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Braganรงa Paulista

Sexta

28 Setembro 2012

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jornal do meio

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para pensar

Jornal do Meio 659 Sexta 28 • Setembro • 2012

Expediente

Poder, dinheiro,prazer,

honestidade e fé religiosa Mons. Giovanni Barrese

Por oportuno retomo artigo escrito há alguns anos para, nesta época pré-eleitoral, lembrar alguns fundamentos do agir cristão. De certa forma estas linhas complementam a reflexão feita na semana que passou sobre candidatos cristãos católicos e protestantes. À época da primeira publicação destas linhas eu partia de um artigo do pastor batista Jessé Campos (que tem seu ministério em Bragança Paulista) nas páginas do Bragança Jornal Diário que levava este título: “Decepção Evangélica”. A linha do seu arrazoado era a presença de parlamentares evangélicos com denúncias que levariam à cassação de seus mandatos. O pastor fazia análise da presença do “evangelismo” na história do nosso país recordando o tempo em que, quando alguém se definia como “evangélico” ou “crente”, isso servia de testemunhal para a credibilidade da pessoa. Também me recordo disso. Quando alguém tinha uma empregada “crente” esse era o melhor referencial de honorabilidade. Diante de um cristianismo católico, muitas vezes de fachada e relaxado, o cristianismo evangélico e crente despertava

maior confiança. Isso num país majoritariamente católico! Na sua reflexão lamentava o pastor que muitas igrejas estão na caminhada da política partidária com a intenção de defender apenas seus interesses e não o bem comum. Não existe nelas um projeto a partir da fé para iluminar a vida da Nação. Existe a busca de certa hegemonia... O artigo levou-me a recordar o quadro das tentações de Jesus no deserto (Mateus 4,1-11) e, também, a missão do profeta Oséias. Das tentações de Jesus depreendemos que as raízes dos nossos pecados estão no endeusamento de três realidades importantes para a vida. O Poder que é necessário para regular, com justiça, as relações de convivência. Para que o mais forte respeite o mais fraco. Para que os simples não sejam enganados pelos espertos. O Dinheiro que é a materialização do meio necessário para a satisfação das necessidades do dia a dia. Ao trabalho prestado corresponde (deveria corresponder) a quantia para que se tivesse casa, comida, saúde, educação, etc. O Prazer que torna a vida agradável. Clareia, nas suas diferenciadas formas e

realiza, no possível quotidiano, a ânsia de felicidade que se carrega no coração. Todavia, quando essas realidades são endeusadas e tornam-se fim em si mesmas, transformam-se em forças destruidoras. Daí a ganância, a avareza, a opressão, a prostituição, etc. Jesus Cristo rechaçou a tentativa demoníaca de desviá-lo de sua missão. O profeta Oséias, que viveu no século VIII antes de Cristo, no tempo do rei Jeroboão II, faz uma crítica feroz contra a monarquia e as suas bases de sustentação: exército e religião. A força militar, paga pela elite, sustentava o Poder que, por sua vez, oprimia o povo. E para manter-se fazia alianças com os pagãos. Os sacerdotes incentivavam o culto a Baal, numa religião de “quanto mais ofertas mais Deus atenderá”. Ser religioso era oferecer sacrifícios nos templos. Não era necessária nenhuma mudança ética. Este modo de ver justificava as ações de quem estava no poder. Tanto o quadro das tentações do Senhor como o das denúncias de Oséias são atuais. E, sem dúvida, ajudam a iluminar a atual crise ética em que vivemos. Isso nos leva a perguntar: há lugar para

a honestidade? Vale a pena ser honesto? Não tenho dúvidas que, muitas vezes, nos questionamos sobre isso! Não posso negar que muita gente encontrará, fora da fé religiosa, as razões para viver a honestidade. Creio, porém, que o melhor caminho é aquele que descobre em Deus o fundamento da honestidade. Mesmo em ambiente contrário. Na tradição judaico-cristã se afirma, fortemente, a fidelidade de Deus (Deuteronômio 32, 4; Salmo 40,10; Salmo 100,5). Sempre. Mesmo diante das maiores traições do povo. Há sempre uma atitude de misericórdia que não se esgota (Salmo 136,1; Oséias 14,3; Lucas 1,50). O Traído sempre vai em busca de quem traiu. No livro de Oséias, a sua experiência matrimonial serve de indicador do modo de Deus agir. Um amor que não se cansa é a razão para sempre acreditar que é possível mudar (Oséias 1-3). Por isso, diante de mensalões, mensalinhos, propinas, tráfico de influências, desvios de recursos, mentiras feitas verdade e verdades feitas mentira, não devemos nunca nos render. O erro não é possibilidade limitada. O pecado está na raiz da fragilidade de todo ser humano.

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

Qualquer que seja a sua fé. Qualquer que seja a sua condição. Por isso mesmo vale para todo mundo o “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mateus 26,41)! Seria tão bom que todos os que são cristãos fossem modelos de virtude. Deveria ser assim. Mas nos percebemos pobres, fracos, covardes, egoístas, maldizentes, preconceituosos, gananciosos... Também nos percebemos capazes de fazer o bem, de amar, de sacrifícios, de nos corrigirmos... Santos e pecadores! Salvos pela graça de Deus. Necessitados de corresponder à graça concedida. Só a conversão ao seguimento de Jesus Cristo fará de todos os cristãos testemunhas da Verdade que liberta...


saúde

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“Empréstimo de útero” Cremesp diz não ter poder de fiscalizar possível comércio; barriga de aluguel é proibida no país

por CLÁUDIA COLLUCCI /FOLHAPRESS

Mulheres que não podem engravidar por razões médicas estão tomando “emprestados” úteros de outras não parentes para ter seus filhos. Por resolução do Conselho Federal de Medicina, só parentes de primeiro e segundo graus (mães, irmãs e primas) do casal podem ceder, de forma altruística, o útero. Mas, nos últimos meses, o Cremesp (conselho de medicina paulista) vem autorizando que mulheres não parentes (como amigas) emprestem suas barrigas, desde que não recebam nada por isso. Nesse procedimento, o casal faz a fertilização in vitro (FIV) com seus óvulos e espermatozoides e, depois, o embrião é transferido para o útero da mulher que gestará o bebê. Quando a criança nasce, ela é registrada em nome dos pais biológicos. O Cremesp já autorizou ao menos 15 pedidos de cessão temporária de útero entre não parentes -cinco envolviam casais gays. Outros 16 ainda estão sendo analisados. São casos de mulheres que nasceram sem útero ou que têm doenças em que a gravidez é desaconselhada. Segundo o ginecologista Eduardo Motta, que integra um grupo de médicos que analisa os pedidos que chegam ao conselho, 90% dos casos estão sendo aprovados. “Só negamos quando não há uma razão médica ou quando existe alguma suspeita de que o casal esteja pagando pela cessão do útero.” Mas o próprio conselho médico reconhece que não tem condições de fiscalizar se a mulher é amiga da paciente ou alguém contratada.

Aluguel “A gente confia na palavra do médico e nos documentos que a paciente apresenta. Não temos poder de polícia”, diz o conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, professor de bioética da USP. A Folha tentou entrevistar casais que tiveram

autorização para o empréstimo de útero, mas, segundo seus médicos, ninguém quis falar. Na condição de anonimato, um ginecologista da capital confirma que há aluguel. “Quem acredita que uma pessoa não parente vá carregar um filho na barriga por nove meses só por altruísmo?” A reportagem localizou na internet oito anúncios de mulheres alugando seus úteros a preços que chegam a R$ 200 mil. “50% antes e 50% depois do parto”, diz um deles. Uma delas respondeu a emails enviados pela reportagem, mas disse que “o negócio não vingou”. Segundo a juíza Deborah Ciocci, o aluguel de útero no Brasil é claramente um ato ilícito. O artigo 199 da Constituição proíbe o comércio de tecidos e de substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento. Nos EUA, a legislação varia conforme o Estado. Na Califórnia e na Flórida, por exemplo, o comércio é permitido. Na Europa, vários países vetam o procedimento. Alguns casais brasileiros já contrataram barrigas de aluguel nos EUA e na Índia. “É uma temeridade esse comércio. Já desaconselhei paciente que queria ir para a Índia”, diz Artur Dzik, que preside a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Responsabilidade É o médico da paciente que assume a responsabilidade pelas informações prestadas ao Cremesp. São exigidos, entre outros, laudos médicos e psicológicos da mulher que vai gestar e o contrato estabelecendo a filiação do bebê. “Só aceito o caso se ficar claramente demonstrado que existe uma relação longa de amizade entre o casal e a mulher que vai ceder o útero”, afirma Carlos Petta, professor da Unicamp. Ayer conta que, em um dos casos negados pelo Cremesp, a mulher, casada com americano, pedia autorização para que uma “amiga”,

