Braganรงa Paulista
Sexta
13 Setembro 2013
Nยบ 709 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 709 Sexta 13 • Setembro • 2013
Expediente
Interceder pela Síria?
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
por Mons. Giovanni Baresse
No sábado que passou, das 10 às 24h, na Praça de São Pedro, Vaticano, aconteceu uma vigília de oração e jejum com o intuito de pedir a Deus a Paz para a Síria. A celebração foi convocada pelo Papa Francisco na oração do “Angelus” do domingo anterior. Como entender esse acontecimento? Muitos pensam que Deus não tem nada a ver com a história humana. E que para provocar a sua intervenção é preciso lançar mão de orações e sacrifícios. Seria como se, na sua indiferença, Deus nos deixasse chegar até o ponto que, com súplicas desesperadas, pedíssemos sua ajuda. O livro da Sabedoria (9,13-19) diz que se nem compreendemos bem a realidade que nos cerca, como podemos pretender os desígnios de Deus? Penso que uma das primeiras coisas é ter consciência de que o desígnio divino, a vontade divina, é sempre o bem daqueles que Ele criou (Efésios 1,3-14).
Partindo disso se conclui que os sofrimentos, tais como as guerras, são decisões humanas. Decisões que acreditam que a eliminação do contrário é o caminho para a vida. Quando começamos a perceber que a possível “bondade” de uma guerra é lastreada na morte, começamos a perceber que, sem a força do Alto, pouco se poderá fazer. Aí entra a dimensão do apelo ao Transcendente. Será que o Papa Francisco resolveu apelar para o Senhor diante da carnificina na Síria? Creio, na verdade, que a intencionalidade da vigília e do jejum, práticas bíblicas que incorporamos em nosso caminho de fé, é despertar pela oração e pelo sacrifício a nossa consciência que vai se embotando a cada dia. O próprio Papa falava em sua visita à ilha de Lampeduza, onde há fugitivos acampados vindos de países do norte da África e de países do Oriente, que estamos vivendo uma indiferença globalizada diante
da violência e outros males. Nos acostumamos às maldades que fazem o recheio dos noticiários. A convocação do sucessor de Pedro teve a clareza de chamar, tantos os que têm fé religiosa como os que não a têm, mas amam a humanidade, a parar e, diante da imensidão da fragilidade humana, buscar os valores que possam levar à superação de um conflito que já vitimou, com morte, mais de cem mil pessoas e que pode ser o rastilho que levará, no mínimo, a uma guerra regional. Quer dizer que nossa oração e sacrifícios não têm a possibilidade de gerar intervenção divina? É preciso que tenhamos visão nítida de que Deus não se move porque nós o colocamos na situação de alguém que nos deva atender porque fizemos isso ou aquilo. Mesmo porque Ele não precisa de nada. Deus age por mera gratuidade. E sua bondade e misericórdia se fazem presentes sempre. O problema é
que nem sempre nós deixamos que Ele aja. Melhor: gostaríamos que Ele interviesse e, como num passe de mágica, resolvesse a situação de vez. Em determinados momentos esquecemos que situações dramáticas, como a da Síria, são frutos maduros de anos e anos de falta de respeito aos direitos fundamentais das pessoas. Ao lado dos problemas internos daquele país somam-se os interesses dos países vizinhos e das grandes potências econômicas e bélicas. A ciência da Geopolítica traz bons contributos para compreender o que está por debaixo dos confrontos que deixam a via da diplomacia, da negociação política, para utilizar o caminho do extermínio. Precisamos vigiar. Para que Deus nos inspire caminhos de vida e não de morte. A Paz será sempre fruto da Justiça (Salmo 85)! Somos nós que nos devemos mover para que, acima de tudo, se busque sempre o direito à vida e vida plena. O jejum
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
que nos leva a experimentar a privação nos deve alertar para ver aqueles que não só carecem de alimento como aqueles que estão banidos de casa, da segurança, da serenidade. Daqueles que já perderam tantos. Que já perderam quase tudo. Um jejum que se fixe numa prática religiosa com a intenção de que Deus devesse agir por causa disso, não representa o sacrifício que agrada a Deus. Uma leitura do profeta Isaías (1,10-20) nos ajudará a saber qual devem ser nossos gestos para que a vida humana seja respeitada.
Comportamento
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Exercício completo A hidroginástica melhora a circulação, porque a água faz pressão de baixo para cima no corpo
Por FOLHAPRESS
Fazer exercícios dentro da água traz diversos benefícios ao corpo, principalmente por conta do baixo impacto que causa nos ossos, músculos e articulações, mas também devido à melhora na circulação, consequência da pressão inversa (de baixo para cima) exercida pela água. ‘A hidroginástica é considerada uma atividade física completa por associar essas características ao exercício aeróbio, que é essencial para a saúde dos sistemas respiratório e cardiovascular’, explica Paulo Zogaib, médico do esporte e fisiologista do exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). ‘O movimento contra a força da água ajuda a fortalecer a musculatura e os ossos, praticamente sem perigo de causar alguma lesão’, completa Ester Souza Morais, professora de hidroginástica da Bioritmo. A atividade, então, é indicada a
qualquer um, inclusive a quem tem problemas de coluna, como escoliose e hérnia de disco, ou até mesmo a quem está acima do peso. ‘Ao começar a se exercitar, a pessoa com sobrepeso pode sentir dores na planta do pé, no joelho ou nas costas. A água ameniza isso e ajuda a realizar o exercício com mais desenvoltura, o que o incentiva a continuar’, diz o profissional da Unifesp. O exercício ainda é altamente recomendado a idosos e grávidas, pois quase não oferece possibilidade de queda, e o contato com a água diminui o inchaço. ‘A água faz uma drenagem linfática no corpo e melhora a sensação de inchaço, além de ser ótima para diminuir celulite’, explica Ester. É claro que, além de todos esses benefícios, a hidroginástica ajuda a emagrecer. São queimadas entre 400 a 500 calorias por aula.
