700 Edição 12.07.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

12 Julho 2013

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jornal do meio

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Para pensar

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Raízes e significado

do batismo religioso por Mons. Giovanni Baresse

Continuo abordagem sobre o batismo na Igreja. Como se sabe, em todas as grandes civilizações há indícios de banhos rituais de purificação. No Judaísmo também. Além dos banhos e abluções há uma gama bem nutrida de concepções sobre pureza e impureza. O livro do Levítico, do capítulo 11 até o capítulo 15 fornece boa visão do assunto. Mais perto da tradição cristã está o batismo realizado por João Batista (Mateus 3,117). João terá iniciado esse ritual, provavelmente, sob a influência dos essênios, grupo judeu de rigorosa observância religiosa, com especial assento na purificação. Se João não fez parte dessa comunidade, sediada em Qunram, certamente teve contato com ela. E assumiu o tom da pregação severa de conversão para preparar o caminho do Messias. Jesus de Nazaré se submete a esse ritual no rio Jordão. Desse fato, que indica o início da vida pública do pregador nazareno, e do seu mandato antes da Ascenção, vem a

origem cristã do Batismo. Analisemos o sentido da palavra. Batizar significa mergulhar, imergir. E aqui se dá, ainda, uma base de crítica de algumas igrejas protestantes em relação à igreja católica que realiza o rito simples de fazer correr a água sobre a cabeça de quem é apresentado ao batismo. Costumam afirmar que o batismo de aspersão não é correto uma vez que Jesus foi mergulhado na água. Creio que é um assunto totalmente superado se o que for fixado deixe claro o que o rito significa: a incorporação ao corpo místico de Cristo. A regeneração da culpabilidade original e a plenitude da filiação divina. A substituição do rito de mergulho para o rito de aspersão foi adotada para simplificar a celebração. O sentido é o mesmo. E é sempre bom ter em mente que as aparências podem mudar. A essência não! As aparências são acidentais! Vale o fundamento dos gestos! Outra questão é o posicionamento católico diante do batismo de crian-

ças. Sabe-se que nos inícios das comunidades cristãs o batismo era dado, preponderantemente, aos adultos. Tratava-se da conversão do judaísmo ou de outras religiões à fé crista. Não se desconhece, todavia, o batismo de crianças. A Bíblia nos apresenta diversos chefes de família que se fizeram batizar e, junto com eles, “toda a sua casa”. Assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s. 24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16, 14s), o carcereiro de Filipos (At 16, 31-33), Crispo de Corinto (At 18, 8), a família de Estéfanas (1Cor 1, 16). A expressão “casa” significava até os empregados e escravos. Vários autores cristãos atestam que desde o início da Igreja, eram batizados recém-nascidos. Entre alguns autores cristãos temos as afirmações de Orígenes (séculos II e III): “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos” (Carta aos Romanos, Livro V), São Cipriano, no século III, escreve: “Do batismo

e da graça não devemos afastar as crianças”. (Carta a Fido), Santo Irineu, que viveu entre os anos 140 - 204, afirma: “Jesus veio salvar a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos” (“Contra os Hereges”, livro II). Há ainda um texto que se assemelha àquilo que costumamos chamar de catecismo. Um livro que tem o título de Didaqué. É um escrito do século I, constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico. Atribuido aos Apóstolos acredita-se que tenha sido composto a partir dos ensinamentos orais deles. Alí também se faz referência ao batismo de crianças. Por fim, se os pais, que pedem o batismo, vão educar seus filhos em seus princípios quanto à dignidade das pessoas, quanto à justiça, a honestidade, etc, por que não podem ter de sua Igreja o dom de um sacramento que é a porta de entrada para a vida cristã? Tenho a

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certeza de que a discussão deve se deslocar para a questão da responsabilidade de quem pede batismo para filhos pequenos. Que adianta celebrar um sacramento se nele não se tem a correspondente atitude vivencial? É isto que muitos não entendem. Por que dar a um filho uma “iniciação” num caminho de fé religiosa se nele não se vive? Penso que ainda há muita gente que vê na fé uma espécie de freio. Que deseja ver presente nos filhos e nos mais jovens (é falta de religião, dizem!). Mas não serve para si! Vale repensar o sentido tão comprometedor que é o de ser batizado.


Comportamento

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Olho gordo

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Fotógrafa americana acima do peso registra os olhares de deboche, ironia, condenação e preconceito que ela recebe pelas ruas

Por RODOLFO LUCENA /FOLHA PRESS

Ela diz que não se trata de vingança. Mas parece. Dona de um “exterior incontrolável”, como diz, a americana Haley Morris-Cafiero, 37, criou uma coleção de imagens em que ela ao mesmo tempo se mostra e mostra a reação das pessoas ao verem a gorda fotógrafa na rua. Nos rostos e na linguagem corporal dos fotografados há ironia, deboche, surpresa, condenação: em uma palavra, preconceito. “É uma experiência de caráter sociológico”, diz ela, chefe do Departamento de Fotografia do Memphis College of Arts, no Tennessee. “Inverto o olhar, e o foco fica sobre as pessoas que me observam”, explica Morris-Cafiero, que trabalha há quatro anos nesse projeto. O resultado é a série “Wait Watchers” (jogo com a grafia e o som das palavras peso “’weight-- e espera “’wait--; uma das leituras pode ser: observadores do peso), que até a semana passada estava em exposição na mostra Memphis Social, na galeria Hyde, em Memphis. São 25 painéis nos quais a fotógrafa aparece nas ruas de Memphis, Chicago, Nova York, Barcelona e Cusco fazendo coisas rotineiras: olhando vitrines, conferindo mapas, tomando um sorvete. O destaque, porém, é a reação das pessoas ao corpo de Morris-Cafiero, que não revela seu peso e diz ter problemas para controlá-lo. O projeto começou por acaso, conta ela em entrevista à Folha, por e-mail: “Eu estava fazendo autorretratos em que me posicionava em locais que me faziam consciente de meu peso, como restaurantes ou supermercados. Montei um autorretrato em uma escadaria na Times Square (Nova York) e, quando revelei a imagem, notei que um homem zombava de mim às minhas costas. Apesar de ele estar sendo fotografado por uma bela loira, olhava para mim. Essa imagem virou ‘O Anonimato Não É para Todos’. Foi em março de 2010.” Aliás, foi também por acaso que ela se tornou fotógrafa e professora na área. Morris-Cafiero entrou na faculdade para se tornar advogada, mas as aulas lhe pareceram muito chatas, então ela acabou fazendo um curso de fotografia. “Foi satisfação instantânea observar como produtos químicos conseguiam produzir imagens em um papel em branco”, conta. Passou por uma fase gótica: fotografava cemitérios e garotas vestidas de vampiro. “Eu queria dizer algo contra os papéis tradicionais das mulheres, mas não conhecia nem a arte nem o movimento feminista; também não sabia como dizer o que eu queria de forma que tivesse impacto”, afirma. Depois de formada, Morris-Cafiero vivia em Washington com o marido, quando ele recebeu convite para dar aulas em uma universidade em Memphis. Ela tratou de arrumar