moradora no Jardim Ângela (região carente ao sul de São Paulo), emprestasse seu útero. “Fomos até o endereço do casal e era um hotel. Pedimos explicações ao médico, e todo mundo sumiu.” O ginecologista Arnaldo Cambiaghi considera “perigosa” a cessão de útero sem parentesco. “Quem garante que a mulher que gestou não vá querer ficar com o bebê?”. Deborah Ciocci levanta outros problemas. “E se a criança nascer com uma síndrome grave? Os pais biológicos vão querer? E se a gestante de aluguel tiver complicações na gravidez, quem assume?” Transplantada busca barriga de aluguel nos EUA Ela nasceu com fibrose cística, doença hereditária com alto risco de morte. Aos 30 anos, fez um transplante bilateral de pulmão nos EUA. Há dez meses, aos 44 anos, a economista paulistana Nancy (o nome é fictício) teve gêmeos por meio de barriga de aluguel nos EUA. O tratamento custou US$ 80 mil (cerca de R$ 161 mil). A seguir, trechos do depoimento exclusivo à Folha. (CC) Nasci com fibrose cística, assim como meu único irmão, que morreu aos dez anos. Os médicos diziam que meu prazo de vida era de chegar aos 15, 20 anos, no máximo. Meu tratamento todo foi nos Estados Unidos, em Saint Louis (Missouri). Passava minhas férias escolares internada lá, tomando antibióticos, cortisona. Meus colegas não sabiam da doença e me achavam a pessoa mais sortuda do mundo por viajar sempre. Chegou uma hora em que a situação piorou muito, usava oxigênio o tempo todo e entrei na fila do transplante de lá (EUA). Em 1998, num domingo de Páscoa, recebi o meu pulmão. Tinha 30 anos. Quando pude respirar de novo, foi como renascer. Até então não tinha pensado em ser mãe. Achei que não pudesse ter filhos.

Meus médicos nos EUA diziam que a gravidez seria um risco porque poderia haver rejeição. Foi aí que meu médico daqui sugeriu a barriga de aluguel nos EUA. Ele até disse que, na minha condição, poderia conseguir uma autorização no CRM e tentar encontrar uma barriga no Brasil. Mas aí eu pensei: ‘Vou pegar uma pessoa que nem sei quem é, sem garantia nenhuma? Se é para fazer, vamos fazer num lugar 100% seguro’. Entrei em contato com uma agência lá, que tem parceria com a clínica daqui, e depois de várias conversas escolhi a mulher que viria a ser a minha barriga de aluguel. A agência tem assistentes que acompanham a mulher durante os nove meses de gravidez para ver ser ela faz o pré-natal, os ultra-sons, se foi à nutricionista, à psicóloga. Em dezembro de 2010, a minha barriga veio para o Brasil. Foram transferidos três embriões. Mas ela não engravidou. Dois meses depois, ela retornou, fez a transferência de mais três embriões. Dessa vez deu certo. Eram gêmeos. Na gravidez, passamos alguns percalços, ela teve sangramentos. No quarto mês de gestação, voltei aos EUA. Foi muito emocionante ver meus filhos se mexendo no ultra-som. Quando ela estava na 32ª semana, me mudei para lá para acompanhar o fim da gravidez. Com 36 semanas, ela começou a apresentar pré-eclâmpsia e foi internada. Uma semana depois, entrou em trabalho de parto. Meus filhos nasceram enormes, com 2,7 kg e 3,3 kg. Saímos do hospital, toda a papelada para o registro deles já estava pronta. A vida inteira convivi com essa coisa de morrer rápido. Sei que o transplante não é eterno, tem prazo de validade. Mas não penso nisso. Vou continuar lutando. Agora tenho duas figurinhas lindas para tomar conta.


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colaboração SHEL ALMEIDA

Reeducação alimentar é mudança de hábito. 15 minutos por dia. Pra quem já está treinado de 45 Diferente da dieta que, em geral, dura um minutos a 1 hora. Duas vezes por semana é razoável, determinado período de tempo cuja meta é três vezes é bom, quatro ou cinco vezes é ótimo”, fala. atingir uma redução de peso pré-estabelecida, “Mas sempre com recomendação e acompanhamento a reeducação alimentar tem resultados mais lentos, de um profissional de nutrição”, enfatiza. porém contínuos. Uma alimentação equilibrada, rica Pensar magro em alimentos naturais e pobre em gorduras e açúcar é capaz de trazer resultados duradouros de maneira “É preciso aprender a pensar magro”, diz o médico. simples. Reeducação alimentar nada mais é do que Um bom exemplo de como algumas pessoas pensam estabelecer padrões saudáveis de alimentação para o “gordo” e outras pensam “magro” está em um folheto que Dr. Fernando entrega ao dia-a-dia e, consequentemente, para a vida inteira e não apenas Não existe outra maneira de pacientes: “Quem pensa gordo considera fome qualquer vontade por um curto período de tempo. perder peso, é preciso gastar de comer. Logo depois de uma Mudar os hábitos alimentares não mais do que se consume refeição, se sente vontade de é tarefa fácil, mas os resultados Dr. Fernando Valle tomar um sorvete, não hesita que se obtêm em relação à saúde, em fazê-lo e justifica dizendo bem estar e qualidade de vida que sentiu fome de sorvete. tornam-se grandes incentivos. Para entender melhor, o Jornal do Meio conversou com o Na mesma situação, quem pensa magro resiste Dr. Fernardo Valle, médico nutrólogo que explica, a à tentação e explica que gostaria de tomá-lo mas seguir, as vantagens de estabelecer uma reeducação não o faz porque acabou de comer”. Outro exemalimentar e de manter uma alimentação equilibrada. plo fala sobre o fim da dieta. Quem pensa gordo, assim que emagrece, interrompe a dieta e retoma Atividades físicas os antigos hábitos alimentares. Volta a engordar e “Além da alimentação equilibrada, é necessário, tam- inicia novo regime. Vive sob o efeito sanfona. Quem bém, que haja a prática de atividades físicas regulares”, pensa magro sabe que o controle alimentar é para fala. “Não existe outra maneira de perder peso, é sempre e se reeduca para isso. Encara as restrições preciso gastar mais do que se consume”, explica. “Se com naturalidade e se permite cometer um excesso você consome mais do que gasta, vai haver acúmulo alimentar de vez em quando. “Pela primeira vez, de gordura,” conclui. “É questão de matemática”, en- mais de 50/% da população mundial está acima fatiza. Ou seja: se a quantidade de calorias (energia) do peso. A obesidade é uma doença crônica, que ingerida na alimentação é maior do que a gasta pelo requer tratamento contínuo. É uma doença limiorganismo há acúmulo de gordura corpórea. Quando tante, que afeta a qualidade de vida, a estética e isso acontece por um longo período de tempo, ocorre a saúde da pessoa”, enfatiza. Para Dr. Fernando, a obesidade. Quando a quantidade de calorias ingerida quase tão preocupante, é moda do culto ao corpo. torna-se equivalente ao gasto calórico, mantém-se “É um mundo de ofertas”, diz. “Jovens em fase de a manutenção do peso, fazendo com que não haja desenvolvimento não devem usar suplementos”, alteração. É por isso que a reeducação alimentar, so- alerta. “Ainda não chegaram ao crescimento final, mada às atividades físicas regulares, têm resultados o desenvolvimento da musculatura acompanha os melhores do que as inúmeras dietas que prometem ossos. Se usam suplementos para aumentar a massa perda de peso em pouco tempo: os resultados são muscular ainda na adolescência, os músculos não contínuos. “A perda de peso rápida não é saudável acompanham o crescimento dos ossos de maneira porque o organismo sempre encontra um jeito de uniforme”, explica. “Para usar suplementos é prereagir, o apetite volta maior”, explica. Por isso é tão ciso ter uma idade em que o desenvolvimento do comum ouvir que alguém perdeu vários quilos em corpo já esteja estabilizado. Mas isso precisa ser uma dieta mas os recuperou logo em seguida. Outro feito de maneira moderada e com recomendação e problema, segundo Dr. Fernando é quando a pessoa acompanhamento médico”, avisa. “Existem muitos faz atividade física de mais e consume alimentos de suplementos vendidos por aí que são ‘batizados’, e menos. “Isso também é um perigo. É preciso que podem causar, entre outras coisas, disfunção erétil, haja sempre o equilíbrio”, adverte. Além disso, Dr. problemas no rim e no fígado”, alerta. “Além disso, Fernando recomenda cautela na hora de mudar os os suplementos só devem ser indicados a quem é hábitos alimentares e físicos. “Tem que ir com calma, atleta, ou quem frequenta academia e precisa de é proibido proibir. É melhor subtrair, moderar. Sempre uma complementação a fim de melhorar o renfalo para meus pacientes, principalmente as crianças: dimento”, enfatiza. Mas um fator importante e pode comer de tudo, mas não tudo,” brinca. Na hora positivo é que a nova geração de idosos está mais de começar alguma atividade física também é preciso preocupada em envelhecer com saúde. “As pessoas ir com calma. “Tem que começar lentamente, pra mais velhas procuram uma alimentação saudável ganhar resistência e performance. Pra perder peso o porque sabem que é disso que dependerá o futuro ideal são os exercícios aeróbicos, como caminhada ou delas. Isso tem o nome de agerasia, que é o bicicleta, com programação. Pra quem está começando envelhecimento saudável”, conclui.

