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Braganรงa Paulista

Quinta 6 Setembro 2012

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jornal do meio

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para pensar

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Expediente

Salada mista indigesta Mons. Giovanni Barrese

Já abordei, há algum tempo, o fenômeno do sincretismo religioso vivido no Brasil. Por conta da mentalidade vigente, à época do nosso descobrimento, tanto indígenas como os negros escravizados eram constrangidos ao batismo e a adoção da fé católica. Os colonizadores preocupavam-se com religiosidade de fachada. Estavam longe de ver índios e negros como seres humanos. Muito menos como irmãos e irmãs marcados pelo mesmo batismo que os obrigavam a receber. Esta realidade criou comportamento religioso exterior e sacramentou outra religiosidade interna. E trouxe, igualmente, manifestações externas que, vestidas da roupagem cristã, na verdade, expressavam crenças ancestrais. Repito fato ocorrido quando de uma viagem a Salvador a serviço de uma universidade. Hospedado no belíssimo convento franciscano eu celebrava missa pela manhã. No primeiro banco, todos os dias, uma senhora idosa, cabelos brancos. Que portava fita larga do Apostolado da Oração. Pedi a um amigo professor

na universidade de Salvador que me levasse a conhecer uma celebração de candomblé. Mas que não fosse para turista. Que fosse mesmo um ato religioso. Numa noite subimos morro acima. Quem era a mãe de santo? A velhinha do Apostolado! Que ficou feliz em me ver! E pediu que abençoasse a ela, ao terreiro e ao pessoal que estava lá! E continuou a participar das missas que, por quinze dias, presidi! Ela faleceu uns dois anos depois que a conheci. Tenho certeza que entrou no céu “de botina e tudo” como dizia nosso saudoso bispo Dom Bruno Gamberini. O sincretismo, ocasionado por razões culturais, tem raízes profundas nas dores das pessoas que não foram respeitadas. O que me chama a atenção em nossos dias é um sincretismo que nasce do individualismo, do subjetivismo dos que buscam aqui e ali o que lhes interessa sem nenhum outro motivo que não seja a satisfação de suas necessidades ou anseios. Tempos atrás me procurou um casal. Desejava celebrar o casamento

religioso. Os dois batizados quando crianças. Ela cresceu em outro credo. Ele não tinha nenhuma convicção ou vivência religiosa. Por conta da namorada começou a frequentar seu culto. Disse-lhes que o coerente seria que se casassem onde frequentavam. Para casar-se no rito católico era necessário que pelo menos um fosse católico. Havia necessidade de uma preparação para conhecer os fundamentos da fé e para assumi-la pessoal e comunitariamente. Abri a possibilidade de um acompanhamento que oferecia ocasião para dirimir dúvidas, elucidar os porquês, discutir as não compreensões. Pedi que pensassem sobre o assunto. Dias depois fui avisado que o casamento na igreja não seria realizado. Fiquei feliz e triste. Feliz porque os namorados não caíram na arapuca de fazer celebração que seria só uma exterioridade e que seria uma violência à sua consciência. Triste porque dois batizados, por razões que fazem parte de suas vidas, ou não foram bem evangelizados ou

optaram por uma visão distorcida do que é seguir Jesus Cristo. Não é incomum encontrarmos pessoas batizadas que ou não assumem a dimensão comunitária, eclesial da fé ou juntam à fé católica uma serie de outros condimentos vindo de outras crenças, superstições... Estamos para iniciar, em outubro, o Ano da Fé, proposto pelo Papa Bento XVI. Os objetivos são tornar os cristãos católicos competentes no conhecimento do que significa essa fé e resgatar a própria catolicidade. Porque sabemos que boa parte dos que se declaram católicos são só de recenseamento. Há uma enorme quantidade de católicos nominais. Não entro aqui na valoração das pessoas. Só questiono o fato de desejarem, por exemplo, batizar filhos, casar-se na igreja, sem que tenham nada a ver com a comunidade de fé. Para muitos o prestar culto a Deus celebrando a missa, especialmente no sábado ou domingo, não causa preocupação. Vai-se a missa quando se tem vontade, quando dá certo, quando não há nada que atrapalhe.

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

Por isso a facilidade da salada mista religiosa. Que é indigesta, embora doce ao paladar, porque corrói a verdadeira consciência do que significa seguir Jesus Cristo e caminhar como Igreja. Do jeito que ele ensinou. Do jeito que ele quis. E é bom lembrar que a Igreja é dele. Ele a dotou de meios e auxílios para nosso caminhar com Ele. A mistura de práticas falseia o compromisso do anúncio do Evangelho. Acaba-se anunciando mercadoria de consumo. Ao gosto do freguês. E que não compromete. Simplesmente se consome para satisfazer necessidades do momento. Muito pouco diante Daquele que morreu na cruz!


informática & tecnologia

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Cotidiano computadorizado Computador vai se mesclar com objetos do cotidiano, primeiro passo foi dado pelo Google, que desenvolve óculos futuristas

por BRUNO ROMANI /FOLHAPRESS

Os computadores pessoais estão mudando de cara. Em um futuro nem tão distante, eles não ficarão sobre a mesa ou dentro do bolso. Os dispositivos assumirão a forma de roupas, joias, acessórios e até tatuagens. Soa como filme de ficção científica, mas atualmente empresas, universidades e hackers trabalham para desenvolver uma classe chamada de computadores vestíveis (conhecidos em inglês como “wearables”). O primeiro passo para a popularização foi dado pelo Google em abril, quando anunciou que está trabalhando em óculos futuristas. O acessório roda Android, tem processador e memória, sensores de GPS, câmera digital e uma pequena tela, que exibe informações diretamente para os olhos do usuário. “Os vestíveis serão a norma”, disse à “Wired” Babak Parviz, um dos responsáveis pelo projeto. Antes do Google, o pesquisador trabalhava na Universidade de Washington na criação de uma lente de contato capaz de exibir informações transmitidas pela internet, que chegou a ser testada em coelhos. Outros gigantes também estão de olho nesse mercado. No começo de julho, a Apple registrou patentes de óculos futurísticos. Na mesma semana, a Olympus anunciou um produto parecido. Ele se conecta via Bluetooth ao celular e exibe informações. A Nokia foi mais longe e registrou a patente de uma tatuagem eletrônica que vibra quando há ligações telefônicas ou mensagens SMS. Já disponíveis no mercado, alguns produtos voltados para o esporte são roupas e pulseiras. A Adidas, por exemplo, vende uma espécie de sutiã com sensores embutidos que captam batimentos cardíacos e calorias perdidas. As informações são enviadas para o smartphone. Em janeiro,durante a CES, maior feira de eletrônicos do mundo, diversas empresas apresentaram produtos, como jaquetas e relógios com computadores integrados. “Acredito que os vestíveis serão populares entre sete e dez anos”, diz Patrick Moorhead, presidente da consultoria Moor Insights and Strategy. “Será quando as pessoas que podem pagar por eletrônicos básicos poderão comprar vestíveis.” Atualmente, a categoria é estudada e implementada em situações especiais, como na reabilitação de deficientes ou como acessório militar. Forças especiais do Exército americano já usam óculos que exibem informações, como localização.

O foco para o consumidor final deverá ser a comunicação e o entretenimento. Imagine como a vida melhoraria se os seus óculos identificassem alguém que você conhece mas não lembra de onde (como fazia o personagem de Arnold Schwarzenegger em “Exterminador do Futuro”). “Vestíveis são o último passo antes de computadores implantados, que atualmente têm difícil aceitação”, diz Moorhead.