emprego na região: foi contratada para dar aulas de fotografia no College of Arts, onde trabalha há nove anos e coordena o programa de graduação. Nas férias e horas de folga, a fotógrafa se dedica aos seus projetos pessoais. A série “Wait Watchers”, por exemplo, é uma espécie de filha de um trabalho anterior, “Something to Weight” (alguma coisa a pesar), em que ela se fotografava em lugares que a lembrassem do seu peso. “Eu uso a mim mesma nas imagens porque acredito que não posso transferir para outros as lutas internas e externas de meu corpo. Acredito que minhas questões pessoais sejam universais e acho que posso passar melhor a minha mensagem usando meu próprio corpo e não dirigindo uma modelo”, diz Morris-Cafiero. “Wait Watchers” é uma obra aberta. “Viajo o máximo que eu posso para poder capturar muitas pessoas de origens diferentes”, diz Morris-Cafiero, que em julho vai fotografar em Berlim e Praga. O Brasil está nos planos dela, mas a viagem ainda depende de recursos: “Já entrei com pedido de bolsa para financiar o projeto”. Se der certo, serão dois meses capturando imagens reveladoras da visão que os brasileiros têm dos gordos. “Instantâneos’ são planejados e fotografados centenas de vezes Apesar de serem instantes capturados pela câmera, as fotos são cuidadosamente planejadas. Haley Morris-Cafiero circula pelas cidades buscando espaços que considere interessantes, sejam bem movimentados e tenham uma boa iluminação. “Trabalho com um assistente, que se posiciona no lugar que escolhi enquanto eu acerto a composição da cena e preparo a câmera. Em geral, prefiro que as fotos sejam feitas com a câmera instalada num tripé, mas às vezes meu assistente tira na mão mesmo, de acordo com minha orientação. À medida que as pessoas passam, eu sinalizo para meu assistente disparar a câmera”, conta. Isso é feito ao longo de vários minutos, e centenas de fotos são produzidas enquanto Morris-Cafiero fala ao celular, toma um sorvete ou realiza outra atividade. “Examino as imagens para ver se alguém tem um olhar de deboche ou se sua linguagem corporal denota um comentário sobre meu corpo.” Nem sempre dá certo: “Algumas fotos mostram gente que sei que fez comentários grosseiros sobre mim, mas os rostos não revelam isso”. Quando a cena funciona, porém, o resultado é impressionante. “Eu acredito que essas fotografias mostram como a sociedade determina a identidade de uma pessoa baseada na sua imagem, e como nós tratamos os outros baseados na nossa percepção”, analisa a fotógrafa. (RL)

Foto: Haley Morris-Cafiero/Folhapress

‘Titan’, foto feita em Nova York, mostra a fotógrafa HaleyMorrisCafieron sendo observada na rua

Gelato , foto feita em Barcelona mostra a fotografa Haley MorrisCafiero que, ao revelar uma foto sua percebeu como as pessoas olhavam para ela com desdem por ser gorda e entao fez uma serie sobre isso

Gelato , foto feita em Barcelona mostra a fotografa Haley Morris-Cafiero que, ao revelar uma foto sua percebeu como as pessoas olhavam para ela com desdem por ser gorda e entao fez uma serie sobre isso


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colaboração SHEL ALMEIDA

Três desses alunos do Instituto Federal de Bragança Paulista desenvolveram um projeto de aquecedor solar que foi selecionado para participar da EXPO-INGENIERIA 2013 – Feira Nacional de Tecnologia da Costa Rica. Ana Carolina Conceição Oliveira, Jaqueline Conceição Oliveira e Daniel Santana de Camargo têm entre 16 e 18 anos e fazem parte da primeira turma de ensino médio do campus de Bragança. Antes de ser selecionado para integrar uma feira de tecnologia fora do país, o projeto intitulado “Sistema de aquisição de energia solar de baixo custo, utilizando materiais reciclados, de elevada eficiência para aplicações residenciais” ficou em 1º lugar na BRAGANTEC – Feira de Ciências e Tecnologia do IFSP – Instituto Federal de São Paulo / Campus Bragança Paulista, o que possibilitou a classificação para a FEBRACE – Feira Brasileira de Ciência e Engenharia. A FEBRACE é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista que, todo ano, realiza na Universidade de São Paulo uma grande mostra de projetos. Na FEBRACE o projeto recebeu o prêmio EDUSP – Editora da Universidade de São Paulo. Além disso, com o projeto os três estudantes ainda conquistaram uma bolsa pelo CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

desenvolvam projetos na área tecnológica. A participação na BRAGANTEC, onde tudo começou, é aberta a todos os alunos do ensino médio interessados em inscrever projetos e não apenas aos do Instituto Federal. A próxima edição da feira acontece no segundo semestre. Para as meninas, o incentivo vem em dobro, já que os cursos da área de tecnologia nas universidades são predominantemente masculinos. “Aqui é bem dividido, como em qualquer escola. Esse projeto foi ideia delas, que são da área de eletrônica. Elas precisavam de alguém da área de mecânica e me convidaram”, conta Daniel. Que outras meninas se espelhem nas irmãs Jaqueline e Ana Carolina e percebam que podem também seguir a área tecnológica, se assim desejarem.