Fotos: Julia Chequer/Folhapress
A hidroginástica melhora a circulação, porque a água faz pressão de baixo para cima no corpo
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Shel Almeida
No dia 9 de julho, Bragança perdeu um de seus mais queridos e respeitados médicos, o Dr. José Themístocles de Aguiar Tartari. Dr. Tartari completaria 88 anos no mês seguinte, em 9 de agosto, coincidentemente data em que foi celebrada a missa de 1 mês de falecimento. Como maneira de celebrar e prestigiar a memória daquele que passou mais de 60 anos exercendo a medicina, a família decidiu expor, na Cripta da Catedral, após a celebração, diversos itens que acompanharam Dr. Tartari durante a carreira. Quem teve a honra de estar presente ficou encantado com o valor sentimental e histórico dos objetos. Muitos dos materiais são peças que já não existem mais. Foram preservados graças à dedicação e ao cuidado do filho, também médico, Dr. José Maurício Leme Tartari. Posteriormente, o Jornal do Meio esteve no consultório do Dr. Maurício e pode conhecer o acervo que, segundo o médico, ficará permanentemente na clínica em que pai e filho trabalharam juntos. “Tenho a ideia de criar um museu com as coisas dele aqui nesta sala”, conta. “Quando me formei em medicina, me propus a ser o pupilo dele. Me tornei residente do meu pai. Foram 10 anos juntos aqui nesta clínica. Depois ele passou a atender na casa dele. No começo eu me orientava com ele. Aos poucos a situação foi se invertendo e ele vinha tirar algumas dúvidas comigo”, fala.
Carreira Dr. Tártari, o pai, começou a carreira
em São Paulo. Se formou pela Escola de Medicina da Universidade de São Paulo em 1949 e se especializou em cardiologia em 1951. Em 1950 recebeu um prêmio da Sociedade do Serviço do Professor Celestino Bourroul por criar uma tabela para auxiliar a medir a pressão arterial dos membros superiores e inferiores. “Ele adorava criar e descobrir as coisas. Era muito habilidoso, tudo o que fazia, fazia bem feito. Era muito eclético, adorava a medicina”. Segundo Dr. Maurício, o pai veio para Bragança a convite de Dr. Assis, tio de Maurício e médico generalista. “Ele convenceu meu pai a vir para cá e praticamente assumir a questão da saúde na cidade junto com ele”. Em 1952 Dr. Tartari se casou com Cléo Leme, com quem teve cinco filhos: Amaryllis, Mauricio, Amaury, Luzia e Adriana e não saiu mais de Bragança. Mesmo vivendo e morando na cidade Dr. Tartari continuou clinicando em São Paulo. “Ele atingiu um status com a velha guarda como um dos melhores clínicos do Hospital das Clínicas, em São Paulo, quando a medicina despontou no Brasil”, conta, orgulhoso, o filho. Em 1972 foi convidado a dar aula na Faculdade de Medicina de Bragança. “Foi um dos primeiros professores do curso” Médicos hoje conhecidos na cidade, como Dr. Gilberto Romani, Dr. Renato Frangini e Dr. Sérgio Lenharo, foram alunos do Dr. Tartari. Dr Maurício não chegou a ter o pai como professor na universidade, mas o teve como professor na vida. “Além de pai, ele foi uma espécie de pro-
Antes de falecer, Dr. Tartari deixou um livro de memórias inacabado, que a família pretende lançar junto com um livro com histórias que ele criava para os netos.
Entre os equipamentos preservados por Dr. Tartari está o primeiro aparelho de eletro portátil, que pesa cerca de 20 kg.
Ideia do filho Dr. Mauricio Tartari é criar um museu com os objetos antigos, no consultório, em homenagem ao pai, Dr. Themístocles Tartari.
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Marceneiro nas horas vagas, Dr. Tartari construiu um barco ao qual deu o nome da esposa, Cléo. O teste foi feito na piscina do sítio da família antes de coloca-lo na represa. fessor particular. Tínhamos aulas todos os dias e ele montou até um esquema de aprendizado para que eu conseguisse melhores resultados. Na medicina costumamos brincar que todo recém-formado tem que ser adotado por um médico. Eu tive a sorte de ter o meu pai ao meu lado, principalmente porque, até hoje, eu não conheci ninguém igual a ele. Fui um privilegiado, aprendi de uma forma diferente. Ia todos os dias para o consultório ter aulas práticas”, contou há alguns anos ao Jornal do Meio, em uma matéria sobre o dia dos pais.
Em casa O que pouca gente sabe é que Dr. Tartari não pretendia cursar a faculdade de medicina, mas de engenharia. Acabou se tornando médico por causa do pai, que também se chamava Themístocles. “Meu
avô queria ser médico, mas não conseguiu sério e sisudo no trabalho, mas em casa, por causa da guerra e acabou se tornando era piadista e bem humorado. “Ele estava dentista. Meu pai era apaixonado por sempre de alto astral. No natal, sempre física e tinha um conhecimento incrível fazíamos amigo secreto e ele sempre dava um presente de sacanagem sobre o assunto, adorava pra quem tirasse. Ficava inventar. Adorava marceEle documentava casos um mês planejando o que naria também, sempre teve oficina em casa. Na época em material fotográfico. Se ia aprontar”, emociona-se. escolar, em que tínhamos precisasse fabricava um Dr. Tartari também adofeira de ciências, era ele instrumento. Tudo o que rava criar história para quem fazia os trabalhos. precisasse de improviso, contar aos nove netos. “Ele juntou todas essas Ele criava coisas simples ele fazia. história em um livrinho e engenhosas”, relembra. Dr. Maurício Tartari e deu pra minha filha. Dr. Tartari, durante toda a vida, usou seu conhecimento em física Uma em especial, fez uma das minhas junto com a medicina. “Ele documen- sobrinhas se desentender com a protava casos em material fotográfico. Se fessora, quando era criança, porque era precisasse fabricava um instrumento. a estória de um jacaré que mamava. A Tudo o que precisasse de improviso, professora pediu exemplos de mamíferos e ela falou jacaré. A professora falou que ele fazia”, conta. Segundo o filho, Dr. Tartari era muito estava errado e ela ficou brava, porque
Eu tive a sorte de ter o meu pai ao meu lado, principalmente porque, até hoje, eu não conheci ninguém igual a ele.
o avô tinha contato que jacaré mamava sim”, diverte-se. Antes de falecer, Dr. Tartari estava escrevendo um livro sobre a formação do Pronto Socorro da Av. Vergueiro, em São Paulo. “Ele sabia que não ia conseguir terminar o livro, por isso gravou o que queria e deu as diretrizes para que continuássemos. Pretendemos lançar os dois livros, esse sobre o hospital e o de estórias que fez para os netos”, conta Dr. Maurício. “Ele atendeu até três anos atrás. Usava fichas de papel ainda. O paciente da ficha 2 e da ficha 25 se consultam até hoje”, conta. Nos últimos anos de vida, Dr. Tártari e a esposa, D. Cléo, viviam na casa de Maurício. “Foram os melhores anos da minha vida, poder conviver com eles em casa”, fala. “ O velhinho está fazendo falta”, diz.
