Braganรงa Paulista
Sexta 30 Marรงo 2012
Nยบ 633 - ano X jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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para pensar
Jornal do Meio 633 Sexta 30 • Março • 2012
Expediente
Domingo de Ramos
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Mons. Giovanni Barrese
Neste próximo domingo entramos na Semana Santa que era chamada pelos mais velhos de “Semana Maior”. Certamente pela compreensão de que nela é celebrado o Mistério fundamental da fé cristã: a Ressurreição de Jesus Cristo. É interessante notar que o início dessa semana é uma recordação da entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém. Os evangelistas descrevem o fato. As pessoas entusiasmadas vão arrancando galhos de árvores, como escrevem Mateus (21,8) e Marcos (11,8). Lucas (18, 28ss.) não fala em ramos. João (12, 12-16) fala em ramos de palmeira. Esta diferença é provavelmente originada no fato que o evangelho de João é o mais tardio. Escrito por volta do ano 90. Em plena perseguição do Império Romano aos cristãos. O ramo de palmeira é sinal de vitória dos que são martirizados. Além dos ramos o povo vai estendendo mantos. Um tapete formado de
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vestes. Junto a galhos, folhagens e flores como adereços a serem sinal da alegria. Na verdade há, na celebração de Ramos, uma exigência vinculante. Quem aclama Jesus Cristo - e o faz de maneira tão exposta - deve ter consciência da responsabilidade do ato externo. A aclamação deve ser um sinal da fidelidade vivida até as últimas conseqüências. Na doação da própria vida por Aquele que deu a sua vida. É a consciência que na Sua morte a nossa morte é superada. No Seu sofrimento é vencido o nosso. Nas Suas dores as nossas encontram refrigério. Domingo de Ramos é uma festa bonita que não esconde as dores da Paixão. Na celebração litúrgica são lidos os textos que falam da entrada em Jerusalém e dos momentos do martírio do Senhor. Penso que a pedagogia da celebração quer nos recordar a profundidade da manifestação pública da fé. E deseja prevenir o risco de uma aclamação transformar-se em cooperação de
condenação. Porque isso pode, infelizmente, acontecer. O fato vivido no domingo de ramos deve ser um alerta para todos nós. Não é difícil aclamar o Cristo quando se trata de arrumar uns ramos, umas flores. E até um tapete. O difícil é continuar manifestando amor por ele quando se deve assumir posicionamento igual ao Dele! Se entendermos as celebrações da Semana Santa como um “fazer memória” da entrega de Jesus Cristo para que tenhamos vida (João 10,10), a conclusão lógica é que quem segue Jesus Cristo deve ter a mesma disponibilidade de doar vida para que a Vida aconteça. Olhando a nossa realidade vemos as múltiplas situações de morte que envolvem a realidade. A violência que se alastra. As limitações da ordem econômica que não privilegia as pessoas e sim o lucro. As questões morais e éticas atropeladas pela ganância, mensalões, abusos de poder e exacerbação do autoritarismo. No fundo a questão é buscar em
Jesus Cristo as linhas mestras do comportamento. Para que nossas atitudes sejam cristãs, isto é, reflitam em nosso tempo e em nossos dias aquilo que Jesus Cristo faria e diria nos nossos dias. Sabemos que o discipulado de Jesus não é limitado a cerimônias religiosas e às paredes dos nossos templos. Somos chamados a viver a “verdadeira religião”, como diz o apóstolo Tiago (ressoando os profetas) em sua carta (1,27): cuidar de quem sofre e está marginalizado. E não se trata de benemerência ou filantropia. Trata-se de conversão pessoal e estrutural. Para que o amor a Deus se reflita no amor ao irmão, como recorda João em sua primeira carta. Neste ano a Campanha da Fraternidade nos convidou a tomar consciência sobre A Saúde Pública. Sobre o dever de cuidarmos da Vida nossa, dos outros e da Terra, nossa casa. Sobre a necessidade da defesa dos direitos de todos a terem assistência digna.
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Sobre a necessidade de que os agentes da saúde tenham justa remuneração e instalações adequadas onde possam exercer sua missão. É um desafio feito a partir de um dado concreto da realidade do nosso país que exige dos cidadãos – mormente os marcados pela fé – uma atitude que favoreça a mudança do modo de pensar e agir . Não por interesses de grupos. Sim pela defesa de princípios que devem levar em conta o bem. Da natureza e das pessoas. A Semana Santa possa ser, aos que afirmam sua fé em Cristo Ressuscitado, um renovar de compromisso e um sinal mais luminoso de Esperança.
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colaboração SHEL ALMEIDA
No livro infantil “A Semente da Felicidade”, de Francisco Ferreira, uma pequena semente vive presa a uma árvore enquanto as outras, que estão no chão, se incomodam por ela estar no alto. Até que uma tempestade a derruba e ela cai em uma poça d’água. As outras sementes ficam satisfeitas, pois acreditam que ela se ache superior e isso lhe serviria como lição. No entanto, para surpresa de todos, aos poucos a pequena semente começa a se transformar e logo se torna uma árvore com bons frutos. É essa singela fábula que Célia de Lima, a Celinha, irá levar às 200 crianças do Bairro do Torozinho quando começar a realizar o sonho de criar uma biblioteca comunitária. Assim como na Páscoa do ano passado, quando foi tema de matéria do Jornal do Meio, ela entregará ovos de chocolate à criançada, mas, desta vez, os doces virão acompanhados de livros. “O livro é uma coisa que fica para sempre. A criança lê e não esquece mais. O chocolate é só naquele momento”, fala. Posteriormente, ela transformará um cômodo de sua casa em uma biblioteca onde as crianças e adolescentes poderão emprestar livros, conversar sobre eles e estimular a imaginação.
Incentivo à leitura “O meu sonho é montar uma biblioteca na minha casa para incentivar a leitura. Porque o que eu acho que falta é isso, incentivo”, fala Célia. “As escolas têm bibliotecas, mas as crianças preferem televisão, computador
ou ficar na rua. A criança precisa entrar de juntar pais e filhos para aprenderem no mundo de fantasia dos livros”, anali- juntos”, imagina. sa. Para as crianças do Toró e Torozinho, Simplicidade bairros onde Célia desenvolverá o projeto chamado “Leitura Também é Cultura”, Com toda a sua simplicidade, Célia é coalém de incentivo, o acesso aos livros mo a pequena semente da história: não será também uma ocupação. “Vamos nos se abate com as tempestades e consegue encontrar razão para reunir para conversar, crescer e frutificar. É para eles contarem Com a leitura a gente pode com o sonho de construir aos outros sobre o mudar quem a gente é. que leram. Quero que Através dos livros a gente pode na própria casa uma eles entrem no mundo conhecer outros caminhos, biblioteca comunitária abrir portas diferentes que ele pretende levar das historinhas”, fala. Célia de Lima fantasia e confiança para “ Tenho certeza que tantas crianças. Célia isso vai ajudá-los a crescer de uma maneira diferente, sair sabe que a leitura abre portas da mente e dessa violência que a gente vê todo hora”, do futuro e que, muitas vezes, é só o que reflete. “O que quero passar para eles é: a criança precisa, de um lugar onde ela você pode escolher, não precisa ficar nisso possa ser ela mesma, soltar a imaginação para sempre”, explica. A criança que tem e dar asas à criatividade. “Eles adoram os contato com a leitura tem como benefício teatrinhos que fazemos. Com os livros vão aprender melhor, pronunciar melhor as conhecer outras histórias e eles próprios palavras e se comunicar melhor. Também vão poder escolher qual peça a gente vai desenvolve a criatividade, a imaginação e encenar”, fala. Outro benefício que Célia adquire cultura, conhecimento e valores. acredita que a leitura pode trazer é ajudar Além disso, a leitura freqüente ajuda a na interação entre as próprias crianças. criar familiaridade com a escrita, auxilia na “Eles vão poder conversar mais entre alfabetização e a lembrar a grafia correta eles, sobre assuntos diferentes. E os das palavras. “Talvez nem todos queiram livros que eu tiver aqui serão apenas participar logo do projeto. Mas quando o começo. Vão poder trocar idéias perceberem que os que estão participan- e experiências, debater assuntos”, do estão gostando, os outros irão querer imagina. participar também”, fala. Outra idéia de A esperança de Célia é que com o seu Célia é promover o incentivo à leitura entre modesto incentivo, essas os adultos, através dos filhos. “Tem muita crianças e jovens possam gente que por um motivo ou outro não vislumbrar uma vida aprendeu a ler. Vai ser uma boa maneira cheia de sonhos e
Os primeiros livros da Biblioteca Comunitária de Célia.“Os livros que eu tiver aqui serão apenas o começo. Eles vão poder trocar idéias e experiências, debater assuntos”, imagina.
que estejam preparadas para lutar por um futuro melhor. “Espero que cada vez mais crianças conheçam e tomem gosto pela leitura”, fala. Quem lê tem o privilégio de poder entrar em contato com os mais diversos assuntos, adquirir conhecimento, viajar até mundos imaginários, fazer parte de histórias mirabolantes, fazer amigos em cada página virada. A leitura estimula o entendimento, a concentração, a reflexão e a compreensão. “Com a leitura a gente pode mudar quem a gente é. Através dos livros a gente pode conhecer outros caminhos, abrir portas diferentes”, analisa Célia. “É o que eu quero para essas crianças, o que eu quero que eles descubram”, fala. Os livros têm o poder de transpor fronteiras, de ampliar a percepção, de ajudar a enxergar e compreender o outro. Paras as crianças especialmente, o livro torna-se uma alavanca para a construção das próprias estruturas de pensamento e a para o exercício do discernimento.