O que é o projeto

O projeto desenvolvido por Ana Carolina, Jaqueline e Daniel, sob a coordenação do Prof. Adilson e orientação do Prof. Maurício Costa Carreira tem por finalidade maximizar a eficiência na conversão da energia solar em energia térmica, por meio de materiais recicláveis e de baixo custo. Para isso foram usadas garrafas pet, embalagens Tetra Pak e canos de PVC. Um projeto similar já existia. O desafio dos alunos do IFE foi encontrar uma maneira para reduzir a temperatura da água que, quando superaquecia, fazia com que os canos de PVC danificassem ficando moles e, A seleção do projeto para a feira na Costa Rica consequentemente, danificassem todos o foi feita pela Rede POC – Rede do Programa projeto. Após oito meses de pesquisa, eles de Olimpíadas do Conhecimento. A Rede conseguiram desenvolver um sistema que POC é uma rede internacional de instituições avisa quando a temperatura da água está educacionais e acadêmicos que visa promover elevada. “É um circuito elétrico que monitora melhoria da qualidade de educação através do o controle da temperatura. Assim é possível intercâmbio educacional científico. A escolha manter a temperatura do reservatório próximo do projeto de Ana Carolina, Jaqueline e Daniel do valor máximo de segurança por mais tempo para representar Brasil na Costa Rica se deu e aquecendo uma quantidade maior de água. “em função de sua pertinência ao foco do Como isolante térmico do reservatório de água evento, ao rigor científico apresentado e pelo quente, usamos o isopor, bolsas plásticas e seu impacto social” a partir da recomendação papéis”, explica Jaqueline. “Um dos princide nosso comitê da Rede POC, conforme pais objetivos deste projeto foi desenvolver explica o convite de participação. A única um sistema de aproveitamento da energia coisa que falta agora para a participação solar de baixo custo. A ideia é fazer com que dos estudantes na EXPO-INGENIERIA qualquer pessoa possa ter acesso a essa placa 2013, além do orientador solar de garrafas pet”, Prof. Adilson de Souza fala Daniel. “O custo Cândido, é conseguir o Nós aprimoramos o projeto de principal do projeto é valor necessário para aquecimento de água ao criar um do circuito eletrônico, custear a viagem. Daficou em aproximadaniel, que é morador da sensor por meio de circuito elétrico mente R$21,50”, conta cidade Piracaia, tem que avisa quando a água chega a Ana Carolina. O projeto conversado com a pretestado pelo Prof. uma temperatura elevada demais foi feitura do município Maurício em uma casa de em busca apoio para a a ponto de danificar o sistema verdade e sua aplicação viagem. As irmãs Ana mostrou-se simples e de Ana Carolina Carolina e Jaqueline fácil manuseio “Ele usou esperam conseguir faa própria caixa d’água zer o mesmo em Bragança. Esses alunos para armazenar a água quente, isolada com não representarão apenas o país na feira na isopor e serragem de madeira. A água fica Costa Rica, mas levarão também o nome de no reservatório e o ajuste de temperatura Bragança e região para fora. Dos 325 projetos no chuveiro é feito de forma natural”, conta de todo o Brasil apresentados na FEBRACE, Adilson. O próximo passo é desenvolver o apenas mais dois foram selecionados. “A Feira que seria a evolução do projeto. “O projeto acontece entre os dias 16 e 19 de Outubro, de aquecimento de água utilizando materiais mas a nossa inscrição precisa ser confirmada de baixo custo já existia. Nós o aprimoramos a até 31 de agosto”, explica Daniel. Para os ao criar um sensor por meio de circuito elétrês jovens, ver o projeto desenvolvido por trico que avisa quando a água chega a uma eles ser selecionado para a feira internacio- temperatura elevada demais a ponto de danal foi uma grande surpresa. “Conhecemos nificar o sistema. Agora precisamos estudar muitos projetos bons na FEBRACE”, fala novos materiais e descobrir uma maneira de Daniel. A classificação deles é um incentivo diminuir a temperatura da água”, explica para outros jovens da mesma faixa etária Ana Carolina. Com o projeto atual, assim

que o sensor avisa do superaquecimento, a diminuição da temperatura precisa ser feita de forma manual, como por exemplo, tampando a placa de forma que não receba mais os raios solares diretamente. “Esperamos que esse projeto, por ser de baixo custo e de fácil realização, e que possa realmente chegar até as pessoas”, diz Daniel. “As pesquisa nas universidades geralmente ficam nelas mesmas. Esse projeto pode ser desenvolvido por quem se interessar”, fala Adilson.

Instituto Federal em Bragança

Todas as vagas do Instituto Federal são gratuitas. Para os cursos de nível superior os candidatos concorrem às vagas pelo Sisu – Sistema de Seleção Unificada. Já para os cursos de técnico integrado ao ensino médio, os jovens fazem um vestibulinho. Muitas pessoas acreditam que o IFE oferece cursos apenas de nível superior, não imaginam que é possível fazer um curso técnico ao mesmo tempo que o ensino médio. “E além de ser

gratuito, o nível de ensino é muito forte. Muitos alunos vêm pra cá por causa do nível de ensino e nem sempre têm a intenção de seguir uma carreira em tecnologia, depois de concluírem o ensino médio”, fala Maurício. “Os professores dos cursos de graduação e de ensino médio são os mesmos, 90% desses professores são mestre e doutores e 98% se dedicam exclusivamente ao IFE”, completa Adilson. “Praticamente todos os alunos do ensino médio estão desenvolvendo projetos de tecnologia e cada professor é responsável por pelo menos um projeto”, fala. E se engana quem pensa que os projetos fazem parte da grade curricular dos alunos. “Os projetos são incentivados, mas opcionais. E são desenvolvidos nas horas vagas de aulas”, explica. Se você tem entre 14 e 15 anos e quer tentar uma vaga no IFE, fique atento ao site da instituição e às datas de inscrição para o vestibulinho. http://bra.ifsp.edu.br/. O endereço do IFE é Av. Francisco Samuel Lucchesi Filho, 770 – Penha. Fica ao lado da Fesb.

Participação

Jaqueline, Daniel e Ana Carolina pretende aprimorar o sistema e descobrir uma maneira de diminuir a temperatura da água

Jaqueline mostra o sistema eletrônico desenvolvido pelo grupo. Por causa dele o preço do projeto pode chegar a cerca de R$ 22,00.

Projeto é desenvolvido com materiais recicláveis, como garrafa pet e embalagens Tetra Pak


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Antenado

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Livro de iraniana presta tributo ao escritor Obra de Lila Zanganeh, convidada da Flip, relê Nabokov através da ideia de felicidade Por NOEMI JAFFE/ FOLHA PRESS Foto: Divulgação

Algumas borboletas mimetizam perfeitamente outros animais para se protegerem de predadores. Vladimir Nabokov, que dizia preferir seu trabalho como lepidóptero (especialista em borboletas) ao de escritor, chegou a nomear algumas espécies, rodou mais de 200mi km atrás desses insetos com sua mulher, Véra, e utilizou várias de suas características como metáfora e objeto de sua obra literária. Agora, Lila Azam Zanganeh, convidada da Flip e, de certa forma, também uma exilada como Nabokov, mimetiza a linguagem e o estilo do autor numa espécie de biografia literária, em que a ideia de felicidade é o fio condutor. A proposta de mimetização é claramente intencional, de tal forma que o leitor muitas vezes mal consegue distinguir se o texto é de Nabokov ou de Zanganeh, não fossem as aspas e as referências à obra em questão --Lolita, “Ada”, “Fogo Pálido’. Em muitos sentidos, esse é o grande achado da proposta única da autora --nascida em Paris de pais exilados do Irã e moradora dos Estados Unidos--, mas é também seu ponto fraco. Nabokov, pelo que conta “O Encantador”, se dizia um homem feliz --sentia-se plenamente americano e conseguiu, mesmo com uma vida tão atribulada e trágica, sentir-se em harmonia com a natureza e com a palavra. Zanganeh articula um itinerário de 15 leituras diferentes da felicidade, sempre atribuindo papéis para o leitor cumprir. “A felicidade extravagante de um sonhador (Onde o escritor morre num livro inacabado e o leitor embarca numa busca póstuma

para encontrá-lo)”; “Uma explosão de felicidade (Onde o escritor fala da única coisa verdadeira no mundo e o leitor fica um tanto falante)” são dois exemplos de uma leitura cuja ordem o leitor é livre para decidir.

