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Braganรงa Paulista

Sexta 11 Maio 2012

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para pensar

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Mamma! Solo per te la mia canzone vola... Mons. Giovanni Barrese

Esta é uma das frases da canção italiana “Mamma”, conhecida em todo o mundo. Quem acompanha estas linhas certamente a conhece, ao menos em parte. É a canção de um imigrante que volta para casa e percebe no amor da mãe uma riqueza muito maior do que qualquer outra pela qual valha a pena lutar e sofrer. E promete à mãe: “non ti lascierò più sola” (não te deixarei mais sozinha)! Pensei em colocar a recordação desta canção para iniciar estas linhas sobre o Dia das Mães. Não há como negar a importância da presença da mãe junto a cada ser humano. Seja ela simples ou sofisticada. Pobre ou rica. Letrada ou analfabeta. Voluntariosa ou submissa. Ainda jovem ou já idosa. Qualquer que seja a classificação que se possa fazer dela, ela é sempre importante. Crianças, jovens, gente madu-

ra. Todos sentem necessidade de sua presença. Que seja até para discordar ou reclamar. Mas ela é necessária. Diria insubstituível. Os estudiosos do comportamento humano escreveram e escrevem muito sobre a influência materna para que a pessoa possa crescer com equilíbrio. Recordar o Dia das Mães dá ocasião para refletir sobre a importância da vocação, da missão da maternidade. Creio, portanto, que não dá para encarar a maternidade como fato qualquer. A maternidade é uma realidade que envolve uma série de valores. No mínimo um amor que a precede. Um amor que leva a buscar um companheiro para que o sonho de uma nova vida possa realizar-se. Um filho que, antes de ser gerado fisicamente, é gerado no coração. Um filho é e deve ser sempre a cristalização do amor entre os parceiros que se escolheram para caminhar

junto. Com os valores que estão contidos no seu íntimo, a maternidade não pode ser escolha de uma pessoa só. Ou fruto de uma relação fortuita, não pensada, irresponsável, mera relação marcada pelo instinto e nada de amor. A maternidade é sempre uma decisão amorosa de chamar à vida alguém para amar de forma plena e sem limites. Para fazê-lo viver plenamente. Preocupa, neste sentido, a facilidade com que muita gente confunde sexo e amor. E com isto se coloca no risco da gravidez não desejada. E quando isto acontece a consequência é ou livrar-se do “estorvo” ou algo a “assumir” sem que haja maturidade e preparação para isso. O resultado é a carga de sofrimento que se busca. Para si e para o inocente chamado à vida. Para família, para amigos e para todos os que se preocupam com a dignidade da vida. Claro que há sempre a possibilidade

de superar as dificuldades. Aliás, essa é uma das belezas do ser humano: a capacidade de superação. Mas, para que correr riscos para si mesmo e para quem não pediu para nascer? Por que não caminhar pela estrada serena da decisão feita sobre a base do amor, da consciência, da alegria e do sonho? Por que caminhar nas veredas das armadilhas e do sofrimento? Nesta mesma linha estão as decisões da maternidade sem pai ou produção independente. Parece muito claro, entre outras coisas, o sentido vivencial do masculino/feminino para o bom desenvolvimento de qualquer criança. A realidade acima mostra aspectos que vamos vivendo nestes nossos tempos de questionamento de todos os valores. Passa pela história do sentido da família tudo isto que tenho abordado. A crise da realidade familiar necessariamente leva à crise do entender e viver a

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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

maternidade/paternidade. Estou seguro que o debruçar sobre os valores familiares poderá iluminar e reforçar o sentido fundamental da maternidade. Para quem deseja ser mãe: como uma belíssima Missão que dá sentido perene à vida. Para os filhos: que experimentam a certeza de ter um “anjo” por perto... Eu tenho saudade da presença de minha mãe. Ela, possivelmente, não teria coisas novas para me ensinar. Mas como eu gostaria de poder dar-lhe um beijo, um abraço e dizer-lhe: Ti voglio bene!


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Para as crianças que vivem em abrigos, em escolas próximas à instituição. Quem acomquem representa a figura materna são panha o andamento escolar delas é a auxiliar as mulheres que trabalham nessas pedagógica Patrícia da Silva Félix, de apenas 23 instituições. Sejam elas cuidadoras, psicólogas, anos. É ela quem ajuda a criançada na hora da assistentes sociais, cozinheiras, não importa. lição, é quem vai às reuniões de pais e mestres São mulheres que dão carinho, afeto, amor e também. “Meu trabalho é complementar o muitas vezes, ajudam a educar essas crian- que é realizado em sala de aula, baseado na ças. É sobre o trabalho necessidade de cada um”, dessas mulheres, que explica. No começo não dedicam parte de suas As pessoas ainda me perguntam foi fácil. “Tinha dia que se eu não me arrependo. Não, eu saia daqui arrasada. vidas para trazer conforto, segurança e confiança eu não me arrependo Demorei dois meses a crianças fragilizadas pra ganhar a confiança Cláudia Murolo por situações de risco das crianças”, conta. ou abandono que o “Pra mim é como se eu Jornal do Meio falará neste especial de Dia tivesse 21 filhos. “Na hora de ir pra casa dá um das Mães. Elas são mulheres que poderiam aperto no coração”, diz. Para ela, o trabalho ter escolhido qualquer outro tipo de trabalho, que desenvolve ali é de aprendizado mútuo. mas que preferiram lutar pelo bem estar de “Eu não sabia abraçar. Aprendi aqui, com essas crianças que, por muitas vezes, sequer sabem crianças”, conta. o que é isso. “O nosso trabalho consiste em Maternidade real nos mobilizar para conseguir que as famílias sejam reestruturadas, sempre com a criança Uma das histórias mais bonitas de amor macomo foco principal”, explica Ana Lídia Piniano terno vividas dentro do SAMA é a de Cláudia de Oliveira, presidente do SAMA. “Seja com Murolo e o filho Lucas. Quando começou a aluguel social, seja com capacitação profissional, trabalhar na instituição, em 2004, o menino, seja com trabalho de aconselhamento, fazemos então com seis anos, já vivia ali. Segundo de tudo para que a criança volte para a família”. ela, ele era uma criança muito agressiva. Aos No entanto, quem determina se a família está poucos foi conquistando a confiança dele e, apta ou não para receber a criança de volta é quando percebeu, os dois já estavam muito a Vara de Infância e Juventude Municipal ou próximos. “Ele não desgrudava mais de mim, o Conselho Tutelar. Tudo o processo, desde já me chamava de mãe”, conta. “Até que sena perda da guarda, é realizado por meio de tamos para conversar e eu perguntei: é isso determinação judicial. “Alguns casos são mesmo o que você quer? Foi uma decisão resolvidos em até dois dias”, fala Maria Inês conjunta”, explica. Cláudia já tinha duas filhas Melegaro, psicóloga e coordenadora da equipe biológicas, que também participaram da detécnica. São casos em que a criança é entregue cisão. “Quando eu o adotei, ele já estava com à família de extensão, ou seja, a algum familiar quase 11 anos. Hoje está com 14. A Mariana próximo, como tios ou avós. Quando não há tem 16 e a Ana Carolina tem 18, eles se dão sucesso na tentativa de estabelecer o retorno muito bem”, fala. “Mas ele me testa até hoje. da criança ao convívio familiar ou à família de Quer ver se eu aguento, se não vou deixá-lo extensão, aí ela é encaminhada para adoção. também”, conta. “Eu não o adotei enganada, “Mas a intenção é que a criança volte para a sabia muito bem o que me esperava. Posso família de origem. Só quando se esgotam as dizer que valeu muito à pena.”. Cláudia já possibilidades é que ela entra para a fila de criava as filhas sozinha quando adotou Lucas. Foi trabalhar no SAMA sem a intenção de adoção”, completa. adotar uma criança, mas mantinha o desejo Mãe fragmentada de ter um filho homem. “Foi uma história de O SAMA não é um orfanato, é uma casa amor muito bonita o que aconteceu entre nós”, de acolhimento, como explica Ana Lídia. A avalia. Mesmo assim, ela passou por alguns instituição está capacitada para atender 30 momentos de medo, sem saber se seria capaz crianças, mas no momento 21 vivem ali, três de dar ao filho toda a segurança e confiança de delas com necessidades especiais. O número que ele precisa. “Pra tomar uma decisão dessas de acolhidos pode aumentar a qualquer mo- tem que pensar muito bem”, reflete. Para ela, mento. “Não tem hora. Pode chegar criança a maior luta na hora de adotar uma criança é aqui de madrugada, se estiver em situação de contra o preconceito alheio. “As pessoas ainda risco”, explica. O que Ana Lídia faz questão de me perguntam se eu não me arrependo. ressaltar é que as crianças do SAMA não são Não, eu não me arrependo”. menores infratores. “Todas elas são vítimas”, enfatiza. “As crianças que vivem no SAMA são muito bem cuidadas por toda a equipe, Jantar benefeciente formada por 37 mulheres. Além de psicólogas, pedagogas e assistentes sociais, ainda há uma No dia 22 de junho o SAMA realizará um enfermeira acompanhando cada uma das jantar dançante, no Espaço Bartô, a fim crianças especiais e, claro, a equipe de apoio, de arrecadar fundos para a construção como cozinheiras, arrumadeiras e faxineiras. de uma área para crianças especiais. “Cada uma faz uma parte do que uma mãe Os convites poderão ser adquiridos na faria para a educação de uma criança . Somos locadora Versão Brasileira pelo preço uma mãe fragmentada, todas mães postiças”, de R$ 100,00. Para mais informações, fala Ana Lídia. “Estamos aqui para oferecer a ligue 4035 – 1515. proteção e segurança que cada criança precisa”, explica. Todas as crianças estão matriculadas

“Quando vou as reuniões na escola as pessoas acham mesmo que sou a mãe das crianças”, Patrícia, auxiliar pedagógica

Maria Eloísa B. Frias, pedagoga. Francesli G. Guimarães, assistente social. Ana Lídia, presidente e Maria Inês, coordenadora. Mães fragmentadas para as crianças do SAMA

Cláudia conheceu o filho Lucas quando começou a trabalhar no SAMA. “Foi uma história de amor muito bonita o que aconteceu entre nós”.


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Uma das características da maternidade é o acolhimento. Carregar o filho no ventre, amamentar. Para muitas crianças o processo é interrompido já nos primeiros dias de vida. Chegam ao abrigo da Casa da Benção sem ter tido esse contato fundamental para a sua formação como indivíduo. Mais do que apenas trocar fraldas e dar mamadeira as cuidadoras da instituição dão amor, atenção, carinho e o acolhimento que tanto faz falta a essas crianças. Essas mulheres passam a ser o primeiro referencial de mãe na vida desses bebês, mesmo que, com o passar do tempo, não se lembrem mais delas. “Nós ensinamos tudo. A falar, comer, escovar os dentes. Somos nós que educamos”, explica Cristiane de Lima, auxiliar de coordenação e cuidadora. “A primeira palavra que eles falam não é mãe, é tia”, emociona-se. “A gente não pode estimular que nos chamem de mãe porque não irão ficar para sempre aqui, por isso, somos tia”, fala. No meio da sala de recreação há um quadro com fotos das muitas crianças que passaram pelo local e pela vida de Cristiane e das colegas. Imagens de momentos caseiros, que poderiam ter sido tiradas na casa de qualquer família. São imagens cheias de amor, de uma família formada por irmãos do lar, como elas falam, e suas várias tias – ou mães.

