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Braganรงa Paulista

Sexta 18 Maio 2012

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jornal do meio

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para pensar

Jornal do Meio 640 Sexta 18 • Maio • 2012

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AIDS

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

Mons. Giovanni Barrese

Neste domingo somos convidados a realizar uma vigília pelos mortos de Aids. Movimento iniciado em 1983 nos Estados Unidos e que foi, pouco a pouco, sendo abraçado por nações, organismos e igrejas. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - órgão que congrega todos os bispos da Igreja Católica no Brasil - criou, há anos a Pastoral da Saúde e, dentro dela, a Pastoral da Aids para acompanhar os doentes e suas famílias. O movimento pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade para a problemática do HIV/Aids. Fazendo memória dos mortos a vigília pretende suscitar solidariedade aos portadores de HIV e despertar toda a população para a prevenção. A Igreja Católica dá sua contribuição, convocando todas as pessoas, especialmente os cristãos de fé católica, para acolher os que vivem com HIV, para a difusão de informações que defendam a vida, para uma prece esperançosa por aqueles que já

morreram. A morte não é, afinal, a última palavra para o ser humano. Cristo ressuscitou e também nós vamos ressuscitar. “Lembrando a causa, renovemos nosso compromisso”. Este é o lema da vigília a ser celebrada. Diante das mortes causadas pela epidemia, diante da injusta distribuição dos recursos para o seu controle, rezemos e nos unamos a todas as pessoas de boa vontade para que a vida prevaleça: em nós, nos outros e naqueles atingidos pela Aids. Com este espírito temos que ter diante dos nossos olhos o compromisso da cidadania, marcada pela fé, que deve nos levar a um conhecimento mais profundo das realidades da Saúde e da Doença. De modo especial na questão das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e das outras formas como o HIV pode atingir as pessoas. A vigília de oração deve motivar a consciência da prevenção e do cuidado com os doentes. A prevenção não pode ficar limitada à simples indicação

de preservativos. Ela deve ser acompanhada por uma educação sexual que veja o ser humano em sua plenitude e complexidade e não fique limitada à genitalidade. Muito do que se vê, em campanhas educativas e preventivas, é a linha marcadamente física: se fizer sexo, previna-se! Parece que isso é reduzir a pessoa humana. A distribuição de camisinhas no carnaval, na parada gay e em outros momentos de massa, a meu ver, anda sempre na direção do instinto. Deu vontade, faça! Tome, cuidado, porém, para não engravidar ou ficar doente! A escolha de enveredar por esta direção é reducionista. Não cabe ao Estado, naturalmente, passar ensinamentos com base religiosa. Mas cabe a fundamentação ética. No campo da sexualidade é fundamental apontar a sexualidade humana como algo muito maior que o cio dos animais. A omissão dos organismos governamentais aliada à mentalidade de fruir a vida – como se não houvesse ama-

nhã – cria comportamentos que destroem valores inerentes à plena realização humana. Há uma tarefa importante que é a educação sexual em nossas escolas. Especialmente naquelas onde estão as crianças e adolescentes. Não muitas escapam da visão meramente fisiológica. Os aspectos humanos, afetivos da sexualidade são ou pouco abordados ou completamente ignorados. Não tenho dúvidas que uma conversa aberta sobre o assunto ajudaria muito a todos a ver a necessidade da prevenção em seu amplo espectro. E daria condições mais arraigadas para que o preconceito seja banido. É muito pequena a mentalidade que não vê a necessidade de dar ao ser humano o horizonte pleno daquilo que ele é e para o qual foi criado: imagem e semelhança de Deus, feito para participar daquilo que Deus é: Amor! Chamado, como filho e filha, a ser fraterno e solidário! Na dimensão da sexualidade vista como comunhão marcada pelo

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

amor e aberta à vida! Reduzir essa realidade é levar o ser humano à animalidade. Somos, sim, seres da Natureza. Mas nos caracterizamos pela racionalidade e pela afetividade. São valores essenciais para a realização de nossa humanidade. E para quem crê em Deus se acrescenta o chamado à transcendência. Está é uma opção livre. Mas faz grande diferença! Não abramos mão disto. Assim poderemos dar a quem sofre, especialmente na lembrança dos atingidos pelo HIV, o testemunho de um Amor que não abandona e que dá sentido ao sofrimento.


comportamento

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‘Não quero dar trabalho’ Aumenta no Brasil o número de pessoas idosas (saudáveis e autônomas) vivendo sozinhas. Tudo bem?

por FILIPE OLIVEIRA /FOLHAPRESS

Catarina Fló, 92, tem a casa invadida por netos e bisnetos toda quarta-feira na hora do almoço. Acabadas a comida e a conversa, todos voltam para seus lares e apenas ela e a empregada ficam. É assim há quatro anos, desde que seu marido morreu. Ela diz que se sente bem sozinha: “Na minha casa eu mando na minha vida”. O número de idosos que vivem como ela está crescendo. De acordo com dados do Censo, realizado pelo IBGE em 2011, são quase 3 milhões que moram sozinhos, o que representa 14% do total de brasileiros com mais de 60 anos. Ficar sozinho não é escolha do idoso, segundo Sílvia Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Isso acontece, na opinião dela, porque as famílias diminuíram e as mulheres, responsáveis pelos cuidados com os mais velhos no passado, estão no mercado de trabalho. Catarina Hüvos, 89, não vê vantagens em morar só. Mesmo assim, quando o marido morreu, há nove anos, ela não aceitou o convite para ir morar com sua filha. “É melhor para as duas. Cada uma em seu lugar faz o que quer.” Até o final do ano passado, Catarina morava na mesma casa onde viveu com o marido. A necessidade de reformas, a falta de segurança e o trabalho para cuidar da casa e do jardim fizeram com que ela se mudasse para um lugar menor. Mas ainda não se acostumou ao novo lar. “Era muito trabalho, mas eu gostava. Aqui não tem lugar nem pra pôr dois vasinhos.”

Independência

O advogado Eliassy Vasconcellos, 90, mora sozinho há 20 anos e está satisfeito: “Quero levar a minha vida sossegado, dormir e acordar na hora em que quiser”. Ele diz que não dá trabalho para ninguém. Brinca: “Como só tenho 90 anos, garanto que estarei bem até o próximo fim de semana”. Suas atividades principais são ler, escrever e fazer marchetaria. Também faz cursos de informática e continua atuando como advogado. A psicóloga Isabella Alvim, do Observatório da Longevidade Humana e do Envelhecimento, questiona o fato de as pessoas não quererem dar trabalho aos familiares. “Hoje há uma valorização excessiva do individualismo e ser dependente é quase um pecado. O idoso passou a temer o processo de envelhecimento natural.” Perder a autonomia é parte desse processo, segundo Wilson Jacob, responsável pelo serviço de geriatria do Hospital das Clínicas. Ele divide os idosos que vivem sozinhos em três tipos: o que é totalmente independente, o que tem funcionários para o ajudar e o que vive com a família, porém recebe menos apoio do que o necessário. Para Jacob, faltam políticas públicas adequadas para essa população: “Não há uma solução socialmente aceita. As instituições filantrópicas não têm o mínimo de conforto que uma família aceitaria, enquanto as casas de repouso pagas chegam a custar R$ 15 mil por mês”. - Móveis certos e rotinas ajudam quem mora só O mais perigoso dos acidentes domésticos, segundo a arquiteta e gerontóloga Ana Cristina Satiro, é a queda. Catarina Fló já caiu duas vezes dentro de casa: uma vez tropeçou em um degrau e outra, no tapete. Teve como saldo os dois fêmures quebrados. Para prevenir acidentes, ajudam desde coisas simples, como não deixar obstáculos no caminho, até adaptações mais sofisticadas (veja algumas ideias ao lado). Mas a arquiteta pede calma: “Se não for necessário, não transforme a casa em uma ‘casa ortopédica’. Ninguém quer viver em um hospital”. Segundo ela, o ideal é pensar em acessibilidade ao longo da vida. Sofás fofos, por exemplo, não são recomendados porque tornam difícil o ato de se levantar e isso piora com o tempo. O banheiro pode ter um espaço reservado para o caso de ser preciso instalar barras de apoio. Essas mudanças, porém, devem ser feitas para aumentar a segurança, e não para simplificar a vida do idoso. Uma pessoa que consegue tomar banho em pé pode até ter uma cadeira instalada no box, mas deve ser estimulada a usá-la o mínimo possível, explica Satiro. Para o geriatra Wilson Jacob, rotinas reduzem o risco de acidentes. Um padrão para o banho --como deixar a toalha no mesmo lugar-- ajuda o idoso a se lembrar de cuidados que deve tomar. Há ainda recursos tecnológicos para aumentar a segurança,

como um aparelho de pulso chamado “tele-help”, que, quando apertado, liga para uma central de emergência. Catarina Fló está usando um desses, mas nunca precisou apertar o botão. - Excursões, vizinhos e animais diminuem isolamento Uma das principais preocupações com o idoso que mora sozinho é o isolamento, diz a geriatra Sílvia Pereira. Ela recomenda a realização de atividades físicas e sociais para fugir de alguns riscos, como a depressão e a má alimentação. “O idoso que come sozinho pode adquirir maus hábitos alimentares por falta de estímulo. Ele acaba trocando refeições por um pão ou uma fruta e fica desnutrido.” Jogar tranca é a maneira encontrada por Catarina Hüvos, 89, para ficar ativa e perto de suas amigas. Ela toma ônibus para ir ao compromisso, que acontece todas as terças, quartas e sextas e aos domingos, cada dia na casa de uma delas. Ela também conhece pessoas Movimento Pró-Idosos, que promove cursos e excursões. Dessa forma, conta, consegue escapar de uma das coisas que mais a aborrecem: “Não dá para ficar só em casa assistindo a televisão. A gente se sente inútil”. Eliassy Vasconcellos, 90, também gosta da convivência com amigos. Conta que mora há mais de 60 anos no mesmo bairro e conversa com todo mundo. Porém, a maioria dos conhecidos são mais novos: “É um problema muito sério, a gente vive muito tempo e vê os amigos todos irem embora”.