Lido e relido

Não há dúvida de que se trata de uma aproximação extremamente original a um autor já lido, relido e interpretado de todas as formas possíveis. Mas a execução da ideia --muito em função do mimetismo estilístico-- muitas vezes carrega nas tintas, criando um vocabulário excessivamente barroco. Mas conhecer Nabokov e sua obra com um viés tão poético e uma leitura feita a partir de dentro da linguagem compensa os atropelos semânticos. Além do mais, a forma como a autora assume a simbiose entre sua vida e a de Nabokov dá outro sentido ao procedimento mimético: “Nabokov nunca mais voltou para a Rússia, assim como meu próprio pai nunca voltará”. O exílio é uma condição incontornável, mas pode também, como com Nabokov, levar à felicidade. Noemi jaffe é doutora em literatura brasileira e autora de “A Verdadeira História do Alfabeto” (Companhia das Letras). O encantador: nabokov e a felicidade Autora: Lila Azam Zanganeh Editora: Alfaguara Tradução: José Luiz Passos Quanto: R$ 42,90 (296 págs.) Avaliação: bom

A escritora franco-iraniana Lila Azam Zanganeh posa para foto.


Mão na Massa

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Primeira semana de cursos

na Casa das Mangueiras Por Martha Vaz

Acabou a primeira semana do curso de férias da casa das mangueiras. Eu estava apreensiva pois tudo era novo. Estou apresentando para a cidade uma nova concepção de iniciação artística. O melhor retorno foi como as crianças e os adultos gostaram, e alguns vão fazer a segunda semana também. No sábado, dia 06/07, fizemos a apresentação dos trabalhos ao som da Giovanna Toledo. Ao anoitecer fizemos a queima de Raku com as peças dos alunos. Essa técnica é milenar e consiste numa queima a gás onde retiramos a peça incandescente e reduzimos bruscamente sua temperatura em algum tipo de material orgânico como folhas ou serragem. Assim o esmalte reage deixando infindáveis tons e craquelês. Fazer Raku nos remete a um momento mágico onde você se entrega ao acaso e à surpresa, dialogando sutilmente com os elementos da natureza. Alem de ser

divertida porque é rápida, em duas horas esta pronto, a plateia pode observar todo o processo. Esta nascendo o espírito da Casa das Mangueiras, mais uma semana de curso de férias, integração de oficinas com yoga com Rosiane Belardo, cerâmica comigo e marcenaria com Rogério Gomes. No sábado dia 12/07 acontecerá o fechamento das oficinas com exposição dos trabalhos, show do grupo York e de novo Giovanna Toledo e seu grupo, além bazar e nova queima de raku, porque ainda tem muita peça para queimar, pois a criatividade dos alunos borbulha depois da yoga. Depois fecharei a casa por quinze dias onde irei curtir os cursos do Festival de Arte Serrinha, com Fajardo e Borelli. A partir de agosto teremos os cursos regulares de yoga, cerâmica e marcenaria. O aluno poderá escolher o curso integrado ou separadamente as atividades que mais gostar.

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Reflexão e Práxis

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Liberalismo e Democracia Por pedro marcelo galasso

Experimentamos um momento político curioso no Brasil, pois assistimos a inúmeras manifestações e questionamentos sobre o futuro e as regras que regem nossa lógica política institucional e, eis a novidade, a política propriamente civil, ou seja, esta que ressurge nas ruas e organizada de forma apartidária nas redes sociais, blogs e afins. A visão da política como algo maior que os partidos políticos e as instituições é louvável e importante para o aumento do debate, além de despertar as pessoas para um universo novo e instigante, o universo político. Entretanto, não há uma fórmula mágica que diminua a distância entre a prática política e a teoria política, a práxis, e a consciência desta distância é o que constrói uma esfera política na qual o grau de manipulação, sempre constante, seja menor, pois a Política não tolera fantasias e otimismos sem justificativas ou provas que os justifiquem. Uma das confusões mais comuns hoje é a existente entre dois ideais políticos fortemente defendidos no Brasil, nem sempre de forma consciente; são eles, o liberalismo e a democracia. Se pensarmos historicamente, o liberalismo chega ao nosso país na segunda metade do século XIX, sendo recente e

ainda mal compreendido, conhecido hoje como neoliberalismo, justamente por falta de conhecimento teórico sobre ele. Já a democracia, tem no Brasil menos de cinquenta anos e ainda está sendo construída por aqui. Ao não sabermos diferenciar as duas posturas políticas tomamos ideais liberais como democráticos e é importante notar que o oposto nem sempre ocorre. Veremos alguns motivos nesta e na próxima coluna. O liberalismo clássico defende que a melhor forma do Estado é aquele que menos se sente, ou seja, quanto menor a participação do Estado na economia e na sociedade melhor, pois a instituição Estado deve ser primordialmente política, garantindo a normalidade institucional e a criando leis que ofereçam as garantias necessárias ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos. Uma das suas ideias mais importantes é a defesa do esforço individual pelo qual cada indivíduo usaria de suas potencialidades para alcançar todos os seus desejos sem a interferência do Estado. A liberdade liberal seria plena, mas dependeria tão somente do próprio indivíduo. Disto podemos deduzir que o sucesso é um mérito individual assim como o fracasso e como o Estado não deve atuar na esfera individual não há a quem pedir auxílio se algo foge

do controle do indivíduo. Este, segundo a teoria liberal, não carece de ajuda por ser a força histórica mais importante, por possuir um grau de liberdade muito grande, tão grande que pode levá-lo a adotar posturas egoístas e mesquinhas, além de ter como grande objetivo de vida a conquista e a manutenção de suas propriedades, entendidas aqui como a base para o poder político e se apresentando como a conjunção entre a vida do indivíduo, seus direitos inalienáveis e seus bens materiais. Com relação ao universo político, a liberdade individual é tão grande que ele pode ou não participar da vida política em sua esfera pública, ou seja, as pessoas que defendem que o voto deve deixar de ser obrigatório por acreditarem que isto aperfeiçoaria nossa democracia, na verdade, estão defendendo uma postura tipicamente liberal. O voto não obrigatório é uma posição liberal já que parte da prerrogativa de que alguns indivíduos não possuem a capacidade, o conhecimento ou a consciência para tomar decisões que dizem respeito a nossa sociedade. É curioso pensar que os que defendem esta postura ao percebem que o processo eleitoral não seria aprimorado. Na verdade, o poder político se concentraria nas mãos de um grupo diminuto que possui mais tempo

e mais interesse no controle do processo político coletivo, expresso, por exemplo, nas eleições por vislumbrarem este momento de participação como fundamental para a defesa de seus ideais e privilégios. Talvez a principal característica da política liberal seja o fato da liberdade privada ser mais importante que a liberdade política coletiva, expressa, por exemplo, nas mais recentes manifestações. Ainda assim fica a seguinte pergunta – se não diferenciamos o liberalismo e a democracia, se defendemos ideais liberais como se fossem ideais democráticos, qual o grau de consciência de nossas decisões políticas? Por que temer tanto a tão ameaçadora “tirania das massas”? O temor da perda dos privilégios da classe dominante? Independente das respostas apontadas acima, como evitar que esta posição liberal não crie um indivíduo passivo e desinteressado pela política ou um indivíduo movido tão somente pelo modismo político e não reflexivo que algumas apontam? Só o tempo dirá. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Nossas Escolhas

