706 Edição 23.08.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

23 Agosto 2013

Nยบ 706 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para pensar

Jornal do Meio 706 Sexta 23 • Agosto • 2013

Frases do papa francisco

para não esquecer por Mons. Giovanni Baresse

“Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”. “Cristo bota fé nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa”. “A juventude é a janela pela qual o futuro entre no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios”. “Os jovens não precisam de coisas, precisam, sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo”. “É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o din h e i r o , o p o d e r, o

sucesso, o prazer”. “Gostaria de chamar a atenção para três simples posturas: conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria”. “Há tantas situações no Brasil e no mundo que reclamam atenção, cuidado, amor, como a luta contra a dependência química”. “O futuro exige hoje reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade”. “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há sempre uma opção possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade”. “Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do

Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade”. “Infelizmente, ganhou espaço a cultura da exclusão, a cultura do descartável. Não há lugar para o idoso nem para o filho indesejado. Não há tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. Às vezes parece que, para alguns, as relações humanas sejam regidas por dois dogmas modernos: eficiência e pragmatismo”. “Quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela não ficamos mais pobres, mas enriquecemos. Quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito de

partilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode ‘colocar mais água no feijão’.” “‘Bote fé’: o que significa? Quando se prepara um prato e vê que falta o sal, então ‘bota’ o sal. ´\e assim também na nossa vida. Se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude (...) digo a cada um de vocês: ‘bote fé’ e a vida terá um sabor novo”. “Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia”. “Muitas vezes se comete a injustiça de deixar de lado os idosos ao pensar que não têm nada para nos dar, mas eles têm a sabedoria da vida”. “Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

políticas, por verem o egoísmo e a corrupção, ou que perderam a fé na igreja, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho”. Recomendo aos leitores que adquiram um livro que foi produzido pelas editoras Paulus e Loyola: PronunciamentosdoPapa Francisco no Brasil Traz todas as mensagens do Papa Francisco na sua participação da Jornada Mundial da Juventude e a ótima conversa com jornalistas na viagem de volta a Roma.


antenado

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Diplomata estreia na ficção

com obra sobre abismo socialno Rio

Trama sobre o abismo econômico e a violência que separam as pessoas nas cidades mostra fôlego raro para iniciantes PorMARCO RODRIGO ALMEIDA /FOLHAPRESS

A trama do romance “Memória da Pedra” está tão entranhada ao Rio de Janeiro que bem parece ter sido escrita ali, entre a Gávea e o Jardim Botânico, onde circula o protagonista, Eduardo. Mas o escritor Mauricio Lyrio estava a quase 2.000 quilômetros de sua cidade natal quando iniciou a longa gestação deste seu primeiro romance. “Memória da Pedra” começou a ser escrito em Buenos Aires (2004). A primeira versão foi concluída em Pequim (2007). Revisão e cortes finais foram em Brasília (2010). Lyrio, 46, é diplomata. Hoje já vive em outra cidade, Nova York, onde exerce a função de ministro conselheiro do Brasil junto à ONU. Deixou o Rio em 1992, ao entrar para a carreira diplomática. É justamente naquele ano em que situa seu livro. O Eduardo de “Memória da Pedra” é um jovem professor de filosofia obcecado em desvendar a morte dos pais, em um acidente de carro, quando ainda era garoto. Mantém um longo namoro com Laura, embora evite um vínculo mais profundo com ela. É com essa mesma indiferença que toca sua rotina. Até que certo dia, em um cruzamento do Rio, fica encantado com a sagacidade de

Romário, um garoto de rua que usa dos mais criativos estratagemas para conseguir uns trocados. Do encontro entre esses personagens tão diferentes Lyrio extrai um romance de fôlego e com segurança raros para um iniciante. “A história nasceu das minhas memórias do Rio e dessa sensação latente de violência que afeta seus moradores”, diz. Eduardo e Romário descobrem algumas afinidades ao longo da trama, até mesmo indícios de uma relação pai/filho, mas o livro questiona a todo instante até que ponto a barreira social entre eles pode prejudicar a convivência e a troca de afeto. Lyrio acalentava o sonho de escrever desde antes da carreira diplomática, mas sentia que necessitava acumular mais leitura e experiência. “Queria fazer um romance forte, com enredo e personagens sólidos, de cara mais realista. Nunca quis ser um estreante querendo reinventar a literatura”, conta. O primeiro capítulo do livro se chama “O Lugar Incerto entre o Acaso e a Determinação”. Parece que a publicação foi mesmo guiada pelos dois, conforme conta Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, no blog da editora. Tudo começou em 2010. Schwar-

cz, em apoio a uma amiga que coordena um grupo de defesa de direitos humanos, resolveu apelar ao governo brasileiro para que evitasse o apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana acusada de adultério e da morte do marido. Lyrio na época era chefe da assessoria de imprensa do Itamaraty. Por e-mail, eles travaram contato e ficaram íntimos. Um dia Lyrio comentou que escrevia um roman-

ce e perguntou se a editora teria interesse em lê-lo. Três anos depois, “Memória da Pedra” chega às livrarias e revela um autor de talento. Sakineh teve sua execução por apedrejamento cancelada, mas tudo indica que continua presa. Memória da pedra Autor: Mauricio Lyrio Editora: Companhia das Letras Quanto: R$ 45 (320 págs.) Foto: Daniel Marenco/Folhapress

Literatura: o escritor Mauricio Lyrio, que lanca o livro “Memória da Pedra”, em Ipanema, Rio de Janeiro (RJ).


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colaboração SHEL ALMEIDA

Há mais de 50 anos um grupo de mulheres se reúne semanalmente em Bragança para falar francês. A atividade que começou ainda na juventude, as acompanhou pela vida toda e permanece até hoje como um momento de confraternização e troca de experiências. A história desse grupo começou, na verdade, há 63 anos, por intermédio do Dr. Affonso Risi, que gostava muito da língua francesa. Na época, ele convidou amigos, que também tinham interesse pelo idioma, para se reunirem em seu consultório, aos domingos pela manhã, após a missa. Com o tempo, alguns estrangeiros, trazidos pelas indústrias locais, vieram morar em Bragança e, já que a maioria falava francês, passaram também a frequentar as reuniões. Entre eles estava o casal alemão Henz e Irene Schneider. D. Irene permanece no grupo

até hoje, sendo a integrante mais antiga. Algum tempo depois, Dr. Risi trouxe a Aliança Francesa para a cidade, tornando-se diretor da instituição. Logo professores franceses começaram a frequentar Bragança e a ensinar a língua aos alunos. Frequentemente, adidos e cônsules também frequentavam a escola bragantina. A partir de então um grande número de pessoas começou a se interessar pelo curso. Foi quando D. Ivetinha Risi, esposa do Dr. Affonso, e D. Maria Stéfani tiveram a ideia de criar um grupo de senhoras que se reunia semanalmente para um chá com o intuito de praticar o francês. Algumas dessas senhoras já faleceram, outras entraram no grupo posteriormente. Hoje, as reuniões acontecem todas as quartas feiras, cada semana na casa de uma integrante do grupo. O Jornal do Meio foi convidado

a participar de uma dessas reuniões, que aconteceu na casa de D. Maria Claudette R. B. Rossi e descobriu que a língua francesa apenas aproximou todas elas. O que as une realmente, é um imenso carinho e amizade.