Bicho de estimação

A gerontóloga Marília Berzins estudou em sua tese de mestrado casos de várias mulheres idosas que tinham muitos cachorros. A maioria, após passar por decepções com pessoas, decidiu fazer dos bichos a razão de sua vida, segundo Berzins conta: “Elas tinham fotos de animais em porta-retratos. Diziam que eles eram como filhos”. O trabalho ajudou a gerontóloga a entender melhor as vantagens da convivência entre bicho e gente, que ela recomenda para todas as idades, principalmente para pessoas mais velhas. “Animais são excelentes. Ajudam a fazer amigos, oferecem amor incondicional, incentivam a atividade física, dão afeto e razão para viver, fazem a pessoa rir”, lista, enquanto afaga seu gato. A professora de piano Maria Julia Moraes, 78, mora apenas com sua “sheep dog”, Mel. Maria Julia nunca se casou, apesar de manter um relacionamento antigo. Diz que tem medo de se juntar com uma pessoa nessa fase da sua vida.

“Nos dois já estamos com uma certa idade. Não sei se a gente iria se adaptar. Cada um já tem os seus costumes. Estamos sempre juntos, está bom assim.” Maria Julia diz que Mel é sua melhor amiga. Achou a cachorra na rua há quatro anos. “Uma grande sorte.” Um ano depois de ter levado Mel para casa, suas duas outras cachorras morreram. Pare ela, Mel não dá trabalho em nada: não faz sujeira em casa e dorme sempre na sala, em um edredom colocado no chão. “Ela é muito obediente. Às vezes, deita e joga os ‘cabelinhos’ para frente. Adora fazer dengo para a mamãe.” Eliassy não teve a mesma sorte com os animais. Ele até gosta de cachorros, mas conta que o último que teve tinha “parte com o diabo” e por isso não quer mais nenhum para lhe dar trabalho. “Eles são malcriados e indisciplinados. Dei o último que eu tive para uma amiga e, de tão bonzinho que ele era, ela nunca mais falou comigo.” (filipe oliveira) “Viver com uma nova pessoa seria cansativo’ “Vivo maravilhosamente bem sozinha. Faço tudo: dirijo, uso o computador, administro e faço serviço de casa. Também viajo muito. Estou chegando de um resort agora mesmo. Meu marido morreu há 17 anos. Éramos casados há 47. Nunca tive a intenção de colocar alguém no lugar. Senti a falta dele, que era uma pessoa fina, amorosa, mas soube preencher com outras coisas. Tive propostas de casamento e não quis. Reaprender a viver com uma nova pessoa seria cansativo. Permanecer na mesma casa e com as mesmas coisas foi uma decisão de imediato. Jamais eu moraria com filhos. Eles têm a vida deles. Mãe ou sogra deixa o casal pouco à vontade. São dois filhos e quatro netos. Os netos não vêm muito aqui, têm a vida deles, trabalham, namoram. Não que seja melhor ficar sozinha. Não fico só. Aonde vou, converso com todo mundo e acabo conhecendo mais gente do que se estivesse acompanhada. Caminho no parque do Povo com um grupo de idosos, frequento a biblioteca com senhoras, fazemos aulas de literatura, de dança e de ioga. Há momentos em que me sinto cansada porque exagerei nos meus afazeres. Nessas horas, minha filha fala: ‘Vai viajar que a senhora está precisando’. Não sei o que faria se ficasse desamparada. Enquanto faço tudo sozinha, não penso nisso. Procuro nem lembrar que isso pode um dia acontecer.” Cyonea Villas-Bôas, 82 Fotos: Foto: Isadora Brant/Folhapress, EQUILIBRIO

Retrato de Eliassy Vasconcellos, 90, advogado. Ele mora sozinho ha 20 anos, e trabalha em casa com direito civil.


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colaboração SHEL ALMEIDA

Quem já passou pela adolescên- sentir fracassado, mas depois também cia provavelmente se lembra da vai passar pela fase de assimilação até primeira desilusão amorosa. “O chegar à aceitação”, explica. Quando o mundo vai acabar”, “nunca mais vou amar jovem quiser se abrir, falar sobre como de novo”, “ninguém consegue entender se sente, os pais precisam estar prepao meu sofrimento”. Quem já não pen- rados para ouvir e aconselhar. “Partilhar sou assim? Nessa fase, tudo tende a ser experiências é muito bom. Contar sobre as próprias desilumaior, os sentimentos sões, fazer o jovem são mais intensos, a Na adolescência tudo é perceber que outras emoção está à flor da muito intenso. As ilusões são pessoas também pele. Os sobreviventes maiores nessa época, então o passaram por isso sabem que sempre tombo também é maior e sobreviram”, fala. ficam algumas marcas, Mariana Almeida Mas, atenção. Nunca, mas que essa primeira em hipótese alguma, negativa amorosa é fundamental para o amadurecimento. diga coisas do tipo: “bem que eu avisei”. É nesse momento que o adolescente Se isso acontecer, será um desastre. A entende que nem tudo é como ele quer, última coisa que seu filho irá querer, que o príncipe encantado e o “viveram em momentos assim, é alguém fazenfelizes para sempre” podem demorar do pouco caso dos sentimentos dele. A a chegar e que o primeiro amor não melhor coisa para ele será perceber que precisa ser o último. É nessa hora que a você estará ao seu lado nos momentos família, em especial os pais, precisa estar bons e nos ruins também. É importante alerta e tentar compreender o momento que você saiba valorizar e respeitar os pelo qual o adolescente está passando. sentimentos do seu filho. Depois, com o Ajudá-lo a enfrentar, da melhor maneira passar do tempo, você poderá aconselhápossível, esse momento delicado da vi- -lo, ajudá-lo a aprender com as próprias da, que é levar o primeiro fora. Mesmo experiências. Mas cada coisa no seu temque os pais já tenham passado por isso po. O importante é que o acolhimento (e, certamente, já passaram), muitas aconteça sem críticas, que o adolescente vezes não sabem o que fazer. “Falo com perceba que há alguém em que ele possa meu filho ou espero que ele venha falar confiar sem ser julgado. Mariana conta comigo?”. “Faço de conta que não sei o que na escola em que também trabalha que está acontecendo ou o lembro de como psicóloga, os jovens a procuram que eu tinha avisado?”. O que fazer para para falar justamente sobre desilusões ajudar o filho ou a filha a lidar com mais amorosas. “Muitos meninos e meninas uma das muitas etapas de transição da me procuram pra falar sobre término de juventude para a vida adulta? É o que namoro”, conta. Os meninos procuram a psicóloga Mariana Almeida Brandi menos porque estão condicionados, culresponde. turalmente, a não falar de sentimentos, a não demonstrar fraqueza. “Eles têm mais Colo dificuldade para se abrir em casa, por isso Mariana explica que o melhor que os pais me procuram”, explica. Em outros casos, podem fazer quando o filho ou a filha levar um fora é apenas acolher, “dar colo”. “Na os próprios professores encaminham os adolescência tudo é muito intenso. As alunos para uma conversa com Mariana, ilusões são maiores nessa época, então quando percebem queda no rendimeno tombo também é maior”, explica. “É to escolar. “Muitas vezes isso também preciso respeitar o tempo do jovem, es- está diretamente ligado às desilusões perar para conversar quando ele quiser se amorosas”, fala. Como na adolescência abrir”, fala. “Toda perda é como um luto. tudo é muito intenso, os pais precisam É preciso dar tempo ao adolescente para também estar atentos às mudanças de que ele possa elaborar os sentimentos”, comportamento permanente do filho. O recomenda. “Ele vai passar pela fase de isolamento pode ser sinal de depressão. rejeição, de não aceitar o fora, vai se Se ele quase não sai do quarto, prefere

sempre estar sozinho, teve perda de apetite, deixou de sair com os amigos, parou de se arrumar, muita atenção. É hora de pensar seriamente em procurar ajuda profissional. A desilusão amorosa pode desencadear uma depressão que, se não tratada adequadamente, em casos mais extremos, pode até mesmo levar ao suicídio.

