Braganรงa Paulista
Sexta
02 Agosto 2013
Nยบ 703 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 703 Sexta 2 • Agosto • 2013
Expediente
Lobby gay por Mons. Giovanni Baresse
“Se uma pessoa é gay e procura a Deus com sinceridade, quem sou eu para julgá-la?” Este é o início da resposta dada pelo Papa Francisco a uma repórter brasileira durante o voo de retorno a Roma. Referia-se, também, a um possível grupo de pessoas gays que teriam influência na cidade do Vaticano. O Papa falou do cuidado em investigar denúncia e reafirmou o pensar do Magistério da Igreja sobre o assunto. A frase, todavia, repercutiu em todos os meios de comunicação e suscitou comentários favoráveis também em organizações ligadas aos movimentos que pleiteiam pleno respeito e liberdade às pessoas no que se refere à sexualidade. Em resumo: o respeito às pessoas é sempre devido. A concordância ou não com sua conduta é questão de consciência, liberdade e fidelidade á fé. Permito-me sugerir aos leitores que consultem, para visão mais ampla, os verbetes “homossexualismo” e “sexualidade” do Catecismo da Igreja Católica. Neste momento retomo, em linhas
gerais, um artigo que escrevi por volta de 2005, quando estava bem presente o debate sobre a união de pessoas homo afetivas. A legalização do chamado casamento gay. Ao tratar da questão, recordava que o termo “homossexual”, embora utilizado normalmente, restringe a relação entre pessoas do mesmo sexo, de forma preponderante, à questão sexual-genital. Parece que ele induz a olhar somente a questão do relacionamento sexual quando, na verdade, a situação da homossexualidade é muito mais ampla. Ao invés de utilizar a palavra homossexualismo é melhor usar a palavra homo afetividade. O que é, seguramente, mais abrangente para entender a situação. É preciso ter claro que as pessoas homo afetivas têm vida além do sexo. Também se deve ter presente que para a fé cristã é firme aquilo que a antropologia bíblica apresenta: o ser humano é masculino e feminino. E a sua união é colocada na linha da complementaridade e na abertura para a multiplicação da vida. Isso não acontecerá
na união homo afetiva. Portanto uma convivência com característica sacramental entre sexos iguais não cabe no Primeiro Testamento (Gênesis 2,23-24). Nem na visão do Novo Testamento. Onde Jesus Cristo eleva o encontro do homem e da mulher que “deixam o pai e a mãe e se tornam uma só carne” a gesto de sacramento, sinal da Graça de Deus entre eles (Mateus 19,4-6). Não se trata aqui de uma disciplina eclesiástica que possa sofrer mudança. Trata-se de uma lei divina. A Igreja deve ser fiel a ela. Não há que se esperar, portanto, nenhuma mudança de posição sobre este assunto. Não entra aqui, não está em jogo, a bondade das pessoas homo afetivas. Nem a sua capacidade de amar e fazer o bem. O que parece oportuno é que todos devemos, cada vez mais, procurar compreender e aprofundar conhecimento sobre a causalidade da homo afetividade e criar condições para que as pessoas não sejam discriminadas. A compreensão e acolhida ajudarão os que se sentem diversos a perceber um olhar muito
mais marcado pela fraternidade do que pelo juízo e pela condenação. Mesmo porque a chamada sexualidade de interação masculino-feminina também precisa ser mais bem compreendida e mais bem vivida. O mercado da sexualidade, que se estabeleceu no dia a dia, deveria chamar a mesma atenção crítica que a homo afetividade desperta. E sabemos que isso não ocorre. Parece “normal” tudo o que se faça de exploração dos nossos corpos. Além da idolatria do corpo perfeito (que só existe com “photoshop”), nossos corpos servem para vender de tudo um pouco: carros, apartamentos, planos de tudo, etc. A sexualidade humana é uma expressão fundante do viver equilibradamente. As quebras interiores fazem “genitalizar” os relacionamentos. Os corpos de mulheres e homens nada mais são transformados em carne a ser comida. Aí os animais são mais humanos do que nós. Porque eles obedecem à lei da natureza, do cio. Nós somos capazes de usar o outro para nosso desejo. E descartar quando o prazer se
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esgota. Feito bagaço de laranja. Acabou o sumo. Lixo. Pessoa é para ser amada. Porque esse é o sentido da vida. E se alguém faz caminho diferente do que julgamos e cremos “normal”, mais ainda precisa da solidariedade para que seu modo de viver não o faça ficar à margem da dignidade que Deus plantou no coração de todo ser humano. Com as limitações que todos carregamos. Pelas próprias limitações humanas é que Deus se fez um de nós. Para que Nele e por Ele a fragilidade encontrasse a sua fortaleza. A limitação encontrasse a liberdade. A imperfeição encontrasse a realização. O amor imperfeito encontrasse a plenitude.
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colaboração SHEL ALMEIDA
Um grupo de jovens na faixa dos 15 anos de idade se reúne para realizar atividades sociais, com a intenção de integrar a comunidade e semear o amor. Esse é o “Abraço Social”, grupo de voluntários que busca atingir, com ações recreativas e educativas, a população mais carente e vulnerável de Bragança Paulista. O início do grupo foi por acaso, quando o professor Rodrigo Mendes Rodrigues falou aos alunos sobre a situação precária em que vivem os moradores do Green Park. Os jovens decidiram, então, realizar uma tarde recreativa com as crianças do loteamento. Essa atividade, que aconteceu nos dias 19 e 20 de julho do ano passado, foi a primeira de muitas outras ações realizadas pelo grupo posteriormente. Os jovens conseguiram que a escola em que estudam cedesse o espaço para atividade e, por conta própria, foram até o Green Park pedir aos pais e responsáveis pelas crianças que permitissem a participação dos pequenos. Também conseguiram um ônibus para transportá-las até o local onde aconteceria a recreação. Nos dois dias de atividade, o Abraço Social atendeu 65 crianças, entre 5 e 12 anos. As crianças participaram de gincanas, oficinas de pintura, brincadeiras musicais, entre outras atividades. “Na primeira atividade, que aconteceu no sábado, foram poucas crianças, porque muitos pais não autorizaram. No dia seguinte, quando voltamos, o grupo que queria participar era muito maior. Muitos daqueles que não tinham autorizado, perceberam o quanto as crianças gostaram e permitiram que participassem também”, conta Larissa Lopes, responsável pela organização das atividades do grupo.
três meses, o grupo se empenhou em arrecadar produtos de higiene que entregariam às crianças. Pediram doações nas redes sociais e na rua, fazendo solicitações até mesmo em farmácias. Conseguiram, com isso, montar 100 kits, contendo sabonete, xampu, condicionador, escova, creme dental, e cotonetes. A preparação dos kits reuniu o grupo para um “mutirão”, como fala Larissa. “Antes da atividade, todos nós pesquisamos e nos interamos a respeito do que passaríamos às crianças sobre higiene da mão, do corpo e da boca. Uma das voluntárias é estudante de odontologia e nos auxiliou em relação à saúde bucal. Não seria uma tarde de brincadeiras e sim educativa. Por isso precisaríamos estar atentos aos detalhes que pra gente parece banal, como lavar as mãos de maneira correta e escovar bem os dentes depois das refeições, e como passar isso pras crianças”, explica Larissa.