Quero ficar rico !? (Parte 1) por Felipe Gonçalves

Acredito que existe uma boa parte dos seres humanos com este objetivo como prioridade na vida, realmente temos alguns caminhos para este objetivo, o caminho mais fácil por exemplo é ter nascido em berço de ouro, ou se ainda não casou, então teria a chance de deitar em um “leito nupcial de ouro”, ou seja, casar-se com uma mulher muito rica, com total comunhão de bens. Vamos assumir que não tivemos a sorte do primeiro e a competência + sorte do segundo meio civil de ficar rico com facilidade. Sobra a outra sorte do imaginário e sonhos de milhões de pessoas – ganhar sozinho na Mega-Sena ou seu equivalente. Para tal, precisamos fazer alguma coisa que requer no mínimo algum capital inicial – apostar na loteria, gastando algum ou muito dinheiro, desenvolver algum conhecimento de probabilística e acima de tudo, contar com uma sorte daquelas ! Excluídas as saídas relativamente fáceis: nascer rico, casar com alguém rico ou ganhar na

loteria, devemos partir para os caminhos um pouco mais tortuosos, empedrados, com ruas sem saída, contra-mãos, acidentes de percurso e etc. Estamos falando de trabalho, muito trabalho ! O que significa ficar rico ? Será que ficar rico é o mesmo que sentir-se rico ? Será que o valor que daria a alguém a realização de ser rico é igual para outras pessoas ? E esse valor seria medido apenas em moedas correntes ? E afinal, o dinheiro traz felicidade – ou manda buscá-la como brincam alguns ? O que motiva uma pessoa não necessariamente motiva outra. Motivação não é um fenômeno absoluto, ganhar um milhão de reais num prêmio pode motivar muito uma pessoa, mas ser irrelevante para outra que se sente mais realizada pelo fato de ter ganho um prêmio mais modesto pela descoberta que contribui para a cura do câncer, depois de 25 anos de pesquisas. As pessoas têm motivações, valores, interesses e preferências distintas umas das outras e isso pode fazer

com que cada uma defina “ficar rico” de formas diferentes umas das outras. Uma pessoa pode se sentir rica quando vê os sorrisos de crianças em estado terminal de câncer depois de uma palhaçada que fez em uma unidade hospitalar. O espírito altruísta realizado pode gerar riquezas internas incomensuráveis em moedas mundanas. Um músico pode se sentir realizado e milionário quando se apresenta em público e recebe uma salva de palmas entusiasmada, apesar da merreca de cachê que vai receber ao final para um punhado de ouvintes. O reconhecimento público nem sempre vem acompanhado de recompensas materiais, mas enriquecem o astral dessas pessoas. Há também aquelas pessoas que medem sua riqueza pela quantidade (e a qualidade) de amigos e amigas que fizeram ao longo da vida – uma conta bancária emocional invejável. A primeira reflexão a fazer é: “Quando me sentirei rico ? O que é ser rico para mim ? Quando saberei que atingi este objetivo ?

Lembrando que, muitas vezes, este é um alvo móvel. Quando se chega ao objetivo inicialmente definido ele já deixa de ser motivador, especialmente quando tratamos de metas materiais ou financeiras. O que será que passa na cabeça de uma estrela do esporte que tem uma conta bancária quase bilionária e continua vestindo uniforme, concentrando, ficando longe da família todo fim de semana, treinando todos os dias com afinco...não é mais o dinheiro ! Este dinheiro não acabará mais com um mínimo de gerenciamento financeiro, suas metas e objetivos já mudaram. Extrapolando a necessidade natural de lutar pela sobrevivência num mundo cada vez mais competitivo e a busca pela riqueza que faça desta luta algo mais fácil, há pessoas que são motivadas pelo ganhar dinheiro, fazer dinheiro, acumular bens, angariar fundos, multiplicar lucros e capital. Para estas, a avaliação que fazem de si mesmas será proporcional ao valor do salário no contracheque, ao lucro que fecharam no trimestre,

ao ganho comercial numa venda de um bem, etc. Além dessa motivação de algumas pessoas e daquela luta pela sobrevivência, existem outros milhões de pessoas que, simplesmente, não sabem o que têm que fazer, mas precisam ficar ricas. Para estas vão algumas dicas que podem ser resumidas em poucos elementos: - Competência técnica em alguma área; - Diferencial competitivo; - Paixão pelo que se faz; - Credibilidade; - Genialidade ou transpiração e/ ou muita sorte. Na próxima semana vamos detalhar cada um destes elementos. Tenha uma boa vida ! Felipe Gonçalves Graduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimento de Líderes, Mestrando em Engenharia Química, Profissional Corporativo e Professor Universitário. E-mail: felipe.goncalves@usf.edu.br


SPASSU da Elegância

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Fraque ou Meio Fraque? Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão

Com qual traje devo ir? Quais as principais diferenças? Confira aqui: Fraque - Traje extremamente tradicional, é composto pelo blazer que é mais comprido na parte de trás, quase na altura do joelho, porém é pouco utilizado no Brasil. Indicado para noivos que desejam algo atrevido e dife rente! O fraque é mais indicado para homens altos e magros, devido o corte do traje. É composto por camisa a rigor (sempre branca), gravata plastron cinza, colete rajado e calça riscada. Meio fraque - É um traje bastante usado, e é uma variação do fraque, sendo diferente apenas na ausência da “cauda” no paletó. O meio fraque é menos formal que o fraque e mais formal que o

terno, e pode ser usado tanto por noivos quanto pelos pais dos noivos, padrinhos e pajens. O meio fraque é composto por um paletó normal preso por um botão, acompanhado do colete rajado, camisa a rigor branca e calça riscada. Com um botão é o mais formal, mas pode também ser usado com três botões, que o deixa um pouco menos formal. Tudo depende do tipo de formalidade do casamento. Pode ser usado tanto em casamentos diurnos quanto noturnos. Mande suas sugestões para nosso e-mail, spassuplazanoivas@ yahoo.com.br Podemos auxiliá-los em suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.

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Foi com grande alegria que fotografei o ensaio pré-wedding desse lindo casal. Andressa e Danilo. Duas pessoas sensacionais e apaixonadas que tornaram esse momento numa diversão. A locação foi numa estrada de terra em uma linda capelinha onde pudemos desfrutar de um lindo cenário para as fotos. Em breve estaremos compartilhando as fotos do casamento deles abrilhantando ainda mais essa coluna. Enquanto isso, espero que curtam. Abraços,


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Salão de Buenos Aires 2013 serve de “avant-première” para muitos modelos que estarão em breve no Brasil por Luiz Humberto Monteiro Pereira/auto Press