Saber dizer não Mariana explica que, para alguns jovens a primeira desilusão amorosa acaba sendo ainda maior porque eles não estão acostumados a lidar com o não. “Os pais não dizem ‘não’ por acharem que estão poupando os filhos de sofrimento. Na verdade estão prejudicando”, avisa. “Se ele não tem os primeiros ‘nãos’ desde criança, não vai aguentar os ‘nãos’ que virão com a adolescência e a vida adulta”, avisa. “Educar é um processo complicado. Muitas vezes é preciso repensar a criação que está dando ao

filho”, avalia. “Muitos adolescentes vivem em pé de guerra com os pais porque não passaram, na infância, por processo que precisavam, como a desilusão”, explica. “Tudo depende da relação que o filho tem com os pais desde pequeno”, diz. “Não adianta agora, que o filho está passando pela primeira desilusão amorosa, os pais acharem que ele confiará e se abrirá com eles, se antes não foi construída uma base para isso”, explica. “Mas é possível começar a construir essa relação no meio do caminho, quando a criança já está um pouco maior. É mais difícil, mas não é impossível. Antes tarde do que nunca, mas tudo com muita calma, ao poucos. Não dá pra chegar de uma hora pra outra e achar: agora é diferente”, diz. “Em qualquer fase da vida a criança precisa sentir que tem a família como apoio”, fala. “A confiança se constrói no dia-a-dia. Os filhos precisam aprender a confiar nos pais, precisam perceber que podem se abrir”, conclui.

“Se ele não tem os primeiros ‘nãos’ desde criança, não vai aguentar os ‘nãos’ que virão com a adolescência e a vida adulta”


delícias 1001

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Lanches para a tarde Sugestões rápidas e simples

por deborah martin salaroli fotos: delícias 1001

Depois de um dia de trabalho (ou correria), nada melhor que facilitar no lanchinho. Hum, quanta ideia! Uma delícia atrás da outra e sem complicação! Mas aproveite para pensar um pouquinho... “Já beijou seus filhos hoje? Já abraçou um amigo querido? Disse ao seu marido, esposa ou namorado que os ama? Falou para seus pais que sentiu saudade de estar com eles? Faz quanto tempo que você não senta à mesa com amigos ou familiares para aproveitar de verdade um jantar? Hoje tudo é rápido, é urgente, é instantâneo, enfim, é descartável. Precisamos começar a desacelerar, é preciso, ou iremos nos perder no meio do caminho.” Agora que tal ‘enfrentar’ a cozinha? Bem de leve, sem estresse...

Lanche Rapidíssimo Essa é moleza!!! Quando o pessoal em casa está com fome e eu quero praticidade, não tem erro! Quer ver como fica essa delícia? Para acompanhar as fotos do passo a passo, visite o www. delicias1001.com.br.. Coloquei numa frigideira antiaderente 1 colher de chá de margarina e uma fatia de pão de forma sem pedaço do miolo central. Quebrei um ovo dentro do buraco formado e salpiquei sal. Tampei e deixei em fogo bem baixinho até começar a cozinhar as bordas. Virei o pão e estendi por cima uma fatia de mussarela. Tampei novamente até derreter o queijo. Fica bommmm!!!

Pizza Fofíssima Dissolvi numa tigela 2 tabletes de fermento para pão em 1 colher (sobr.) açúcar. Então acrescentei 1 ovo, 1 copo de leite morno, 1 colher (sopa) de margarina, 1 colher (sopa) de óleo e 2 ½ copos de trigo (aproximadamente). Misturei tudo até ficar uma massa não dura, mas que se soltasse da mão. Ela fica meio elástica. Untei uma assadeira retangular

com óleo e, com a mão também untada, fui abrindo a massa. Por cima, coloquei molho de tomate, mussarela e orégano (se quiser incremente com sardinha, presunto, ovos, cebola, escarola, manjericão, ... o que a sua imaginação permitir). Fiz isso tudo com a massa ainda crua, antes de assar! Não precisa deixar crescer. Levei ao forno médio (200º C) até estar bem dourada.

Empadinha de minuto Para a massa, bati no liquidificador: • 3 ovos • 1 xícara (chá) de óleo • 1 e ½ xícara (chá) de leite • 1 xícara (chá) de requeijão cremoso • 2 colheres (chá) de sal • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo Misturei numa tigela para o recheio: • 150 g de salame picado (ou presunto, frango, escarola, o que você quiser...) • 150 g de mussarela ralada • ¼ de xícara (chá) de azeitonas verdes picadas • orégano • salsinha picada Montagem: Untei e enfarinhei forminhas para empada. Coloquei porções da massa até atingir metade da capacidade das forminhas. Distribui o recheio e cobri com o restante da massa. Não deixei atingir o máximo de capacidade da forminha para não transbordar. Coloquei as forminhas em uma assadeira e levei ao forno pré-aquecido (180ºC) por cerca de 30 minutos ou até que dourassem. Essa receita rende de 18 a 20 unidades. Até a próxima Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br

Pizza fofíssima

Lanche rapidíssimo


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informática & tecnologia

Wikipédia no Brasil Wikipédia abrirá seu 1º escritório no Brasil. Objetivo é aumentar o número de editores e leitores da versão em português.

por MARCO AURÉLIO CANÔNICO ilustração: Folhapress

“Por que a comunidade de editores da Wikipédia em português não cresce no Brasil e quais as áreas prioritárias que devemos focar para gerar um crescimento?” Essa foi a principal pergunta a que a paulistana Oona Castro, 31, teve de responder no processo seletivo para se tornar a representante da Wikimedia Foundation (fundação responsável pela Wikipédia e outros projetos) no Brasil. A ideia não era obter uma resposta definitiva, ainda que a pergunta seja baseada em dados reais e represente “o maior desafio que a diretora no Brasil enfrentará”, segundo a própria fundação. O objetivo era testar a capacidade dos candidatos de interagir com a comunidade de usuários (agrupada no movimento voluntário Wikimedia Brasil) para chegar a uma resposta -a colaboração é central na filosofia wiki. “No fundo, é uma resposta que ninguém tem. Eu procurei mostrar que provavelmente existem motivos externos para isso, culturais, de hábitos das pessoas na internet”, explica Oona. “O teste foi uma chance de ver se você aguenta o tranco, uma semana de intensivão de relacionamento com a comunidade, foi muito legal.” Com uma larga experiência de trabalho com movimentos colaborativos e de cultura livre -seu último emprego foi como diretora-executiva do instituto (e site) Overmundo, onde esteve por mais de quatro anos-, Oona diz que seu papel será o de uma “catalizadora”. “Centralização é um tiro no pé. Eu cheguei para trabalhar com a comunidade, não vim para substituí-la. Meu papel é pensar, com a fundação e com os usuários, o que cabe ou não para o Brasil.” SÃO PAULO OU RIO? Contratada no mês passado como consultora, ela deverá ser nomeada diretora após estruturar formalmente o primeiro escritório do grupo no Brasil (e o segundo fora dos EUA, depois do da Índia). Ele deve ser aberto em até seis meses, provavelmente em São Paulo, ainda que Oona também cogite o Rio, onde reside, tendo em mente o “boom” que a cidade vive por conta da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Paralelamente, começa a formar uma equipe que terá mais três ou quatro pessoas, uma delas já selecionada -Everton Zanella Alvarenga, o Tom, membro da Wikimedia Brasil e consultor no projeto Wikipédia na Universidade. Segundo Oona -cujo nome homenageia a mulher de Charles Chaplin, Oona O’Neill-, a presença da fundação no Brasil deve ser temporária: projeta-se, por ora, um período de dois anos. Nesse tempo, terá de cumprir dois objetivos principais: fortalecer a comunidade de editores e aumentar o número de leitores e usuários da Wikipédia e de outros projetos da fundação, como o dicionário colaborativo Wiktionary e a Wikimedia Commons, repositório de imagens, vídeos e sons de uso gratuito. Ela também destaca a vontade de ter maior participação feminina. “Vamos sistematizar, encaminhar e construir processos que façam a Wikimedia crescer, aumentando a cultura de colaboração”, diz ela.

foto: Cecília Acioli/Folhapress

Entrevista com Oona Castro, a brasileira escolhida para instalar e comandar o primeiro escritório da Wikimedia Foundation (que comanda a Wikipedia) no Brasil


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saúde

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Fim do narguilé? O tabaco aromatizado usado por quem fuma narguilé e cachimbo está com os dias contados com o veto do governo a esse tipo de tabaco; usuários reclamam

por SABINE RIGHETTI/folhapress ilustração: Folhapress

O hábito de fumar narguilés (ou

De acordo com a agência, estudos mostram

arguile), cigarros e cigarrilhas com

que há ainda mais agentes carcinogênicos

sabor está com os dias contados

na fumaça do narguilé do que na do cigarro.

desde março, quando a Anvisa (Agência

A quantidade de nicotina é cerca de quatro

Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu

vezes maior na fumaça do narguilé. A con-

proibir a comercialização de fumo com

centração de alcatrão chega a ser 60 vezes

aditivos no Brasil.

mais alta.