Estrutura emocional No dia em que a reportagem visitou o local, nove crianças estavam acolhidas ali. Com capacidade para atender no máximo 20 por vez,

elas já chegaram a acolher 27. “O importante receber visitas de familiares, todas as outras é tirar a criança do risco. A gente dá um jeito”, já estão na fila para a adoção porque os pais fala Cristiane. Por um determinado período já perderam qualquer chance de conseguir a o lar acomodou 14 bebês de uma única vez. guarda novamente. “Eles estão presos aqui por “Nós sabíamos quem era cada um deles, até algo que não fizeram, que não é culpa deles”, mesmo os gêmeos”, conta, orgulhosa. Per- fala. “Por isso quando conseguem voltar para gunto se ela já chorou alguma vez. Ela diz a família ou quando conseguem ser adotados que não. “Não choro é muito gratificante A primeira palavra que eles porque tenho que para nós”, fala. São falam não é mãe, é tia passar força a eles. as cuidadoras que Cristiane de Lima, cuidadora Mas me seguro por dão todo o suporte dentro”, fala. “Tem emocional e afetivo criança de quatro anos que chega aqui e já para o dia-a-dia das crianças. Como quando passou por mais coisas do que eu. A gente vão para a escola, por exemplo. “Muitas vezes tem que segurar as pontas”. “Muitas gente os adultos tratam as crianças daqui como que começou a trabalhar aqui foi embora coitadinhos. Eles não são coitadinhos. Estão porque não aguentou. Tem que ter estrutura muito bem cuidados”, fala, deixando aflorar o emocional”, avalia. “As funcionárias que estão instinto materno. Outro momento delicado, aqui há menos tempo ficam indignadas. Mas é quando as cuidadoras precisam passar toda não tem o que fazer. O importante é que as confiança possível para as crianças na hora da crianças estejam bem aqui com a gente”. adoção. “Muitos não querem ir, têm medo, Confidencio a Cristiane que fui até o abrigo cresceram aqui. A gente tem que explicar com o coração apertado. “Não fique. Elas que vai ser bom para eles, que vão ter uma estão bem aqui, bem melhores do que onde família”. “Alguns voltam depois pra visitar, estavam antes”, me responde. Das nove crian- contar como estão. Aí é uma satisfação”, ças acolhidas no momento da minha visita, conta. “Os pais chegam elogiando como são apenas duas não tem irmãos ali. O restante independentes, como os educamos bem. É formam dois grupos, quatro irmãozinhos e muito gratificante”, fala. Mas nem sempre a três irmãzinhas. O mais velho já tem oito volta é feliz. E as cuidadoras precisam estar anos, mas continua na Casa da Benção por preparadas para isso também. “Já aconteceu ter irmãos com menos de seis anos. O mais de a criança ser devolvida pelos pais adotinovo tem 1 ano e 4 meses. Quando nasceu, vos. Isso é muito triste. A criança estranha, seus três irmãos já viviam ali, ou seja, durante a adaptação é lenta. Alguns pretendentes à a gestação já era certo o seu destino. Cristiane adoção chegam aqui querendo uma boneca explica que apenas uma das crianças ainda pode de loja”, desabafa.

Cristiane mostra o berçário. Muitas crianças chegam ali com dias de vida.

Lição de vida “Cada criança que passa por aqui nos deixa uma lição”, fala Cristiane. “Alguns casos nos chocam mais do que outros. São verdadeiras lições de vida” reflete. “Uma vez aconteceu de uma funcionária chamar o marido de madrugada pra levar umas das crianças para o hospital. Nossas famílias sempre acabam se envolvendo também”, fala. Cristiane tem três filhos, Ela conta que já chegou a ter vontade de adotar uma criança, mas desistiu da ideia, por falta de condições financeiras. “Não é fácil manter uma criança. Eu acho que se eu adotar alguém, ela vai perder a chance de encontrar uma família que possa lhe dar melhor condição de vida”, fala. Ela aproveita e conta um momento que lhe marcou muito. Uma das crianças que viveu no abrigo e foi adotada fazia aniversário e ela resolveu ligar para dar os parabéns. Dias depois, a mãe da criança telefonou pedindo que ela nunca mais entrasse em contato porque a criança tinha chorado por duas horas, de saudade. Cristiane nunca mais ligou. Sacrifício de uma verdadeira mãe que quer sempre o melhor para o filho.

Para contribuir com a Casa da Bênção entre em contato pelo telefone 4033 – 4177. O entidade aceita doação de roupas para as criança e também o bazar que realizam periodicamente.

Alguns dos brinquedos das crianças. O dia-a-dia delas e como o de qualquer criança: escola, brincadeiras, carinho.


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Para muitas mulheres a maternidade chega em forma de adoção. Algumas pela impossibilidade de vivenciar uma gestação, outras pela vontade de estender a mais alguém o amor dedicado aos filhos naturais. A função do grupo Aconchego Associação de Apoio à Adoção de Bragança Paulista - é fazer com que essas mulheres consigam encontrar o futuro filho da melhor maneira possível, sabendo e entendendo todos os prós e contras da escolha. De acordo com Mirian Mezzanotti Barneze, presidente do Aconchego, o namoro com a criança antes da adoção de fato é imprescindível para estreitar os laços de afeto e evitar a devolução. “Cria-se muita expectativa em relação à adoção, as mães idealizam demais. O que pretendemos é deixá-las menos ansiosas e mais conscientes”, explica. “É muito importante criar afinidade com a criança porque a adoção é algo quase irreversível. Se isso vier a acontecer será muito frustrante para a criança e para a mãe também”, fala. A própria Mirian tem uma experiência bem sucedida de adoção, o que ajuda muito na hora de passar conforto e confiança para outras mulheres. Quando adotou a caçula Gabriela, então com quatro anos, as filhas mais velhas, Fabiana e Mariana, já tinham 11 e 15 anos respectivamente. “Desde que eu tenho 18 anos eu sabia que um dia adotaria. Minha irmã mais nova também foi adotada. Sempre foi uma coisa muito natural pra mim”, conta. Adoção tardia Toda pessoa que tem a intenção de adotar uma criança precisa acompanhar as reuniões mensais realizadas pelo Aconchego. Quando a associação surgiu, há 11 anos, a participação era opcional. Hoje se tornou obrigatória. “Muitas mulheres chegam fragilizadas por não

conseguirem se tornar mães e também porque próximas. Por exemplo, você adota um irmão a sociedade rotula muito”, avalia. “Por isso a e sua irmã adota o outro. Dessa maneira necessidade de se esclarecer todas as dúvidas elas continuarão a manter contato”, explica. antes da adoção”. Mirian dá alguns exemplos. “Essas crianças já perderam tudo, até quase “As pessoas chegam e perguntam: essa é sua a identidade. Fazemos de tudo para que não filha verdadeira? Como se a adotiva fosse falsa. percam esse último vínculo com a própria Às vezes você é pega de surpresa, é uma luta história, que é o irmão”. Para exemplificar constante, sempre vai existir o preconceito”, como a maternidade por meio da adoção pode fala. De acordo com ser surpreendente, Mirian, geralmente Mirian conta soTodo o processo de adoção, em são os casais que se bre um caso que geral, demora de nove meses a um acompanhou. “Um cadastram como preano. Brincamos que esse é o pré- casal tinha adotado tendentes à adoção, mas hátambémvários natal dos pais adotivos. Acaba sendo gêmeos. Investigando casos de mulheres também um processo de gestação, o histórico das criansolteiras, de homens só que em vez de estar na barriga, a ças, descobriram que solteiros ainda não eles tinham outro criança está no coração irmão de oito anos, houve nenhum em Mirian Bragança. vivendo em um abriO trabalho dela é go. Entraram com o passar confiança e ensinar essas pessoas a pedido de adoção para esta criança também enfrentarem as barreiras sociais e, muitas e hoje estão com os três”, fala. vezes, as próprias barreiras. “É preciso quebrar o mito da adoção tardia”, fala. “As pessoas Pré-natal chegam querendo bebês, querem vivenciar “Todo o processo de adoção, em geral, demora cada momento da vida da criança. Conforme de nove meses a um ano. Brincamos que esse vão participando das reuniões vão entendendo é o pré-natal dos pais adotivos. Acaba sendo que não precisa ser assim, que existem outras também um processo de gestação, só que em vez possibilidades”, explica. “O mais importante é de estar na barriga, a criança está no coração”, que seja em comum acordo entre o casal. Não fala. “É muito gratificante e especial para essas adianta um querer muito e outro aceitar só mulheres a hora em que elas recebem a guarda da para não magoá-lo. Se ainda houver dúvidas criança. Nesse momento elas se tornam mães”, o melhor é esperar”. Outra dificuldade é na conta. “Eu sei como é isso, já estive do lado de hora de encontrar pretendentes para grupos lá, já tive as mesmas angústias e expectativas”. de irmãos. O ideal é que fiquem juntos, mas Mirian conta que permaneceu durante quatro nem sempre é possível. “Um casal em Bragança anos na fila para adotar uma criança, o mesmo já adotou cinco irmãs de uma vez, mas eles período em que a filha ficou aguardando no tinham condições financeiras pra isso”, conta. abrigo por uma família. “Era nosso destino. Só “O que a gente tenta fazer, nesses casos, é com precisávamos nos encontrar”, emociona-se. “O que os irmãos sejam adotados por pessoas que sempre digo às mulheres que sonham com

Mirian Mezzanotti Barneze é presidente da Aconchego – Associação de Apoio à Adoção de Bragança Paulista

a adoção é que não desistam, que se fortaleçam e se realizem”. Outro conselho de Mirian é que nunca escondam da criança o fato de ela ter sido adotada. “Hoje em dia, quase 100% dos pais contam”, fala. “Revelar é preciso, porque alguém sempre vai acabar falando na hora errada, em um momento de raiva”. As reuniões do Aconchego ajudam as futuras mães e os futuros pais a entenderem e estarem preparado para as dificuldades que surgirão antes, durante e depois do processo de adoção. Temas como o preconceito social, relacionados com adoção tardia, adoção inter-racial, grupos de irmãos ou crianças com necessidades especiais estão entre eles. “Se for parar pra pensar no preconceito, não adota. Mas é preciso saber como lidar com tudo isso para que não aconteça a devolução na primeira dificuldade”, fala. “E também para ter condições de criar um filho bem resolvido sobre sua condição”, fala. “É muito bonito perceber todo o processo pelo qual esses casais passam”, diz. “Chegam às reuniões repletos de dúvidas e vão se abrindo a novas possibilidades”. “Depois de um tempo voltam com o filho no colo para contar sobre a experiência a outros, com as mesmas dúvidas que já tiveram”. “É muito gratificante ajudar a possibilitar isso para essas famílias”, conclui. As reuniões do grupo Aconchego acontecem sempre na 2º quarta feira do mês, das 19h30 às 21h30, na Câmara Municipal. A próxima está marcada para o dia 13 de junho e será um resumo dos temas abordados durante o semestre. Para saber mais entre em contato com Mirian pelos telefones 4033 – 1812 ou 9914 - 1662