“A perda de peso rápida não é saudável porque o organismo sempre encontra um jeito de reagir, o apetite volta maior”


comportamento

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Como tirar

O pirulito da criança Escalada da obesidade infantil no Brasil estimula o debate sobre a influência ou não dos comerciais de comida nesse problema de saúde pública

porJULIANA VINES /FOLHAPRESS

A obesidade infantil está no centro de um debate que coloca, de um lado, a indústria de alimentos e suas guloseimas e, do outro, as organizações de direito do consumidor e sociedades médicas. A causa da discórdia é a publicidade de alimentos para crianças no Brasil, se seria ou não um dos fatores responsáveis pelo crescimento assustador dos índices de obesidade infantil no país. O IBGE mostrou aumento de mais de 200% na incidência de sobrepeso entre crianças de cinco a nove anos nas últimas três décadas. Para especialistas, é uma tendência comparável à epidemia de obesidade nos EUA. O tema vai ser discutido nesta quinta na Câmara dos Deputados, em um seminário na Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Na pauta, os projetos de lei parados no Congresso sobre regulação de publicidade infantil. “O Brasil tem que avançar. Já há controle sobre a propaganda de cigarro e de bebidas, evidente que precisa haver controle sobre a publicidade para crianças”, diz o deputado Domingos Dutra (PT/MA), que preside a comissão. Já o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) diz que a legislação do país está entre “as mais exigentes do mundo”. Um projeto que tramita no Senado é o 150/2009, que limita os horários para veicular comerciais de alimentos com alto teor de gordura, sódio e açúcar e de bebidas de baixo valor nutricional. Esses comerciais poderiam ir ao ar só das 21h às 6h, seguidos de alertas sobre o risco do consumo excessivo dos produtos. Ficaria proibido o uso de personagens infantis na publicidade de alimento. O Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária do Conar já diz que “quando o produto for destinado à criança, sua publicidade deverá abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra”, especialmente se apresentados por personagens ou autoridades. CONFLITO DE INTERESSES O Brasil não tem leis específicas, mas o Código de Defesa do Consumidor proíbe a publicidade que “se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança”. Além disso, entidades da indústria e o Conar têm normas de autorregulamentação. “A autorregulamentação não tem funcionado, exemplos comprovam. Há conflito de interesses no fato de o mercado defender a saúde pública em detrimento do próprio mercado”, diz Mariana Ferraz, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). “Além de serem veiculados no intervalo de programas infantis, muitos comerciais usam os próprios personagens. É como se fosse uma continuação do desenho”, critica Patrícia Alvares Dias, assessora técnica do Procon-SP. Outro problema, para a advogada Isabella Henriques, do Instituto Alana, é a venda de alimentos com brindes colecionáveis. “É um incentivo para a criança comer mais. Nas promoções, ela tem até 60 dias para fazer a coleção.” Sobre isso já há algumas iniciativas locais: em

Belo Horizonte e Florianópolis há leis que proíbem a venda de brinquedos junto com alimentos em redes de fast food.

Cálculo de influência

Várias pesquisas já tentaram medir até onde vai a influência da publicidade na alimentação das crianças, o que não é nada fácil. “Há inúmeros fatores que podem interferir, mas há um acúmulo de evidências que mostram a influência direta da publicidade na escolha de produtos pela criança”, argumenta Daniel Bandoni, doutor em nutrição em saúde pública e professor da Unifesp. Se medir o efeito dos anúncios é difícil, concluir que eles vendem alimentos não saudáveis é fácil: 67% deles são de produtos com muito sal, açúcar ou gordura, segundo um levantamento de 2010 coordenado pela Universidade de Liverpool que analisou 12.618 peças publicitárias de 11 países, incluindo o Brasil. Dependendo da idade, a criança não tem senso crítico em relação ao anúncio, diz a pesquisadora Inês Vitorino, autora de “Televisão, Publicidade e Infância” (AnnaBlume, esgotado). “Só por volta dos 12 anos ela começa a estabelecer a relação entre causa e consequência e reconhece o discurso comercial.”

Muitas causas

A obesidade infantil tem muitas causas e os médicos são unânimes ao afirmar que a publicidade de alimentos não é a principal delas. O primeiro fator é genético: se pai e mãe são obesos, o risco de a criança ser obesa é de 80%, diz a endocrinologista Zuleika Halpern, da Abeso (associação de estudo da obesidade). Se só um dos pais é obeso, o risco cai para 50%, e, se nenhum é, para 10%. Há ainda o fator ambiental. Inclui comportamento familiar, hábitos e influências externas --como a publicidade. “A publicidade induz a criança a pedir o produto aos pais, mas há um limite desse poder, isso sempre vai passar pela triagem de um adulto”, diz Luis Eduardo Calliari, endocrinologista pediátrico. ‘Anúncios não são responsáveis pelo aumento da doença’ O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) entende que a legislação e a autorregulamentação vigentes estão entre “as mais exigentes” do mundo. “Pelo Código de Defesa do Consumidor, um anunciante está sujeito à pena de detenção por propaganda enganosa”, afirma Gilberto Leifert, presidente do órgão. Diz o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária do Conar: “Quando o produto for destinado à criança, sua publicidade deverá abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra”. Leifert não vê conflito de interesses no fato de um órgão de representantes do mercado regular o próprio mercado. “O conselho de ética do Conar, responsável pelo julgamento dos processos, reserva espaço a representantes da sociedade civil [...] convidados a apresentar

o ponto de vista do consumidor.” A criação de leis sobre o tema, diz ele, é desnecessária. “Os consumidores são aptos a tomar decisões com base nas informações veiculadas em anúncios e na imprensa.” Segundo Rafael Sampaio, vice-presidente da Associação Brasileira de Anunciantes, não há evidências precisas sobre o papel da publicidade na obesidade infantil. “Um estudo encomendado pelo governo britânico mostrou que há dezenas de fatores que contribuem para o aumento da obesidade e a propaganda é só um deles, e nem é o mais influente”, diz. Outro dado que ele cita é da província de Québec, no Canadá, onde a publicidade para crianças é proibida há 30 anos. “Um estudo de 2004 demonstrou que o índice de obesidade das crianças nessa província era de 7%, contra 8% do restante do país.” Em carta, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, Edmundo Klotz, diz que a indústria está preocupada em reduzir [até 2020] o teor de sódio e gordura dos alimentos, com base em acordo firmado em 2011 entre a indústria e o Ministério da Saúde. A associação entende que a publicidade não é um fator determinante para a escalada da obesidade infantil, “mas reconhece a importância de tratar o assunto com muita responsabilidade”. Em 2009, 23 indústrias de alimentos se comprometeram a “não fazer, para crianças abaixo de 12, publicidade de alimentos ou bebidas, com exceção de produtos cujo perfil