Para o tabaco usado em narguilés e ca-

A diferença está no hábito do consumo. Se-

chimbos, a decisão valerá a partir de março

gundo Barreiros, os apreciadores de narguilé

de 2014. Mas o que fazer diante da nova

fumam em média uma vez por semana e em

regra já é assunto entre os consumidores

grupo, compartilhando a fumaça aspirada (na

desses produtos.

Arábia Saudita, o fumo deve ser individual).

“Até existe fumo sem sabor para narguilé”,

“Não é oxigênio que o fumante inala, é fu-

diz Raphael Barreiros, 23, programador de

maça. É óbvio que não faz bem”, diz Ali Hajj,

software. Ele é autor do Blog do Arguile

importador de narguilé, de São Paulo. “Mas

(blogdoarguile.com.br), que tem cerca de

existe uma discussão sobre como é feito o

2.000 participantes. “Mas a graça está nos

teste [das substâncias cancerígenas] por litro

aditivos.”

de fumaça”, afirma.

A reportagem acompanhou um encontro de

Hajj importa 20 mil aparelhos por ano de

apreciadores de narguilé em São Paulo, orga-

países como China, Líbano e Egito. Os preços

nizado por Barreiros. A proibição publicada

vão de R$ 25 a R$ 3.500.

pela Anvisa era tema das conversas.

Já o fumo, que costuma ser comprado na

A fumaça tragada pelo grupo --cerca de 40

internet diretamente pelos consumidores,

pessoas-- tinha sabor de chá de pêssego, jaca,

vem da Índia, dos Emirados Árabes, do

chocolate e chiclete de menta. Parecia um

Egito e dos EUA.

ritual de churrasco: de quando em quando,

“Quem compra são adultos. Só 5% deles

alguém mexia e virava o carvão aquecido.

têm ascendência árabe”, diz o comerciante,

“Isso é um costume milenar. O governo não

de família libanesa.

pode simplesmente proibir”, diz.

De acordo com o charuteiro e empresário

A decisão da Anvisa sobre o tabaco com

Beto Ranieri, da Ranieri Pipes, a determi-

aroma veio na onda da proibição de cigarros

nação da Anvisa não faz sentido quando o

com sabor (que são 22% das marcas no país),

assunto é cigarrilha ou fumo para cachimbo.

que passará a valer já a partir de setembro

Isso porque quem consome esse tipo de

de 2013. De acordo com a agência, o sabor

produto não é jovem.

incentiva os jovens a fumar.

“Meu cliente mais novo de tabaco de ca-

“A regra da Anvisa é contraditória porque a

chimbo [que tem sabor] deve ter 75 anos

lei já proíbe cigarro para menores de 18”, diz

de idade. Um público dessa idade não vira

o estudante Leonardo Magalhães, 19, que

fumante porque se sentiu atraído pelo

estava no encontro de Barreiros.

gostinho de chocolate do tabaco.”


what’s up

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Body language por henrique mamprin

Hello, everybody, how’s everything? Vocês já notaram como em português usamos diversas partes do corpo humano para descrever pessoas, situações etc.? Por exemplo, se algo é muito caro, dizemos que custaram “os olhos da cara”; se alguém é esquecido, dizemos “cabeça de vento”; dizemos que alguém “enfiou o pé na jaca” quando a pessoa cometeu excessos ou ainda que ela “trocou os pés pelas mãos” quando age de modo desajeitado. Vejamos abaixo algumas expressões que em inglês também usam partes do corpo humano em um contexto mais informal para descrever situações, pessoas e usando um significado diferente daquele geralmente atribuído à essas palavras: •Headcase: idiota, bobão. Ex.: My brother is such a headcase. (Meu irmão é tão bobão.) •To neck: trocar beijos e carícias; dar uns amassos, ficar de chamego. Ex.: They were necking in the back seat of the car. (Eles estavam dando uns amassos no banco de trás do carro.) •Get out of my face! : Pare de encher o saco! Ex.: I told you already, no way! Now get out of my face! (Eu já te disse, de jeito nenhum! Agora pare de encher o saco!) •To jaw: tagarelar, jogar conversa fora, bater papo. Ex.: She loves jawing to her friends on the phone. (Ela adora bater papo no telefone com as amigas.) •Knucklehead: pessoa tola, estúpida, idiota; pateta, bocó. Ex.: I felt like such a knucklehead! (Eu me senti tão idiota!) •To get up somebody’s nose (UK): aborrecer, irritar, incomodar alguém; dar nos nervos. Ex.: She really gets up my nose!

(Ela realmente me dá nos nervos!) •Until you are blue in the face: Até você ficar careca. Ex.: You can talk to him until you are blue in the face, but he won’t change. (Você pode conversar com ele até ficar careca, mas ele não vai mudar.) •To lie through your teeth: mentir descaradamente. Ex.: He says he doesn’t know what we were talking about, but he is lying through his teeth. (Ele diz não saber sobre o que estavamos falando, mas ele está mentindo descaradamente.) •Lazybones: pessoa preguiçosa. Ex.: You’re such a lazybones! Get out of bed and do some work! (Você é tão preguiçoso! Saia da cama e vá arrumar algo pra fazer!) •An arm and a leg: muito caro, muito dinheiro; os olhos da cara. Ex.: These glasses cost me an arm and a leg. (Esses óculos custaram os olhos da cara.) •Scatterbrain: pessoa distraída, avoada; desmiolado, miolo-mole. Ex.: I’m such a scatterbrain. I can never remember where I put my car keys. (Eu sou tão distraído. Nunca consigo lembrar onde coloquei as chaves do carro.) •To badmouth: criticar, falar mal de algo ou de alguém que está ausente: pichar, fazer a caveira. Ex.: She’s always badmouthing her husband. (Ela está sempre falando mal do marido.) I hope you all enjoyed these pieces of information!

possuo CAE (Certificate of Advanced English) pela university of Cambridge, Inglaterra entre outros certificados da mesma universidade. Participo frequentemente de cursos para reciclagem. Estudei inglês durante 4 anos na Cultura Inglesa de são Paulo. Dou aulas particulares (individuais e grupos) para áreas específicas ou cursos regulares para jovens e adultos. Interessados entre em contato pelo tel. 9772-9955 E – mail: henriquemamprin@yahoo.com.br

I see you all next week! Sou professor de inglês há oito anos; participei de um treinamento internacional para professores na África do Sul;

antenado

‘O Gene Egoísta’

Novo livro de Richard Dawkins, de ‘O Gene Egoísta’, responde perguntas que crianças fazem sobre o mundo por REINALDO JOSÉ LOPES /folhapress

Usar o clichê “recomendado para crianças dos oito aos 80 anos” deveria dar cadeia, certo? Pois ponham-me a ferros: é esse o milagre (apesar de o autor não acreditar em milagres) que “A Magia da Realidade”, de Richard Dawkins, consegue operar. O termo “criança” é chave porque, no livro, Dawkins realiza o difícil truque de começar do zero, explicando conceitos básicos do funcionamento do Universo e da vida para o público jovem, ao mesmo tempo em que não subestima a inteligência do leitor de nenhuma maneira. Só para continuar no nível dos clichês, é à criança dentro de cada um dos leitores que Dawkins se dirige. O zoólogo britânico, um dos maiores divulgadores da teoria da evolução e ateu convicto, quer recuperar a sensação de maravilhamento diante do cosmos que quase todo mundo tem quando é pequeno. As perguntas que ele se propõe a responder são as que as crianças fazem. O que é o Sol? Por que existem noite e dia, inverno e verão? O que é um arco-íris? Além de explicar cada um desses fenômenos (o que fez na prosa mais límpida e livre de jargões imaginável), o cientista tem um objetivo mais amplo. Como diz o título do livro, ele quer mostrar que o mundo

Foto: Rogério Assis/Folhapress

é bem mais mágico do que a imaginação humana pode conceber. Para isso, ele começa os capítulos com as explicações mitológicas tradicionais de cada fato da natureza, tiradas das mais diversas culturas, e passa ao que a ciência realmente sabe sobre aquilo. As belas ilustrações de Dave McKean, que fazia as capas da série de quadrinhos “Sandman”, ajudam um bocado a criar o clima de magia.