As reuniões da Aconchego são obrigatórias para quem pretende adotar. Participam da reunião, além de Mirian, O Juiz Dr. Bruno, as psicólogas Sandra e Maria José e a assistente social Ana Cristina


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Repulsa ao sexo Minoria em fase de afirmação, o grupo de assexuados sente pouca ou nenhuma atração por outras pessoas. Há vários tipos de “assexuais’, como preferem ser chamados. Há os que se masturbam, os que se casam e até os que transam

por JULIANA CUNHA/ Folhapress

Para o jornalista Millôr Fernandes, de todas as taras sexuais não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência. A pedagoga Elisabete Oliveira, que escreve sua tese de doutorado sobre assexualidade, não poderia estar mais de acordo: “As pessoas têm mais facilidade para entender as variações do desejo do que a falta dele”. A área de estudo de Oliveira é particularmente nova: “Até hoje foram escritos menos de 30 artigos sobre assexualidade que não enxergam o assunto como transtorno”. Os próprios assexuais contribuíram para transferir seu comportamento do campo da patologia para o das escolhas. A partir dos anos 2000, eles passaram a se organizar em comunidades virtuais e a tentar se definir. Aos trancos e barrancos, chegaram à definição atual do que vem a ser um assexual: “É uma pessoa que sente pouco ou nenhum desejo por outras pessoas”, explica a estudante colombiana Johanna Villamil, 23, representante da Aven (Asexual Visibility and Education Network) na América Latina. Dentro da definição há espaço para quem sente repulsa ao sexo, namora sem transar, pratica masturbação e até transa sem interesse, no intuito de agradar o parceiro. Com 40 mil membros, 12 mil na América Latina, a Aven é a maior organização do gênero e acha que poderia ser maior: “Pouca gente se identifica como assexual, o termo é desconhecido e parece pejorativo. Nossa intenção é sair do armário para que outros se reconciliem com a opção de não transar”, diz Villamil. No DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), catálogo de doenças mentais da associação americana de psiquiatria, assexualidade tem nome e sobrenome: é síndrome do desejo sexual hipoativo, considerada um desvio. “Para o DSM ninguém é normal”, relativiza Carmita Abdo, coordenadora do projeto de sexualidade do Hospital das Clínicas. A psiquiatra lembra que há mais diversidade entre quatro paredes do que fazem supor as revistas femininas: “Por vivermos numa sociedade hipersexualizada, não transar parece problema grave, mas ninguém deve ser medicado por não ter desejo, a não ser que isso gere sofrimento”. Deficiência hormonal, depressão, vaginismo, problemas de tireoide ou de ereção, menopausa, hipertensão e diabetes são alguns fatores que podem minar a vontade de sexo. É comum, no entanto, que pessoas saudáveis percam o desejo por um tempo: “Sexualidade não é uma linha eternamente ascendente. Para se considerar assexuada a pessoa precisa estar numa fase longa de falta de desejo sem motivo de saúde, acima de seis meses”, diz Abdo. A fase prolongada de F. Michele, 30, tem durado sua vida inteira. A funcionária pública baiana já tentou relacionamentos com homens e mulheres só para ter certeza de sua indiferença ao sexo: “Não me faz falta. Mantive relacionamentos quando me senti exigida, mas hoje sei que é contra minha natureza”, diz. Até os 28, Michele conta que levantava suspeitas ao pular Carnaval e frequentar shows e nunca ficar com alguém: “Beijei alguns homens, tive relacionamentos rápidos, sem sexo, mas ainda assim era estranho nunca me verem com alguém”. Quando se submeteu a uma cirurgia de redução de estômago, há cinco anos, a pressão para que namorasse cresceu: “Se você não sai com ninguém porque é gorda, tudo bem, mas ser magra e só é inaceitável”, diz. Para atender à demanda da família, a moça namorou um rapaz por seis meses. Não deu certo. Tentou um caso homossexual, fracassou: “Não gosto da sensação de ser tocada e o suor durante o sexo me incomodava muito, sentia nojo”. Hoje, Michele se diz apaziguada com sua opção: “Duas das minhas irmãs sabem que sou assexuada, falei. Para os outros, não

preciso me expor tanto, mas não chego a esconder. Se alguém vem com conversa sobre namoro, deixo claro: não me interessa”. Para a psicóloga Blenda de Oliveira, todo mundo tem libido e é preciso investigar as causas antes de aceitar a assexualidade como saudável: “Há quem tenha baixa libido ou prefira canalizar essa energia para outras coisas. Mas é raro alguém que não tenha problemas com sua falta de desejo”.

Pistas possíveis de assexuadalidade - A pessoa não sente atração sexual por outras - Não sente falta de relações sexuais - Não se identifica com nenhuma classificação vigente (nem homo nem hetero) - Não acha ninguém atraente o suficiente para se relacionar - Não compreende porque os outros se interessam por algo tão sem graça quanto sexo - Alimenta fantasias com celebridades ou pessoas impossíveis para evitar se relacionar com alguém de verdade - Tem nojo de contato mais próximo. A ideia de um beijo na boca lhe parece asquerosa - Se decide fazer sexo, não consegue ter prazer na experiência. Culpa a falta de habilidade do parceiro ou pensa que não achou a pessoa certa - Separa amor e sexo: acredita que pode ter uma relação amorosa sem contato físico Fontes: Elizabeth Abbott, autora do livro ‘A History Of Celibacy’ e Elisabete Oliveira, pesquisadora da ECOS - Comunicação em Sexualidade

‘Assexuados são os novos gays’ O novo movimento dos sem desejo é fruto das conquistas de outras minorias, diz Elizabeth Abbott, especialista em celibato da Universidade de Toronto, no Canadá. “Esse é o tema do momento. Os assexuados são os novos gays. A exemplo dos homossexuais na década de 1970, eles são vistos como doentes e sofrem punições sociais por suas escolhas”, diz. Se os celibatários se reprimem em nome de uma causa, assexuados não têm impulso sexual: “Celibato é uma

atitude ‘santa’ de controle dos instintos. Já assexualidade é vista como ausência de instintos, como se a pessoa não fosse um ser humano pleno”, compara a historiadora. Grupos de apoio a assexuados podem soar tão sem sentido quanto grupos dos que não curtem chocolate: não há violência contra assexuados nem barreiras para que façam o que querem --uma vez que eles não querem fazer nada. Mas a categoria vê motivos para se unir: “Vivemos em uma sociedade que enaltece ideias românticas e vende sexo o tempo inteiro. A gente quer ser respeitado e não ser constrangido por não ter as mesmas motivações dos outros”, diz o estudante Ricardo Oliveira, 21, do Paraná. Alguns buscam as redes para lidar bem com o assédio de família e amigos, que tentam empurrar pretendentes. Já os românticos procuram parceiros que aceitem uma relação sem sexo. Como o engenheiro gaúcho Ricardo, 25. Ele conta que, quando deu o primeiro beijo, aos 14, não sentiu nada: “Estava apaixonado, tinha expectativas altas, mas nada aconteceu”. Hoje, assexual assumido para alguns amigos e familiares, Ricardo tem problemas para arrumar companhia. “Como acha que sua namorada ficaria se você falasse para ela: ‘Gosto muito de ti, mas não sinto vontade alguma de sexo’, estranho, não?”. Os militantes acham que assumir sua assexualidade fará outros se sentirem melhor com a falta de libido. No Brasil, o site assexualidade.com.br, com um fórum anônimo e sala de bate-papo, atrai 70 visitas diárias. É mantido pelo estudante Júlio Neto, 21. “Assexualidade é algo ainda estranho para o brasileiro, por conta da nossa cultura, muito sensual”, diz. Dono de uma loja de informática em Pernambuco, ele diz não ter medo do julgamento social: “Sou o que sou, mas entendo quem não se expõe, é difícil ser apontado como esquisito”. Julio eventualmente beija garotas: “Não posso chamar o que faço de ‘ficar’. É mais complicado, e a menina nunca entende como ‘ficar’”. foto: Divulgação/AVEN/folhapress

Parada realizada pelo Aven (sigla em inglês) para “Rede de Educação e Visibilidade Assexual”


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Diga Xis Uma seleção de dicas e aplicativos de fotografia imperdíveis para melhorar a sua imagem nas era das redes sociais

por LILIAN RAMBALDI/Folhapress

Imagem é tudo, certo? Ainda mais na era das redes sociais, quando os avatares se transformaram em uma espécie de cartão de visitas. O Facebook, por exemplo, modificou recentemente o visualizador de imagens, dando a opção de vê-las ainda maiores na “timeline”. A proliferação de câmeras digitais e de celulares transformou todo mundo em fotógrafo. Mas não basta poder fazer, é preciso fazer direito e caprichar na imagem. O “Folhateen” juntou uma série de dicas de gente do ramo -tanto de quem se fotografa como de profissionais da área. Não é preciso uma câmera profissional para produzir boas imagens. Com criatividade e alguns cuidados, é possível você mesmo fazer os cliques e sair bem na foto.

Luz O fotógrafo Gustavo Vara ensina que a primeira coisa em que se deve prestar atenção para uma boa foto é a iluminação. Dentre outras coisas, ele recomenda exercitar diversas posições e locais até que encontre a luz ideal, ou seja, a que deixe o rosto nítido e claro. Marimoon, VJ da MTV que ficou famosa inicialmente pelas fotos de seu blog, dá a dica: “Evite a luz de flash. Prefira a iluminação natural. Já à noite, dá para montar um esquema de iluminação com um ou mais abajures”. Importante: o rosto deve estar de frente para a fonte de luz.

Câmera Para fazer a foto nesse esquema “do it yourself”, fuja do clique com o braço esticado, que pode deixar seu rosto um pouco distorcido - além de não ficar nada bem se o braço aparecer. É mais indicado apoiar a máquina em uma superfície plana e, se for preciso incliná-la, usar um tecido como apoio. Aí, basta acionar o “timer” e mandar ver. Mas em que ângulo posicionar a máquina? Quem entende do assunto garante que a posição que mais favorece a pessoa é a de cima para baixo, a mais ou menos 45 graus. De baixo para cima, no entanto, pode alargar sua feição. Vara recomenda que a câmera esteja configurada na resolução mais alta possível. Assim, se for preciso cortar a imagem e aproximá-la, ainda terá boa qualidade. Além disso, lembra que as câmeras de hoje, mesmo as compactas, têm diversos modos de disparo, que se adequam melhor às condições de luzes e cenografia. Por isso, não deixe de explorar as possibili-

dades que seu equipamento possui.