Beca tecnológica Conheça alguns projetos de computadores vestíveis O QUÊ Anel que comanda e se comunica com o Google Glass DESENVOLVEDOR Google ESTÁGIO ATUAL Patente registrada DESENVOLVEDOR Universidade de Munique e Universidade de Toronto O QUE Tênis com sensor que capta gestos para controlar smartphones STATUS Protótipo O QUÊ Macacão que se conecta a um chip no cérebro e permite que deficientes andem DESENVOLVEDOR USP São Carlos ESTÁGIO ATUAL Chip em desenvolvimento O QUÊ Par de óculos capaz de registrar imagens e projetar informações na lente DESENVOLVEDOR Google ESTÁGIO ATUAL Protótipo O QUÊ Sutiã com sensores que monitora batimentos cardíacos e calorias perdidas DESENVOLVEDOR Adidas ESTÁGIO ATUAL Disponível no mercado O QUÊ Jaqueta que avisa sobre ligações telefônicas e tem caixas de som e microfone DESENVOLVEDOR Motorola ESTÁGIO ATUAL Protótipo O QUÊ Arma de fogo que dispara apenas com a luva (ou chip sob a pele) do dono DESENVOLVEDOR USP São Carlos ESTÁGIO ATUAL Protótipo Projetos no Brasil focam recuperação física O desenvolvimento de vestíveis no Brasil se concentra nas universidades e visa principalmente a recuperação de funções biológicas, como fala, visão e locomoção. Um dos projetos do tipo está sendo desenvolvido na USP de São Carlos. Trata-se de um chip implantado no córtex cerebral que vai comandar um exoesqueleto, uma espécie de armadura, para fazer deficientes voltarem a andar. Mario Alexandre Gazziro, um dos pesquisadores do projeto, tem outro protótipo na área: armas de fogo que disparam só

quando em contato com um chip implantado sob a pele ou embutido em luvas. Rachel Zuanon, fundadora de uma empresa especializada em vestíveis, criou uma espécie de colete para jogar usando sinais neurofisiológicos. Se o jogador está muito agitado, a vestimenta vibra para exigir sua concentração. “NeuroBodyGame”, porém, não está à venda e tem caráter artístico. “A estabilização da economia brasileira deve criar demandas por produtos estruturados pelas tecnologias digitais e ubíquas”, diz Luisa Paraguai, professora de pós-graduação da Universidade Anhembi Morumbi e artista responsável por instalações com computadores vestíveis. A arte nesse campo levou o trabalho de Ricardo Nascimento para exposições no exterior. Entre os projetos está um vestido com sensores e caixas de som embutidos que exploram a música de Taiwan. (BR) Pioneiro alega que foi agredido por funcionários de lanchonete Chamado de “pai da computação corporal”, o canadense Steve Mann, professor da Universidade de Toronto, alegou ter sido agredido no dia 1º de julho por funcionários de um McDonald’s de Paris. Um deles

teria tentado arrancar de sua cabeça seu óculo de realidade aumentada. O dispositivo, chamado EyeTap, foi criado pelo pesquisador e fica permanentemente acoplado a seu crânio, mantendo uma câmera digital à frente de seu olho direito. São necessárias ferramentas especiais para removê-lo. Mann teria mostrado uma carta médica para justificar o uso do óculo. Um dos agressores teria rasgado o documento e empurrado Mann para fora da lanchonete. O óculo teria sido danificado. Mann disse ter recorrido à web para dar mais atenção ao caso, chamado por alguns jornais de “o primeiro crime de ódio cibernético”. “Não quero dinheiro -quero o óculo consertado. Também seria legal se o McDonald’s se interessasse em bancar pesquisa para deficientes visuais.” A franquia americana negou qualquer tipo de interação física entre os funcionários e Mann. “Funcionários da lanchonete foram entrevistados e todos expressaram que a interação com o dr. Mann foi educada”, disse a empresa em um comunicado.


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colaboração SHEL ALMEIDA

Com apenas oito anos de idade, em sua “Mas o diretor teve bom humor, soube lidar primeira experiência artística profissional, com ele, teve paciência, respeitou a idade e os o pequeno bragantino João Antônio de limites dele”, afirma. “Ele pediu para ele fazer Freitas Duarte conseguiu o que muitos alguma coisa, se não desse certo, tentavam outra sonham: aparecer durante semanas na primei- diferente, foi tudo numa boa”, conta. João era a ra posição do Top 10 da MTV. João é a estrela única criança participando da produção do clip. do clip “Mi vida eres tu” da banda Vanguart e Como forma de fazê-lo sentir mais confortável, para o vocalista Hélio Flanders, o garoto é uma convidaram pessoas do seu convívio para fazer unanimidade. “As pessoas a figuração. O pai aparece podem não gostar do clip, com um grupo de pessoas Ele era bem mais novo do que correndo atrás de João, podem não gostar da banpretendíamos, mas sabíamos no final. Além disso, a tia da ou da música, mas do João todo mundo gosta”, que o carisma dele valeria o Paula Duarte e a professora afirma. A confirmação do de teatro Aline Araújo são sucesso do vídeo veio em risco. E deu muito certo. Ele é a as mulheres que dançam forma de indicações para estrela do clip” com ele nas cenas dentro a premiação da emissora do bar. “Na cena em que Hélio Flanders musical, o Vídeo Music ele dirige, ele estava no Brasil, ou VMB. O Vanguart colo do Quique”, conta foi o artista com o maior número de indicações Jerusa. Ela também participaria da gravação, ao prêmio, seis no total, incluindo clip do ano. A mas por causa de problemas com a agenda, Paula primeira fase da competição, de eliminatórias, ficou encarregada de substituir a cunhada. “Pra consagrou a banda, que conseguiu se classificar ele foi muito mais fácil filmar com a Paula e a em todas as categorias as quais foi indicada. Aline, do que seria com uma atriz que ele não Agora é aguardar a entrega dos prêmios, que conhecesse. Na cena em que ele aparece com a acontece no próximo dia 20 de setembro, para Paula, ele está tão a vontade que dá pra ver os descobrir a opinião da crítica. Os pais de João, dois conversando e ele rindo”, fala. O resultado Quique Brown e Jerusa Magrini, contam que a ficou tão bom e natural, que a cena funciona família estará presente no evento. Ansioso com muito bem no contexto do clip. A espontaneio a possibilidade de subir ao palco junto com a dade de João também é vista na cena em que ele banda, João se anima. No começo, segundo a aparece em frente ao espelho. Segundo Jerusa, mãe, não foi bem assim. “Quando as pessoas ele começou a pular e o diretor resolveu usar a o reconheciam ele ficava com muita vergonha, brincadeira no clip. chegava até a ficar encolhido”, fala. Isso porque, Brincadeira entre o clip ser lançado no site da MTV e chegar até o Top 10, levou um tempo. Nesse período, João diz que gostou de fazer de conta que dirigia apenas amigos de Jerusa e Quique, que é músico o carro, mas o que ele mais gostou mesmo foram da banda Leptospirose, tinham percebido que era as cenas de luta com os integrantes da banda João o garoto do vídeo. “Quando os amiguinhos (cenas que aparecem apenas em fotografia). Mas dele começaram a ver o clip também e comen- nem tudo achou divertido. Jerusa conta que um tar, aí ele relaxou”, fala Jerusa. “As meninas e a amiguinho do filho ficou mal de ver a cena. “Ele molecada mais velha vinham pedir, autógrafo, levou a sério. Disse que iria brigar com os caras que brigaram com o João”, ri. “Aí o João explicou aí ele gostou”, ri. que era briga de mentira e ele entendeu”. Já, Diversão Júlio, o irmãozinho de João, de quatro anos, não De acordo com Hélio Flanders, a banda e o acreditou quando viu o irmão na TV. “Ele ficou diretor do clip, Renato Spencer, procuravam numa alegria só. Agora diz que quer fazer um clip por um garoto que parecesse com o vocalista. também”, brinca Jerusa. Mas quem ajudou João “Eu já conhecia o Quique, quando vi fotos do a entender como deveria ser feita a cena em que João, convidei para um teste”, conta. “Ele foi aparece beijando a própria mão foi o cãozinho tão bem que decidimos por ele na hora, nem da família, Bóris. “O diretor pediu pra ele beijar testamos outros garotos”, fala. Na época. João a mão, mas ele não sabia como tinha que fazer, tinha apenas sete anos, e a produção procurava afinal ele só tinha sete anos. Aí eu falei pra ele por alguém de pelo menos nove. “Ele era bem fazer igual ele faz com o Bóris. Aí ele entendeu”, mais novo do que pretendíamos, mas sabíamos se diverte. Para Hélio, o garoto tem futuro como que o carisma dele valeria a risco. E deu muito ator, se assim for de interesse dele. “O João foi um certo. Ele é a estrela do clip”, diz. “Sem ele o clip herói. Todo mundo da produção ficou apaixonado não seria o mesmo, ele foi muito profissional”, por esse menino”. afirma. “Se esse clip é sucesso hoje é graças ao A banda Vanguart é formada pelo vocalista Hélio João e ao Ricardo Spencer. Esse clip é deles”, Flanders, o guitarrista David Dafré, o baixista enfatiza. Jerusa diz que a escolha de fazer ou Reginaldo Lincoln, o tecladista Luiz Lazzatoto o não o clip foi totalmente de João. “Pra gente foi baterista Douglas Godoy e a violinista - e nova uma surpresa o convite. A primeira coisa que integrante - Fernanda Kostchak. Em 2005 o Vanfizemos foi perguntar se ele realmente queria guart começou a tocar em festivais independentes fazer. Se não quisesse, não iriamos impor. Depois pelo Brasil. Tocaram em Bragança em 2006. Em ligamos pra Aline, que a professora de teatro 2007 lançaram o primeiro disco e passaram a dele na escola, pra saber o que ela achava. Ela ser conhecidos como um dos melhores shows da disse que ela ia curtir, mas que só deveria fazer Virada Cultural Paulista. Em 2011 os próprios se fosse saudável para ele”. Todo processo de músicos produziram o álbum “Boa Parte de Mim gravação, que durou quatro dia, foi tranquilo Vai Embora”, que traz a música “Mi Vida Eres Tu”, e acompanhado de perto pelos pais de João. cujo clip dirigido por Ricardo Spencer e estrelado “A produção soube lidar com ele, davam um por João Antônio concorre na categoria clip do tempo quando era preciso, consultavam eu e o ano no VMB 2012. O Vanguart concorre ainda Quique em cada coisa diferente que pensavam como melhor banda, melhor música, melhor disco, em fazer”, fala. “Rolou um pouco de estresse, artista do ano e melhor capa de disco. Para mas só por causa do cansaço, foram 14 horas saber mais sobre a banda e assistir o clip de gravação por dia, pra ele é puxado”, explica. com João, acesse: www.vanguart.com.br

