Braganรงa Paulista
Sexta 13 Abril 2012
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para pensar
Jornal do Meio 635 Sexta 13 • Abril • 2012
Em virtude das férias do Mons. Giovanni Baresse, a coluna Para Pensar terá a colaboração do Desembargador Miguel Ângelo Brandi Jr.
Expediente
É preciso resistir, buscar superação e agir positivamente Desembargador Miguel Ângelo Brandi Júnior
Mais uma vez, Monsenhor Giovanni me confia a tarefa de substituí-lo em sua ausência. Mais uma vez me esforçarei para apresentar temas e provocações que contribuam positivamente para nossas caminhadas. Parece não ter saída. Tudo conspira contra. Os fatos e as notícias são cada vez mais desanimadoras. Refiro-me às coisas públicas e aos agentes políticos, especialmente os eleitos. Me dá a impressão nítida de que há uma campanha, que interessa a muitos, voltada para denegrir mesmo a imagem dos homens e mulheres públicos, denegrir a imagem das instituições, especialmente os Parlamentos. Esta “campanha” busca enfraquecer a importância de nossas entidades públicas, facilitando a ação das quadrilhas que tomam de assalto, pelas mais variadas formas, os espaços públicos, as ações políticas e, principalmente, os cofres públicos. Mais uma teoria da conspiração ? Não sei. O fato é que ainda me intriga muito as enxurradas de notícias, sempre com viés sensacionalista, que se repetem insistentemente sobre estes temas. De um lado, a tendência ao paroxismo, ao “hiperbolismo”. Paroxismo é uma prática cada vez mais presente no jornalismo, caracterizada, como diria Aurélio Buarque de Holanda,pela exaltação máxima de um fato. Hiperbolismo é um neologismo a que me permito; extraio-o do substantivo feminino hipérbole: figura que engrandece ou
diminui exageradamente a verdade das coisas. Fato é que as mídias escolhem um tema, um acontecimento, ligado à vida pública ou a algum agente político e o transformam no único assunto do dia, da semana, do mês, sempre com abordagem exagerada. Sempre com técnicas de comunicação que levem o espectador ou o leitor a experimentar sensações cada vez mais extravagante, cada vez mais emocionais. Doutro lado, não há como negar que alguns agentes políticos, eletivos ou não, abusam da criatividade e atuam sem pudor algum, lesando as comunidades, merecendo sim forte resposta judicial. Dá-nos até a impressão de que a maioria dos agentes políticos agem com improbidade; mas sabemos que não é isso. É uma minoria crescente, mas é- tenho certeza, uma minoria. É que as atitudes desses homens e mulheres são tão divulgadas e se tornam cada vez mais ousadas e inimagináveis, que acabamos tendo a percepção que é a totalidade dos homens públicos que age mal, que nos decepciona, que nos lesa. Um dos resultados de todos esses acontecimentos é que a grande massa do eleitorado, da cidadania, se mantêm à margem dos acontecimentos. Parece contraditório que as notícias sobre a coisas públicas cada vez ocupem mais nossas mídias e nossas conversas, dando-nos a impressão que somos pessoas bem informadas e conscientes
e que a omissão das pessoas frente a esses temas todos seja cada vez maior. E é contraditório sim. Não é nada difícil constatar que as pessoas estão, a cada dia, se afastando mais de compromissos efetivos com as ações concretas em áreas de interesse coletivo. Dou um exemplo simples: quantos amigos ou conhecidos você coleciona em sua vida que estejam efetivamente comprometidos com uma entidade assistencial séria ? Não vale aquele(a) que contribui financeiramente com uma entidade; refiro-me a uma participação efetiva. Dou outro exemplo: em condomínioshorizontais ou verticais, qual tem sido a disponibilidade dos condôminos em participar de assembléias onde se devem discutir e decidir temas de interesse comum, como eleger um síndico por exemplo ? Ouço sempre, aqui e ali, que a reunião não aconteceu por que ninguém compareceu. Se assim é com entidades assistenciais e com aglomerações grupais, que diremos o compromisso das pessoas frente a problemas sociais maiores !?Pense e dê a resposta para você mesmo(a) e constate a delicadeza do quadro. É mais ou menos nesse contexto, resumidamente posto, que estamos iniciando mais um período eleitoral. Mais um pouco (junho) e os partidos políticosescolherão, em convenções municipais, seus candidatos aos Poderes Executivo (Prefeito e vice) e Legislativo (Vereadores), nas eleições
de outubro. Queiramos ou não, gostemos ou não, nossa organização sócio-política passa, necessariamente, pelas figuras dos agentes políticos eletivos, pelos partidos políticos e por eleições. E quanto mais nos omitimos em discutir, concreta e positivamente o quadro político e as questões políticas, mais e mais a situação irá piorar. Por isso é que me refiro a verdadeiras campanhas difamatórias dos políticos e das instituições que, a meu sentir, interessam sim a muita gente, na medida em que desestimula a participação, mantêm medíocres nos postos públicos “chaves” tudo a permitir que interesses cada vez menores encontrem campo fértil de atuação perniciosa. Tem muita gente e muita instituição interessada em que as coisas continuem como estão, que os mecanismos públicos de controle das ações políticas não sejam fortalecidos e não sejam usados para reprimir improbidades. Nessa turbulência aparentemente desanimadora é que somos chamados, mais uma vez, a participar de um dos momentos mais importantes da democracia: as eleições. E nossa participação consciente é fundamental. Omitir-se é e será sempre mais fácil. Mas não estamos precisando de mais omissão; estamos precisando de muita participação consciente. Faltarão candidatos bons e sérios, com histórias positivas de vida, sem comprometimentos escusos, talvez
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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
sim. Mas certamente, conversando, discutindo, ouvindo e vendo com cuidado, encontraremos gente boa, séria, procurando espaço para atuar bem na vida pública. E essas pessoas precisam ser prestigiadas,estimuladas. Cada vez temos menos gente assim na vida pública. Ninguém se sinta dispensado de agir com seriedade nesse momento da história. Todos somos novamente chamados a superar o desânimo, a omissão, o comodismo. Todos somos chamados a agir com seriedade e com dificuldades é claro, e a escolher candidatos dignos para votar. Oxalá nos comprometessemos com as campanhas desses candidatos! Todo homem público é o retrato de seu povo. Se nossos Poderes Municipais forem mediocremente compostos em outubros, é porque fomos medíocres nas escolhas que fizemos. Voltaremos ao assunto.