Ação! Também é importante esmerar nos detalhes como figurino, maquiagem e cenário. “Já cheguei a usar tecidos baratinhos e fofos, que eu comprava na rua 25 de Março, para fazer um fundo”, conta Mari, que, assim, conquistou uma legião de fãs. Mas cuidado: produção e cenário em excesso podem gerar uma distorção. “A não ser que você tenha criado um personagem para si, é bom que as pessoas possam reconhecer você pessoalmente. Às vezes, de tanto excesso, o avatar não casa com a imagem real”, diz o fotógrafo Renan Rêgo. A maior preocupação costuma ser a pose. Mas aqui não tem receita: é tentativa e erro mesmo. O segredo é se conhecer, experimentando olhares e sorrisos na frente do espelho até encontrar a pose que valorize o que você tem de mais marcante. Marimoon lembra que nem tudo está liberado. Para a Vj, fotos no banheiro, por exemplo, devem ser descartadas. “Muito cuidado também com os biquinhos e a atitude ‘femme fatale’! Ninguém aqui é a Angelina Jolie”, brinca. InstaClub Para quem não tem acesso ao Instagram,

o mais popular entre os aplicativos de celular (ainda exclusivo para iPhone), existem outras opções semelhantes: Para Android: Instaroid e Mytubo Para Blackberry: PixTrix InstaPhoto No smartphone Uma seleção de aplicativos para tunar suas fotos no celular e postar na web: 1. Halftone Dá para montar uma história em quadrinhos com as fotos tiradas pelo seu celular. Para ficar ainda mais bacana, há diversas opções de papel, legendas, balões de fala e selos. Para iPhone. 2. Trollolol Aplique nas suas imagens algumas divertidas “meme faces”, a última moda nas redes sociais. Grátis. Para iPhone. 3. Twitch Com esse app, é possível criar um avatar animado para o Twitter. Grátis. Para iPhone. 4. ColorUp Sabe aquele efeito em que só uma parte da imagem fica colorida e o restante em preto e branco? O ColorUp faz isso, e de forma bem simples. Para Android. 5. Paper Câmera Aplique nas suas fotos efeitos que simulam

imagens de cartoon. Para Android e iPhone. 6. Animoto Vídeos Você vai poder transformar as fotos daquela viagem em um videozinho legal com direito a trilha sonora. Grátis. Para iPhone. 7. Labelbox Você pode etiquetar as suas fotos com nove padronagens como fita crepe, fita adesiva e até papel de bala. Grátis. Para iPhone. Editores online TDB Uma seleção de sites para editar suas fotos online Pixrl-o-matic Dá para editar a cor, colocar efeitos vintage e bordas. Os resultados são sempre ótimos pixlr.com/o-matic Be Funky É um dos sites mais completos, com diversas funções de edição e efeitos de todo tipo www.befunky.com Photoshop Online Perfeito para fazer ajustes básicos, como cortar, girar, acertar brilho e contraste photoshop-online.com Picnik O site traz muitas variações de efeitos. Dá até para inserir textos, bordas e adesivos www.picnik.com Foto: Divulgação


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Virou Febre

Sagas literárias conquistam milhões de leitores e criam novos heróis para essa geração

por LILIAN RAMBALDI/Folhapress

O fim das sagas “Harry Potter” e “Crepúsculo” deixou milhões de leitores à procura de novos ídolos. Somadas, as obras das escritoras J.K Rowling e Stephenie Meyer venderam mais de 1,2 bilhão de livros. Mas essa lacuna tem sido preenchida por novas obras, autores e heróis. O mais “hypado” desses fenômenos literários recentes é “Jogos Vorazes”, trilogia da americana Suzanne Collins cujo primeiro volume rendeu um filme homônimo, em cartaz nos cinemas desde sexta. Para ter ideia do gigantismo da obra de Collins, basta dizer que a saga, iniciada em 2008, está há 163 semanas na lista dos mais vendidos nos EUA. Até agora, foram 30 milhões de exemplares no mundo, dos quais 80 mil no Brasil, onde saiu em 2010. Mas o que faz de um livro um fenômeno a ponto de marcar milhões de adolescentes no mundo inteiro? Para Brunno Maceno, 17, “em ‘Jogos Vorazes’ o leitor se vê em um mundo onde a fome é algo normal e a morte de seus amigos é inevitável. Foge do convencional porque tem lições de vida”. As tais lições são fruto de uma mistura de ficção científica, reality show, política e mitologia grega. “Há uma influência no livro do mito de Teseu e o Minotauro, que conta como, em punição por ações passadas, Atenas tinha

que enviar periodicamente sete rapazes e moças a Creta. Lá eram jogados no labirinto e devorados pelo Minotauro”, diz Collins. A autora adaptou o mito, que não deixa de ser trágico e violento, para um mundo pós-apocalíptico, dividido em 13 distritos. Após uma rebelião do 13º Distrito, o governo resolve destruí-lo e criar um sangrento reality show. Nele, cada um dos 12 distritos remanescentes envia dois jovens para lutarem entre si até que apenas um dos 24 sobreviva. Katniss Everdeen, a protagonista (que no cinema é vivida por Jennifer Lawrence), decide participar dos jogos para proteger a irmã caçula. “É uma coisa diferente da mesmice de livros juvenis, pois fala do amor de amigos que se ajudam em um mundo sem esperanças”, explica Íris Figueiredo, 19.

Mundo sombrio

Mas nem só de mitos gregos e reality shows -nem de bruxos e vampiros- vive a literatura juvenil. Séries como “Mundo das Tintas” (Companhia das Letras), da alemã Cornélia Funke, e “A Era da Perfeição” (Galera Record), do americano Scott Westerfeld, disputam palmo a palmo uma legião de leitores brasileiros (veja quadro ao lado). Em todos eles, jovens, alguns que recém descobriram ter poderes especiais, são

levados a situações de risco. No limite, eles refletem sobre responsabilidade, lealdade e sentimentos. Quase sempre isso acontece em um mundo distópico e sombrio. É o caso de “Delírio”, da americana Lauren Oliver. O romance, primeiro da série homônima, chegou às livrarias do Brasil neste mês. Lá fora, a série de três livros já é um estouro. Foi publicada em 24 países e teve os direitos de adaptação para o cinema comprados pela Fox. No universo criado pela escritora, o amor é considerado a pior das doenças e, para erradicá-la, o governo obriga que todos sejam curados ao completar 18 anos com uma intervenção cirúrgica. Lena Haloway anseia por esse dia. Para ela, se livrar do amor é viver sem dor. Até que, pouco antes do tratamento, Lena se apaixona. “O interessante é o amadurecimento dela conforme a leitura vai fluindo. Mal posso esperar pela continuação, ‘Pandemônio’”, empolga-se Monique Sperandio, 19. No fim das contas, bruxos e vampiros não serão esquecidos. Mas, aos poucos, cedem lugar a novos ídolos e desafios que parecem tirar ainda mais o fôlego dos leitores.

As sagas

Ambientadas em mundos distópicos, séries criam novos heróis e conflitos para uma

geração Mundo das tintas, de cornélia funke Um pai tem o poder de, lendo um livro em voz alta, trazer os personagens à vida. Meggie, a protagonista, terá de enfrentar Capricórnio, um vilão brutal, que veio ao mundo numa dessas leituras A era da perfeição, de scott westerfeld Num futuro sombrio, os adolescentes esperam ansiosos o aniversário de 16 anos, quando serão submetidos a uma cirurgia plástica que corrigirá todas as suas imperfeições físicas, transformando-os em perfeitos. 10 + Sagas e livros imperdíveis “Midnighters: A Hora Secreta” (ID Editora), de Scott Westerfeld - ficção científica “Percy Jackson e os Olimpianos” (Intrínseca), de Rick Riordan - fantasia “Crônicas de Gelo e Fogo” (Leya), de George R. R. Martin - aventura medieval “Trilogia do Graal” (Intrínseca), de Bernard Cornwell - história e fantasia A“A Mediadora” (Record), de Meg Cabot - fantasmas “The 39 Clues” (Ática), de Rick Riordan aventura e jogos “Rangers: A Ordem dos Arqueiros” (Fundamento), de John Flanagan - aventura “Pegasus e o Fogo do Olimpo” (Leya), de Kate O’Hearn - mitologia e ação “Eu Sou o Número Quatro” (Intrínseca), de Pittacus Lore - thriller


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saúde

Droga para cólica de bebê

some das farmácias Vigilância Sanitária cancelou registro da Funchicórea, alegando que a eficácia do produto não é comprovada

por JULLIANE SILVEIRA/Folhapress ilustração: ALPINO

Famílias acostumadas a usar o Funchicórea, um dos mais populares remédios para bebês com cólica do país, estão se mobilizando para driblar o desaparecimento do produto das farmácias. O motivo: o registro do Funchicórea, usada no Brasil há 72 anos, foi cancelado pela Anvisa (Agência Nacional da Vigilância Sanitária). O processo para cancelamento do registro está em andamento desde 2005, mas o Laboratório Melpoejo, fabricante do produto, conseguiu manter a autorização de produção e venda por meio de liminares. A decisão final foi publicada em 6 de fevereiro no “Diário Oficial da União”. A Anvisa alega que o Melpoejo não apresentou comprovação de segurança e eficácia do produto para os fins relatados no rótulo (combate a prisão de ventre e cólicas de bebês durante os primeiros meses de vida). Além disso, uma resolução da agência de 2004 determina que medicamentos fitoterápicos que contenham partes da planta (caso do Funchicórea) deveriam trocar sua matéria-prima por outros derivados --como o extrato da planta, por exemplo. A fórmula do medicamento inclui folhas de chicória, raiz de ruibarbo e flores de funcho (erva-doce), além de sacarina, responsável por conferir o sabor doce ao remédio. Era comercializado na forma de pó para ser misturado na água ou no qual se mergulhava a chupeta.

Lopes, responsável pelo perfil. A Folha também apurou que foram enviadas amostras a mães “desesperadas”, mas a representante nega. A cólica do primeiro trimestre de vida é causada pela imaturidade do sistema digestivo do bebê --movimentos bruscos do intestino podem causar dor. O organismo também tem dificuldade para digerir a lactose (açúcar do leite), e as moléculas que chegam inteiras ao intestino grosso favorecem o aparecimento de gases. “Os pais precisam saber que as cólicas são uma manifestação normal e esperada e que não existe trabalho científico sobre nenhum remédio contra esse problema. É preciso ter paciência em primeiro, segundo e terceiro lugar, porque isso passa”, diz Querido das vovós “Não existe trabalho científico que comprove a Eliane Garcez, do Departamento Científico de eficácia, mas as vovós amam o produto”, diz Izaura Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira Ramos Assumpção, gastroenterologista pediátrica de Pediatria. do Hospital Infantil Sabará. Outro lado “Acredito que funcione por placebo: tranquiliza a Fabricante diz que ainda quer salvar produto família, que tem a sensação de estar fazendo algo Diretores do Laboratório Melpoejo dizem não para o bebê, e a substância doce acalma a criança concordar com a resolução de 2004 da Anvisa e tira o foco de atenção da dor”, acrescenta. e que, por isso, entraram com as liminares para Nos principais grupos de discussão sobre maternimanter o produto à venda. dade na internet, pais compartilham informações De acordo com a empresa, não existe nenhum resobre onde ainda é possível encontrar o produto lato de problema causado pelo uso do fitoterápico. e alternativas a ele. “Pedimos a pesquisadores da UFPB (Universida“Consegui comprar em uma farmácia virtual de Federal da Paraíba) que analisassem a troca de Brasília, que logo teve o estoque esgotado. da matéria-prima da planta para derivados. Os Comprei quatro potes e dei um para a minha estudos mostraram que o extrato é ineficaz”, prima. O Funchicórea ajuda bem meus bebês, diz Henrique Thielmann, diretor-executivo da mas acredito que mais para acalmar do que para empresa. aliviar mesmo as cólicas”, conta a publicitária “Nossos pleitos, questionamentos e recursos Marina Whitaker, 31, mãe de gêmeos de três na Anvisa, bem como os jurídicos, continuam. meses, de São Paulo. Mas achamos por bem suspender a fabricação e Uma representante comercial do Melpoejo no distribuição do Funchicórea desde setembro de Paraná criou um perfil no Facebook para esti- 2011, até que possamos ter o registro renovado. mular as mães a pressionarem a Anvisa. As pesquisas prosseguem”, diz. Na página, há informações sobre o produto, so- Segundo o pesquisador Isac Almeida de Medeiros, bre como escrever à agência solicitando a volta farmacêutico e responsável pelos estudos com o do registro e onde ainda é possível encontrar o Funchicórea na universidade, estão sendo feitos remédio. “Nesses dois meses, mais de cem mães protocolos experimentais em animais. Ainda já me procuraram para obter o remédio”, diz Teka não há nenhum resultado preliminar.