Só para ser chato

Se há um defeito nesta pequena joia de livro, trata-se do que poderíamos chamar, um tanto pedantemente, de falta de empatia antropológica -revelada pelo estratagema de contrapor os mitos “burros” do passado à explicação científica correta dos fenômenos naturais. O ponto de vista de Dawkins e dos demais papas do neoateísmo é simples: mitos podem ser boas histórias, mas não acrescentam nada ao arsenal humano de explicações sobre o mundo. Admitir que a mitologia tem algum valor nesse sentido, ou que ela pode, em algum nível, complementar o conhecimento científico seria absurdo. Como ironizou certa vez o neurocientista Sam Harris, “seria o mesmo que dizer

Imagem maximixada de ácaros, retirada do livro “A Magia da Realidade”, de Richard Dawkins (Companhia das Letras) que a crença na possessão demoníaca nos ajuda a entender a esquizofrenia e outras doenças mentais”. Ok, Harris provavelmente está certo quanto a isso. Mas, ao se concentrar apenas na superfície pitoresca ou ridícula dos mitos, Dawkins esquece que eles podem funcionar como mapas do significado do mundo -e em especial das relações humanas- para uma cultura. Para ficar no exemplo mais óbvio, a narrativa

sobre Adão e Eva na Bíblia tem pouco a ver com maçãs e serpentes e muito a ver com questões como transgressão, maturidade e responsabilidade. É um tantinho míope não ver isso. A magia da realidade Autores Richard Dawkins, com ilustrações de Dave McKean Editora Companhia das Letras Quanto R$ 54 (272 págs.) Classificação ótimo


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Jornal do Meio 640 Sexta 18 • Maio • 2012

Esse lindo casal é Carol e Amir na sessão Pré-Wedding. Trata-se de uma sessão fotográfica que fazemos alguns dias ates do casamento para “alinharmos” as identidades fotográficas de cada um para que no dia do casamento estejamos todos sintonizados. O resultado é simplesmente maravilhoso e as fotos acabam sendo usadas para clipes, lembranças, decoração e muito mais. Quem quiser assistir o vídeo desta sessão basta entrar no site www.vimeo.com e buscar por “adriano toleba”. Espero que curtam!

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2º veículos e variedades

Caderno

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veículos

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por Rodrigo Machado/Auto Press

A desconfiança na hora de comprar é sempre diretamente proporcional ao custo de um produto. Qualquer um se arrisca a comprar uma calculadora “made in China” que custe R$ 9,90. Na hora de comprar um carro, no entanto, a coisa muda de figura. Quanto maior o preço, mais difícil apostar. E é desse mal que padece o JAC J6. Chegou em agosto do ano passado para brigar entre as minivans. Mesmo sendo bem mais barato que a principal concorrente, a veterana Chevrolet Zafira, nunca conseguiu ameaçar. Durante 2011, mesmo com algumas oscilações, o J6 alcançou a média de 480 unidades mensais. A rival, que só é comercializada na configuração de sete lugares, ficou com 640 exemplares mensais. Em 2012, a diferença está ainda maior. E com um agravante. Em janeiro, exatamente quando o IPI para carros importados começou a valer de fato, a JAC diminuiu o preço da sua minivan em R$ 2 mil. Assim, a versão de cinco lugares passou a valer R$ 56.800 e a de sete R$ 57.800. Enquanto isso, a Chevrolet cobra quase R$ 66 mil por uma Zafira equipada da mesma maneira. Só que as vendas do J6 emagreceram mais que seu “garoto propaganda”, o eufórico apresentador televisivo Fausto Silva. Perderam a metade do volume anterior – foram 220 carros/mês, enquanto a Zafira caiu para 440 emplacamentos mensais. Ou seja, para os monovolumes e para os apresentadores de televisão, o quesito novidade não parece ser tão importante assim. Se o preço mudou, o resto do J6 continua o mesmo do lançamento. Isso inclui o desenho bem resolvido da minivan chinesa. A marcante frente tem uma grade cromada que recebe a estrela de cinco pontas, emblema da marca, e ainda tem os faróis delineado por curvas que se estendem até o para-choque. De lado, a grande área envidraçada e a linha de cintura ascendente são chamativas. Também existe um vinco pouco acima das maçanetas que vai terminar apenas nas imensas lanternas Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

traseiras. Lá atrás, um grosso friso sobre a placa e um pequeno aerofólio dão os toques finais ao estilo. Entretanto, o visual não deve ficar assim por muito tempo. Durante o Salão de Pequim, que acabou no dia 2 de maio, a JAC Motors revelou uma leve reestilização da minivan, com direito a mudanças também no interior. O novo carro não deve demorar muito para chegar ao Brasil: o seu lançamento pode acontecer ainda neste ano. No próprio evento chinês, o modelo foi apresentado com um câmbio CVT – de relações contínuas – que também deve ser importado para cá, mas em um segundo momento.

Ponto a ponto

Desempenho – Para uma minivan de uma tonelada e meia, o J6 até que acelera com desenvoltura. O torque máximo de 19,1 kgfm é alto para um motor dessa cilindrada, mas só chega em sua totalidade aos 4 mil rpm, mesmo com o comando variável de válvulas na admissão. Assim, para manter o veículo “aceso”, é necessário pisar fundo e manter os giros lá em cima. O zero a 100 km/h em 13,1 segundos é razoável para um carro das dimensões e propostas do J6. O câmbio tem engates precisos e até macios. Nota 7. Estabilidade – O maior veículo da JAC é surpreendentemente estável. Não é que se deva manter uma tocada mais ousada na minivan. Mas, se for necessário, o carro mantém a segurança em mudanças de direção bruscas. É claro que, em um modelo familiar, a suspensão é mais voltada para o conforto do que para esportividade, o que significa rolagens e torções na carroceria em curvas mais fechadas. Em retas, existe boa comunicação entre volante e rodas, sem grande flutuação. Nota 7. Interatividade – O tom da iluminação toda azul do interior ofusca um pouco a visão. E às vezes a leitura dos instrumentos é prejudicada. O resto dos comandos é bem simples de ser usado e tem localização intuitiva. A grande área envidraçada na

frente e atrás permite uma boa visibilidade do trânsito à volta do motorista. O volante tem botões multifuncionais – que, em alguns momentos, não funcionaram corretamente na unidade testada. Além disso, à noite não dá para saber o que cada um faz, já que não são iluminados. Nota 5. Consumo – O JAC J6 não tem computador de bordo para medir o consumo. Na bomba de combustível, a minivan conseguiu uma média de 8,5 km/l de gasolina. Nota 7. Tecnologia – O modelo da marca chinesa é completo, como suas propagandas não cansam de repetir. Estão lá airbag duplo, ABS com EBD, ar digital, rádio, sensor de estacionamento, retrovisor eletrocrômico, entre outros. O motor também surpreende. Tem comando variável de válvulas e entrega bom desempenho e consumo razoável. Nota 7. Conforto – O espaço interno é o forte da minivan da JAC. Os cinco ocupantes das duas primeiras fileiras desfrutam de grande conforto, sem nenhum aperto. A terceira fileira é mais compacta. Ali, apenas crianças viajam sem reclamação. A suspensão também é bem calibrada e consegue passar boa dose de conforto para o interior. Os bancos de couro – opcionais – poderiam ter mais apoios laterais e lombares. O baixo isolamento acústico compromete as possibilidade de conversar a bordo. Nota 7. Habitabilidade – O porta-malas do J6 é generoso. São 720 litros com a terceira fileira de bancos rebaixada. Com ela em pé, ainda sobra um espaço considerável para levar bagagens – 198 litros. Se a necessidade de espaço for maior ainda, a segunda fileira pode ser rebatida, criando uma área com 2.200 litros. As portas abrem em bom ângulo e permitem fácil acesso ao interior. Entrar na terceira fileira é bem mais complicado, como em quase todo carro com essa configuração de bancos. É necessário algum contorcionismo para se acomodar ali. Nota 8. Acabamento – Na checagem visual, o J6

fica devendo em termos de acabamento. Os plásticos com aparente de baixa qualidade dão a impressão de falta de resistência. Ao toque, a situação não muda. A parte emborrachada do painel é tosca e não passa o requinte esperado para um carro de quase R$ 60 mil. Várias peças batiam e faziam barulho em qualquer imperfeição do piso, o que incomodava um bocado. O revestimento em couro dos bancos parecia de um carro velho, apesar de o modelo testado ter apenas seis meses e menos de 7 mil km rodados. Nota 4. Design – Do lado de fora, a minivan da JAC traz um visual bastante harmônico e imponente. As linhas curvas são modernas e a grande área envidraçada é um dos destaque em termos de design. A dianteira tem uma grade cromada que sofistica o carro, enquanto a linha de cintura ascendente ajuda a passar sensação de maior tamanho. Nota 8. Custo/beneficio – Mesmo em fim de vida – o substituto deve chegar no segundo semestre –, o principal rival do J6 é a Chevrolet Zafira. Com opção apenas de carroceria de sete lugares, a minivan da marca norte-americana é consideravelmente mais cara que a concorrente da China. A JAC cobra R$ 57.800 pelo J6, enquanto que, para ficar equipada de maneira semelhante, a Zafira pula para R$ 65.889, mas adiciona câmbio automático. Kia Carens e Citroën Grand C4 Picasso são bem mais dispendiosas e custam R$ 77 mil e R$ 98 mil, respectivamente. Outra minivan de 7 lugares do mercado nacional é a Nissan Grand Livina, que custa R$ 54.990, mas é menor. Contudo, onde ganha no espaço interno, o J6 perde bastante em acabamento e em qualidade de construção no interior. Entre os concorrentes de cinco lugares, o segmento perdeu a presença do Citroën Xsara Picasso, que parou de ser produzido. Nota 6. Total – O JAC J6 Diamond somou 66 pontos em 100 possíveis.


seus direitos e dever

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Arrecadação de recursos financeiros nas

