Mac OS) para outras plataformas porque hardware e software, segundo ele, devem ser desenvolvidos

juntos, como um ecossistema. Mas a filosofia máxima de Jobs serve para seus próprios dispositivos: ao instalar sistemas novos em aparelhos antigos, o “encaixe” entre software e hardware não é uma simbiose perfeita. A reportagem questionou a Apple sobre os problemas relatados pelos usuários, mas a empresa não comentou. iOS 5 só funciona bem nos novos modelos da Apple, dizem técnicos Especialistas e técnicos são unânimes ao afirmar que o iOS 5 só funciona em sua completude nos dispositivos iPhone 4S e iPad 2, que possuem processadores com dois núcleos, mais potentes. Mas há formas de aprimorar o uso do novo sistema em dispositivos mais antigos, além da opção de não atualizar (veja dicas ao lado). “Isso acontece há tempos. Por exemplo, o iPhone 3G foi atualizado até o iOS 4.2, mas o melhor sistema para ele é o iOS 3”, diz César Ghiotto, técnico da iSolution, loja especializada em aparelhos Apple. “A partir da versão 4, ele já fica lento”, completa. Uma das táticas sugeridas é a atualização via “restore”, e não apenas por upgrade simples. “O ‘restore’ faz uma limpeza do aparelho, restaura padrões de fábrica e tira tudo o que está guardado na memória, por isso diminui a chance de travamentos”, diz Bruno Fernandes, técnico da Br4 iPhone, outra loja especializada em Apple. Foi o que fez a publicitária Flavia Borba, 25, para resolver problemas de seu iPhone 4, que, apesar da pouca idade, já havia começado a dar sinais de caduquice. “A tela demorava um pouco para reagir ao toque, e alguns aplicativos às vezes fechavam sem motivo”, diz. Flavia pediu ajuda à operadora contratada, mas, segundo a empresa, o hardware do iPhone estava normal -nenhum problema na tela ou nos botões. Depois de pesquisar na internet, o diagnóstico: o telefone sofria de rejeição ao iOS 5, versão mais recente do sistema móvel da Apple, projetado para rodar melhor no iPhone 4S. “Ele ainda está meio lerdinho após o restore, mas pelo menos parou de travar”, diz. “Nunca mais vou atualizar, dá muito trabalho”.

Sem garantia

Mas a tática não funciona para todos. “Fiz o ‘restore’ em meu iPad 1. Não funcionou nada. Com certeza é parte da conspiração da Apple

para me obrigar a comprar o iPad 3”, postou o usuário Hans Derycke em um fórum de discussões do site de tecnologia “Ars Technica”. A tradutora Nathália Rio Preto, 27, tem um iPhone 3GS há mais de dois anos. Decidiu restaurar e atualizar o aparelho para consertar falhas causadas pelo jailbreak, mas o resultado não foi animador. “Ele está mais lento ainda com o iOS 5”, afirma. “Estou pensando em fazer o downgrade. Mas ainda não tenho certeza, porque gosto muito do iMessage”, completa.

Vale atualizar

As vantagens de instalar o iOS 5 Imessage Mensageiro exclusivo de dispositivos da Apple. Útil se você tem vários amigos e contatos profissionais que tenham iPhone Novo sistema de notificações Organiza vários avisos em uma barra na parte superior da tela, ótimo se você usa várias aplicações ao mesmo tempo Câmera rápida Agora tem um atalho para a câmera na tela de bloqueio para você não perca o momento da foto Atualização pelo ar Você não precisará conectar mais o seu aparelho ao computador, via cabos, para atualizar para novas versões. Apenas conexão via internet é obrigatório

Não vale atualizar

As desvantagens de instalar o iOS 5 Bateria Sistema mais robusto, com mais serviços, consome mais energia; péssimo para quem preza a duração da bateria mais do que tudo Desempenho Técnicos são unânimes: quanto mais antigo o aparelho, pior performace ele terá; aplicativos vão demorar mais para abrir Falhas O iOS 5 consome mais memória, ponto fraco de dispositivos antigos. Por isso, travamentos e outros defeitos podem se tornar mais freqüentes Games Se você joga bastante, não atualize. Os games usam muita memória e são os mais propensos a travar. Jogos novos (como “GTA 3”), feitos para a totalidade do potencial do iOS 5, podem não rodar bem em aparelhos mais velhos