Abraço Grátis
No meio tempo entre a produção e a autorização para a atividade, o grupo realizou a ação “Abraço Grátis – um abraço pode mudar o seu dia”, durante o Festival do Japão, na Associação Nipo Brasileira. “Com essa atividade do abraço, conseguimos expandir o grupo e agregar novos voluntários. Durante a ação apresentávamos o grupo e explicávamos qual a finalidade. Muita gente comentou que sempre quis realizar esse tipo de voluntariado, mas não sabia por onde começar”, conta Larissa feliz. É reconfortante perceber que muitos jovens estão fazendo a sua parte para construir uma sociedade melhor e mais igualitária. Na página do facebook, o grupo explica que a intenção é “levar um pouco de esperança e alegria aos mais necessitados” e que a base do Desde que o grupo foi formado, há grupo é “o amor ao próximo, na prápouco mais de um ano, já realizou tica”. Para Larissa, particularmente, diversas atividades com as crianças tudo é muito gratificante. “Eu gosto do Green Park, com os idosos do Asilo da correria da preparação das ativiSão Vicente de Paulo e também com dades. E depois de tudo, ver as criana APAE. A mais recente aconteceu no ças sorrindo, é a maior recompensa. último dia 26 de julho, em parceria Quando elas sabem o meu nome com uma escola municipal que aten- então, é uma grande festa pra mim”. de as comunidades Ouvir isso de uma do Jardim Iguatemi jovem de 17 anos, e do Green Park. Ver as crianças sorrindo, é a maior que dedica muito Entre idas e vindas recompensa. Quando elas sabem do seu tempo livre burocráticas e o o meu nome então, é uma grande para levar conforto quase adiamento da e carinho a crianças festa pra mim atividade, deu tudo pouco mais jovens certo. De acordo do que ela faz com Larissa Lopes com Larissa, a ação retomemos a fé na atendeu 88 crianças, todas alunas da humanidade. Sem dúvida alguma, as escola e contou com a participação ações realizadas pelo Abraço Social de 15 jovens do Abraço Social. Ini- precisam ser incentivas e copiadas. cialmente a atividade estava prevista São ações como essas que fazem para acontecer no sábado, dia 27, e a diferença. E se esse tipo de ação contaria com 30 voluntários. Com a acontece com a intenção de atender mudança da programação, muitos pessoas menos privilegiadas é porque não puderam participar. A ideia da a ação do Estado não está chegando tarde educativa surgiu no aniversário até essa parcela da população. Além de Larissa, em março deste ano. Ela de incentivar, é preciso também que resolveu comemorar a data com as se cobre dos nossos governantes ações crianças do Green Park em um buffet mais efetivas, pois eles tem a obrigação infantil, tudo pago com doações dos de atender a população mais carente. voluntários do próprio grupo. “Temos O voluntariado é necessário e existe o grupo no facebook com cerca de 300 porque o Estado não consegue participantes. Desses, mais ou menos suprir todas as necessidades 40 pessoas participam ativamente da população. das ações. Muitos contribuem com dinheiro, para comprarmos os matePara saber mais sobre as ações riais e bancarmos outros gastos das atividades, como o transporte”, explido Abraço Social, acesse: ca. Durante a festa, uma das crianças www.facebook.com/abracosocial. começou a sentir dor de dente, assim Todo tipo de ajuda ao grupo é que comeu um pedaço de bolo. Foi bem vinda: apoio, divulgação, quando o grupo percebeu que, além de atividades recreativas, havia a participação ativa, ideias. necessidade de realizaram também as atividades educativas. Durante
Voluntários do grupo “Abraço Social” realizam tarde educativa com crianças do Jd, Iguatemi e do Green Park. Ação foi focada em higiene e saúde.
Tarde Educativa 2013
Grupo existe há um ano e já realizou diversas atividades com crianças do Green Park, no Asilo São Vicente de Paulo e na APAE.
Antes da tarde educativa, os voluntários realizaram um mutirão para montar kits com produtos de higiene para entregar às crianças.
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Só Yeezus salva Com um disco incômodo, hostil, o rapper americano Kanye West vai além do discurso falastrão e leva o hip-hop a um novo patamar
Por THALES DE MENEZES /FOLHAPRESS
Na década de 1960, John Lennon levou pancada de todos os lados quando disse que os Beatles eram mais famosos do que Jesus Cristo. Em 2013, o rapper americano Kanye West, 36, talvez seja a coisa mais próxima dos Beatles inserida na cena pop. Não por seus estilos musicais, bem diferentes, mas pela popularidade entre o público jovem. Nestes tempos, West não se acha mais popular do que Jesus Cristo. Ele se considera o próprio. “Yeezus”, o nome de seu sexto álbum, denomina um alter ego divino que o cantor assume em um álbum curto, direto, cru. Em uma das faixas, “I’m a God”, ele --Yeezus-- conversa com Jesus. Como sempre, cheio de marra. O disco transcende o hip-hop. Ao contrário do anterior, “My Beautiful Dark Twisted Fantasy”, de 2010, exagerado, megalomaníaco, este é enxuto, quase monolítico. West e o produtor Rick Rubin mexeram nas faixas até poucos dias antes do lançamento de “Yeezus”. Segundo o cantor, Rubin não “produziu” o disco, ele o “reduziu”, tirando todos os excessos. Com apenas dez faixas e 40 minutos de duração, passa em vários momentos a sensação de que o ouvinte só tem a voz do rapper e a percussão eletrônica para escutar. Esse percussão é pesada, metálica,estridente, agressiva até, como no rock industrial de um Nine Inch Nails. O mistério de West é como ele consegue, com tão pouco, exibir tantas referências. As músicas vão do house oitentista de Chicago ao dancehall, passando pelo estilo robótico das fases anteriores do Daft Punk --não por acaso, a dupla francesa produz três faixas de “Yeezus”.
Sem capa
A opção minimalista do projeto não fica restrita ao som. O disco não tem capa nem
encarte. É vendido numa caixa de acrílico transparente, dessas comuns de CD. Tem, na frente da caixinha, um adesivo vermelho que serve para fechar a embalagem e, atrás, outro adesivo com a relação de samples usados no disco --West é obrigado por lei a exibir essa informação. Nas letras, a prepotência continua, mas o discurso é amargurado e angustiado. “On Sight”, “Sent It Up” e “Black Skinhead” são exemplos de faixas que jogam os ouvintes longe de qualquer zona de conforto. “Yeezus” é experimental, tão instigante que chega a incomodar. É um disco hostil. O impacto sonoro provocado por “Yeezus” ofusca a vida louca do artista, colecionador de desafetos. Nos dias após o lançamento do álbum, as pessoas estão mais ocupadas em destrinchar suas letras do que conferir a última briga do astro na internet. Poucas vezes um disco tão perturbador chega ao mercado. Parece que West pegou o que tinha mostrado em outros álbuns e cortou fora tudo que soava bem resolvido, acessível ao grande público. E, mesmo assim, ainda é capaz de arrebatar fãs eis a grande magia do cara que leva o hip-hop a um patamar completamente novo.
