Braganรงa Paulista
Sexta 15 Marรงo 2013
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jornal do meio
11 4032-3919
2
para pensar
Jornal do Meio 683 Sexta 15 • Março • 2013
Expediente
A igreja deve mudar! por Mons. Giovanni Baresse
Escrevo às vésperas do
de vida. Formam a Tradição os
falar de Igreja não estou falando
nossa época. Os princípios devem
início do Conclave que
ensinos dos Padres Apostólicos
só da hierarquia (ministros or-
ser tornados claros para que as
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
deverá escolher quem
(teólogos dos primeiros séculos)
denados). Falo de todos os que
pessoas possam aderir a eles. Por
assumirá o ministério petrino à
e do Magistério da Igreja que vão
são Igreja. Daqueles que têm a
exemplo: no campo do sacramento
frente da Igreja. Pode ser que ao
atualizando o modo de ser cristão
missão de ensinar e manter os
do matrimônio: a Igreja sempre
saírem estas linhas já tenhamos
em cada época. A Tradição nos
irmãos unidos na fé. De todos
proclamará que é sacramento e
o novo Papa! Creio, todavia,
dá os indicativos das verdades
que assumem a mensagem evan-
que deve ser vivido na união do
que a reflexão que proponho
fundamentais com a linguagem
gélica e a vivem. E a fazem viver.
homem e da mulher. Se as na-
ultrapasse os limites dos fatos
adaptada a cada época e os
A Igreja não pode se curvar aos
ções permitem a união estável
da História para fixar-se naquilo
modos de viver o seguimento de
modismos. Ao “hoje é assim!” O
entre homem e mulher ou entre
que é perene. No artigo passado
Jesus Cristo. Muda a linguagem.
que a Igreja deve fazer (todos nós,
pessoas do mesmo sexo, isso
dizia que gostaria de apresentar
Não muda a verdade proposta.
seus membros e participantes
jamais será sacramento. O que
abordagem sobre aquilo que a
salvar outros. A questão das
Há gente que tem arrepio ao
do Corpo de Cristo como diz
o Magistério da Igreja deve cada
Igreja não pode mudar: os seus
células-tronco embrionárias,
dogma. Ainda mais em nossos
São Paulo: cf. 1 Cor. 12,27; Ef.
vez mais buscar é a compreen-
dogmas, o cerne da Palavra de
por ex., fixa-se aqui. Desde que
dias quando parece que nada
5,30; Rom. 12,5, etc.) é buscar a
são das razões muitos não veem
o embrião seja preservado, não
Deus, os fundamentos de sua
mais tem razão para ser. Tudo é
linguagem que seja entendida
no casamento um sacramento,
lhe sejam causados danos, suas
vida vivida que chamamos de
relativo. E cada um tem o direito
por todos e buscar a adequação
um compromisso de amor para
células poderiam ser retiradas e
Tradição. Dogma, no campo
de estabelecer as suas próprias
das verdades da fé que devemos
a vida toda. Ao mesmo tempo
utilizadas. Mas não temos ainda
religioso, significa uma doutrina
verdades e seguranças. Parece
propor de um modo que todos
abrir-se misericordiosamente
nem tecnologia nem certeza
que é fundamento, alicerce da
que o grande desejo de nossos
possam compreender. Temos
para tantas pessoas sofridas
científica que isso possa acon-
fé. Não pode ser mudado sob
dias é que a Igreja renuncie às
que ter clareza sobre o que é
em casamentos desfeitos e que
tecer. O drama do nosso tempo
pena de fazer ruir tudo o que foi
suas convicções, especialmente
uma verdade dogmática (por
acabam encontrando em nova
é o imediatismo e o utilitarismo.
proposto por ele e que forma o
àquelas que sofrem continuadas
ex.: nosso Deus é Uno e Trino;
união a razão de sua vida. Há
Se existe uma solução que pode
arcabouço que constitui a razão
críticas. Uma coisa deve ficar muito
Jesus é o Filho de Deus; Jesus
ainda muita burocracia neste
ser imediata e útil, esqueçam-se
de sua existência. Por sua vez
clara: a Igreja nunca deixará de
morreu e ressuscitou; Maria é
campo.
Outro exemplo: as
os princípios e apliquem-se os
a Sagrada Escritura é a fonte
propor as verdades fundamentais
mãe de Deus, etc.) e a forma de
pesquisas da bioética: a Igreja
resultados! Parece que a possi-
onde as verdades da fé encon-
que brotam da Palavra de Deus.
explicitá-la. Se dogmas surgiram
sempre apoiará os esforços em
bilidade científica é aquela que
tram suas raízes. Os estudos
Que a fazem, por consequência,
há muitos séculos, na linguagem
favor da vida desde a concepção
deve normatizar as ações. Isso
bíblicos ajudam a aprofundar
ser proclamadora da Boa Nova.
e numa cultura determinadas,
até a morte natural. Mas jamais
já vimos: os campos de con-
e a conhecer melhor aquilo que
Missionária do Evangelho. Discí-
devemos buscar forma de ex-
estará de acordo com a provo-
centração! Não queremos
nos é proposto como caminho
pula de Jesus Cristo. Atenção: ao
pressão que fale às pessoas de
cação da morte de um ser para
repeti-los!
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
comportamento
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Marcas de
expressão
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Pessoas com mais de 50 anos aderem à tatuagem e fazem do corpo um livro aberto de experiências, memórias e homenagens a familiares
Por DENISE MOTA/FOLHAPRESS
A tatuagem amadureceu. Cada vez mais, ela deixa de ser vista como marginal, como um símbolo de contestação ou uma escolha exclusivamente juvenil. Na nova fase --que vem se consolidando, segundo observam tatuadores que trabalham há décadas no ramo--, os desenhos na pele ganharam um crescente número de adeptos entre as pessoas com mais de 50 anos. O que antes era símbolo de rebeldia se tornou expressão de liberdade. “Eu me acho bonito, saudável”, diz Luiz Fernando Bravin, 60, administrador de empresas que tem quatro elaboradas tatuagens (nas costas, no peito e nos dois braços) e já calculou em detalhes o que irá registrar nos próximos três desenhos. “Tenho um tucunaré [peixe brasileiro], preso na bandeira do Brasil, pendurado em um anzol”, descreve a marca de 40 cm, nas costas, que foi a estreia no universo da tatuagem há quatro anos. Um ano depois, com o nascimento da neta, decidiu registrar o pezinho da bebê “em cima do coração”, ao lado dos nomes dos outros netos. Na sequência, veio a inspiração para uma faixa no braço esquerdo, com símbolos, animais e os nomes dos filhos. Para completar, o braço direito recebeu um dragão que irá expelir fogo (o detalhe incandescente é um dos desenhos programados). Saber exatamente o que quer tatuar é uma característica comum entre os mais velhos, segundo Gustavo Silvano, da Pin Up Tattoo. Ele, que trabalha há 12 anos em Icaraí, bairro de Niterói “com uma alta concentração de pessoas mais velhas”, nota que a clientela acima dos 50 anos vem crescendo. Com 30 anos de experiência em tatuagens, Sergio Maciel, da Led’s Tattoo, em São Paulo, confirma a percepção do colega: “Acredito que a popularização da tatuagem, a quebra de velhos conceitos e o reconhecimento da tatuagem como arte são os responsáveis por isso”, diz.