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colaboração SHEL ALMEIDA
Uma tradição religiosa que ainda perma- a gente passa por um problema assim e sabe nece nas cidades de interior é o chamado que outras pessoas estão rezando pela nossa Grupo de Oração. Em geral, esses grupos recuperação, a gente se sente acolhida”, explica. são formados quase exclusivamente por mulheres, Não é possível provar cientificamente que a fé que se encontram periodicamente para rezarem seja ingrediente determinante na recuperação juntas. O costume, normalmente passado de mãe de alguém. Mas é possível perceber, em muitos para filha, se mantém tanto entre as famílias casos, que o equilíbrio entre fé e medicina pode católicas quanto nas evangélicas. No caso das ser o elemento unificador e motivador para católicas, as reuniões geralmente acontecem se alcançar energias curativas. Sem qualquer nas casas das fiéis, enquanligação com uma religião to que nas evangélicas são Quando a gente passa por um específica, mas sim com a mais frequentes reuniões na problema e sabe que outras crença em algo superior, a fé própria igreja. Esta semana, pessoas estão rezando pela motiva a perseverança, fator a reportagem do Jornal do nossa recuperação, a gente se fundamental para a cura, de Meio esteve presente na sente acolhida acordo com pesquisas reareunião de um grupo ativo lizadas por alguns médicos Cezira Moltocaro há 17 anos, no bairro da norte-americanos. Eles têm Vila Aparecida. Composto se dedicado a observar a ação por cerca de 30 pessoas e ligado ao Movimento terapêutica da oração na recuperação de pacientes Sacerdotal Mariano, o grupo é coordenado por acostumados às preces diárias. Através da fé, Vera Biazzetto. “Minha mãe já rezava o terço, da visualização mental positiva e da certeza da aprendi com ela”, conta. “Quando eu quis co- melhora, esses pacientes se recuperam muito meçar o movimento, as madres nos deram os mais rápido do que aqueles que não têm a fé e terços. No começo éramos apenas quatro”, fala. otimismo como apoio. A finalidade dos encontros continua a mesma Crer até hoje: orar pelos necessitados ou agradecer por uma graça alcançada. “Os principais motivos Para aquele que crê não é preciso explicação são a oração, a fé em Cristo, em Nossa Senhora para a recuperação de uma enfermidade. A e a união”, explica D. Vera. fé, pura e simplesmente, é a única coisa que Cezira Moltocaro, a anfitriã, concorda. “Quan- explica. É a crença de que, com a elevação do do a gente reza para alguém, está rezando pela espírito através da força da oração, a cura virá. gente também”, fala. Para algumas pessoas, no entanto, a fé teria a mesma força que o pensamento positivo. NesUnião se sentido, pode-se dizer que fé é algo muito “O crescimento, a perseverança e a união farelativo. E por isso não tem a ver com religião zem com que nossa fé seja fortalecida”, avalia e sim com crença. O ato de acreditar é o que Vera. “Não é preciso falar muita coisa, é só dar move tanto a fé quanto o pensamento positivo. o exemplo”, diz Cezira. “Eu percebi que, de 10 anos pra cá, quando comecei a freqüentar as A energia que circula ambos provavelmente é a reuniões, meu filho se aproximou mais. Pra mesma. A fé independe de fatores externos. Da mim isso foi graças às orações”, fala. Quando mesma maneira que a cura de um católico pode as reuniões são na casa dela, toda a família ser atribuída a um milagre de um santo, para participa: marido, filhas, netas. Uma das crian- aquele que crê em forças místicas, a cura pode ças, inclusive, guarda uma pasta com recortes ser atribuída a métodos alcançados através da chamada “O poder da oração”. Para a senhora meditação. O homem é um ser transcendental Lourdes Canhoto de Oliveira, a força da oração com capacidade de acolher energias superiores é realmente poderosa. “Quando eu fui para o de outras fontes, sejam elas orações, pensamento hospital, levei a imagem da Santa comigo, ela positivo ou meditação. No entanto é impossível não saiu do meu lado. Eu rezava o tempo todo, determinar qual maneira é a correta, se é que pedindo para ela interceder por mim”, fala. Nesse existe alguma. O que existe é a fé e ela é difeperíodo o grupo também manteve uma corrente rente para cada pessoa, por isso é tão relativa. A de oração em prol da saúde de D. Lurdinha, como fé, vinda de diversas partes, ou tendo base nas é conhecida. “Todas participam com sugestões. mais variadas religiões, tem como fundamento Sempre que alguém está passando por alguma apenas uma coisa, que é crer. Assim como D. dificuldade nós rezamos por essa pessoa. Pode Lurdinha e D. Cleusa testemunharam experiser alguém do grupo, algum familiar, algum ências de fé e recuperação, outras pessoas, de amigo. A intenção é sempre ajudar o próximo”, outras religiões ou de nenhuma, já passaram fala D. Vera “A minha felicidade foi ter recebido a graça. Hoje eu venho para agradecer e para rezar pela mesma situação. Independente da forma para outros que precisem”, conta D. Lurdinha. como tenha acontecido, é certo que, para essas A senhora Cleusa Biorucci também passou pela pessoas, a própria fé ter sido a responsável mesma experiência. “Eu tive câncer de mama. pela sua cura. E essa é a única explicação que Graças às orações, estou aqui”, diz. “Deus cura realmente importa quando se fala em fé: e o médico manda a conta”, brinca. “Quando o fato de a fé não ter explicação alguma.
D. Vera reza o terço. “Os principais motivos são a oração, a fé em Cristo e em Nossa Senhora e a união”.
Grupo de Oração da Vila Aparecia: fiéis se reúnem há 17 anos e já tiveram muitas graças alcançadas.
D. Cleusa e D. Lurdinha, ambas se curaram com a ajuda de orações. “A minha felicidade foi ter recebido a graça”. D. Lurdinha
D. Vera e Cezira.“O crescimento, a perseverança e a união fazem com que nossa fé seja fortalecida”
comportamento
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Corpinho pós-parto Emagrecer depois de dar à luz pode ser um processo mais fácil e mais natural; acompanhe os acertos, os erros e os exageros das novas mães em busca da forma perdida
por Folhapress
Logo depois de ter dado à luz, a mulher comum vê notícias sobre alguma celebridade que surgiu magérrima semanas após o parto. A reação à foto é dúbia. De um lado, há a desconfiança de que a famosa amamente montada na bicicleta ergométrica. De outro, inveja ao pensar que ela mesma vai demorar meses antes de se reencontrar com o jeans favorito. “Emagrecer é mais difícil para as novas mães por conta do contexto social”, diz a nutricionista Cynthia Antonaccio, da Equilibrium Healthy Food. Ela enumera: a licença-maternidade, que põe a mulher o dia inteiro perto da geladeira, o hábito de comer a sobra de comida que a criança deixa, as festas infantis e a falta de tempo para exercícios são alguns sabotadores da volta à silhueta. Há “excesso de autoindulgência” no comportamento das novas mães, diz Andrea Santa Rosa, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional e do Institute for Functional Medicine (EUA). “Muitas mulheres usam a gravidez ou a amamentação como justificativa para fazer atrocidades alimentares que elas não se permitiriam em outras fases da vida. Depois do parto o corpo ‘quer’ emagrecer, é natural que volte ao peso anterior, mas você também não pode fazer de tudo para impedi-lo”, diz. Para a apresentadora Angélica, que voltou ao seu peso (53 quilos) seis meses após o nascimento do segundo filho, o segredo é o equilíbrio. “As prioridades mudam. Você passa a se preocupar mais com o bebê, a madrugada é pontuada por mamadas, você não dorme muito bem, fica com menos disposição nessa fase. Tudo tem seu tempo”, diz ela, que fez drenagem linfática até no dia do parto e muita dieta e malhação logo depois. A mulher que ganhou entre nove e 12 quilos na gestação deve recuperar o peso anterior em cerca de seis meses. Quem engordou mais pode levar até nove meses para perder os quilos extras, segundo o obstetra Paulo Martin Nowak, da Unifesp. O ideal para emagrecer com saúde nessa fase é perder até um quilo por semana, segundo a nutricionista Cynthia Antonaccio. Quem manteve o peso adequado na gestação e se alimentou bem pode perder os quilos extras só com o gasto calórico do aleitamento. É o caso de Amanda Agostini, 28. Dois meses após a chegada de sua filha, a publicitária já havia recuperado seu peso. Na gravidez, ganhou só os dez quilos recomendados e fez caminhadas. Hoje, três meses depois do parto, não faz dieta. Seu único exercício é passear com a filha pelas ruas do bairro. Tanta facilidade, no entanto, foi possível porque antes da gravidez Amanda corria e nadava: “Agora fico cansada só de pensar em exercício. Quando tenho tempo livre quero mais é descansar”.