Foto: arquivo pessoal

O carisma a espontaneidade o ajudaram a participar do clip. “Ele foi tão bem que decidimos por ele na hora, nem testamos outros garotos”, fala Hélio Flanders.

Meses depois da gravação do clip, João já se acostumou a ser reconhecido na rua como o “garoto do clip do Vanguart”.


teen

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Causa ganha

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O criminalista Alberto Toron fala sobre as leis que devem reger a carreira de um bom advogado

por MILLOS KAISER /FOLHAPRESS

Antes de começar o papo, Alberto Toron, 53, pede um minuto para ir escovar os dentes. “É que almocei um quibe e uma coxinha hoje. O almoço de todo advogado bem-sucedido”, brinca. Caio Felga, 20, Patrícia Curci, 21, Júlia Araújo, 18, e Manoela Pratti, 19, dão risada. Os quatro, que recém entraram na faculdade de direito, participaram da série “Choque de Realidade”, em que o “Folhateen” leva estudantes para esmiuçarem detalhes de várias profissões com expoentes das respectivas áreas. Toron, que tem 30 anos de carreira, é um dos advogados criminalistas mais conhecidos do Brasil. Auxiliou, por exemplo, o Ministério Público na acusação contra Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais, em outubro de 2002. “E por que direito criminal?”, foi a primeira pergunta dos jovens. De família judia, filho de um imigrante grego com uma brasileira, Toron cresceu no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. “Da minha sacada, via muito policial batendo no povo. A violência, sobretudo a praticada por agentes do Estado, me marcou para sempre. Por isso escolhi a área criminal”, revela. Sua graduação foi feita na PUC-SP. Ele hoje disputa a presidência da OAB-SP. Culpados e inocentes Em seu quinto e último ano de faculdade, Toron começou a estagiar no escritório de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e também advogado criminalista. Foi quando começaram as adequações a que todo estudante de direito tem de passar já no começo da carreira. “Eu tinha um puta cabelão, uma barba enorme. Tive que cortar tudo e ficar com o visual caretinha de advogado.” Apesar do terno e da gravata, direito nada tem a ver com glamour. Prova disso são os casos escabrosos que um advogado tem de defender. Toron gosta de lembrar de um deles em especial, em que atuou como defensor público de um pai que supostamente

havia estuprado e jogado a filha de apenas sete anos pela janela do 18º andar. Enojado, Toron tinha dificuldade até em conversar com o homem. O suspeito passou dois anos e meio preso, até que, conversando com uma testemunha, o advogado teve uma revelação: o homem era inocente. Convicto disso, convenceu o júri com sua tese. O pai foi absolvido. “Foi quando aprendi que o papel do advogado é defender e acreditar na inocência de seu cliente. Não nos cabe acusar nem julgar. Para que se cumpra o devido processo legal, temos que defender um cliente até se esgotarem as possibilidades.” “Muita gente diz que advogado é tudo malandro. O que

acha disso?”, provoca Júlia. “Fiz uma pesquisa que mostrou que advogados são mais detestados do que políticos. Realmente, há muitos profissionais que mentem para seus clientes. Cabe à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) puni-los”, responde. E ele confessa: já livrou gente culpada de ir em cana. “Processualmente, se é possível defender a pessoa, é dever do advogado fazê-lo.” Para ele, fatores ideológicos podem influenciar a conduta de um advogado. “Mas até certo limite”, ressalta. “Não vão matar uma testemunha para provar seu ponto de vista, pelo amor de Deus”, encerra, rindo. Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress

Da serie conversando com um grande profissional da área, os jovens estudantes de Direito (da esq. para direita): Patrícia Cursi, Manoela Pratti, Alberto Zacharias Toron, advogado criminalista, Caio Felga e Julia Araújo

antenado

Inglês emula Conan Doyle e recria

Sherlock Holmes por ANDRÉ BARCINSKI/FOLHAPRESS

Os fãs do escritor britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) e de sua maior criação, o detetive Sherlock Holmes, ficaram apreensivos quando foi anunciado que os herdeiros de Conan Doyle iriam permitir pela primeira vez que um escritor fizesse um novo romance estrelado pelo famoso investigador. O escolhido foi o autor inglês Anthony Horowitz, 57, famoso por sua série juvenil protagonizada por Alex Rider, um espião adolescente. O resultado não poderia ter sido melhor: para surpresa de muitos, Horowitz fez um livro -”A Casa da Seda”- que não só agradou aos fãs de Holmes, como periga torná-lo um personagem popular com leitores mais jovens. “A Casa da Seda” traz o detetive e o Doutor Watson às voltas com um mistério envolvendo um colecionador de arte. Divertido e escrito num estilo bem parecido com o de Conan Doyle, o livro faz alusões a personagens e situações de outras histórias do investigador inglês. Horowitz, um fanático pelos livros de Conan Doyle desde que ganhou a coleção completa das histórias de Sherlock Holmes, aos 17 anos, diz que nunca poderia esperar ter sido escolhido. “Eles [os responsáveis pelo espólio de Conan Doyle] me procuraram do nada, eu não imaginava que eles tinham a ideia de publicar um novo livro com o personagem”, revelou o escritor. Horowitz conta que só fez uma exigência: não sofrer nenhum tipo de interferência durante seu processo criativo. “Só exigi que me deixassem em paz para criar a história. Queria fazer uma trama nova e ori-

Em ‘A Casa da Seda’, Anthony Horowitz retoma aventuras do famoso detetive

foto:divulgação

ginal, que não parecesse um mero pastiche ou uma homenagem.” Questionado sobre a dificuldade de emular o estilo de um escritor tão conhecido quanto Conan Doyle, Horowitz diz: “Desde muito jovem, fui inspirado pela genialidade de Conan Doyle e por seu estilo, que conheço bem”. “O que Doyle criou é um presente para qualquer escritor, um mundo brilhantemente imaginado, com personagens inesquecíveis e uma atmosfera única”, resume. As suspeitas iniciais dos fãs de Sherlock Holmes, no entanto, não parecem ter preocupado o autor. “Eu botei na cabeça que não iria receber nenhuma carta de fãs revoltados com o livro.” E foi o que aconteceu: “Até os fãs mais radicais parecem ter gostado. Eles reconheceram as menções a outras histórias de Holmes e sentiram que o livro foi escrito por alguém que realmente conhece e respeita a tradição da obra de Conan Doyle”. O autor espera que o sucesso de “A Casa da Seda” inspire leitores jovens a conhecer a obra de Conan Doyle: “Seria fantástico se meu livro ajudasse uma nova geração a descobrir os livros antigos”. E revela que gostou tanto da experiência que pensa em fazer um livro com outro personagem que admira, o espião James Bond. “Se me convidarem, eu faço.” A casa da seda Autor Anthony Horowitz Tradução Maria Luiza Borges Editora Zahar Quanto R$ 36,90 (272 págs.)

Adam Scourfield


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Delícias 1001

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Acompanhamentos para deixar seu almoço mais gostoso

Por deborah martin salaroli

Toda casa brasileira tem por muitas vezes como refeição o tradicional arroz com feijão, delicioso por si só. Mas devemos criar mais para fugir do óbvio. São diversas as opções de acompanhamentos. Separei aqui três, que ajudarão certamente a surpreender a sua família.