Libertação Para Mirian Goldenberg, antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colunista da Folha, a tatuagem como algo não desviante é um conceito recente e que encontra nas pessoas mais velhas uma correspondência com o “discurso da libertação” que surge com a idade. “É como se fosse uma segunda vida. Vejo que decidem se tatuar nesse momento, primeiro, porque é algo mais ‘normal’, segundo, porque se sentem livres para fazer o que bem entenderem.” Goldenberg está escrevendo um livro --”A Bela Velhice”, com lançamento previsto para abril-- sobre essa sensação de liberdade que vem detectando entre pessoas de 50 a 90 anos. Na opinião da escritora e jornalista Leusa Araújo, que pesquisou por mais de dois anos o mundo das “tattoos”, apesar da maior aceitação, tatuar-se continua a ser uma decisão exposta a preconceitos.
“O que há hoje é uma maneira diferente de lidar com o próprio corpo. A liberdade de escolha parece ter ganho maior importância, como se houvesse uma afirmação de que ao menos o corpo ainda é um lugar próprio. Então faço dele um depoimento do que sou”, diz ela, autora do livro “Tatuagem, Piercing e outras Mensagens do Corpo”. Frases e nomes estão entre desenhos mais pedidos Aos 57 anos, a pediatra paulistana D’Eua de Mello decidiu fazer do corpo uma espécie de livro com experiências e gostos acumulados ao longo da vida. A primeira tatuagem apareceu há dez anos, depois de levar os filhos --que desejavam se tatuar-- a um estúdio. Eles titubearam e foram se decidir pelos desenhos semanas mais tarde. A mãe, não: chegou, sentou e saiu tatuada. “Aos 47, você sabe o que quer da vida. Meus filhos acharam o máximo, até porque era algo que não estava na programação.” A primeira tatuagem foi o símbolo do mantra hindu “om”, de 3 cm, na nuca. Depois vieram outros registros, maiores e mais evidentes. “É viciante. Para mim, isso é uma obra de arte.” A escolha seguinte, três anos depois, foi gravar nas costas um símbolo de proteção da casa, retirado do feng shui. Há três anos veio a terceira, em referência a “eles” --”Ba” e “Du”, como ela chama os dois filhos. E, em dezembro passado, resolveu aumentar a homenagem e incrementar os arabescos do desenho, que agora se estende até o braço. “Não tenho mais nada discreto”, brinca. Ainda em dezembro, fez outro “presente”, dessa vez para o marido, com quem está casada há mais de 30 anos. A ideia do desenho veio à cabeça subitamente, quando D’Eua escutava Ana Cañas cantando “La Vie en Rose”. Não deu outra: a frase “C’est lui pour moi/ Moi pour lui dans la vie” (É ele para mim / Eu para ele, na vida) foi parar no ombro da paulistana. O exemplo de D’Eua deixa evidente uma das tendências mais marcantes atualmente no universo da tatuagem: as escritas com nomes de pessoas amadas, um dos desenhos mais pedidos (outros exemplos no quadro ao lado). Mas, de acordo com tatuadores, não há denominador comum quanto à preferência dos mais velhos nos estúdios. A palavra “moda” não existe nessa equação, segundo Gustavo Silvano, da Pin Up Tattoo. “Os clientes com mais de 50 anos raramente pedem desenhos da moda, eles são mais específicos no que querem e têm mais facilidade em decidir qual desenho fazer.” E não parecem estar muito preocupados com o que os outros vão pensar. O administrador de empresas Luiz Fernando Bravin já se acostumou com os olhares de surpresa quando os amigos pescadores veem suas tatuagens. “As pessoas estranham, acham que é coisa de velho maluco. Meus companheiros falam: ‘Bravin, o que é isso?’. Aí eu digo: ‘Ah, esse foi um peixe que eu pesquei ontem, e ele não quis mais largar de mim’”, conta sobre o tucunaré que carrega nas costas.
Foto: Avener Prado/Folhapress
A pediatra D’Eua diz que os desenhos na pele não a atrapalham em nenhum sentido, nem profissionalmente --pelo contrário, os pais dos pacientes até se sentem mais próximos, segundo ela. Disfarce Além da vontade de refletir uma etapa de plenitude, para alguns a tatuagem também representa um desejo de cobrir cicatrizes e embelezar o corpo, iniciativa que a dermatologista Monica Carvalho considera interessante, especialmente nos casos de quem passou por cirurgias plásticas estéticas ou de redução de estômago. Mas nem tudo é favorável na decisão de fazer a tatuagem. Por causa de doenças crônicas mais frequentes com o passar da idade --como diabetes e pressão alta--, o procedimento depois dos 50 anos requer alguns cuidados extras, segundo a dermatologista (leia mais na página ao lado). “Envelhecimento’ da tatuagem é diferente em cada região do corpo Depois dos 50 anos, fazer uma tatuagem requer cuidados especiais, como escolher adequadamente a região do corpo que receberá o desenho e ter maior rigor na higienização do local. “A tatuagem acompanha as mudanças da pele. Se a pessoa engorda, a pele acompanha e o desenho também”, afirma a dermatologista Monica Carvalho. De acordo com ela, as alterações causadas pelo envelhecimento são mais lentas do que as resultantes do ganho de peso, mesmo assim é indicado escolher regiões do corpo que mudem pouco com o passar dos anos, como costas, braços, colo e pernas. O tornozelo deve ser evitado, porque a cicatrização pode ser mais difícil. “O procedimento pode causar alterações no retorno venoso e dificultar a cicatrização. Por esse mesmo motivo, hipertensos não devem se tatuar nas pernas”, diz a dermatologista. Pessoas com tendência a ter queloide (quando a cicatriz fica saliente) precisam fazer um teste antes de se tatuar. Segundo Carvalho, o principal risco do procedimento é o de contrair infecções. Para diminuir o risco, é recomendável procurar um estabelecimento “sério, que use materiais descartáveis ou esterilizado em autoclave (por vapor)”, afirma. A higienização da pele depois da tatuagem é muito importante, principalmente se a pessoa tiver diabetes (que torna a cicatrização mais difícil). “É necessário lavar bem com sabonete neutro e de preferência usar um antisséptico à base de clorexidina. Também é aconselhável o uso de pomadas cicatrizantes. E não se deve expor a tatuagem ao sol nos primeiros dias”, explica a dermatologista. Outro cuidado é com a hidratação. “Com a idade, a pele tende ao ressecamento. Então mantê-la hidratada é sempre recomendado.” Se o local apresentar vermelhidão, dor, secreção amarelada ou esverdeada a partir do segundo dia da realização da tatuagem, é melhor procurar um médico. “Podem ser sintomas de uma infecção”, afirma Carvalho.