Preparo físico
Mesmo quem não teve dificuldade para perder os quilos a mais deve praticar algum exercício leve. A atividade física ajuda a superar outros percalços do pós-parto, como a queda abrupta na quantidade de hormônios, que pode levar a mulher a comer mais ou a se sentir “feia”. Além disso, a distensão sofrida pela pele da barriga pode causar estrias e flacidez; o útero ainda dilatado faz com que a postura permaneça como na gravidez, com a barriga projetada para frente e a lombar desalinhada. A falta de preparo físico faz com que muitas mães sintam dores nas costas e nos braços. Magrinha e sedentária, a redatora Luciane Zardo, 31, pretende fazer pilates para se livrar das dores de coluna: “A gente fica o tempo inteiro com a coluna projetada para frente para cuidar do filho, uma hora começa a doer”. Tem quem faça, mas a lipo logo após o parto é muito perigosa Quem engravida depois dos 35 pode encontrar mais dificuldade para voltar ao peso anterior. Mulheres que deram à luz ao primeiro filho lá pelos 20 anos e voltam a engravidar depois dos 30 costumam sentir a diferença. Como Lucila Figueiredo, 39. Teve seu segundo filho há um ano e dois meses e ainda não recuperou a forma. “Engordei 17 quilos na gravidez, nunca me senti tão imensa.” Ela, 1,60 m, pesava 70 quilos quando engravidou. “Na gestação mantive os meus hábitos. Nunca fui de comer porcarias, frituras, mas uma segunda gravidez com 38 anos contribuiu para ganhar tudo isso de peso.” Quando teve a primeira filha, aos 29, engordou nove quilos. “Não fiz e não faço atividade física. Durante a amamentação perdi dez quilos. Passei o ano oscilando entre 75 e 77 quilos até que, em dezembro, resolvi encarar uma dieta. Até agora perdi dez quilos”, conta Lucila. risco aumentado Uma lenda urbana que circula entre novas mães diz que
celebridades saem da mesa de parto diretamente para a mesa de lipoaspiração. O procedimento, embora não seja ilegal, é de alto risco. O organismo leva seis semanas para voltar ao normal depois do parto. Nesse período, a mulher ainda tem anemia relacionada ao sangramento do parto e seus hormônios ainda não voltaram ao normal, o que pode influenciar na coagulação. Coração, fígado e rins ainda estão se recuperando da sobrecarga da gravidez. “Tudo isso gera um risco aumentado para a anestesia e para a cirurgia”, explica o obstetra Paulo Nowak. Para o médico, a lipo só deveria ser feita depois do desmame. “A amamentação interfere na liberação hormonal, o que gera impacto na coagulação e eleva muito o risco de trombose”, afirma o médico. Recuperar a boa forma ajuda a ter a resistência física necessária para carregar o bebê e todo o aparato que surge junto com ele. A ansiedade em relação a isso, no entanto, pode se transformar em inimiga da nova mãe. A pressa para voltar ao peso é uma “loucura descabida”, na opinião da nutricionista Andrea Santa Rosa. “A indústria da imagem tem gerado desequilíbrio na cabeça das mulheres. Em vez de criar laços com o filho, muitas ficam com a obsessão de aparecer magras na foto. É focar no ponto errado. Nessa fase, o corpo diz para a mulher que é hora de focar na cria”, diz. Ela destaca ainda a importância do parto normal no processo de volta à forma: “Já passei por ambos; é inegável que o natural ajuda a mulher a se recuperar mais cedo”. (JULIANA CUNHA) A maternidade é uma ginástica É possível improvisar uma academia no quarto do bebê. Com a pequena Mia Prado, de seis meses, a treinadora Cloe Celentano mostra aqui exercícios baseados no livro ‘Em Forma Com Seu Bebê’ (Panda Books, R$ 45, 126 págs.), de Myrian Clark. A série completa (uma hora) usa objetos do cotidiano do bebê e o próprio peso da criança como sobrecarga.
Flexão com beijinho
Deitada de barriga para baixo, apóie as mãos no chão na largura dos ombros. Mantenha os joelhos unidos e apoiados. Estenda os braços com os cotovelos voltados para fora, levantando o tronco. Ao mesmo tempo, eleve o quadril apoiando-se nos joelhos. Flexione os braços para voltar à postura inicial. Com cuidado, coloque o bebê sob o seu tronco e aproveite para dar beijinhos em sua barriga. Além de trabalhar o peitoral, você faz carinho no seu parceiro de malhação
Carrinho multiuso
Afaste as pernas, flexione o tronco à frente e estenda os braços, apoiando-os no carrinho. Projete o quadril para trás e fique por 15 segundos. Alinhe cabeça, braços e tronco. Já as pernas devem estar semiflexionadas. Ajuda a alongar as costas. Não esqueça: trave o carrinho e coloque o cinto de segurança na criança
Aviãozinho seca-barriga
Deite-se de costas com as pernas flexionadas e elevadas. Apóie o bebê sobre as pernas e segure-o pelas mãos ou pelas axilas enquanto movimenta as pernas para frente e para trás.