Dr. Tartari em momento de descontração
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informática & tecnologia
Apple na mira
Ataques de cibercriminosos a usuários de iPhone e iPad chegam a 200 mil por dia, e invasão deixa site de desenvolvedores da empresa fora do ar por mais de uma semana Por ANDERSON LEONARDO /FOLHAPRESS
Daniela Arrais, 30, abriu seu e-mail no último dia 20 e encontrou uma mensagem automática supostamente enviada pela Apple pedindo para ela confirmar os dados de sua conta dentro de 24 horas, pois seu acesso aos serviços da empresa estava “temporariamente congelado”. Preocupada com o prazo, a empresária clicou no link indicado e foi levada a um site quase idêntico ao da Apple, que apresentava campos nos quais ela devia inserir informações pessoais, como endereço, número de telefone e cartão de crédito. Arrais só desconfiou que aquilo poderia ser uma armadilha quando percebeu que o site requisitava também a senha de sua conta. Perguntou para um amigo sobre a credibilidade da mensagem e a enviou para a lixeira. Por pouco ela não entregou informações confidenciais a cibercriminosos e se tornou uma vítima de phishing (tentativa de enganar usuários para obter seus dados, seja por e-mails ou sites falsos). “A mensagem era parecida com as outras que recebo da Apple. Não era nada tosca”, a empresária se recorda. “Se eles tivessem acesso ao meu endereço e às informações do meu cartão de crédito, eu entraria em pânico.” De acordo com uma pesquisa da empresa de segurança digital Kaspersky Lab, a média diária de ameaças de phishing voltadas a usuários da Apple disparou para 200 mil em 2012, sendo que no ano anterior apenas mil casos eram detectados a cada dia. O estudo mostra ainda que esse número pode crescer em quase 500% quando a empresa anuncia alguma grande novidade. Em 6 de dezembro de 2012 dois dias após a companhia expandir sua loja virtual iTunes Store para 50 países, por exemplo, a Kaspersky Lab detectou 939,5 mil ocorrências desse tipo de fraude eletrônica. Os criminosos também se aproveitam de brechas de segurança envolvendo a fabricante de iPhones e iPads para intensificar os ataques e tentar fisgar algum peixe assustado e desatento. Foi o que aconteceu entre 18 e 26 de junho, período durante o qual o site de desenvolvedores da Apple foi tirado do ar pela empresa devido a uma invasão, que pode ter revelado dados de algumas pessoas cadastradas. Após o incidente, usuários do Twitter começaram a reportar uma onda de mensagens e sites falsificados em busca de “alteração de senha” e “confirmação de informações pessoais”. Crescimento do iOS atrai criminosos a donos de iPhone. Roubo de dados pessoais e apps maliciosos são as principais ameaças aos usuários do sistema da Apple. Com código malicioso escondido, programas danosos podem entrar na App Store com a aprovação da empresa. Especialistas em segurança digital atribuem o aumento de ameaças virtuais que têm como alvo usuários da Apple à crescente popularidade dos aparelhos da companhia, em especial os dispositivos móveis. “Esses produtos são objetos de desejo de muita gente”, afirma Fabio Assolini, 33, analista de malware da Kaspersky Lab no Brasil. “Hoje é muito mais comum ver pessoas com iPhones do que antigamente, e isso chama a atenção dos criminosos.”
No mês passado, a Apple confirmou essa tendência ao divulgar os resultados de seu terceiro trimestre fiscal, que vai de abril a junho. Embora a venda de iPads tenha caído de 17 milhões para 14,6 milhões de unidades, a companhia bateu um recorde de smartphones vendidos durante o período, com 31,2 milhões de iPhones comercializados um aumento de 20% em relação ao mesmo trimestre em 2012. Segundo Assolini, o fato de os donos de iOS comprarem mais aplicativos que os de Android é outro atrativo para os criminosos. “Desenvolvedores que trabalham tanto com o sistema operacional da Apple quanto com o do Google sabem que a primeira plataforma é mais lucrativa”, diz. Logo, no pensamento dos criminosos, existem mais chances de encontrar informações bancárias com contas mais rechonchudas atreladas a uma Apple ID.
Com malícia
Ataques de phishing não são a única ameaça a donos de iPhones e iPads: softwares maliciosos também podem dar uma baita dor de cabeça. Quando o assunto é segurança, “o comportamento do consumidor conta muito”, afirma Nelson Barreto, 33, especialista em segurança digital da Norton, da Symantec. Ele se refere aos usuários que recorrem ao “jailbreak”, um método que atropela restrições de dispositivos da Apple e libera a instalação de apps não autorizados por ela. Para isso, o procedimento desabilita recursos de segurança do iOS, tornando-o mais vulnerável e abrindo portas para a raiz do sistema. “O software de origem desconhecida que você baixa fora da loja oficial da Apple pode roubar seus dados bancários, gerar phishing para seus contatos e causar outros danos”, afirma Barreto. As ameaças, no entanto, não se restringem a quem faz “jailbreak”. Mesmo com a triagem realizada pela Apple para manter aplicativos maliciosos longe de seus usuários, é possível encontrar malwares na App Store. No ano passado, por exemplo, a Apple aprovou a distribuição de um aplicativo russo chamado “Find and Call”. O programa acessava os contatos gravados no iPhone e, sem pedir permissão, disparava spam para todos os números de telefone e endereços de e-mail da lista. As mensagens eram enviadas no nome do dono do aparelho o que dava a impressão de serem de origem confiável. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia também descobriram, em junho, que era possível instalar softwares maliciosos em iPhones e iPads por meio do uso de carregadores falsos. A Apple tomou conhecimento dessa vulnerabilidade e afirmou que ela será corrigida para todos os usuários na próxima atualização de seu sistema operacional. Ao impedir que empresas desenvolvam antivírus para o iOS, “a Apple se compromete a proteger os usuários”, diz Assolini. “No geral, ela tem feito isso bem, mas, como podemos perceber, há falhas.” Comitê quer que Apple permita antivírus. Devido às restrições do iOS, as empresas