Campanhas eleitorais por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

O controle e a fiscalização da arrecadação de recursos e a prestação de contas dos participantes do processo eleitoral possuem o condão de garantir a normalidade das eleições e a legitimidade do exercício do poder de sufrágio, possibilitando o equilíbrio da disputa e o combate ao abuso do poder político e econômico. No Brasil, o financiamento de campanhas eleitorais é de natureza mista, ou seja, os recursos financeiros utilizados por candidatos, partidos políticos e coligações partidárias são provenientes do Estado (Fundo Partidário), bem como de doações de pessoas físicas ou jurídicas. Com o fim de fiscalizar os gastos de campanha, lei específica dispondo sobre os limites destes gastos para os cargos em disputa, deve ser publicada até o dia 10 junho, em cada ano eleitoral. Caso esta lei não seja publicada, cada partido deverá fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça Eleitoral, a qual deverá dar a esta informação, ampla publicidade. A utilização de recursos além dos valores declarados sujeita o responsável ao pagamento de multa no valor de cinco vezes a quantia em excesso. Sem se falar que o partido perderá o direito ao recebimento das quotas do Fundo Partidário do ano seguinte e os candidatos beneficiados poderão responder por abuso de poder econômico. As arrecadações advindas das doações deverão ser efetuadas por meio dos comitês financeiros de cada partido, registrados nos órgão da justiça eleitoral em até cinco dias após a escolha dos candidatos em convenção. A administração financeira da campanha é de responsabilidade de cada candidato e poderá ser realizada por pessoa por ele designada para tanto, a qual responderá solidariamente com aquele pela prestação de contas. O candidato e o comitê financeiro deverão inscrever-se no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, quando

então estarão autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar despesas necessárias à campanha eleitoral. É obrigatória, ainda, em regra, para os partidos políticos e aos candidatos a abertura de conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha. Conforme mencionado, poderão, as pessoas físicas, fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais. Estas doações, entretanto, são limitadas a 10% do rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição, exceto quando o doador for o próprio candidato para a sua campanha, quando, então, o valor máximo da doação será o valor dos gastos estabelecidos para a campanha pelo seu próprio partido político. O limite das doações efetuadas por Pessoas Jurídicas é de 2% do faturamento bruto aferido no ano anterior à eleição. A doação de quantia acima dos limites mencionados, sujeita o doador ao pagamento de multa no valor de cinco vezes a quantia em excesso. Toda doação a candidato ou a partido deverá ser feita mediante recibo, na conta bancária específica do candidato ou partido. Desde 2009, contudo, abriu-se a possibilidade de doações, por pessoa física, pela internet, a qual está subordinada a emissão de recibo eleitoral para que seja viabilizada a prestação de contas. Outra novidade é a possibilidade de que doadores cedam bens móveis ou imóveis no valor de até R$ 50.000,00 a candidato, partido ou coligação, independentemente do limite de doações anuais de pessoas físicas. Algumas receitas, por outro lado, são vedadas a candidatos e partidos políticos em campanha eleitoral. Não poderão receber, direta ou indiretamente, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, doações em dinheiro ou

estimáveis em dinheiro de entidade ou governo estrangeiro, de órgãos do Poder público ou de pessoas jurídicas com ou sem fim lucrativo que receba qualquer incentivo do Poder Público, bem como de entidade e classe ou sindical, entidade beneficentes e religiosas e entidades esportivas. Todas estas regras possuem o condão de manter o equilíbrio da disputa eleitoral, evitando o abuso do poder econômico e viabilizando a concretização do regime democrático, onde não apenas as maiorias são representadas no poder mas também as minorias, por minorias, inclusive. É sabido que a eleição de um candidato deve ser dar porque diante das suas propostas, entendeu o eleitor ser ele o mais apto a representá-lo no poder. Sendo assim, a todos os candidatos deve ser dada a mesma oportunidade de transmissão das suas ideias, propostas e programas de governo, não admitindo-se financiamento de campanha que burle as regras expostas. Quem ganha com isso, certamente, é o povo. Por este mesmo motivo é que a legislação permite que os candidatos que trabalham na televisão permaneçam livremente no ar, somente, até 07 de julho do ano eleitoral. “Até hoje o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para dentro: a partir dos poderes coloniais, depois pelas elites proprietárias e, a seguir, pelo Estado em sua ação mobilizadora e interventora. Essa lógica sedimentou as desigualdades e agravou as exclusões. Agora importa construí-lo de baixo para cima e de dentro para fora: a partir do povo brasileiro mesmo, que, organizado, toma as rédeas de seu destino...”.(Leonardo Boff). Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados

Jodinaldo Ubiracy de Azevedo Pinheiro - Há 17 anos na Sabesp

Onde você vê obras, a Sabesp vê qualidade de vida. A Sabesp trabalha a todo vapor para trazer mais saúde para você e sua família. A construção da Estação Elevatória e da Estação de Tratamento de Esgoto, nos bairros São Miguel e Mãe dos Homens, vai aumentar o tratamento de esgoto e beneficiar 150 mil pessoas. A qualidade das águas do Rio Jaguari e do Ribeirão Lavapés também vai melhorar bastante, evitando muitas doenças principalmente entre as crianças. Mas enquanto as obras não ficam prontas, contamos com a sua compreensão. Já, já tudo isso acaba, o esgoto vai embora e a saúde fica. É a Sabesp e a Prefeitura de Bragança Paulista construindo uma cidade melhor para todos. Sabesp. A vida tratada com respeito.


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veículos

Jornal do Meio 640 Sexta 18 • Maio • 2012

por Túlio Moreira/autopress

O mercado de motocicletas pi-

decidiu se renovar por completo. A marca

de armazenamento de componentes da

19 modelos, 18 dos quais montados em

sou no freio em 2012. Registrou

retomou o controle de suas operações marca, na região do Rodoanel, em São

Manaus – apenas a CVO Ultra Classic

574.794 emplacamentos no Brasil

comerciais no país, começou a reestru-

Paulo, abriga um estoque de 15 mil peças Electra Glide é trazida dos Estados Unidos.

de janeiro a abril deste ano, uma queda

turar sua rede de distribuidores e agora dos modelos que estão à venda no país Todos têm boa aceitação, respeitando,

de 1,6% em relação ao mesmo período de 2011. A Harley-Davidson, no entanto,

possui uma nova linha de montagem, e diminui consideravelmente o tempo claro, o alcance de cada segmento. Os muito mais moderna que a anterior. As de espera da reposição. Na maioria dos modelos da linha Softail, como Fat Boy,

caminha na contramão do desaqueci-

instalações foram construídas em pavi- casos, as peças chegam à rede autorizada

Blackline e Heritage Classic, são os

mento que atinge o setor de veículos

mento único, o que facilita o transporte em um ou dois dias úteis.

que emplacam mais unidades e atuam

no país. A fabricante norte-americana de peças e componentes por todas as

P - Os resultados desta nova fase já

como carros-chefe da marca agora. É

refletem no volume de vendas da marca? uma grande evolução em relação ao contra 795 unidades na comparação capacidade de produção seja ampliada com R - Nós começamos 2012 com um ritmo line-up da fase anterior, que contava aos mesmos meses do ano passado. O a abertura de mais postos de montagem e de 500 unidades por mês e pretendemos com 12 motos. O mercado de motos expressivo crescimento de 154% está mais turnos por dia, se a demanda exigir. manter esse volume de vendas durante acima de 600 cilindradas cresceu 20% em 2011, e a Harley responde por relacionado ao aumento da demanda Por enquanto, estamos com 30 unidades todo o ano. O portfólio da Harley no 10% das vendas por motos de cilindradas superiores, mas por dia, que levam de 14 a 35 minutos Brasil é cada vez mais completo, com anotou 2.018 vendas de janeiro a abril,

etapas de trabalho, o que permite que a

também foi fruto da nova estratégia da para serem completamente montadas, fabricante para o mercado brasileiro. Com dependendo do modelo. A nova fábrica passagens pela Toyota e General Motors,

simboliza o nível de importância que o

Longino Morawski assumiu o comando Brasil representa na estratégia global das operações comerciais da marca em da marca. Nós constatamos que, com o fevereiro do ano passado, momento em aumento da renda média da população, que a Harley-Davidson decidiu ganhar

mais consumidores querem adquirir

mais visibilidade à sua imagem por aqui. produtos que combinam tradição e A tradicional marca, fundada nos Estados

tecnologia. A moto de alta cilindrada é

Unidos em 1903, já possuía uma linha de um desses novos sonhos de consumo. E montagem em Manaus desde 1999, mas

queremos tirar proveito do crescimento

a distribuição dos modelos ficava a cargo

desse nicho de mercado.

do Grupo Izzo. Com o fim da parceria de P - Qual é a estratégia da Harley para 18 anos, a Harley optou por retomar o

deixar seus consumidores satisfeitos?

controle da comercialização de suas mo- R - Como consequência desse novo contocicletas. Em pouco mais de um ano de texto econômico no Brasil, presenciamos autonomia reconquistada, a fabricante já uma verdadeira invasão de fabricantes abriu dez concessionárias em todo o país de motos de alta cilindrada no mere planeja inaugurar mais sete revendas cado nacional, muitas até com novas até o final deste ano. Além disso, cons- unidades de montagem em Manaus. truiu uma nova linha de montagem na