Batata gratinada Para incrementar um jantarzinho, essa receita é de preparo muito rápido e é simples demais. Acompanha bem qualquer prato, desde um simples filé acebolado até em sofisticado cordeiro. Mesmo com creme de leite entre os ingredientes, vale a pena nos dar ao prazer de saborear algo tão clássico e delicioso. Pique grosseiramente 5 fatias de bacon e leve ao fogo numa panela para derreter. Então, acrescente ½ cebola ralada e refogue bem. Misture, fora do fogo, com 500g de batatas descascadas e raladas em ralo grosso, sal e pimenta do reino. Acomode num refratário e regue com 1 xícara de creme de leite fresco temperado com noz moscada. Polvilhe com queijo ralado e leve ao forno por 30-40 minutos.

Chutney de maçãs Para acompanhar uma carne assada, principalmente uma carne suína, este ‘chutney’ é genial. Mistura de sabores, azedo, ácido e doce, ele brinca com nosso paladar. Receita simplificada e fácil de fazer. 3 maçãs verdes (ou daquelas bem azedinhas) descascadas e fatiadas fininho ½ xícara de vinagre branco 1 xícara de açúcar 1 colher (sobremesa) mostarda 1 colher (sopa) gengibre ralado 2 cebolas pequenas raladas 1 dente de alho moído

1 pimenta dedo-de-moça picadinha, sem as sementes 125g uvas passas sem sementes Coloque numa panela grande tudo, menos as uvas passas, por 1 hora no fogo bem baixo e mexendo de vez em quando. Então, adicione as uvas passas e cozinhe por mais 15 minutos. O chutney estará pronto quando você colocar um pouco numa colher e ele não ‘escorregar’. O líquido estará quase seco. Pode-se conservar em potes de conserva, na geladeira.

Tomates recheados

Fotos: delícias 1001

batata gratinada

Como variar com o tomate??? A gente vira, vira e cai de novo na salada. Pensei em mudar um pouco a cara do coitado. Pesquisando meus guardados, encontrei essa receita aqui. Muito fácil de fazer... Pegue 5 tomates maduro, corte suas tampas e retire as sementes com uma colher. Tempere-os com sal e pimenta do reino. Reserve. Numa panela, em separado, aqueça um pouco de óleo e frite ½ cebola ralada. Acrescente 1 xícara de frango refogado e desfiado e um pouco de manjerona picadinha. Tempere com sal e prove. Recheie os tomates com pedacinhos de queijo fresco, a mistura de frango, mais queijo e regue-os com azeite. Leve ao forno por 15 minutos, até cozinharem e gratinarem. Deborah Deborah martin salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www. Delicias1001.Com.Br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para Delicias1001@uol.Com.Br

chutney de maças

tomate recheado


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Seus direitos e dever

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A contribuição do cidadão na

organização das eleições Por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

Diversas são as etapas da organização das eleições, sendo em sua maioria, atribuídas à Justiça Eleitoral. Podem ser destacadas, dentre outras, a organização das secções eleitorais e lugares de votação, a nomeação das mesas receptoras, do processo de votação e apuração dos votos, além da proclamação dos eleitos e da diplomação. A organização das mesas receptoras de votos é uma destas etapas que interessa ao eleitor mais diretamente, haja vista que cada mesa é constituída de mesários nomeados pelo juiz eleitoral da zona a que pertence a respectiva secção. Segundo dispõe o art. 120 do Código Eleitoral, cada mesa receptora de votos será constituída por seis membros: um presidente, primeiro e segundo mesário, dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral sessenta dias antes da eleição. Todos conhecidos e tratados como genericamente como mesários. A legislação veda que determinadas pessoas componham a mesa receptora. São elas: candidatos, seus cônjuges e parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau; membros de diretórios de partidos políticos que exerçam função executiva; autoridades e agentes policiais, bem como funcionários no desempenho de cargos de confiança no poder executivo; servidores da justiça eleitoral; eleitores menores de 18 anos. Os servidores da justiça eleitoral, entretanto, poderão compor mesas exclusivamente constituídas para a recepção de justificativas de ausência de eleitores ao pleito. O presidente da mesa exercerá, durante o período de votação, o poder de polícia na sua respectiva seção, podendo, para isso, requisitar a presença de força policial, se necessário. Ele será a autoridade superior durante os trabalhos, devendo zelar pela ordem do pleito, com poderes, inclusive, para retirar do recinto quem não guardar a devida compostura ou praticar ato atentatório à liberdade eleitoral. Além de seus integrantes, somente o juiz eleitoral poderá intervir na mesa. A Força Armada conservar-se-á a cem metros da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do local de votação, ou nela penetrar, sem ordem do presidente da mesa. Dentre outras, são atribuições dos mesários: manter a ordem,

para o que disporá de força pública necessária; comunicar ao Juiz Eleitoral as ocorrências cujas soluções dele dependerem; receber as impugnações dos fiscais dos partidos políticos e coligações concernentes à identidade do eleitor, consignando-as em ata; fiscalizar a distribuição das senhas; zelar pela preservação da urna; zelar pela preservação da embalagem da urna; zelar pela preservação da cabina de votação; zelar pela preservação da lista contendo os nomes e os números dos candidatos, disponível no recinto da Seção, tomando providências para a imediata obtenção de nova lista, no caso de sua inutilização total ou parcial; A atividade de mesário possui grande relevância. Ele representa o povo, é o cidadão participando efetivamente da construção da democracia. Através do mesário, o detentor do poder (o povo) fiscaliza e constrói todo o processo eleitoral, legitimando a atuação da Justiça. Trata-se, ademais, de atividade obrigatória e gratuita, podendo ser dispensada apenas quando demonstrado justo motivo pelo designado. O não comparecimento do mesário no dia das eleições sujeita-o a multa, sendo certo que ela será em dobro se em razão da ausência do mesário a mesa deixar de funcionar, bem como ocorrendo o abandono no curso da votação. As condutas, ora apontadas, ainda configuram crime, conforme prevê o art. 344 do Código Eleitoral. O tipo penal incide sobre a conduta do cidadão que não aceita (recusa) ou tendo aceitado e iniciado a execução do serviço eleitoral, afasta-se dele ou deixa-o sem completá-lo (abandona). A mesário que cumpre com a sua atribuição à contento, por outro lado, recebe algumas vantagens: direito a duas folgas por dia trabalhado. Isso vale também para eventuais treinamentos; preferência no desempate em alguns concursos públicos (desde que previsto em edital); auxílio-alimentação; utilização das horas trabalhadas nas eleições como atividade curricular complementar. Importe se faz ressaltar que os partidos políticos também possuem um importante papel na fiscalização do pleito. Em todo o processo eleitoral, desde o alistamento dos eleitores até a diplomação, é assegurado o direito de fiscalização aos partidos

políticos, coligações e candidatos. A fiscalização pelos partidos se dá por meio de fiscais e delegados credenciados junto à Justiça Eleitoral. É o fiscal eleitoral quem atua junto às mesas receptoras de votos, no dia da eleição, fiscalizando a votação, a apuração, apresentando, inclusive, impugnações. O delegado representa a agremiação partidária junto à Justiça Eleitoral, durante todo o pleito, podendo atuar no dia da eleição, inclusive apresentando impugnações perante as juntas eleitorais, durante a processo de apuração. Cada partido político ou coligação poderá nomear 2 delegados para cada Município e 2 fiscais para cada Mesa Receptora, atuando um de cada vez. A escolha de fiscal e delegado de partido político o u de coligação não poderá recair em menor de 18 anos ou em quem, por nomeação de Juiz Eleitoral, já faça parte da Mesa Receptora. As credenciais dos fiscais e delegados serão expedidas, exclusivamente, pelos partidos políticos e coligações, sendo desnecessário o visto do Juiz Eleitoral. No dia da votação, durante os trabalhos, aos fiscais dos partidos políticos e das coligações só é permitido que, em seus crachás, constem o nome e a sigla do partido político ou da coligação a que sirvam, vedada a padronização do vestuário. O crachá deverá ter medidas que não ultrapassem 10 centímetros de comprimento por 5 centímetros de largura, o qual conterá apenas o nome do usuário e a indicação do partido político que represente, sem qualquer referência que possa ser interpretada como propaganda eleitoral. Os fiscais dos partidos políticos e das coligações poderão acompanhar a urna, bem como todo e qualquer material referente à votação, desde o início dos trabalhos até o seu encerramento na Junta Eleitoral. A participação direta da população na organizacão e fiscalização do pleito confere legitimidade ao regime democrático e por isso, deve ser vista com o devido respeito e importância. Até a próxima! Gabriela de moraes montagnana Gustavo antonio de moraes montagnana Advogados


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comportamento

Jornal do Meio 656 Quinta 6 • Setembro • 2012

Curtir e chorar Compartilhar a morte de gente querida já faz parte da vida social virtual; mas esse luto on-line ajuda ou atrapalha?

por IARA BIDERMAN/FOLHAPRESS

Um agora está em um relacionamento sério, outro comeu um bolo delicioso, um já vai dormir. E aquele morreu. As pessoas falam o que quiserem de suas vidas privadas nas redes sociais. Por que não falariam da morte? Porque ninguém quer ler mensagens mórbidas espremidas entre o post da balada da noite anterior e as últimas fofocas de celebridades, argumenta a colunista americana Jenna Worth, em seu blog “Digital Diary” (diário digital), publicado no site do “New York Times”. Worth vive das redes sociais, está integrada a essa vida, mas não se sente à vontade para compartilhar o luto on-line. Já o pesquisador Alex Primo, professor de comunicação e tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, acha a coisa mais natural do mundo. “Por que a morte tem que ser privada? É uma convenção cultural. Compartilhar o luto pode ser menos estranho do que visitar um cemitério.” Mas, para quem não é usuário pesado das redes, a internet pode não ser o melhor lugar para expor a morte. “Também acho que a internet não foi feita para transar ou arranjar namorado. Mas tem gente transando e se casando pela rede. Poderiam também trabalhar o luto virtualmente”, diz o psicanalista Oswaldo Leite Netto.