de segurança são impedidas de desenvolver apps de segurança que combatam vírus em iPhones, iPads e iPods. Toda a segurança dos dispositivos com iOS fica por conta da Apple. As companhias de antivírus, porém, formaram um comitê para discutir com a Apple a possibilidade de reverter esse quadro. “Estamos trabalhando junto com a Apple para que ela permita a criação de, no mínimo, um verificador de aplicações para garantir uma segunda camada de proteção ao usuário. Mas isso ainda está em fase de discussão”, afirma Nelson Barbosa, especialista de comportamento digital da Norton. Todos os aplicativos para iOS funcionam no ambiente virtual chamado “sandbox” (caixa de areia), em que os programas rodam de forma isolada do resto do sistema. A Apple afirma que isso impede que um vírus reúna e colete dados do aparelho infectado, o que garantiria a segurança do usuário. Gratuitos, os apps para iPhone e iPad oferecidos atualmente pelas empresas AVG, Kaspersky, McAfee e Norton são similares. Eles têm recursos de detecção automática de sites maliciosos, com o objetivo de evitar golpes financeiros virtuais, e restringem o acesso a certas páginas, como as que oferecem conteúdo adulto. “O ambiente do iPhone é mais controlado, mas isso não significa que o usuário esteja 100% seguro. E o pior, nesse caso, é que qualquer ameaça é extremamente danosa, porque ninguém se protege”, diz Cláudio Martinelli, diretor de vendas da Kaspersky na América Latina. Gigante de segurança vai ter no país escritório contra cibercrime. Americana RSA já possui unidades do tipo nos EUA e em Israel A RSA, divisão de segurança da multinacional de tecnologia EMC, vai abrir no Brasil o
terceiro escritório de sua divisão de crimes cibernéticos. Referência no segmento, a empresa já possui nos Estados Unidos e em Israel unidades que monitoram os ataques ao redor do mundo. Ao todo, são 150 analistas especializados, entre eles hackers. Ainda não há, porém, data e local definidos. A EMC já tem hoje, na Ilha do Fundão, no Rio, seu centro global de estudos de “big data” (captura e processamento de grandes volumes de dados) voltado a petróleo e gás. Segundo Rob Sadowsky, diretor de soluções tecnológicas em segurança da RSA, o compartilhamento de dados é um pressuposto para se combater o cibercrime. “As empresas precisam abrir as informações sobre os ataques que sofrem, como foram invadidas, as técnicas usadas, quem invade. A melhor defesa é entender o que esse grupo tão fechado faz”, diz. “Os já hackers fazem entre eles, as empresas precisam fazer entre si.” De acordo com a RSA, em 2012, os ataques de phishing (tentativa de enganar usuários para obter seus dados, seja por e-mail ou sites falsos) deram prejuízo de US$ 1,5 bilhão para a economia mundial, alta de 22% ante 2011. Em números de ataques, o aumento foi da ordem de 59%. Para o executivo, com o movimento da explosão de dados (“big data”), da transferência de conteúdo para a nuvem e da virtualização de informações, os níveis de segurança exigidos crescem exponencialmente. “Antes havia limites claros nos servidores, com delimitações para implementar medidas de segurança. Mas fronteiras desapareceram. E o acesso de plataformas móveis, como celulares e tablets, deixa tudo mais perigoso”, afirma Sadowsky.
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Eleita a Miss Comerciária 2013 Bárbara dos Reis foi eleita a Miss Comerciária 2013 de Bragança Paulista e região. A escolha da mais bela comerciária ocorreu na noite do último sábado, 7, no Clube de Regatas Bandeirantes. Bárbara também representará a região na etapa final do Miss Comerciária Paulista. Na passarela, as 12 candidatas selecionadas para participarem do desfile esbanjaram charme, graça, beleza, desenvoltura e carisma, embaladas pelo tema “Uma noite em Hollywood”. As candidatas deram muito trabalho aos jurados que, somadas as notas, deram o título para Bárbara, funcionária da loja Lu e Cia, que também ganhou uma viagem para Porto Seguro com direito a acompanhante, além de R$ 1 mil. A comerciária Rosângela Alves Neto, que trabalha Tendenza Modas, ficou em segundo lugar e ganhou uma TV de 42’’ e R$ 700,00. A Miss Simpatia, Paula Cristina da Fonseca, que trabalha na Marisa, ganhou um final de semana
no Centro de Lazer do Comerciário, na Praia Grande e R$ 400,00. Além do público presente que vibrou e torceu por suas candidatas, estiveram presentes autoridades locais e o presidente do Sindicato dos Comerciários de Piracicaba, Roberto Previde, que também representou o presidente da Fecomerciários (Federação dos Empregados no Comércio), Luiz Carlos Motta. Para o presidente do SindComerciários de Bragança Paulista e região, João Peres Fuentes, a Miss Comerciária eleita representará muito bem nossa região na etapa estadual. Fuentes também destacou a importância do evento: “A mulher comerciária precisa ser valorizada e sempre trabalhamos em prol disso. Para nós é uma alegria ver o sorriso no rosto. Parabenizo também todas as participantes e os organizadores do evento”.