“O que quero passar para eles é: você pode escolher, não precisa ficar nisso para sempre” Célia de Lima
delícias 1001
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Nhoque de leite - profissional Para fazer e congelar (e vender...)
por deborah martin salaroli
Nhoque de batata eu faço sempre... Mas gostaria de poder congelar também. Às vezes exagero na quantia e sobra. Tudo bem, o jantar fica garantido, mas pra que sofrer? Sabemos que o congelamento de batata não é recomendado, ela fica borrachuda e aguada. É claro que o mesmo aconteceria com os nhoques, caso sua temperatura caísse abaixo de zero. Então eu ficava intrigada cada vez que via nhoque congelado à venda em supermercados e rotisseries. Sem comentar que meus filhos adoram um recheado que vende por aqui. Procurei, procurei e finalmente encontrei a chave do segredo. Segredos desvendados, finalmente. Essa receita é para fazer e vender! Nhoque de leite!!! E agora, divido essa experiência com vocês... Vamos lá? Estes são os ingredientes: 1 litro de água 1 litro de leite 300 g de margarina sem sal 1 colher (sopa) de sal 1 ½ kg de farinha de trigo 3 ovos inteiros Coloquei numa panela a água, o leite, a margarina e o sal. Assim que ferveu, despejei a farinha de trigo de uma vez só, como se fosse fazer uma massa de salgado. Mexi bastante até virar uma bola até que desgrudasse da panela. Então, joguei em cima da bancada e esperei amornar. Quebrei os ovos no centro e sovei bastante, até que a massa ficasse bem lisinha e que não grudasse mais nas mãos. Para ajudar, untei as mãos com margarina. (Estava com medo dessa parte, pensei que eu ia ficar ‘o dia inteiro’ sovando, mas foi rapidinho mesmo) Cobri toda massa com um plástico para não secar. Tirei porções aos poucos. Fiz rolinhos, do jeito tradicional. Cortei os nhoques e fui colocando num recipiente largo e grande, com 1 fiozinho de óleo para que não grudassem.
Como essa receita rende muito, variei nos tamanhos e nos modelitos do nhoques: fiz baby (bem pequenos, uma graça!!!) , outros do tamanho tradicional e alguns recheados com provolone. Mesmo assim, aproveitei para congelar 3 porções. Nossa, como rende! No total, essa receita produziu 3,800kg!!! Algumas dicas: 1. Se for consumir no mesmo dia, deixe assim. Antes de servir, coloque água para ferver e vá colocando os nhoques na água fervente até que subam. Retire com uma espumadeira e coloque num escorredor de macarrão, passe por água fria para dar o choque térmico e parar o processo do cozimento. Coloque no refratário com o molho de sua preferência. 2. Pode ser congelado: para esse processo não passe pela água fervente. Coloque em saquinhos ou bandejinhas de isopor, tire o ar, amarre e congele. Para descongelar, deixe na parte baixa da geladeira pelo menos 12 horas antes de consumir. Então, ao servir, leve à panela com a água fervente como já dito antes. 3. Se sua família não for grande ou caso você não queira congelar ou dividir com a sogra ou com a vizinha, faça meia receita. Ou menos, 1/3 talvez... Você pode acompanhar todo passo a passo no blog. Digite na coluna da direita ‘nhoque profissional’ e veja como se faz. Na próxima semana temos mais um encontro marcado. Espero por você. Beijo-delícia Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001. com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br
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informática & tecnologia
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Por trás da máscara Filme mostra quem são e o que pensam os integrantes do Anonymous, principal grupo hacker do mundo
por FERNANDA EZABELLA/Folhapress
Nem mocinhos nem bandidos. E, sim, ativistas políticos. É como os integrantes do grupo Anonymous são retratados no documentário inédito americano “We Are Legion - The Story of the Hacktivists” (nós somos legião - a história dos hackers ativistas). São homens e mulheres que, desde 2008, têm tirado do ar sites de grandes empresas e de órgãos de governo. Fizeram fama na internet por isso e são alvo de processos judiciais pelo mesmo motivo. Segundo Brian Knappenberger, diretor do filme, alguns pontos unem esses ativistas: são descentralizados, bagunçados e, principalmente, querem levar a desobediência civil para a era digital. “É um dos fenômenos culturais mais interessantes da história recente”, diz Knappenberger sobre a bandeira do ciberativismo erguida por membros do Anonymous. O filme acaba de sair do forno: foi exibido pela primeira vez em janeiro, no festival Slamdance, em Park City (EUA), e ainda não tem estreia prevista no Brasil. Diversas pessoas associadas ao Anonymous tiraram suas máscaras para serem entrevistadas. Há os que já passaram pela prisão, os que se dizem afastados das atividades ilegais e os que revelam só seus nomes de guerra. Eles contam histórias de como o grupo foi formado por frequentadores do 4chan, site para livre troca de imagens, e de como muitos membros investiam em ataques em jogos sociais por pura diversão. A mudança de atitude veio em 2008, quando perceberam o poder que tinham juntos, ao marcarem protestos em frente aos templos da cientologia em várias cidades do mundo. Cerca de 9.000 pessoas apareceram, para espanto dos organizadores. O documentário martela a ideia da desobediência civil on-line ao citar precursores do ativismo digital, como o Cult of the Dead Cow, grupo dos EUA formado nos anos 1980. E, em especial, por meio das conversas com integrantes do Anonymous presos em julho de 2011 e à espera de julgamento por causa dos ataques contra PayPal, Visa e MasterCard em 2010, em represália ao corte de serviços ao site Wikileaks. Eles podem ser multados em até US$ 250 mil e pegar penas de até 15 anos de prisão. “É um referendo sobre nosso direito de protestar on-line”, disse o diretor à reportagem. “Não que não seja ilegal. Mas a punição deve ser adequada ao crime.” Ativismo hacker não é crime, diz diretor ‘É uma provocação. É diferente dos hackers que invadem para roubar’, defende o autor de ‘We Are Legion’ Foi com muita paciência que o diretor Brian Knappenberger frequentou salas de bate-papo usadas pelos integrantes do Anonymous, durante um ano, tentando ganhar a confiança de alguns para filmar seu documentário “We Are Legion”. “Quando você fala com gente que esconde a identidade, é um desafio saber o que está por trás. É preciso calma. Um deles disse que me conhecia, e até hoje não tenho ideia de quem era”, contou o também jornalista de 41 anos, que lidera a produtora Luminant, em Los Angeles, colaboradora
dos canais Discovery Channel e Bloomberg Television. Entre os que tiram a máscara para falar do grupo está Peter Fein, associado ao Anonymous e ao grupo Telecomix nas operações contra governos da Tunísia e do Egito no ano passado, no auge da Primavera Árabe. “Já nos chamaram de simpatizantes de terroristas, crianças, cyberbullies, hooligans. Às vezes esses termos não são totalmente errados, mas este é, sim, um movimento político sério”, afirma Fein durante o longa. Mercedes Haefer é a única mulher do Anonymous a dar as caras no filme. Ela conta como, em 2010, foi tirada de casa às 6h, ainda de pijama, por agentes do FBI com coletes à prova de bala. O motivo? O ataque ao site do PayPal. Agora em liberdade, ela tem participado de audiências para o julgamento, que deve durar até um ano, segundo seu advogado, Stanley Cohen. “O caso dela não envolve roubo de identidade, invasão de e-mails, fechamento de empresas. (...) É um caso puro de manifestação pacífica”, afirma. Outro desmascarado é Brian Mettenbrink, que em 2010 pegou um ano de prisão e multa de US$ 200 mil pelos ataques on-line da operação contra a cientologia. “Não me arrependo, foi uma causa nobre”, diz Mettenbrink no filme, ao lado da mãe. “Estava fazendo a diferença. E nem precisava sair de casa!”