nutricional atenda a critérios específicos baseados em evidências científicas”. “Não vale proibir refrigerante e colocar a garrafa na mesa” A mediação dos pais na dieta infantil pode ser a solução ou o complicador. “Muitas crianças escolhem o que comer e os pais dão. Tem que dizer não”, diz o endocrinologista Luis Eduardo Calliari. Dar o exemplo é básico, afirma: “Não adianta falar para não tomar refrigerante e colocar a garrafa na mesa”. A nutricionista Cláudia Lobo defende a persuasão em vez da proibição. “Se a criança for convencida da importância da alimentação saudável vai até se policiar.” Segundo a pediatra Virgínia Weffort, a criança deve ser apresentada ao maior número de alimentos até os três anos, já que dos três aos cinco passará por uma fase em que recusará novidades. Para Zuleika Halpern, o principal é dar a infraestrutura para a criança comer bem: ter frutas, verduras e legumes sempre disponíveis e cortar biscoito recheado e salgadinho da lista de compras. Se a criança insistir na guloseima, há jeitos de escolher opções saudáveis. “Dá para ler os rótulos e escolher marcas com menos gordura, sódio e açúcar”, diz Weffort. Uma criança que chega à adolescência obesa tem 80% de risco de virar um adulto obeso. Mesmo o sobrepeso já pode ser um alerta para o consumo excessivo de gordura e açúcar que não só engorda como pode causar diabetes e doenças do coração. Fotos: FOLHAPRESS

A publicidade de alimentos para crianças no mundo


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Delícias 1001

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Tudo vapt-vupt Por deborah martin salaroli

Uma refeição preparada com calma e carinho tem seu valor. Mas aquela outra feita às pressas não pode ter seu sentido contrário! Pensando nos momentos em que o relógio insiste em andar rapidinho, preparei essas receitas que, juntas, formam um cardápio para aqueles dias de sufoco!

Macarrão com maionese Só com ingredientes que sempre temos na geladeira, este macarrão é campeão. Eu cozinho 1 pacote de macarrão fuzilli colorido (parafuso) ou penne. Tiro a pele de 2 tomates na chama do fogão mesmo, usando um garfo. Misturo 1 xícara de maionese, os tomates picados, 100g de mussarela e 100g de presunto picados, orégano e uma pitada de sal. Tudo junto, forno pra gratinar, queijo ralado por cima e mesa posta. Chama o pessoal! Tá na mesa!!!

Frango com tempurá de gergelim Meus filhos adoram essa delícia, mas conseguir a receita, nem pensar. Muito a guardam a sete chaves, segredo de seu sucesso. Enquanto isso, eu fiquei estudando em como poderia repetir a dose na minha cozinha e da melhor maneira possível. E divido o ‘sucesso do meu franguinho’ com vocês! Foi assim: Cortei em cubinhos 2 peitos de frango e temperei com tempero pronto de alho e sal. Nada mais! Deixei descansar por uma hora. Momentos antes de servir, levei ao fogo uma frigideira com óleo de milho pela metade. Em separado, numa tigela, misturei 2 xícaras de trigo com uma pitada de sal, 3 colheres (sopa) de gergelim preto e

cerveja clara gelada. Fui mexendo até que se formou um creme bem denso, um tempurá. Usei 300ml da cerveja. O resto foi pra pança na mesma hora! Glut... Então, o óleo já estava quente. Passei cada pedaço de frango nesse creme e joguei dentro da frigideira. Virei para dourar totalmente, escorri em papel toalha e servi, polvilhado com mais gergelim e cebolinha picada. Aprovado! Sabendo mais sobre... Tempura é um prato clássico da culinária japonesa. Consiste de pedaços fritos de vegetais ou mariscos envoltos num polme fino. A fritura é realizada em óleo muito quente, durante apenas cerca de dois ou três minutos.

macarrão com maionese

Abacaxi no micro Não consigo encerrar um almoço ou jantar sem colocar alguma coisinha doce na boca. Parece (ou é!) um vício, desde criança. Pode ser qualquer coisa, desde alguma sobremesa elaborada (adoro!), alguma fruta in natura ou algo improvisado, como este abacaxi no micro. Pra quê complicar? Levei alguns cubinhos de abacaxi com açúcar polvilhado ao micro-ondas por 1 minuto, em potência alta. Começou a borbulhar e deixei mais 1 minutinho, sempre de olho na coisa! Retirei do forno, polvilhei canela em pó e mandei pro peito! Ah, se eu tivesse sorvete no freezer, combinaria tão bem...mas aí não seria tão de repente assim! Deborah Deborah martin salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.Delicias1001.Com.Br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para Delicias1001@uol.com.br

frango empanado com gergelim

Abacaxi no microondas


olho vivo - dicas de segurança

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Segurança x drogas por VALMIR ARISTIDES

Hoje decidi explorar este assunto que é tão presente no nosso dia a dia e muitas vezes fazemos vistas grossas e esquecemos que a droga ainda é o maior inimigo que alavanca a criminalidade e a destruição do futuro dos jovens, e, por consequência, das famílias, independente do nível social ou cultural. Trabalho na área de segurança há muitos anos, administrando uma empresa de segurança preventiva de patrimônios (residências, lojas, indústrias, chácaras etc..) E a grande maioria das ocorrências de tentativas de arrombamentos se dá originariamente por jovens, na maioria menores de idade, que estão em busca desesperada de algum objeto de valor para ser trocado por drogas. No caso de lojas, é comum o arrombamento do local, onde o único objetivo é recolher os trocadinhos que normalmente o comerciante deixa no caixa , para comprar algumas pedrinhas de crack . Detectamos que, ao serem pegos nesta ação, estes jovens não estão sob efeito de droga, porém, no desespero da abstinência, eles estão dispostos a quebrar portas, telhados ou paredes para abastecer o vício. Percebemos claramente que as autoridades da nossa cidade vem fazendo um trabalho intenso para retirar das ruas estes elementos que, infelizmente, se entregaram ‘a vida do crime. Quero aproveitar e dar ênfase ao trabalho da delegacia de investigações sobre entorpecentes através do delegado dr. Joel e sua equipe , que tem feito um trabalho sublime e permanente no combate ao tráfico. As autoridades estão fazendo o que podem , mas será que a sociedade não pode fazer algo de peso para ajudar a mudar este quadro? Pode-se começar a mudar, reensinando os pais a simplesmente terem coragem de dizer “não” aos filhos. Vamos fazer uma retrospectiva desta mudança na educação: há poucos anos, nós preferíamos que nossos pais nos dessem umas palmadas do que recebermos aquele sermão de 2 horas (e ai dos filhos se encaressem os pais ou os chamassem de “você”). Naquela época, os filhos cumprimentavam os pais através de um beijo e pedido de benção. Quando os pais falavam “não” , o muito que se podia fazer era

acatar e se comportar tão bem ao ponto de merecer um “sim” posteriormente. Os filhos eram criados para jamais mentir, pois se isto acontecesse, estava estabelecida uma traição e a total perda da confiança em deixar o filho ir sozinho em alguma balada e ter a certeza de que realmente estaria no local prometido . Nossos pais queriam saber quem eram nossos amigos e até insistiam para que os trouxessemos em casa . Vai daí que hoje é comum ouvir um jovem dizendo aos pais frases do tipo: “Pai vê se voce não enche” ou “mãe voce é sem noção” !! O problema não é o significado da frase, mas a perda do respeito e a liberdade descontrolada. Saudosismos ‘a parte, é inegável que, mediante esta realidade, os filhos vão para a escola e apenas repetem o comportamento que lhes foi permitido em casa. Portanto, se o professor der bronca, der nota baixa ou punir , fatalmente estará em risco de encontrar o seu veículo todo riscado, pneus esvaziados ou nos casos mais avançados, poderá até ser agredido. Será que fazia tão mal antigamente a obrigação de cantar o hino nacional antes das aulas? Pois hoje o jovem apresenta uma ausência profunda de senso de patriotismo, cidadania e é difícil encontrar quem saiba a letra do hino brasileiro. Será que aquelas aulas (até chatas) de organização social e política do brasil eram tão ruins para que o jovem desenvolvesse cultura e opinião sobre a sociedade em que vive? Será que a aula de religião não mantinha o jovem mais próximo do exercício da fé? O resultado de tudo isso é que os pais foram se tornando omissos na educação dos filhos por não saberem dizer “não”, e inconscientemente passaram a atribuir ‘a escola esta incumbência. A escola, por sua vez, ficou enfraquecida e obviamente não tem como fabricar uma vacina de valores para ser aplicada nos alunos que já vem infectados pela ausência de valores desde o seio da família. O resultado é que estamos assistindo a grande maioria de pais e educadores pedindo socorro para a polícia, pois perderam a autoridade e respeito dos seus jovens. Esta permissividade desenfreada faz com que o jovem ingresse