Luiz Fernando Bravin, 60 anos, Administrador de Empresas
Retrato da médica D’Eua de Mello, 50, que possui seis tatuagens, sendo a última feita ha um mes atrás, em sua casa no Aruja
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Jornal do Meio 683 Sexta 15 • Março • 2013
colaboração SHEL ALMEIDA
O Japão consegue unir tradição e modernidade, fazendo com que aspectos históricos e tecnológicos convivam lado a lado, contribuindo para que o país caminhe para o futuro sem nunca esquecer o passado. Com os imigrantes japoneses no Brasil não foi diferente. A comunidade nipônica que se estabeleceu por aqui conseguiu conservar características culturais e ainda influenciar os brasileiros. A Associação Nipo Brasileira de Bragança, assim como outras espalhadas pelo Brasil, é exemplo disso: mantém a cultura japonesa ativa, entre descendentes ou não, por meio da língua, culinária, artes e costumes. De acordo com dados do IBGE, os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908, em busca de trabalho no campo. Eram 781 pessoas. Hoje são cerca de 1,8 milhão de brasileiros de origem japonesa vivendo no país, o que representa cerca de 1% da nossa população total. A maior parte vive nos Estados de São Paulo - cerca de 60% - Paraná e Mato Grosso. A professora Akiko Uenishi, japonesa que vive no Brasil há 20 anos, explica que o povo japonês dá muito valor à integração e à colaboração da comunidade. “Os japoneses gostam de se reunir, de se dedicarem à sociedade, de trabalharem pelo bem de todos”. As atividades que acontecem na Nipo exemplificam bem essas características ao serem meios de fomentar a cultura japonesa e, ao mesmo tempo, integrar descendentes e brasileiros. Foi o que aconteceu com Gisele Almeida Leme. Ela, que não tem ascendência japonesa, começou a se interessar pela cultura nipônica aos 13 anos, por causa dos animes e mangás. Logo em seguida começou a fazer aulas para aprender a língua. “Eu quis aprender porque gostava das músicas e queria entender o que falavam”, conta. Hoje, aos 21, o envolvimento com a cultura é tanto que ela fala fluentemente o japonês e está de malas prontas para passar uma temporada no Japão. Gisele estudou a língua com Akiko durante oito anos, até conseguir o grau máximo no Exame de Proficiência em Japonês. É a única das alunas da Nipo que conseguiu o feito sem ter ligação direta com o país. Segundo Akiko, Gisele é uma aluna muito dedicada e com grande aptidão para os idiomas. “Quando ela começou a estudar o japonês, me surpreendeu ela não ser descendente, por causa da facilidade com que foi aprendendo. Muitos alunos começam, mas não dão continuidade. Ir até o fim é coisa rara, até mesmo pra quem é de origem japonesa”, fala.
Idioma
Gisele cursa Letras/Japonês na UNESP. Após conseguir passar no Exame de Proficiência, o que lhe conferiu o atestado de ser fluente no idioma, conseguiu, também, uma bolsa para ficar um ano estudando no Japão. A bolsa foi oferecida pela própria UNESP em parceria com a Universidade de Nara, uma das cidades mais antigas do Japão. “Lá ela poderá perceber bem como é essa mistura de modernidade com tradição. Nara tem muitos templos antigos conservados”, fala Akiko. Para Gisele, é exatamente isso o que mais gosta na cultura japonesa, a mistura do passado com o futuro, do antigo com o moderno. Já do Brasil, ela diz que o que sentirá mais falta é da
comida. “Eu tive que aprender a gostar da culinária japonesa para poder ir, mas lá a variedade de pratos vai ser maior. Quando eu ficar longe tempo suficiente sentirei falta de outras coisas, além da comida. A minha faculdade sempre envia alunos para estudar em Nara, já fiz alguns contatos. Dessa vez estou indo com mais uma pessoa. Vai ser mais fácil a adaptação”, diz. Será a segunda vez que Gisele irá para o Japão. Na primeira vez foi em um grupo de cerca de 40 alunos e ficou um mês no país. “No outro intercâmbio fiquei na casa de uma família. Dessa vez ficarei no dormitório da própria Universidade. Eles recebem muitos estudantes estrangeiros por lá, então estão acostumados com as diferença culturais também. Não acredito que terei algum problema com preconceito, não tive da primeira vez”, analisa. “Como ela fala muito bem a língua, vai ser mais fácil”, completa Akiko. Gisele se lembra como foi a primeira experiência no país: “As pessoas chegavam falando comigo em inglês, eu respondia em japonês. Alguns demoravam pra perceber e continuavam falando em inglês”, se diverte. “Japonês vê estrangeiro e acha que todos só falam inglês. Mas o japonês que não sabe falar inglês, quando vê um estrangeiro se aproximar, foge de vergonha. É diferente do brasileiro. Quando eu cheguei aqui, mesmo eu falando mal o português, as pessoas se esforçavam pra me ajudar, tentavam entender, gesticulavam, faziam mímicas. Brasileiro é mais amigável, japonês é muito tímido”, completa Akiko. “Eu fui aprendendo melhor o português conforme fui ensinando o japonês. Foi uma troca”, relembra.
Akiko e Gisele. Depois de oito estudando japonês, Gisele conseguiu bolsa em universidade no Japão
Alunos do Concurso de Oratória 2012. Nova geração começa com desenhos japoneses e acaba buscando saber mais sobre a cultura japonesa.