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Reflexão e Práxis
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Por pedro marcelo galasso
Trabalho e a sociedade contemporânea (1ª parte)
O trabalho é fundamental ao ser humano e sem ele nossa espécie não teria realizado quase nada. Portanto, é fundamental conhecermos um pouco sobre a história do trabalho. No Neolítico, o ser humano cria a economia produtora dando um passo em direção a sua liberdade frente as limitações impostas pela Natureza e pelas dificuldades intrínsecas à caça, pesca e coleta de alimentos, isto sem falar das dificuldades impostas pelo nomadismo. A sua forma inicial de libertação frente a Natureza ocorreu com o advento da agricultura que representava o ciclo de reprodução dos animais, sendo praticada inicialmente pelas mulheres, enquanto os homens se dedicavam a proteção de suas casas, aldeias e plantações. O ser humano se libertou quando inventou o trabalho que se tornou fun-
damental à existência humana, pois as maneiras através das quais o exploramos produzem as principais características de todas as sociedades. Além de criar questões novas e urgentes. Um exemplo destas novas questões é o seguinte: Uma das várias questões que envolvem a sociedade humana é como ela obtém seus meios de subsistência e não como ela se alimenta. Em linhas gerais, a estrutura da sociedade histórica pode ser dividida em estrutura e modos de produção. Na estrutura temos o trabalhador que produz utilizando uma determinada técnica aplicada a um dado objeto (meio de produção), mas que é apropriado por outra pessoa. É a partir desta estrutura básica que se desenvolveram todos os demais modos de produção. No escravagismo, a camada domi-
nante é a dona das técnicas e das pessoas. Já na servidão a camada dominante tem autoridade pessoal sobre a camada dominada, os servos, que detém as técnicas. Enquanto no capitalismo, a camada dominante é a proprietária dos meios de produção, mas não tem autoridade pessoal sobre a camada dominada, formada por trabalhadores livres assalariados. Antes de falarmos sobre algumas mudanças no capitalismo, nosso tema central, vale ressaltar que o trabalho já foi comparado com a tortura, só ganhando um valor positivo na Idade Moderna, notadamente o período de consolidação da classe burguesa. Portanto, falemos sobre o capitalismo, o nosso modo de produção. Como qualquer modo de produção, o capitalismo sofreu várias transformações ao longo dos séculos, levando glória, riqueza e poder as mais diversas
cidades-Estados, nações e países já consolidados, como a Grã-Bretanha e os EUA. Pensando em fases, o capitalismo pode ser dividido em: comercial-mercantilista, industrial e financeiro, estes últimos aparecendo como liberais ou intervencionistas. Mais do que falar de capitalismo este texto procura entender o que ocorreu com este modo de produção ao longo do século XX e início do século XXI, sem pretender resolver quaisquer questões teóricas profundas sobre o assunto, mas tão somente nos levar a pensar sobre inúmeras mudanças que experimentamos hoje e que determinam a direção de nossa sobrevivência. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
antenado
Autora quebra convenções com sua ‘literatura menor’ Narrativa engraçada marca segunda obra de ficção de Juliana Frank. Após o controverso ‘Quenga de Plástico’, paulistana acompanha macumbeira em ‘Meu Coração de Pedra-Pomes’
Por RAQUEL COZER/folhapress
É um livro inútil”, vociferam as senhoras e os senhores membros do júri para a escritora e roteirista Juliana Frank. “Não é um livro inútil. É apenas um livro desnecessário”, ela se defende. “Não é um livro!”, eles sentenciam. O diálogo imaginário consta do texto de apresentação (ou texto de tentativa de explicação) de “Meu Coração de Pedra-Pomes”, que marca a chegada da paulistana de 28 anos à Companhia das Letras. É que a narrativa que se lerá nas cerca de cem páginas seguintes não se parece com nada do que se convencionou chamar de jovem literatura brasileira, seja lá o que caiba nessa convenção. Não é “alta literatura” nem tem ambição disso, não é fantasia nem juvenil, gêneros com os quais jovens autores do país vêm conquistando leitores. Em linhas gerais, “Meu Coração de Pedra-Pomes” conta a rotina da garota Lawanda (“laúanda”, ela explica), que trabalha limpando o chão de um hospital, paga as contas com serviços escusos prestados a pacientes e faz macumbas nas horas vagas. Não haverá lição ou epifania que possa justificar o tempo do leitor dedicado a Lawanda, mas o cinismo bem-humorado da protagonista frente às adversidades mais irrelevantes (como a gargantilha
dourada com as chaves de casa que sua senhoria a obriga a usar para que não volte a perdê-las) é o suficiente para fazer valer a leitura. “Nem todos gostam do que escrevo. Entendo não quererem dessacralizar a literatura, mas tem de ter espaço para a literatura menor. É um tipo de literatura que não muda nada. Não sei por que incomoda tanto”, diz Juliana. Incomoda ao ponto de a autora ter preferido mudar de bairro após estrear em livro com “Quenga de Plástico” (7Letras, 2011), recheado de peripécias sexuais. Ela morava na Urca. Após a repercussão na vizinhança, transferiu-se para um prédio na entrada da favela do Vidigal, no Leblon, onde “ninguém tem dinheiro para se preocupar com a vida dos outros”. “Muita gente confunde as coisas. Porque eu escrevi a Quenga’, achavam que eu era prostituta. Agora vão achar que sou macumbeira.” Quem a apresentou à Companhia foi o escritor Reinaldo Moraes, que em 2011 leu “Quenga”, adorou e a convidou a fazer o roteiro do longa ainda inédito baseado em seu “Pornopopeia” (Objetiva). Juliana escreveu “Meu Coração de Pedra-Pomes” em seis dias. Depois, sob orientação das editoras Marta Garcia (hoje na Cosac
Naify) e Julia Bussius, fez oito versões. “É preciso um olhar de fora. O escritor fica infectado pelo texto. Se o editor diz que não dá para entender, é porque o leitor não vai entender”, diz. Roteirista desde os 20, Juliana acaba de escrever sua primeira peça, “Por Isso Fui Embora”, junto com Renata
Corrêa e sob direção de Regis Faria. “Minha visão distorcida do amor está toda lá”, diz, sobre o triângulo envolvendo uma escritora gótica, uma patinadora e um poeta niilista. Meu coração de pedra-pomes Autora: Juliana Frank Editora: Companhia das Letras Quanto: R$ 31 (112 págs.) Foto: Luciana Whitaker/Folhapress
A escritora Juliana Frank, 28, em seu apartamento.
SPASSU da Elegância
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Renda nas Madrinhas Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão
O posto de madrinha de casamento é uma grande responsabilidade! As madrinhas devem estar lindas e se destacar das demais convidadas, porém nunca ofuscando o brilho da noiva. Os vestidos de madrinha feitos com renda são maravilhosos, a renda é um tecido nobre que valoriza muito o vestido. Os modelos de vestidos de festa de renda são muito variados e a renda pode ser usada de formas diferentes: Podem ter renda nas mangas, no colo, renda nas costas, renda no corpete ou apenas alguns detalhes em renda. Para casamentos de dia, opte por modelos curtos, que darão leveza ao modelo! Para casamentos a noite, podem ser usados modelos longos com detalhes em renda, como nos nos ombros ou mangas... Mande suas sugestões para nosso e -mail, spassuplazanoivas@yahoo.com.br Po d e m o s a u x i l i á - l o s e m suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.