Canhão digital
Ele usou a ferramenta mais comum do Anonymous, o programa Low Orbit Ion Cannon, que opera coletivamente e de forma bastante simples, sobrecarregando o site-alvo para tirá-lo do ar. “É uma arma poderosa, mas existem outras mais sofisticadas. A vasta maioria dos membros do Anonymous não tem grandes habilidades de hacking, é uma coisa difícil de aprender”, explicou o diretor Knappenberger. Entre as polêmicas do grupo, está a criação recente de uma versão desse programa que inicia o ataque sem o usuário saber. Outra prática comum questionada é a divulgação de informações de internautas, como números de cartões de crédito, para provar a fragilidade de sistemas. “Eles fazem isso de forma barulhenta, pública, é uma provocação. É diferente dos hackers que invadem para roubar e fazem isso silenciosamente”, defende Brian. Alguns ataques chegaram a reunir 10 mil pessoas, mas só de 200 a 300 costumam frequentar salas de bate-papo em períodos calmos. “Sem dúvida, o movimento não está enfraquecendo”, disse. “Há uma discussão forte entre eles, brigam muito sobre o que fazer, que tipo de ataques são apropriados. O Anonymous nunca é unânime.”
Raio-X do Anonymous
Origem O grupo surgiu no site 4chan, lançado em 2003 para compartilhamento livre de imagens. Os fundadores eram usuários do canal “b”, seção em que pode tudo, de
piadas a pornografia. Como o 4chan tem poucas regras, a maioria dos usuários posta com o nome “Anônimo”, o que inspirou o grupo Ataques pré-Anonymous Em 2006, membros do 4chan invadiram em massa jogos on-line como “Habbo Hotel”, criando caos e ofendendo participantes Novo alvo Em 2006 e 2007, o grupo atacou Hal Turner, extremista da direita que acredita na supremacia branca. Com os ataques, seu programa de rádio saiu do ar Estreia como Anonymous Em janeiro de 2008, vídeo on-line assinado pelo grupo Anonymous declarou guerra à cientologia, após religiosos tentarem tirar da rede um vídeo com uma entrevista polêmica de Tom Cruise sobre a igreja Táticas Além de invadir sites, também pregava trotes comuns, como mandar centenas de pizzas não pagas às casas das vítimas Máscara Guy Fawkes Foi adotada em fevereiro de 2008, quando membros do Anonymous foram às ruas para protestar nas sedes da Igreja da Cientologia (veja no Tecpédia) Maior ataque Derrubou sites do Departamento de Justiça dos EUA, da Universal Music e das associações de gravadoras e de estúdios de cinema, em ação contra o fechamento do site Megaupload Outras operações famosas 1) Em 2010, atacou sites de empresas que negaram serviços financeiros ao WikiLeaks, como Mastercard, Visa e PayPal. Catorze membros irão a julgamento por essa operação 2) Neste mês, divulgou gravação telefônica entre FBI e Scotland Yard sobre investigação de monitoramento de hackers Ataques no Brasil expõem uma forte divisão interna do grupo Sabu, um dos líderes do Anonymous, tem claro vínculo com o Brasil. Em salas de chat ou no Twitter, cita regularmente o país, escreve de vez em quando num português que parece de Portugal, até brinca em alguns momentos que está em seu personagem brasileiro. Um domínio que diz ser seu, prvt.org, está registrado no Brasil. Independentemente de quem seja, Sabu, que participou dos ataques do Anonymous à empresa de segurança americana HBGary em 2011, saiu do grupo para criar o LulzSec -que, ao longo de dois meses, derrubou o site da CIA e atacou sites do governo brasileiro. Sob cerco de investigações nos EUA, o LulzSec decretou o próprio fim, e Sabu voltou ao Anonymous. As ações prosseguiram no Brasil, convocadas ou apoiadas por Sabu, por exemplo, em defesa do movimento Ocupe São Paulo ou ecoando as informações vazadas da Operação Satiagraha.
comportamento
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Psicoviolência Da piadinha supostamente inofensiva à depreciação pública do parceiro, da gritaria ao silêncio que machuca, casais se enrolam no cotidiano traumático das agressões emocionais difíceis de perceber, denunciar e superar
por IARA BIDERMAN /Folhapress
Flagrante, não há. Marcas roxas tampouco estão lá para provar a agressão. “Psicológica” é o adjetivo usado para tentar definir uma forma de violência silenciosa --por mais que o silêncio seja feito de palavras, acusações, cobranças. Ou gestos, olhares, sarcasmo, piadas. “É difícil explicar aos outros onde está a sua dor”, diz o psiquiatra e psicanalista Jorge Forbes. É difícil perceber quando, no relacionamento, o jogo do amor vira o da dominação. O pano de fundo é a vontade de anular o outro, torná-lo refém dos próprios desejos. “Quando um tem um limiar para tolerar frustração muito baixo e o outro, muito alto, a violência se perpetua”, diz a psicóloga Margareth dos Reis, do Ambulatório de Medicina Sexual da Faculdade de Medicina do ABC. A comerciante Mônica, 49, trabalha atendendo clientes do marido, mas sem salário. Ele já escondeu a chave do carro da mulher, para ela não sair sem avisar. Um dia, quando Mônica fazia ginástica, xingou-a na frente de todos. Mas ela não sabe o que vai fazer. “Temos 30 anos de casados, penso que tenho uma família. Por minhas filhas, já devia ter me separado.” Para complicar, o jogo é de mão dupla: quem sofre a violência se nutre dela e a transforma no cimento da relação. Parece um jeito de culpar a vítima e desculpar o agressor. Mas não é novidade, para quem estuda a coisa. “É a dinâmica sadomasoquista, um pacto inconsciente: um provoca, outro agride, o que deve dar algum prazer”, diz a psicanalista Belinda Mandelbaum, do Laboratório de Estudos da Família do Instituto de Psicologia da USP. Além de manifestar um aspecto da sexualidade, a violência psicológica é uma forma de comunicação. “Associamos essa forma de agressão a todas as ações que causam dano ao outro pela linguagem”, diz a psicóloga Adelma Pimentel, autora de “Violência Psicológica nas Relações Conjugais” (Summus, 152 págs, R$ 36,90). A perversidade do jogo é que, no relacionamento íntimo, um sabe os pontos fracos do outro, aqueles que ninguém quer tornar público. O marido de Mônica repete que ela é uma mãe relapsa. “Para me agredir. Mas é difícil perceber a violência psicológica. Você aceita, alguém manda em você.” “Você constrange a pessoa usando os demônios dela. E ela faz o que você quer, por gostar de você”, diz Forbes. Foi assim no primeiro casamento da inspetora de alunos Lúcia, 48. “Eu tinha 19 anos e me casei com o homem pelo qual estava apaixonada. Ele me desvalorizava porque eu era pobre, negra, e eu achava que ele tinha razão.” Destruir a autoestima do outro é a estratégia e a consequência da agressão oculta. Lúcia achava que o ex-marido era lindo. “Ele dizia que eu tinha que agradecer por transar com ele. E eu nem sabia o que era orgasmo!” O morde-e-assopra sustentava o jogo do ex. “Se eu chorava, ele me abraçava e dizia: ‘Gosto de você como você é’.” “Os efeitos na pessoa agredida vão dos distúrbios alimentares à depressão, chegando à tentativa de suicídio”, diz a psicóloga Marina Vasconcellos, da Federação Brasileira de Psicodrama. A vítima dessa forma de violência quase nunca quer mostrar a cara, porque denunciar a agressão é também expor as próprias fraquezas, Afinal, ela se submeteu, aceitou um arranjo ruim com medo de romper e ficar sem aquele amor. Homem também é vítima, mas não assume A complexidade da violência psicológica não impede que esse crime tenha uma definição legal. Está no artigo 7 da Lei Maria da Penha, que descreve muito bem constrangimentos, ridicularização e perseguição, entre outras ações causadoras de danos emocionais. Mas só vale para mulheres. Os homens ficam num limbo legal, e não porque estejam menos sujeitos às agressões das parceiras. Com o aumento de mulheres ganhando mais que os maridos e sendo “chefes” da casa, o jogo pesado da dominação
emocional tem afetado cada vez mais os homens. Mas é mais difícil para o homem assumir que sofre violência psicológica. “Não é de nossa cultura ele se queixar. Se for reclamar em uma delegacia, terá sua imagem mais uma vez danificada”, diz a psicóloga e advogada Lidia Gallindo, da Vara de Família do Fórum da Penha, SP. Levantamento do Ministério da Saúde feito em 2008 e 2009 mostra que 20,8% das notificações de violência doméstica sofridas por homens são do tipo psicológico. O mesmo levantamento mostra que a agressão psicológica sofrida por mulheres é motivo de 49,5% das notificações, quase se igualando ao índice da violência física, 52%. ‘É violência financeira, moral. Ele fala que não sou ninguém’ “Meu ex-marido sempre teve gênio difícil, mas você ouve que é temperamento, acaba se acostumando. O relacionamento durou 18 anos. Depois de nove anos casada, pedi demissão da firma. Eu trabalhava no RH, ele tinha cargo administrativo na mesma empresa. Em 2004 veio a primeira filha. Virei dona de casa. Em 2008, engravidei de gêmeos. Eu cuidava de tudo, nunca tive empregada, babá. Qualquer coisa que estivesse errada ele implicava. Xingava, às vezes era um gesto, uma cara feia. Nada estava bom para ele, em 18 anos nunca fez um elogio. Uma vez, não gostou de um frango que eu tinha feito, pegou a chave do carro para sair sem me dizer nada. Foi a primeira vez que reagi: ‘Não sou cachorro para você me ignorar assim’. Quando ele ficou desempregado, brigava por qualquer coisa. Na frente de todo mundo. Eu ficava com vergonha, abaixava a cabeça. Estava tão presa, a gente acha que casa e tem que ficar junto a vida inteira. Pouco antes da separação, descobri que ele tinha amante. Se não tivesse acontecido, eu não teria percebido o que estava vivendo. Quando nos separamos, me vi sem identidade. Ele me diz que a moleza acabou, que quer ver como eu vou pagar o condomínio, que não vou ter mais convênio nem para os meus filhos. É tudo junto, agressão financeira, moral. Ele fala que não sou nada, que não sou ninguém. Por um tempo, eu só chorava. E ficava pior ao ver meus filhos. Para a criança, o sofrimento é o mesmo se a mãe está com olho roxo ou se está chorando sem parar. Joycilene S. Paoletti, 39, dona de casa ‘Ela me prendia ameaçando fazer de minha vida um inferno’ “Começamos a namorar quando eu tinha 27 e ela, 24. O namoro acabava e voltava. Nas reconciliações fazíamos declarações de amor. Ela era possessiva. Queria muito afeto. Eu recebia ligações o dia todo, se não atendesse uma, ela ligava desesperada. Se eu ia dormir sem ligar, ela ligava de madrugada, me acordava. Qualquer coisa era motivo de briga. ‘Por que que você demorou para atender?’, ‘Por que que você demorou para chegar?’