Hackers fazem sistema antigo funcionar com recursos do novo Quem tem um modelo “jurássico” da Apple, como um iPhone 2G ou um iPod touch de primeira geração, não precisa deixar o aparelho enterrado como um fóssil, no fundo do armário. Há duas semanas, hackers liberaram a versão 5.1 do software whited00r (whited00r.com), que turbina o iOS 3, presente em aparelhos mais antigos, com o visual e com características do iOS 5. O sistema conta com o Newsstand, a banca de jornais e revistas digitais da Apple, e até mesmo com um iCloud improvisado, que usa o serviço Dropbox como base para armazenar arquivos. O aplicativo teve 20 mil downloads em 48 horas, e funciona apenas nos iPods touch 1 e 2 e nos iPhones 2G e 3G -todos precisam ter jailbreak (desbloqueio que habilita a instalação de aplicativos não-autorizados pela Apple e outras funções extras). Outro grupo hacker, o Chronic Dev-Team, liberou há uma semana o primeiro jailbreak completo de iPhone 4S e de iPad 2. O aplicativo chama-se Absinthe. Saiba como restaurar seu dispositivo 1 Baixe e instale a última versão do programa iTunes em apple.com/br/itunes. 2 Abra o programa e conecte seu dispositivo (iPhone, iPad ou iPod touch) na entrada USB de seu PC. 3 Selecione o aparelho na aba Dispositivos, no menu que fica à esquerda. 4 Na tela que surgir, clique na aba Sumário e depois clique em Restore. 5 Atenção: o iTunes perguntará se você deseja fazer o backup do seus arquivos. É importante executar o procedimento para que você não perca todos os seus dados (fotos, músicas e aplicativos). Não há como salvar algumas coisas, como senha de Wi-Fi, e-mails e personalizações. 6 Após o backup, basta clicar em Restore. O processo demora alguns minutos. Depois de restaurar o seu dispositivo, o iTunes vai instalar a última versão do iOS disponível. 7 O fim da operação pode demorar minutos ou até algumas horas, dependendo da quantidade de arquivos que você tinha em seu iPad.


seus direitos e dever

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Coligações partidárias por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

Um partido pode concorrer, sozinho ou coligado a outros, nas eleições. É muito comum a agregação de pequenas legendas a grandes partidos com o fim de disputarem as eleições com maior força política. Tem-se nesses casos a formação de coligações partidárias. As coligações partidárias podem ser conceituadas como “acordos entre dois ou mais partidos para apresentação à eleição da mesma ou das mesmas candidaturas”. De acordo com a Constituição Federal os partidos políticos têm autonomia para adotar os critérios de escolha e os regimes de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. As coligações partidárias possuem finalidade pura e simplesmente eleitoral, são constituídas durante as convenções partidárias que ocorrem no mês de junho dos anos eleitorais e são desfeitas após o período eleitoral. Possuem denominação própria e funcionam como um só partido junto à Justiça Eleitoral e no trato de interesses interpartidários. As denominações das coligações poderão ser a junção de todas siglas dos partidos que as integram, não poderão coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político. Nas eleições proporcionais (eleições para os cargos de deputados e vereadores), os candidatos da mesma coligação concorrem juntos, como se fizessem parte de um único partido. Na propaganda para eleição proporcional, cada partido usará apenas a sua legenda sob o nome da coligação. Da mesma forma nas eleições majoritárias, é possível uma chapa ser formada por candidatos de diversos partidos que estejam coligados (por exemplo por um candidato a prefeito de um partido e por um candidato a vice, oriundo de outro partido). Na propaganda para eleição majoritária (eleições para o cargo de prefeito, governador, presidente e senadores), contudo, a coligação usará, obrigatoriamente, sob a sua denominação, a legenda de todos os partidos que a integram. Importante se faz destacar que a regra da verticalização das coligações, determinada, no passado, pelo Superior Tribunal Eleitoral, não mais subsiste. A Emenda Constitucional 52/2006 afastou a necessidade de que a coligação com partidos em âmbito nacional deveria ser a mesma em âmbito estadual e municipal. Hoje, os partidos são livres para se coligarem, podendo haver coligações diferentes para as disputas das eleições nacionais, estaduais e municipais. Assim um partido A poderá se coligar com o partido B para disputar ao cargo de Presidente da República, e se coligar com o partido C para disputar ao cargo de Governador