Nova geração
Quando começou a aprender o idioma, Gisele não imaginava que iria tão longe. Depois que terminar o intercâmbio no Japão e a faculdade no Brasil, ela pretende se dedicar à área de tradução técnica e também à de intérprete. Akiko brinca que ela poderá treinar na Copa que se aproxima e que acontecerá no Brasil. Como a professora explica, é mais comum que quem queira aprender a língua japonesa e que conclua o curso seja descendente. Mas Gisele não é um caso isolado. Ela foi a primeira não-descente a tirar a proficiência, mas não quer dizer que será a última. De acordo com Akiko, grande parte das pessoas que hoje freqüentam as atividades da Nipo, como o Festival Japão ou o Anime Nipo, não são descendentes. O que motiva é o interesse cultural. “A geração da Gisele começou a se interessar pelos desenhos e, conforme foi descobrindo novas coisas, foi gostando mais e mais. Nem todos chegam para aprender a língua, como ela fez, a maioria vem por causa da cultura de modo geral, pela dança, a música ou as artes, como o Origami ou o Teatro Japonês, ou mesmo pelo Soroban, que é uma calculadora antiga e que ajuda na concentração e na rapidez. Mas, depois,querem aprender um pouco da língua também”, explica. E depois que Gisele soube que iria para o Japão, Akiko consegui mais uma aluna: Fátima, a mãe de Gisele, que pretende chegar preparada quando for visitar a filha nas férias. Para saber mais sobre as atividades da Nipo, ligue 4033- 2996
Aula de língua japonesa. Muitos alunos começam mas não vão até o fim
Akiko, Gisele e turma durante aula sobre a cerimônia do chá. Cultura japonesa mistura tradição com modernidade
Seu sorriso COM saúde
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Vinho e erosão dental informe publicitário
Sem alardes! Ninguém vai precisar parar de beber vinho, nem branco, nem tinto. Foi o que revelou um estudo em 2009 da dentista alemã Brita Willershausen sobre os efeitos do vinho sobre os dentes. O estudo concluiu que o vinho branco provoca mais danos ao esmalte do que o vinho tinto. Mas como assim? Danos? Isso mesmo, uma substância ácida que está presente no vinho branco corrói o esmalte dos dentes de forma muito mais agressiva do que no vinho tinto, e não é a origem do vinho, seu ano ou a quantidade de álcool que determinam o tamanho do dano aos dentes. A Dra. Brita Willershausen verificou que o que determina esta corrosão no esmalte é o pH do produto e o tempo de contato com os dentes. Ela realizou um teste em laboratório, onde mergulhou o dente de uma pessoa adulta em um copo de vinho branco e após um dia imerso, verificou-se que ele teve perda significativa de cálcio e fósforo. Em contra partida a autora da pesquisa relata que este problema esta a salvo, graças a um hábito muito comum pela população, saborear o vinho com um bom pedaço de queijo. De acordo com o estudo a mistura destes dois ingredientes pode anular o efeito nocivo do vinho branco nos dentes, devido ao cálcio presente no queijo, exatamente a substância corroída pela bebida. Assim a famosa combinação “vinho e queijo” está correta. Esta erosão ácida é causada por alimentos com pH muito ácido como por exemplo sumo de limão, refrigerantes, vinho tinto e, agora, o vinho branco, e causa micro-abrasão, isto é, perda de esmalte sobre
a superfície do dente (mini buracos no esmalte)aumentando a chance dos dentes ficarem manchados com o consumo de outros alimentos com pigmentos, como o café, vinho tinto, açaí e etc. Talvez uma resposta para aquela sua pergunta: porque o clareamento não é tão eficaz em meus dentes? Pode ser que seja pelo elevado consumo de alimentos de pH ácido . Os sinais clínicos desta erosão são: sensibilidade dentária (sensibilidade ao consumir alimentos e bebidas quentes, geladas ou doces), descoloração (os dentes apresentam uma aparência levemente amarelada), translucência (dentes mais “transparentes”) e lesões em formas de taças (na superfície de mastigação dos dentes). Uma dica importante não é deixar de consumir esses alimentos, mas sempre esperar no mínimo 30 minutos para escovar os dentes depois do consumo, pois o pH ideal da boca é básico e é a saliva quem regula este pH com a chamada capacidade tampão, em que a saliva trabalha para que o pH ácido da sua boca vire básico. Então não escove seus dentes logo após consumir alimentos ácidos, deixe a saliva trabalhar até equilibrar este pH, procure beber estes líquidos rapidamente, não bocheche, nem os mantenha na boca por um tempo maior e você não terá problemas. E sempre procure um dentista quando apresentar algum sinal, somente ele dirá qual o tratamento adequado para você. Dra. Luciana Leme Martins Kabbabe CRO/SP: 80.173 Especialista em Dentística Restauradora e Estética Dental
COM - Centro Odontológico Martins Dra. Luciana Leme Martins Kabbabe CRO/SP 80.173 Dra. Mariana Martins Ramos Leme CRO/SP 82.984 Dra. Maria Fátima Martins Claro CRO/SP 18.374 Dr. Luis Fernando Ferrari Bellasalma CRO/SP 37.320 Dr. André Henrique Possebom CRO/SP 94.138
Dra. Juliana Marcondes Reis CRO/SP 70.526 Dra. Helen Cristina R. Ribeiro CRO/SP 83.113 DR. Luis Alexandre Thomaz CRO/SP 42.905 Praça Raul Leme, 200 – salas 45/46/49 Edifício Centro Liberal. Telefones: 11 4034 – 4430 ou 11 4034 – 1984
antenado
“A Mesma Coisa” Sem temer anacronismo, versos exprimem estados psicológicos
por FELIPE FORTUNA /folhapress
Persiste nos poemas de “O Amor e Depois”, de Mariana Ianelli, uma atitude de marcante simbolismo: as palavras estão a serviço de um fluxo subjetivo, no qual não se distingue muitas vezes o tema, de propósito encoberto ou fugidio. Também por esses aspectos, tudo parece prender-se a estados psicológicos, a sensações indefiníveis, como se o poema pudesse estar situado fora do seu tempo. Por isso mesmo, o anacronismo dos poemas explica a seleção vocabular pouco moderna: que poeta poderia arriscar-se, agora, a escrever palavras como “bruma”, “coração fremente”, “um guizo de túrgidas estrelas” -como se lê no poema “Fantasia”? Nesses casos, o desafio consiste em tornar o poema relevante para o tempo presente da leitura, superar os lugares-comuns e as trivialidades que poderiam trair os sentimentos mais potentes. Os versos “Essa jura / De um dia pousar sobre a nossa cara / O hálito quente do destino feito um lobo”, do poema “Os Patriarcas”, e “Sem tocar teu corpo cântaro / Provaria / O sangue da tua meditação”, do poema “Lírica”, são exemplos notáveis de uma tendência dos poemas de “O Amor e Depois”, que embotam frequentemente a imagem e a metáfora, em vez de torná-la contundente. No Brasil, não é difícil identificar uma tradição de exacerbado lirismo que se manifesta pela farta simbologia de elementos sublimes.