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Escondidinho um prato prá lá de saboroso.

por deborah martin salaroli

Escondidinho é um prato bastante popular, feito tradicionalmente com mandioca e carne seca. Mas há hoje em dia diversas variações, com recheios de bacalhau, frango, camarão, queijos, linguiça... e massa de batata, ao invés da de mandioca. Preparar um escondidinho é moleza, todo mundo sabe... Pelo menos, arrisca. Já tinha feito um em casa, mas nem publiquei porque foi um fiasco! A massa de mandioca ficou puxa-puxa, ‘incomível’! Depois de estudar bem o caso, descobri os truques para que este prato ficasse leve, fofo e saboroso. Repeti a dose, testei de novo e, agora sim, passo para vocês...

Escondidinho de carne seca Recheio: Na véspera da preparação, cortei 1kg de carne seca de excelente qualidade (recebi da Paineira e aprovei!). Deixei de molho em água limpa, trocando-a de tempos em tempos. Fiz isso por 5 vezes, até que o sal saísse completamente e a água ficasse ‘doce’. No dia seguinte, coloquei a carne numa panela de pressão, cobri com água limpa e deixei cozinhar por 30 minutos. Abri a panela, escorri a carne e desfiei bem, desprezando todos as nervuras (mas havia quase nada!) Em outra panela, coloquei 2 colheres de azeite, 1 colher de margarina, 1/2 cebola ralada e 2 dentes de alho picadinhos. Refoguei bem, acrescentei 1 tomate sem pele picadinho e toda a carne desfiada. Temperei com pimenta do reino e adicionei bastante cheiro-verde picado. Reservei. Purê: Enquanto isso, cozinhei 1kg de mandioca limpa e fresquinha somente em água abundante numa panela funda. Assim que ficou bem macia, retirei os fiapos do meio e espremi a mandioca com um garfo, enquanto quente. Não bata no liquidificador ou processador, senão vira uma gororoba que ninguém merece! Nem use espremedor de batata, ficará difícil devido às fibras. Use um garfo mesmo. Dá certíssimo! Numa panela, levei 2 colheres de margarina, a massa de mandioca, 1 copo de leite e uma pitadinha de sal. Mexi até ficar homogêneo. Se necessário, pode colocar mais 1/2 copo de leite. Cuidado com o sal! Montagem: Numa travessa refratária, coloquei metade

do purê, toda a carne seca, 1 vidro de requeijão cremoso, fatias de queijo coalho (poderia ser outro tipo) e cobri com o restante do purê. Salpiquei queijo parmesão por cima e levei ao forno por 35 minutos, ou até que borbulhasse e dourasse. Dicas: Sendo um prato único, para acompanhar somente uma salada de folhas e, se gostar, um arroz branco fecha a conta. Desta vez preparei tudo no sábado e apenas levei ao forno no domingo, o que facilita a vida da cozinheira! Certo?

Escondidinho de carne moída Este é um outro jeito de comer carne moída refogada com purê de batatas, prato principal de muitas crianças... irrecusável! Os adultos também amam. Mas este purê é ‘the flash’, ou seja, vapt-vupt. Para o purê, cozinhei na panela de pressão 5 batatas descascadas em água com sal. Depois de 10 minutos chiando, abri a panela, escorri a água, coloquei dentro 1 copo de leite fervente e 1 colher de margarina. Bati com o mixer e já está pronto. Para o recheio, numa panela pré-aquecida coloquei a carne moída (comprei patinho) e mexi até parar de soltar água. Acrescentei, então, 1 colher de óleo, ½ cebola ralada e sal. Depois juntei cheiro verde picadinho, 1 ovo cozido em cubinhos e azeitonas verdes em rodelas. Acertei os temperos. Montagem:Em camadas, arrumei a metade do purê de batatas, depois a carne moída refogada e o restante do purê.Polvilhar com queijo ralado. Levei ao forno para gratinar. Sempre sirvo com um fio de azeite extra virgem. Beijo-delícia Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001. com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br fotos: delícias 1001

Escondidinho de carne seca


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Imprima você mesmo Começam a chegar ao Brasil as impressoras caseiras que criam objetos tridimensionais em poucas horas por RAFAEL CAPANEMA /Folhapress

Imagine baixar um par de tênis, produzir um aparelho eletrônico na sua casa ou receber o transplante de um órgão produzido inteiramente em uma máquina, a partir de algumas células humanas. Essas são algumas das possibilidades futuras mais espetaculares da impressão 3D, tecnologia que começa a ficar mais acessível no Brasil. Usadas hoje principalmente por empresas, para criação de protótipos, e por profissionais como designers e arquitetos, as impressoras 3D são capazes de construir peças criadas em programas de desenho tridimensional. Hoje, com máquinas que custam alguns milhares de reais, é fácil produzir brinquedos, apetrechos e peças plásticas, por exemplo, mas há potencial para criações muito mais complexas. “Acredito que a impressão 3D vá causar uma nova revolução industrial”, afirma Rodrigo Krug, diretor da Cliever (cliever.com.br), que em maio vai lançar a primeira impressora 3D fabricada no Brasil, a R$ 4.000. Krug crê que, daqui a alguns anos, será possível produzir em casa um aparelho eletrônico completo em uma impressora 3D. “Em vez de comprar um produto fabricado na China, você comprará um design, que poderá ser impresso na sua casa.” Também no Brasil, três jovens desenvolveram um aparelho similar, a Metamáquina 3D (metamaquina.com.br). Para viabilizá-la, o trio tenta levantar R$ 23 mil no site de financiamento colaborativo Catarse (catarse.me). “Daqui a dez anos, a impressão 3D vai ser tão comum quanto o acesso à internet, o envio de e-mails e a edição de texto”, aposta Rodrigo Rodrigues da Silva, um dos criadores da impressora, que custará entre R$ 2.900 e R$ 3.700. No site brasileiro Imprima 3D (imprima3d. com), é possível encomendar a impressão de objetos 3D, que são entregues pelo correio. Os preços dependem do tamanho do objeto e do material usado. Um anel custa R$ 2,86, enquanto um boneco de 8x8x7,9 cm sai por R$ 442,53. “Lançamos esse serviço para que as pessoas conheçam a tecnologia e saibam que ela não está tão distante assim, não é uma coisa de outro mundo”, diz Vinicius Dourado, gerente da Imprima 3D. A Robtec, empresa do mesmo grupo, comercializa no Brasil impressoras 3D importadas que custam de R$ 5.700 a R$ 179.900. Em janeiro, o site de compartilhamento de

arquivos The Pirate Bay criou uma nova categoria para arquivos de objetos 3D -medida que deve contribuir para estender os debates sobre direitos autorais a bens tangíveis. “Acreditamos que, no futuro próximo, você vai imprimir peças de reposição para os seus veículos e, em 20 anos, vai baixar seu par de tênis”, escreveu um dos responsáveis pelo Pirate Bay, de apelido WinstonQ2038, no blog oficial do site. Neste ano, nos EUA, a empresa Organovo conseguiu gerar pequenos pedaços de tecidos humanos em uma impressora 3D a partir de células musculares. A ideia é usar essa técnica para criar órgãos humanos inteiros que poderão ser usados em transplantes. Impressoras 3D recriam a cultura que originou os PCs Entusiastas montam em casa seus aparelhos, em fenômeno similar ao que revolucionou a computação Sites, feiras e kits ‘faça-você-mesmo’ ajudam movimento de pessoas que querem fabricar seus próprios objetos Na década de 1970, grupos de entusiastas, ou “hobbyistas”, montavam seus próprios computadores e reuniam-se para trocar informações -uma consequência do barateamento de componentes, que deixou kits mais acessíveis. Esse movimento levou ao surgimento de empresas como a Microsoft e a Apple e, posteriormente, à revolução da computação pessoal. Hoje, uma nova geração de hobbyistas monta de tudo -inclusive impressoras 3D. “Vejo muitos paralelos entre a indústria da computação e a da impressão 3D”, diz à Folha Terry Wohlers, presidente de uma consultoria especializada nesse mercado. “Até recentemente, a maioria das impressoras 3D era equivalente aos antigos mainframes [computadores empresariais enormes]”, diz ele. “Agora vemos kits ‘faça-você-mesmo’ que são, de certa forma, similares ao kit de computador da Altair de 1975.” Relativamente barato e flexível, o Altair 8800, da MITS, fez sucesso entre entusiastas e empresas e iniciou a revolução da computação pessoal. Hoje, empresas como 3D System e MakerBot oferecem nos EUA, por pouco mais de US$ 1.000, impressoras 3D que podem ser montadas em casa. Futuramente, assim como ocorreu com os PCs, elas não serão

limitadas a hobbyistas -mais baratas e simples, poderão ser compradas e utilizadas por usuários comuns. Isso não necessariamente significa que todo o mundo terá o equipamento. Para Wohlers, o contato do consumidor com a tecnologia ocorrerá principalmente por meio de produtos derivados dela -peças impressas em 3D e vendidas na Amazon, por exemplo.