Buenos Aires/Argentina – A criação do Mercosul gerou algumas distorções. No caso do mercado automotivo, o peso do Brasil é bem maior que o da Argentina, mas é lá que muitas novidades surgem primeiro. A explicação está nas regras para homologação de novos veículos, que são bem mais simplificadas no país vizinho e facilitam a importação de pequenas quantidades de qualquer modelo. Isso ajuda a explicar porque tantos carros com estreia agendada para o Brasil nos próximos meses fizeram sua “avant-première” no 6º Salão Internacional do Automóvel de Buenos Aires, que se realiza de 20 a 30 de junho no centro de exposições La Rural, na capital argentina. As expectativas dos organizadores do evento são muito otimistas. Esperam que 800 mil pessoas percorram os estandes dos mais de 100 expositores, incluindo empresas de autopeças, serviços automotivos, caminhões – MAN, Iveco, Mercedes-Benz e Scania estão presentes – e até motocicletas – as da marca italiana Ducati, controlada pela Audi, que cedeu para elas parte do seu estande. Mas as novidades que atraem mais atenção estão mesmo nas áreas das 20 marcas de automóveis presentes. Muitas das novidades apresentadas no evento são de automóveis de passeio com motores diesel, proibidos no Brasil, mas bastante populares no mercado argentino. Modelos como o tecnológico Peugeot 508 RXH Full Hybrid Diesel certamente irão atrair a atenção do consumidor argentino. Para os brasileiros, é bem mais interessante a chance de conhecer algumas novidades que em breve ajudarão a engrossar os engarrafamentos nacionais. A configuração que mais concentrou lançamentos regionais no Salão de Buenos Aires 2013 foi a de sedãs. Vários três volumes que serão lançados no Brasil nos próximos meses já estão lá, de todos os tamanhos e categorias. Do básico Renault Logan, que apresentou aos portenhos o “new look” que só chegará ao mercado regional no primeiro trimestre de 2014, ao requintado Mercedes-Benz Classe E, com sua nova geração já agendada para o mês que vem. Entre os médios,

a grande novidade é o argentino Citroën C4 Lounge, que substituirá o compatriota C4 Pallas no último trimestre desse ano. Na mesma época deve chegar o concorrente Ford Focus de terceira geração, também presente ao evento portenho. Produzida na Argentina, a nova geração do médio chega em versões sedã e hatch. Entre os médio-grandes, foi antecipada em Buenos Aires uma briga que em breve estará nas ruas nacionais. O novo Honda Accord, que chega ao Brasil em julho, disputa a atenção no evento portenho com o Nissan Altima, que chega às concessionárias brasileiras no último trimestre do ano. Mas nem só de sedãs vive o Salão de Buenos Aires. Entre os hatches, além da versão dois volumes do novo Ford Fusion, marcou presença no evento o Volkswagen Golf VII, que deve chegar ao Brasil ainda esse ano. Outro que também deve desembarcar no segundo semestre é o Chevrolet Tracker, que pretende entrar na briga dos utilitários esportivos compactos com Ford EcoSport e Renault Duster. Entre os esportivos, a novidade para o mercado brasileiro é o facelift do Peugeot RCZ, que desembarca no Brasil em julho. Já o monovolume compacto Fiat 500L não será importado para o Brasil, segundo a marca italiana. Mas continua cotadíssimo para virar “made in Brazil”, seja em Betim ou na futura fábrica pernambucana da marca. Entre tantos gigantes multinacionais da indústria automotiva, a pequena, mas centenária Scuderia Bucci defende o inabalável orgulho cívico argentino. Em seu estande num pavilhão menos badalado, dedicado a réplicas e modelos clássicos, o próprio presidente da empresa, Pablo Bucci, apresenta o belo Bucci Special, com um motor V12 de 650 cv. O superesportivo argentino ainda é um protótipo, mas seu presidente sonha alto. “Se encontrarmos algum grande fabricante de automóveis que queira realizar uma parceria conosco, o Bucci Special pode começar a ser produzido rapidamente”, avisa Pablo. Em meio a um mercado automotivo regional tão impregnado de realidade e competitividade, o Bucci Special representa uma instigante pitada de sonho.

Foto: Pablo Bucci/auto press

Foto: Pablo Bucci/auto press


veículos Destaques do 6º Salão Internacional do Automóvel de Buenos Aires Bucci Special – É o grande xodó argentino do evento. O Special é o resultado de um projeto idealizado por Clemar Bucci, argentino ex-piloto de Formula 1, e seu sobrinho neto, Pablo. Quando Clemar morreu em 2011, ainda no início do desenvolvimento, Pablo continuou com a ideia. O modelo chega agora à sua forma final no Salão de Buenos Aires, mas ainda longe de chegar às lojas. O atual presidente da marca, Pablo Bucci, admite que o Special só será produzido se alguma grande empresa automotiva se interessar pelo projeto e ajudar na fabricação. O protótipo leva o motor do Mercedes-Benz SL 600, um V12 de 650 cv, acoplado a um câmbio de sete marchas. Chevrolet Tracker – É a aposta da Chevrolet para a briga com Ford EcoSport e Renault Duster nos utilitários compactos. O modelo chega agora ao mercado argentino com motor 1.8 16V – o mesmo do médio Cruze – e com boa lista de equipamentos. A venda no Brasil já chegou a ser dada como certa, mas os executivos da marca presentes no Salão admitiram apenas que existe um grande interesse. Alegam que, em virtude das cotas de importação entre Brasil e México, é preciso checar a viabilidade da importação da fábrica mexicana da marca, de onde já chegam o Sonic e a Captiva. Tudo só para criar algum suspense – o Tracker vem mesmo para o Brasil e deve custar na faixa dos R$ 60 mil. Citroën C4 Lounge – O sedã médio chega para aposentar o C4 Pallas, lançado por aqui em 2008. E promete ter alguns avanços importantes. Principalmente na parte mecânica. O motor 2.0 de 151 cv vai continuar, mas agora passa a ser aliado a uma transmissão automática de seis velocidades contra a antiga e ultrapassada de quatro relações. Na versão topo ainda vai aparecer o motor 1.6 THP de 165 cv. O sedã deve chegar ao Brasil no final do ano, provavelmente em novembro, com preços na casa dos R$ 60 mil. Fiat 500L – A Fiat usou o motorshow portenho para lançar oficialmente o 500L por lá. O monovolume usa plataforma do Punto, mas com visual derivado da família 500. Fabricado na Sérvia, ele tem preço na ordem de R$ 60 mil na Argentina e traz motor 1.4 16V MultiAir de 105 cv. Durante a coletiva oficial, a Fiat aproveitou para afirmar que, ao menos por enquanto, o 500L não será vendido no Brasil. Mas o modelo está cotado para produção para Betim, em Minas Gerais, ou na nova fábrica da empresa em Goiana, Pernambuco. Ford Focus – Demorou. Mas finalmente a terceira geração do médio será vendida no Mercosul. O modelo será fabricado em General Pacheco, próximo a Buenos Aires, e exportado de lá para o mercado brasileiro. No Brasil, a expectativa é que hatch e sedã desembarquem ainda este ano, no

Jornal do Meio 700 Sexta 12 • Julho • 2013 último trimestre. O novo Focus vai ter motorizações renovadas. O de entrada vai receber o 1.6 16V Sigma do New Fiesta com 130 cv. Já o topo vai ser equipado com uma versão atualizada do 2.0 Duratec. Equipamentos como controle de estabilidade, sistema de som com tela sensível ao toque, seis airbags e bancos com ajustes elétricos estão no pacote. Mercedes-Benz Classe E – O intervalo entre o lançamento de um carro no Mercosul e na Europa está cada vez menor. O Classe E reestilizado teve vendas iniciadas no exterior em no primeiro trimestre deste ano e já desembarca por aqui no mês que vem. Primeiro vêm as versões sedã, cupê e conversível, depois virão as variantes preparadas pela AMG. O Classe E passou por uma forte modificação no visual, com direito a uma nova dianteira, sem os faróis separados.