rapidamente e precocemente no consumo de álcool e é muito fácil a entrada para o mundo das drogas. Procure observar os jovens, quer sejam meninos ou meninas, nas noites e verá que não existe diversão, se não houver muita bebida. Se bobear logo logo os professores vão fazer chamada de presença dos alunos nos barzinhos em volta da faculdade. Eu afirmo sem medo de errar que pior do que a droga , o álcool é o maior problema para os jovens. Pois o álcool deixa o jovem totalmente vulnerável ao ataque sorrateiro e fulminante do tráfico. Podemos começar a mudar tudo isso , principalmente mudando comportamentos e sempre encaixando este assunto em todas oportunidades que tivermos diante da sociedade. Lembrando sempre que o nosso país se encontra num estágio avançado de falência moral , exatamente pela perda desses valores. Na próxima edição pretendo trazer aspectos e dicas importantes de uma pesquisa que fiz sobre como identificar um usuário de drogas , como prevenir que seu filho use drogas, e como ajudar um dependente. Acredito que muitas famílias com acesso ‘a informação ou não, tenham se preocupado em conhecer os aspectos da droga, e só passam a se preocupar em saber , após já terem perdido seus filhos para o tráfico. Tive a felicidade de nunca sofrer este problema na família, mas é constante saber desta tragédia se abatendo no lar de muitos amigos . Até a próxima. Valmir aristides, consultor de segurança e fundador da eco sistema eletrônico ltda- empresa especializada em tecnologias e soluções em segurança. Formado em eletrônica sendo que sempre atuou na área técnica nas empresas ibm – international business machines e itt- international telegraphs & telecomunications. Fundador / presidente da reb -pm rede de emergência bragantina na policia militar. Atuou por 2 anos como diretor do spc- serviço de proteção ao credito na câmara de dirigentes lojistas de bragança paulista (cdl)


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Seus direitos e dever

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O voto eletrônico Por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

Com a adoção da urna eletrônica, o antigo sistema de votação por cédulas, previsto no Código Eleitoral, foi substituído pelo sistema eletrônico de votação e totalização dos votos. Somente em caráter excepcional poderá a Justiça Eleitoral autorizar o sistema de votação convencional. Na votação eletrônica, o eleitor deverá digitar o número do seu candidato ou legenda partidária (no caso das eleições proporcionais). A urna eletrônica, primeiramente, exibirá para o eleitor os painéis de votação referente as eleições proporcionais (vereador) para, posteriormente, exibir os relativos as eleições majoritárias (prefeito). Caso o eleitor, ao votar no vereador, digite número que não possa ser computado a nenhum dos candidatos registrados, sendo o número identificador do partido, entretanto, digitado de forma correta, o voto será computado para a legenda partidária. A urna eletrônica computará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e a inviolabilidade, garantida a ampla fiscalização do processo aos candidatos, partidos políticos e coligações. Mediante assinatura digital, a urna eletrô-

nica disporá de recursos aptos ao registro digital de cada voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardando o anonimato do eleitor e o sigilo do voto. Os votos digitados na urna são gravados de forma aleatória, a partir de um algoritmo computacional. Apesar de ser possível refazer a ordem com que os votos foram digitados, não é possível identificar os eleitores que efetivamente digitaram os votos no equipamento. O equipamento assegura a legitimidade da eleição, na medida em que a característica essencial para que o voto seja livre de pressões externas, ocorra, resta resguardada. O voto secreto não é somente uma garantia constitucional, expressa em texto, mas uma realidade. O eleitor não precisa temer que o seu voto seja descoberto por candidato ou qualquer outra pessoa, o que somente será possível se ele entender por bem revelá-lo. Antes do início da votação, deverá ser emitida a zerésima, documento que comprova a ausência de votos depositados na urna eletrônica. Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá a assinatura digital do arquivo de votos, com aplicação do registro de

horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira a impeder a substituição de votos e a alteração dos registros dos termos de início e término da votação. A votação deverá ser iniciada às 08 horas da manhã, encerrando-se às 17 horas. Caso, às 17 horas, o presidente da mesa constate a presença de eleitores na fila, deverá distribuir senhas aos presentes, solicitando a entrega de seus documentos de identificação, a fim de que possam ser admitidos a votar. Os candidatos têm prioridade para votar. Em seguida, terão preferência os juízes eleitorais, servidores da Justiça Eleitoral e pessoas a serviço da Justiça Eleitoral, promotores de justiça eleitorais, policiais militares em serviço, fiscais e delegados de partidos e coligações, idosos, enfermos, gestantes, lactantes e pessoas portadoras de necessidades especiais. Para votar, o eleitor deverá apresentar documento oficial com foto que comprove sua identidade. São documentos oficiais para comprovação da identidade (Lei Federal n.o 9.504/97, art. 91-A c/c art. 52, §§ 2o e 3o, Resolução TSE n.o 23.372/2011): 1) carteira de identidade, passaporte ou outro documento oficial com foto de valor

legal equivalente, inclusive carteira de categoria profis- sional reconhecida por lei; 2) certificado de reservista; 
3) carteira de trabalho;
 4) carteira nacional de habilitação. Não será admitida certidão de nascimento ou casamento como prova de identidade do eleitor no momento da votação A Justiça Eleitoral aponta algumas dicas para o eleitor votar com mais facilidade: . Ao comparecer à seção eleitoral porte documento de identificação com foto. . Leve os números anotados dos seus candidatos a Vereador e a Prefeito de sua preferência. . Observar a ordem da votação apresentada na urna:
• 1a tela: Vereador. Digite os cinco números (dígitos) para Vereador, espere aparecer a foto do candidato(a) na tela e aperte a tecla VERDE para CONFIRMAR;
• 2a tela: Prefeito. Digite os dois números (dígitos) para Prefeito, espere aparecer a foto do candidato(a) na tela e aperte a tecla VERDE para CONFIRMAR. Até a próxima! Gabriela de moraes montagnana Gustavo antonio de moraes montagnana Advogados


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Papo reto

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Dois jovens autores de livros sobre drogas discutem e desmistificam o assunto sem tabus com três leitores

por MILLOS KAISER/FOLHAPRESS

“Cafeína? Não sabia que isso era droga”, espanta-se Victória Martinez, 17. “Isso é um mito recorrente: achar que apenas substâncias proibidas são drogas”, explica o jornalista Tarso Araujo, autor de “Almanaque das Drogas”. Esta foi apenas a primeira de muitas ideias que foram desmistificadas durante papo sobre o tema que a Folha promoveu com Victória Martinez, Fernanda Brandão, Paula Abreu, as três com 17 anos de idade, Tarso e o jornalista Denis Russo, que escreveu “O Fim da Guerra”. O livro faz uma análise minunciosa do fracasso do combate às drogas no mundo contemporâneo. A primeira curiosidade das jovens era saber em que momento da história o ser humano começou a se envolver com substâncias alteradoras da consciência. “Desde sempre”, respondeu Araujo. “Mas o uso difundiu-se de verdade na década de 1960, quando ídolos como Bob Dylan, Beatles e Johnny Cash declararam-se usuários, influenciando toda uma geração de jovens”, ele acredita. Na opinião de Russo, “os adolescentes têm uma tendência natural a correr riscos, desobedecer os pais e, por consequência, experimentar drogas”. É por isso que, em seu livro, ele defende uma estratégia antidrogas que, no lugar de punir, cuide do usuário. “Estamos criminalizando a juventude. Não podemos prender jovens por estarem fazendo o que eles sempre fizeram”, justifica.