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Foi com grande alegria que fotografei o casamento desse lindo casal: Camila e Eduardo. Camila é um doce de
pessoa e quando a conheci tive a impressão que já a conhecia há muito tempo. Ela sabia exatamente o que queria e como queria que fosse o seu Grande Dia. E não podia ser diferente: o casamento foi especialmente lindo porque teve um lindo céu compondo o cenário da cerimônia. Tudo aconteceu ao ar livre debaixo de um lindo gazebo no Buffet da Casa Buona onde o casal, os familiares e amigos se emocionaram com a beleza do lugar e com as lindas palavras que uniram para sempre o casal. Eduardo estava emocionado e Camila radiante. Depois dos cumprimentos dos pais e padrinhos demos uma fugidinha pra fotografar o casal pela cidade enquanto os convidados adentravam ao salão principal para uma deliciosa recepção que o casal ofereceu. Quando voltamos o casal entrou ovacionado por todos e, emocionados, agradeceram a todos por estarem compartilhando com eles esse dia tão especial. A festa foi maravilhosa com muitos comes e bebes além de uma pista de danças animadíssima. Tudo com muito requinte e bom gosto. Mais um dia que guardo com muito carinho no meu coração.
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A chinesa Lifan se prepara para montar o sedã compacto 530 no Uruguai e crescer no Brasil por Eduardo Rocha/autoPress
Os ocidentais costumam achar que os chineses são muito parecidos entre si. Tanto os carros quanto as pessoas. Mas com os modelos da Lifan ocorre justamente o contrário. Normalmente, um carro da marca não se parecem em nada com outro. A montadora, que atua no ramo de automóveis há apenas oito anos, ainda busca uma identidade estética. Essa personalidade visual vai começar a ser desenhada de foma mais concreta no Brasil a partir do primeiro trimestre de 2014, que é quando será lançado o sedã compacto 530. O modelo tem o mesmo estilo do jipinho X60, com a grande grade de linhas horizontais e faróis que avançam sobre o para-lamas rechonchudos. Mas o fundamental no caso do 530 é a possibilidadde de a Lifan passar a atuar em um segmento de volumes bem mais expressivos. A ideia da marca chinesa é manter a mesma política que adota em relação ao X60 e oferecer o sedãzinho a um preço atraente e bem equipado – ar-condicionado, trio elétrico, direção eletro-hidráulica, sistema de som, rodas de liga leve, faróis de neblina, airbags frontais, freios a disco e ABS. Para conjugar preço e equipamento não será necessária uma ginástica das mais tortuosas, já que o modelo será montado em CKD na unidade de San Jose de Mayo, no Uruguai, e poderá contar com os privilégios fiscais dos produtos feitos no Mercosul. A fábrica pertencia à Effa, de quem a Lifan adquiriu toda a operação para “primeirizar” as atividades, por achar que o antigo representante local não estava dando a devida atenção ao seus produtos. O objetivo é atacar o subsegmento de sedãs compactos com espaço generoso mas acabamento simples. Nesse caso estão o JAC J3 Turin, o Renault Logan, Toyota Etios e até Chevrolet Cobalt – todos na faixa dos R$ 40 mil. De perfil, inclusive, o desenho do 530 lembra bastante o do modelo da também chinesa JAC. A linha de cintura é ascendente e tanto o volume frontal quanto traseiro são curtos. Todo o aspecto do carro remete à ideia de robustez. A frente alta tem para-choques bem protuberantes. As lanternas estreitas, nas laterais da tampa do porta-malas, criam uma grande área de lataria. A marca oval da Lifan, que traz três veleiros estilizados, aparece bem no meio da grade e no centro da tampa do traseira. Assim como o desenho, o estilo de motorização também não foge muito ao que é oferecido hoje no mercado brasileiro. Trata-se de uma família moderna, com comando de válvula variável na admissão e bobinas individuais para os cilindros. Na China, o 530 é oferecido tanto com um motor 1.3 de 94 cv quanto com um 1.5 de 103 cv, sempre a 6 mil giros. O propulsor mais potente deve ser o escolhido para equipar o modelo no Brasil. Inclusive porque ele tanto pode trabalhar em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas ou com uma transmissão continuamente variável – o que ampliaria a poder de atração do pequeno três-volumes. Ainda na parte mecância, a suspensão dianteira é bem tradicional, do tipo McPherson. Enquanto na traseira a opção é mais original: independente com braços semi-arrastados. No interior, porém, o 530 cai no lugar-comum dos compactos de entrada, que costumam economizar bastante no acabamento. O revestimento sofre do mesmo excesso de plásticos que acomete os rivais no segmento. A agravante, no caso do modelo da Lifan, é que o encaixes das peças não é preciso. Há
muitas rebarbas e os materias não inspiram muita confiança. O design interior também não é dos mais originais. Os revestimentos plásticos são em dois tons de cinza e há uns poucos detalhes cromados, como nos botões do rádio – insuficientes para emprestar qualquer requinte ao modelo. Seja como for, as soluções e os resultados são bastante próximos dos obtidos pelos competidores diretos no Brasil. O que pode dificultar a vida do sedãzinho é a natural desconfiança que qualquer marca nova inspira nos consumidores.
Primeiras impressões
Chongqing/China – Estranhamento entre os hábitos do Oriente e do Ocidente não chega a ser surpresa. Só que numa situação tão íntima quanto o convívio com um veículo, mesmo as pequenas diferenças as ganham grandes proporções. As marcas japonesas, por exemplo, levaram quase duas décadas para compreender as particularidades dos consumidores norte-americanos – as idiossincrasias dos europeus até hoje não conseguiram entender. Nessa busca pela adequação, as marcas chinesas ainda são calouras. A expectativa de um consumidor em relação a isolamento acústico, suavidade de rodagem, acabamento e até mesmo o cheiro do carro são bem diferentes aqui e lá. Estes quesitos, tão valorizados no Ocidente, são pouco relevantes no padrão chinês. E o sedãzinho 530 evidencia bem esta diferença. Ele é barulhento, trepida bastante e exala um odor de solvente de plástico – mesmo problema apresentado pelos primeiros carros da JAC no Brasil. O acabamento também é bastante estóico, mas no caso de modelos como Renault Logan ou Toyota Etios, se equivale até mesmo em relação aos materiais empregados nos revestimentos. Na parte prática, no entanto, não fica devendo para produtos nacionais. A começar pelo bom espaço interno e o generoso porta-malas, de 475 litros. Depois, pelo comportamento dinâmico, que é bastante convincente. Os 103 cv do motorzinho 1.5 têm bastante disposição para empurrar os pouco mais de 1.100 kg do 530. As acelerações são feitas com razoável vigor. O sistema suspensivo não cumpre bem a função de isolar os ocupantes das irregularidades do piso, mas fornece bastante equilíbrio ao carro. A direção também filtra pouco os trancos nas rodas. Sempre atendendo à lógica mais pragmática e despreendida, de buscar eficiência e dar pouca importância ao conforto.