Longa cauda das coisas

Um fenômeno semelhante ocorreu com a computação pessoal: mais do que os aparelhos, seu principal legado para o usuário final são os programas e sistemas derivados dela. Entre eles, a internet. A rede facilitou o acesso à informação e democratizou a criação e a distribuição de conteúdo. “A consequência foi um grande crescimento no alcance da participação e dos participantes em tudo o que é digital -a longa cauda dos bits”, escreveu Chris Anderson, editor-chefe da “Wired”. “Agora, o mesmo está acontecendo com a fabricação -a longa cauda das coisas.” Ferramentas mais simples e baratas, físicas

e digitais, têm fortalecido o movimento “maker” (criador), formado por entusiastas em fabricação pessoal, interessados em produzir suas próprias coisas. Eles encontram-se em eventos como a Maker Faire e em “hackerspaces” -tipos de laboratórios para atividades sociais e de criação. Sites como o Thingiverse, o Instructables, o Shapeways e o próprio YouTube servem como canais para troca de projetos. E “o catalisador mais importante para o movimento maker”, diz Wohler, será a impressão 3D. Ela diminui a importância da economia de escala no processo de fabricação, permitindo que indivíduos ou microempresas criem protótipos e produtos finais a um preço acessível. É difícil prever quais serão as transformações a longo prazo desse fenômeno da fabricação pessoal, que Anderson chama de “nova revolução industrial”, no qual “os átomos são os novos bits”. Mas uma coisa parece certa: ao derrubar barreiras, ele promove a inovação. foto: divulgação

Modelo gerado no iPhone (à esq.) e impresso em 3D


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what’s up

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As fit as a fiddle por henrique mamprin

Hello everybody! How’s it going? Acredito que a maioria das pessoas se preocupa em estar em forma, estar bem de saúde , ter uma barriga tanquinho, já que hoje em dia estar bem física e aparentemente, além de saudável, é quase mandatório. Agora, como será que se diz em inglês “barriga tanquinho”, “bem de saúde”, “em forma” e muitas outras palavras e expressões que fazem parte do nosso dia-a-dia? Vejamos abaixo alguns exemplos:

anterior): gammy (UK), game (US). Ex.: I’ve got a gammy leg. (Eu tenho uma perna machucada.)

•Barriga tanquinho: six-pack. Ex.: After John started working out, he soon got a six-pack. ( Depois que John começou a malhar, ele logo ficou com a barriga tanquinho.)

•Pinel, louco, doido, demente: mental. Ex.: She’s completely mental. (Ela está completamente pinel) •Médico: quack. Ex.: I’m going to the quack for a check-up tomorrow. (Vou ao medico fazer um check-up amanhã.)

•Em boa forma, enxuto (a): as fit as a fiddle. Ex.: She’s almost eighty, but she’s as fit as a fiddle. (Ela tem quase oitenta anos, mas está em boa forma.) •Bem de saúde, “inteirão” (principalmente depois de uma doença ou pequeno acidente): as right as rain. Ex.: I was in bed for a week, but now I’m as right as rain. (Fiquei de cama uma semana, mas já estou inteirão.) •Pálido e um pouco doente: peaky (UK), peaked (US) Ex.: She looks a bit peaky today. (Ela parece pálida e um pouco doente hoje.) •Extremamente magro, um saco de ossos: a bag of bones. Ex.: He was a bag of bones just before he died. (Ele estava extremamente magro pouco antes de morrer.) •Manco, machucado, ferido (por conta de um ferimento

•Cirurgia para aumento dos seios: boob job. Ex.: It seems like boob jobs are in fashion nowadays. All the women are getting theirs. (Parece que a cirurgia para aumento dos seios está na moda hoje em dia. Todas as mulheres estão colocando.)

•Totalmente bêbado, de porre, chapado: wasted (US). Ex.: He was completely wasted when He arrived home last night. (Ele estava completamente chapado quando chegou em casa na noite passada.) I see you all next week! Sou professor de inglês há oito anos; participei de um treinamento internacional para professores na África do Sul; possuo CAE (Certificate of Advanced English) pela university of Cambridge, Inglaterra entre outros certificados da mesma universidade. Participo frequentemente de cursos para reciclagem. Estudei inglês durante 4 anos na Cultura Inglesa de são Paulo. Dou aulas particulares (individuais e grupos) para áreas específicas ou cursos regulares para jovens e adultos. Interessados entre em contato pelo tel. 9772-9955 E – mail: henriquemamprin@yahoo.com.br

antenado

‘História da Imprensa Paulista’ Livro mostra que jornalismo do Estado ganhou relevância e centralizou produção de reconhecida qualidade por RODRIGO LEVINO/Folhapress

A universidade brasileira produz uma literatura rarefeita sobre jornalismo. Costuma perder-se em minúcias, em teses absolutamente descartáveis sobre aspectos pueris do fazer comunicação. A boa notícia é que existem profissionais dispostos a correr por fora e produzir conhecimento sobre o jornalismo. É o caso de Oscar Pilagallo, que dedicou anos à pesquisa resultante nesta história do jornalismo paulista, cosida completamente à margem da academia. Ele produziu uma obra de fôlego, bem escrita, concisa. Vem composta por incontáveis leituras, entrevistas e documentação. É a “História da Imprensa Paulista”, publicada por Três Estrelas, novo selo editorial do Grupo Folha. Nasce clássica e preenche lacunas que a “História da Imprensa no Brasil”, de Nelson Werneck Sodré, não conseguia suprir em relação ao papel da imprensa paulista no cenário nacional. No fundo, é a história de uma imprensa que começou atrasada no tempo e na tecnologia, ganhou espaço e protagonismo, mas ainda não se encontrou integralmente do ponto de vista da convergência tecnológica. Não é demérito só dela, mas da maioria dos jornais mundo afora, que ainda busca se situar em relação aos desafios da comunicação em rede. O primeiro jornal da então província, “O Paulista”, estreou em 1823. Ou seja, 15 anos depois do primeiro jornal impresso no Brasil, no Rio e, pior, em vez de usar

os tipos móveis inventados havia quase 400 anos por Gutenberg, surgiu caligrafado por amanuenses -mesmo com tipografias em quase todas as províncias do império. Pilagallo mostra como a grande imprensa paulistana, ou a dita imprensa burguesa, ganha relevância e então centraliza a produção jornalística de reconhecida qualidade editorial, em grande medida e por muito tempo lastreada no Rio, em especial nos anos dourados do “Jornal do Brasil” (anos 1950 e 1960). A maioria das atitudes e movimentações políticas relatadas sobre a imprensa paulista provém da leitura dos editoriais, revisitados com acuidade pelo autor ao traçar uma linha do tempo que reflete um processo mais conservador do que liberal. Há exceções, conhecidas, como “O Estado de S. Paulo” contra a censura (anos 1970) ou a Folha a partir dos anos 1980 (Diretas Já). É esclarecedora a divisão dos capítulos, que se amalgamam à ordem cronológica. Se de 1823 a 1889 há “Pioneiros, Panfletários e Cabriões” -os importunadores, atividade que o jornalismo paulista sempre cultivou no varejo-, de 1889 a 1930 perfila “A República Empastelada”. De 1930 a 1945, a “Resistência e Cooptação sob Vargas”. De 1945 a 1964, a “Conspiração Contra o Perigo Escarlate” -o perigo comunista, cuja bandeira é de cor vermelha muito viva. De 1964 a 1984 se exibem os anos do “Jornalismo Possível na Ditadura”.

De 1984 a 1992, o autor vê “O Protagonismo Possível das Redações”. Finalmente, de 1992 até 2010, a imprensa paulista está “Entre a Convergência e a Polarização”. O uso do cachimbo costuma entortar a boca. Talvez por ter trabalhado tanto tempo na Folha, jornal no qual se formou, foi um dos editores e do qual foi correspondente na Inglaterra, há Folha demais e “O Estado de S. Paulo” de menos, como há Diários Associados de menos. Justiça seja feita, Pilagallo não foge do delicado assunto que liga a “Folha da Tarde” à ditadura militar. Também não quero bancar o cri-cri ao apontar errinhos menores, mas Pilagallo peca ao considerar que o “Suplemento Literário” de “O Estado de S. Paulo” “serviria de modelo aos congêneres surgidos na grande imprensa brasileira”. Apesar da extraordinária qualidade crítico-literária do caderno cultural paulistano, o modelo foi o “Suplemento Dominical” do “Jornal do Brasil”, do Rio, criado por Reynaldo Jardim no mesmo ano do paulista projetado por Antonio Candido: 1956. Caio túlio costa é jornalista, professor na ESPM e sócio da MVL Comunicação. História da imprensa paulista Autor Oscar Pilagallo Editora Três Estrelas Quanto R$ 59,90 (368 págs.) Avaliação ótimo


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Eu acho que a maior evolução humana é vir ao mundo em forma de mulher. A mulher é quem tem o poder de gerar a vida dentro de si e se dedicar totalmente a essa nova vida. Tudo isso sem pedir absolutamente nada em troca. A mãe é quem suporta as dores, é quem ama incondicionalmente seu filho sem se importar com qualquer condição em que ele se encontre. Por isso, quero dedicar essa coluna às Mães. Essas mulheres

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maravilhosas que nos deram a vida, o amor e a certeza que temos alguém que nos espera. À minha mãe Maria, minha sogra Dna. Sebastiana e a minha esposa Regina que me deram tudo o que de mais valioso eu tenho: a minha vida e a minha família. Que Deus abençoe todas as mães do mundo.


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Caderno

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por Igor Macário/Auto Press

As novidades da Volkswagen para 2013 são quase nenhuma. A exceção fica para a linha Fox. E nem chega a ser lá essas coisas. A primeira é a introdução do conhecido câmbio automatizado I-Motion no CrossFox. A outra foi a apresentação do Fox Bluemotion. As mudanças nesta são semelhantes às mostradas no Polo Bluemotion três anos atrás: pneus com menor resistência à rolagem, transmissão mais longa – que prometem reduzir o consumo em até 10% em relação ao Fox normal –, e uma grade frontal com melhor índice de penetração aerodinâmico. O CrossFox era a única versão do compacto que ainda não tinha a opção de câmbio automatizado. De quebra, na linha 2013 ganhou novas rodas de liga leve – opcionais – e um borrachão lateral, que substitui o adesivo usado até então. Já o Bluemotion usa o mesmo conjunto mecânico da versão comum – com o valente 1.6 8V de 104 cv com etanol e câmbio manual de cinco marchas. No entanto, diversas modificações foram feitas para reduzir o consumo. A relação da quinta marcha foi alongada para fazer o motor trabalhar em rotações mais baixas – o que também se traduz em maior conforto a bordo pelo menor ruído. Há inclusive um indicador de marcha utilizada, que pode sugerir trocas para manter a rotação mais tempo possível na zona de maior eficiência. Segundo a Volkswagen, somente a quinta marcha foi alongada em 21% e fez cair bastante a rotação em velocidade de cruzeiro. A marca garante que o conjunto é capaz de levar o modelo do zero aos 100 km/h em razoáveis 10,3 segundos, e à máxima de 183 km/h. Sempre bebendo etanol, a Volkswagen afirma que a média de consumo passou das normais 8,3 km/l na cidade e para 11,9 km/l na estrada para 9,4 km/l e 13,5 km/l nas mesmas condições. A intenção da marca é

obter um consumo 10% menor que no modelo normal. E tal “mágica” acontece mesmo com alterações menores que as feitas no Polo Bluemotion. A maioria atinge mais o visual, para cumprir a função de diferenciar a versão do restante da linha, embora haja um pequeno ganho de eficiência aerodinâmica – o coeficiente aerodinâmico caiu de 0,34 Cx para 0,33 Cx no Bluemotion. Na estética, a grade agora tem apenas dois frisos em preto brilhante e traz a inscrição Bluemotion no canto direito. As rodas de aço de 14 polegadas calçam pneus mais finos e usam calotas específicas para a linha BlueMotion. Há também um pequeno spoiler traseiro, que até melhora o fluxo de ar, mas não é novo. Está presente em quase todas as versões do modelo. Na hora de precificar as alterações, no entanto, a Volkswagen não visou tanto a economia. O modelo mais ecologicamente correto da Volkswagen custa R$ 36.730 na versão duas portas e R$ 38.300 na quatro portas. Esses valores dão direito a direção hidráulica, sistema de som com CD/ MP3/USB/Aux/iPod, airbags frontais e freios ABS. Pelo conjunto paga-se aproximadamente R$ 1.200 a mais – algo como 500 litros de etanol na cidade de São Paulo. Como investimento, o Bluemotion passaria a ser bom negócio somente a partir de 50 mil km. O jeito, então, é apelar pelo amor à natureza.