Muitos pais fazem’aviãozinho’ sem saber que é um excelente exercício para eles e para a criança. Esses movimentos fortalecem os músculos das costas e do pescoço do bebê e funcionam como abdominais para a mãe. Para ficar mais divertido, faça um barulho de motor enquanto se movimenta
Peso pesado
Com as pernas um pouco afastadas, segure o bebê pelas axilas e aproxime-o do seu rosto. Flexionando os cotovelos, volte à posição original para trabalhar o bíceps. Quando trouxer o bebê próximo ao seu rosto, brinque de ‘beijinho de esquimó’, roçando seu nariz no dele, ou faça uma cara engraçada
Sem varizes
Apóie uma das mãos na lateral do berço e deixe os pés paralelos na linha do quadril. Suba e desça na pontados pés. Trabalha as panturrilhas e melhora a circulação das pernas. Se quiser mais eficácia, não encoste os pés no chão ao descer. Quanto mais você estimular a contração das panturrilhas, melhor será a circulaçãodos membros inferiores “Não tem ‘personal’ melhor do que criança”, afirma Angélica Esticar e emagrecer parece ter se tornado a especialidade da apresentadora Angélica, 38. Ela posou para revistas de dieta nove meses depois da primeira gravidez e cinco meses após a segunda. “O segredo é não ganhar muito peso na gestação”, contou à reportagem. Na gravidez de Joaquim, engordou dez quilos. Na de Benício, 13. “É mais difícil voltar ao peso depois da segunda gravidez.” Mas Angélica acredita que ter crianças em casa já é uma ginástica: “Não tem melhor ‘personal trainer’ do que os filhos correndo e a gente correndo atrás deles”, diz. A jornalista Myrian Clark concorda. Teve gêmeos na primeira gravidez e descobriu que os bebês eram tão eficientes quanto uma academia. Na segunda gravidez consultou um professor de educação física para sistematizar sua ginástica materna. “Ele me ensinou a contrair a barriga enquanto empurrava o carrinho, a manter a postura correta na hora de carregar o bebê, coisas que a gente repete tantas vezes ao dia que são de grande ajuda.” A experiência de Clark está no livro “Em Forma Com Seu Bebê” (Panda Books, veja alguns exercícios à pág. 7). “Depois de ter filhos a gente quer passar o tempo todo com eles; minha solução foi incluí-los nos exercícios”, diz. Segundo o obstetra Paulo Nowak, quem não teve complicações no parto normal pode voltar a se exercitar em duas semanas. Já o resguardo da cesariana é de 40 dias. Depois é aconselhável fazer alguma atividade leve com acompanhamento médico. É que nos seis primeiros meses de maternidade, a pressão arterial precisa ser vigiada na atividade física, que não deve ser feita no calor. Atenção também para o ganho “mágico” de flexibilidade: “Por conta da relaxina, hormônio que amolece as articulações pélvicas e dá flexibilidade para o parto, as mães costumam alcançar maiores amplitudes de movimento, mas se o músculo não está preparado para tanto alongamento isso pode gerar lesão”, alerta a personal trainer Cloe Celentano.(JC) Fotos: DIVULGAÇÃO/Folhapress
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informática & tecnologia
Jornal do Meio 635 Sexta 13 • Abril • 2012
Conhece o Pinterest? Rede social que organiza um mural virtual com fotos e vídeos, Pinterest ganha adeptos em ritmo acelerado
por ALEXANDRE ORRICO/Folhapress
Primeiro, vieram os blogs, com posts geralmente curtos. Depois, o Twitter, com suas mensagens em 140 caracteres. Agora é a vez do Pinterest, rede social em que o texto é um detalhe. O que importa são as imagens. Mural virtual de fotos e vídeos, o Pinterest.com explodiu nos últimos meses: alcançou o marco de 10 milhões de usuários em janeiro. É pouco, se comparado aos mais de 800 milhões de cadastrados no Facebook, mas a velocidade de crescimento impressiona -só de setembro a dezembro, a alta foi de 429%. A rede também tem conseguido manter seus usuários conectados. Eles gastam 1h15 por mês no Pinterest, número que só é menor do que o do Tumblr (uma hora e 38 minutos) e o do Facebook (seis horas e 33 minutos), batendo o Twitter e o Google+, segundo o site especializado Statista. O Pinterest é como um grande painel de cortiça, um mural virtual em que o usuário alfineta não só fotos suas ou de amigos mas também qualquer tipo de imagem que o atraia na internet. Tais fotos são divididas em álbuns temáticos, criados pelo usuário (como “receitas de bolo”, “ideias para decorar a casa”, “livros que li”). Também é possível ver murais dos outros, segui-los e republicá-los (como no Twitter), além de curti-los e comentá-los (como no Facebook). Uma das inspirações para o serviço veio de um hábito de infância de Ben Silbermann, 29, um de seus fundadores. Ele colecionava insetos. “Achava que era realmente legal e que estava fazendo um serviço importante”, disse Silbermann ao “USA Today”. “Os livros nas prateleiras das pessoas dizem algo sobre quem elas são.” Esse espírito de colecionador move o Pinterest, criado por Silbermann e dois amigos em março de 2010, após cinco meses de trabalho.
Toque feminino A publicitária Paula Maia foi uma das pessoas que ajudaram o site a chegar aos 10 milhões. “Hoje o Pinterest, para mim, é mais importante que o Facebook”, afirma. “De manhã, antes de abrir o e-mail, já abro o Pinterest, em busca de referências novas.” Ela procura imagens de design, tipografia, moda, arqui-
tetura, fotografia e tatuagem. Paula descreve a rede como simples, de bom gosto, sem espaço para discussões vazias e livre de lixo eletrônico. A elegância do site é também aprovada por outras mulheres -que, segundo a empresa Experian Hitwise, compõem 58% da audiência do Pinterest. Dados da AppData dizem que 97% dos fãs do serviço no Facebook são do sexo feminino. “Muitas experiências on-line são claramente desenhadas por engenheiros homens, como o Facebook, o Google+ e o Quora. No Pinterest, o conteúdo e a identidade do usuário ficam em primeiro plano, não me sinto sufocada. Por isso a rede cresce tanto entre as mulheres”, diz Adena DeMonte, usuária norte-americana da rede. Por enquanto, o site não é aberto. Para entrar, é preciso ser convidado por algum amigo que já tenha conta na rede. Ou clicar em “Request an invite” para ser convidado pelo próprio Pinterest. A resposta costuma ser rápida. Sites podem bloquear ‘pins’ de imagens A facilidade de republicar imagens de qualquer site com apenas um clique nos murais do Pinterest desperta também uma preocupação para a rede social: a proteção dos direitos autorais das fotos. Apesar de o usuário ter ao alcance uma função que permite a indicação da fonte e da autoria da imagem, o serviço disponibiliza desde o último dia 20 uma linha de código que, quando inserida no código-fonte do site, bloqueia os pins automáticos. “Nós entendemos que alguns sites possam não querer suas imagens ‘pinadas’. Como uma companhia, nós respeitamos os donos dos direitos de imagem”, afirmou Ben Silbermann, em post no blog do serviço.
Tecpédia Pin it Botão do Pinterest que o usuário instala em sua barra de favoritos do navegador, para poder pregar imagens de qualquer site da internet. Tumblr Meio-termo entre blog e Twitter, o serviço permite a publicação de texto e imagens.
casa & reforma
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Isto não é madeira Reproduções de produtos naturais em cerâmica e porcelanato são destaques em 2012
por ROSANGELA DE MOURA/Folhapress
Travestidos de madeira, é assim que chegam os principais lançamentos em revestimento cerâmico foram mostrados na Expo Revestir 2012. O que apontava como tendência nas duas últimas edições se confirmou e aparece com desdobramentos. As peças ultrapassam a aparência de clássicos carpetes de madeira. Fabricantes brasileiros e importadores trazem produtos com acabamento rústico, como madeira de demolição, e diferentes modelagens, como o parquet. A variação é uma resposta à boa aceitação do produto em diversos ambientes da casa. “Esse tipo de revestimento tem manutenção simples e é usado também em áreas úmidas”, aponta a coordenadora de marketing da Portobello Christiane Ferreira.
Nos detalhes
Reproduções fiéis aumentam o leque de tonalidades: bambu, canela, cumaru, eucalipto, imbuia e peroba são apenas algumas das espécies encontradas em cerâmica. A Gyotoku apresenta imitações de 30 espécies, cita Silvana Minello, consultora de produtos. Os modelos fabricados tentam mimetizar a originalidade das peças naturais. Dentro da mesma linha uma placa não é igual a outra --assim como as naturais não são. Nada de 40 cm x 40 cm, as linhas que imitam madeira têm formatos condizentes com seu original. O padrão costuma ser retangular, com variados tamanhos de réguas, como 30 cm x 120 cm. Cores vivas, tecidos e ladrilhos realçam coleções clássicas Para rebater cinzas, marrons e beges, fabricantes criam peças com tonalidades fortes e desenhos marcantes Evolução do uso da tecnologia digital, relevo em peças de cerâmica ganham destaque nas linhas Nos grandes formatos, os padrões que vigoram são reproduções de clássicos: madeira, cimento e pedra. Para fazer o contraponto, os fabricantes oferecem uma gama de linhas decorativas. Mosaicos e azulejos usados entre os anos 1950 e 1960 chegam para resgatar a memória da casa da vovó. A consultora de tendências Ruth Fingerhuth destaca também desenhos florais, listrados e xadrez. “Bronze, prata e ouro também estão presentes”, aponta. Linhas que usam o relevo como diferencial são uma evolução do uso da tecnologia digital, que permite estampar em altos e baixos.
