713 Edição 11.10.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

11 Outubro 2013

Nยบ 713 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para pensar

Jornal do Meio 713 Sexta 11 • Outubro • 2013

A pnad e a educação por dESEMBARGADOR mIGUEL ÂNGELO bRANDI JR

Se olharmos o ranking de analfabetos por Estado, encontramos, entre as pessoas com 15 anos ou mais, 3.1 em Santa Catarina (menor índice), contra 21,8 em Alagoas (maior índice). O índice nacional ficou em 8,7%. Por faixa etária, a Pnad/2012 traz números não menos impactantes (apenas 2012): entre 15 e 19 anos de idade, menor indicador, 1.2 de analfabetos. Já na faixa etária de 60 anos ou mais, 24.4, o maior indicador. No indicador “analfabetismo funcional” (menos de 4 anos de estudos), o País apresentou índice de 18.3 em 2012, contra 20.4 em 2011, uma queda significativa. A Região Nordeste apresentou índice (2012) de 28.1;. As Regiões Sul e Sudeste, apresentaram os menores indicadores: 13.2 e 13.7, respectivamente. Mas ainda temos muita gente fora do mínimo de conhecimento estruturado. E precisamos recordar que a Constituição Federal de 1988, que completou dia 05 passado 25 anos de vigência, estabelece mínimos orçamentários destinados aos gastos com educação: a União, não menos de 18%; Estados e Municípios, nada inferior a 25%. Esses mínimos

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

Em virtude das férias do Mons. Giovanni Baresse, a coluna Para Pensar terá a colaboração do Desembargador Miguel Ângelo Brandi Jr. Novamente substituirei Monsenhor Giovanni durante suas merecidas férias. Abordo alguns dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2012. Tomo como referência a divulgação do Jornal “Estado de São Paulo”, edição de sábado, 12 de setembro de 2013, Caderno A 2. São aspectos que me chamaram atenção e sobre os quais proponho algumas provocações. Recordo que pesquisa é uma importante ferramenta de leitura da realidade, mas não pode ser tomada como parâmetro único, nem infalível. É apenas um instrumento. Começo pela Educação. O número de analfabetos (explicitados em porcentagens) parou de cair. Entre 2011 e 2012, a proporção de pessoas que não sabem ler e nem escrever aumentou ligeiramente: 8.6 para 8.7. Somam 13,1 milhões de brasileiros os analfabetos em 2012. Vendo um quadro entre os dados de 2004 e 2012, é possível encontrar, em porcentagens, 11.5 de analfabetos em 2004, 9.7 em 2009, 8.6 em 2011 (menor índice) e 8.7 em 2012. De ponta a ponta (20042012) uma houve redução.

Expediente

incidem sobre a arrecadação de impostos, compreendida (para Estados e Municípios) a receita proveniente de transferências doutros entes. A Pnad constatou, ainda, um outro problema: a manutenção de adolescentes nas escolas. Em 2012, ano da pesquisa divulgada, 98,2% das crianças entre 6 e 14 anos freqüentavam escola. Já na faixa dos 15 aos 17 anos, quando os jovens deveriam estar cursando o ensino médio, a presença na escola cai para 84,2% dessa população. O problema se agrava quando se olha a população entre 18 e 24 anos, a idade universitária: apenas 29,4% dessa população estudam. Ouvindo e lendo especialistas em educação, encontramos críticas de toda natureza e contra todos os aspectos. Faltam escolas; faltam professores; há reclamações destes quanto às condições de trabalho; as escolas sofrem a influência de dramas sociais aos quais elas não estão imunes, como a violência e o desinteresse pela aprendizagem entre os alunos; o descompromisso das famílias, entre tantos outros pontos. Há desafios imensos a serem enfrentados. Mas me dá a sensação de que a

maioria “espera medidas”, geralmente dos Poderes Públicos. Não assumimos atitudes pró-ativas. Existem instâncias participativas, a partir dos Municípios, em que a população tem acesso e pode participar. Inclusive integrando, por exemplo, Conselhos Municipais de Educação, de merenda e outros. E são organismos importantes, que influenciam (ou podem influenciar) na definição e implementação de políticas públicas (ações governamentais). Mas é um desafio que as pessoas convidadas (eleitas, ou indicadas) para integrar esses organismos, muitas vezes, abandonam o barco. Comparecem nos primeiros momentos, apresentam propostas, debatem, mas logo se afastam. Aliás, essa atitude tem sido freqüente em todos os organismos públicos de participação popular garantida. Penso que os desafios tornam-se maiores se não houver, de todas as comunidades educativas e de toda sociedade (olhando a educação pública) compromisso de participação. Das formas que estão disponíveis e daquelas ainda não disponíveis mas possíveis. E não pensemos que os desafios estão apenas nas escolas