. A situação não estava legal, eu queria desatar, não conseguia. Ela me ameaçava: ‘Se você me largar, faço da sua vida um inferno’, dizia. Ameaçava se jogar da escada e ir à delegacia dizer que eu tinha batido nela. Tentei me afastar. Larguei a faculdade, mudei de endereço. Mas ela conseguiu me encontrar. Aceitei recomeçar. O problema é que casamos. Ela dizia que ia ser diferente, que fazia terapia. Mas as brigas continuavam. Morávamos num prédio, ela fazia uma gritaria horrível. Era uma humilhação, me sentia o pior ser humano da face da Terra. Não consegui sair até que ela terminou comigo. Aproveitei e decidi não voltar. Ela se arrependeu, pediu para voltar. Precisei de ajuda psicológica para resistir. O que me segurava era um engano. Eu via uma pessoa boa, que precisava de ajuda e me amava. Não percebia o quanto me prejudicava. Para quem que você vai falar que não larga a mulher porque ela não deixa? Para quem vai falar que apanha da mulher? Vai na delegacia da mulher fazer boletim de ocorrência? O delegado vai rir da sua cara e dizer ‘olha o frouxo’.” E. L., 38, economista
Foto: Folhapress
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seus direitos e dever
Jornal do Meio 633 Sexta 30 • Março • 2012
Alistamento eleitoral por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana
O alistamento eleitoral é a primeira etapa do processo eleitoral, ato pelo qual o indivíduo se habilita, perante a Justiça Eleitoral, como eleitor e sujeito de direitos políticos. O alistamento eleitoral de se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. A qualificação se dá com a prova de que o indivíduo satisfaz as exigências legais para se tornar eleitor e a inscrição com o preenchimento de formulário específico denominado Requerimento de Alistamento Eleitoral perante um servidor da Justiça Eleitoral. Os cegos alfabetizados deverão se alistar pelo sistema Braille. Para o alistamento, o requerente deverá apresentar um dos seguintes documentos, do qual se infira a nacionalidade brasileira: carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício de profissão; certificado de quitação do serviço militar; certidão de casamento ou nascimento, extraída de registro civil; instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente idade mínima de 16 anos e do qual constem, também, os demais elementos necessários a sua qualificação. E ainda um comprovante de endereço. Todos os documentos necessários para a alistamento eleitoral são fornecidos gratuitamente, até mesmo a segunda via do título de eleitor. É facultado o alistamento, no ano em que se realizam as eleições, de menores com 15 anos de idade, desde que, na data da eleição, já tenham completado 16 anos. O brasileiro nato deve se alistar até os dezenove anos e o naturalizado até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira, sob pena de incorrer em multa imposta pelo juiz eleitoral
e cobrada no ato da inscrição. O prazo para alistamento, revisão e transferência de título, em ano eleitoral, encerra-se 151 dias antes do pleito, neste ano encerrar-se-á no dia 06 de maio. O empregado, mediante comunicação com 48 horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao trabalho, sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a dois dias, para o fim de se alistar eleitor ou de requerer transferência do título. O alistamento deve ser efetuado no domicílio eleitoral. Segundo jurisprudência consolidada do TSE, o domicílio eleitoral não se confunde, necessariamente com o domicílio civil. O alistamento também pode se dar no chamado “domicílio eleitoral afetivo”, o que significa que o fato de o leitor residir em determinado município não constitui óbice para que ele se aliste em outra cidade, desde que nesta local mantenha vínculos (negócios, propriedades, atividades políticas, dentre outros). Vale destacar que o eleitor somente poderá candidatar-se na circunscrição eleitoral que abranja o município onde tiver se alistado. Sempre que o eleitor desejar alterar o seu domicílio eleitoral ele deverá efetuar a transferência do seu título. Com ela o cidadão deixa de ser eleitor de determinado município, passando a ser de outro. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes exigências: recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio, dentro do prazo de 151 dias antes das eleições, em ano eleitoral; transcurso de, pelos menos, um ano do alistamento ou da última transferência; residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da
lei, pelo próprio eleitoral; prova de quitação com a Justiça Eleitoral. As exigências quanto ao transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência e residência mínima de três meses no novo domicílio, não se aplicam à transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico e de membro da sua família, por motivo de remoção ou transferência. Quando o eleitor se alistar em município que não tenha domicílio civil ou afetivo, terá o seu título de eleitor cancelado pela Justiça Eleitoral. O mesmo se dará se houver pluralidade de inscrição. Fatos que correspondem a verdadeira fraude eleitoral. Anualmente, de forma ordinária, ou extraordinariamente, sempre que entender necessário ou ante a existência de indícios de irregularidade, o corregedor-regional eleitoral realizará correição do eleitorado, a fim de verificar se existem irregularidades no processo de alistamento eleitoral que comprometam a normalidade e legitimidade das eleições, como excesso de eleitores em determinado município, acima da média populacional, ou inscrição de eleitores falecidos, por exemplo. Em sendo comprovada irregularidade comprometedora, na correição, será realizada a revisão do eleitorado, o que corresponde a um recadastramento, a partir do qual todos os eleitores de determinada zona ou região serão convocados para essa revisão, sob pena de cancelamento do título. O juiz eleitoral da zona submetida à revisão deverá presidir os trabalhos. O procedimento de revisão eleitoral também poderá ter início a partir denúncia fundamentada de fraude no alistamento em zona ou município, dirigida ao TRE. Ele não se realizará, em regra,
em ano eleitoral, salvo em situações excepcionais, quando autorizado pelo TSE. Ainda, ocasiona o cancelamento do título a falta injustificada do eleitor em três eleições consecutivas, sem pagamento de multa ou justificativa de ausência. Para esse fim, considera-se uma eleição um turno eleitoral, plebiscito ou referendo. O título eleitoral é o documento que comprova o alistamento do eleitor e a qualidade de cidadão do indivíduo. Este documento possibilita ao integrante do corpo social participar ativamente da vida política do local onde vive, se candidatando aos cargos de representante do povo nos poderes executivo ou legislativo e elegendo aquele por quem pretende se ver representado. O voto, aos maiores 18 anos e menores de 70 anos, é um direito e um dever. É o instrumento por meio do qual o cidadão se integra à política, de forma mais explícita. A política, contudo, está presente no dia a dia de todos os membros da sociedade e dela não há como se afastar, apesar de a grande parte da população acreditar que isso é possível. Conviver afastado da política ou a ela alienado corresponde a agir como mero indivíduo, no exato significado da palavra, e não como cidadão. Sendo certo que é como indivíduo que o ser humano integra o corpo social. Nas palavras do sociólogo Norbet Elias, “ninguém duvida de que os indivíduos formam a sociedade ou de que toda sociedade é uma sociedade de indivíduos”. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados
teen
Vida de calouro
Liberdade, amigos e mais conhecimento: o mundo novo de quem entrou na universidade
por RODRIGO LEVINO/folhaPress
Na maioria das universidades brasileiras, o ano letivo começou há uma semana. Se você é um calouro, já teve tempo de limpar a mistura de tinta, farinha e ovos do trote. Mas e o que vem agora? Pelo menos quatro anos de universidade podem ser dos mais ricos e divertidos. O desafio é equilibrar uma escolha, que pode ser para o resto da vida, com a liberdade do começo da vida adulta e as responsabilidades que vão surgindo. Para a baiana Fernanda Caldas, 18, um mundo de possibilidades se abriu desde o fim do ano passado, quando ela recebeu o resultado dos quatro vestibulares em que foi aprovada. “Não sei o que esperar do futuro. É tanta coisa nova!”, se entusiasma ela que vive em Feira de Santana (BA). Fernanda vai cursar engenharia elétrica na Universidade de Campinas (Unicamp), e morar em uma pensão com outras cinco calouras. “Acho que vai ser bom, vou aprender a me virar”, diz ela. Se “virar” pode ser cozinhar, administrar o próprio dinheiro e respeitar a privacidade dos colegas de pensão.