Entre 13 músicas sampleadas, uma é “Strange Fruit”, gravação da lendária cantora de jazz e soul Nina Simone No total, West gravou 25 músicas nas sessões West cantou “Black Skinhead” e “New Slaves” no programa “Saturday Night Live”, em maio O disco estreou no topo da parada digital, no dia 18 As tretas de 2013 Será que vazou? A gravadora Def Jam anunciou que está bancando “ampla investigação” para descobrir como o novo álbum “vazou” na internet em 14 de junho, quatro dias antes do lançamento oficial. Mas muitos apostam que o próprio West cuidou disso Dia de fúria No mês passado, West ficou bravo com um paparazzo em Beverly Hills e avançou
sobreo cara, tentando agredi-lo Ego monstruoso No último dia 15, o jornal “The New York Times” publicou a primeira entrevista do cantor na divulgação de “Yeezus”. Ele se comparou a Deus e a Steve Jobs (19552011), além de desafiar as pessoas a provar que ele é menos do que genial Polêmica brava Associações dedicadas a tratamento de pacientes com Mal de Parkinson se revoltaram com a canção “On Sight”. Na letra, West diz que quando estaciona sua Mercedes Benz logo aparece “uma vadia que chacoalha mais do que alguém que tem Parkinson” Cara feia no rio West e Kim Kardashian (pais de uma menina nascida no dia 15) passaram o Carnaval no Brasil. Ele ficou quatro dias sem sorrir. Foto: KDB/SSM
Yeezus Artista: Kanye West Gravadora: Def Jam Quanto: US$ 9,99 (cerca de R$ 21), na iTunes Store Avaliação: ótimo
Notas
O álbum tem vocais de Justin Vernon, Frank Ocean, Chief Keef, Charlie Wilson, DJ Assassin, Kid Cudi e King Li West tem 51 parceiros na autoria das dez faixas Ele começou a gravar “Yeezus” no início do ano, num hotel em Paris A finalização foi no estúdio Shangri-la, em Malibu
Kanye West
Palestra gratuita
tira dúvidas sobre o Enem O especialista Gilberto Alvarez explica sobre as principais mudanças e a importância do Enem. A palestra é dirigida a alunos e educadores No dia 7 de agosto, quarta-feira, o Instituto Educacional Santa Terezinha (IEST), de Bragança Paulista, recebe o diretor do Cursinho da Poli, de São Paulo, e especialista em Enem, Gilberto Alvarez, para palestra sobre os programas de acesso ao ensino superior criados pelo governo federal, que inclui o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A palestra acontece às 18h e é aberta a toda a comunidade. Direcionada aos alunos interessados em ingressar nas universidades e educadores, a palestra vai esclarecer as principais dúvidas envolvendo o processo de avaliação do Enem. “Com o Enem, a universidade pública passou a ser um sonho possível,
deixando de ser para poucos que tiveram a sorte de ter uma família mais abastecida ou eram exceção à regra. Na estrutura das provas não existe mais a antiga divisão por disciplinas, o que permite que o aluno aproveite seu conhecimento cotidiano para se sair bem. Apresentar essas diferenças e vantagens que o Enem trouxe para o acesso à universidade é a nossa proposta”, explica o prof. Giba.
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio é a segunda maior prova do mundo, com mais de sete milhões de inscritos, perdendo apenas para a China. A nota obtida no exame é pré-requisito para a inscrição nos programas do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e Programa Universidade para Todos (ProUni), criados pelo Governo Federal com
intuito de abrir as portas do ensino superior a toda população, principalmente a de baixa renda. Além disso, os estudantes maiores de 18 anos que ainda não obtiveram a certificação do ensino médio podem fazê-lo por meio do Enem. Para participar, basta se inscrever pelo telefone: (11) – 4035 1123
Serviço Data: 7 de agosto de 2013 Horário: 18 horas Local: IEST – R. Bernardo Stefani, 100 – Vila Municipal, Bragança Paulista – SP Inscrições gratuitas Mais informações: contato@ensinoiest.com.br
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Comportamento
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Vontade de morrer Taxa de suicídio entre jovens cresce 30% em 25 anos no país, mas falar sobre o tema continua a ser tabu até para profissionais de saúde
Por IARA BIDERMAN /FOLHAPRESS
É uma das primeiras causas de morte em homens jovens nos países desenvolvidos e emergentes. Mata 26 brasileiros por dia. E ninguém quer falar no assunto. No Brasil, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média da população, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de “O Suicídio e sua Prevenção” (ed. Unesp, 142 págs., R$ 18). A curva ascendente vai contra a tendência observada em países da Europa ocidental, nos Estados Unidos, na China e na Austrália. Nesses lugares, o número de jovens suicidas vem caindo, ao contrário do que acontece no Brasil, aponta um estudo da University College London publicado no periódico “Lancet” no ano passado. “Na década de 1990, a taxa de suicídios aumentava em todos os países do mundo, e a OMS [Organização Mundial da Saúde] lançou um programa de prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram baixar os números. É importante falar do assunto”, diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp.
Tabu
O tema é tabu até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), aparece como “mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente”. Um longo eufemismo, segundo Botega. Evita-se a palavra, mas o problema se perpetua. Em cursos de prevenção, o psiquiatra registrou as crenças de profissionais de saúde. Muitos acham que perguntar à pessoa se ela pensa em se matar já pode induzi-la a consumar o ato. “Não temos esse poder de inocular a ideia na pessoa. E, se não tentarmos saber o que ela está pensando sobre o assunto, não conseguiremos ajudá-la”, diz o psiquiatra. A taxa cresce por uma conjugação de fatores. “A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram”, diz Neury. Há ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes sociais. “Todo mundo tem que se sentir ótimo. A obrigação de ser feliz gera tensão no jovem”, diz Robert Gellert Paris, diretor da Associação pela Saúde Emocional de Crianças e conselheiro do CVV (Centro de Valorização da Vida). O aumento de casos de depressão em crianças e adolescentes é outro componente importante. “Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica”, diz Bertolote. Junte-se tudo isso ao maior consumo de álcool e drogas e a bomba está armada. “Elena” A cineasta e atriz mineira Petra Costa tinha sete anos quando a irmã mais velha se suicidou. Mais de 20 anos depois, Petra dirigiu o documentário “Elena”, atualmente em cartaz, em que tenta entender e comunicar o que a irmã pensava e sentia. “As pessoas têm dificuldade de falar e de ouvir sobre o assunto. A sociedade brasileira tem que aprender a conversar sobre suicídio, porque o número de casos
só aumenta”, diz Petra. Falar de suicídio nunca foi tabu para a diretora. “Desde que eu tinha sete anos, quando Elena se suicidou, minha mãe conversava comigo sobre isso, nunca me escondeu nada”, conta. Mas ela logo percebeu que, fora de casa, o tema era proibido. “A primeira vez que falei do assunto com outras famílias que passaram por isso foi aos 27 anos, quando procurei grupos de parentes de suicidas. Então me senti compreendida em minha dor.” Petra conta que, logo após a morte de Elena, sua mãe procurou pessoas próximas de alguém que havia se matado. Mas todos se recusaram a conversar com ela. Ela também lamenta que, à época do suicídio da irmã, as pessoas ao seu redor não tivessem informações sobre o assunto nem soubessem como falar sobre ele. “O mais lastimável em relação à Elena é que, nos anos 1990, no grupo de pessoas com quem ela convivia, sabia-se pouco sobre bipolaridade, depressão, suicídio. A desinformação levou à tragédia”, afirma Petra. A cineasta tem interesse nessa causa. A produtora do filme, Busca Vida, está organizando debates sobre o tema. E Petra planeja criar o Instituto Elena, para prevenção de suicídios.