Poeta mediador
Os poemas de “O Amor e Depois” se somam a essa tradição, que revela notável pretensão metafísica: um “jardim entregue / Às chuvas e aos ventos” pode transformar-se, como ocorre no poema “Neste Lugar”, o primeiro do livro, em “Nenhum traço de delicadeza, / Só palavras ávidas / E o tempo, / A devoração do tempo”.
Pois essa poesia está convencida de que existe em tudo “Uma legião de verdades escondidas”, e o poeta é esse mediador entre o real e o transcendente. Nesse caso, o novo desafio é encontrar a expressão que escape ao kitsch das imagens desgastadas. Mas Ianelli não se constrange ao apresentá-la: “O amor, até o amor existe, / Um lunático mendicante que vadia pela terra / À espera de outra chance”, se lê em “Miragem”. Já em “Ouro e Púrpura”, alguns versos muito ganhariam se fossem aperfeiçoados o ritmo e a musicalidade, mas neles prevalece um intransigente prosaísmo, talvez provocado pela imagética algo confusa, que prejudica a obra. “Não é mais um êxtase de nossa lavra / Nem o disfarce de feridas bem guardadas / Por receio de munir com as nossas faltas / Um inimigo no sentimento do amante”, diz o poema. Os versos finais de “Instinto” indicam que “O Amor e Depois” se mostra hesitante entre um discurso puramente espiritualizado -onde o amor mal se materializa- e a dimensão sublime da poesia. Neles, o beijo é transformado em ósculo -e, assim, mostra-se o amor à boca pequena (o sentido latino de osculum), ao mesmo tempo em que o seu sentido físico e carnal é todo matizado em beijo fraterno e conciliador. Há um sentido de elevação nessa poesia que poderá deixar os amantes à margem, assim como os leitores modernos, seguramente perplexos com a celebração de um ideal. Felipe fortuna, poeta, ensaísta e diplomata, é autor do livro de poemas “A Mesma Coisa” (Topbooks). O amor e depois Autora Mariana Ianelli Editora Iluminuras Quanto R$ 38 (112 págs.) Classificação Bom
Foto: Divulgação
Poeta Mariana Ianelli
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Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 683 Sexta 15 • Março • 2013
Uma leitura da política latino americana Por pedro marcelo galasso
Existem características políticas que são próprias dos povos latino-americanos e que devem ser vistas com cuidado dado o desenvolvimento histórico da região, bem como as inúmeras heranças que nos foram legadas. A morte de Hugo Chávez é uma demonstração do quão particular é a forma de fazer política na América Latina. É importante lembrar que a América Latina é o resultado de um processo de colonização que visava extrair suas riquezas e envia-las para as metrópoles europeias, segundo a lógica do pacto colonial, ou seja, fomos “descobertos”, ocupados e povoados com o único propósito de enriquecer os europeus. Entretanto, a colonização não é somente física, pois ela cria toda uma nova forma de ver o mundo e gera um modelo específico de política cujas características seriam o paternalismo, o machismo, a lógica do desrespeito às instituições e a devoção quase religiosa sobre as figuras do poder, o messianismo. Além do fortalecimento do
Poder Executivo. A morte de Hugo Chávez é um grande exemplo desta forma de se conceber a política. Após vários anos de um governo com claras tendências autoritárias e populistas, o líder político venezuelano conseguiu atrair a atenção de todo o mundo devido a sua postura anti-estadunidense que era mantida com a força do petróleo, que dá à Venezuela um peso geopolítico considerável, oferecendo a oportunidade de “romper” com os EUA, ainda que este seja hoje um dos maiores compradores do petróleo venezuelano e um dos seus maiores fornecedores de armas. Parece, portanto, que a bravata de Chávez contra os EUA era mais uma forma de propaganda do que um fato. Além disso, a construção do mito Chávez é carregada de referências históricas que lembram a tradição de grandes líderes políticos latino-americanos, tais como Símon Bolívar, já que aquele se proclamava como um dos responsáveis pela suposta libertação desta parte do continente dos
opressores estadunidense e europeus, algo que, é claro, não ocorreu devido a dependência histórica que temos frente aos países mais ricos. E como não é possível caminhar sozinho em uma jornada tão longa, Chávez tinha como parceiros figuras que se encaixam no mesmo perfil, tais como Lula, Fidel Castro e Ahmadinejad, todos figuras fortes do Poder Executivo de seus países. A imagem do pai que protege seus filhos é recorrente na forma latino-americana de fazer política, pois os políticos aparecem como figuras que nos são próximas e que realmente se preocupam conosco, construindo uma imagem de amizade e carinho que, absolutamente, não existe. Já que são pais, eles carregam uma imagem de virilidade e coragem que agrada aos eleitores masculinos que se identificam estas características machistas tão valorizadas por aqui. Pois bem, desta construção paternalista aparece um problema enorme. Estas
figuras políticos se sentem no direito de desrespeitar as instituições, e não cabe aqui discutir se isto é ou não correto, em nome de algo melhor para o povo e que tão somente um grande líder pode vislumbrar já que a sua visão sobre todas as coisas é superior a visão dos demais tal qual um líder messiânico, um salvador, ou seja, além de procurar o Bem de todos, características republicana, ele se propõe a mudar o que precisa ser mudado custe o que custar. E eis aí a novidade presente na morte de Chávez. Os líderes políticos latino-americanos adotam uma aura religiosa, o papel de salvadores, em vida, mas Hugo Chávez a manteve em sua morte com a ideia de seu embalsamento, algo comum nas ditaduras socialistas, para que a manutenção do sonho permaneça e para fortalecer ainda mais a imagem do mito. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Delícias 1001
Peras e maçãs na calda Por deborah martin salaroli
O consumo de frutas regularmente é uma das melhores maneiras de ingerir vitaminas em quantidade adequada para o organismo. Além de saborosas, as frutas são ricas em vitaminas e antioxidantes, que ajudam no combate das moléculas que danificam as células do corpo. Agora, como comer tanta fruta, se na hora dá uma preguiça para descascar? Preparar com antecedência pode ser a melhor saída! Todo mundo já tá careca de saber que o ideal como sobremesa são frutas diversas. Aprendi essa aqui com uma amiga muito querida, que me deu todos os truques dessa fácil e rápida delícia. Assim, ó: Levei ferver numa panela de pressão 2 copos de água com 1 pedacinho de canela em pau e 5 cravos da índia. Então, juntei 2 pacotinhos de gelatina de framboesa (mas poderia ser de outro sabor) e deixei que dissolvessem bem. Então juntei mais 1 copo de água fria e deixei que esfriasse um pouco. Enquanto isso, descasquei 4 maçãs e 2 peras firmes, parti ao meio e retirei os miolos. Coloquei todas as frutas dentro da panela já morna, fechei com sua tampa, dei uma chacoalhada e deixei descansar por 12 horas.