Primeiras impressões

Embu das Artes/São Paulo – As alterações no visual do Fox Bluemotion deixaram o modelo com um ar mais europeu, sem tantos “penduricalhos” estéticos ou rodas enormes. O jeito mais discreto do modelo condiz com a proposta de ser um carro mais sensível ao meio ambiente, ao beber e poluir menos. Mas sem dúvidas, o maior atrativo da versão é o câmbio com relações mais

longas, o mesmo usado pelo Polo Bluemotion. Além de ter mantido os ótimos engates, o novo escalonamento amansou o comportamento do carro e tornou a condução muito mais relaxada e até prazerosa. O bom 1.6 8V VHT consegue encher as marchas mais longas graças ao torque de 15,6 kgfm disponíveis já a 2.500 rpm sem sinais de sufoco. E ainda retribui o trabalho mais manso com médias de consumo raras no mercado nacional. Com o motor sussurrando a cerca de 2 mil giros aos 100 km/h constantes em rodovia, o computador de bordo apontou números superiores aos 23 km/l de gasolina, conseguidos sem muito esforço – isso também se traduz em mais conforto em velocidades de cruzeiro, com menos ruído do motor. Claro que essas médias foram conseguidas nas boas estradas do interior paulista, predominantemente planas, e a unidade usada para as medições não contava com ar-condicionado. No entanto, no “mundo real” o Fox Bluemotion não fica muito longe disso. No CrossFox, o câmbio I-Motion repete o comportamento já apresentado pelo Fox “civil”, SpaceFox e Space Cross, que ainda é muito semelhante a Gol e Voyage equipados com o sistema. Apesar da ausência de trancos nas trocas, o processamento ainda parece lento, principalmente para detectar as mudanças nas exigências ao pedal do acelerador – o câmbio titubeia ntes de decidir que marcha engatar. Boa pedida é usar o modo manual e trocar as marchas pelas práticas “borboletas” atrás do volante, que agilizam o processo e deixam o carro mais na mão. As mudanças não ficam mais rápidas, mas ao menos ocorrem quando o motorista comanda.

Ficha técnica

Volkswagen Fox Bluemotion 1.6

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Potência máxima: 101 cv com gasolina e 101 cv com etanol a 5.250 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: 10,3 segundos. Velocidade máxima: 183 km/h Torque máximo: 15,4 kgfm com gasolina e 15,6 kgfm com etanol a 2.500 rpm. Diâmetro e curso: 76,5 mm X 86,9 mm. Taxa de compressão: 12,1:1. Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com rodas independentes, braços triangulares transversais e barra estabilizadora. Traseira semi-independente, com eixo de torção com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Pneus: 175/70 R14. Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS como opcional. Carroceria: Hatchback em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,82 m de comprimento, 1,65 m de largura, 1,54 m de altura e 2,46 m de entre-eixos. Airbags frontais de série. Peso: 1.009 kg com 440 kg de carga útil. Capacidade do porta-malas: 260 litros. Tanque de combustível: 50 litros. Produção: São Bernardo do Campo, Brasil. Lançamento no Brasil: 2012. Itens de série: Direção hidráulica, airbags frontais, freios ABS, apoios de cabeça traseiros. Opcionais: Ar condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, pintura metálica, sensores crepuscular e de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, rádio CD/MP3/USB/ iPod/Aux.Preço: R$ 36.730 FOTOS: Igor Macário/Carta Z Notícias

CrossFox I-Motion

Fox Bluemotion


seus direitos e dever

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Desincompatibilização por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

Cidadãos titulares de alguns cargos, empregos ou funções públicas e até mesmo privadas, devem se desincompatibilizar, ou seja, deles se afastar, para que possam disputar mandato eletivo. Em alguns casos a desincompatibilização também é válida para evitar a inexigibilidade reflexa de parentes. O cônjuge do atual prefeito de um determinado município, por exemplo, somente poderá se candidatar ao cargo de vereador do mesmo município se aquele se afastar do cargo, seis meses antes das eleições. Nem mesmo o divórcio no curso do mandato de prefeito tem o condão de afastar essa regra de elegibilidade, segundo entendimento do TSE. A finalidade da norma é evitar a perpetuação da mesma família no poder. É a Lei Complementar 64/90 que estabelece as hipóteses e os prazos de desincompatibilização. Os prazos variam de acordo com as pessoas e os cargos, podendo, em regra, ser de três, quatro e seis meses. Os chefes do Poder Executivo (presidente da república, governadores e prefeitos) deverão renunciar aos seus respectivos cargos seis meses antes do pleito, a fim de concorrerem a outros cargos. Contudo, se estiverem buscando a reeleição, não precisarão se desincompatibilizar. A regra aludida não se aplica, por outro lado, aos vices, desde que não substituam de forma temporária e definitiva os seus titulares nos seis meses anteriores as eleições. Os membros do Poder Legislativo não estão obrigados a se desincompatibilizar, mesmo que tenham a intenção

de disputar outros cargos. Segundo o Diploma Legislativo, ora referido, deverão se desincompatibilizar no prazo de seis meses antes das eleições os titulares dos seguintes cargos, mandatos e funções: - Presidente da república, governadores e prefeitos, para disputar outros cargos; - Magistrados, membros do Ministério Público, membros dos Tribunais e Contas; o afastamento, nestes casos, se dá de forma definitiva; - Advogado-Geral do União; Chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; - Ministro de Estado, secretários de governos estaduais, municipais e do DF; Diretor-Geral do Departamento da Policia Federal; - Dirigente de fundação privada que receba verbas públicas imprescindíveis à sua manutenção; dentre outros. Será de quatro meses o prazo de desincompatibilização, que devem observar os dirigentes de entidades de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder público, bem como os dirigentes sindicais, para poderem disputar mandatos eletivos. E de três meses, para os servidores públicos civis do órgãos ou entidades da administração direta ou indireta da união, do estado, do distrito federal e dos municípios. Esses servidores terão garantido o direito à percepção de seus vencimentos integrais, durante o período de desincompatibilização. Segundo o entendimento do TSE, os servidores da

Justiça Eleitoral deverão se afastar, definitivamente, do cargo, em tempo hábil para cumprir o prazo de filiação partidária (um anos antes das eleições). Os membros de Conselhos Tutelares, de acordo com o TSE, também deverão se desincompatibilizar no prazo de 03 meses antes das eleições. Por outro lado, o médico que presta serviço a entidade privada conveniada com o SUS não se equipara a servidor público. O sítio do Tribunal Superior Eleitoral (http://www.tse. jus.br/internet/jurisprudencia/desincompatibilizacao/ index.html#) apresenta tabela de prazos, para consulta dos eleitores e pré-candidatos. A razão de ser do instituto da desincompatibilização é tutelar a isonomia entre os candidatos, protegendo a normalidade e legitimidade das eleições contra a interferência do poder econômico e o abuso do exercício de cargo, função ou emprego. A prova do afastamento é documento obrigatório para que se formule o pedido de registro da candidatura. A falta de desincompatibilização, no prazo legal, pode ser arguída em sede de Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, que pode ser manejada por candidato, partido político, coligação ou pelo Ministério Público Eleitoral. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados

Jodinaldo Ubiracy de Azevedo Pinheiro - Há 17 anos na Sabesp

Onde você vê obras, a Sabesp vê qualidade de vida. A Sabesp trabalha a todo vapor para trazer mais saúde para você e sua família. A construção da Estação Elevatória e da Estação de Tratamento de Esgoto, nos bairros São Miguel e Mãe dos Homens, vai aumentar o tratamento de esgoto e beneficiar 150 mil pessoas. A qualidade das águas do Rio Jaguari e do Ribeirão Lavapés também vai melhorar bastante, evitando muitas doenças principalmente entre as crianças. Mas enquanto as obras não ficam prontas, contamos com a sua compreensão. Já, já tudo isso acaba, o esgoto vai embora e a saúde fica. É a Sabesp e a Prefeitura de Bragança Paulista construindo uma cidade melhor para todos. Sabesp. A vida tratada com respeito.


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por Augusto Paladino/Auto Press

O topo do segmento de superesportivas é a parte mais nobre do mercado brasileiro. São motocicletas de alto rendimento, tanto na pista quanto financeiro. E que em 2011 registraram perto de 4 mil unidades vendidas, apesar de o preço dos modelos ser sempre acima dos R$ 50 mil. O paradigma desse nicho atualmente é para modelos de 1.000 cc. Esse tamanho de motor é exatamente o mesmo apresentado pela Yamaha YZF R1 desde a época de seu lançamento, em 1998. O jeitão malvado, com dois faróis em forma de gota e o perfil pontiagudo, também é mantido até hoje. Mas uma boa dose de tecnologia foi embarcada para ajudar a domar as reações na pista. Esse aumento de tecnologia foi fazendo com que a R1 ganhasse potência e emagrecesse ao longo dos anos. Dos iniciais 150 cv para empurrar 190 kg, hoje são 182 cv para dar conta de 184 kg – a relação peso/potência caiu em 20%, de 1,26 kg para 1,01 kg/cv. Outra evolução foi o embarque de tecnologia. O modelo atual tem válvulas em titânio, chassi em alumínio e virabrequim “crossplane”, típico de motores V8. Este virabrequim distribuiu as bielas em ângulos de 90º e faz com que cada cilindro exploda a cada um dos quatro tempos. Essa formatação dispensa o uso de contrapesos, já que o nível de vibrações do motor fica naturalmente muito baixo. Além disso, lineariza a geração de potência, o que permite a alteração da sequência de ignição mais facilmente e sem provocar desequilíbrios. A busca de um comportamento mais progressivo é mesmo necessária, já que a YZF R1 pode ser bastante feroz. Na verdade, ela tem três mapeamentos para a ignição, que são controlado por um botão no punho direito, alteram bastante o comportamento da moto. De acordo com a configuração, a YZF R1 pode ser civilizada, brava ou absolutamente selvagem. A lógica de construção da R1 é a consagrada para o segmento: centralização das massas, redução de pesos e ganho de potência através de alívio no funcionamento do motor. Mas o que caracteriza o modelo da Yamaha é uma maior preocupação em ser mais agradável na tocada, com um despejo de torque na roda traseira bem harmônico. Apesar de ter um motor forte e contar com vários componentes típico de bólidos da Moto GP, ela não se comporta como uma fera descontrolada que faz o piloto de passageiro. Nisso colabora muito o porte do modelo: tem 2,07 metros de comprimento e uma altura do assento ao chão de apenas 83,5 cm, apesar da boa distância de 13,5 cm para o solo. Esta R1 linha 2012 está nos últimos meses de vida no mercado. Já foi anunciada a chegada de uma R1 renovada para o meio do ano – o que torna o atual modelo passível de um belo desconto sobre o preço oficial de R$ 57 mil. E como acontece desde 1998, vai manter as características estéticas e técnicas que tornaram a R1 uma referência no segmento das RR – ou “racing replica”.