Velório sem fim

No mundo on-line, há lugar para expressar dor e receber mensagens de apoio. “É natural que as redes sociais sejam usadas em momentos de perda. Podem ser de grande ajuda”, diz a professora de psicologia Maria Julia Kovács, coordenadora, na USP, do laboratório de estudos sobre a morte. Como todo novo fenômeno, é difícil julgar os desdobramentos do luto on-line. “Não acredito que a internet possa ajudar nesse processo. Quando um momento fica registrado no mundo virtual, nunca pode ser apagado. Seria como um velório que não acaba nunca”, diz a psicanalista Claúdia Arbex, do Instituto Sedes Sapientae, de São Paulo, que pesquisou os lutos que não se encerram.

Negação

Manter páginas do morto e alimentá-las indefinidamente com fotos e mensagens, a título de homenagem, é mais problemático. “Pode ser algo alucinatório, no sentido de negar o que aconteceu. É mais impactante e mórbido receber ‘atualizações’ de quem já morreu. Ficar nessa virtualidade borra os contornos do que é uma existência e do que é uma lembrança”, afirma o psicanalista Leite Netto. Alex Primo discorda: “As pessoas acham loucura escrever no perfil de alguém que morreu, porque o destinatário não está lendo. Mas talvez o destinatário seja a própria pessoa que escreve, para manter o que ela tem: a memória da pessoa que perdeu.” O abraço não acontece na tela e é precisamente a possibilidade de prestar solidariedade sem comparecer fisicamente que faz muita gente achar a internet uma boa ferramenta para viver os constrangimentos da morte. “As pessoas dizem ter dificuldade de lidar com o sentimento [da perda], querem desabafar, mas não conseguem falar cara a cara. Para elas, falar da morte no ‘Face’ é um alívio”, diz Viviane Lima, a criadora de “Lágrimas no Céu”, página do Facebook que reúne pessoas que estão

lidando com perdas. A página foi criada para um estudo que Lima faz sobre a morte na internet. Em sua pesquisa, ela tem visto que a maioria se sente mais à vontade para falar do assunto na rede do que “ao vivo”. “E isso por dois motivos: o fato de não precisar ficar cara a cara com alguém que está sofrendo e a chance de atingir outras pessoas, que você nem conhece, que estão passando pelas mesmas coisas.” Exibir a dor é uma forma de chamar a atenção para si. “Falar de morte e sofrimento é algo que mobiliza. Quem está sofrendo se sente bem em ser alvo de compaixão, mesmo que virtualmente”, diz o psicanalista Leite Netto. A possibilidade de os posts sobre a pessoa querida que morreu serem replicados e atingirem qualquer um também é um desafio para quem vai postar. “Podem ser publicadas coisas que causem danos à imagem tanto da pessoa perdida quanto da pessoa enlutada”, diz Kovács. O risco não é grande, segundo quem viveu o luto on-line, como o escritor José Ruy Gandra, que teve o post sobre a morte do filho replicado viralmente. “No Facebook, as pessoas se colocam mais, mas querem mostrar o que têm de melhor, não de pior. É mais fácil e mais comum que demonstrem a compaixão.” ‘É mais fácil escrever e usar a rede do que receber abraços’ “A primeira vez que fiquei de luto foi com a morte do meu avô. Senti muito, muito, e a maneira que achei de expressar meus sentimentos foi pela rede social. Foi minha maneira de homenagear meu avô e destilar o que senti. Com a internet, no Twitter, no Facebook, você meio que está falando sozinha. Lê quem quer. Não tem o problema de ser inoportuno. Sem falar que você não está cara a cara, consegue segurar melhor, sei lá, para não chorar. Tenho vergonha de chorar na frente das pessoas. Foi uma forma de me preservar. Foi muito mais fácil escrever e colocar na internet, não ter que dar minha cara a tapa, receber abraços. Não me senti mais exposta, como muita gente acha. Quem não é ‘heavy user’ como eu pensa assim porque não tem o costume de compartilhar a vida na internet.

Eu compartilho qualquer tipo de notícia, boa ou ruim, há anos, é uma coisa normal, rotineira pra mim. Acabei me fortalecendo mais rápido depois da morte do meu avô porque a divulgação foi ainda mais rápida. Todo mundo viu a notícia antes de eu ficar ligando. Muito mais gente me deu apoio, me senti menos solitária. Tenho 8.000 seguidores no Twitter, mais 3.500 no Facebook. Acho legal meus posts irem para pessoas que não conheço: elas nunca me viram, mas simpatizam com o que eu escrevo, criaram intimidade com o meu perfil na rede. Foram essas pessoas que acabaram me mandando mensagens, dizendo ‘se quiser conversar, estou por aqui’. Isso fez eu me sentir mais amada, mais acalentada numa hora dessas.” Amanda Armelin, 24, gerente de projetos em tecnologia O enterro das páginas Mesmo sem a senha da pessoa que morreu, a família pode proteger a página ou retirá-la das redes sociais No facebook Uma forma de manter a privacidade do usuário é transformar a conta em memorial. Nessa página, apenas amigos confirmados podem ver o perfil ou localizá-lo na busca e ninguém pode se logar na conta. O mural permanece para que amigos e parentes possam deixar suas publicações em memória do usuário. A solicitação para transformar um perfil em memorial pode ser feita pela família ou por amigos no link http://www.facebook.com/help/contact. php?show_form=deceased Membros da família ou representantes legais também podem pedir a remoção do perfil apresentando documentos que comprovem o óbito e o parentesco no link http://www.facebook.com/help/?faq=265593773453448 No orkut Qualquer pessoa pode pedir que o perfil de alguém que morreu seja removido do Orkut: não é preciso comprovar parentesco. Porém, é preciso anexar a certidão de óbito e assinar declaração atestando que as informações colocadas no pedido de remoção são verdadeiras. O pedido é feito no link http://support. google.com/orkut/bin/request. py?&contact_type=deceased

foto: Marcelo Justo/Folhapress


saúde

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Contra dengue

Com a vacina contra dengue, mais de 4.000 pacientes tailandeses foram imunizados contra subtipos da doença, afirma empresa farmacêutica. por IARA BIDERMAN/folhapress

A ciência parece finalmente ter conseguido uma vitória contra a dengue. Pela primeira vez, uma vacina contra a doença foi eficaz em testes com humanos. Em um teste clínico com mais de 4.000 pacientes na Tailândia, uma vacina experimental produzida pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur conseguiu se mostrar eficiente contra três dos quatro sorotipos da dengue. Segundo a empresa, os experimentos mostraram que houve uma resposta imune para os quatro tipos, mas ainda não foi possível bater o martelo quanto à eficiência de um deles. O objetivo da fabricante é criar uma vacina que consiga imunizar contra todas as cepas virais. Os testes com a imunização nesse sentido continuam, e há um estudo ainda mais abrangente, com cerca de 31 mil pessoas de vários países, inclusive do Brasil, em andamento. A nova vacina usa um vírus atenuado, mas ainda vivo. Uma vez no corpo, ele não chega a provocar a doença, mas gera uma resposta do sistema imunológico, que começa a produzir anticorpos. Se, no futuro, a pessoa for de fato infectada pela dengue, seu organismo já terá a defesa “memorizada”, o que evitará o avanço do vírus. Nos testes, a imunização é feita em três doses, que devem ser tomadas com seis meses de intervalo. Os resultados ainda são preliminares, mas já animaram os pesquisadores. “A dengue não tem tratamento específico ou remédio que consiga eliminar o vírus. Basicamente, são feitos cuidados para manter o paciente bem até que o ciclo da doença termine”, diz a médica Rosana Richtmann, presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia). “Por isso a vacina tem uma importância tão grande. Ela é algo que definitivamente nós estamos esperando há muito tempo”, completa ela. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 220 milhões de pessoas --mais do que as populações de Brasil e Portugal juntas-- são infectadas por ano pelo vírus. Dessas, quase 2 milhões, a maioria crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que é a mais grave e letal da dengue.