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Foto: Pablo Bucci/auto press

Nissan Altima – A Nissan vai entrar no segmento de sedãs médios-grandes com o Altima, modelo importado dos Estados Unidos. A briga promete ser boa. A concorrência conta com Ford Fusion, Volkswagen Passat e ainda os futuros Chevrolet Malibu e Honda Accord. O modelo deve chegar aqui no final do ano com motorização única: um 2.5 quatro cilindros de 185 cv e câmbio automático CVT. A expectativa é que ele fique na faixa dos R$ 100 mil. Peugeot RCZ – A Peugeot promoveu um leve face-lift no RCZ para deixá-lo de acordo com a atual identidade visual da marca. Assim, faróis, grades e extremidades ficaram menos “pontudas” e ganharam um formato mais suave. Previsto para chegar aqui no mês que vem, o cupê reestilizado vai manter o eficiente conjunto mecânico formado pelo motor 1.6 THP de 165 cv e pela transmissão automática de seis relações. Renault Logan – O Logan finalmente vai perder aquele aspecto de carro da década de 1980. A Dacia – marca romena que desenvolve e vende o carro na Europa – promoveu uma profunda reestilização no sedã que agora traz um visual bem mais agradável. Na “versão Renault”, a grade agora valoriza bastante o losango da marca. Por dentro, mais melhorias. O grande espaço interno se mantém, mas o aspecto e o acabamento melhoram bastante com um desenho mais moderno. O novo Logan é esperado para o Brasil no primeiro trimestre de 2014. Já o hatch Sandero será reestilizado apenas no segundo semestre de 2014. Volkswagen Golf VII – A presença da sétima geração do Golf na Argentina nem chega a ser grande surpresa. Afinal, o hatch sempre foi vendido por lá em suas versões mais caras através de importação. A grande notícia é que o Golf VII realmente vai chegar ao Brasil. O modelo deve aparecer no último trimestre, importado do México. Depois, a expectativa é que ele seja feito em São José dos Pinhais, no Paraná, acabando com o atraso de 15 anos e três gerações do atual Golf brasileiro.

Foto: Pablo Bucci/auto press

Foto: Luiz Humberto Monteiro Pereira/auto press


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automotivas por AUGUSTO PALADINO/auto press

Em breve – O Chery Tiggo, pioneiro entre os modelos chineses, vai passar por uma face-lift. O SUV de cara nova chega no início de julho. O visual ficou bem mais moderno, com nova frente mais robusta e uma grade que até lembra a usada pela Nissan Frontier. O Tiggo mantém o motor 2.0 de 135 e a transmissão de cinco marchas. Outra característica que se mantém é o estepe pendurado na traseira, solução abandonada pelas fabricantes de automóveis nos principais mercados do mundo. De um polo ao outro – Na mesma semana, as montadoras chiques e populares acusaram defeitos de produção no Brasil. A exclusiva marca italiana Maserati efetuou um recall para 97 unidades de seus modelos Quattroporte e GranTurismo por um problema nas barras de convergência da suspensão traseira, que podem falhar e resultar em perda do controle. Entre as generalilstas, Ford e Chevrolet também chamaram consumidores. A primeira para 2.720 exemplares do Fusion, por causa da bomba da combustível. Já a Chevrolet fez recall de 11.521 unidades de Prisma, Onix, Spin e Cobalt para a verificação na solda do pedal do freio. Carona no bonde – A GM não quer deixar o bom momento do mercado nacional de luxo passar sem se aproveitar. A empresa norte-americana tem planos de trazer oficialmente modelos da marca Cadillac a partir do ano que vem. Antes disso, deve fazer uma “clínica” para avaliar a reação do público-alvo – consumidores das alemãs BMW, Audi

e Mercedes-Benz. A linha da Cadillac ainda não foi definida, mas deve incluir os sedãs ATS e CTS, além do utilitário SRX. Clássico revisitado – Depois de apresentar um primeiro conceito de como seria o clássico Quattro do Século XXI, a Audi deve mostrar durante o Salão de Frankfurt deste ano a versão de produção do seu esportivo. O novo Quattro vai usar diversos elementos de fibra de carbono e alumínio para reduzir o peso. O motor deve ser um V8 com mais de 500 cv e a tração, claro, será integral. O Quattro original foi um dos primeiros esportivos do mundo a trazer a tração integral

Fotos: Divulgação

– antes só aplicada a utilitários – e acabou obtendo ótimos resultados em competições graças à grande aderência promovida pelo sistema.

Lamborghini deve apenas atualizar o V10 5.2 para entregar algo em torno de 600 cv, 40 cv a mais do que hoje em dia.

Aposentadoria merecida – Depois de 10 anos de mercado, a Lamborhini finalmente vai lançar um substituto para o Gallardo, seu esportivo de “entrada”. O primeiro conceito deve surgir no Salão de Frankfurt como parte das celebrações pelos 50 anos dos automóveis da marca italiana. O novo modelo deve ser ligeiramente maior que o Gallardo, mas vai abusar de materiais nobres para pesar menos que o atual. O motor não deve mudar muito. A

Lá e cá – A Volkswagen atingiu a marca de 30 milhões de Golf produzidos em 39 anos. O hatch médio é o veículo mais vendido da história da marca, mais até que o clássico Fusca. O modelo de 30 milhões é um TDI Bluemotion, com motor diesel de 150 cv. Lá fora, o hatch médio está em sua sétima geração, enquanto no Brasil as concessionárias exibem o modelo de quarta geração, projeto lancado em 1998. Foto: Divulgação

Chery Tiggo


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Toque de modernismo por Augusto Paladino/auto press

A Chevro let começa a ampliar a utilização do My Link, seu sistema de entretenimento com tela de sete polegadas sensível ao toque. Depois de estrear no Onix e chegar no Prisma, o equipamento chega agora ao Cobalt, sedã compacto de proporções generosas. O item não é vendido como opcional, mas é de série nas versões LTZ, tanto com motor 1.4 quanto 1.8. Além de trazer informações do rádio e poder espelhar o GPS de um smartphone, o My Link pode reproduzir imagens de câmara de ré – vendida como acessório nas concessionárias.

Foto: Divulgação

Chevrolet Cobalt

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Mudança de estação por Augusto Paladino/auto press

A Fiat foi discreta, mas lançou a linha 2014 de Palio e Grand Siena. As mudanças são mínimas e só englobam a parte de equipamentos. Ambos ganharam atualização no sistema de rádio, que agora reproduz músicas por bluetooth, e novas padronagens de acabamento no interior. O sedã também mudou a maneira que abre seu porta-malas. Agora, é preciso apertar a logo da Fiat. O Palio parte de R$ 31.190 enquanto o Grand Siena começa em R$ 37.690.