Após esse tempo, coloquei o pino na tampa da panela, liguei o fogo e esperei escutar pelo chiado da pressão. Assim que começou o barulho, marquei exatos 3 minutos e desliguei a chama. Esperei 40 minutos para abrir a panela. Passei para uma tigela funda, levei à geladeira e servi na refeição seguinte. Leve, saboroso e sem peso na consciência ao comer. Afinal tudo é fruta e gelatina...
Fotos: Delícias 1001
Dicas: 1. Você pode substituir a gelatina normal pela’ diet’; dá na mesma e não contém açúcar, né? 2. Essa sobremesa pode ser preparada pela manhã e ser finalizada à noite, que fui o que eu fiz. Ou você prepara à noite e termina no almoço... 3. As frutas devem estar bem firmes. 4. Não deixe que passem os 40 minutos finais para abrir a panela, senão as frutas amolecem demais. Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br
maça e pera em calda
saúde
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Descarte de embriões Comissão também avalia o destino do material “abandonado’ pelos pais nas clínicas
Por CLÁUDIA COLLUCCI/FOLHAPRESS
Uma comissão do CFM (Conselho Federal de Medicina) estuda autorizar as clínicas de reprodução a descartar embriões congelados há cinco anos ou mais, com a permissão dos pais. A medida ainda precisa ser aprovada em plenária. Hoje, o conselho permite a doação de embriões para pesquisa ou para outro casal. Fora dessas situações, o casal é obrigado a manter os embriões congelados nas clínicas. E a pagar uma taxa inicial, que varia entre R$ 800 e R$ 1.500, e uma mensalidade de R$ 50, em média. “Muitas pessoas não querem doar. Querem descartar simplesmente”, diz o médico Eduardo Motta, da clínica Huntington, em São Paulo. Um dos membros da comissão do CFM, o médico José Gonçalves Franco Júnior, do CRH (Centro de Reprodução Humana), de Ribeirão Preto (SP), entende que o casal tenha o direito de decidir pelo descarte. “Não é uma decisão do Estado, da igreja ou dos médicos.” Para ele, a própria Lei de Biossegurança, de 2005, já abriu um precedente para o descarte quando autorizou o uso de embriões em pesquisas. “Ali, ficou decidido que o embrião não é uma vida.” O médico Edson Borges Júnior, da Clínica Fertility, lembra que o descarte de embriões é um procedimento frequente nas clínicas. “Os embriões classificados como inviáveis são descartados. Mas sabemos que essa classificação está longe de ser perfeita. Todos nós temos casais em que foram transferidos embriões ‘feios’ e que nasceram bebês ‘lindos’.
Abandonados
Uma outra questão que deverá ser discutida pelo CFM é o destino dos embriões conge-
lados que foram abandonados pelos pais. Geralmente, são situações em que casal engravidou com o tratamento, teve sobra de embriões e os congelou para uma outra eventual gravidez, mas acabou “abandonando-os” nas clínicas por diversas razões (morte de um dos cônjuges, separação ou mudança de cidade ou país). Estima-se que 10% a 20% dos 60 mil embriões congelados no país (segundo dados da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estejam nessa condição. Países como a Inglaterra e a Espanha autorizam o descarte dos abandonados. No CRH, de Ribeirão, há dois embriões que completam 22 anos em 2013. Existem outros 1.541 congelados entre 1992 e 1999. “Perdemos o contato com a maioria desses casais”, diz Franco Júnior. Na clínica Huntington, a situação é semelhante. São 918 embriões abandonados dentro de um universo de 9.451 congelados. “Não sabemos bem o que fazer, mas temos que mantê-los, arcando com as despesas de tanque e nitrogênio líquido, além do pessoal especializado.” Na Fertility, há cerca de 2.200 embriões congelados, dos quais 185 são “órfãos”. “Perdemos completamente o contato com o casal”, diz Borges Júnior. “Temos que ter mais coragem para abordar diretamente esse tema.” Para Reinaldo Ayer de Oliveira, professor de bioética da USP e conselheiro do Cremesp, o destino dos embriões abandonados deve ser uma questão discutida por toda a sociedade brasileira. “É preciso criar uma legislação específica para esses casos. É um problema nacional, enfrentado por clínicas de todos os Estados.” ‘O “congeladinho’ é mais bonito’, dizem irmãos “Este é o nosso irmão quadrigêmeo”. É
Vitório José de Oliveira Carvalho, 1 ano (filho menor); Vitória Oliveira Carvalho, 11 anos (filha); Augusto Oliveira Carvalho, 11 anos (Filho de boné e camiseta regata); Gustavo Oliveira Carvalho, 11 anos (Filho de camiseta branca com detalhes azuis sem boné) dessa forma que os trigêmeos Vitória, Augusto e Gustavo costumam apresentar o irmão caçula, Vitório. Não é brincadeira de criança. Os trigêmeos fazem aniversário no dia 19 de março. Vitório também. Os três são frutos de uma fertilização in vitro feita pelos pais em 2001. Vitório também. A diferença é que o trio nasceu em 2002 e Vitório, em 2011, após ficar quase uma década congelado quando era apenas um embrião. “Nós passávamos horas olhando para ele dormindo, vendo se estava tudo ali inteiro. Parecia alucinante que aquela criança tivesse ficado tanto tempo congelada”, conta a mãe, Márcia Renata Carvalho, 42, de Bauru (SP). Márcia fez o tratamento de reprodução em 2001, após sete anos de tentativas de gravidez. Ela tinha endometriose, e o marido, Segundo Carvalho, 48, baixa contagem de esperma.