Irmãs A primeira coisa que elas fazem questão de dizer é que são mais do que amigas, são irmãs que o tempo uniu. Algumas estão no grupo há mais ou menos 45 anos, outras foram chegando ao poucos. A mais jovem integrante e que está há menos tempo, três anos, é Marilda Lustosa, professora de francês. “Eu venho para recarregar as energias. Além do prazer de trabalhar com a língua, o francês também me proporcionou a honra de conhecer esse grupo muito acolhedor”, fala. É Marilda quem as atualiza e ajuda a continuar

estudando e aprendendo sobre a língua. Além de falar com fluência, todas elas também leem e escrevem em francês. Quando têm a oportunidade de viajar para a França ou para países que usam o idioma, como Canadá e Suiça, praticam à vontade. Como não é sempre que isso acontece, usam as reuniões como motivação para praticar. Mariza Castro da Silveira Pinto aproveita para lembrar como foi sua primeira vez no grupo: “Eu achava que já sabia francês, que falava muito bem a língua. Cheguei e ouvi três delas conversando e não consegui entender nada! Aí eu percebi que não sabia nada. Toda vez que vinha à reunião eu decorava o que ia dizer, pra não passar vergonha”, conta, rindo. Foi com Mariza também, que aconteceu a situação mais inusitada e divertida dentro do grupo, da qual todas logo se lembram.

A primeira coisa que elas fazem questão de dizer é que são mais do que amigas, são irmãs que o tempo uniu.

Grupo foi criado por Dr. Affonso Risi, que posteriormente trouxe a Aliança Francesa à Bragança.

Mais que a língua francesa, o que une o grupo é amizade.


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A formação do grupo foi mudando com a passar do tempo. Muitas estrangeiras de passagem pelo país participaram das reuniões.

“Minha filha era bebê e me acompanhava nas reuniões junto com a babá. Em uma ocasião, as duas ficaram em um cômodo separado enquanto nós estávamos na sala. No dia seguinte a babá não apareceu eu fui procurar saber o que tinha acontecido. Ela tinha ficado assustada, falou que não voltaria mais porque tinha baixado espírito em nós e ficávamos falando em uma língua estranha”, lembra.

Motivação Muitas mulheres passaram pelo grupo, no decorrer dos anos. Algumas mudaram de cidade, outras faleceram. Algumas, estrangeiras, estiveram por um curto período de tempo vivendo em Bragança, acompanhando os maridos, que

foram transferidos para alguma como estudos”, fala. “Nós estamos fábrica local. “Um delas, france- com a cabeça focada no saber e no sa mesmo, pedia que falássemos aprender. Por isso a sensação é que com ela em português, para que não envelhecemos. A motivação aprendessem também a língua. de falarmos francês é para não Mas outra ficou alguns anos aqui perdermos o contato com a língua. e não aprendeu nada, todo lugar Alguém sempre traz textos para que ia, precisava ir alguém junto, lermos, filmes para assistirmos. até no consultório E lemos livros Nós estamos com a cabeça focada médico”, conta no saber e no aprender. Por isso a em francês para Sonia Reginato sensação é que não envelhecemos. praticar também”, Rodrigues, que A motivação de falarmos francês diz D. Claudette. está no grupo há é para não perdermos o contato Atualmente ela 46 anos. De acordo com a língua está dando aulas Claudette Rossi com Maria Teresa de francês para a Nardelli Diniz, em tantos anos de neta de 19 anos e está muito feliz convivência, nunca houve desenten- pelo interesse da moça. As filhas de dimentos entre elas. “Nunca houve algumas delas lecionam a língua, encrenca, todo mundo procura se influenciadas pelas mães, que as ajudar, o que prevalece entre nós motivaram a aprender o idioma. é a solidariedade. São encontros “Na época em que começamos, o que funcionam como terapia e francês era ensinado nas escolas,

junto com o inglês. Hoje é ensinado o espanhol, o francês acabou ficando conhecido como uma língua de elite, mas não era assim”, fala Terezinha Dutra Megalli. Elas avisam que todas as interessadas estão convidadas a participar das reuniões, o único requisito é que saiba falar francês, mesmo que seja o básico. “A gente foi aprendendo com o tempo e com as reuniões, no começo ninguém sabia o que sabe hoje”, explica Elza Berlardo Sobrino. “Às vezes, quando nos encontramos fora do grupo, não percebemos e começamos a falar em francês”, diz Leila Furlanetti Pazoto. Algumas delas acompanharam os jovens franceses, que participaram da Jornada Mundial da Juventude e estiveram na cidade no mês de julho.

Grupo começou há mais de 50 anos e permanece até hoje. A intenção é praticar a língua francesa.


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informática & tecnologia

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Câmera indiscreta Novo Kinect, sensor de movimentos do videogame Xbox One, conseguirá captar expressões faciais e batimentos cardíacos; patentes sugerem uso comercial dos dados pela Microsoft

Por ALEXANDRE ORRICO/ BRUNO ROMANI /FOLHAPRESS

Imagine um futuro em que produtores cinematográficos possam avaliar seus filmes de acordo com a quantidade --devidamente contabilizada-- de sorrisos e lágrimas produzidas por quem os assiste. Ou em que publicitários contem com dados como batimento cardíaco e expressão facial de espectadores para formular e ajustar propagandas de televisão. As cenas parecem trechos do livro de ficção “1984”, no qual George Orwell descreve uma sociedade sob vigilância total. Mas elas estarão bem próximas da realidade a partir de novembro, quando o console Xbox One, da Microsoft, for lançado mundialmente, inclusive no Brasil. Uma das principais novidades do videogame --que também poderá ser conectado à TV a cabo-- é a nova versão do Kinect, acessório que lê movimentos do corpo, detecta comandos de voz, identifica emoções e mede a pulsação dos usuários. A tecnologia abre espaço para formas inéditas de integração física entre jogador e jogo, mas também levanta questões importantes sobre privacidade e segurança. O comissário federal de proteção de dados da Alemanha, Peter Schaar, chamou o periférico de “aparelho de monitoramento”. “O Xbox One grava continuamente todos os tipos de informação pessoal sobre mim”, disse o comissário. “Reações, aprendizados e emoções. Eles são processados em um servidor externo e podem ser enviados para terceiros. Mesmo que isso seja deletado, o usuário não tem influência alguma sobre o destino do material.” O governo da China já disse que, no país, o Kinect não entra. Autoridades de outras nações temem que o dispositivo possa ser usado pelo Prism, programa do governo dos EUA que teria a capacidade de acessar dados de usuários de empresas como a Microsoft. O vice-presidente da companhia, Phil Harrison, disse que o Kinect não vai espionar ninguém. “Ele poderá ouvir comandos específicos, mas não transmitirá dados pessoais que possam identificar usuários para outras pessoas, a não ser que o jogador opte por isso.” O Xbox One e o Kinect permanecerão ligados, em modo de espera, quando não estiverem sendo usados.