Impressões ao pilotar

A primeira visão da Yamaha YZF R1 provoca um certo déjà vu. O porte pequeno e leve para a cilindrada e corpo todo carenado quase a igualam às outras superesportivas

do mercado. As diferenças estéticas são pequenas, embora bastante características, como o jeito agudo como a carenagem e os faróis apontam para a frente. O ronco do motor, rouco e pouco agressivo, já permite antever como ela é em ação. Não é exagero afirmar que a superesportiva da Yamaha pode se comportar exatamente como o piloto quiser. Caso se deseje arrancar um comportamento agressivo, ela responde bem. Mas é numa tocada rápida, em ritmo de turismo, que a moto mostra o que tem de melhor. A R1 é sempre suave e dócil aos comandos do punho, dos freios e do corpo do piloto nas curvas. Tudo isso resgata a chamada “dimensão humana”, que ficou perdida em meio à guerra de mercado, quando as marcas passaram a disputar quem iria mais longe em velocidade e aceleração, mesmo que isso significasse um estresse maior para o piloto. Em cada um dos mapeamentos, a R1 se apresenta de uma forma bastante diferente. Na cidade, o único modo indicado é o mais manso, o “B”, que oferece as reações mais finas e permite driblar os carros com bastante facilidade e agilidade. Este modo é também indicado para o uso com pista molhada. Na estrada, os outros dois modos, “Standard” e o violento “A” podem se alternar, dependendo do trecho e das condições. O primeiro, a R1 mantém uma maneabilidade ainda agradável, mas com um toque de esportividade. No outro, o motor libera o máximo de agressividade. E aí o controle de tração se mostra bem necessário, para que a roda e a pista se entendam melhor. Hoje, esta versatilidade virou o padrão no segmento de superesportivas. O que difere a R1 é que ela consegue unir uma esportividade visceral com o prazer de pilotar. E tudo ao mesmo tempo.

Ficha Técnica

Yamaha YZF-R1 Motor: A gasolina, quatro tempos, 998 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote com refrigeração líquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 182 cv a 12.500 rpm. Torque máximo: 11,78 kgfm a 10 mil rpm Diâmetro e curso: 77,0 mm X 53,6 mm. Taxa de compressão: 12,7:1 Suspensão: Dianteira por garfo telescópico com curso de 120 mm. Traseira com braço oscilante e monoamortecedor e curso de 120 mm. Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/55 R17 atrás. Freios: Disco duplo de 310 mm de diâmetro na frente e disco simples de 220 mm de diâmetro atrás. Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,71 m de largura, 1,13 m de altura, 1,41 m de distância entre-eixos e 0,83 m de altura do assento. Peso: 184 kg. Tanque do combustível: 18 litros. Produção: Shizuoka, Japão. Lançamento mundial: 2009. Lançamento no Brasil: 2010.

Fotos: Luiza Dantas/Carta Z Notícias


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Quase na hora por Augustao Paladino/AUTO PRESS Foto: Divulgação

A Citroën está bem perto de lançar o badalado DS3 no Brasil. O carro foi visto mais uma vez nas ruas da capital paulista sem qualquer camuflagem cerca de um mês antes de ser apresentado à imprensa. A marca francesa deverá adotar para o DS3 uma estratégia parecida à da BMW com os Mini. O carro será disponibilizado em lojas específicas, com atendimento dedicado ao hatchesportivo.Porenquanto, apenas a versão com motor 1.6 THP de 156 cv – o mesmo do Peugeot 3008 – deverá chegar. Segundo a Citroën, o conjunto é capaz de levar o carrinho de zero a 100 km/h em cerca de 7 segundos e à

Citroën DS3

máxima de 217 km/h.

Requinte na lama por Augusto Paladino/AUTO PRESS

Mesmo mantendo praticamente o mesmo visual há mais de 30 anos, o Mercedes-Benz Classe G não deixa de receber atualizações da marca alemã. Para a linha 2013, o jipão ganhou novos motores em toda a gama, para ficar mais potente e eficiente. Entre as versões civis, o mais “simples” G350 usa um 3.0 V6 diesel de 208 cv e o G500 traz um V8 de 5.5 litros com 382 cv. Acima delas, as esportivas G55 e G65. A primeira tem o mesmo V8 da G500, mas equipado com dois turbos para produzir saudáveis 536 cv, mais que o antigo V8 de 5.4 litros dotado de compressor, que ficava nos 500 cv. A segunda traz um ignorante V12 biturbo de 6.0 litros e nada menos que 603 cv.

Foto: Divulgação

Mercedes-Benz Classe G


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veículos

Família moderna por Augustao Paladino/AUTO PRESS

A Honda aos pou-

Foto: Divulgação

cos começa a mostrar os traços da próxima geração de seus veículos. O primeiro a aparecer foi o Concept S, mostrado durante o Salão de Pequim. O modelo antecipa uma nova minivan que será comercializada inicialmente na China e que promete oferecer uma direção mais dinâmica e esportiva. A marca não divulgou qualquer detalhe técnico sobre o modelo, apenas que o trem de força será híbrido. A futura versão de produção do Concept S será produzida pela joint-venture criada entre a Honda e a chinesa Dongfeng Honda Automobile já a partir de 2013.

Honda Concept S


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Primeiro na China por Augustao Paladino/AUTO PRESS Foto: Divulgação

O Salão de Pequim, que se encerra no próximo dia 2 de maio, foi palco da apresentação do Nissan Sylphy. Apesar do nome diferente, o conceito será nada menos que a nova geração do Sentra, quando for lançado em mercados ocidentais. O modelo teve o visual inspirado no sedã médio-grande Altima, com volumes mais encorpados e linha do teto mais arqueada. Na China, o Sylphy chega às concessionárias já em junho de 2012 com motor 1.8 litro e câmbio CVT. O Sentra baseado nele começa a ser produzido no México – de onde já vem o atual modelo – no

Nissan Sylphy.

ano seguinte.

Notícias

automotiva por Augusto Paladino/AUTO PRESS

Sem capota – A Volkswagen se apressou e já mostrou o primeiro conceito da versão conversível do Beetle. O charmoso modelo terá capota retrátil de lona – como manda a tradição – e dimensões ligeiramente maiores que o cupê. O conversível terá cerca de 9 cm a menos na altura e 3 cm a mais na largura para dar um perfil ainda mais esportivo. Sob o capô do conceito, um motor elétrico de 115 cv capaz de levar o Beetle de zero a 100 km/h em 11 segundos e com autonomia de até 180 km. O Beetle conversível definitivo será apresentado ainda em 2012 no Salão de Los Angeles, programado para novembro. As vendas começam já no início de 2013. Francês atrasado – Após a demora no lançamento do novo Citroën C3, ao menos o hatch terá um desenho exclusivo para o mercado nacional. Os flagrantes mais recentes do modelo – que já circula com pouca camuflagem – indicam que ele terá o para-choque dianteiro e a grade frontal diferentes do europeu, e ainda vai ganhar leds de iluminação diurna ao estilo do esportivo DS3. Provavelmente é o face-lift do europeu, que exige o led diurno. O C3 é aguardado para o segundo semestre, com os mesmos motores do atual, um 1.4 8V de 82 cv e um 1.6 16V de 113 cv, sempre com etanol no tanque. A novidade é que o propulsor de maior capacidade dispensa o famigerado “tanquinho”, com um aquecimento dos dutos de combustível. O modelo ainda compartilha plataforma com o Peugeot 208, que também será fabricado em Porto Real, na região Sul-Fluminense. Primeiros passos – A Alfa Romeo já registrou as primeiras patentes referentes ao novo esportivo 4C nos Estados Unidos. O modelo deve marcar o retorno da fabricante italiana

ao mercado norte-americano após quase três décadas de afastamento. Ele será produzido na Itália a partir de maio de 2013, sendo lançado na Europa e nos Estados Unidos logo em seguida. A Alfa deverá produzir 2.500 unidades do pequeno cupê de tração traseira por ano, que deverão ser cruciais para alavancar as vendas da marca dos 150 mil carros registrados em 2011 para 400 mil em 2014. Encareceu geral – Os dois modelos de ponta da Fiat no Brasil, o 500 e o Freemont, ficaram mais caros na última tabela divulgada pela marca. O simpático hatch, que partia de R$ 40.590 na versão Cult 1.4 subiu para nada menos que R$ 45.460, expressivos 12% a mais. O Cult Dualogic, com câmbio automatizado, vai a R$ 48.800, enquanto a topo de linha Sport Air automática subiu R$ 5.560 e chegará na casa dos R$ 60 mil. O Freemont teve os mesmos aumentos nas versões Emotion e Precision, que agora custam R$ 87.800 e R$ 93.400, respectivamente, em média R$ 5.800 a mais que antes. A Fiat preferiu não justificou os aumentos. Casamento arranjado – Aos poucos, os primeiros produtos da união entre a PSA Peugeot Citroën e a GM começam a tomar forma. Eles deverão ser produzidos numa fábrica conjunta na Índia, o que fará o grupo francês economizar cerca de R$ 800 milhões caso fosse construir instalações totalmente novas no país asiático. Além do mercado indiano, as duas marcas pretendem ainda produzir um novo carro pequeno no Brasil, cujos detalhes permanecem secretos. Na Europa, a parceria ainda se estende para os segmentos compacto e médio-grande, com as próximas gerações do Corsa usando plataformas francesas e os sucessores de C5 e 508 terem bases Opel.


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Jornal do Meio 639 Sexta 11 • Maio • 2012

Terra à vista por Augusto Paladino/AUTO PRESS

A Honda parece estar inspirada em abril. Junto com o lançamento da CBR 250R, a fabricante mostru a nova CRF 150F. A off-road não pode ser usada em vias públicas – tanto que sequer é emplacada. O modelo é totalmente voltado para o lazer ou uso em circuitos fechados. O motor de 150 cm³ rende 14 cv a 8.500 rpm e 1,33 kgfm de torque a 6.500 rotações. É o mesmo da CG Titan, com melhoramentos. O conjunto é mais do que suficiente para empurrar os 101 kg da motocicleta. O visual é característico das motos fora-de-estrada com banco estreito e que se estende até sobre o tanque, para melhorar o posicionamento do piloto e a manobrabilidade da nova CRF. Disponível apenas na cor vermelha, o modelo custa R$ 8.690.

Foto: Divulgação

Honda CRF 150F


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