Tudo mudando Morar sozinha ou com colegas não passa pela cabeça da paulistana Luíza Kon, 18: “Pretendo continuar na casa dos meus pais até o fim da faculdade”, diz. As aulas de comunicação multimeios, curso para o qual ela foi aprovada na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, já começaram. “Fiquei na fila de espera do vestibular da Faculdade de Arquitetura (FAU-SP).” Mudar de curso é algo que o calouro está sujeito caso não se adapte ou o curso não seja o que se esperava.
“Pais e estudantes têm de ter uma coisa em mente: a desistência é normal. Se não gostou ou não se adaptou, tem mesmo é que mudar. E a universidade deve ajudar nessa escolha”, diz a pedagoga Sônia Perin, diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. É o que pensa a paraibana Andresa Lima, 19, aprovada em medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB): “Se não gostar, vou procurar um curso que me satisfaça.” Por se tratar de um conhecimento mais complexo e aprofundado do que o do Ensino Médio, pode ser que ocorra um estranhamento inicial. “Essa barreira pode ser vencida com dedicação e estudo”, diz Perin.
Política e amigos É nessa época que, em geral, se dá o primeiro contato com alguns modelos de militância política. Participar de centros acadêmicos e bases de pesquisa são formas de se envolver com a comunidade e lutar por direitos. “Ser monitora de aulas é um dos meus planos para assim que as aulas começarem”, diz Andresa, que prefere isso a fazer parte de alguma agremiação política. Se o interesse for pelo mercado de trabalho, fazer estágio é uma boa ideia. Nem sempre o trabalho é remunerado -ou o salário é curto-, mas ajuda a conhecer mais a profissão. Na escola, na república ou no estágio, novos amigos serão feitos e, aos poucos, o contato com colegas do colegial pode se perder. Nesse caso, a internet é um bom meio de fortalecer os laços. E manter todo mundo atualizado sobre as novidades da vida de calouro, que são muitas e já começaram.
Foto:folhapress
casa & reforma
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Luxo no interior Serviços de luxo em lançamentos no interior atraem paulistanos.Foram lançados cinco empreendimentos com restaurante, hípica e campo de golfe só em 2011 por carlos arthur frança/Folhapress
Aproveitar as vantagens de uma casa de campo sem abrir mão de serviços de alta qualidade, como um restaurante renomado. Essa é a proposta de condomínios e loteamentos de alto padrão que crescem em um raio de 120 quilômetros da capital. Em 2011, ao menos cinco desses lançamentos surgiram à beira das estradas paulistas. A rede de serviços disponíveis para os condôminos impressiona. O rol vai de campo de golfe a clube hípico, de hotel a spa. Alguns benefícios são pagos conforme o uso, outros já estão inclusos no condomínio do imóvel --que pode ser pago por metro quadrado. O conforto tem preço. Apesar de o valor parecer baixo parte de R$ 240 o m , o menor terreno tem 1.000 m nesses empreendimentos. Ao valor do lote deve ser somado o custo de construção da casa. O pedaço de terra comprado pelo empresário Durval Ferreira Júnior, 62, em Itatiba (a 84 km da capital) mede 1.500 m . Ali Ferreira pretende construir uma segunda casa para a família. “A vista é maravilhosa e fica perto de São Paulo. Quando tiver um neto, ele vai aproveitar isso.” na estrada Próximos a importantes vias de acesso à capital, como as rodovias Bandeirantes
e Castello Branco, os empreendimentos chamam a atenção também de gente disposta a pegar a estrada diariamente para trabalhar. A fisioterapeuta Ana Luísa Hara, 39, trocou sua casa em Moema (zona sul de SP) por um terreno de 3.000 m em Itu (a 101 km da capital). Proprietária de um spa em São Paulo, ela visita a cidade três vezes por semana. “Eu gastava mais tempo no trânsito do que agora.” Facilidades de hotel são cobradas conforme o uso Taxa mensal não cobre custos de utilização de haras e de campo de golfe Pousada e hípica exclusiva para donos e convidados são diferenciais de condomínios de luxo O primeiro contato para a compra de terrenos nos empreendimentos de alto padrão do interior paulista não costuma ser feito no estande de vendas. Ele acontece em um fim de semana no hotel que ali existe ou em um evento hípico realizado no haras. O importante é dar uma prova da infraestrutura de que o futuro proprietário poderá usufruir. Foi dessa forma que o engenheiro Israel Mor, 31, resolveu comprar sua parte do loteamento Fazenda Dona Carolina para casa de campo, em Itatiba (a 84
km de SP). “Já me hospedava com a família no hotel e achava a região muito bonita”, conta. Como proprietários, eles poderão utilizar o centro hípico, o spa, o campo de golfe e a recreação do hotel, mas os custos não estão inclusos na tarifa mensal de R$ 600, que é apenas para manutenção da área comum. ‘pay per use’ Para usar a área de lazer do hotel, Mor terá de pagar uma diária de uso (R$ 158 por pessoa, 25% de desconto sobre o valor cobrado de quem não é proprietário). Com ares de exclusividade, alguns empreendimentos fecham parte da área de lazer para moradores e amigos. Na Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (a 118 km de SP), o hotel é aberto a visitantes, cuja estrutura também pode ser usada por moradores. No entanto, o centro hípico e o campo de golfe só poderão ser utilizados por proprietários e convidados. O condomínio Quinta da Baroneza, também em Itatiba, usa um modelo ainda mais restrito. A pousada é aberta apenas para convidados. O objetivo é ter um lugar para acomodar hóspedes. Pela exclusividade, o custo mensal é de R$ 3.600, aí não estão inclusos alguns serviços do haras.