Color Blocking
A tendência do uso de cores vibrantes em contraste chegou tam-
bém às paredes. Pastilhas e cerâmicas de uso interno trazem as cores com acabamento brilhante A linha DT Cuore (foto), da Decor Tiles, na cor coral avermelhado é oferecido nos formatos quadrado (44 cm x 44 cm) e retangular (44 cm x 88 cm). As peças têm acabamento retificado (sem defeitos no corte). O preço sugerido é R$ 85 o m A Lineart trouxe a coleção Mosaicos nas cores laranja, verde, vermelho, prata e ouro, além do clássico preto. A placa de 19 cm x 19 cm custa R$ 9,80 a peça
Tecido de Parede
Com aparência de papel de parede e os benefícios do porcelanato limpeza fácil e grande durabilidade, fornecedores apostam em desenhos clássicos do papel de parede para uso em ambientes internos A Assoglass traz a série Xadrez (foto) com peças de vidro serigrafadas. O desenho disfarça as linhas do rejunte, mas a aplicação deve ser minuciosa. No tamanho 30 cm x 30 cm, a peça sai por R$ 165 A coleção Tessuti Tetch, da Ceusa, traz um padrão de arabescos. As peças têm o formato 33,8 cm x 64,3 cm e custam R$ 95 o m
Ladrilhos hidraulicos
A volta à decoração dos azulejos hidráulicos influenciou os lançamentos. “É uma releitura dos anos 1960 e 1970 e da clássica influência portuguesa”, considera a designer de interiores Marília Caetano Em homenagem ao bairro paulistano, a Portinari nomeou sua coleção Vila Madá (foto). As peças têm cores vibrantes. O preço do metro quadrado é R$ 300 A linha Composê, da Ceusa, tem duas versões, acetinada e brilhante, com mistura de desenhos e cores. As peças têm 33,8 cm x 64,3 cm e custam R$ 135 o m
Feitas para o toque A aplicação de peças com relevo cria um jogo de luz e sombra que destaca o ambiente, mesmo em cores como o cinza e o branco A série Squadri (foto) é a novidade da Castelatto. As peças têm, em sua parte mais baixa, 2 cm de altura e, na mais alta, 3,5 cm. O revestimento cimentício vem em peças de 120 cm x 40 cm e sai por R$ 360 o m A Lanzi ousa em peças de cores escuras, como o preto. O ondulado Infinity Antracita é lapidado. A coleção é comercializada nos formatos 53 cm x 96 cm e 26 cm x 96 cm. O m sai por R$ 218,90 (53 cm x 96 cm) Foto: Folhapress
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delícias 1001
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Pernil assado e molho verde Como temperar e assar
por deborah martin salaroli
Temperar pernil ou qualquer carne suína, pra muita gente, é um suplício! Mas desse jeito aqui, é moleza. Verdade mesmo, pode acreditar em mim! E com as fotos desse passo-a-passo não tem pra ninguém... Para acompanhar esta deliciosa carne, um molho verde, receita de família, daquelas passadas de mãe pra filha, no meu caso, de sogra para nora!
Faço assim:
Pego um saco grande, desses reforçados, e coloco dentro o pernil com osso ou paleta (de 2 kg) já limpo. Lavo antes em água e seco com um papel toalha. Antes, furo o pernil com uma faca afiada e coloco um pedacinho de alho dentro de cada furo. Se tiver pele não a fure não, senão não pururuca e fica rija. Em separado, numa tigela, misturo 2 cebolas em tiras, 6 dentes de alho, ½ copo (americano) de azeite, 1 ½ copo (americano) de suco de limão, 2 ramos de alecrim, 1 colher (chá) de pimenta do reino e 2 colheres (sopa - rasa) de sal ou tempero completo (comprado pronto). Jogo tudo dentro do saco grosso, fecho com uma abraçadeira e deixo dentro da geladeira de um dia para o outro. De vez em quando, dou um tombo na carne, para que o tempero aja em toda ela. No dia seguinte, coloco a carne com a pele voltada para cima num plástico de poliéster (próprio para assados) e enrolo em pelo menos 3 voltas. Amarro bem para que o vapor interno não escape. Ou use papel alumínio, mas dê 3 voltas ao redor da carne. Eu acomodo o pernil dentro de uma assadeira e levo ao forno 150ºC por 2 horas. Então rasgo o plástico e deixo dourar.
Molho verde para carnes
Bater no liquidificador: 1 concha de feijão cozido e temperado com um pouco de seu caldo suco de 1 limão 1 maço de salsinha (o bastante para que o molho fique bem verde) 5 talos de cebolinha
1 colher (sobremesa) tempero completo 1 rodela grossa de cebola óleo (azeite não) molho de pimenta a gosto Vai colocando aos poucos o óleo até ficar com consistência de molho bem cremoso. Conserve na geladeira até o momento de servir.
Dicas:
1.Para cada quilo de carne, eu coloco 1 colher de sal ou tempero e asso por 1 hora. 2.Muitas pessoas preferem usar a paleta, a dianteira do suíno, no lugar do pernil. Em geral, o pernil cru pesa mais que 5 quilos. Por isso, são necessárias cerca de 10 pessoas para comê-lo. Já a paleta fica mais próxima de 2 ou 4 quilos e serve cerca de seis pessoas. Escolha o melhor para sua família.
Você sabia?
A carne suína ocupa o 1º lugar na preferência mundial o que lhe dá o título de “a carne mais consumida no mundo”. Os intensos trabalhos de melhoria nas áreas de genética, nutrição, manejo e sanidade foram efetuadas pelos criadores nos últimos 30 anos. No ínicio desta seleção, o suíno apresentava 40 a 45% de carne magra, atualmente o suíno moderno apresenta de 55 a 60% de carne magra na carcaça. Nos últimos 20 anos, o teor de gordura diminuiu 35%, o de calorias 20% e o de colesterol 15%. O nível de colesterol é igual ou até menor do que outras carnes além de ser uma excelente fonte de vitaminas e proteínas. O porco, portanto, fez regime e virou suíno. (Fonte: Luciano Roppa, médico veterinário) Na próxima semana temos mais um encontro marcado. Espero por você. Beijo-delícia Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br
antenado
Romance histórico ‘Expurgo’ fascina ao expor ecos entre esfera íntima e política
por Folhapress
Um romance histórico escrito por uma finlandesa sobre o domínio soviético na Estônia. Assim descrito “Expurgo”, de Sofi Oksanen, soa árido -ou, ao menos, distante. O leitor pode, porém, se aproximar sem temores deste que é o terceiro romance da jovem autora (1977) e primeiro livro seu a sair aqui. Nascido da peça homônima que foi a estreia teatral de Oksanen (ela estudou dramaturgia em Helsinque), “Expurgo” consegue esquivar os principais cacoetes da ficção histórica atual: os excessos explicativos e o recurso de fazer descer ao nível humano os protagonistas históricos. Em vez de grandes figuras, duas mulheres comuns, de gerações diferentes, se encontram numa casa rural na Estônia. O ano é 1992, pouco após o fim do regime soviético e a independência das repúblicas bálticas. Aliide -a velha- vive só na casa, ocupada com os afazeres do campo e acuada por rapazes da vizinhança, que a perseguem por motivos que não ficam claros de início. Zara -a jovem- aparece um dia em seu jardim. Primeiro é só um vulto, que a desconfiada Aliide escrutina. A partir desse encontro, a narrativa assume também contornos de thriller
psicológico. O fato de que Oksanen domine muito bem o suspense (fazendo juz à fama escandinava) não faz dela menos sensível às sutilezas da mente de suas personagens. Há a grande história, que empurra à luz segredos individuais. Indo e vindo no tempo, a trama cobre os principais traumas da região na segunda metade do século 20, da ocupação nazista aos resquícios da URSS. Há um tanto de violência; e há, por fim, um bom tanto de amor (ainda que não romântico), que é o verdadeiro motor da narrativa. A habilidade com que Oksanen urde a trama impressiona; mas é sobretudo sua clareza ao expor as reverberações, muitas vezes invisíveis, entre as decisões políticas e as íntimas o que faz de “Expurgo” um livro fascinante. (Francesca angiolillo) Expurgo Autora Sofi Oksanen Editora Record Tradução Julián Fuks Quanto R$ 49,90 (350 págs.) Avaliação ótimo
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Eu, meme
Criar ou virar um meme na internet rende fama instantânea, diversão e, se você não tiver bom humor, uma legião de “trolls”
por RODRIGO LEVINO/Folhapress
“Mamilos são polêmicos”, “menos a Luíza, que está no Canadá”, o melô do pintinho Piu e “xingar muito no Twitter”: se você não estava em Marte nos últimos meses e teve acesso à internet, é muito provável que conheça essas frases, os vídeos dos quais elas saíram e os seus criadores. São exemplos dos chamados memes. Trocando em miúdos, memes são expressões que viram febre na internet e, à medida que vão se espalhando, ganham versões das mais variadas formas. Mais ou menos assim: uma frase, imagem ou expressão que se transforma em música, fotomontagem, GIF animado ou tudo isso junto. Depois, são reproduzidas em sites, blogs, redes sociais e ferramentas de conversação instantânea. Mas e quando o assunto passa, o que muda na vida dessas pessoas?