Cautela Por enquanto, os dados do estudo foram apenas divulgados pela fabricante, e não estão publicados em revista especializada. Segundo a Sanofi, isso deve acontecer até o fim deste ano. A empresa também não informou quais foram os sorotipos com imunização eficaz. “A vacina é um grande passo, mas é preciso que ela funcione

para os quatro sorotipos”, diz Alberto Chebabo, infectologista do hospital universitário da UFRJ. “O resultado, teoricamente falando, pode ser um risco aumentado de dengue hemorrágica, que acontece em geral quando a pessoa é infectada após já ter tido um outro sorotipo da doença. Se o paciente for contaminado pelo pelo vírus para o qual não houve imunização e já tiver os anticorpos por conta da vacina, o efeito pode ser semelhante”, avalia. Preparador físico comemora a possível ‘cura’ da infeção por HIV O sucesso do primeiro teste da droga vorinostat, que desmascara os vírus da Aids que escapam da terapia convencional, gerou grande otimismo entre os oito voluntários que participaram do ensaio clínico em Chapel Hill, na Carolina do Norte (EUA). Um deles se sentiu tão recompensado pelo êxito do estudo --considerado um passo crucial para uma possível cura-- que veio a público para revelar que é soropositivo, depois de manter esse segredo por 18 anos. Rob Hill, 50, começou a terapia antirretroviral logo depois de receber o diagnóstico, em 1996, e há sete anos tem níveis de vírus tão baixos no sangue que seus testes de HIV dão negativo. Depois de ter conseguido retomar a vida, o ex-DJ e ex-viciado em heroína se tornou atleta e preparador físico. Desde então, teve três namoradas: as únicas pessoas que sabiam de sua infecção pelo HIV até o mês passado.

Quando foi convidado a participar do teste do vorinostat, a droga anticâncer que desmascarou o HIV, Hill diz que encarou a oportunidade como uma missão. Mesmo com os antirretrovirais tendo devolvido sua saúde física, uma remota perspectiva de cura foi suficiente para motivá-lo a tomar a nova droga, um medicamento com efeitos colaterais que poderiam perturbar sua terapia normal. “Eu me preparei por muitos anos para fazer o que faço agora. Além desse estudo, já fui voluntário em vários outros”, conta Hill, que tem orgulho de manter forma física excepcional. “Se uma droga falha, os médicos não ficam achando que ela fracassou por causa do meu estado de saúde. Se a droga é eficaz, tem de funcionar comigo.” O vorinostat, no final de contas, não se mostrou muito tóxico em doses baixas. “Tive só um pouquinho de indigestão no começo”, diz Hill, que decidiu se voluntariar como cobaia humana não só por altruísmo. “Tenho gasto US$ 3.700 por mês com a terapia antirretroviral. As drogas que eu tomo me afetam emocionalmente.” Ele diz que agora considera sua saúde um compromisso com a equipe médica que dirige os testes clínicos, pois vai entrar na segunda etapa do teste do vorinostat na Universidade da Carolina do Norte. “Não fiz muita coisa útil no começo da vida, mas agora quero retribuir.”


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Foi com grande prazer que fotografei o ensaio pré-wedding deste

Outro detalhe bacana foi a inclusão de enormes balões amarelos

lindo casal: Maria Clara e Leonardo. Foi um dia muito gosto-

no cenário. Apesar do vento eles contribuíram para dar um ar

so e divertido. Um céu maravilhosamente azul e uma locação

diferente nas imagens. Eu achei tudo lindo e espero que vocês

exclusiva no sítio Vale do Sol onde será realizado o casamento

também curtam mais esse trabalho.

deles, somaram cores e cenários para as fotos. Claro que no começo da sessão rola uma certa timidez, mas como os dois se completam e com a direção de imagem os dois foram se soltando e renderam belíssimas imagens.


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Caderno

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veículos

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por por Luiz Humberto Monteiro Pereira/Auto Press

A Dafra nem quis tomar conhecimento da polêmica em torno da classificação legal das bicicletas elétricas. Enquanto os legisladores se digladiam, a montadora brasileira decidiu lançar uma linha com três modelos, batizadas de DBX, DBL e DB0. Cada uma deles surge com uma missão bem definida. A DBX é a bicicleta de entrada, direcionada para a famigerada Classe C. Ela custa R$ 1.990 e é para uso como meio de transporte. A DBL é um pouco mais cara, R$ 2.490, e pretende atingir um público um pouco mais sofisticado, que tenha demanda tanto para ir ao trabalho quanto para o lazer. O terceiro modelo, DB0, tem design caprichado e é mais voltada para o lazer. Ela será vendida somente pela Polishop a partir de setembro e deve custar em torno de R$ 4 mil. DBX e DBL têm projetos muito semelhantes. O tamanho é basicamente o mesmo – as duas usam rodas com aro 26 – e têm motores elétricos iguais, instalados no cubo da roda traseira com 350 w de potência. O propulsor pode dar assistência ao pedal, para reduzir o esforço do condutor, ou eliminar totalmente a necessidade de pedalar, através do acelerador instalado no punho direito. Apenas em caso de rampas superiores a 8% o condutor é “chamado” para dar uma força. Nesse modo automático, só é possível chegar até 30 km/h. A partir daí, o motor elétrico é desativado. Ambos os modelos têm assento almofadado para garupa com capacidade para “carga” de até 60 kg. Mas há duas diferenças fundamentais entre os modelos. A básica DBX tem quadro em aço e bateria de 36 V em chumbo-gel sílica enquanto a DBL tem quadro de alumínio e bateria de 36 V em lithium íon de ferro – e uma aceita trabalhar com a bateria da outra. A primeira fornece 12 Ah, tem autonomia para 42 km e é recarregada em 8 horas em uma tomada comum. A de lítio fornece apenas 10 Ah, o que reduz a autonomia para 35 km com uma carga, mas consome apenas 5 horas para recuperar a carga completa. Por causa do quadro e da bateria, a DBX pesa mais que a DBL: são 44 kg contra 32 kg, sendo que somente a bateria responde por 9 desses 12 kg de diferença. Além de mais barata, a DBX também tem um custo/benefício melhor. A bateria de lítio custa em torno de R$ 1 mil e aceita até mil ciclos de

recarga. Já a bateria de chumbo da DBX custa R$ 500 e aceita 450 ciclos. A de lítio custa R$ 1 por carga e roda 35 km enquanto a de chumbo sai a R$ 1,11 por carga e roda 42 km. Na ponta do lápis, por quilômetro rodado, a DBX fica 8% mais barato. Como é dirigida para quem realmente usa a bicicleta como meio de transporte, o preço 20% mais baixo ainda ajuda a atrair consumidores para a DBX. Ainda mais que a Dafra está criando uma linha de consórcio, em que cada uma de 36 prestações sai a R$ 55,27. Mesmo adicionando o preço da energia elétrica – a marca garante que sai em torno de R$ 0,35 para cada 100 km, o que daria menos de R$ 5 por mês para uma recarga diária. No final, o custo seria bem menor que o de utilizar transportes coletivos. Claro que tudo isso esbarra na falta de estrutura Brasil afora. Berlim, na Alemanha, é a cidade mais bem estruturada do Ocidente para as bicicletas, com 720 km de ciclovias. No Brasil, apenas a cidade do Rio de Janeiro tem alguma estrutura, com 270 km de ciclovias. Mas, em geral, as cidades brasileiras são bem pouco amistosas com as bicicletas. São Paulo, por exemplo, tem apenas 35 km de ciclovias. E quase a totalidade delas direcionada às áreas de lazer. No caso da cidade mais rica do país, aparentemente a versão mais indicada é mesmo a DB0. Diferentemente das outras duas, ela segue a lógica europeia de funcionamento. Ela não tem acelerador, pois seu motor funciona apenas como auxiliar, para aliviar a força necessária para a movimentação do pedal. A velocidade máxima é de 25 km/h – a partir daí, a assistência elétrica é desativada – e o motor é instalado no cubo da roda dianteira. Ele tem é de 24 V e 250 w de potência e a bateria, também de lithium íon de ferro, fornece 6 Ah e é totalmente recarregada em 4 horas. A DB0 é, de fato, o modelo de luxo da Dafra. Mas tem lá suas limitações. Ela tem aro 20, o que dificulta o uso em terrenos mais irregulares, o bagageiro suporta apenas 5 kg e é a de menor autonomia, apenas 25 km. O câmbio é de apenas três marchas. Mas o que realmente chama a atenção no modelo é seu design, moderno, engenhoso e atraente, assinado pelo norte-americano Robert Brad. Ela pesa 27 quilos e é dobrável, para ser transportada com mais facilidade e tem descanso central,