de um determinado estado. Na prática as coligações se traduzem em importantes instrumentos para o fortalecimento dos partidos na disputa eleitoral e ao menos, em tese, devem ser formadas entre partidos que tenham afinidade ideológica. Muito se tem discutido sobre esse instituto, havendo quem o defenda, considerando que a manutenção das coligações é a única forma de sobrevivência dos pequenos partidos. E há aqueles que pregam pela sua extinção, as reconhecendo como uma “promiscuidade partidária”. Aduzem que em especial nas eleições proporcionais (vereadores e deputados), elas desfiguraram ideologicamente os partidos políticos, pois além de terem se transformado em uniões efêmeras de partidos com ausência de afinidade, têm favorecido as agremiações políticas de maior expressão que ao se coligar elevam o seu número de candidatos aos cargos legislativos e ampliam, também, o tempo de propaganda gratuita no rádio e televisão nas eleições majoritárias, sem a participação, portanto, daqueles partidos, posto que os candidatos aos cargos majoritários são escolhidos pelos partidos mais fortes. Existe uma proposta de Emenda Constitucional em trâmite no Congresso Nacional que tem o objetivo de acabar com as coligações para eleições proporcionais, mantendo-as apenas para as eleições majoritárias. Quando o eleitor se depara com uma coligação, mister se faz que ele procure se informar quanto as ideologias e os objetivos traçados pelos estatutos de cada partido que a compõe, e, ainda, sobre quem são os candidatos aos eles vinculados. Isso porque, tratando-se de eleições proporcionais, o voto em determinado candidato será aproveitado pela coligação e, no final, pelo candidato a ela pertencente mais votado. O Supremo Tribunal Federal, decidiu, recentemente, que a vaga decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar deve ser ocupada pelos suplentes das coligações, e não dos partidos. A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, relatora dos processos, foi a primeira a afirmar que, se o quociente eleitoral para o preenchimento de vagas é definido em função da coligação, a mesma regra deve ser seguida para a sucessão dos suplentes. “Isso porque estes formam a única lista de votação que em ordem decrescente representa a vontade do eleitorado”. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados


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teen

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Família

Rancore Banda de rock leva tatuador para os shows e já tem mais de 200 fãs com o símbolo marcado na pele por DANILA MOURA /folha Press

Em 2008, o vocalista da banda paulistana Rancore, Teco Martins, 25, decidiu tatuar o logotipo do grupo, criado por dois amigos designers. A namorada dele, Mariana Sario, 25, e o baterista, Ale Iafelice, 24, acompanharam a ideia, que tomou proporções impensáveis para os três. Quatro anos depois, eles perderam a conta de quantos fãs têm seus corpos marcados pelo símbolo, cujo significado tem “algo a ver com ideais de liberdade e fazer o bem”, segundo os integrantes. “O Teco já tem contabilizados mais de 200 fãs tatuados no álbum de fotos do Rancore no Facebook”, diz o baixista Rodrigo Caggegi, 25. Em 2011, durante duas apresentações em São Paulo, o grupo contratou um profissional para tatuar os fãs dispostos a reforçar a legião. “Na primeira vez, levei umas dez agulhas descartáveis. Pensei que sobrariam, mas acabaram rapidinho”, conta Roger Marx, 31, tatuador contratado pela banda. Tudo feito como manda a lei: tatuagem só para maiores de idade ou com autorização dos pais. De outubro para cá, Roger tatuou mais de 30 fãs do grupo. Criada em 2001, a banda faz um som de pegada hardcore com batidas rápidas e letras simples de fácil empatia junto ao público jovem. O álbum mais recente, “Seiva” (2011), foi remasterizado no estúdio Bernie Grundman Mastering, em Los Angeles -por onde passaram Dead Kennedys e The Suicide Machine. Com um disco bem produzido, a agenda de shows foi reforçada, agregando mais fãs, com quem os músicos têm uma relação próxima. “Somos uma família: saímos juntos, conversamos com o pessoal da banda. Fiz muitos amigos indo aos shows”, diz Thamiris Finelon, 18. Ela, porém, fez a sua tatuagem quando era menor de idade. Precisou ir até Ribeirão Pires (SP) para

encontrar um tatuador que topasse fazer o trabalho na surdina. “Meus pais ralharam muito na época, agora aceitam bem. Até perguntam curiosos sobre o Rancore”, conta ela. Carol (nome fictício), 17, fez o desenho na coxa, que esconde até hoje dos pais. “Estou esperando fazer 18 para contar. Meu aniversário é em março. Daí aproveito e faço outra no braço”, planeja. Heitor Tavares, 19, optou por uma reprodução de 20 cm nas costas. Arrepender-se não é algo que passa pela cabeça de nenhum deles, garantem.