Muito além do game

Criado para melhorar a experiência do Xbox One, Kinect pode monitorar reações mesmo quando o usuário não estiver jogando, indicam patentes registradas O novo Kinect, sensor de movimentos do videogame Xbox One, é uma ferramenta turbinada para jogadores: enxerga melhor, ouve melhor e entende melhor quem está à sua frente. O dispositivo, porém, tem potencial para ser a janela que a Microsoft e anunciantes precisavam para recolher dados do mundo off-line de seus clientes. Três patentes da Microsoft, que foram descobertas recentemente, mostram algumas das intenções da empresa. Um dos registros fala sobre como o sistema de câmeras do Kinect poderia ser usado para verificar o comportamento de pessoas enquanto assistem à TV. Nele, a empresa discute como um sistema de recompensas poderia ser implementado para tornar a

televisão mais interativa. Ao assistir à primeira semana completa da próxima novela das 21h, por exemplo, você atingiria um objetivo e ganharia pontos --algo parecido com o que acontece no mundo dos games. No documento, a Microsoft escreve que o sistema poderia ser usado para registrar hábitos de uma ou mais pessoas, que seriam compilados em relatórios sobre o comportamento de audiências. Outra patente revelada recentemente fala sobre como a empresa poderia identificar expressões faciais pelo Kinect para exibir propagandas que combinem com as supostas emoções dos usuários pessoas com expressões alegres receberiam anúncios de viagens ou festas, por exemplo. Uma terceira patente fala sobre como o Kinect poderia identificar o número de pessoas na sala para assistir ao streaming de um filme e passar a cobrar um valor extra caso o número de pessoas fosse maior do que o permitido pela licença de exibição. É claro que, por sua natureza, patentes podem servir apenas para descrever conceitos que nunca se tornarão realidade, mas elas demonstram o que a empresa imagina para o futuro.

Preocupação

Os três registros datam de 2010 a 2012, período anterior ao lançamento do novo Kinect durante o qual a empresa provavelmente trabalhava no desenvolvimento do aparelho. Em maio, com o anúncio do Xbox One --que só será vendido junto com o Kinect--, cresceram os temores de invasão de privacidade. Isso porque o aparelho de fato tem capacidades que podem, sem problemas, pôr essas patentes em prática. Segundo a Microsoft, ele pode reconhecer expressões faciais, identificar a altura dos usuários e até detectar batimentos cardíacos. E o mais importante: o Xbox One não funciona sem o Kinect. O potencial invasivo do novo aparelho é tamanho que o sistema de microfones continua funcionando mesmo quando o console está “desligado” --é assim que ele liga por meio de comandos de voz. A Microsoft diz que essa é a única coisa que o sistema entende enquanto hiberna. Some a tudo isso um sistema concebido para funcionar melhor quando conectado à internet e uma empresa acusada de facilitar o acesso aos dados de seus usuários. Na apresentação do Xbox One, ficou claro que a Microsoft pretende usar o console também como central de TV. A antena (ou set-up box da TV a cabo) seria conectada ao console, que então se ligaria à televisão. Não há informações sobre como isso funcionaria no Brasil. A Microsoft diz que não há motivos para preocupação, pois o usuário “tem controle sobre aquilo que o Kinect pode ver e ouvir”. Segundo a companhia, as pessoas poderão determinar quão sensível o aparelho será e poderão ajustar as opções de privacidade. Microsoft facilitou acesso dos EUA a dados privados. A Microsoft colaborou intensamente com os serviços de inteligência dos EUA para

permitir que as comunicações de usuários fossem interceptadas. A empresa inclusive ajudou a NSA (Agência Nacional de Segurança) a quebrar seu próprio sistema de criptografia, segundo o jornal inglês “Guardian”. Os dados vazados por Edward Snowden (que revelou o esquema de monitoramento feito pelos EUA a milhões de pessoas e a dezenas de governos) dizem que a Microsoft cedeu acesso direto à informações sensíveis de usuários ao governo americano. A Microsoft afirmou que não está a salvo de atender a exigências legais e reiterou que só fornece dados de usuários “em resposta a exigências governamentais, e apenas com relação a contas específicas”. ‘Veia social’ do PlayStation 4 levanta questões sobre privacidade. “Neste momento, existem 4,2 milhões de câmeras de segurança distribuídas em toda a Grã-Bretanha. É uma câmera para cada 14 cidadãos. É difícil apontar o que essa sensação de segurança vale, mas é fácil saber o que ela custa --nossa liberdade.” O responsável pelas palavras apocalípticas é Nate Fox, diretor de “InFamous: Second Son”, game que tem como um dos temas a vigilância do estado, durante apresentação do jogo na feira de games E3, no mês passado. Como a Grã-Bretanha, o PS4 terá também uma vasta rede de câmeras, dentro das casas de milhões de cidadãos. Não uma para 14 pessoas e nem uma para cada usuário do PS4, graças a uma decisão de última hora da Sony que excluiu

a câmera do pacote de lançamento do PlayStation para manter o preço de US$ 399 (US$ 100 a menos que o novo Xbox). A PlayStation Camera não é tão inteligente quanto o Kinect --nada de reconhecimento de expressões, batimentos cardíacos ou enxergar no escuro-- e também não é obrigatória para o funcionamento do console. Mas isso não significa que o PS4 não levante dúvidas sobre privacidade e segurança de dados.

Social

Além de não estar exatamente claro que tipo de informação gravada pela câmera será usado pela Sony (ou mesmo se o dispositivo poderá ser acessado pelo Prism, o suposto programa de espionagem do governo dos EUA), a integração com redes sociais e a coleta de dados que o console fará do usuário levanta questões sobre privacidade e segurança. “Se nós sabemos o suficiente para antecipar o qual será a sua próxima compra, então o game poderá ser pré-carregado em seu PS4 e ficar pronto para jogar antes que você mesmo clique no botão” diz Mark Cerny, arquiteto de sistemas da Sony. A empresa japonesa diz que o usuário vai ter o controle do que for compartilhado --tanto com amigos e quanto com a própria companhia. Em outubro do ano passado a rede on-line do console, PlayStation Network, foi invadida por hackers e teve informações de 93 mil contas comprometidas.