que a mantém em pé quando está dobrada. Foi exatamente pelo design modernoso que a rede Polishop se interessou em adquirir a exclusividade sobre o modelo. A Dafra calcula que, até o final do ano, poderá alcançar a média de vendas de 2.500 unidades mensais, na soma de todos os modelos. Isso que daria 30 mil por ano, que é exatamente a capacidade instalada pela empresa na planta de Manaus. É um número bem expressivo, levando-se em conta que em todo o ano passado foram comercializadas apenas 14 mil unidades de bicicletas elétricas no país. Mais que puro otimismo, a Dafra aposta na capacidade de venda de seus 206 concessionários e no fato de ser a primeira empresa a estruturar comercialilzação e assistência técnica em escala nacional para este tipo de veículo. A lei em vigor que rege as bicicletas elétricas é estabelecida pela resolução 135 do Contran, que iguala bicicletas elétricas aos ciclomotores, cuja regulamentação pertence à esfera municipal. Para o Contran, esta regulamentação não pode contrariar exigências legais, como habilitação e equipamentos de segurança – capacete, luzes de posição, retrovisores. Aparentemente, esta é uma daquelas leis que não pegam. Na prática, os usuários tratam a bicicleta elétrica como uma bicicleta comum: utilizam ciclovias, não emplacam os veículos, dispensam o capacete e em muitos casos são menores – e portanto, não possuem CNH categoria A ou ACC – autorização para conduzir ciclomotores. Só que a lógica dessa legislação passou a ser questionada a partir da bizonha apreensão da bicicleta elétrica conduzida pelo cinegrafista Marcelo Toscano na ciclovia da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele estava a caminho de casa quando se deparou com uma Blitz da Operação Lei Seca, que não só afunilava as pistas de rolagem como obstruía a ciclovia. Marcelo sacou sua câmara e começou a registrar a invasão. A reação dos policiais foi apreender a bicicleta elétrica e entuchar todas as multas possíveis no condutor. A partir daí, a prefeitura do Rio criou uma lei igualando as bicicletas elétricas às bicicletas comuns, desde que não ultrapassem 20 km/h e que o condutor tenha no mínimo 16 anos. Esta lei que está sendo questionada pelas autoridades de trânsito, mas no fundo ninguém parece muito empenhado em definir

uma regulamentação definitiva. Primeiras impressões São Paulo/SP – Para os mais antigos, a primeira impressão que uma bicicleta elétrica provoca é de lembrança. A velha e pouco saudosa Velosolex vem à mente. Trata-se de uma bicicleta superdimensionada com um barulhento e fumacento motor dois tempos instalado à frente do guidão. Era divertida, como costumam ser os veículos de duas rodas. Mas como obra de engenharia, era uma desastre. A memória, no entanto, é uma ilha de edição. E as bicicletas elétricas da Dafra não têm nada a ver com isso. São modernas, bastante divertidas e têm bom equilíbrio. A tendência inicial de quem conduz é tratá-las como um ciclomotor e não como uma bicicleta dotada de motor auxiliar. Principalmente nos modelos mais baratos, DBX e DBL. Afinal, eles têm um acelerador e basta acioná-los para que ela se movimente com presteza. Obviamente, elas têm limitações em relação à velocidade e à potência. Mas a ideia é que seja um veículo barato e defensável ambientalmente. Ou seja: serem parte da solução e não do problema. Por isso, volta e meia, o esforço no pedal será necessário. Mas a exigência não é daquelas capazes de melhorar ou destruir o sistema cardio-respiratório do usuário. Nem fará ninguém chegar no trabalho suando em bicas. Basta um leve impulso e pronto. São, porém, um bocado frágeis para enfrentar o agressivo trânsito nas ruas das grandes cidades brasileiras. Mesmo com luzes de posição, buzina e retrovisor. O melhor mesmo é se limitar a vias pouco movimentadas e às ciclovias. Curiosamente, o modelo menos interessante dinamicamente é exatamente o mais bonito. A DB0 tem a praticidade de ser dobrável, mas é a que exige o pedalar constante do condutor para que o motor elétrico seja acionado. Além disso, a tração dianteira causa um certo desconforto na condução. Outra coisa é que as rodas aro 20 fornecem uma estabilidade bem inferior à dos modelos de aro 26. Mas, certamente, será a DB0 que vai povoar as “novidadeiras” ciclovias de Ipanema, levando a bordo figuras bem sintonizadas com a modinha. Ou seja: gente que gosta de tirar onda. Inclusive de ser ambientalmente correta. Fotos: Divulgação


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veículos

Jornal do Meio 656 Quinta 6 • Setembro • 2012

Notícias

automotivas por Augusto Paladino/autopress

Vista para o céu – A Fiat passa a oferecer o teto

Chiclete com banana – Apesar de a Ford brasileira negar,

solar no Palio e no Grand Siena. O item, batiza-

a segunda geração do EcoSport será vendida nos Estados

do de Sky Wind, é semelhante ao Sky Dome da

Unidos. Uma unidade do pequeno SUV baiano foi flagrada

minivan Idea, mas possui apenas uma lâmina de vidro,

nos arredores de Detroit – cidade sede da marca –, o que

sobre os bancos dianteiros. O acionamento é elétrico e

aumenta os rumores da venda do modelo por lá. O carro

a peça corre por cima do teto. Ele está disponível para

já está em fase de homologação para aquele mercado e as

todas as versões do hatch e do sedã. No Palio Attractive

unidades destinadas aos Estados Unidos sairão da fábrica

1.0, o preço é de R$ 2.700, enquanto nas outras variantes

mexicana de Cuautitlan, a mesma que faz o New Fiesta,

do Palio e do Grand Siena, sai por R$ 2.900.

do qual o EcoSport é derivado. Na linha norte-americana,

Mais uma – A Chrysler deu uma prévia de uma versão

o SUV deverá se situar abaixo do Escape, atualmente o

especial de lançamento do Viper 2013. A GTS Launch

menor utilitário à venda.

apareceu no Peeble Beach Concours D’Elegance, na Cali-

Luxo mais “verde” – A Bentley confirmou que usará

fórnia, e tem como diferencial a pintura azul com faixas

motores diesel em seus próximos lançamentos. A marca

brancas no teto e capô. O motor é o mesmo V10 de 8.4

aproveitará os propulsores da Audi para tornar seus

litros, 648 cv e 82,9 kgfm de torque. Além do visual, o

carros um pouco mais “amigos” do meio ambiente. As

GTS Launch ganhou reforços estruturais – para torcer

futuras gerações de Continental, Mulsanne e o utilitário

menos – em relação ao Viper “comum”, freios Brembo,

esportivo EXP 9F deverão ter o V8 TDI de 340 cv hoje

sistema de som Harmann Kardon e ainda assim 45 qui-

usado no Audi Q7. O SUV, no entanto, ainda parece um

los mais leve, pelo uso de materiais especiais no chassi

tanto longe de se tornar real. Segundo funcionários da

e carroceria. O Viper deve começar a ser vendido até o

marca, o modelo final será bem diferente das projeções

fim de 2012.

mostradas até então. Além dos motores diesel, os luxu-

Inspiração aeronáutica – A Rolls-Royce sempre acha

osos Bentley ainda terão propulsão híbrida e um novo

um meio de adicionar ainda mais exclusividade a seus

V12 para substituir o antigo V8 de 6.75 litros.

modelos. A mais recente novidade foi mostrada no aris-

Fôlego extra – A Renault está pronta para lançar uma

tocrático Peeble Beach Concours D’Elegance. A versão

versão mais apimentada do Fluence no Brasil. O carro

Aviator do Phantom Coupé foi feita em homenagem a

se chamará Fluence GT e terá sob o capô o motor 2.0

Charles Stewart Rolls, um dos fundadores da marca. O

litros, mas turbinado para render até 180 cv. O modelo

carro é pintado na cor especial cinza Aviator, com a seção

já é vendido na Argentina, onde exibe a alcunha “Sport”.

central do capô em tom mais escuro e fosco. Por dentro,

O visual é praticamente idêntico aos Fluence normais –

detalhes únicos como o couro na mesma tonalidade da

apenas as rodas de 17 polegadas marcam a diferença para

madeira usada no painel e acabamentos em aço escovado,

a versão topo. O propulsor é o mesmo usado nos Mégane

que remetem à cabine de um avião antigo. No centro do

europeus, nos quais rende a mesma potência e bons 30,5

painel, um relógio da suíça Thommen, que no passado

kgfm de torque a 2.250 rpm, sempre ligado um

produziu instrumentos de voo para aviões.

câmbio manual de seis marchas.