como sair disso. Mas não significa que queira morrer. “O sentimento é ambivalente: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver. Por dentro, vira uma panela de pressão. Se ela puder falar e ser ouvida, além de diminuir a pressão interna, passa a se entender melhor”, diz Paris. O CVV oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo site www.cvv.org.br. Como tocar no assunto Ouça mais, fale menos Não interrompa a pessoa ou diga o que ela tem que fazer nem dê exemplos pessoais Demonstre interesse Deixe claro que você percebe que a pessoa não está bem, pergunte-lhe sobre o que ela está pensando e em que você pode ajudar
Desenvolva empatia Coloque-se na situação do outro. Tente sentir o que a pessoa está sentindo Seja espontâneo Demonstrar sua preocupação com a pessoa não significa dar um tom grave e formal para a conversa Mantenha a calma Prepare-se antes para não transmitir insegurança ou desespero Não condene Julgar a pessoa em relação ao que ela diz ou fez pode fazer com que ela se sinta ainda pior Procure ajuda Informe-se sobre grupos de apoio e serviços de saúde mental que dão orientação e suporte a pessoas em risco de suicídio. Foto: Divulgação
Prevenção
A troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: de acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda. Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não vê
Cena do filme “ Elena “ , dirigido por Petra Costa
Mão na Massa
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Segundo Semestre
Cursos e Oficinas na Casa das Mangueiras Por Martha Vaz
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Reflexão e Práxis
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O papel social da Religião Por pedro marcelo galasso
A religião cumpre uma função social importante ao sedimentar valores morais e apontar algumas respostas para as perguntas mais essenciais da humanidade, indo muito além da esfera religiosa, de suas igrejas e de seus fiéis. Segundo Durkheim, a essência da religião encontrasse na divisão do mundo social em duas esferas distintas, mas complementares, a esfera do sagrado e a esfera do profano. Por sagrado entendemos aquilo que é permitido, aceito e normal, diferindo entre as sociedades nas quais a religião é a mesma, por exemplo, o catolicismo brasileiro apresenta particularidades que não são vistas no catolicismo praticado na Itália por conta das diferenças históricas de cada país. Além disso, o profano é a sua contrapartida, ou seja, ele expressa tudo o que é proibido, errado e anormal, apresentando as fronteiras que devemos respeitar para que toda a estrutura social permaneça funcionando normalmente. Para a sociedade, portanto, a religião é importante não pela sua ideia de transcendência, mas sim por se apresentar
como um elemento de junção social e de definidor de fronteiras morais e de normas de comportamento que se apresentam com um peso moral que outras instituições sociais não podem apresentar. Isto se deve ao fato da religião lidar com questões mais profundas e que mexem com a natureza de forma intensa e, para vislumbrarmos sua importância, basta que pensemos o conforto que as religiões oferecem quando pensamos na questão da vida após a morte. Entretanto, o que muitos se esquecem, independente das críticas, é que a religião é sempre autêntica, pois se refere a sociedade a qual ela se refere. Há, obrigatoriamente, uma ligação entre os valores e as normas presentes em uma dada religião e os anseios da sociedade que a abraça, não sendo possível que a religião ludibrie ou engane os seus fiéis. A manipulação e a corrupção aparecem nas ações praticadas pelos homens que a controlam, mas não na religião em si mesma já que, como foi dito acima, a religião se refere à sociedade e não aos homens. E como ocorre este processo? A religião é a ideia da sociedade transposta
para um plano ideal e místico criando, então, a crença nos seus fiéis. Eis o porquê da religião ser um reflexo dos anseios dos povos e das épocas históricas. Vale lembrar que a essência religiosa está presente nos indivíduos, por tratar de questões sociais presentes e atuais, e por criar uma esfera de pertencimento e de proximidade com aqueles que dividem a mesma fé e os mesmos valores amenizando um dos grandes problemas do mundo moderno que é a distância e o isolamento entre as pessoas, dando-lhes um conforto que a sociedade contemporânea é incapaz de oferecer. O grande dilema contemporâneo na relação entre a religião e o mundo moderno é a busca por um consenso entre as duas formas de pensamento que preconizam e defendem valores diversos. A visita do papa Francisco ao Brasil e a mudança do discurso da Igreja Católica nos mostram que a instituição catolicismo está atenta ao debate e aos limites que serão traçados ao longo dos próximos anos. A religião moderna pretende acabar com a antítese religião – ciência, pois diz que cada sociedade produz o pensamento
religioso que necessita o que dá à religião um caráter racional que até então ela não possuía. Entretanto, uma instituição social tem seus parâmetros e suas normas de funcionamento e nem sempre as mudanças são fáceis e bem vistas pelos seus membros e, neste caso, fiéis. Pensemos a relação entre o catolicismo e a busca por novos direitos civis, tão legítimos quanto os valores religiosos, como o direito ao aborto ou ao casamento entre os homossexuais. Por estarem pautadas em dogmas e em tradições, as religiões têm certo receio de questionar seus cânones e procurar entender que a existência dos direitos não significa um abalo a sua fé, aos seus valores e as suas crenças. A sociedade é real e ideal, pois cria o seu mundo ideal constantemente e aí reside a importância de um debate franco e aberto entre as nossas instituições religiosas e nossas instituições civis. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Nossas Escolhas
Você é seu gestor por Felipe Gonçalves
As regras de sobrevivência das organizações e seus membros mudam diariamente. Essa mudança permanente gera perplexidade e desgaste nas relações entre as pessoas e entre essas e seus empregadores. As pessoas se adaptam, sacrificam sua vida familiar, e ainda não é o suficiente. Até quando nosso elástico aguentará? Não se vê luz no fim do túnel, que não a de um trem – na direção contrária. Os executivos que manobram sobre essa pista escorregadia, com veículos já desgastados pelos acidentes do terreno percorrido, devem continuar a viver sob as mesmas ameaças ambientais. Atos e condições inseguros criam a fórmula para um acidente – o motorista da carreira derrapa, e pode até encontrar um poste pela frente. É nesse cenário sombrio que algumas tendências comportamentais podem extrapolar e colocar em risco sua ascensão ao topo ou sua manutenção lá em cima. Geralmente, a incompetência gerencial resulta da inabilidade de formar equipes de alta performance, retendo os melhores talentos que possam
superar a concorrência. O exame desses padrões de comportamento demonstra que nossos pontos fortes também têm um lado sombra, normalmente não conscientes. Quando nos sentimos ameaçados, como em situações estressantes, tendemos a exagerar alguns traços de personalidade e acabamos revelando o lado escuro da força. Por exemplo, a confiança é desejável em todos os líderes, mas em excesso pode fazer o gestor parecer intimidador, arrogante, dono da verdade e incapaz de admitir seus erros. Jon Bentz foi um diretor de RH da Sears nos Estados Unidos que pesquisou durante 30 anos o que determinava o fracasso de executivos tecnicamente muito competentes assim ele se tornou um pioneiro desse conceito dos “descarriladores de carreira”. Jon relatou que, dentre as pessoas que tinham características positivas, como inteligência, confiança e ambição, um subgrupo fracassara. Bentz concluiu que os executivos mal sucedidos fracassavam não por não possuir habilidades diferenciadas, mas porque tinham características indesejáveis de