Fama meteórica “A fama na internet é uma ilusão”, alerta Maurício Cid, 26, do blog Não Salvo, que tem 4 milhões de visitas por semana e vive de caçar e lançar memes. Para Cid, “capitalizar com status ou dinheiro a fama alcançada na internet não é regra”. Pelo contrário. “É muito possível que em uma semana o meme seja tratado como assunto velho”, diz ele. Foi o que aconteceu com Bruno Nicoletti, 11, que ficou conhecido depois de gravar e divulgar no YouTube um vídeo de 19 segundos em que repete que “mamilos são polêmicos”. Passado o rebuliço, que lhe rendeu o apelido de “Garoto Mamilos”, o assunto ficou só na memória dos internautas. E a vida de Nicoletti voltou ao normal. “As pessoas ainda me reconhecem na rua. É bem engraçado”, disse ele ao “Folhateen”. O estudante contou
ter criado o vídeo por acaso. “Eu estava entediado e resolvi fazer brincadeiras na webcam.” Além de ter ganhado milhares de acessos ao vídeo e um apelido, Nicoletti foi a programas de TV: “Gostei de ter meus 15 minutos de fama”. Mas não passou muito disso. O contrário, por exemplo, do grupo de funk Avassaladores, que ficou famoso por causa da música “Sou Foda”, que narra as improváveis aventuras sexuais de Victor Vieira, 19, o vocalista. O sexteto carioca, formado por Victor, Nego, BR, Nenzinho e DJ Salgueirinho, costumava se apresentar uma vez por semana por um cachê de R$ 200. Depois de 12 milhões de visualizações do vídeo no YouTube, o grupo contratou um empresário, conquistou uma agenda lotada de shows e hoje ganha até R$ 2.000 por apresentação. De apenas um por semana, os shows pularam para até oito no mesmo período.
A ira dos “trolls” Mas o sucesso também tem seu preço. Uma das reações imediatas ao meme é a “trollagem”. É quando os personagens enfrentam a ira de quem não achou a menor graça e os xinga muito na internet. “A ‘trollagem’ funciona mais ou menos como o apelido indesejado que você ganha na escola. Quanto mais você se irritar, mais vão chateá-lo. O melhor é ignorar ou encarar com bom humor”, aconselha Alexandre Inagaki, 37, consultor de comunicação. Para Rafael Sbarai, 25, especialista em mídias digitais, “não vale a pena despender tanta energia com críticas”. Para a maioria dos memes, “a fama é como um foguete: logo some no espaço.”
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Esse é o ensaio pré-fifteen da Beatriz, minha filha, e tenho a impressão de ter sido o trabalho mais difícil de toda minha carreira. Primeiro por conta do envolvimento emocional e depois pela proposta de retratar a mudança da evolução da menina criança para a menina mulher. É como captar toda a exuberância da beleza feminina sem perder a essência pueril remanescente desta fase da vida de uma mulher. Bia adora praia e achamos que seria muito legal retratar sua preferência nesta sessão. Um dia antes, dedicamos algumas horas para definir os “looks” que ela usaria e as locações que seriam o cenário perfeito para compor as imagens. Escolhemos as praias Domingas Dias e Praia Grande em Ubatuba além de um píer na praia do Itaguá. Foi um dia muito gostoso e nos divertimos muito. Apesar de todo ambiente profissional muitas vezes me surpreendi emocionado em ver que aquela menininha que adorava brincar comigo se transfor-
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mou numa linda mulher. Foi um dia que tive a nítida certeza que estamos seguindo o fluxo natural da vida sem perder os elos que nos unem. Quer coisa melhor do que passar o dia inteiro fotografando alguém que você ama? Coisas que essa profissão maravilhosa me proporciona e marca profundamente minha vida. Faço um convite aos amantes dessa arte maravilhosa a assistirem o vídeo do making of desta sessão no Vimeo através do link: Assista este making-of
www.vimeo.com/39789052
Espero que curtam!