Ficha técnica
Lifan 530 Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.498 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Potência máxima: 103 cv a 6 mil rpm. Velocidade máxima: 175 km/h. Torque máximo: 13,6 kgfm a 4 mil rpm. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson. Traseira independente com braços semi-arrastados. Pneus: 185/60 R15. Freios: Discos na frente e atrás com ABS e EBD. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,30 metros de
comprimento, 1,69 m de largura, 1,49 m de altura e 2,55 m de distância entre-eixos. Peso: 1.140 kg. Capacidade do porta-malas: 475 litros. Tanque de combustível: 42 litros. Produção: San José de Maya, Uruguai.
Itens de série: Ar-condicionado, direção eletro-hidráulica, trio elétrico, airbag duplo, ABS, rádio/CD/Aux/USB, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina e repetidores de seta nos retrovisores. Foto: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Raivoso – O GTI durou pouco como a variante mais rápida da sétima geração do Golf. A Volkswagen mostrou oficialmente o R, modelo mais extremo da gama e que vai aparecer publicamente pela primeira vez no Salão de Frankfurt, em setembro. O Golf R traz o mesmo versátil motor 2.0 turbo usado no GTI, só que calibrado para impressionantes 300 cv de potência e 38,7 kgfm de torque. Para conter tanta força, a Volks aplicou tração integral no esportivo. Assim, ele acelera até 100 km/h em 4,9 segundos e atinge a velocidade máxima – limitada eletronicamente – de 250 km/h.
na gama do sedã. Como o próprio nome diz, o grande diferencial desta versão é a possibilidade de ser recarregado na tomada. No modo totalmente elétrico,
o sedã consegue rodar até 30 km. O motor elétrico de 108 cv e 34,6 kgfm fica na dianteira e manda força para as rodas da frente. O a combustão é um V6 de 3.5
litros com 332 cv e 48,9 kgfm responsável por mover apenas as rodas traseiras. O S500 Hybrid começa a ser vendido na Europa apenas em 2014. Fotos: Divulgação
Abelhuda – A RAM, divisão de picapes do Grupo Chrysler, levou para o evento Woodward Dream Cruise, em Detroit, nos Estados Unidos, um conceito bem inusitado. Inspirado por muscle cars da década de 1960, a marca mostrou o protótipo RumbleBee, baseado na RAM 1500 R/T. Com tração traseira e motor Hemi V8 de 5.7 litros e 395 cv de potência, a picape tem visual bem chamativo. A pintura é amarela, a suspensão rebaixada e a logo SpeedBee, ou abelha veloz, está espalhada pela carroceria. No interior, ainda há a pintura de uma abelha no seletor do câmbio automático. De matar – A Lamborghini está se especializando em criar produções extremamente limitadas de seus conceitos. Agora, a marca italiana confirmou que vai fazer nove unidades conversíveis do Veneno, superesportivo que surgiu em Genebra na versão fechada e que teve três exemplares produzidos. O preço vai ser proporcional à possibilidade de ver um Veneno Roadster na rua. Serão 3,3 milhões de euros, ou R$ 10,6 milhões de reais. O motor é um V12 de 6.5 litros e monstruosos 750 cv de potência. Prova dos nove – As fabricantes de automóvel continuam em sua eterna busca por melhores consumos de combustível. A Land Rover mostrou agora a linha 2014 do Range Rover Evoque que traz como grande diferencial a adoção de um câmbio automático de nove velocidades. Segundo a marca britânica, a transmissão desenvolvida pela alemã ZF diminui o apetite do motor em 11,4% e abaixa a emissão de poluentes em 9,5%. Se aliado ao motor 2.2 diesel, o consumo fica em 20,4 km/l. A Land Rover confirmou que o Evoque de nove marchas vai chegar ao Brasil, mas ainda não marcou data.
RAM 1500 RumbleBee
Problema de transmissão – A Chrysler convocou 1.877 unidades do Jeep Grande Cherokee feitos entre 2005 e 2010 para um recall. De acordo com a empresa, a falha é no atuador da caixa de câmbio que pode apresentar um problema elétrico que muda involuntariamente a transmissão para a posição “neutro” quando o carro é ligado. Assim, se o freio de estacionamento não estiver acionado, o carro pode se mover e acarretar acidentes. O reparo acontece nas concessionárias da marca e dura meia hora. Plugado – A Mercedes-Benz está dando bastante atenção aos híbridos na nova geração da Classe S. A marca alemã mostrou a S500 Hybrid Plug-in, o terceiro híbrido
Volkswagen Golf R
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Tapa na cara por Augusto Paladino/autopress Foto: Divulgação
Lançado em 2009, o Chevrolet Agile vai passar pela sua primeira renovação estética. O modelo, que chega no mercado argentino – onde é produzido – no fim do mês, teve as primeiras imagens e informações divulgadas pela fabricante. As fotos mostram que as principais mudanças v ã o se c o n c e n t r a r na dianteira. O Agile mantém a grade bipartida, porém, em proporção muito mais harmoniosa do que atualmente. Os faróis também estão menores e “encaixam” melhor com o visual do hatch. Por dentro, o Agile ganha um novos volante e padronagem de tecido dos bancos. O motor 1.4 continua o mesmo.
Chevrolet Agile
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Compartilhando por Augusto Paladino/autopress
A aliança Renault Nissan não costuma fazer o “rebadge”. Ou seja, pegar um carro já desenvolvido pela parceira e mudar o emblema para vender como um novo modelo. Porém, a ausência de um utilitário de baixo custo fez com que a Nissan se aproveitasse do Renault Duster para criar o Terrano. O modelo mantém as formas básicas do utilitário esportivo vendido por aqui e praticamente só muda faróis, grade e lanterna. Na frente, o Terrano traz a grade característica da Nissan e linhas retas. Atrás, as lanternas são maiores e invadem a área do porta-malas. Ao menos por enquanto, o novo SUV da Nissan vai ser direcionado apenas para o mercado indiano.