Para sempre Além de fazerem novos amigos com esse interesse em comum, os fãs do Rancore têm uma postura colaborativa. Eles ajudam a criar a cenografia dos shows e dos videoclipes, como “Mãe”. As convocações para os encontros são feitas pelo Twitter, e as reuniões costumam acontecer no vão do Museu de Arte de São Paulo, o Masp. Os desenhos na pele servem de divulgação. Os oito tatuados ouvidos pela reportagem contaram que amigos começaram a ouvir o som da banda quando perguntavam sobre a tatuagem. “O fato de eles se tatuarem cria uma responsabilidade maior para a gente. Não podemos decepcioná-los”, arremata Iafelice. Apesar de respeitar os fãs mais afoitos, que fizeram as tatuagens ilegalmente, ele alerta: “É preciso respeitar a lei. Se não for maior de 18 anos, tem que ter autorização por escrito dos pais para marcar a pele”. Sou menor, posso ser tatuado? Só com a autorização dos pais. Sem isso, há desrespeito à integridade física, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Nesse caso, o tatuador pode responder por crime de lesão corporal e cumprir pena de de três meses a um ano de prisão.

Fotos:Alexandre Rezende/Folhapress

Amanda Godoy, 17 , fa da banda Rancore mostra a tatuagem que fez com o simbolo do grupo


casa & reforma

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Reforma segura Obra em apartamento que altera alvenaria deve ter registro no Crea por CARLOS ARTHUR FRANÇA/Folhapress

Apesar de comuns, obras para a retirada de uma parede ou para a criação de uma cozinha americana no apartamento não podem ser realizadas sem acompanhamento de arquiteto ou engenheiro responsável sob o risco de abalar a estrutura do prédio. Em edifícios novos, não são raros aqueles feitos de alvenaria estrutural -quando não há viga ou pilar e as paredes são as responsáveis pela sustentação. O problema é que, para leigos, essas são iguais às de vedação, que podem ser tiradas. Em prédios de concreto armado, como regra geral, pilares, vigas e lajes são os

elementos “imutáveis”. Descascar um pilar para acomodar uma banheira, por exemplo, afeta o equilíbrio -nem sempre estável- da construção. No entanto, essas não são leis naturais. “Não existem obras proibidas, mas, para fazer algumas mudanças, a estrutura deve ser compensada”, explica Paulo de Mattos Pimenta, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. A retirada de uma parede ou de um pilar pode ser corrigida pelo reforço em outro ponto do edifício, como uma estrutura de aço. Mas isso pode elevar o custo da obra em até 40%, segundo profissionais

ouvidos pela reportagem.

Dentro da lei Ao contratar um arquiteto ou engenheiro é importante exigir do profissional a emissão de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) registrada no Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Esse é o documento que garante a responsabilidade do profissional em relação à obra realizada. Nos condomínios, é dever do síndico pedir o projeto detalhado da obra e, em caso de alteração na alvenaria, a ART.


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Foi com imensa alegria que fotografei o casamento da Simone e Edimilson.

palavra para encantar a todos. Após jurarem amor pra vida toda, os

Um casal muito bacana e muito querido também. É impossível ficar perto

dois trocaram as alianças num clima muito Romântico. Na sequencia os

do Edimilson sem rir com ele. Simone é um doce de pessoa. Lembro me

cumprimentos emocionados dos pais e padrinhos marcavam o quanto

do dia que Simone me procurou para falar do casamento e como estava

esse casal é querido. Depois seguimos para o salão de festas onde o

ansiosa pelo Grande Dia da vida dela. Testemunhei toda a dedicação

casal ofereceu uma linda festa com direito a show de pirofagia e tudo.

dos dois para que a realização deste sonho fosse inesquecível. Cuidaram

A festa entrou madrugada à dentro e o casal aproveitou tudo até o final.

pessoalmente de todos os detalhes. E tenho a certeza que valeu a pena

Foi muita dança, comes e bebes tudo com muita dedicação e carinho

cada momento porque realmente foi uma noite maravilhosa.

dos dois. Mais um dia inesquecível que guardo com muito carinho.