Três embriões foram transferidos para o útero de Márcia (e resultaram nos trigêmeos) e outros três foram congelados. “Desde que soube que estava grávida de trigêmeos, nunca mais parei de pensar nos embriões que ficaram congelados. Jamais pensei em doá-los para pesquisa ou para outro casal ou em descartá-los. Sabia que na hora certa iria buscá-los. Eram meus.” E a hora foi em 2010. No processo de descongelamento, apenas um embrião sobreviveu e se fixou ao útero. O tratamento aconteceu em Ribeirão. “As crianças vibraram muito com a gravidez. A Vitória dormia abraçada à minha barriga. Quando soubemos que era menino, eu disse: o irmão de vocês é um vitorioso, um valente. Então, vocês já podem escolher o nome: ou é Vitório ou é Valentino.” Mimo é o que não falta ao pequeno. “O ‘congeladinho’ é mais bonito!’”, costumam dizer à mãe. (CC)
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Foi com muita alegria que fotografei o aniversário de 15 anos da
Laura. Ela é filha do casal Vitor e Poliana e irmã do pequeno João Vitor. Uma família linda que tive o prazer de conhecer e testemunhar todo o carinho na preparação desse dia incrível na vida da Laura. O tema da festa foi todo cuidado pelo tio Edu que caprichou na decoração. O tema era “Cassino” onde as mesas tinham o enxoval verde e a base dos arranjos em forma de roleta. Logo na entrada um lindo painel com uma foto da Laura e o clássico back-ligth “Welcome” igual ao de Las Vegas. A mesa do bolo toda decorada com arranjos altos com flores em tons de vermelho e um bolo todo decorado com o tema da festa, sem contar um enorme painel de mais de 3 metros de altura com uma linda foto da Laura. Depois de receber os convidados Laura foi para um segundo making of para se transformar numa linda princesa com um belíssimo vestido desenhado pelo estilista Lulu. Como todo show em um cassino de verdade é marcante, quem anunciou a entrada triunfante da Laura foi Elvis Presley no mais alto estilo. Teve a cerimônia da troca da boneca pelo sapato e depois partiram para as valsas. Foi simplesmente lindo. Ela dançou a valsa com o pai, o tio, o irmãozinho e com príncipe, que foi o Tio Edu. Logo depois houve uma delicada e emocionante homenagem das amigas e com muita alegria todos foram até o salão principal para cantar o tradicional “parabéns à você”. A festa foi deliciosa e cheia de detalhes como um mágico que ia nas mesas para fazer um show particular em cada uma delas. A pista de danças estava lotada e com muita animação. Laura aproveitou cada minuto da festa rodeada pelos amigos e familiares tudo com muito carinho. Mais um dia inesquecível pra mim.
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olho vivo - dicas de segurança
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O que fazer para
Por valmir aristides
Proteger a sua obra
Você mal esta chegando na reta final da sua construção e já começam a depenar tudo que você coloca, desde fiação elétrica, torneiras, peças de bronze, cimento, chuveiro, e etc., etc... Dificilmente as pessoas se preocupam, no início da obra, em dimensionar as tubulações onde as fiações do sistema de segurança do imóvel deverão ser passadas, e só se dão conta do problema quando as paredes já estão rebocadas e a construção já está em sua fase final. É nesse momento que se percebe que tem que se gastar uma dinheirama para rasgar paredes e pisos, para as tubulações serem passadas. Será que os engenheiros e arquitetos pensam que as fiações de um sistema de segurança podem ser passadas junto com a rede de energia? Ou será que isto seria pouco importante, ao ponto de ser ignorado e motivo para uma falsa economia? O fato é que, nos dias de hoje, tornou-se prioridade a necessidade de
proteger nossos bens e, mais cedo ou mais tarde, este problema bate à nossa porta. Se for construir, peça para o construtor incluir na planta do imóvel todos os pontos onde você terá sensores de alarme. Seguramente esta é a maneira mais econômica. Quero demonstrar que, se você tiver tubulações previstas para o sistema de alarme, e até para o sistema de câmeras, fica muito mais fácil instalar os equipamentos de segurança para proteger a obra, mesmo enquanto está sendo construída. Se a obra já estiver em sua fase final e não tem tubulações previstas, também há solução, pois existem equipamentos que trabalham sem fio, mas fica a preocupação de trocar as baterias dos sensores, no mínimo, a cada três meses. Outro serviço encontrado no mercado (mas requer muito cuidado para a contratação), é o monitoramento de construções, (mesmo com os ambientes sem portas e janelas) para proteção do barracão de ferramentas, cimento, etc..
Esta contratação tem que ser muito cuidadosa, pois este tipo de serviço exige uma estrutura muito forte da empresa que oferece os serviços, pois, numa obra, dificilmente existe linha telefônica, pontos distribuídos de energia elétrica, ambientes fechados ou muros ao redor. Portanto, a empresa contratada terá que ser auto-suficiente e muito bem estruturada para garantir a superação de todas estas dificuldades e ainda proteger o imóvel contra invasões, minimizando os danos. Para variar, o segredo de sempre é ser prioritariamente exigente. É lamentável o número de pessoas que sofrem subtrações de bens durante a construção, e, na maioria dos casos, percebe-se o enorme sacrifício com que a pessoa faz para conseguir, gradativamente, chegar ao término de sua tão sonhada obra. Outro hábito salutar é exigir que, para trabalhar em seu imóvel, o prestador de serviços ou o funcionário tenham que lhe apresentar atestado de antecedentes Outro dia, em uma obra onde o proprietário resolveu pedir levantamento
da situação de todos os que trabalhavam em sua obra, descobriu-se que um deles estava com mandado de prisão por crime de estupro. O pior: a esposa deste elemento é quem fiscalizava dia-a-dia a tal obra. A sabedoria nos diz que sempre é melhor prevenir do que remediar, pois muitas vezes, não há mais o que remediar. Até a próxima, Valmir Aristides, consultor de segurança e fundador da Eco Sistema Eletrônico Ltda- Empresa especializada em tecnologias e soluções em segurança. Formado em Eletrônica, tendo atuado na área técnica nas Empresas IBM-International Business Machines e ITT-International Telegraphs & Telecomunications, foi o Fundador-Presidente da REB-PM - Rede de Emergência Bragantina na Polícia Militar e atuou por 2 anos como Diretor do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito na Câmara de Dirigentes Lojistas de Bragança Paulista (CDL).
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por Rodrigo Machado/Auto Press
A constante renovação do público-
buição de peso. É formado por um garfo
-alvo é uma estratégia importante
dianteiro de 45 mm de diâmetro, com
para qualquer marca, não importa
sistema anti-mergulho e monocross com
o setor. E a Honda sabe bem disso. A fa-
ajuste manual na pré-carga da mola na
bricante apresentou, nos Estados Unidos,
parte traseira. A frenagem fica por conta
a F6B, uma versão mais “descolada” da
de dois discos flutuantes, ambos com 296
clássica Gold Wing, de olho nos motoci-
mm, na dianteira, e disco simples de 316
clistas mais jovens. Apesar de se tratar
milímetros na traseira. A F6B é equipada
de uma nova moto, dizer que a marca
com o sistema Dual C-ABS, responsável
reinventou a tourer seria exagero, já que
pela distribuição do freio nas duas rodas.
muitos componentes foram mantidos.