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Brutale 675 é a MV Agusta mais acessível mas mantém estilo e desempenho típicos da marca por Carlo Valente /AutoPress
A MV Agusta é uma das mais tradicionais marcas de motocicletas do mundo. E tem como sua marca registrada a produção de modelos de alto desempenho. Mas, em 2012, a empresa resolveu expandir um pouco sua área de atuação e aumentar sua lucratividade. Lançou a Brutale 675, uma naked de média cilindrada. A moto segue o estilo simples, peculiaridade do segmento, mas ostenta design caprichado digno da casa italiana. Além disso, a boa relação de 1,5 kg/cv e o preço a partir de 9.190 euros – o equivalente a R$ 30 mil – a transformam na porta de entrada para a marca. O apelo visual da Brutale 675 começa pelo fato dela seguir o mesmo estilo das nakeds maiores da marca, mas em escala reduzida. A conexão entre tanque, assento e cauda, é a mesma, o que confere à moto um aspecto de prontidão e agilidade. Há ainda soluções que contribuem não só para a aparência, mas para a funcionalidade, como o monobraço oscilante, que forma um interessante conjunto com o belo escape de três saídas. Logicamente, a ciclística não ficou em segundo plano. A Brutale 675 tem 167 kg de peso seco, com chassi feito em treliça com tubos de aço conectados a placas laterais de alumínio. A suspensão apresenta garfo invertido de 43 milímetros na frente e um monoamortecedor progressivo com 119 mm de curso com ajuste na pré-carga da mola. A naked é movida por um motor tricilíndrico de 675 cilindradas, que entrega 110 cv de potência a 12.500 rpm e torque de 6,6 kgfm, disponíveis às 12 mil rpm. O propulsor é acoplado a uma transmissão de seis velocidades. A moto é “domada” por um conjunto de freios com dois discos dianteiros de 320 milímetros e pinça radial Brembo de quatro pistões. Atrás, é equipada por disco simples de 220 mm e pinça de dois pistões da mesma marca. O modelo oferece também boa dose de tecnologia. O motor é gerenciado pelo sistema integrado de controle, que oferece quatro possibilidades de mapeamento – chuva, sport, normal e personalizado –, o que faz a naked se adequar às diferentes condições de condução. Traz ainda controle de tração com oito níveis de atuação. Quando o mecanismo detecta a possibilidade de derrapagem, interfere na abertura da válvula do acelerador e no avanço de ignição para restaurar a aderência da Brutale. Na Europa, a MV Agusta Brutale é oferecida em três cores – vermelha, branca e cinza. Há uma versão, equipada com o sistema EAS – transmissão eletronicamente assistida –, que permite que as trocas de marchas sejam feitas sem a necessidade de acionamento de embreagem, que custa 9.590 euros, cerca de R$ 31 mil. No Brasil, a moto é aguardada ainda para este ano e chegará através da Dafra, que cuida das operações da MV Agusta no país. Porém ainda não há confirmação de data nem preços para o modelo.
Primeiras impressões
Vicenza/Itália – Diante da MV Agusta Brutale 675, uma tarefa difícil é encontrar alguém que fique indiferente a sua estética. Mas a
melhor parte é mesmo montar na naked, graças à conveniente altura em relação ao solo de 0,81 metro, que permite colocar facilmente o pé no solo. As posições das pedaleiras e do guidão levam a uma postura ligeiramente inclinada para a frente e oferece facilidade no controle sobre a moto. Além disso, valoriza a agilidade do veículo, confortável tanto para urbano quanto na estrada. Um ponto negativo e que interfere no conforto é o calor emitido pelo motor. Em alguns momentos, a intensidade chega ao ponto de incomodar consideravelmente o condutor. Um eventual passageiro também não terá vida fácil na Brutale 675 em caso de trajetos longos. Porém, esses aspectos são atenuados pelo quase nulo nível de vibração do propulsor. A suavidade faz com que a vida na cidade seja bastante tranquila sobre a motocicleta. Apesar do bom desempenho, pilotar uma Brutale, mesmo que de média cilindrada, em ciclo urbano, é como manter um animal feroz preso numa jaula. Portanto, nada mais justo que uma avaliação também na pista. E, mesmo num pequeno circuito de kart, foi possível levar a motocicleta a seu limite e observar a intervenção do controle de tração. O sistema aparece sempre que necessário, mas de maneira minimamente invasiva. A Brutale 675 impressiona por conseguir combinar boa performance, controle e charme. O sobreaquecimento do assento e a ausência de um indicador de nível de combustível são dois problemas consideráveis. Mas ainda assim, a moto é uma boa opção para o uso diário ou em viagens de férias.
Ficha técnica
MV Agusta Brutale 675 Motor: A gasolina, quatro tempos, três cilindros, quatro válvulas por cilindro, 675 cm³, duplo comando no cabeçote e arrefecimento a ar. Injeção eletrônica com três mapeamentos. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 110 cv a 12.500 rpm. Torque máximo: 6,6 kgfm a 12 mil rpm Diâmetro e curso: 79,0 mm x 45,9 mm. Taxa de compressão: 12,3:1. Suspensão: Garfo invertido de 43 milímetros na frente e monoamortecedor progressivo com 119 mm de curso com ajuste na pré-carga da mola atrás. Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás. Freios: Disco duplo de 320 mm na frente e disco simples de 220 mm atrás. Oferece ABS de série. Dimensões: 2,09 metros de comprimento total, 0,73 m de largura, 1,38 m de distância entre-eixos e 0,81 m de altura do assento. Peso: 167 kg. Tanque do combustível: 16,6 litros. Produção: Varese, Itália. Lançamento: 2012. Preço na Europa: 9.100 euros, o equivalente a R$ 30 mil. Opcional: Transmissão eletronicamente assistida. Preço completo: 9.590 euros, o equivalente a R$ 31 mil.
Fotos: Divulgação
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Confirmado por Augusto Paladino/autopress Foto: Divulgação
A BMW confirmou a venda da peculiar Série 3 GT no Brasil. O misto de hatch e perua chega em outubro em versões de 280 e 245 cv, sempre com motor 2.0 turbo e câmbio automático de oito marchas. Os preços são de R$ 154 mil e R$ 184 mil, respectivamente. A grande diferença do GT para um Série 3 normal é na traseira. O novo carro é 20 cm mais comprido e 8 cm mais alto que o Série 3 sedã. Tudo para ganhar mais espaço no interior. O porta-malas, aliás, leva 520 litros, 25 litros a mais que a Série 3 Touring, a perua média da empresa alemã.
BMW Série 3 GT
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