Para se diferenciar da concorrência, a

Zona Franca de Manaus. Na entrevista, Harley foca na qualidade dos serviços Longino Morawski fala sobre as ambições

oferecidos aos clientes. Além de um

da marca para o mercado nacional após

produto com tecnologia de ponta e alta

a conquista da independência no Brasil. qualidade de acabamento e produção, eles exigem um atendimento rápido e P - Quais são as mudanças mais signifi- atencioso quando precisam retornar cativas na filosofia da Harley-Davidson

à concessionária. Por isso fazemos

para o Brasil?

questão de trabalhar para aperfeiçoar a

R - No ano passado, a Harley-Davidson

disponibilidade de peças. O novo centro

Fotos: divulgaçÃO


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veículos

Jornal do Meio 640 Sexta 18 • Maio • 2012

Jogo limpo por Augusto Paladino

A BMW “se tocou”

Foto: Divulgação

e apresentou os novos carros que serão utilizados no evento. Agora, a patrocinadora oficial do evento cederá à organização veículos com motores diesel, elétricos, híbridos, e ainda motocicletas e bicicletas elétricas. Além dos Séries 3 e 5 da linha EfficientDynamics, a lista de 4 mil carros ainda é composta por modelos da Mini, todos com índices de emissão de poluentes abaixo de 120 g/km de CO2, o limite determinado pelo comitê organizador.

BMW Série 3 Londres 2012


veículos

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Suprassumo inglês por Augusto Paladino Foto: Divulgação

Não contente com o alto luxo das versões topo do XJ, a Jaguar lançou em Pequim uma versão ainda mais luxuosa do sedã. A Ultimate adiciona toques de requinte e esportividade ao modelo, que ganhou mudanças por dentro e por fora. Rodas de 20 polegadas em dois tons, novas ponteiras no escapamento e emblemas alusivos à versão adornam os para-lamas. No interior, bancos em couro com massageadores embutidos e aquecimento, duas telas nos encostos dos bancos dianteiros para exibição de filmes e TV, iPad incluso e até um porta-garrafas de champagne aumentam a exclusividade. Sob o capô, os já conhecidos 3.0 V6 diesel ou o V8 Supercharger de 5.0 litros a gasolina.

Jaguar XJ Ultimate

Notícias

automotivas por Augusto Paladino

De vento em popa – Apesar da crise na economia europeia, a Aston Martin não tem do que reclamar. A fabricante de esportivos de luxo contabilizou 7% de crescimento em 2011, com US$ 817,3 milhões – cerca de R$ 1,5 bilhão – de receita no ano passado, o maior número desde 2008. As boas vendas no Oriente Médio e China impulsionaram o crescimento, onde surpreendentemente o esportivo milionário One-77 foi um dos maiores responsáveis pelo salto. Em 2011, a Aston Martin vendeu 4.200 carros. Para 2012, as previsões são positivas e desde o Salão de Genebra, que aconteceu em março, a marca já registrou US$ 122 milhões – R$ 230 milhões – em vendas projetadas. Pensando pequeno – A Mercedes-Benz confirmou o desenvolvimento de um esportivo menor que o SLS AMG. O SLC terá o Porsche 911 e o futuro Jaguar F-Type na mira quando chegar ao mercado em 2015, junto com a primeira mudança no SLS. Sob o capô, motores V6 e V8 preparados pela AMG e instalados na dianteira. O novo carro é um dos 10 novos lançamentos e 22 remodelações previstas pela Mercedes para os próximos três anos. O SLC deverá custar cerca de 90 mil euros, ou R$ 230 mil. Pedigree italiano – Em busca de uma maior integração entre as marcas que compõem o Grupo Fiat, a Maserati será a responsável pela fabricação do pequeno Alfa Romeo 4C. As 2.500 unidades previstas para serem produzidas por ano do esportivo compacto sairão da fábrica de Modena, na

Itália. O cupê de dois lugares terá um motor 1.8 litro turbo com injeção direta para gerar 220 cv, montado em posição central. A produção começa no primeiro semestre de 2013 e cada unidade custará cerca de 50 mil euros – R$ 125 mil. Fim do caminho – A PSA Peugeot Citroën enfim encerrou a produção do Xsara Picasso fabricado em Porto Real, na região Sul Fluminense. O modelo foi o primeiro carro a ser fabricado na unidade ainda em 2001 e sai de cena para liberar espaço na linha de montagem para outros modelos. A Citroën já tentava aos poucos transferir as vendas do Xsara Picasso para o mais moderno C3 Picasso, cuja versão mais em conta já era vendida por praticamente o mesmo preço – pouco menos de R$ 50 mil. A minivan recentemente somou 100 mil unidades vendidas em 10 anos de mercado, mesmo tendo passado por apenas uma leve mudança no visual, em 2007. Classe esportiva – A BMW estuda a criação de uma versão esportiva do Série 7. O maior sedã da marca deverá ganhar a preparação especial da divisão Motorsport – ainda não foi definido se resultará num M7 ou num Série 7 M Performance. Atualmente a variante mais potente é a topo 760Li, com um V12 biturbo de 544 cv, o que indica o nível de performance esperado para o novo modelo. Além dele, a Alpina – preparadora alemã especializada em BMW – criou em 2010 o B7, com o V8 biturbo calibrado para 507 cv e modificações na suspensão para um comportamento mais “nervoso”.


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Coração novo por Augusto Paladino

A Toyota enfim se me-

Foto: Divulgação

xeu e atualizou o motor diesel da gama Hilux e SW4. Os utilitários mantiveram o 3.0 D4-D já utilizado, mas agora ele está de acordo com as normas nacionais do Proconve L6, equivalentes à Euro 5 para motores diesel em utilitários. A atualização – que incluiu o sistema EGR de recirculação de gases do escapamento, o que reduz a emissão de poluentes – fez a potência saltar de 163 cv para 171 cv e o torque de 35 kgfm para 36,7 kgfm. Além do propulsor, a picape ganhou um novo câmbio automático, com cinco marchas. Esta transmissão também deixa de ser exclusiva da versão topo SRV da Hilux, podendo equipar também a intermediária SR. Por fim, o antigo motor 2.5 diesel que vinha nas versões básicas sai de cena. Agora o modernizado 3.0 é o único disponível com esse combustível.

Toyota Hilux e SW4 2012


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por Rodrigo Machado/Auto Press

Depois de consolidar sua imagem no Brasil com versões caras e potentes, a marca inglesa Mini – controlada pela germânica BMW – jogou para a variante mais simples, a One, a missão de aumentar seus negócios por aqui. A ideia era ampliar em 40% as vendas. Mas, passados dez meses, não foi bem o que aconteceu. As versões Cooper, mais caras e equipadas, mantiveram o mesmo patamar – cerca de 200 unidades mensais. Já a One fechou o ano passado com apenas 15% de participação na linha. No primeiro quadrimestre de 2012, foram 188 unidades do One, contra 527 Mini Cooper. A culpa pelas vendas pouco expressivas pode estar na simplicidade do One. Para reduzir os preços, o carrinho não traz mais do que o essencial. Foram-se embora o ar-condicionado automático, as rodas de aro maior e o sistema de som mais sofisticado. Isso deixou o Mini básico demais para os R$ 69.950 cobrados – o preço não foi alterado, mesmo com o aumento do IPI. Ainda que a diferença seja superior a R$ 10 mil em relação ao Cooper Salt – o “degrau seguinte” na linha Mini –, a “modéstia” em termos de equipamentos parece ter espantado parte dos potenciais compradores. Na prática, em relação aos outros modelos com motor 1.6 litros disponíveis no mercado, ele traz a mais apenas controle de estabilidade, o ESP – que entre os carros de seu porte, apenas o Audi A1 tem. Talvez o público da marca esteja habituado a doses maiores de exclusividade. Apesar de ser o mais “despojado” da Mini, o One tem lá seus atrativos. O motor 1.6 litro da família Prince, desenvolvido pela BMW em parceria com a francesa PSA, é extremamente versátil e eficiente. No One ele é aspirado e rende 98 cv a 6 mil rpm e bons 15,6 kgfm, disponíveis logo a 3 mil rpm. O conjunto é capaz de levar o carrinho do zero aos 100 km/h em 10,5 segundos e à máxima de 186 km/h. O câmbio é manual de seis marchas – ainda há a opção da transmissão automática, que acrescenta salgados R$ 9 mil. Esse motor é o mesmo capaz de gerar os 120 cv das versões intermediárias Cooper Salt, Pepper e Chilli, também aspiradas – que custam entre R$ 80.950 e R$ 98.950. Com a adição de um turbo, gera os 184 cv do Cooper S, vendido por R$ 128.750, e os 211 cv do topo de linha John Cooper Works, que não sai por menos de R$ 139.950. Além da mecânica, o charmoso visual “retrô” dos modelos da marca conta muitos pontos. Por fora, apenas as rodas menores, de 15 polegadas, e o emblema “One” denunciam que se trata de um exemplar mais simples. Mas estão lá a mesma qualidade construtiva e carisma das linhas encontrados em qualquer Mini, independentemente do preço. E é justamente o valor cobrado nas concessionárias que aparentemente joga contra Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