O making of da Simone foi muito gostoso. Ela estava acompanhada pela mãe que seguia com muito carinho cada detalhe da filha. Aliás, Simone ficou linda de noiva. A cerimônia aconteceu num sábado chuvoso na catedral de Bragança e foi presidida pelo padre Marcelo que, como sempre, usou do dom da


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veículos

Caderno

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Jeep Compass

Compass é a resposta da Jeep ao aumento global da demanda pelos crossovers

por Luiz Humberto Monteiro Pereira/ AUTO PRESS

Se todo artista tem de ir aonde o povo está, todo o capitalista tem de ir aonde o lucro está. Isso explica as motivações mercadológicas do lançamento do Jeep Compass, apresentado em 2006, reformulado há um ano nos Estados Unidos e que acaba de desembarcar no Brasil. Marca do Grupo Chrysler, atualmente controlado pela Fiat, a Jeep construiu ao longo das últimas sete décadas uma sólida tradição no segmento dos 4X4 – tanto que o termo jipe se tornou sinônimo de veículo off-road. A capacidade dos carros da marca no fora de estrada conquistou fãs em todo o mundo. E muitos deles torceram o nariz quando a Jeep anunciou o lançamento do crossover Compass, com tração dianteira e configuração de mecânica e suspensão mais aproximada dos carros de passeio que dos utilitários. Mas um fabricante de automóveis não existe para agradar consumidores “puristas” – existe para dar lucros aos seus acionistas. E foi em busca do lucro que a Jeep criou o Compass, que coloca a marca em um dos segmentos automotivos que mais se expandiu nos últimos anos – o dos crossovers, veículos de aspecto lameiro mas que não trazem obrigatoriamente maiores atributos para o fora de estrada. Nesse gênero de veículos, a imagem de robustez e esportividade é bem mais importante que a efetiva capacidade para enfrentar obstáculos ou acelerar forte. E, em termos de imagem off-road, a Jeep inegavelmente tem muito a oferecer. Tanto que o Compass se tornou um sucesso de vendas nos Estados Unidos e ajudou o Grupo Chrysler a ser a empresa automotiva que mais cresceu em 2011 no mercado norte-americano. Além de inserir a marca em um novo segmento, a proposta do Compass também é ser

uma espécie de “carro de entrada” da linha Jeep. O próprio “slogan” de lançamento do crossover – “entre para o Mundo Jeep” – deixa essa intenção bem clara. É o único Jeep oferecido abaixo dos R$ 100 mil – o preço de tabela está em forçados R$ 99.900, fora o frete. Antes, a linha começava pelo Cherokee, nas versões Sport – que custa atualmente R$ 109.900 – e Limited, pelo Wrangler, nas versões Sport e Unlimited Sport, e pelo “top” Grand Cherokee, nas versões Laredo e a “top” Limited, que atinge os R$ 175 mil. E se a ideia é parecer um Jeep mesmo sem ser um jipe, a opção da marca foi adereçar o Compass com vários dos elementos estéticos presentes em seus veículos off-road. Lá estão a grade com sete vãos e as caixas de rodas angulosas, comuns aos modelos da marca. Os faróis do crossover lembram bastante os da Grand Cherokee. De perfil, o destaque criativo fica para a maçaneta traseira, que fica disfarçada na coluna da porta, como em alguns modelos da Alfa Romeo – também controlada pela Fiat. Já a traseira tem aspecto bastante robusto e conservador, valorizando os volumes das formas. A Jeep alega que buscou um visual contemporâneo, voltado para o público jovem. O conjunto até cumpre a função de inspirar força, mas não chega a inspirar jovialidade. É conservador e carece de maiores ousadias estéticas. Por dentro, não há como escapar da sensação de que o Compass é o Dodge Journey da marca Jeep. Os padrões de acabamento e texturas são bastante similares e as diferenças se restringem às identidades estilísticas de cada marca. O Compass é confortável e elegante, sem extremos de requinte – bem dentro de sua proposta de ser um “carro de entrada” da marca. Em termos de segurança,

Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias

Jeep compass

a Jeep não economizou. Lá estão seis airbags – frontais, laterais e de cortina –, além de ABS, controle eletrônico de estabilidade e até monitoramento da pressão dos pneus. Para mover o seu crossover de 1.424 quilos, a Jeep optou por uma motorização 2.0 litros de quatro cilindros em linha e 16 válvulas, que oferece 156 cv aos 6.300 giros e 19,4 kgfm em 5.100 rotações. Trabalha junto a um câmbio continuamente variável, que segundo a Jeep simula seis marchas. A marca informa que o seu mais novo modelo faz de zero a 100 km/h em 11,4 segundos e atinge a velocidade máxima de 180 km/h. No Brasil, o Compass vai enfrentar muitos adversários – alguns do mesmo grupo, como Dodge Journey e Fiat Freemont. Além deles, encara Honda CR-V – que recebe uma nova geração ainda em março –, Kia Sorento, Mitsubishi ASX, Hyundai ix35 e Chevrolet Captiva, todos com preços entre R$ 80 mil e R$ 120 mil. Se conseguir herdar parte do prestígio no off-road da marca Jeep, pode dar trabalho à concorrência. E ajudar na ousada meta do Grupo Chrysler em 2012 – dobrar a quantidade de concessionárias e as vendas por aqui em relação a 2011.