Mão na Massa

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Traga o seu filho

para o lugar que fazer arte é permitido Por Martha Vaz

Somos educados de forma tão fraguimentada que nem nos damos conta do quanto isso gera angústia. Distanciados do nosso interior, acreditamos que o externo é o adequado. Será relmente? Temos que ensinar nossos filhos a lidarem com situações como bullying, fora os medos e a baixa auto estima que vão arrastando ao longo da vida por conta desta educação que os tornam “ adequados”. O antídoto é o acesso ao interior,

através da valorização do processo de criação. A arte na vida das crianças e adolescente os ajuda a perceber, experimentar e entender os próprios limites e o entorno deles. O processo de criação os fortalece, instrumentaliza-os para o autoconhecimento. E, consequentemente para a expansão da consciência. Esse movimento de respeito pelas suas ideias e interesses desencadeia paz e desperta para o belo.

A generosidade, amizade, compreensão e amorosidade fluem melhor das pessoas que estão por inteiro em seu processo de criação . Onde elas têm liberdade de se expor inteiramente e se sentem acolhidas. Me baseando nessa visão, venho desenvolvendo meus projetos na Casa das Mangueiras, onde o processo criativo é respeitado, valorizado e acompanhado até a realização. Para isso venho contando com a parceria de outros profissionais

como Rosiane Belardo, com yoga para crianças e Caio Alves, com marchetaria e bricolagem Consulte a pagina da Casa das Mangueiras no facebook (https://www.facebook. com/CasaMangueiras) para saber das atividades de domingo. Já vou adiantando que dia 08 de setembro teremos arte ao vivo. A ideia é criar na frente e com o público, com a participação da Casa 30 e Instituto Entrando em Cena. Aguardem!


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Reflexão e Práxis

Jornal do Meio 706 Sexta 23 • Agosto • 2013

Considerações teóricas Por pedro marcelo galasso

O mundo moderno caracteriza-se por ser um processo totalizante, com aspectos totalitários, caros ao Iluminismo, como por exemplo determinismo darwinista e a “fé” na possibilidade da razão poder entender toda a realidade, de forma clara e acabada; a “fé” iluminista na Razão é, por si só, uma contradição, pois se baseia em uma concepção religiosa que agrega, em si, aspectos que são ocultados criticados pela razão iluminista. A Modernização surge como uma série de processos técnicos que revolucionam socialmente as relações de produção e de trabalho através de transformações técnicas aplicadas na produção que extravasam o ambiente da fábrica, moldando grande parte do quadro social. Aqui, a Modernização gera a sua superestrutura correspondente, o Modernismo. Ambos formam, então, a Modernidade. Defendo a idéia de que é a Modernização que gera o Modernismo e a Pós-Modernidade, entendido como esgotamento do processo cultural e social do Modernismo, pois não vejo uma ruptura entre ambos porque a Modernização não cessa, apenas modifica a sua superestrutura correspondente segundo a sua lógica dialética de transformações técnicas e sociais. O aspecto totalitário mais presente e, por isso mais sutil, é a sua lógica de exclusão, associada à fragmentação dos indivíduos por

conta do parcelamento de suas atividades na grande indústria, principalmente após o taylorismo-fordismo, que implica na busca constante pela inclusão dos indivíduos em uma esfera que não pode incluir a todos, o mercado, por conta da sua lógica de desenvolvimento que exige que a maioria seja excluída e lute de forma incessante para serem re-incluídas pois é essa dinâmica que constitui um dos elementos do mercado. Aqui, nos eram apresentadas novas formas de desenvolvimento, a partir do domínio da Natureza e do devir deste processo, e, mais do que isso, a possibilidade de sonhar mesmo submetido a essa lógica, aspecto fundamental e eficiente ao trabalhar com a possibilidade ou sonho da inclusão. Agora é possível tentar explicar o que entendo como a Pós-Modernidade. O aspecto totalitário é agora destotalizante, na medida em que o arranjo técnico produtivo é flexível e não rígido como o taylorista- fordista, sendo expressão sócio-cultural e política da mesma forma lógica do processo de transformações técnicas da Modernização, que modifica sua forma operacional, mas que em momento algum cessa. Modifica-se a perspectiva sob as quais tais transformações são conhecidas já que esta agora se foca, de maneira ideológica, em aspectos contingentes e parciais do processo, pensando-o como um todo que precisa ser controlado através de suas par-

tes, apresentando-se como algo meramente formal e objetivo; aqui, o futuro como possibilidade de construção social deixa de existir já que está posto pelo próprio processo de desenvolvimento social, determinando-o de forma exata e precisa. O processo de conhecimento que tal perspectiva aponta é desestruturador e desestruturante, expressando a “Crise da Razão” ou “Crise do discurso do capital”, não mais permitindo que a totalidade do modo de produção vigente, e sua lógica histórica, sejam concebidas como uma totalidade histórica já que aqui se abraça a lógica formalista de explicação histórica e social que desconsidera o fluxo dialético que expressaria melhor todo este processo ao lidar, por exemplo, com as contradições exclusão e inclusão. A lógica de exclusão permanece, com uma nova roupagem, na superestrutura. A aparente inclusão de todos no mercado, através, por exemplo, do acesso irrestrito aos meios de comunicação de massa ou fluxo de informações e propaganda, ocorre com as limitações estruturais do acesso que nos é, social e historicamente, oferecido através da violação do universo simbólico na medida em que se constrói um mundo social que existe de maneira verdadeira, mas não autêntica em nossa totalidade histórica. O processo de construção social e histórica nos é relegado, quando somos alijados do que

Novos clássicos

somos ao construirmos um mundo voltado para o mercado somente. A cultura é algo a ser vendido como qualquer outro produto, extirpando, também, a alteridade social e histórica já que toda orientação se refere à lógica de compra e venda do mercado. Hoje, compramos sonhos apresentados como produtos tão efêmeros e sem propósito quanto nossa própria humanidade, esta também hoje um produto. Ao transformar a cultura em um produto, tirando a possibilidade de sua expressão da alteridade, ela deixa de ser parte do processo de hominização, surgindo, magicamente, como algo além da esfera humana, não como sua criação, mas sim como seu fardo. A cultura não pode ser vista como um produto por ser um dos elementos responsáveis pela idéia humana de coletividade, pois ao complicar seu modo de vida os homens passam a ter necessidade de viver com outros homens, de expressar sentimentos e ideais artísticos, que só podem construídos em um ambiente social e histórico permeado pelo ideal da coletividade. Aqui o capitalismo é perverso por tirar do indivíduo tal horizonte, fazendo-o fechar-se cada vez mais sobre si mesmo, no chamado individualismo, ou egoísmo vitorioso. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

teen A gelada Campos do Jordão abriga 39 adolescentes entre bolsistas no Festival de Inverno, a ‘Disneylândia’ da música erudita

Por CESAR SOTO /folhapress

São adolescentes que adoram música. Muitos nasceram em lares musicais, de pais que tocam alguma coisa. Gostam do som das cordas --dos violinos, não das guitarras. Gostam de metal --de instrumentos como trombones e tubas, não do heavy metal. Entre os 144 bolsistas selecionados pela Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) no Festival de Inverno de Campos do Jordão, 39 têm entre 14 e 19 anos. Mesmo formando a fatia mais jovem da turma --as inscrições estavam abertas a quem tem de 14 a 30 anos--, alguns conseguiram papel de destaque no festival. Thierry de Lucas Neves, 17, foi escolhido como o principal violinista --o spalla, como é chamada a posição-- da orquestra formada pelos bolsistas. Para isso, superou candidatos nove anos mais velhos e até alunos indicados pela Juilliard School, conceituada escola de Nova York. Seu pai, bombeiro, toca trompa na Sinfônica do Corpo dos Bombeiros de Goiás e é corista da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Sua mãe, pedagoga, canta em eventos. “Quando eu tinha seis anos, vi meus primos tocando violino e queria saber como saía som daquilo ali.” Atualmente na 2ª série do ensino médio e participante de um curso de extensão de violino na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Neves pratica de quatro a cinco horas diárias. “Hoje vivo mais para estudar, mesmo.” Ídolos? Bach e Villa-Lobos. O primeiro, vale dizer, é o favorito entre os músicos entrevistados pelo “Folhateen”.