personalidade que alienavam seus subordinados, impedindo-os de formar ou de reter uma equipe de alto desempenho. Essas descobertas encorajaram a criação, em 1997, do Inventário Hogan de Desafios pelo psicólogo americano Robert Hogan. Essa ferramenta foi projetada para avaliar disfunções comportamentais, disparadas em situações emocionais adversas, que ficaram conhecidos com os descarriladores de carreira. Identificamos onze tipos de comportamentos que podem fazer um indivíduo sair da pista do sucesso: 1º) Arrogante: quando ele crê que só ele está certo; 2º) Melodramático: ele faz de tudo para aparecer e para estar na berlinda sempre; 3º) Temperamental: sua instabilidade de humor desestabiliza a equipe e o negócio; 4º) Cauteloso: em excesso, quando está sempre esperando mais uma informação para tomar sua decisão perfeita; 5º) Cético: quando a pessoa desconfia até da própria sombra; 6º) Reservado: é aquele que se afasta e se isola; 7º) Ardiloso: gosta de levar van-
tagem em tudo e acredita que vai conseguir sair ileso; 8º) Imaginativo: quer ser diferente só por ser; 9º) Passivo resistente: fica em silêncio e todos acham que está concordando, para surpresa geral mais tarde; 10º) Perfeccionista: capricha nos mínimos detalhes e os grandes erros passam despercebidos; 11º) Obsequioso: o mais importante é ganhar o concurso de popularidade, principalmente com o chefe. Essas características podem ser muito positivas e devem ter contribuído para esses líderes chegarem a posições-chave, porém, as mesmas podem se revelar prejudiciais quando descontroladas. O importante é o gestor reconhecer que tem uma ou mais dessas propensões. Dessa maneira, ele pode se desculpar, quando for o caso, e adotar medidas para reduzir o estresse. O problema maior acontece quando a pessoa que está no comando nega essas tendências. Consequentemente, ela não consegue tirar proveito da experiência. Praticamente todos os estudos modernos sobre desempenho ge-
rencial identificam a incapacidade de aprender com a experiência como o fator determinante do fracasso na carreira. Os desafios do cenário global preocupante definitivamente não podem ser solucionados pelos gestores individualmente. Entretanto, eles podem manejar os fatores que põem em risco suas carreiras nesse irreversível ambiente de tensão das corporações. Especialmente aos líderes aos quais se oferece um serviço de “coaching”, apoiado por instrumentos de avaliação validados cientificamente, abre-se uma porta para a conscientização daqueles padrões de comportamento. A partir de sua aceitação, juntos -- líder e “coach” -- podem criar mecanismos que evitem o impacto frontal contra o poste do desemprego. Tenha uma boa vida ! Felipe Gonçalves Graduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimento de Líderes, Mestrando em Engenharia Química, Profissional Corporativo e Professor Universitário. E-mail: felipe.goncalves@usf.edu.br
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SPASSU da Elegância
Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão
Noivas Baixinhas
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Foi com muita alegria que fotografei a bodas de ouro da Sra Williany com o Sr José Roberto Vasconcellos. Dois amigos que, com muito carinho, me escolheram para fazer parte deste momento tão especial na vida dos dois. Sem contar toda a alegria dos filhos e netos além de todos amigos que lotaram a Catedral para prestigiar uma união tão duradoura como esta. A cerimônia foi conduzida pelo Monsenhor Giovanni, amigo da família, que fez uma belíssima missa onde exaltou o amor duradouro que atravessa anos e anos e, dos dois poderem comemorar os 50 anos de união rodeados pela família e amigos, mostrando que realmente vale a pena acreditar no amor e a vontade de fazer com que as coisas conflitem para a união. Testemunhei várias pessoas emocionadas e felizes pelos dois. Depois da troca das alianças que foi feita pelos filhos do casal, o coral da igreja cantou a música “como é grande meu amor por você” pra fechar com chave de ouro este momento. Lindo demais! Depois da missa todos foram convidados para continuarem toda a alegria daquele momento na cripta da catedral onde foi oferecida uma deliciosa recepção com direito à tradicional valsa e um brinde muito especial pelos 50 anos de união. Mais um momento que trago com muito carinho.
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Suzuki apresenta o pequeno SUV Jimny, seu primeiro modelo nacional, de olho no Brasil não urbano por EDUARDO ROCHA/autoPress
Nem todo SUV é pensado para se impor sobre outros motoristas nas ruas e ocupar duas vagas no shopping de uma vez. A Suzuki decidiu que iria focar seu primeiro produto construído no Brasil, o utilitário esportivo subcompacto Jimny, em mercados em que ter tração 4X4 realmente faz diferença. O público-alvo pode ser os jipeiros, fazendeiro e produtores rurais. Ou seja: tanto quem buscar um carro com glamour para o esporte off-road quanto quem quer praticidade para funções produtivas. O fato de o jipinho ter se tornado nacional, porém, não aliviou a tabela de preços. O Jimny chega em três versões de série, 4All, 4Sun e 4Sport, e uma montada sob encomenda, 4Work. A mais barata, 4All, sai a R$ 55.990. A 4Sun tem teto panorâmico em lona e fica em R$ 59.990. A 4Sport, mais preparada para encarar buracos, valas e lama, custa R$ 61.990. Já o preço da 4Work depende diretamente dos equipamentos solicitados por quem encomenda. Por esse valor, o jipinho traz de relevante ar-condicionado, trio elétrico e só. Airbag e ABS só entram na linha no segundo semestre. Para quem avalia carro com fita métrica, dificilmente será atraído pelo Jimny. Afinal, da ponta do para-choque dianteiro até o estepe pendurado na tampa traseira, o modelo mede exatos 3,65 metros. Mas tanto este comprimento quanto as demais dimensões do carro são favoráveis ao off-road. A largura é de apenas 1,60 m, o entre-eixos é bem curto, com 2,25 m. Um efeito colateral inescapável é o pequeno espaço interno, principalmente para quem vai em um dos dois lugares do banco traseiro. Somente a boa altura do modelo, de 1,70, alivia a sensação de aperto. Independentemente do tamanho, o Jimny é dotado de excelentes recursos para o fora-de-estrada. Ele é montado sobre longarinas e tem suspensões com eixo rígido, molas helicoidais e braços articulados, numa estrutura bem robusta. O motor longitudinal de 1.3 litro direciona seus 85 cv de potência e 11,2 kgfm de torque preferencialmente para as rodas traseiras. Quando o 4X4 é acionado, uma caixa de transferência assume a função da transmissão e um sistema pneumático faz o engate das rodas dianteiras. O mecanismo de redução da relação final também fica instalado nessa caixa de transferência paralela. O carrinho ainda oferece excelentes ângulos para enfrentar obstáculos. São 37º de ataque e 46º de saída – 45º e 51º, respectivamente, no modelo 4Sport. A altura livre para o solo é de 20 cm. Mesmo repleto de qualidades, dificilmente irá se formar fila na porta das 60 concessionárias da marca no país. A capacidade de produção de 7 mil unidades por ano, ou quase 600 por mês, corresponde a seis vezes a média de vendas do modelo no ano passado – que foi de 95 unidades mensais. Os executivos da marca afirmam que havia uma demanda reprimida pelo modelo, que vinha a conta-gotas graças às inumeras crises que assolaram o Japão. A projeção é que, em um primeiro momento, as vendas simplesmente dobrem, para 200 unidades mensais. A partir daí, o ganho seria paulatino, recorrendo a ações de marketing, como já estão sendo feitas entre aficionados por off-road _ mesma receita utilizada pela Mitsubishi, marca também controlada pelo Grupo Souza Ramos. Outra ação será apresentar o Jimny para clientes que normalmente recorrem a picapes para enfrentar terrenos pouco amistosos Brasil adentro. Fazendeiros e outros profissionais ligados a atividades rurais, que têm de enfrentar maus caminhos. O objetivo é vender a ideia de que um jipinho como o Jimny é uma opção mais prática, econômica e racional para quem transita em estradas de terra, mas não tem necessidade de transportar carga. O foco em consumidores de picape se explica pela falta de competidores diretos. Carros com 4X4 como Ford EcoSport e Renault Duster e mesmo os falsos off-roads 4X2, como Fiat Adventure e Volkswagen CrossFox, são mais caros e não têm a capacidade off-road do Jimny. A Suzuki quer mesmo fazer valer o fato de ter o 4X4 mais barato do país.