Cigarro apagado

Uma boa notícia: o número de fumantes no Brasil caiu pela metade nos últimos anos. Se, na adolescência da mãe de Paula, fumar era ser descolado, hoje parece ser exatamente o oposto. “Tem gente da escola que fuma. Mas as pessoas em volta olham feio”, conta a jovem. Russo acha que a redução “foi resultado das campanhas de educação e das restrições às propagandas da indústria tabagista”. As de bebidas alcoólicas, todavia, continuam. “E com a participação do [jogador] Ronaldo e de outros ídolos”, ressalta Araujo. Para ele, os jovens beberiam menos se soubessem de todos os reveses causados

Foto: Marcelo Justo/Folhapress

Folhateen promove encontro entre três jovens e dois autores de livros sobre drogas. Personagens: Fernanda Brandão, 17 (casaco azul); Victória Martinez, 17; Paula Abreu, 17 (casaco branco); Tarso Araujo; Denis Russo (camisa xadrez) pelo alcoolismo -a lista inclui cirrose, dependência, hipertensão e diversos tipos de câncer. Sobre a discussão da legalização, Araujo faz uma importante distinção: “Legalizar é o oposto do liberar geral. É criar regras para a produção, a distribuição e a venda, assim como é feito com as bebidas e o cigarro.” E completa: “Se você regulamenta, dá para evitar, por exemplo, que crianças não tenham acesso a essas substâncias. Hoje, elas têm.” “Tudo que é proibido atrai mais os jovens”, acredita Fernanda. Russo lembrou então do caso da Holanda, onde maconha pode ser comprada por qualquer pessoa em um “coffee shop”. “Por incrível que pareça, o consumo entre os jovens de lá diminuiu. Fumar maconha virou cafona, coisa de turista”, ele diz.

Legalizar x liberar

Legalizadas ou não, os dois jornalistas advertem: antes dos 18 anos, o ideal é manter distância de todas as drogas. “Nessa época, o cérebro ainda está em formação. É quando mais absorvemos conteúdos, não deveríamos embaralhar

nossa química cerebral nessa fase da vida”, alerta Russo. O uso indiscriminado de informação sobre o assunto, no entanto, está liberado. “Só namoramos alguém depois de conhecer bem a pessoa, não é? Por que com as drogas não pode ser assim também?”, questiona Araujo. Já Russo acha que as coisas estão melhorando. “O debate deixou de ser tabu. Cinco anos atrás, fazer esse encontro seria uma loucura”. “De quando são os primeiros registros de uso de drogas?” Fernanda Brazão, 17 “A partir de quando o uso de drogas se difundiu entre os jovens?” Paula Abreu, 17 “Como assim, cafeína também é droga?” Victória Martinez, 17 Livro Almanaque das drogas Autor Tarso Araujo Editora Leya Quanto R$ 76 (382 págs.) O fim da guerra Autor Denis Russo

Editora Leya Quanto R$ 29 (282 págs.) “Eu usei de tudo e parei”, conta psicólogo do NA Quando tinha a idade das três jovens que participaram da conversa do “Folhateen”, Maurício Cotrim já havia experimentado cigarro, álcool, inalantes, maconha, cocaína e era viciado em crack. Depois de varar uma noite fumando a droga, enfrentou uma crise de abstinência que só apaziguou quando leu, por acaso, a entrevista de um dependente químico. Ali descobriu que tinha uma doença -e que precisava tratá-la. Internou-se em uma clínica de reabilitação, deu a volta por cima e passou a trabalhar nos Narcóticos Anônimos. Hoje, aos 35 anos, Cotrim é psicólogo, especializado na recuperação de pessoas que estão passando pelo que ele passou. “Sou extremamente a favor do papo sem tabus. Na minha época, diziam que quem usava drogas ia morrer, ia ser preso. Não é por aí. Tem que falar a real: drogas dão muito prazer, mas as consequências do uso podem ser gravíssimas”.


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Foi com muita alegria que fotografei o casamento desse lindo casal: Laís e Caio.

felicidade pra vida toda. Aproveitamos e demos uma “fugidinha” pela cidade para

Foi um dia inesquecível porque deu pra sentir que se tratava da realização de um

fazermos algumas fotos. Ficaram lindos! Depois seguimos até o salão de festas

sonho do casal. O making of da Laís aconteceu no Belle Corpore acompanhada

do clube Literário onde o casal ofereceu uma linda recepção para os amigos e fa-

por algumas madrinhas e pela mãe. O clima não podia ser mais agradável porque

miliares. A noite foi ótima com muita alegria e descontração. O casal aproveitou

todas estavam lá descontraindo Laís. A cerimônia aconteceu na nossa Catedral

cada minuto da festa tudo com muita alegria, requinte e bom gosto. Enfim, mais

que, por sinal, estava lindamente decorada. Caio me pareceu um pouco ansioso

um dia que guardo com muito carinho.

e quando a porta se abriu para a entrada da Laís ele não conteve a emoção. Foi lindo de ver! A cerimônia foi presidida pelo querido Pe. Marcelo que fez uma linda cerimônia envolvendo a todos com suas palavras. Após jurarem amor e fidelidade para toda vida o casal trocou as alianças num clima muito romântico. Após os cumprimentos dos pais e padrinhos os dois passaram pelo corredor com um lindo sorriso estampado no rosto enquanto os convidados acenavam e desejavam


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Caderno

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por Eduardo Rocha/Auto Press

Discretamente, o Peugeot 308 vem angariando consumidores no mercado brasileiro. A rigor, sua chegada mal foi notada. Mas aos poucos, vai ganhando participação entre os hatches médios. De fevereiro, quando foi lançado, a agosto, ele vendeu apenas 6.500 unidades. A média, em torno de 920 mensais, vem subindo mês a mês. Em junho, passou de 1.000, chegou a 1.100 em julho e em agosto bateu as 1.674 vendas. E não parece ter sido afetado nem pelo fato de ter sido lançado com um bom delay em relação à Europa, onde chegou em 2008. Ainda mais porque, com exceção do Chevrolet Cruze, que também é de 2008, todos os rivais têm projetos mais antigos que o do 308. O atual desempenho, no entanto, ainda não é o bastante para que o médio da Peugeot encare o líder do segmento, o Ford Focus, que somou no último mês 2.780 unidades, mas já é o suficiente pegar o vácuo do Hyundai i30, com 1.830 vendas, e ultrapassar o ancião Volkswagen Golf e o próprio Chevrolet Cruze hatch, que emplacaram, respectivamente 1.608 e 1.586 carros. No caso da versão mais equipada da linha 308, a testada Feline 2.0, certamente é a que ajuda o modelo francês a ganhar mais visibilidade, já que é muito bem dotado de equipamentos. Grande parte desse bom desempenho no mercado tem a ver com a concepção moderna. A plataforma é uma evolução da que o 307 usava, é atual e agrada em todos os aspectos. A lista de equipamentos se destaca pela “fartura”. Nesta versão mais equipada, existem itens como seis airbags, controle de estabilidade e tração, luzes diurnas de led, rodas de liga leve de 17 polegadas, ar-condicionado dual zone, acabamento com detalhes em alumínio e um belo teto-solar panorâmico. Outro bom motivo para crescer no segmento é o preço praticado pela Peugeot. O Feline sai a R$ 65.990 e chega a R$ 69.090 com todos os opcionais. Estes valores são próximos aos praticados pelo líder do segmento, o Focus, que não recebe sistema de navegação. O terceiro elemento que tem ajudado o 308 é o visual. As linhas, apesar de não serem muito originais nem ousadas, ajudam a emprestar uma imagem de requinte. E o modelo está em perfeita sintonia com o 308 vendido na França. Apesar de lembrar o antecessor 307, traz uma importante evolução: é mais moderno e sofisticado. O que ainda não acompanha a vanguarda do resto do carro é o conjunto mecânico. Nas versões mais fortes, o motor 2.0 de 151 cv e 22 kgfm já era usado no próprio 307, por exemplo. Ao menos ele ainda desenvolve bons números de potência e torque para o segmento. O maior problema fica na transmissão. É a antiga e já ultrapassada automática de quatro velocidades. Nos modelos de entrada há o novo motor 1.6 flex de 122 cv que dispensa o uso de tanque para partida a frio. Embora menos potente, se mostra mais adequado a um carro que precisar passar a imagem de modernidade. Mas a imagem do 308 só vai se formar integralmente quando hospedar sob o capô, no final do ano, o motor Prince, com turbo de alta pressão e câmbio de seis marchas.