o Mini One. Apesar do conjunto bem aprumado e boas qualidades gerais, o One cobra alto pela imagem sofisticada da marca. Para efeito de comparação, um Ford New Fiesta mexicano, equipado com um motor 1.6 de 115 cv, custa R$ 53.200. Mas, de fato, não chega nem próximo ao nível de sofisticação empregado no One. Ponto a ponto Desempenho – O 1.6 de 98 cv dá conta de empurrar os 1.110 kg do carrinho com decisão surpreendente. O torque máximo de 15,6 kfgm aparece já em 3 mil rpm e torna o modelo ótimo de acelerar. Além disso, o câmbio manual de seis marchas contribui muito na experiência positiva ao volante do Mini One. A marca de 10,5 segundos para a aceleração de zero a 100 km/h e 186 km/h de velocidade máxima são compatíveis com a potência do modelo. Nota 8. Estabilidade – O acerto dinâmico faz mesmo o Mini mais barato ter uma dinâmica semelhante à dos demais. Isso se traduz num comportamento muito neutro, mesmo quando provocado. A suspensão Multilink na traseira mantém as rodas plantadas no chão e, apesar da tendência de sair de frente no limite, o carro é bastante previsível e a boa rigidez torcional da carroceria aceita conduções mais esportivas sem perder a compostura. Nem mesmo os pneus 175/65 montados em rodas aro 15 parecem jogar contra o ótimo acerto do conjunto. Nota 9. Interatividade – O interior é bem resolvido. Os comandos estão bem posicionados e são de fácil uso, com exceção dos comandos de vidros, travas e luzes de neblina, em uma fileira de botões localizados na parte baixa do painel. É bonito, mas requer atenção para usar. Ao menos, o velocímetro digital no centro do conta-giros facilita a visualização. O sistema de som é simples e traz apenas rádio e CD, nem mesmo uma entrada USB faz parte do pacote. Mas o câmbio é dos melhores, com engates precisos, curtos e com a alavanca próxima do volante. Nota 8. Consumo – O One marcou uma média de 9,3 km/l de gasolina em circuito misto. A Mini não disponibilizou o modelo para o InMetro fazer medições. Nota 7. Tecnologia – O modelo mais simples perdeu muitos equipamentos, como o ar-condicionado digital e o sistema de som com entrada USB e conexão bluetooth, mas ainda há boa dose de tecnologia embarcada. A plataforma é relativamente recente, da segunda geração do Mini de 2006. O computador de bordo é completo, com indicadores de consumo instantâneo e autonomia. Mesmo sendo o mais barato, o modelo vem com airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS e EBD de série. A suspensão ainda é do tipo Multilink na traseira, o que melhora muito o comportamento do carro. Nota 8. Conforto – Apesar do acerto mais “durinho”

da suspensão, os pneus mais altos ajudam no conforto a bordo. Mesmo sobre asfalto de má qualidade, o carro chacoalha pouco e mantém a compostura. Os bancos têm espuma mais densa e não cansam em percursos mais longos. No entanto, há espaço suficiente apenas para os ocupantes da frente. Atrás, somente crianças se sentem confortáveis, já que o vão para as pernas e cabeça é diminuto, sem contar na dificuldade de chegar ao banco traseiro. Ao menos, os assentos dianteiros correm para frente e abrem algum espaço. Nota 8. Habitabilidade – As portas grandes e com bom ângulo de abertura facilitam o entra e sai dos passageiros. Mas o porta-malas é bem pequeno – apenas 160 litros. Há muitos porta-objetos espalhados pelo interior, são dois porta-luvas, dois porta-copos no console central e as portas têm espaços para acomodar garrafas de até 1,5 litro. Apenas o acesso ao banco de trás fica comprometido. Nota 7. Acabamento – Os materiais usados e os encaixes são muito bons. Não há exageros, como aço escovado ou imitações de fibra de carbono – até para manter o custo mais baixo. A atmosfera é simples mas de muita qualidade. Até mimos como “spots” de luz nos puxadores de porta foram mantidos e criam um ambiente agradável. Mesmo em tecido, o revestimento dos bancos é bem feito e nada passa a impressão de ser barato. Nota 8. Design – É, indiscutivelmente, o maior charme do Mini. Não há como negar o carisma das linhas do carrinho, que se mantêm imaculadas desde o lançamento da segunda geração, em 2006, que não difere muito da primeira da “era BMW”, de 2001. Os faróis redondos, lanternas traseiras pequenas e teto quase plano fazem uma interessante releitura do original e tornaram o modelo uma febre no mundo. As possibilidades de personalização, com faixas atravessando o carro e até a bandeira da Inglaterra plotada no teto, apimentam ainda mais o visual e aumentam a exclusividade do modelo. Nota 9. Custo/beneficio – Como um legítimo carro de nicho, custo/benefício não é uma das maiores qualidades do Mini One. Com um conjunto refinado e bom, mas desprovido de luxos, os R$ 69.950 que a marca pede pelo carro parecem um valor elevado. A versão fica sozinha nesse patamar, já que o concorrente mais próximo, o Audi A1 – de R$ 94.900 –, acaba sendo rival direto das versões Pepper e Chilli, mais completas, potentes e com câmbio automático como o alemão. Entre os “carros de imagem” há ainda o Hyundai Veloster. O co reano de três portas também tem motor 1.6 com 126 cv, mas é maior e mais pesado, o que o deixa em pé de igualdade com o Mini One em termos de desempenho. A Hyundai fala em R$ 60 mil para o Veloster mais barato. Nota 5.

Total – O Mini One somou 77 pontos em 100 possíveis. Impressões ao dirigir Mesmo com a redução de equipamentos e uma decoração externa bem mais discreta que os outros modelos da gama, o Mini One certamente atrai olhares curiosos e interessados na rua. O desenho simpático é um dos pontos altos do carrinho, que parece não se cansar com o passar dos anos. Está lá toda a genética da BMW, explicitada pelo ótimo acabamento e acerto dinâmico do modelo. O 1.6 litro perdeu 22 cv em relação ao motor usado nas versões Cooper Salt, Pepper e Chilli, mas nem por isso se tornou um carro lento. O One tem boa distribuição de torque – 15,6 kgfm a apenas 3 mil rotações – o que faz do modelo um carro esperto e divertido. O propulsor parece gostar de regimes mais altos e responde com muita suavidade a todos os comandos do acelerador. O escalonamento correto do ótimo câmbio de seis marchas permite aproveitar sempre o máximo dos 98 cv, que empurram o carro com desenvoltura. Ainda que o desempenho em si não seja nada arrebatador, a sensação é muito superior e ele nem parece ser até menos potente que muitos 1.6 litro nacionais. Apesar da simplicidade geral do interior – não há equipamentos como navegador por GPS e nem mesmo uma singela entrada USB para o sistema de som –, não é difícil identificar onde boa parte dos quase R$ 70 mil foi investida. O acabamento não traz excessos, mas tem qualidade notável. O volante de dois raios destoa do ar “moderninho” do painel, onde estão os clássicos mostradores redondos, com o velocímetro enorme – e de difícil leitura – ao centro e o conta-giros na frente do motorista. Ao menos, a velocidade pode ser repetida no pequeno mostrador do computador de bordo, junto do conta-giros. O banco traseiro é quase figurativo, já que o espaço para as pernas ali é bastante reduzido. Além das aparências, uma das grandes atrações do One é o seu comportamento dinâmico. Suspensão e freios têm calibragens muito bem acertadas e são capazes de abrir um sorriso no rosto do motorista após praticamente qualquer viagem, curta ou longa. O Mini mais barato faz curva “como gente grande” e os quatro discos ventilados são mais do que o suficiente para parar o carro sem sustos. A direção é direta e torna fácil fazer a dianteira apontar para onde se quer. De quebra, as rodas menores, de 15 polegadas e calçadas em pneus de perfil mais alto, ajudam o carro a sofrer menos com a buraqueira do asfalto brasileiro. É claro que R$ 69.950 podem ser um preço alto a se pagar por um carro que pode não ser muito potente nem dos mais práticos. Mas ao menos o custo é retribuído com um padrão de refinamento digno de um BMW.


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Vitória doméstica por Augusto Paladino

Mesmo com vários lançamentos estilosos e de “raça nobre” no Salão de Pequim, quem ganhou o prêmio de melhor carro conceito do evento foi o sino-britânico MG Icon Concept. O modelo ficou à frente de concorrentes de peso como o Mercedes-B enz Concept S ty le Coupé, Lamborghini Urus e Honda Concept C. O Icon dará origem a um crossover compacto com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2013 e tem no estilo seu principal argumento. As linhas foram inspiradas no pequeno MG Spider, da década de 60, quando a marca ainda era 100% britânica – a MG foi adquirida pela chinesa SAIC em 2005.

Foto: Divulgação

MG Icon


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