Primeiras impressões

Barueri/SP - Nas ruas e estradas da região de Barueri, na periferia paulistana, o Compass teve a chance de mostrar que a Jeep também pode se sair bem no asfalto, e não apenas fora dele. E a impressão inicial que deixou é de que a marca tem potencial para se estabelecer bem no novo segmento. Entre os veículos do Grupo Chrysler, em termos de performance dinâmica, o Compass se assemelha bem mais a o Dodge Journey do que dos outros veículos da Jeep, como

Cherokee, Wrangler e Grand Cherokee. Na estrada, se mostra um crossover correto, mas que não transmite grande exuberância em termos de desempenho. Seu motor de 156 cv não permite uma performance muito esportiva a um carro de quase 1,5 tonelada. O torque máximo de 19,4 kgfm só aparece aos 5.100 giros. As ultrapassagens devem ser bem calculadas, pois o carro demora um pouco a reagir quando o pedal do acelerador é acionado vigorosamente. E o câmbio CVT, embora seja bastante confortável, ainda ajuda a aumentar a sensação de morosidade. A opção pelo acionamento manual das marchas na alavanca de câmbio ajuda a tornar o desempenho um pouco mais instigante. Mas, se não dá ao carro um comportamento demasiadamente esportivo, pelo menos o motor parece ser econômico. A Jeep assegura que o Compass pode rodar até 9,8 km/l em trechos urbanos. Em termos de suspensão, o acerto do Compass é bem coerente com sua proposta de carro de passeio. Nas curvas, o comportamento é macio, para privilegiar o conforto. O carro não chega a adernar excessivamente e mantém a compostura. A mesma aparente sobriedade aparece quando é necessário acionar os freios de forma mais vigorosa. É um carro de passeio bastante confortável para cinco pessoas – há os devidos apoios de cabeças para três pessoas no banco traseiro. Mas, sem dúvida, passa longe de tudo que se espera de um Jeep. A ergonomia, em geral, é bem resolvida. Embora o painel de instrumentos seja constantemente ofuscado por reflexos que dificultam um pouco a visualização das informações.


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Conceito de carga por Augusto Paladino/AUTO PRESS

Um dos destaques

Foto: Divulgação

da Ford no Salão de Genebra, que começa dia 8 de março, será o conceito da nova Transit. Chamado de Tourneo Custom Concept, o furgão chega com estilo de design Kinetic, já difundido entre os carros de passeio da fabricante. O interior também tem diversos elementos inspirados no New Fiesta, por exemplo. O protótipo tem três fileiras de assento e carrega até oito passageiros com bancos ajustáveis e que podem ser retirados. O motor é um 2.2 Duratorq diesel de 155 cv.

Ford Tourneo


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Bonança sueca por Augusto Paladino/AUTO PRESS

O ano de 2011 foi

Foto: Divulgação

um dos melhores da Volvo Cars no Brasil. A marca teve mais de 5 mil carros emplacados, um crescimento de 140% em relação à 2010. E grande parte do sucesso foi graças ao sedã S60. Para manter as vendas em alta, a Volvo confirmou a chegada da perua V60 ao país em junho. Baseada no S60, a station terá as mesmas motorizações do três volumes. A T4 com 180 cv, T5 com 240 cv e T6 com 304 cv. Atualmente, o S60 é vendido por preços entre R$ 102 mil e R$ 170 mil e a perua deve ficar cerca de 10% mais cara. Volvo V60


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Traje esportivo por Augusto Paladino/AUTO PRESS

Para refinar ainda

Foto: Divulgação

mais sua clientela, a Bentley lançou uma versão especial do sedã Mulsanne, a Mulliner Driving Specification. Ele vem com rodas de 21 polegadas fixadas por parafusos de titânio e interior refeito com materiais mais nobres, como aço inoxidável, alumínio e muito couro. São mais de 100 opções de cor para a carroceria e 20 para o interior. Os únicos opcionais são o teto solar panorâmico e geladeira para garrafas de champagne. O motor continua o poderoso V8 biturbo de 6.75 litros e 512 cv de potência.

Bentley Mulsanne


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