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2º veículos e variedades
Caderno
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Fiat Grand Siena Inspirada na diversidade da concorrência, Fiat posiciona o novo Grand Siena entre o Siena e o Linea
por Eduardo Rocha/AUTO PRESS
A maior linha de sedãs do Brasil é a da General Motors – que, não por acaso, é quem mais vende modelos nesse segmento. Começa com o Classic, passa pelo Prisma, segue com o novato Cobalt, o médio Cruze, o médio-grande Malibu e o “top” grande Omega. Nessa escala ascendente, ainda irá encaixar em breve um sétimo exemplar de três volumes, o Sonic, um compacto mais equipado que o Cobalt. Já a Ford oferece os sedãs Fiesta Rocan, New Fiesta, Focus e Fusion. E a Volkswagen contra-ataca com Voyage, Polo, Jetta e Passat. Entre as chamadas “quatro grandes” – marcas que há mais tempo atuam no mercado nacional –, a Fiat estava em situação desprivilegiada no segmento: só tinha o Siena e o Linea. Para tentar reverter a desvantagem, a marca acaba de apresentar o Grand Siena, a nova geração do Siena. Se posicionará exatamente entre o antigo Siena – que será mantido nas configurações básicas EL 1.0 e EL 1.4 – e o Linea. E o Grupo Fiat ainda planeja complementar a oferta de sedãs com modelos “top” como Chrysler 300 C e Dodge Dart, produzidos pela fabricante norte-americana Chrysler – que os italianos controlam desde o ano passado. Ao contrário do antigo Siena, que nada mais é do que uma versão com porta-malas protuberante do velho Palio, no Grand Siena a proposta foi criar um sedã com personalidade própria. Ou seja, algo bem distanciado do novo Palio, lançado em novembro do ano passado. O Siena já vendeu mais de 813 mil unidades desde 1997, quando foi lançado, até 2011. No ano passado, foram 90 mil unidades – 12% das vendas da marca no Brasil durante o ano. Mas, depois de três face-lifts – 2000, 2004 e 2007 –, perdeu o posto de sedã mais vendido do país para Classic. Mais recentemente, foi ultrapassado também pelo Voyage e até pelo novato Cobalt. Fica claro que já estava mais do que na hora de criar uma nova geração para o sedã da Fiat. Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/CZN
De acordo com as tendências globais de design automotivo, o novo Siena nasce maior que a geração anterior em todas as dimensões – o que se explicita no prenome Grand. Em comparação ao Siena antigo, é significativos 13,4 centímetros mais comprido, 6,1 cm mais largo, 5,3 cm mais alto, e tem 13,7 cm a mais de entre-eixos. No total, o Grand Siena tem 4,29 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,51 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. O novo sedã combina a parte dianteira da plataforma do Uno com a arquitetura traseira e suspensão do Punto. Em termos de estilo, o Grand Siena pouco herda de seu antecessor. Investe em um visual aerodinâmico, com vincos ascendentes no capô e na lateral que reforçam o aspecto ágil. Os faróis bem espichados também intensificam a sensação de movimento na parte frontal. A traseira é elevada e imponente e as lanternas em forma de setas invadem a tampa do porta-malas, no qual a parte vertical e a horizontal se encontram em um ângulo ligeiramente arrebitado, insinuando um aerofólio. Por dentro, o aspecto geral é moderno e os revestimentos são simples – lembram a versão “top” do novo Palio. São três opções de propulsores. O básico é o 1.4 Evo de 85/88 cv. Na versão “top” Essence, o motor é o 1.6 litro 16V E-torq, de 115/117 cv. E continua a existir a motorização batizada de Tetrafuel, que roda com gasolina brasileira misturada com álcool anidro, com etanol, com a gasolina pura usada nos países latinos e também com gás natural veicular. Na versão Essence, o câmbio pode ser manual de cinco marchas ou automatizado Dualogic. Nas outras versões, apenas o câmbio manual é oferecido. A expectativa da Fiat é que 70% dos Grand Siena vendidos sejam da versão 1.4, 25% da versão “top” 1.6 e 5% da versão Tetrafuel. Os preços ajudam a explicar tais expectativas. O Grand Siena Attractive 1.4 começa em R$
38.710, a 1.6 Essence manual parte do R$ 43.470 e a com câmbio automatizado Dualogic inicia nos R$ 45.900. Já a com motor Tetrafuel começa em R$ 48.210. O Siena antigo foi reposicionado e agora custa R$ 31.180 na versão 1.0 e R$ 33.300 na versão 1.4. O slogan escolhido para o lançamento do Grand Siena – “Faz toda a diferença” – serve também para relacionar o custo de cada produto às suas expectativas de venda. Para a maioria dos consumidores brasileiros, na hora de comprar carro, o preço ainda faz toda a diferença.
Primeiras impressões
Santiago/Chile - O segmento de sedãs é encarado pelos fabricantes de automóveis brasileiros como o primeiro passo na evolução para os que sempre tiveram um hatch. Ou seja, modelos que refletem a mesma “trajetória emergente” da badalada “nova classe média brasileira”. É o segmento da sociedade que tornou-se a menina dos olhos de várias marcas e o alvo preferencial de alguns novos sedãs, como Chevrolet Cobalt e Nissan Versa. Ambos são compactos espaçosos, com bom nível de equipamentos, preços competitivos e design que dá a impressão de serem maiores do que são – a chamada “size impression”. Exatamente onde a Fiat quer posicionar o Grand Siena. Ao entrar, o novo Fiat chama a atenção pelo estilo do interior, moderninho e agradável. Segundo a marca, o novo sedã tem o melhor espaço para pernas no banco traseiro do segmento. O acabamento interno parece o das versões “top” do novo Palio, sem revestimentos sofisticados ou superfícies macias. Só não dá para entender porque os vidros da portas da frente não descem totalmente, deixando um inusitado meio centímetro para fora da fresta da porta na parte posterior. Parece erro de projeto e não acrescenta qualquer “glamour” ao modelo.
Dinamicamente, o Grand Siena até que se comportou bem nas estradas chilenas. Foram avaliadas em dois circuitos em torno da vinícola Viña Mar, na periferia da capital, as versões Essence 1.6 com câmbio Dualogic e a Attractive 1.4 com câmbio manual. O câmbio automático Dualogic continua seu processo de evolução e agora já dá bem menos trancos do que na época que foi lançado. Mas ainda fica difícil manter o bom humor diante da patética mensagem “O comando não pode ser efetuado” que aparece quando se engata uma ré um pouco mais rapidamente. O jeito é respirar fundo, pisar no freio e repetir a manobra de forma mais calma. Ao menos as borboletas no volante tornam a possibilidade de acionamento manual do câmbio bem mais divertida. Já a versão com câmbio manual tem comportamento bastante similar ao câmbio do novo Uno, que é bem correto. Não havia curvas muito acentuadas no circuito proposto para a avaliação do novo sedã da Fiat. Foi preciso sair dele para tentar perceber melhor o comportamento da suspensão em alguns trechos sinuosos. E o Grand Siena se saiu de forma satisfatória, sem dar sinais de desequilíbrio nem adernar excessivamente nas curvas. Os freios, quando exigidos de forma mais severa, também reagiram a eficiência esperada de um sedã compacto. Não chega a surpreender a constatação de que a motorização 1.4 litro oferece desempenho bem menos interessante que a 1.6. Na versão com motor mais modesto, é preciso calcular melhor o espaço disponível para as eventuais ultrapassagens, já que as retomadas são bem mais comedidas. Em resumo, o Gran Siena pode até não ser um automóvel que irá estremecer o mercado – como o terremoto de 6,8 graus na escala Richter que abalou o Chile no dia seguinte ao lançamento. Mas certamente modelos como Cobalt e Versa vão ter uma vida mais difícil a partir de agora. Tem sedã novo no pedaço.