Foto:Lucas Lima/Folhapress
A fisioterapeuta ana Luísa Hara trocou sua casa em Moema por um lote de 3.000m² em Itu
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Fui com muita alegria que fiz essa produção gestante da mamãe
linda mamãe Alessandra estava radiante e muito feliz. Demos muitas
Alessandra e do papai Fábio. Trata-se do Rafael na barriga da mamãe.
risadas quando Fábio fez o desenho do rostinho do Rafael na barriga
Já tive o prazer de fotografar o casamento desse lindo casal há alguns
da Alessandra. Fez questão de colocar um boné com grife e tudo no
anos e agora de testemunhar o crescimento da família. Foi um dia
desenho. Hoje, Rafael já nasceu para a alegria da família e em breve
muito agradável e divertido também. Fizemos fotos no lindo quartinho
estaremos colocando mais fotos desse lindo garotinho nesta coluna.
que o papai e a mamãe prepararam para a chegada do Rafael. Tudo
Enfim, mais um dia muito divertido que guardo com muito carinho.
com muito carinho. Fábio já preparou a coleção de carrinhos que na verdade não sei se será do papai ou do Rafael. Brincadeiras à parte, isso mostra como a chegada de um filho desperta em nós adultos uma euforia trazendo lá do fundo nossas referencias da infância. A
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2º veículos e variedades
Caderno
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BMW Série 1
Nova geração do BMW Série 1 embarca muita eletrônica mas deixa o luxo de fora na versão para o Brasil
por Augusto Paladino/ AUTO PRESS
A Europa também tem uma nova classe média. Com uma diferença: no Brasil, os consumidores desta faixa se originam do aumento de renda das classes mais baixas, enquanto na comunidade europeia ela surge da queda do poder aquisitivo das classes mais altas. O fenômeno, que se acentuou com a crise que se arrasta desde 2007, tem um reflexo direto no mercado: o aumento de interesse em modelos mais acessíveis de marcas premium. As fabricantes respondem com a aplicação de mais tecnologia e sofisticação nos segmentos de entrada. Essa filosofia orientou a Audi no A3, foi adotada pela Mercedes-Benz no Classe A e agora é reafirmada com ênfase na segunda geração do Série 1, que chega ao mercado brasileiro nove meses depois de ser apresentado na Europa. Mas a versão destinada inicialmente ao Brasil, a 118i, sofre de uma certa crise de identidade. Ela embarca os vários recursos eletrônicos sofisticados, mas traz um acabamento sem requintes. A intenção desse “despojamento” seria para evitar o espanto da freguesia – o que certamente ocorreria com o repasse integral para o preço do IPI adicional de 30%. Mas o resultado ficou no “fio da navalha”. O preço subiu sensivelmente, mas não embute todos os 30 pontos do imposto. A versão mais barata, 118i, que há um ano custava R$ 97 mil, passou para R$ 113.370, 17% a mais. Salgado. As versões seguintes, 118i Urban Line e 118i Sport Line são ainda mais caras. Custam, respectivamente, R$ 119.720 e R$ 122.900. Em todas elas, o luxo foi sacrificado, mas a esportividade e a eletrônica embarcada se mantiveram, para sustentar a excelência dinâmica dos modelos da marca. A começar pelo propulsor 1.6 TwinPower Turbo, que rende 170 cv potência a 6 mil giros e 25,5 kgfm de torque entre 1.500 e 4.500 rpm. Segundo a BMW, o 118i é capaz de fazer o zero a 100 km/h em 7,5 segundos e chegar a 225 km/h. O modelo é gerenciado por um câmbio automático com modo manual sequencial de oito marchas que tem três modos de atuação: Eco Pro, Comfort e Sport – na versão mais cara, há ainda o modo Sport+, que reduz a atuação dos controles dinâmicos do carro. No modo Eco Pro, o computador “ensina” como Fotos: /Carta Z Notícias
dirigir mais economicamente. Indicar se a pressão no acelerador está forte ou se a frenagem poderia ser mais suave. Nesta busca pela economia, a BMW adotou o sistema Start/Stop como item de Série no 118i. Cada vez que o modelo fica imóvel, o motor é desligado. E basta uma leve pressão no acelerador ou um movimento no volante para religá-lo. Pelo desgaste provocado neste liga-desliga, o 118i tem um sistema regenerativo da energia dos freios, que auxilia o alternador a manter a bateria em boas condições de carga. A carga de tecnologia do Série 1 fica muito bem explicitada no painel do Série 1. O sistema i-Drive usa a tela de 5,5 polegadas no console central como interface para configurações e conectividade. Ele é capaz de parear com um Smartphone e assumir várias de suas funções, tem GPS, câmara de ré, sensores de obstáculos, de chuva e de luminosidade e ar-condicionado automático. No computador de bordo também é possível navegar pelo manual do proprietário. Na parte de segurança, nada que impressione. O 118i traz apenas os equipamentos normais, como faróis bixênon, seis airbags, controles de estabilidade e de tração, ABS com EBS, etc. Só não traz o conforto e a estética costumeiramente encontrados em modelos premium. Os bancos são em tecido grosso e têm ajustes por alavancas. Os panéis que cobrem teto e colunas são revestidos em um tecido simplório, enquanto os plásticos aparentes são pouco refinados. Com a alta dos preços e a queda do glamour, o Série 1 pode ter dificuldades para repetir o desempenho dos dois últimos anos, quando emplacou 120 unidades mensais em média. Mesmo com os reforços na linha no meio do ano. O primeiro é o 116i, mais barato, que usa o mesmo 1.6 turbo com rendimento reduzido para 136 cv. O outro é o 118i Full. Como o próprio nome denuncia, será a versão completa. Nesse caso, com direito a acabamento em couro, bancos elétricos, teto-solar, borboletas no volante e acabamento mais sofisticado. Elementos de requinte que, tanto quanto a esportividade, sempre se espera em um BMW. Urban e Sport representam um novo sistema para aproximar os BMW da suposta personali-
dade do comprador. Começa com o novo Série 1 e deve se estender aos novos lançamentos da marca. Trata-se de criar uma unidade de design no detalhamento do carro. O Urban usa cores claras em frisos, como na parte baixa do para-choque, no perfil das aletas da grade, nas rodas, na ponteira do escapamento e nos apliques de acabamento no interior. Já o Sport adota o preto, cromo escuro e detalhes em vermelho – como no pesponto do banco – nesses mesmos itens. A ideia é expressar uma certa classe no primeiro e uma dose de agressividade no segundo. Na Europa, até as rodas seguem estes conceitos – são brancas no Urban e pretas no Sport. No Brasil, porém, a BMW preferiu não confrontar o consumidor com estas ousadias – inclusive porque o brasileiro é considerado muito sisudo em relação à estética de automóveis de luxo. Por isso, fez demandas junto à matriz na Alemanha para “suavizar” o impacto desses conceito. Por exemplo: aqui as rodas de liga-leve por aqui são sempre na cor tradicional, em alumínio brilhoso. Lá fora, a versão Urban traz apliques em laca branca no tablier, nos painéis de porta e no console entre os bancos. Por aqui virou alumínio escovado. A marca ainda estuda se vai aceitar encomendas dos modelos no conceito original. Mas não leva muita fé na possibilidade de o consumidor “brincar” com os elementos decorativos de sua BMW.
Primeiras impressões
Juquehy/São Paulo – As fontes de diversão em um BMW são tradicionalmente os pedais e o volante. Mas desde que a marca introduziu o i-Drive em seus carros, a partir de 2001, o controle de navegação no console central também tem revelado qualidades lúdicas. Nele, pode-se navegar através do manual do proprietário e até transferir para ele funções do smartophone. Também é possível alterar algumas configurações que influenciam no comportamento e no rendimento do carro. Pode-se determinar as reações do câmbio e a resposta do acelerador e limite de velocidade. Mas no Série 1, no entanto, estes comandos são um tanto limitados. Em modelos superiores, as possibilidades aumentam muito e incluem até
rigidez da suspensão e peso da direção. O maior limite, porém, foi o formato proposto para o test-drive, em comboio – ironicamente, comportamento proibido na Alemanha por ser considerado perigoso. A ideia era aproveitar o percurso de pouco mais de 30 km para fazer uma espécie de check control no carro: verificar se os sistemas eletrônicos realmente funcionavam. Apesar do i-Drive, botões e controles do painel são aborrecidamente numerosos. E no final, mesmo com os vários sistemas que visam a economia, o computador de bordo indicava um consumo muito pouco elogiável, de 7,5 km/l – a BMW indica em percurso misto a média de incríveis 16,4 km. O que também fica constatado é como este Série 1 sofre de falta de glamour interno. Por exemplo, como não tem regulagem elétrica, os comandos para o banco são manuais. Todos os cinco: apoio das pernas, inclinação do assento, altura, reclinação e distância. O tecido dos bancos é pouco refinado, assim como demais tecidos e plásticos de revestimento. Claro que montagem e finalização se mantêm impecáveis, mas os materiais usados deixam muito a desejar para um modelo premium que custa mais de R$ 110 mil. Em um momento em que o comboio se espalhou, foi possível focar a atenção na parte dinâmica e avaliar de forma ligeira a força de aceleração e a estabilidade em retas do modelo. As marchas se sucedem de forma suave e quase imperceptível e o ponteiro do velocímetro sobe sem esmorecer em nenhum momento. Até os 160 km/h, a máxima possível nas circunstâncias, com o acelerador bem pressionado, o Série 1 não foi exigido além da 6ª – o câmbio sobe a marcha automaticamente, mesmo em modo manual, aos 6.500 giros. Nestes giros mais elevados, a rouquidão do ronco do motor invade o habitáculo até com certa facilidade. Mas o que falta mesmo são as borboletas para comandar as trocas de marchas, que deveriam ser item de fábrica no modelo. Afinal, o Série 1 pode não ser um exemplo de luxo e requinte, mas em movimento reafirma a condição de modelo BMW.