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Tributo merecido por Augusto Paladino/autopress Foto: Divulgação

A Shelby resolveu fazer uma homenagem a seu criador, Carroll Shelby, falecido em maio desse ano. A preparadora transformou um Mustang GT 500 Cobra em um pequeno “monstro”, ao colocar nada menos que 862 cv sob o capô – originalmente são 662 cv –, extraídos do V8 de 5.0 litros dotado de compressor. Por fora, o carro recebeu para-lamas mais largos, rodas de 20 polegadas e um capô novo, para acomodar o compressor maior. A carroceria foi pintada no clássico azul da Shelby, com listras brancas no teto. O modelo será mostrado numa exposição intinerante pelos Estados Unidos.

Ford Mustang Shelby GT500 Cobra


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por Rodrigo Machado/Auto Press

Quando um carro é bem recebido pelo mercado, qualquer mudança ou nova versão precisa vir acompanhada de muita pesquisa junto ao consumidor. Afinal, há muito para se perder. Foi o que aconteceu com o Cobalt. O sedã da Chevrolet passa, a partir do final de agosto, a poder ser equipado com um motor mais forte – o escolhido foi o 1.8 Econo.Flex inaugurado na Spin. O novo propulsor pode ser acoplado com uma transmissões automática ou manual. Esta última opção não estava nos planos iniciais da marca. Mas teve tanta demanda nas concessionárias que acabou sendo incorporada à linha. As revendas Chevrolet não tem do que se queixar do Cobalt. Lançado em novembro do ano passado, mais de 40 mil unidades do sedã foram vendidas desde então. A média mensal foi de 5 mil exemplares, com direito a recorde de 6.400 emplacamentos no último mês. Tal receptividade foi muito melhor do que a Chevrolet projetava. Na época da apresentação, eram projetadas “apenas” 3.500 unidades mensais. Grande parte desse bom resultado pode ser creditado aos taxistas, que logo elegeram o Cobalt como “objeto de desejo”. A Chevrolet estima que 21%, ou 8.400 unidades dos 40 mil vendidos, tenham sido para a estes profissionais. E, mesmo assim, a marca diz que não tem conseguido suprir a alta demanda deste mercado. Contudo, a fabricante avisou que não há planos de criar uma configuração especial direcionada aos chamados “choferes de praça” com kit GNV – tipo de combustível adotado pelos taxistas em muitos pontos do Brasil – de fábrica. Por enquanto, as alterações se limitam basicamente ao novo propulsor. É o 1.8 Econo.Flex, o mesmo que está na minivan Spin. Ele usa a mesma arquitetura do 1.4 já usado pelo Cobalt desde o lançamento, mas foi redimensionado – principalmente para ganhar mais torque. Tanto é que a diferença de potência entre os dois nem é grande: apenas 6 cv – 102 cv no 1.4 e 108 cv no 1.8. O torque, no entanto, é 30% maior na nova versão. Sai dos 13,0 kgfm do motor 1.4 para, no 1.8, atingir os 17,1 kgfm a 3.200 rpm, nos dois casos quando abastecido com etanol. A engenharia da General Motors também trabalhou para que esta força fosse entregue em rotações mais baixas. E garante que 90% dela já está disponível em 2.500 rpm. Em relação à transmissão, a ideia inicial da Chevrolet era ter apenas a versão automática com o motor mais forte. Diversas pesquisas e dados divulgados pelo fabricante apontavam que o consumidor de classe média anseia cada vez mais por esse equipamento em seus carros. A demanda, porém, mudou os planos. O Cobalt 1.8 oferece os mesmos trens de força da minivan Spin, com direito a câmbio automático de seis marchas e manual de cinco. E cada uma tem expectativa de 50% das vendas. Além da novidade abrigada sob o capô, as versões LT e LTZ do Cobalt 1.4 se repetem no 1.8, mas com pequenas alterações. Em relação à 1.4, a de entrada ganha luzes de leitura atrás e um pequenino aerofólio – que certamente tem mais função

estética que aerodinâmica – sobre o porta-malas. A topo de linha ainda agrega volante de couro, detalhes cromados no interior, rodas exclusivas e sensor de estacionamento. O resto da distribuição dos equipamentos continua, com a LTZ tendo como principais diferenciais as rodas de liga leve, rádio, trio elétrico e faróis de neblina. Os preços para o Cobalt 1.8 LT – ainda com o IPI reduzido – são de R$ 43.690 no manual e R$ 46.690 no automático. A versão LTZ parte de R$ 46.990 e atinge R$ 49.990. A expectativa da Chevrolet é aumentar em cerca de 20% a média de comercializações mensais da linha e atingir as 6.300 unidades/mês. Mas, do jeito que o sedã caiu no gosto do público, não causará espanto se as vendas surpreenderem de novo.

Primeiras impressões

Rio de Janeiro/RJ – A adição de um motor mais potente no Cobalt era tão óbvia quanto necessária. Como era de se esperar, o comportamento de um carro de mais de 1.110 kg com um propulsor 1.4 de 102 cv e 13,0 kgfm não é dos mais animadores. E o novo e competente 1.8 Econo.Flex “emprestado” da Spin consegue mudar um pouco dessa história. O seu grande destaque é o torque de 17,1 kgfm, um “reforço” muito mais importante no trânsito urbano do que a potência propriamente dita. Desde rotações médias, o motor “enche” e consegue mover o Cobalt com alguma desenvoltura. O comportamento suave foi mantido e é fácil atingir giros altos que gradativamente levam o sedã a velocidades até animadoras. Os dois câmbios conferem comportamentos ligeiramente distintos ao modelo. O automático é claramente voltado ao conforto. Não há opções de trocas manuais atrás do volante, só por meio de botões localizados na alavanca. O sistema tenta segurar marchas mais baixas para melhorar o consumo e são necessárias pisadas profundas no pedal da direita para indicar que uma troca é necessária. A transmissão manual tem engates precisos e gostosos. É o tipo de câmbio que dá vontade de ficar trocando de marcha. O motorista pode até ficar animado para promover uma tocada mais esportiva. Mas a suspensão continua privilegiando o conforto e deixa a carroceria rolar um pouco em mudanças bruscas de direção. Nada que transmita a sensação de falta de segurança, mas certamente diminui o ímpeto esportivo. Dessa forma, o rodar é bem suave e confortável. Dá para encarar um tempo considerável ao volante sem reclamar. O interior mantém o acabamento correto e, principalmente, a ótima oferta de espaço. Dá para dois adultos viajarem atrás sem problemas de espaço para as pernas. Um quinto ficaria um tanto mais espremido no sentido transversal. Os comandos são bem posicionados, exceto pelo do retrovisor elétrico, meio distante do braço do motorista. Ao menos

na versão topo de linha, os vidros elétricos mereceriam um sistema “um toque” para subir e descer. Uma pitada de mordomia a mais agrada a qualquer freguesia... Ficha técnica Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração. Existe opção de transmissão automática de seis velocidades. Potência máxima: 108 cv e 106 cv a 5.400 rpm com etanol e gasolina. Torque máximo: 17,1 kgfm e 16,4 kgfm a 3.200 rpm com etanol e gasolina. Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,5:1. Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1. Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com braço de controle ligado a haste tensora, com molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente, com eixo de torção, barra estabilizadora soldada no eixo, molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Pneus: 165/65 R15. Freios: Dianteiros a disco ventilados e traseiros a tambor. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,47 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. Peso: 1.122 kg. Capacidade do porta-malas: 563 litros. Tanque de combustível: 54 litros. Produção: São Caetano do Sul, São Paulo. Lançamento: 2011. Itens de série: LT: Ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de aço de 15 polegadas, velocímetro digital, desembaçador traseiro, chave canivete, trava elétrica, banco do motorista e encostos de cabeça reguláveis em altura, airbag duplo frontal, ABS com EBD, grade dianteira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, vidros dianteiros elétricos, alarme e revestimento interno em dois tons. Preço: R$ 43.690 – R$ 46.690 no automático. LTZ: Acrescenta rodas de liga leve, faróis de neblina, barra cromada na traseira, rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo, espelhos elétricos e vidros elétricos nas quatro portas. Preço: R$ 46.990 – R$ 49.990 no automático. Fotos: Divulgação


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