seus direitos e dever
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Causas de inelegibilidade por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana
Nas palavras de José Antônio Cheibub Adam Przeworski, “governos são responsáveis na medida em que os cidadãos podem discernir se os governantes estão agindo de acordo com os seus interesses e sancioná-los apropriadamente, de forma que os governantes que satisfazem os cidadãos permanecem em seus postos e aqueles que não os satisfazem perdem suas posições. A responsabilidade política é um mecanismo retrospectivo, no sentido de que as ações dos governantes são julgadas a posteriori, em termos dos efeitos que causam”. Entretante, a lei antecipa este julgamento, ao momento de registro das candidaturas, por meio da exigência da ausência de causas que tornam o candidaro inelegível. Não há dúvida de que todo cidadão espera ser representado por políticos honestos, íntegros, que não tenham infringido o ordenamento jurídico Tendo em vista que inúmeros são os candidatos aos cargos eletivos em disputa, torna-se extremamente difícil aos cidadãos obter informações precisas sobre a vida pregressa de cada um. Por estas razões a Constituição Federal, bem como lei complementar, elencou hipóteses que, quando presentes, afastam do cidadão a possibilidade de se candidatar a um cargo político. As causas de inelegibilidades se apresentam como impedimentos que obstam o exercício da capacidade eleitoral passiva do cidadão brasileiro. Para que um brasileiro nato ou naturalizado possa exercer capacidade eleitoral passiva, faz-se necessário que ele cumpra as condições de elegibilidade e não incorra nas hipóteses
de inelegibilidade. As inelegibilidades decorrem, na maioria das vezes, da prática de atos ilícitos. Mas existem também aquelas que decorrem da necessidade de preservar o equilíbrio nas disputas eleitorais e moralidade administrativa, com o fim de resguardar o equilíbrio na disputa, a normalidade e legitimidade das eleições. São considerados inelegíveis pelo texto constitucional, os inalistáveis e os analfabetos. São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos (indivíduos que estão prestando o serviço militar obrigatório). Os analfabetos podem exercer, de forma facultativa, a capacidade eleitoral ativa, ou seja, votar, embora impedidos de exercer a capacidade eleitoral passiva (ser votado). O entendimento consolidado da Justiça Eleitoral é que o “analfabeto funcional” encontra-se habilitado a disputar eleições. À este respeito, tornou-se famoso o caso envolvendo o deputado federal mais votado nas eleições de 2010 em todo o país, o humorista “Tiririca”. Francisco Evandro Oliveira Silva, foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo, de ser analfabeto e por isso, inelegível. Foi, entretanto considerado “analfabeto funcional” pelo TRE daquele estado e apto a ser diplomado ao cargo de deputado federal. Com o fim de preservar o equilíbrio nas disputas eleitorais, a Constituição Federal, dispõe que “o presidente da república, os governadores de estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos, poderão ser reeleitos por um único período subsequente”. A mesma regra não se aplica aos membros do
Poder Legislativo, os quais podem ser reeleitos sem qualquer limitação. Com relação ao cargo de vice-presidente; vice-governador e vice-prefeito, o entendimento do TSE é no sentido de que não pode ser exercido por três vezes consecutivas. Questão muito interessante envolve a possibilidade de prefeito reeleito disputar uma terceira eleição municipal em outro município, o chamado “prefeito itinerante”. O TSE inclina-se para consolidar o entendimento no sentido de que esta manobra é proibida, haja vista constituir indevida perpetuação no poder. Tal manobra vai de encontro a norma constitucional acima referida, que possui a finalidade de evitar a perpetuação no poder e o apoderamento de unidades federadas para a formação de clãs políticos ou hegemonias familiares. Para que o registro do candidato aos cargos em disputa seja deferido, prevê, ainda, a Carta Magna que “para concorrerem a outros cargos, o presidente da república, os governadores de estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pelito”. Trata-se da desincompatibilização, exigida para os detentores dos mandatos aos cargos do Poder Executivo, sempre que desejarem concorrer aos cargos do Poder Legislativo. Por outro lado, para concorrer ao mesmo, cargo (reeleição), não é necessário aos titulares do mandato executivo se desincompatibilizarem. Os vices dos titulares dos mandatos acima referidos não se submetem à exigência constitucional, desde que nos seis meses anteriores as eleições não assumam, mesmo em substituição,
o cargo do titular. Ainda são considerados inelegíveis pela Constituição Federal, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins até o segundo grau ou por adoção (filhos; netos; pais; avós; irmãos; cunhados; sogros), do presidente da república, de governado de estado e do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído nos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Sendo certo que segundo o TSE o convivente (união estável) do titular da mandato executivo também é inelegível. Trata-se da chamada “inelegibilidade reflexa”. O STF sumulou o entendimento no sentido de que a dissolução do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade reflexa. Os parentes, acima referidos, do titular de uma mandato executivo, contudo, podem se candidatar à um cargo eletivo em outro município (em se tratando de mandato executivo municipal) ou estado. Parentes do presidente da república, que não sejam titulares de mandato eletivo, não poderão se candidatar a qualquer cargo eletivo, uma vez que o território de jurisdição do presidente da república é todo o país. As regras aludidas possuem a finalidade de garantir que os candidatos aos cargos dos Poderes Executivo e Legislativo, quando eleitos, tenham condições de atender adequadamente ao interesse público de uma eficiente e proba representação. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados
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veículos
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Sorte a deles por Augusto Paladino/AUTO PRESS
O atraso na chegada do BMW Série 1M ao mercado argentino definitivamente valeu a pena. Pelo menos quando se compara o preço praticado lá com o que a marca pede no Brasil. No país vizinho, o cupê esportivo custa US$ 89.900, o equivalente a R$ 162.800, enquanto que em solo brasileiro o valor decola para R$ 268.800. Uma alta de assustadores R$ 106 mil. Vale lembrar que é o mesmíssimo carro que é vendido nos dois países, com um motor de seis cilindros em linha e 340 cv de potência. Com preparação pela Motorsports, o 1M tem poucos componentes em comum com o Série 1 de passeio, cuja nova geração foi lançada no Brasil.
Foto: Divulgação
BMW Série 1M
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CHEGAMOS AO PRIMEIRO LUGAR PORQUE PENSAMOS PRIMEIRO EM VOCÊ. LE MANS – BRAGANÇA PAULISTA, O MELHOR PÓS-VENDAS DO BRASIL.
AGENDE SUA REVISÃO. LIGUE: 0300 700 0300.
Foto meramente ilustrativa.
Respeite a sinalização de trânsito.
SEU RECONHECIMENTO FOI ESSENCIAL PARA CONQUISTARMOS O 1º LUGAR NO PRÊMIO TOTALITÈ.
Le Mans Bragança Paulista | Av. José Gomes da Rocha Leal, 1.910 | 11 4892-6000
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veículos
“Tiozão” de Ray-Ban por Augusto Paladino/AUTO PRESS
A linha 2013 do
Foto: Divulgação
Sentra chegou às concessionárias da Nissan sem muitas novidades. A marca japonesa resolveu apenas ampliar a lista de opcionais do seu sedã. Agora, é possível equipar o Sentra com faróis e lanternas com lentes escurecidas e rádio com conexão Bluetooth. Assim como o visual, os preços não foram modificados. O Sentra básico sai por R$ 52.190 e atinge R$ 70.490 na topo de linha, sempre equipado com o motor 2.0 flex de 143 cv. A transmissão pode ser manual de seis velocidade ou CVT.
Nissan Sentra 2013
veículos
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Questão dinâmica por Augusto Paladino /AUTO PRESS
Na hora de renovar o seu modelo de entrada – se é que se pode chamar assim –, a Aston Martin resolveu quase não mexer no visual. Por isso, o novo V8 Vantage tem apenas novos parachoques com difusor integrado. Mas tudo isso tem explicação. A marca inglesa procurou melhorar a dirigibilidade do cupê em vários aspectos. As rodas e os freios são maiores, enquanto a direção está mais rápida e direta. De resto o V8 Vantage mantém o V8 de 426 cv e torque de 50 kgfm. Agora também existe uma transmissão automática de sete velocidades como opcional, além da manual de seis, que vem de série.
Foto: Divulgação
Aston Martin V8 Vantage
Primeira plástica por Augusto Paladino /AUTO PRESS
A Mercedes-Benz resol-
Foto: Divulgação
veu fazer uma pequena reestilização no seu menor utilitário para deixá-lo mais de acordo com a atual identidade visual da marca. O face-lift do GLK será apresentado no Salão de Nova Iorque, que acontece entre os dias 6 e 15 de abril. As mudanças também passaram pela parte mecânica. Um dos destaque é a adoção de um motor a diesel de 2.1 litros biturbo com 204 cv e 51 kgfm de torque. Graças aos novos equipamentos, o novo GLK ficou mais seguro, ganhou assistente de fadiga e alerta de mudança de faixa, por exemplo.
Mercedes-Benz GLK.
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