Mas Neves acha tempo para um gênero fora da música erudita. “Gosto muito de sertanejo”, fala, em tom de confissão. “Se perguntar para qualquer um aqui, duvido que alguém mais vá gostar.” Luisina Rábago, 17, argentina, também toca violino. O pai é professor de violão e a mãe é pianista. Praticando cerca de quatro horas por dia, Luisina conta que pode ser difícil manter a relação com amigos que não tocam instrumentos. “Às vezes eles me falam que eu fico muito na música, mas estou tentando mudar isso.”

Aula só é boa com pautas e instrumentos Uma coisa é comum entre a moçada que começa cedo a praticar um instrumento: o sentimento de que a escola atrapalha. “Com as aulas, não dá pra praticar nem um décimo do que eu gostaria”, diz o pianista Vitor Zendrom da Cunha, 16. Ele afirma que adora estudar matemática e física e que suas médias são quase todas acima de nove, mas que é difícil conciliar. “Estou perdendo umas duas semanas de aula

por causa do festival em Campos. Está bem gostoso”, ele diz, rindo. “Gosto do colégio, mas, às vezes, eu vejo como um empecilho.” Maressa Portilho, 18, prima do spalla da orquestra dos bolsistas, é aluna do curso de música da UFRJ. Ela concorda que os estudos atrapalhavam. “Eu viajava com a orquestra [Sinfônica de Barra Mansa, com a qual tocava], então acabava faltando demais às aulas. Mas, quando ia, era boa aluna.” Foto: Victor Moriyama/Folhapress

Direto goiânia

O festival premia alguns participantes. Foi o que aconteceu com Natanael Ferreira dos Santos, 18, que ganhou bolsa no ano passado para se tornar academista da Osesp. Com a ajuda da orquestra, ele deixou a família em Goiânia e agora mora em São Paulo e dedica cerca de seis horas por dia à prática. “Dá tempo de sair à noite, de vez em quando, mas eu sempre fico pensando no dia seguinte.” Durante três semanas, os 144 músicos ficam em Campos do Jordão com hotel, alimentação e transporte pagos. Pela manhã eles ensaiam e, à tarde, vão às aulas no Castelo de Campos, com dezenas de quartos e decorado com pinturas e armaduras. Lá convivem a turma das cordas e a galera dos metais. São as “tribos” do erudito. 44º festival de inverno de campos do jordão Site: festivalcamposdojordão.art.br

Natanael Ferreira dos Santos - Thierry de Lucas, Natanael Ferreira dos Santos e Luisinha Rábago entre aulas e ensaios.


SPASSU da Elegância

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com enorme alegria que fotografei o ensaio pré-wedding desse lindo casal: Camila e Eduardo. Duas pessoas super divertidas e apaixonadas que fizeram deste dia um dia muito especial. Pude testemunhar toda a cumplicidade que existe entre os dois e o quanto a preparação do Grande Dia deles é importante. Lembro me do dia em que conheci Camila e percebi todo o carinho dela na preparação do casamento. O ensaio começou na linda casa dos pais da Camila onde já rendeu belíssimas fotos. Depois seguimos para um cenário mais rural e fomos agraciados com um linda igrejinha a beira da estrada. Somando o cenário, mais a alegria do casal, o resultado foi essas maravilhosas imagens. Em breve eles estarão abrilhantando essa coluna mais uma vez com as fotos do casamento. Não vejo a hora!


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Volkswagen coloca kit estético no Tiguan, mas preço elevado da versão R-Line impressiona mais por MICHAEL FIGUEREDO/autoPress

O mercado de utilitários no Brasil sempre foi mais ligado à aparência do que à aptidão off-road. Instigar o desejo do consumidor por uma vida fora da estrada oferece muito mais retorno para as fabricantes do ponto de vista mercadológico. E, no caso do Tiguan R-Line, a Volkswagen encontrou uma maneira de apostar tanto no lado utilitário quanto no esportivo. O carro oferece tração nas quatro rodas, como a versão normal, mas tem indícios de esportividade – ao menos, visuais – ressaltados por adereços que vão desde inserções do logotipo da linha até rodas de liga leve de 18 polegadas e aerofólio traseiro. A agressividade, no entanto, não chegou ao trem de força. A parte mecânica é a mesma do Tiguan “convencional”. Porém, enquanto o competente motor TSFI 2.0 turbo e a transmissão automática de seis velocidades formam um conjunto atraente, os quase R$ 150 mil cobrados pelo modelo não ajudam a torná-lo sedutor. O Tiguan R-Line é um carro caro. Só para inserir o pacote, é preciso acrescentar R$ 20.065 ao preço inicial do Tiguan mais simples. Assim, o modelo parte dos R$ 132.250, valor muito distante até do preço do rival mais caro, o Honda CR-V de topo, que parte dos R$ 114.900, e R$ 34 mil a mais que o Hyundai iX35, por exemplo. O mais agravante é que, mesmo nessa faixa de preço, não oferece nada de tão exclusivo. A lista de equipamentos de série traz todo o trivial do segmento. Para piorar, equipamentos que poderiam se traduzir em importantes diferenciais – como o teto solar panorâmico e o Park Assist, por exemplo – são instalados como opcionais que deixam o preço em elevados R$ 148.660. Por fora, o Tiguan R-Line apresenta rodas de liga leve de 18 polegadas, para-choques exclusivos e aerofólio. No interior, o banco do motorista é aquecível e recebe regulagem elétrica, além de ajuste lombar. O volante é diferente, mais esportivo, e os pedais são de alumínio. As soleiras das portas são personalizadas com o logotipo R-Line, a exemplo dos bancos e da grade frontal. O restante é o mesmo oferecido no modelo base. Estão preservados ar-condicionado de duas zonas, airbags frontais, laterais e de cortina, rádio com tela touchscreen, freio de estacionamento elétrico, trio elétrico, sensores de chuva e luminosidade e detector de fadiga. Mesmo sem qualquer alteração, um dos pontos positivos do Tiguan R-Line continua sendo o trem de força. O TSFI 2.0 de quatro cilindros com turbocompressor produz satisfatórios 200 cv a 5.100 rpm. O propulsor descarrega nas quatro rodas um torque de 28,5 kgfm, que é disponibilizado na ampla faixa dos 1.700 rpm aos 5 mil giros. O conjunto é acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades. A composição leva os 1.585 kg do Tiguan partirem do zero até os 100 km/h em 8,5 segundos. A velocidade máxima é de 207 km/h. Mesmo em um dos segmentos mais crescentes do país, o valor cobrado ainda é determinante para a composição do mercado. Mais caro de todos os competidores, o Tiguan tem emplacado uma média mensal de 480 unidades – mix que engloba as versões convencional e R-Line somadas. O topo do ranking é ocupado pelo Hyundai IX35, com uma média de 890 unidades por mês – quase o dobro do utilitário da Volkswagen.