Primeiras impressões
Mogi-Guaçu/SP – A Suzuki montou um cenário para impressionar. Colocou o pequeno Jimny no asfalto perfeito da pista Velo Cittá, encravada em uma pequena
parte da fazenda que pertence ao empresário Eduardo Souza Ramos, que controla Suzuki e Mitsubishi no Brasil. Depois de algumas curvas contornadas com facilidade pelo jipinho – em velocidades compatíveis, claro –, o próximo passo foi partir fazenda adentro para encarar estradas típicas de áreas rurais. Por fim, um trecho de rodoviário, com boa pavimentação. Nestas três condições, o modelo se saiu bastante bem. Na pista, exibiu um rolling bem menor que seus 1,70 m de altura fariam supor. Nas estradas de terra absorveu bem as irregularidades e manteve sempre uma boa dirigibilidade. Na estrada, a velocidades de até 110 km/h, não houve flutuação ou necessidade de correções na direção. Esses circuitos tinham a intenção de mostrar que o Jimny pode muito bem se adaptar à vida urbana, embora não tenha conforto nem espaço de modelos de preço equivalente – compactos recheados e médios de entrada. Mas foi a quarta e última sessão que mostrou a verdadeira vocação do carrinho. A proposta consistiu em andar um em trecho off-road digno dessa definição. Não se tratava de uma estradinha esburacada, aberta por trator. Simplesmente, não havia estrada alguma. Para esta “fase”, o modelo utilizado era o 4Sport, que tem ângulos de ataque e saída melhores que as demais versões. E precisou mesmo de toda a capacidade de enfrentar obstáculos para o desafio. Erosões e valas que pareciam capazes de engolir o modelo eram transpassados com mais ou menos dificuldades, mas sempre com sucesso. O mesmo ocorreu em rampas, com aclives superiores a 50%. O baixo peso do jipinho da Suzuki e o curto entre-eixos oferecem enorme mobilidade. Em contra-partida, o motor a gasolina mostra as limitações típicas de propulsores de alto giro no fora-de-estrada, como a dificuldade de dosar a aceleração e o torque na transposicão de obstáculos.
Ficha técnica
Suzuki Jimny Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.328 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração traseira ou integral com reduzida com acionamento por botão. Não oferece controle de tração. Potência máxima: 85 cv a 6 mil rpm. Torque máximo: 11,2 kgfm a 4.100 rpm. Diâmetro e curso: 78,0 mm X 69,6 mm. Taxa de compressão: 9,5:1. Suspensão: Dianteira e traseira com eixo rígido e molas helicoidais. Não oferece controle eletrônico de estabilidade. Pneus: 205/70 R15 Freios: Discos sólidos na frente e a tambor atrás. Não oferece ABS. Carroceria: Utilitário esportivo montado em longarinas, com duas portas e quatro lugares. Com 3,65 metros de comprimento, 1,60 m de largura, 1,70 m de altura e 2,25 m de entre-eixos. Não oferece airbags. Peso: 1.090 kg. Altura mínima do solo: 20,0 cm. Ângulo de ataque: 37º (45º na versão 4Sport). Ângulo de saída: 46º (51º na versão 4Sport). Capacidade do porta-malas: 113 litros. Tanque de combustível: 40 litros. Produção: Catalão, Goiás. Itens de série: Versão 4All: Para-choques e molduras pintados de grafite, ar-condicionado, desembaçador do vidro traseiro, vidros elétricos, limpador e levador do vidro traseiro, rack de teto, rádio/CD/MP3/ USB/Bluetooth com dois alto-falantes e rodas de liga leve de 15 polegadas. Preço: R$ 55.990. Versão 4Sun: Adiciona teto panorâmico em lona, espelhos retrovisores pintados na cor preta e detalhes estéticos exteriores. Preço: R$ 59.990. Versão 4Sport: Em relação à versão 4All, adiciona espelhos e maçanetas pintados na cor grafite, volante re vestido em couro, moldura do painel na cor do veículo, engates dianteiro, traseiro e bola, snorkel e rack de teto na cor grafite. Preço: 61.990.
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
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Notícias
automotivas por AUGUSTO PALADINO/autopress
Cara nova – Aos poucos, a Kia cumpre a promessa de oito lançamentos no mercado brasileiro em 2013. Após apresentar a nova geração do Cerato e o face-lift do Sorento, a marca coreana começa a vender o Cadenza 2014. O sedã custa R$ 139 mil – R$ 10 mil a mais que o antecessor. O conjunto mecânico não mudou. Traz um 3.5 V6 de 290 cv de potência. Por fora, ostenta novos para-choques, faróis, capô, lanternas e tampa do porta-malas. Baixo custo para quem pode – A Nissan vai voltar a comercializar veículos de sua submarca Datsun, que produz modelos mais em conta e tem como alvo a classe média emergente de países em desenvolvimento. O primeiro carro da nova fase da marca já teve seu esboço revelado, mas sem qualquer outro detalhe. O modelo será fabricado na Índia e não tem previsão de chegada ao Brasil. Inativa desde 1986, a marca será comercializada, inicialmente, na Índia, China, Rússia e África do Sul. Energia na etiqueta – A versão elétrica do subcompacto Volkswagen Up! chega ao mercado europeu daqui a dois meses – deve estrear no Salão de Frankfurt, na Alemanha. Os preços, no entanto, serão bem mais altos que o do modelo convencional. Segundo a marca alemã, o e-Up!, que virá com um motor elétrico de 82 cv de potência, deve partir de 26.900 euros – cerca de R$ 78 mil. O valor é 2,5 vezes maior que o cobrado pelas versões a combustão. De volta – O Salão de Frankfurt, na Alemanha, será o palco de dois retornos. O da Opel ao segmento de cupês, após 16 anos, e o do Monza, modelo famoso no Brasil até os anos 1990, sob a marca Chevrolet. Porém, as semelhanças param no nome. O Monza Concept não lembra em nada o antigo carro e vai brigar no segmento premium contra o Audi A5 e o BMW Série 4. Segundo a revista alemã “AutoBild”, a plataforma poderá ser a do Cadillac ATS, com o mesmo motor V6 3.6 litros de 325 cv. Teto de vidro – A Mitsubishi Motors convocou os proprietários do crossover ASX AWD para um recall com o objetivo de inspecionar o teto panorâmico de vidro e eventual aplicação de aderente. De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, 449 veículos participam da campanha. Segundo o fabricante, há a possibilidade de quebra ou soltura do vidro panorâmico do teto, podendo gerar danos físicos ou materiais aos ocupantes ou terceiros. Os carros convocados foram fabricados entre 2010 e 2011, com numeração de chassi entre os intervalos 00186 a 04797. O serviço é gratuito. Admirável mundo novo – As vendas da
Fotos: Divulgação