Ponto a ponto

Desempenho – O trem de força do 308 é bem discrepante. O motor 2.0 de 151 cv com etanol é competente para mover um carro das proporções do médio francês. Há força o suficiente para retomadas e acelerações. O torque máximo não está disponível em rotações baixas – só aparece em sua totalidade aos 4 mil giros –, mas na faixa de uso normal o modelo tem bastante força. O problema é a antiquada transmissão automática de quatro velocidades. Ela é lenta nas trocas e tem escalonamento muito aberto, o que força as marchas serem esticadas demais. Parece jogar fora parte substancial do bom trabalho que o motor realiza. Esta impressão é tanto pior quanto mais se exige do carro. Numa condução mais “social”, o 308 se mostra mais agradável. Nota 7. Estabilidade – O médio da Peugeot é um carro bem acertado dinamicamente. As proporções do hatch médio já ajudam a deixar o modelo plantado no chão e o acerto da suspensão faz o resto do trabalho. Dá até para promover uma tocada esportiva que o 308 responde com estabilidade quase constante. Nas retas também apresenta bastante precisão na direção, mesmo em altas velocidades. Nota 8. Interatividade – Assim como no desempenho, o 308 traz bons acertos e falhas neste quesito. O painel de instrumentos é claro e tem ótima visualização. A visibilidade em quase todos os ângulos é outro item positivo. O sistema de entretenimento é completo, com direito a GPS – mesmo que seja preciso se familiarizar com o programa para extrair tudo que oferece. Faltam, no entanto, comandos do rádio no volante – a Peugeot ainda utiliza uma pouco prática alavanca na coluna de direção – e borboletas no volante para comandar o impreciso câmbio automático. Nota 7. Consumo – A Peugeot até cedeu alguns modelos para os testes do InMetro, porém o 308 não foi um deles. O computador de bordo marcou 8,2 km/l de gasolina em trajeto misto. Nota 6. Conforto – O espaço interno é condizente com o segmento. Isso significa que há lugar para quatro adultos viajarem com boa dose de conforto e ainda levar uma criança no meio sem apertos. Alguém maior no meio pode sofrer um pouco. A grande área envidraçada e o teto elevado e em vidro ajudam a elevar a sensação de conforto no interior. O rodar é adequado para pisos liso. Em ruas esburacadas, a suspensão rígida e os pneus de perfil fino transmitem mais imperfeições para a cabine do que o desejado, mas sem maiores trancos. O isolamento acústico é bem eficiente. Nota 8. Tecnologia – O 308 tem uma base razoavelmente recente, de 2008. Em um mercado periférico como o brasileiro, isso o deixa entre os hatchs médios de plataforma mais moderna. O motor já é usado no Brasil há algum tempo, é potente, prima pela robustez e continua agradando. Só o antigo câmbio de quatro marchas decepciona e destoa do conjunto, mesmo sendo um autêntico Tiptronic. A versão topo de linha, Feline, é completa. Traz seis airbags, ABS, controles de estabilidade e tração, luzes diurnas de led e GPS como opcional. Nota 9. Habitalidade – O 308 é um veículo amplo, com

acessos largos que facilitam a entrada e saída. Na cabine existem porta-objetos em quantidade suficiente. O porta-malas leva 430 litros, um pouco acima da concorrência. Nota 8. Acabamento – Um dos destaques do modelo francês. Foi aproimorado em relação ao antecessor, 307, que já tinha um padrão bastante bom. O painel é todo revestido com plástico emborrachado, que aumenta a sensação de requinte. Na parte inferior há um aplique com um material mais rígido, mas com pintura que lembra um alumínio fundido. O volante e os assentos são revestidos com couro vistoso e de alta qualidade. Nota 9. Design – Neste aspecto, o 308 é uma evolução quase previsível do 307. O hatch tem um visual moderno e transmite uma boa dose de sofisticação, mas falta ousadia. Pelo menos, está atualizado com o modelo vendido na Europa, que está em sua segunda fase, e já recebeu as luzes diurnas de led, que ajudam a compor a dianteira. Nota 8. Custo/benefício – Como ainda é recém-chegado no mercado, o 308 está com preço bem semelhante aos dos concorrentes diretos. Mesmo em se tratando de um modelo mais moderno. Todos os modelos top de 308, Focus e Citroën C4 saem em torno de R$ 65 mil e vão a R$ 69 mil com todos os opcionais. O único que sai da curva é o também moderno Chevrolet Cruze Sport6, que custa R$ 74.892. Nota 8. Total – O Peugeot 308 Feline 2.0 somou 75 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Mesmo sem maiores ousadias, o 308 tem bastante apelo visual. Não difere muito do seu antecessor, o 307, mas é um conjunto harmônico e suave, uma espécie de evolução de um conceito já consagrado. A escolha da Peugeot foi criar um carro que passe ideia de requinte em detrimento da esportividade. Na versão topo de linha, as luzes diurnas de led e os diversos cromados espalhados pela carroceria fazem o papel de emprestar esta sofisticação extra. A impressão é parecida no interior. O acabamento é muito bom e a maior parte do painel recebe um material emborrachado. E mesmo as partes de plástico rígido causam boa impressão e mantém a qualidade do conjunto. Há couro nos bancos, portas, volante e alavanca do freio de mão. Além de ser um carro relativamente espaçoso, a amplitude no interior é aumentada com o imenso teto de vidro que se estende por quase toda a extensão do habitáculo. Tudo parece contribuir para um veículo confortável ao rodar. Mas não é exatamente isso que acontece. Não que o 308 seja desconfortável, mas ele necessita de um piso liso para entregar uma vida “tranquila” aos ocupantes. A versão Feline tem rodas de 17 polegadas com pneus de perfil esportivo que, junto com a suspensão um tanto rígida, passam algumas vibrações para o interior em superfícies irregulares. Ao menos isso melhora o comportamento dinâmico. Ele é bem construído e se “segura” nas curvas com muita competência. O acerto duro da suspensão e a plataforma com rigidez torcional conseguem

manter o hatch sempre em uma trajetória previsível e sem sustos. O motor 2.0 de 151 cv até tenta entregar um desempenho condizente, mas é atrapalhado pelo câmbio. Como tem apenas quatro marchas, o escalonamento é muito aberto. Há buracos entre as marchas, principalmente entre a segunda e terceira. No final, o bom motor apenas compensa um pouco esta perda. Esta equação deve ser radicalmente alterada com a entrada do motor THP, que será apresentada no Salão de São Paulo, no fim de outubro. Com 165 cv, turbo e transmissão automática de seis marchas, vai eliminar qualquer ideia de modelo pacato que se possa fazer do 308.

Ficha técnica

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio automático com quatro marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Potência máxima: 151 cv a 6 mil rpm e 143 cv a 6.250 rpm com etanol e gasolina. Torque máximo: 22 kgfm e 20 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina. Diâmetro e curso: 85,0 mm X 88,0 mm. Taxa de compressão: 10,5:1. Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com rodas independentes, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidraulicos pressurizados. Traseira com rodas independentes, travessa deformavel e amortecedores hidráulicos pressurizados. Pneus: 225/45 R17. Freios: Dianteiros a disco ventilados e traseiros a discos sólidos. Oferece ABS de série. Carroceria: Hatchback em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,27 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,49 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Airbags frontais, laterais e de cortina. Peso: 1.387 kg. Capacidade do porta-malas: 430 litros. Tanque de combustível: 60 litros. Produção: El Palomar, Argentina. Lançamento: 2012. Lançamento na Europa: 2008. Itens de série: Seis airbags, ABS, ar-condicionado digital, banco do motorista com regulagem de altura, volante com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo, direção eletro-hidráulica, pára-brisa acústico, trio elétrico, faróis de neblina dianteiros, sensor de luminosidade, apoios de braço centrais, sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, rádio/CD/MP3/USB/ iPod/Aux, controle de estabilidade e de tração, luzes diurnas de led, sensor de estacionamento traseiro, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, teto panorâmico de vidro, bancos de couro e rodas de 17 polegadas. Preço: R$ 65.990 Opcional: Pintura metálica e GPS Preço final: R$ 69.090. Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias


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Notícias

Automotivas por Augusto Paladino/autopress

Sinal dos tempos – A busca pelos veículos

revista.

amigos do meio ambiente chegou até ao

Medida preventiva – A Renault não vai ficar de

Vaticano. A Renault doou duas unidades do braços cruzados com a chegada do novo EcoSport no elétrico Kangoo Z.E. para o Papa Bento XVI. Ele,

mercado. Para se precaver da chegada do utilitário da

que estava acostumado a andar de Mercedes-Benz

Ford às lojas, a marca francesa vai lançar uma série

Classe G, BMW X5 e Volkswagen Phaeton, agora vai

especial do Duster a curto prazo. O principal atrativo

poder apreciar o furgão elétrico da marca francesa. será a presença de um sistema de entretenimento com Se não tem tanto luxo quanto os companheiros de

tela sensível ao toque e GPS integrado. Ele também

garagem, ao menos ele é econômico. As baterias

terá rodas de liga leve com desenho exclusivo e outros

desenvolvem 60 cv e têm autonomia de 170 km

detalhes estéticos. No novo EcoSport, o navegador

com uma recarga completa. O modelo específico de

não está previsto nem como opcional.