Ponto a ponto

Desempenho – Embora a série “R-Line” tenha um tom mais esportivo, o motor do Tiguan é o mesmo da versão “convencional”. O bom 2.0 TSFI entrega 200 cv, que juntos aos 28,5 kgfm se mostram suficientes para mover o carro sem qualquer esforço. A transmissão de seis velocidades completa o conjunto que confere boa destreza ao utilitário em praticamente todas as exigências do motorista. Nota 9. Estabilidade – O Tiguan R-Line tem a suspensão mais rígida, algo que compensa a estatura do utilitário e o mantém estável o tempo todo. É raro, numa tocada civilizada, precisar corrigir a trajetória do Tiguan nas curvas. Ainda mais com os largos pneus 235/50 R18. Em frenagens mais bruscas a frente não mergulha e o carro para sem desvios de trajetória. Nota 8. Interatividade – O teto solar panorâmico dá a impressão de melhorar a já elogiável visibilidade. Parece também aumentar o espaço interno. Ilusões à parte, o Tiguan tem os comandos bem posicionados e a utilização do carro é simples. O sistema de entretenimento, controlado através de

uma vistosa – porém pequena – tela sensível ao toque, tem uso descomplicado. Nota 8. Consumo – O computador de bordo do Tiguan R-Line marcava, em média, 8,1 km/l. Não é um consumo ruim, quando se trata de um carro nas proporções do utilitário da Volkswagen. No entanto, o número ainda está abaixo dos 9 km/l médios declarados pela fabricante. O InMetro não fez medições do utilitário alemão. Nota 7. Conforto – Espaço é o que não falta para qualquer um dos cinco ocupantes do Tiguan. O banco traseiro leva três adultos sem problemas. Além disso, os estofados têm densidade agradável e os ajustes do banco e da coluna de direção permitem ao motorista encontrar facilmente a melhor ergonomia. Nota 8. Tecnologia – Sob o capô, o Tiguan tem um motor que, com turbo e injeção direta de combustível, oferece boa dose de modernidade. No entanto, a transmissão automática não é o que a Volkswagen tem de melhor a oferecer – a de dupla embreagem é mais eficiente. E a plataforma também não é das mais recentes – data de 2003, quando surgiu junto com o Golf V europeu. Nota 7. Habitalidade – É fácil entrar no Tiguan por qualquer uma das portas. O ângulo de abertura é bom e o fato de o carro ser alto não atrapalha. Dentro há porta-objetos bastante práticos e em boa quantidade. Nota 8. Acabamento – O acabamento do Tiguan já é agradável na versão normal, com material emborrachado agradável ao toque no painel. E a R-Line só amplia estas virtudes. As soleiras especiais, os pedais de alumínio e o belo volante melhoram bastante o aspecto da cabine. Nota 8. Design – O Tiguan tem visual limpo e, apesar da simplicidade de suas linhas, atrai alguns olhares pelas ruas. E as rodas aro 18, os para-choques e o spoiler traseiro, incrementos do pacote R-Line, dão um ar mais jovial ao utilitário compacto. De negativo fica a semelhança entre todos os modelos da marca, que deixa o Tiguan com um jeitão de um Gol “anabolizado”. Nota 7. Custo/benefício – O comportamento dinâmico do Tiguan é melhor que o de rivais como o Mitsubishi ASX e Peugeot 3008, por exemplo. Mas, se a versão “convencional” já é mais cara que os concorrentes, a R-Line é ainda mais salgada. Custa R$ 132.250 – R$ 20.065 a mais que o modelo comum –, valor bastante oneroso e que extrapola os limites do segmento. Isso sem os opcionais presentes na versão testada, que fazem chegar a inviáveis R$ 148.600. Nota 4. Total – O novo Volkswagen Tiguan R-Line somou 74 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Dinâmica dos números Não houve qualquer alteração mecânica no Tiguan R-Line. Mas os adereços, por mais simples que sejam, criam uma atmosfera que inspira a acelerar um pouco mais. E os 200 cv do motor não decepcionam. O torque, sempre de prontidão, aparece já desde as 1.700 rpm, o que garante grande vigor nas arrancadas, e mantém o utilitário alemão sempre “acordado” para retomadas, já que permanece presente na longa faixa até as 5 mil rpm. A transmissão também realiza bom trabalho e não deixa espaços entre as trocas. O acerto da suspensão do Tiguan R-Line – rigorosamente o mesmo da versão convencional – garante notável estabilidade, mesmo quando se trafega em alta velocidade. Em áreas sinuosas o utilitário se mantém o tempo inteiro sob controle e nem mesmo a estatura elevada atrapalha. A tração nas quatro rodas também favorece a neutralidade do SUV nas curvas. E apesar do ajuste, o conforto não foi prejudicado. A “buraqueira” enfrentada diariamente por qualquer motorista brasileiro é bem assimilada pela suspensão. Comportamento dinâmico à parte, a vida dentro do Tiguan R-Line é interessante. O teto solar panorâmico deixa o ambiente bastante agradável e a ergonomia é favorecida pelos diversos ajustes elétricos de altura, distância e da lombar oferecidos pelo banco, além da possibilidade de regular o volante em altura e profundidade – manualmente. O já conhecido Park Assist da Volkswagen é outro item de conveniência que melhora muito a relação com o carro. O dispositivo – opcional – identifica vagas e estaciona o carro com precisão sem qualquer necessidade de interação do motorista com o volante. E a direção eletronicamente assistida é leve nas manobras e firme em velocidades elevadas.

Sustos mesmo, só ao olhar a etiqueta de preço, demasiadamente exagerada para o segmento e para o produto.