General Motors na China ultrapassaram o registrado nos Estados Unidos e posicionam o país asiático agora como maior mercado do grupo no mundo. A fabricante cresceu 10,6% e vendeu quase 1,6 milhão de veículos no primeiro semestre de 2013. Quase 2 milhões a mais que o registrado nos EUA. O grupo tem 12 joint-ventures na China, duas delas totalmente controladas por empresas locais. Além das marcas Chevrolet, Cadillac, Buick e Opel, os carros também são vendidos com os nomes Baojun, Jiefang e Wuling. Atualmente, a GM vende três de cada quatro carros que fabrica fora dos Estados Unidos. Estrelas e listras – Uma pesquisa da empresa Brand Keys, com sede em Nova York, botou a Jeep como a marca mais patriota dos Estados Unidos. O estudo contemplou 197 empresas das mais diversas áreas e não apenas automotivas. Cerca de 4,5 mil pessoas participaram da pesquisa e a Jeep bateu concorrentes fortes como Coca-Cola, Harley-Davidson e até a Disney. A fabricante fez 98 pontos de 100 possíveis. A média é baseada no engajamento emocional que a marca produz nas pessoas e sua relação com o governo norte-americano na 2ª Guerra Mundial foi decisiva. Alguns acreditam que os veículos são robustos, confiáveis, e foram um dos trunfos para o bloco dos Aliados sair vencedor do conflito. Data marcada – A Porsche confirmou uma data para começar as vendas do SUV Macan. O modelo chega às concessionárias no primeiro semestre de 2014. Antes, porém, fará uma aparição no Salão de Los Angeles, em novembro deste ano. Ainda não há imagens oficiais do utilitário, esportivo, que é tratado pela marca alemã como forte candidato a “best-seller”. Os motores também não foram confirmados, mas um deles deverá ser um turbo 3.0 V6 com potência perto dos 400 cv. O Macan será baseado na plataforma MLB, da Volkswagen. Apesar de a arquitetura ser compartilhada com outros modelos, o SUV será mais leve graças à utilização de mais partes em alumínio. Neblina à frente – Se depender das previsões do chefão da Renault, Carlos Ghosn, o mercado europeu ainda vai passar por dois anos de dificuldades. Em entrevista à agência “Bloomberg”, o executivo brasileiro disse que o crescente desemprego vai continuar puxando para baixo as vendas de carros na Europa. O CEO da marca francesa afirmou ainda que entre 2014 e 2015 a situação deverá ficar estável, para somente depois disso voltar a crescer. Apesar do prognóstico, Ghosn garantiu não saber uma receita para a recuperação, mas afirmou que as fabricantes vão precisar ser criativas para fugir da crise.
Kia Cadenza 2014
Volkswagen e-up!
Opel insignia opc
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Torpedo inglês por Augusto Paladino/autopress
A Caterham revelo u o R620, que substitui o R500.Onovomodelo é o mais potente já construído pela marca britânica, graças ao motor Ford Duratec 2.0 litros de 315 cv de potência e 30,1 kgfm de torque. Sem o peso total divulgado, o bólido cumpre o zero a 100 km/h em apenas 2,7 segundos. A fabricante é famosaporconstruir esportivos leves para duas pessoas, com estrutura tubular, nos moldes do clássico Lotus Seven. O interior do R620 tem detalhes em fibra de carbono e bancos esportivos. O carro será vendido até o final por 49.995 libras – o equivalente a R$ 168 mil.
Foto: Divulgação
Caterham Seven 620R
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Embalado pela versão 1.0 LT, Onix se torna o carro mais vendido da Chevrolet no Brasil
por MICHAEL FIGUEREDO/autoPress
Nos últimos dois anos, a Chevrolet renovou praticamente toda a sua oferta no Brasil. E entre os mais de 10 modelos que lançou de 2011 para cá, o compacto Onix era o que tinha a missão mais complicada: fazer a marca ganhar market share. Os outros serviram mais para completar a gama e fazer a marca estar presente em mais segmentos. O trabalho pesado foi realmente do Onix. Isso no momento em que o segmento de compactos virou principal porta de entrada das marcas orientais – japoneses, coreanos e chineses lançaram modelos também atrás de maior volume de vendas. E os números de vendas do hatch mostram que a GM acertou na aposta. O Onix, liderado pela versão 1.0 LT – responsável pela maior parte do mix do modelo –, já é o carro mais vendido pela empresa no Brasil com apenas sete meses de mercado, O Onix é oferecido em com duas motorizações – 1.0 e 1.4 – e três versões – LS, LT e LTZ. O de motor menor responde por 51% das vendas – ou 30.059 das 58.522 unidades emplcadas em 2013. Ou seja, dos 9.800 exemplares vendidos por mês, mais de 5 mil são do motor “mil”. No que diz respeito aos níveis de acabamento, o intermediário LT – o único que equipa os dois motores – tem incontestáveis 83% do volume comercial do Onix. Desses, quase 60% são do 1.0 LT. Em números absolutos, são 4.740 emplacamentos mensais apenas desta versão específica. A configuração custa a partir de R$ 32.590 e, entre os principais atrativos, oferece direção hidráulica, rodas em aço de 15 polegadas, vidros dianteiros e travas elétricas, além dos triviais duplo airbag frontal e freios ABS com EBD. Com os mesmos itens e o motor 1.4, o preço vai a R$ 36.190. Virtualmente o mesmo preço que se paga pelo 1.0 LT acrescido de ar-condicionado e sistema multimídia MyLink com tela sensível ao toque. Nesse caso, é praticamente uma escolha por conteúdo ou motor. No topo da gama ainda aparece o 1.4 LTZ, por R$ 43.690 e com tudo incluído. Boa parte do bom desempenho comercial do Onix pode ser creditada ao design. O desenho do modelo é nacional, mas, na frente, a cara global da Chevrolet se faz reconhecer pela grade bipartida horizontalmente. A peça, aliada aos faróis, em tamanho proporcional, confere um olhar agradável ao hatch. O perfil do compacto é bastante “vincado”, o que cria um aspecto de robustez. Já a traseira combina soluções interessantes, como o formato do para-brisa, e outras um tanto controversas, como o tamanho reduzido das lanternas. O motor 1.0 que a Chevrolet chama de “novo” é, na verdade da Família 1, que chegou por aqui há quase 20 anos sob o capô do Corsa. Porém, com a reorganização de alguns componentes, a unidade de força perdeu peso e teve um leve incremento de potência – entrega agora 80 cv com etanol a 6.400 rpm. O torque é de 9,8 kgfm, disponível aos 5.200 giros. A transmissão é manual de cinco velocidades. O antigo trem de força, no entanto, é montado sobre uma plataforma nova, assim como o conjunto de suspensão. Muito por causa desta base moderna, o hatch vai receber até o fim de julho um câmbio automático de seis marchas – mas que ficará restrito ao motor mais potente da gama.