Foto: Divulgação

Fiat Palio 2014


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Novos horizontes Dafra aposta na pequena oferta de customs de 250 cc para lançar a Horizon

por EDUARDO ROCHA/Auto Press

Em tempos difíceis, melhor procurar alguns caminhos mais fáceis. Nessa lógica, a Dafra decidiu buscar novas fronteiras, menos povoadas e disputadas, com a “estradeira” Horizon 250. Desta vez, mais que simplesmente pegar um produto existente lá fora e adaptá-lo ao Brasil, como costuma fazer, a montadora brasileira decidiu participar mais ativamente do desenvolvimento do modelo, feito em conjunto com a coreana Daelim. Para começar, o desenho foi integralmente criado no Brasil. Já o motor recebeu um investimento menor. Trata-se de uma adaptação do utilizado na Dafra Roadwin 250. O preço é de R$ 13.690, estratégicos 4% menor que o da única rival existente no mercado brasileiro, a Mirage 250, da Kasisnki. Além do preço, a Dafra acredita que tem outras vantagens sobre a concorrente. Uma das principais seria o custo de manutenção. A montadora apresentou uma cesta com peças de uso corriqueiro, seja por desgaste, seja por pequenos acidentes, em que a Horizon 250 saía 30% mais em conta. Na verdade, a escolha recaiu justamente sobre o segmento de customs de 250 cc pelo fato de a Kasinski ser menos estruturada e ter uma certa dificuldade com peças de reposição – falha que a Dafra promete não apresentar. Mas enquanto não tem problemas, a rival exibe uma pequena vantagem na motorização. A Mirage tem um motor de dois cilindros em “V”, enquanto a Horizon tem um motor monocilíndrico, que vibra bem mais. Por outro lado, a Horizon é refrigerada a líquido, enquanto a mot da Kasisnki é a ar. A potência máxima da Mirage é maior: 26,8 contra de 23,1 cv, mas na Horizon ela aparece mil giros mais cedo, a 8 mil rpm. Já em relação ao torque, ponto fundamental para uma custom, as duas ficam rigorosamente empatadas, com 2,2 kgfm a 7 mil rpm. Para chegar nesse empate, a Dafra promoveu algumas modificações no motor da Roadwin que elevassem o torque. A primeira delas foi aumentar o curso do pistão em 5 mm, com a elevação do cabeçote. Com a alteração, a taxa de compressão subiu de 11,1 para 11,3:1 e a cilindrada ficou ligeiramente maior – passou de 246,8 cc para 250,1 cc. Uma vantagem importante do modelo da Dafra é o sistema de freios, que é composto de disco simples/tambor na Mirage e disco duplo/disco simples na Horizon. O que pode realmente servir de chamariz para a Horizon 250 é o visual, item extremamente valorizado no segmento de custom. A Dafra adotou uma mistura bem equilibrada entre superfícies e instrumentos cromados e linhas modernas e limpas. Os para-lamas são bem finos e valorizam as rodas de liga leve de 12 raios. O tanque em gota traz encrustrado um painel com marcador de combustível, enquanto o velocímetro com hodômetro fica à frente do guidão. O banco em dois níveis e o cano de descarga dividido alongam visualmente o modelo, que não é pequeno – tem 2,25 metros de comprimento, com 79 cm de largura, 72,5 cm de altura no assento e 1,5 metro de entreeixos. Seja como for, não é uma briga das mais empolgantes. Em 2012, o mercado de motocicletas custom ficou com 1,7% do mercado total – 27 mil de 1,63 milhão de unidades. E a fatia de modelos entre 200 e

500 cc não chegou a 7% deste segmento – o que dá menos de 160 vendas mensais. Já os modelos abaixo de 200 cc obtiveram 55% do mercado, ou 1.250 unidades mensais, e os acima de 500 cc ficaram com 38%, com a média de 850 emplacamentos por mês. O volume que a marca espera também não é dos maiores: entre 40 e 60 unidades por mês. A nova motocicleta assume uma função mais estratégica. Serve como preparação da marca para alçar voos mais altos, com modelos de cilindrada maior. Aí sim, a Dafra expandiria seus horizontes.

Primeiras impressões

O marketing das empresas trabalha cada vez mais intensamente com o lado aspiracional do consumo. Ou seja: interessa muito mais os valores atribuídos ao produto do que as caractísticas verdadeiras. Caso da Dafra Horizon 250. A forma é de uma motocicleta estradeira, vigorosa e possante. O conteúdo é de um modelo com potência e desempenho tipicamente urbanos, que causa cansaço e desconforto em trechos mais longos e demorados. Só que para andar na cidade, a Horizon mostra limitações típicas de uma estradeira, como as grandes dimensões. E mesmo que a engenharia da Dafra garanta que o ângulo de caster – inclinação do garfo dianteiro – dê uma boa manobrabilidade à moto, o assento baixo e o guidão alto naturalmente tiram a agilidade para enfrentar o trânsito. Outro aspecto que atrapalha qualquer intenção estradeira é o nível de vibração que o motor de 250,2 cc apresenta. E o ponto de maior reverberação fica exatamente na faixa de giros intermediária – em baixa e em alta rotações, os coxins dão conta de absorver boa parte das trepidações do propulsor. Seja como for, é bastante desconfortável. O habitat da Horizon é mesmo a área urbana, desde que não tenha de enfrentar um tráfego muito pesado. Ou seja: tornar pequenas locomoções um pouco mais divertidas e promover uma fantasia aventureira em quem a pilota.

Ficha técnica Dafra Horizon 250

Motor: A gasolina, quatro tempos, 250,1 cm³, monocilíndrico, quatro válvulas, comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial. Câmbio: Manual de cinco marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 23,1 cv a 8 mil rpm. Torque máximo: 2,2 kgfm a 7 mil rpm Diâmetro e curso: 73,0 mm X 59,8 mm. Taxa de compressão: 11,3:1. Suspensão: Dianteira com garfo telescópico de curso de 140 mm. Traseira bi amortecido com curso ajustável de 70 mm. Pneus: 80/100 R18 na frente e 130/90 R15 atrás. Freios: Discos duplos na frente e simples atrás. Dimensões: 2,25 metros de comprimento, 1,12 m de altura, 0,79 m de largura, 1,50 m de distância entre-eixos e 0,72 m de altura do assento. Peso: 163,4 kg. Tanque do combustível: 17,5 litros. Produção: Manaus, Amazonas. Preço: R$ 13.690.

Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias


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Para as lojas por Augusto Paladino/auto press

A Pininfarina confirmou a construção de algumas unidades do conceito Sergio, mostrado pela primeira vez no Salão de Genebra deste ano. O estúdio de design italiano está à procura de clientes interessados e especula produzir de três a seis exemplares do modelo, que seriam vendidos por cerca de US$ 2,2 milhões, ou R$ 4,7 milhões. Baseado na Ferrari 458 Italia, o Sergio não traz para-brisa nem teto, o que reduz seu peso em 149 kg em relação ao modelo no qual é baseado. O V8 de 578 cv segue inalterado.

Foto: Divulgação

Pininfarina Sergio Concept


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