Ficha técnica

Volkswagen Tiguan R-Line Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.984 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível, acelerador eletrônico e turbocompressor com intercooler. Transmissão: Câmbio automático sequencial de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 200 cv a 5.100 rpm. Aceleração 0-100 km/h: 8,5 segundos. Velocidade máxima: 207 km/h. Torque máximo: 28,5 kgfm entre 1.700 rpm e 5 mil giros. Diâmetro e curso: 82,5 mm x 92,8 mm. Taxa de compressão: 9.8:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Fourlink, com braços sobrepostos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série. Pneus: 235/50 R18. Freios: A discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS e EBD. Carroceria: Utilitário esportivo médio em

monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,42 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,66 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Oferece airbags duplos frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina. Peso: 1.585 kg com 645 kg de carga útil. Capacidade do porta-malas: 470 litros. Tanque de combustível: 63,5 litros. Produção: Wolfsburg, Alemanha.. Lançamento mundial: 2007 Lançamento no Brasil: 2009. Reestilização: 2011. Itens de série: Ar-condicionado de duas zonas, airbags frontais, laterais e de cortina, ABS, EBD, controle de estabilidade e de tração, rádio com tela touchscreen, freio de estacionamento elétrico, trio elétrico, sensor de chuva e luminosidade, bancos dianteiros aquecíveis, ajuste de altura e apoio lombar elétricos no banco do motorista, aerofólio traseiro, volante multifuncional com espátulas de comando de marchas, display colorido do computador de bordo, conexão Bluetooth e para iPod no rádio, detector de fadiga, rodas de liga leve de 18 polegadas com dispositivo antifurto, pedais de aço inoxidável . Preço: R$ 132 mil. Opcionais: Partida por botão, Park Assist, GPS, faróis bi-xenon com led, bancos de couro, ajuste elétrico do banco para o motorista e teto solar panorâmico. Preço completo: R$ 148.660. Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias


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automotivas por AUGUSTO PALADINO/autopress

Em causa própria – A Bugatti apresentou a série especial Legends para o Veyron, que terá seis modelos e presta homenagens a personalidades importantes para a marca. O primeiro lembrado foi o piloto Jean-Pierre Wimille, vencedor das 24 Horas de Le Mans em 1937 e 1939. O conversível ganhou uma pintura especial em dois tons de azul – o mais claro inspirado no 57G Tank, usado em 1937 – e tem o mapa da pista de Le Mans desenhado em baixo do aerofólio traseiro. Sob o capô, um W16 quadriturbo 8.0 litros de impressionantes 1.200 cv. O modelo vai de zero a 100 km/h em apenas 2,6 segundos. Somente três unidades serão fabricadas e o preço deve ultrapassar os 2 milhões de libras – algo em torno de R$ 7 milhões.

Strada Fire e Strada Fire cabine estendida para solucionar um problema no cinto de segurança. O chamado engloba apenas as unidades equipadas com airbag duplo produzidas entre 2012 e 2013. Devido a uma falha no processo de fabricação, os fechos dos cintos de segurança dianteiros podem se romper, intensificando o contato do motorista e/ou do passageiro com o airbag inflado, o que pode causar lesões físicas aos usuários. De acordo com a marca, nenhum incidente foi relatado.

Reta final – Falta pouco para a Nissan começar a fabricar em território nacional. A unidade da marca japonesa em Resende, Sul do estado do Rio de Janeiro, entrou na fase final de construção dos prédios principais. A etapa deve ser concluída em Visão de futuro – A Mini apro- setembro. Os primeiros veículos veitou um evento de design em vão começar a sair da linha de Munique, na Alemanha, para produção no primeiro semestre antecipar um conceito daquele de 2014, conforme previsão da que pode ser o visual das novas fabricante. Os testes com as gerações de modelos da marca. máquinas por onde passarão O Mini Vision foi mostrado em March e Versa começam ainda imagens 3D e mantém os prin- em 2013. Com a nova fábrica, a cipais elementos de desenho Nissan espera ganhar fôlego para dos carros atuais, mas em linhas alcançar 5% de participação de mais modernas. Os maiores mercado, além de lançar oito destaques ficam por conta da novos veículos até 2016. ampla grade dianteira, dos faróis circundados por anéis de luzes Mais embaixo – Avaliar o desemde led e as portas sem maçane- penho da Peugeot no Mercosul tas visíveis. O interior preserva tendo como base os resultados o estilo clássico. O visual pode da marca no Brasil não retrata aparecer ainda em 2013, no no- a realidade. Enquanto a partivo hatch que será lançado pela cipação da fabricante patina marca britânica. por aqui, a Argentina surge como país estratégico para os Fator de insegurança – A Fiat franceses. O vizinho ao Sul já convocou um recall de 3.029 é o quarto mais importante unidades dos modelos Palio Fire, para a Peugeot – atrás apenas

de França, China e Inglaterra. O crescimento da marca no segundo maior país sul-americano foi de 80% nos últimos três anos, média superior à do mercado local total que foi de 45%. No ranking de importância para a fabricante francesa, o Brasil ocupa a oitava posição.

híbridos no Japão. A cooperação tem como objetivo viabilizar a implantação de uma rede com abrangência em todo o país. As fabricantes contarão também com subsídio de 100,5 bilhões de ienes – equivalente a R$ 2,3 bilhões – do governo japonês. O país tem atualmente cerca de 1.700 pontos de recarga rápida União elétrica – As japonesas e pouco mais de 3.000 carreToyota, Nissan, Honda e Mit- gadores normais, o que ainda subishi assinaram um acordo é considerado insuficiente. As para trabalharem juntas na fabricantes esperam aumentar instalação de sistemas de car- esses números para 4 mil regamento de carros elétricos e e 8 mil, respectivamente. Fotos: Divulgação

Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse Legend

Mini Vision Concept


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Esportividade oriental por Augusto Paladino/autopress

O Subaru Impreza WRX saiu de linha recentemente, mas a fabricante já prepara o substituto do modelo. A marca vai apresentar no Salão de Frankfurt, na Alemanha,oWRX Concept, que deverá originar a nova geração do esportivo japonês. Além das imagens do modelo, a fabricante revelou que o carro terá tração integral e que sob o capô “há espaço suficiente para um motor com turbo e intercooler”. O SalãodeFrankfurt acontece entre os dias 12 e 22 de setembro.

Foto: Divulgação

Subaru WRX Concept


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A chave do tamanho

A exagerada Rocket III transfere potência e prestígio para a inglesa Triumph por MICHAEL FIGUEREDO/AutoPress