Ponto a ponto
Desempenho – O Onix LT 1.0 pesa “mirrados” 1.012 kg. Mesmo assim, os giros demoram a subir e é preciso pisar um pouco mais para ganhar certa agilidade nas saídas. As relações da transmissão amenizam o problema. Com o conta-giros em faixas mais elevadas, a situação melhora. As retomadas são mais convincentes depois que o carro alcança velocidades mais altas. Nota 6. Estabilidade – A plataforma do Onix tem boa distância entre-eixos, o que colabora para um comportamento estável do hatch em quase todas as situações. Há situações, como em frenagens mais bruscas, em que o carro ameaça fugir do controle. Eventualmente a carroceria rola um pouco em algumas curvas. Mas na maior parte do tempo, mesmo em altas velocidades, prevalece a sensação de ter o carro “na mão”. Nota 7. Interatividade – A visibilidade do Onix é boa para a frente, mas deixa a desejar para a traseira em virtude do formato do vidro e da largura da coluna. O painel de instrumentos oferece facilidade de leitura e todos os comandos são de fácil acesso. O opcional MyLink, presente na versão testada, deixa a vida mais divertida dentro do carro. O problema está na tela sensível ao toque. Os menus mudam sempre de lugar, o que faz
necessário desviar o olhar do trânsito para efetuar uma determinada função. Nota 8. Consumo – O Onix não foi avaliado pelo InMetro e não oferece computador de bordo. As medições durante o teste, em ciclo misto, apontaram para uma boa média de consumo de 11,6 km/l com gasolina. Nota 8. Conforto – Apesar de compacto, o Onix não é um carro apertado – claro, dentro das limitações do segmento. A distância entre-eixos alongada resulta em maior espaço interno. Os ocupantes da frente viajam confortavelmente e dois adultos atrás não passam por apertos. Os encostos de cabeça dos bancos dianteiros são macios. A suspensão também trabalha para dar boa vida aos passageiros e absorve bem as imperfeições pelo caminho. Nota 8. Tecnologia – O motor é antigo, mas a arquitetura e a suspensão são modernos. O Onix vem com duplo airbag e freios ABS, itens obrigatórios a partir de 2014, além de direção hidráulica e vidros elétricos. O sistema MyLink é um opcional que faz diferença a favor do Onix em relação aos rivais. Nota 7. Habitabilidade – A ergonomia é agradável, graças aos ajustes do banco e da coluna de direção. Há muitos porta-objetos, o que facilita a disposição dos itens de uso mais imediato, como carteira e celular. Na traseira, há encostos de cabeça para apenas dois ocupantes. O puxador da porta está mal posicionado, mas os ângulos de abertura, tanto na frente, quanto atrás, são amplos. Nota 7. Acabamento – O aspecto interior do Onix não é sua principal virtude. Não chega a desagradar aos olhos, mas há plástico rígido em toda parte. Alguns arremates mal feitos incomodam ao toque. Porém, os encaixes das peças são justos. Nota 6. Design – Os designers da Chevrolet no Brasil fizeram um carro bem resolvido do ponto de vista estético. A frente familiar da fabricante, com a grade bipartida, cria um conjunto harmônico com os faróis. Há muitos vincos, o que deixa o perfil do hatch bem encorpado e musculoso. Já na traseira, o grupo ótico causa estranheza pela falta de proporção. Nota 7. Custo/benefício – O líder do segmento é o Volkswagen Gol, que, em sua versão 1.0, parte dos R$ 27.920. Mas tem duas portas e não oferece airbags, nem ABS, por exemplo. Com quatro portas, além dos dispositivos de segurança, ar-condicionado, direção hidráulica e sistema de som, o valor sobe para R$ 36.186. O Hyundai HB20 1.0 começa em R$ 33.295 e já tem itens de série como ar condicionado, direção hidráulica e computador de bordo. A versão imediatamente abaixo da “top” custa R$ 36.290 e oferece vasta lista de itens de série. O preço inicial do Onix é de R$ 32.590, mas o modelo fica interessante apenas com opcionais quase obrigatórios, que elevam a conta para R$ 36.690. O consumo de combustível joga a favor do hatch da GM. Nota 7 Total – O Chevrolet Onix somou 71 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Mais do que se vê O Chevrolet Onix “engana” quando visto por fora. Dá a impressão de que é muito maior que os rivais – proeza conseguida graças ao entre-eixos alongado e à altura mais elevada. O perfil com vincos bem pronunciados contribui para a sensação de robustez ao olhar para o carro. E, exceto pela traseira, cujas lanternas lembram a “desajeitada” Spin, o hatch consegue conquistar pelo visual. Dentro do carro, a percepção de espaço não muda. Claro não se compara a modelos de segmentos maiores, mas, entre os compactos, o Onix consegue certo destaque. Não é difícil encontrar uma boa posição de dirigir. O volante só é regulável em altura, mas a falta de ajuste em profundidade não compromete muito a ergonomia. Ao girar a chave surpreende de cara o baixo ruído do motor. Em movimento, no entanto, acontece algo bem mais esperado entre modelos 1.0 litro: “preguiça” na hora de acelerar. O pequeno motor demora muito para encher. Em situações comuns às grandes cidades, como os constantes congestionamentos, isso não é dos maiores problemas. O incômodo, porém, desaparece quando o motor começa a girar na faixa dos 4 mil rpm, quando as retomadas se tornam satisfatórias. Os engates da transmissão são sempre bastante precisos. O Onix é um carro confortável ao rodar. Além da boa dirigibilidade, há o trabalho da suspensão, que trata de impedir que a maioria as imperfeições pelo caminho sejam sentidas dentro do carro sem grandes perdas no equilíbrio. Em alguns momentos, no entanto, a carroceria ameaça rolar – principalmente
quando se tenta tocar o hatch de maneira mais animada. O isolamento acústico foi bem feito pela Chevrolet e o ruído que invade a cabine, mesmo em giros mais elevados, não chega a atrapalhar uma conversa em tom normal. E o sistema MyLink, com várias opções de conectividade, é um opcional que eleva bastante as qualidades do compacto.
Ficha técnica
Chevrolet Onix 1.0 LT Motor: Flex, dianteiro, transversal, 999 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Potência máxima: 80 e 78 cv a 6.400 rpm com etanol e gasolina. Torque máximo: 9,8 e 9,5 kgfm a 5.200 rpm com etanol e gasolina. Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,3 e 13,7 segundos com etanol e gasolina. Velocidade máxima: 167 e 162 km/h com etanol e gasolina. Diâmetro e curso: 71,1 mm X 62,9 mm. Taxa de compressão: 12,6:1. Pneus: 185/70 R14 (LT). Transmissão: Câmbio manual com cinco
marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Freios: Discos na frente e tambor atrás. ABS de série. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,93 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,48 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série. Capacidade do porta-malas: 280 litros. Tanque de combustível: 54 litros. Produção: Gravataí, Rio Grande do Sul. Itens de série: Airbags frontais, freios ABS, ar quente, banco do motorista com ajuste de altura, direção hidráulica, maçanetas externas e capas dos retrovisores na cor do carro, chave canivete, direção com ajuste de altura, travas e vidros elétricos, alarme e protetor de cárter. Preço: R$ 32.590 Opcionais: Ar-condicionado, MyLink e pintura metálica. Preço completo: R$ 37.690 Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias
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