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Faísca solta por Augusto Paladino/AUTO PRESS
A Kawasaki convo-
Foto: Divulgação
cou um recall em 1.205 unidades das motos ZX-6R e ZX-10R fabricadas entre 2010 e 2012 para a solução de um problema elétrico. Ambas podem sofrer de um superaquecimento das placas de circuito do regulador de voltagem, que acaba gerando corrente abaixo do necessário. Com isso, a bateria não é recarregada corretamente e pode ocasionar falhas no motor e até o não funcionamento das motocicletas. Para sanar o problema, o regulador de voltagem será substituído gratuitamente. O agendamento pode ser feito pelo site da marca ou pelo telefone 0800-7731210.
kawasaki
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/ AUTO PRESS
Rumo à Big Apple – Enquanto o e gasolina. Especula-se que o novo i30 Salão de Genebra ainda chama a tenha o mesmo motor 1.6 que está no atenção, a Hyundai já começa a se
Kia Soul e no Veloster. Assim, o 2.0 de
aprontar para o Salão de Nova Iorque, que 145 cv deverá deixar de ser usado pela começa em abril. A marca sul-coreana foi marca. uma das primeiras a se mobilizar para o
Nicho disputado – A Jaguar não quer
evento e mostrou as primeiras imagens ficar de fora da recente onda de SUVs e da nova geração do Santa Fe, que será
crossovers de alto luxo. Depois da Bentley
apresentado na ocasião. Por enquanto, ter mostrado seu EXP 9 F em Genebra, a o grande destaque é o desenho. O SUV marca inglesa já trabalha em seu próprio ganha um design mais agressivo e cheio modelo, cujos desenhos foram publicados de vincos – semelhante ao que é usado em
pela revista francesa “L’Automobile”. O
quase todos os carros da fabricante hoje novo Jaguar terá traços esportivos, para em dia. Na dianteira, a grade hexagonal
concorrer com o BMW X6 e os futuros
logo chama a atenção.
Audi Q6 e um novo utilitário grande da
Desenho premiado – A linha DS da Citroën
Mercedes-Benz. O estilo deve lembrar
está dando o que falar na Europa. Durante
os sedãs da marca, como o XF e o XJ.
o Salão de Genebra, o último lançamento Redução necessária – A China contida marca, o DS5, foi anunciado como o nua a surpreender o mundo com seus vencedor do concurso Car Design of the números de economia superlativos. Em Year 2011, algo como carro com melhor fevereiro de 2012, as vendas de carros desenho do ano. O crossover recebeu 24%
novos cresceram 26,5% em relação ao
dos votos, enquanto o segundo colocado, mesmo mês do ano passado. Foram 1,21 o Lamborghini Aventador, ganhou 19%.
milhão de unidades comercializadas.
O Range Rover Evoque foi o vencedor
Ainda assim, em janeiro desse ano foi
da categoria no ano passado. A votação registrada uma queda de 23,8% em aconteceu com os visitantes do site Car relação a janeiro de 2011. O ritmo Design News.
de crescimento anual do mercado de
Hora da barganha – É uma prática co-
automóveis também caiu bastante no
mum nas concessionárias nacionais. Para
ano passado, com 5,2%, enquanto os
esvaziar o estoque prestes a chegada de um
percentuais ficaram em 33% em 2010 e
novo modelo, as lojas oferecem o antigo
estrondosos 53% em 2009. A retração
com grandes descontos como atrativo.
foi devido às medidas do governo para
É isso que a Peugot faz atualmente com
frear as vendas de carros devido aos
o hatch médio 307. A chegada do suces-
problemas causados pela enxurrada
sor, o 308, fez com que muitas revendas de veículos nas cidades chinesas. começassem a vender o carro por até R$ Grandalhão apressado – A Infiniti 10 mil a menos do que o preço tabelado. está mesmo empenhada em produA versão topo de linha, a Premium, pode zir o que deve ser o crossover mais ser encontrada com preços que rondam
rápido do mundo. A divisão de luxo
os R$ 55 mil, sendo que o valor habitual da Nissan confirmou a produção do era de R$ 64.890.
FX50 Sebastian Vettel, desenvolvida
Bebe todas – Quando começar a ser vendido
com o auxílio do piloto alemão. Serão
no Brasil, o novo Hyundai i30 terá uma
apenas 200 unidades produzidas, com
novidade importante: o hatch médio vai o motor V8 de 5.0 litros e 414 cv de ter motor bicombustível. Alguns flagras
potência. O conjunto é capaz de levar
do carro sendo transportado mostraram
o modelo do zero aos 100 km/h em
uma logo na traseira que denuncia a tec-
5,6 segundos e à velocidade máxima
nologia flex. Assim, a Hyundai segue a
de 300 km/h. O carro será vendido
estratégia da subsidiária Kia, que também apenas na Europa e Oriente Médio e está ampliando a sua linha de modelos
as primeiras unidades serão entregues
que podem ser abastecidos com etanol em 2013.
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O mais forte por Augusto Paladino/AUTO PRESS
Um dos destaques da Opel no Salão de Genebra – que termina no dia 18 de março – é o Astra OPC, nova geração da versão esportiva do hatch médio europeu – que, ao contrário do que havia no Brasil até o ano passado, não parou de evoluir. O modelo vai enfrentar na Europa a concorrência de rivais como Ford Focus ST e Volkswagen Golf R. Isso porque o Astra OPC traz um 2.0 turbo de ótimos 276 cv de potência e 40,7 kgfm de torque sob o capô – o que o credenciam como o Astra mais parrudo já feito. A transmissão é manual de seis marchas e o esportivo ainda recebe um diferencial autoblocante na dianteira. Na parte estética, o Astra OPC recebeu novos para-choques, mais pronunciados, saias laterais e spoilers que ajudam a aumentar o seu apelo nervoso.
Foto: Divulgação
Opel Astra OPC
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informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite
Acabamento pra que? Além de dar um ar moderno ao ambiente, a estética do inacabado pode gerar economia no projeto e torná-lo mais sustentável
Um ambiente bonito e bem decorado requer, em primeiro lugar, um acabamento impecável, com pisos muito bem colocados e paredes bem revestidas, certo? A resposta é, mas nem sempre. Muitos projetos são constituídos de conceitos bem opostos, com canos, conduítes e tijolos aparentes. É a chamada estética do inacabado. No começo, as pessoas torciam um pouco o nariz, porque parecia que o projeto não estava pronto. Mas, hoje, reconhecem o valor estético e a sofisticação deste trabalho. É uma estética mais verdadeira, mais simples, mais real. A estética do inacabado permite deixar pilares, vigas e tijolos aparentes, assim como as partes hidráulica e elétrica à mostra e paredes e pisos sem qualquer tipo de acabamento, ou seja, a estrutura de uma construção fica total ou parcialmente revelada. Este estilo mostra a verdade estrutural. Dá para dizer que ele dá um ar mais honesto, mais verdadeiro ao ambiente, sem cobri-lo, nem disfarçá-lo ou envelopá-lo, simplesmente deixando o espaço como ele é. Outras opções do estilo “inacabado” que estão muito em
alta são as lajes de concreto aparente e os pisos de cimento queimado. É um material moderno e neutro, que combina com qualquer decoração posterior. Profissionais explicam, ainda, que a versatilidade do concreto aparente dispensa o desenvolvimento de outras etapas da obra, como emboço e reboco, além de não precisar gastar com outros revestimentos. Esse material pode ser aplicado em qualquer ambiente da casa, até mesmo nas fachadas, sem nenhum tipo de restrição. Economia e sustentabilidade Além de revelar a beleza natural do ambiente, o estilo “inacabado” também tem vantagens financeiras e ecológicas. De acordo com Antonio Carlos Figueira de Mello, do SuperLimão Studio de Arquitetura e Design, a ausência de acabamento não é só uma questão estética, envolve também uma menor geração de entulho e economia de material. “O custo fica menor e a durabilidade, muito maior, já que o projeto é feito com material industrial. Tem toda uma
lógica por trás, um conceito”, explica. No entanto, segundo Mello, diferente do que possa se pensar, a falta de acabamento requer um trabalho ainda mais primoroso de construção. “Não é só porque vai ficar aparente que não deve ser bem feita. Pelo contrário, aí é que deve ser feita com mais cuidado. O acabamento precisa ser impecável”, diz. O charme do concreto aparente Conhecido pela versatilidade, o concreto aparente deixou de ser visto como coadjuvante e conquistou seu espaço dentro e fora dos lares. Vale deixá-lo à vista, sem maquiagem, o que garante elegância ao projetoParedes inteiras, colunas, forros, lajes e pisos ficam ainda mais charmosos com a sobriedade do cinza. Também é possível usá-lo para compor alguns móveis, pois nos permite desenvolver e dar vida a diversas formas. Fonte: ig.com.br