Sua Santidade tem teto retrátil, degraus elétricos e

Ação global – A Ford tem ambições claras com a

quatro assentos individuais.

nova geração do EcoSport. Tanto que deverá ven-

Injeção de veneno – Não satisfeita com a feroci- der o jipinho até na Europa, segundo o presidente dade do Mini John Cooper Works e seus 211 cv,

da marca no Brasil, Steven Armstrong. O executivo

a fabricante inglesa apresentou uma versão ainda não confirmou em que países europeus o modelo mais endiabrada do carrinho. A JCW GP é equipada

será vendido, mas é certo que terá configuração

com o mesmo 1.6 turbo das versões comuns, mas semelhante à apresentada em agosto no Brasil. A afinado para 218 cv. Apesar da pequena diferença de maior diferença será a opção do motor 1.0 EcoBoost, potência, o GP é 45 kg mais leve que o JCW, o que turbinado para render até 125 cv. Por aqui, o carro melhora a relação peso/potência. Segundo a marca,

sai equipado com os propulsores 1.6 16V e 2.0 16V,

o conjunto é capaz de acelerar de zero a 100 km/h ambos flex, com 115 cv e 145 cv respectivamente. em 6,3 segundos e chegar à velocidade máxima de Além disso, a Ford também afirma que até 2015 245 km/h. Serão apenas 2 mil unidades produzidas

todos os modelos vendidos aqui serão globais – o

da série. Além do motor mais forte, o modelo terá que decreta o fim próximo de carros como o freios redimensionados, pneus especiais e suspensão Ka e Fiesta Rocam.


veículos

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Pequeno mas valente por Augusto Paladino/autopress

– A tendência da produ-

Foto: Divulgação

ção de motores pequenos, porém potentes – o chamado “downsizing” –, cria algumas combinações no mínimo curiosas. Caso do novo Ford Mondeo, que agora compartilha plataforma e visual com o Fusion – vendido nas Américas. Uma das exclusivdades europeias é o premiado motor 1.0 EcoBoost de apenas três cilindros. Claro que no médio-grande a escolha foi pela variante mais potente do propulsor, capaz de render 125 cv e 20,4 kgfm a 1.450 rpm. Isso tudo graças à utilização de turbocompressor, injeção direta e comando de válvulas com variador de fase.

Ford Mondeo


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veículos

Jornal do Meio 659 Sexta 28 • Setembro • 2012

por Michael Figueredo/Auto Press

Quando William S. Harley e os irmãos Arthur e Walter Davidson decidiram criar sua própria motocicleta, em 1901, pensavam apenas em um produzir um veículo. Mal sabiam que estavam fundando uma espécie de religião, com seguidores praticantes ou simplesmente fãs. O espírito de liberdade exaltado pelas motos em geral assume uma proporção de estilo de vida no universo da Harley-Davidson. Ciente do próprio alcance, a empresa decidiu apostar em um evento que pode ser classificado como um encontro de motociclistas exclusivo para a marca. O evento, realizado na Marina da Glória, no Centro do Rio de Janeiro, entre 14 e 16 de setembro, foi a segunda edição do Rio Harley Days. A marca pretende que a cidade se torne uma das cinco no mundo a realizar o evento anualmente. O Harley Days é a principal ação de marketing da Harley-Davidson no Brasil. Mais que um feirão de fábrica metido a besta, a marca aposta numa programação onde todos os elementos do universo “harlista” estão presentes. Obviamente, isso acaba desembocando em vendas de motocicletas, mas também de roupas, acessórios, bandanas, etc. No mundo, são apenas cinco edições do Harley Days por ano. Antes do Brasil, este ano o evento foi realizado na Holanda, Espanha, Alemanha, Suíça e Croácia. Além da enorme loja da Harley-Davidson Motorclothes, o evento contou com test-rides de diversos modelos, apresentação de motos customizadas, estúdios de tatuagem, área de alimentação, shows de rock e exposição de motos para vendas. Havia ainda um espaço exclusivo para os H.O.G. – Harley Owners Group, o clube dos proprietários de motos da marca. Ao longo de seus 109 anos de existência, a Harley-Davidson estabeleceu relações com muitos outros segmentos. Esteve presente até mesmo nos principais conflitos armados da história. Na Segunda Guerra Mundial, a exemplo de outros países, o Brasil adquiriu motocicletas da fabricante. Os batedores das forças nacionais utilizam motos da marca até hoje e também estiveram no Rio Harley Days. Montados em seus modelos Road King, os militares brasileiros fizeram manobras em um circuito demarcado por cones e adornado por veículos blindados de combate ao fundo. A exibição de técnica e habilidade de motociclistas dos Fuzileiros Navais, do Exército e da Aeronáutica arrancou aplausos do público, que exaltava também a performance das máquinas. Naturalmente – ou não –, a Harley-Davidson cresceu relacionada aos mais variados aspectos da cultura mundial, como a música – e principalmente o rock. Não são raras as aparições do emblema da marca em camisas de artistas e na

plateia. Em 2012 o objetivo foi transformar o evento em um festival muito mais sonoro. “Fizemos desta uma edição mais musical para atrairmos pessoas além dos proprietários de nossas motos”, diz o diretor superintendente da marca no Brasil, Longino Morawski. No sábado, após shows de Rolling Stones cover e da Rio Rock & Blues Band, tocando clássicos de todas as épocas do estilo, o grupo mineiro Skank se encarregou de encerrar a programação. Com um repertório repleto de sucessos, a banda manteve os público de pé até o último minuto. No dia seguinte a missão coube ao paulistanos do Ultraje a Rigor. O Rio Harley Days teve mesmo cara de festival de rock. Mas evidentemente a marca não esqueceu de um dos principais objetivos da ação: conquistar novos clientes. “Trazer fãs do motociclismo em geral aumenta as chances de eles se apaixonarem pelo universo Harley e se tornarem nossos clientes”, explica Longino. Por isso, uma espécie de showroom também foi montado, misturando exposição de modelos com ponto de vendas. Os visitantes podiam ver de perto cada um dos modelos da Harley-Davidson e até mesmo posar para fotos sobre duas rodas. No mesmo salão, consultores realizavam vendas, com condições especiais de financiamento. Segundo o vice-presidente geral de merchandise da Harley-Davidson, Patrick Smith, a marca vê o Brasil como um importante mercado dentro de um contexto mundial. “Temos um plano de crescimento global e o Brasil é um país-chave nessa estratégia”, afirma. A empolgação de Patrick é justificada pelos números. De acordo com a Fenabrave, a marca vendeu 4.322 motos em 2011. Neste ano, apenas no acumulado de janeiro a agosto, já foram comercializadas 4.438 motocicletas. Caso seja mantida a média de 550 unidades vendidas por mês, o ano de 2012 vai superar os 6 mil emplacamentos projetados pela subsidiária brasileira. Se o Brasil é importante para o crescimento mundial da empresa, o Rio Harley Days tem papel fundamental no aumento da presença da marca no mercado nacional. Para a fabricante, o caminho a ser trilhado passa por atrair cada vez mais público para o evento. Neste ano, a marca vendeu 60 unidades nos três dias de Harley Days na Marina da Glória, no Rio. A única concessionária da marca na cidade vende mensalmente 100 unidades. Entre os maiores mercados da marcano mundo, o Brasil fechou o ano de 2011 na 8ª posição. A expectativa é encerrar 2012 no 5º lugar. Para isso, a Harley-Davidson explora a imagem que criou. E lança a isca, combinando acordes de guitarra ao ronco dos motores.

Fotos: Rodrigo Machado e Michael Figueredo/Carta Z Notícias


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