Lucro imediato não é tudo. Muito vezes, investir em um bom “formador de opinião” pode ser uma estratégia mais interessante. É o caso da gigantesca Rocket III. Animada por um motor de nada menos que 2.3 litros, a cruiser da Triumph não provoca fila na porta das sete concessionárias da marca inglesa no Brasil. Por mês, em média, são vendidas apenas três delas no país. Alguns números poderiam até intimidar no desempenho mercadológico da moto, como o preço, de R$ 69.900, ou do peso, de 367 kg. Mas não se trata disso. Há modelos mais caros e tão pesados quanto que vendem mais. O caso é que a Rocket é mesmo uma motocicleta para dar status à marca. Prova disso é o destaque dado pela marca ao fato de ela ter o maior motor de moto de série no mundo. E este argumento tem a função de atrair potenciais consumidores às lojas – e acabarem expostos ao poder de sedução de seus outros modelos. Por mais que ajude a vender Street Triple, Boneville ou outros modelos mais palatáveis da fabricante, a Rocket tem sólidos atrativos além da beleza, como conforto, dirigibilidade e vigor. Mas o principal, sem dúvida, é o porte. A inspiração veio de uma antiga BSA do final dos anos 1960, a Rocket 3, uma 750 cc de três cilindros. Quando a Triumph a apresentou, em 2004, ela logo virou uma referência entre modelos cruiser. Na época, ainda não havia se alastrado entre as estradeiras a febre de aumentar as cilindradas. Hoje os 2.3 litros ainda impressionam, mas já não são tão fora da curva. As rivais vêm se aproximando. A Harley-Davidson Electra Glide, por exemplo, tem 1.700 cc. Ela transita exatamente no mesmo segmento e tem preço semelhante, de R$ 70.900. Só que, no caso da Harley, é um produto de vendas mais palpáveis, com média de 55 unidades mensais. A engenharia da Triumph buscou não inventar muito na hora de projetar a Rocket e apostou em sistemas comprovadamente eficientes. O motor fica apoiado sobre um quadro bem robusto, de aço tubular de berço duplo. Os 146 cv de potência e 22,5 kgfm de torque gerados por ele chegam às rodas traseiras através de um eixo cardã. E com ela pensada para enfrentar a estrada, o tanque de combustível acolhe até 24 litros, o que significa uma autonomia em torno de 350 km. A largura dos pneus é de 150 mm na frente e 240 mm atrás, com aros 17 e 16, respectivamente. Na frente, a suspensão traz garfos invertidos e atrás um tradicional conjunto bichoque. Os freios a disco são duplos na frente e simples atrás, sempre gerenciados por ABS. A Rocket já é bastante imponente, mas nem por isso a Triumph economiza nos cromados. Além das saídas de escapamento, espelhos e capa dos faróis, há ainda lateral do tanque de combustível, moldura do radiador e carcaça dos instrumentos. Na configuração destinada aos Estados Unidos, ela ainda recebe um motor sem pintura, tampas laterais e suporte da pedaleira cromadas. As linhas cheias de detalhes e o estilo naked, com motor, instrumentos, faróis duplos expostos, deixam o conjunto ainda mais agressivo. Afinal, antes de tudo, é uma motocicleta de imagem.

Impressões ao pilotar

O susto é apenas inicial. Não é preciso ter sido criado à base de fermento ou ser marombado

de academia para ficar à vontade sobre a Rocket III. A cruiser da Triumph é até fácil de manusear e de manobrar. O apoio oferecido pelo assento, a apenas 75 cm de altura, é tão bom que a moto sequer tem marcha a ré – o que não seria exagero em um modelo com mais de 350 quilos. Impressionante também é o comportamento do motor 2.3 litros. Por ser posicionado longitudinalmente, ele causa um pequeno estranhamento por forçar uma inclinação da moto para a direita quando que é acelerado – efeito do movimento giroscópico do virabrequim. Fora isso, vibra muito pouco. Além da boa altura, o assento oferece uma grande dose de conforto para o piloto. O painel de instrumentos é clássico, formado por dois relógios, bem de acordo com as linhas da moto. Velocímetro à esquerda, conta-giros à direita e na base de cada um deles, um pequeno visor de LCD informa quilometragem, nível do tanque, marcha engatada e automomia, entre outros. É tudo tão tradicional na Rocket que não há como evitar uma sensação de familiaridade com o modelo. O tamanho e peso da Rocket também não atralham em nada quanto é posta em movimento. As acelerações e os ganhos de velocidade são sempre vigorosas e explicitam o torque exuberante. O único problema é a falta de suavidade para o acionamento do acelerador – que é por cabo. É preciso cuidado pois o motor responde sem pestanejar. Chassi e suspensão formam um conjunto bastante equilibrado, capaz de dar confiança até para se andar nos corredores entre os carros – no que a boa altura dos retrovisores ajudam bastante. Não se trata, porém, de um modelo com vocação urbana – por mais ágil que se mostre. E ela fica mais à vontade em velocidades mais altas, quando seus três cilindros podem girar com toda a liberdade.

Ficha técnica

Triumph Rocket III Motor: A gasolina, longitudinal, quatro tempos, 2.294 cm³, tricilíndrico, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial. Câmbio: Manual de cinco marchas com transmissão por cardã. Potência máxima: 146 cv a 5.750 rpm. Torque máximo: 22,5 kgfm a 2.750 rpm Diâmetro e curso: 101,6 mm X 94,3 mm. Taxa de compressão: 8,7:1. Suspensão: Dianteira com garfos invertidos de 43 mm e curso de 120 mm. Traseira com amortecedores duplos com ajuste de pré-carga da mola em cinco posições e curso de 105 mm. Pneus: 150/80 R17 na frente e 240/50 R16 atrás. Freios: Discos duplos flutuantes de 320 mm na frente e disco simples de 316 mm atrás. Oferece ABS de série. Dimensões: 2,50 metros de comprimento, 1,16 m de altura, 0,97 m de largura, 1,70 m de distância entre-eixos e 0,75 m de altura do assento. Peso: 367 kg. Tanque do combustível: 24 litros. Produção: Hinckley, Inglaterra. Preço: R$ 69.900.

Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias


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Quinto elemento por Augusto Paladino/autopress

O Punto ganhou mais uma versão. Depois da Attractive, Essence, Sporting e T- Jet, a Fiat adicionou a versão Blackmotion, que tem jeito de T-Jet, mas traz sob o capô um motor 1.8 litro 16V de 132 cv de potência. O Punto Blackmotion tem novos para-choques dianteiro e traseiro com design esportivo, faróis com máscara negra e minissaias laterais. A capa dos retrovisores externos, o friso do capô, o revestimento das colunas e o spoiler são na cor preto fosco. Câmbio Dualogic Plus, teto solar éltrico, sistema multimídia e seletor DNA ficam como opcionais. A versão já está à venda por R$ 49,9 mil no site da Fiat.

Foto: Divulgação

Fiat Punto Blackmotion

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Máquina escolhida por Augusto Paladino/autopress

A Citroën definiu o carro que vai usar em sua estreia no Campeonato Mundial de Turismo, em 2014. Trata-se do C-Elysée WTCC, que será pilotado pelo francês Sebastien Loeb – nove vezes campeão mundial de rali. A versão de corrida do novo sedã de rua da fabricante francesa tem para-choques, saias laterais, difusor traseiro, aerofólio e arcos das rodas mais robustos para uma maior otimização aerodinâmica. O motor é o conhecido 1.6 THP, mas com mais de 380 cv de potência e 40,7 kgfm de torque. Os detalhes de desempenho não foram divulgados. A Citroën será a sexta marca a entrar no WTCC, onde já competem BMW, Lada, Seat, Chevrolet e Honda.

Foto: Divulgação

Citroën C-Elysée WTCC


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