Jornal do Meio 633 Sexta 30 • Março • 2012
informe publicitário/sessão bragança decor idealizado por giuliano leite
Cirurgias Estéticas estão Prejudicando os Cães Como todo bom animal, que nasce perfeito e saudável, nós, enquanto humanos, gostaríamos de ter todas as funções e capacidades de manifestação do nosso comportamento preservadas por toda nossa vida. Diferente não pensa o cão, mesmo que instintivamente, em preservar sua cauda e suas orelhas para a total e saudável manifestação de suas características comportamentais em seu meio, entre humanos e animais. É de conhecimento no meio científico e mesmo entre muitos proprietários de animais mais observadores, que cães manifestam uma parte importante do seu comportamento através da comunicação com sua cauda, que permite que emitam sinais muito específicos e variados para demonstrar receptividade, alegria, submissão, estado de alerta, dominação, entre tantos outros, provocando principalmente nos outros cães com quem estão se relacionando, respostas específicas antes de terem um contato corporal. Um cachorro estuda o comportamento do outro através dos sinais que a cauda emite. Dessa forma se estabelece uma hierarquia saudável entre eles. E o que geralmente acontece ao terem suas caudas cortadas nos primeiros dias de vida, em alguns momentos de suas vidas é: Problemas. O hábito de cortar a cauda do animal vem da Roma Antiga, época em que os animais não tomavam banho mensalmente e essa medida podia prevenir doenças. Os proprietários que se incomodarem com o acúmulo de sujeira na área da cauda, ao invés de amputá-las, podem realizar a limpeza com algodão úmido, lenços umedecidos, ou mesmo levá-los para receberem banhos. Um problema semelhante acontece com o corte das orelhas, hoje estritamente proibida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), por definir que estes procedimentos, até então amplamente realizados, serviam apenas para aproximar o animal de um ideal de beleza. As orelhas para um cão funcionam como uma espécie de radar, ou seja, seu movimento é direcionado para onde acontece o som, captando dessa forma, com melhor acústica, todos os sons e ruídos do ambiente. Para um cão de guarda essa característica é fundamental. Um problema muito relacionado com o corte de orelhas nos cães é a instalação de um quadro doloroso e de fácil complicação que são as otites (inflamação do conduto auditivo), justamente pelo fato de faltar-lhes a proteção do ouvido contra os ventos, chuva, e sujidades do ambiente, exercida pela doloridos que existem. Desde que o movimento veterinário em prol do bem-estar animal tomou voga nos encontros promovidos pela classe, em palestras, simpósios e congressos pelo Brasil, têm sido discutida a real necessidade da realiza-
ção de muitos procedimentos controversos, e as cirurgias mutilantes nos animais de companhia, como a caudectomia e a conchectomia, ou como melhor são conhecidas, o corte de cauda e de orelhas, sendo estas não aconselhadas e proibidas, respectivamente, por um conselho de ética do CFMV. Nesse sentido, como disse o australiano Steve Atkinson, o então presidente da área ética da Associação Australiana de Veterinários em visita ao Brasil promovida pela ARCA Brasil para o 3o Congresso Latino Americano de Bem-estar Animal em 2000: “É preciso mudar o conceito de beleza dos animais, e passar a vê-los e valorizá-los com são, saudáveis e perfeitos desde o nascimento, e não querer aproximá-los de um ideal de beleza humano que, por fim, acaba por prejudicá-los ao provocar diversos sofrimentos em decorrência da falta de suas características naturais.” Essas duas cirurgias são proibidas na França, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Israel, Holanda, Suíça e Reino Unido, entre outros. Muito obrigado, até a próxima. Rodrigo Cesar Barbosa CRMV 23010 – SP Espaço Veterinário Av. José Gomes da Rocha Leal, 238 Tel: 4032-2214
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Mais espaço & menos cômodos Pensar cuidadosamente no projeto da casa pode deixá-la mais aconchegante, sem custos desnecessários.
Se você está pensando em construir uma casa urbana ou de fim de semana, cuidado para não acabar fazendo um elefante branco. Elefantes brancos são casarões enormes, difíceis de fazer, de manter e de vender, se um dia for necessário. Na fase do projeto, é comum sentirmos que a futura casa trará uma série de possibilidades novas que tornarão nossas vidas muito mais divertidas, alegres e interessantes. Como este é um período de sonhos, nossa tendência é acreditar que com a casa nova faremos mais festas, receberemos mais amigos, vamos, finalmente, fazer ginástica em casa etc. Assim nasce uma sucessão de cômodos que vão se somando, para abrigar: o grande salão de festas, que fica vazio 300 dias por ano; o cinema com poltronas superconfortáveis, que fica triste quando apenas uma ou duas pessoas o utiliza; a cozinha gourmet, um sucesso quando os amigos se reuniram e utilizaram nas primeiras semanas, mas depois cada um teve outros compromissos e acabaram desaparecendo; a sala de música para saraus que apenas os primeiros foram organizados; ou a brinquedoteca nunca utilizada, pois as crianças cresceram quando a casa ficou pronta. A construção se agiganta com mil cômodos, para mil funções que acaba não acontecendo. Pior, o valor sempre fica mais alto do que o
imaginado inicialmente, fora a decoração, que para ser de boa qualidade, acaba estourando o orçamento. Não se trata de ser contra sonhos, mas é comum casais se separarem, pois as brigas por diferentes desejos se tornam um pesadelo. Há casos de pessoas que fazem um ambiente de cozinha maravilhoso, mas detesta cozinhar. Sem falar aqueles que quando vêm o alicerce da casa pronto, se desesperam achando os cômodos minúsculos, e pedem para ampliar tudo. Realmente a casa “desenhada” no chão, sem as paredes e cobertura transmite essa impressão, mas não se assuste, confie no arquiteto. Antes de construir, pense muito, converse bastante, pois a casa deve ser para o encontro de todos os membros da família. Imagine lugares para ver filmes (não cinemas), ambientes charmosos para cozinhar, que pode inclusive ser no jardim e não necessariamente em cozinhas gourmet, espaços para as crianças brincarem, como um gramado, não obrigatoriamente um brinquedoteca. Optem por cômodos de uso múltiplo, com vários lugares que possam abrigar funções diversas ao mesmo tempo. O que deixa a casa ficar mais aconchegante e menos custosa. Não se preocupe em ter a maior casa da rua e sim a mais gostosa, a mais charmosa e a mais aconchegante.
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Como organizar seus dvds Você provavelmente deve enfrentar problemas na hora de guardar seus DVDs. Eles devem estar todos amontoados em prateleiras, armários ou gavetas. O fato é que temos que nos adaptar aos espaços que possuímos uma tarefa muito difícil. Abaixo algumas dicas de como organizar seus DVDs, para que eles não fiquem bagunçados e para que encontre facilmente quando quiser ver aquele filminho. Guardar em ordem alfabética Se você tem poucos DVDs o ideal é deixá-los em ordem alfabética. Ficará muito mais fácil quando quiser procurar um determinado filme. Guardar em numeração por ordem de compra Essa é uma boa opção para quem compra muitos filmes e se perde na quantidade. Essa opção é melhor que a ordem alfabética, pois não precisará mudar a ordem toda vez que comprar um DVD novo, basta por no final da “fila”. Mas para auxiliar na busca, esse tipo de categorização precisa de uma lista auxiliar em ordem alfabética, com o nome do filme e seu respectivo número de compra. Listar todos os DVDs Se na sua casa todo mundo compra DVD, o ideal é que vocês montem uma lista para evitar comprar DVDs duplicados e tam-
bém para ajudar a gerenciar o conteúdo como um todo. Ganhar espaço na hora de guardar Se quer comprar mais DVDs e não tem mais espaço para guardá-los, uma dica é você descartar as caixas do DVD e guardar apenas as mídias em um estojo específico por tema ou ordem alfabética. As caixas dos DVDs fazem muito volume e você pode eliminá-las sem problema. Catalogar todos os DVDs Uma ideia também é pegar na internet um programa para catalogar os DVDs. Um bom programa é o Clantalago. Com ele você pode adicionar uma imagem para cada item cadastrado e existe também um módulo de empréstimos para que sempre saiba para quem emprestou aquele filme. Fonte: organizesuavida.com.br
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