Para mover a F6B, nenhuma novidade. A
Mas com as diferenças, é inegável que a
Honda manteve o motor boxer de 1.832
motocicleta redefine a linha de tourings da
cm³, seis cilindros com duas válvulas em
Honda. O estilo mais despojado adotado
cada, injeção eletrônica e com capacidade
pela F6B tem se popularizado nos Estados
para gerar 118 cv. O torque é de excelentes
Unidos. Por lá, é chamado de “bagger” e
17 kgfm aos 4 mil giros. A motocicleta é
tem na Harley Davidson Street Glide o
equipada ainda com uma quinta marcha,
principal expoente. Aliás, a faixa de preço
que, de acordo com a Honda, garante
das duas – em torno dos US$ 20 mil – as
menor consumo de combustível.
posiciona como rivais no segmento.
Além de atacar pelo design, a Honda
Para chegar à F6B, a Honda tirou 28 quilos
ainda aproveitou a já recheada lista de
da Gold Wing. A principal cartada para a
equipamentos da Gold Wing para ratificar
redução do peso foi a eliminação do baga-
a aposta no público mais jovem. Entre
geiro traseiro. A F6B conta apenas com
os principais itens de série, destaca-se
os laterais, o que, segundo a fabricante,
o sistema de som com rádio e mp3, que
deixa a condução mais dinâmica. Ainda
ganha conectividade com iPod. Como a
assim, a moto continua pesada, com 385
F6B perdeu a coluna traseira, os alto-
kg. A silhueta longa e baixa, somada ao
-falantes estão apenas na parte frontal.
design, que além do para-brisas mais cur-
Há também um computador de bordo
to, traz novas linhas e cores – vermelha
com informações como hodômetro total e
ou preta, com detalhes em preto fosco e
parcial, relógio, temperatura do ar, indica-
cinza escuro, deixam a F6B com um olhar
ção de abertura do bagageiro e controles
mais jovem e imponente.
de áudio. Na lista de opcionais estão os
Entre os componentes herdados da antiga
punhos aquecidos, encosto para o pas-
Gold Wing, que já acumula quase quarenta
sageiro, para-brisas mais alto e detalhes
anos de estrada, estão a suspensão e os
cromados de acabamento. Ainda não há
freios. O conjunto de amortecimento é
qualquer previsão da chegada da F6B ao
o mesmo, mas precisou passar por uma
mercado nacional. Mas a Honda do Brasil
calibragem para se adaptar à nova distri-
não descarta trazer o modelo para cá.
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Notícias
automotivas
por Augusto Paladino/autopress
Novidade no tanque – A Chrysler iniciou as vendas do Jeep Grand Cherokee com motor diesel no mercado brasileiro. O utilitário é movido por um propulsor V6 turbo de 3.0 litros, com 241 cv de potência e 56 kgfm de torque. Acoplada a ele está a transmissão automática sequencial de cinco velocidades. O consumo médio do modelo com a nova opção de combustível é de 11,8 km/l, sendo 9,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, segundo a própria fabricante. De acordo com a Chrysler, o Grand Cherokee diesel acelera de zero a 100 km/k em 8,2 segundos e chega à velocidade máxima de 202 km/h. O preço fica a partir de R$ 219.900. Novidade antecipada – Antes do Salão de Genebra, a Nissan revelou imagens do novo Note – Tiida, no Brasil –, que será apresentado no evento que acontece em março, na Suíça. O modelo vai chegar ao Reino Unido no segundo semestre e terá três opções de motores, dois a gasolina e um diesel. A transmissão será manual de cinco velocidades. Entre as mudanças do Note estão a nova grade, o capô, rodas de liga leve e um renovado painel interno. O modelo – que não tem nada a ver com o hatch ainda vendido no mercado nacional – partirá de 10.500 euros, o equivalente a R$ 28 mil. Número 1 – Recentemente a Mercedes-Benz apresentou a versão AMG do Classe A. E como tradição, agora a marca alemã mostra o Edition 1, uma edição especial e limitada do hatch no primeiro ano de lançamento. As mudanças são apenas estéticas e começam pelo pacote aerodinâmico que adiciona spoiler traseiro e aletas em fibra de carbono no para-choque dianteiro. A versão vem na cor branco “Cirrus” com listra em cinza fosco no capô, teto e nas saias laterais. O interior é predominantemente preto com detalhes vermelhos. Os bancos esportivos ganharam costuras contrastantes, o volante ganhou couro e o seletor de modos de condução tem a placa “Edition 1”. O A45
AMG Edition 1 segue equipado com o motor 2.0 litros turbo mais potente do mundo em um carro de produção. O propulsor é capaz de produzir 364 cv de potência e 45,8 kgfm de torque. Para brigar – A Lifan mudou de mãos no Brasil. Parou de ser representada pelo Grupo Effa e teve as operações assumidas pela própria matriz, na China. E as primeiras consequências da ação já começam a aparecer. A nova tabela de preços da Lifan conta com um pequeno desconto nos modelos oferecidos. O hatch 320 caiu de R$ 27.980 para R$ 27.480, enquanto o sedã passou de R$ 38.980 para R$ 36.990. Os dois são montados em CKD no Uruguai e chegam sem pagar imposto de importação. Sinal amarelo – Passando por profundos problemas financeiros, a Fisker pode ter que “apelar” para uma fabricante chinesa para sobreviver. De acordo com o site norte-americano “Bloomberg”, a Dongfeng fez uma proposta de US$ 350 milhões por 85% da empresa. Um porta-voz da Fisker não confirmou qualquer proposta específica, mas admitiu que a marca recebeu diversas ofertas e está estudando todas elas. O único carro da Fisker, o elétrico Karma, tem passado por problemas com o distribuidor de suas baterias. Renovação sueca – A linha da Volvo vai passar por uma forte reformulação a partir do ano que vem. Serão quatro modelos totalmente novos a entrarem na gama da marca, todos baseados em uma nova plataforma. Os primeiros a ver a luz devem ser a nova geração do utilitário XC90 e do sedã grande S80. Além deles, uma perua na base do S80 e um cupê 2+2 são esperados. Apesar do tamanho avantajado dos modelos, a Volvo não pretende usar motores de seis e oito cilindros. A ideia é ter propulsores a gasolina e diesel de quatro cilindros e motores elétricos para ajudar na tarefa.
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