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

públicas. Ledo engano pensar assim. O descompromisso na educação particular, ou privada, é também uma marca. Especialmente das famílias. Ou estão ausentes, ou mantêm uma relação puramente dentro da “lógica econômica”: eu estou pagando, eu quero/exijo isto e aquilo. Inclusive que “eduque” o(a) filho(a) “rebelde”. Educar, aqui, no sentido de controlar, de por limites, que os próprios familiares não têm e não sabem colocar. Oxalá os números da Pnad- apurados e amplamente divulgados, nos levem a refletir, todos, quanto aos desafios que a Educação brasileira nos traz e nos motivem ao compromisso. Miguel Angelo Brandi Júnior


saúde

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Câncer de ovário Estudo sugere técnica para detectar câncer de ovário em estágio precoce, doença é assintomática em fases iniciais e evolui para quadro mais grave em 75% dos casos, método usa exame de sangue para medir nível de proteína ligada a tumor e estima risco com ajuda de algoritmo

Por JULIANA VINES /FOLHAPRESS

Uma nova estratégia de rastreamento do câncer de ovário pode ajudar no diagnóstico precoce da doença, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira na revista “Cancer”. Hoje, não há exame que rastreie esse tipo de tumor precocemente do mesmo modo que, por exemplo, o papanicolaou identifica câncer do colo do útero. Além disso, a doença costuma não ter sintomas no início, o que faz com que 75% dos casos sejam diagnosticados em estágios avançados, segundo o Instituto Nacional de Câncer. A proposta do novo estudo, feito pelo MD Anderson Cancer Center (EUA), é usar dados de exames de sangue simples, aplicados a um algoritmo, para classificar mulheres em faixas de risco baixo, intermediário ou alto. Dependendo dessa classificação, as pacientes, mesmo sem sintomas, seriam encaminhadas à ultrassonografia transvaginal e, se necessário, à cirurgia. A pesquisa foi feita com 4.051 mulheres que já tinham feito a menopausa, quando o câncer é mais comum. Em 11 anos de acompanhamento, foram descobertos quatro casos da doença, um no estágio mais inicial. “Já é um avanço em relação ao que temos hoje”, diz o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein. “É um câncer raro, com sintomas que podem ser relacionados a outras doenças. Esse método é barato e pode evitar a realização de ultrassonografias desnecessárias.” marcador A estratégia do estudo é baseada em um cálculo que considera a variação do nível da proteína CA125 no sangue. A substância, que aumenta na presença de tumores malignos, é um marcador já usado no diagnóstico de câncer, mas de forma isolada, o que tem se mostrado pouco efetivo.

“O nível de CA125 pode subir por outras doenças que não câncer, como endometriose, e pode continuar normal em tumores em estágio inicial”, diz Glauco Baiocchi Neto, cirurgião oncologista do A.C.Camargo Cancer Center. Ao considerar a variação da proteína a partir de duas medições, o rastreamento ficou mais preciso. “Estudos já relataram que a variação da substância, mesmo dentro da normalidade, pode indicar risco aumentado do câncer.” Para Kaliks, a pesquisa não traz novidade: é uma validação de um modelo já proposto em outros trabalhos e não justifica uma

mudança na forma de rastrear a doença. “De qualquer forma é interessante. Acho que já vale a pena o ginecologista pensar em comparar o CA125 ano a ano, colocando nesse modelo que o estudo usou”, diz. Na opinião do oncologista Jesus Paula Carvalho, do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), a estratégia só faz sentido se tiver impacto na redução da mortalidade. “Ainda precisa ser provado em um estudo grande que isso teria um impacto na sobrevida a longo prazo”, diz. “Ao que parece, os casos foram diagnosticados

mais precocemente, mas não tanto quanto gostaríamos.” O estudo definitivo sobre o modelo, segundo os próprios autores do trabalho, será publicado em 2015 e está sendo feito com mais de 200 mil mulheres no Reino Unido.

Arqueologia

Drones são usados para mapear sítios no Peru. Arqueólogos estão usando drones (veículos aéreos não tripulados) para mapear e proteger sítios arqueológicos no Peru. O país tem mais de 13 mil sítios, apenas 2.500 já foram demarcados.


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Shel Almeida

Elas são Vice-Campeãs da Taça be porque não conseguimos apoio, as Paraná 2012, principal campe- pessoas devem achar que não temos onato interclubes de voleibol, nível para competição, que somos Vice-Campeãs dos Jogos Regionais amadoras. Mas se fossem assistir 2012 por Bragança na 2º divisão e nosso jogos, tenho certeza de que Campeãs dos Jogos Regionais 2013 iriam se interessar”, completa Jéssica. por Mococa, título que fez a cidade “Tem gente que acha que deveríamos subir para a 1º Divisão. E esses são arrumar emprego ao invés de vender apenas as conquistas mais recentes. as canetas. Não veem o vôlei como No momento estão participando do profissão”, comenta Camila. De acordo Campeonato Estadual da Federação o técnico Messias Diogo dos Santos Paulista de Voleibol e da Copa Itatiba. as atletas do time Nova Geração têm No final do mês começam a competir na nível técnico para jogar em qualquer edição 2013 da Taça Paraná. E mesmo time, mas por acreditarem em um assim, o time de Vôlei Feminino Nova ideal comum, continuam na equipe. Geração não recebe nenhum patrocínio “Se tivéssemos apoio ou patrocínio particular ou apoio financeiro do poder poderíamos evitar a exposição delas. público. As jogadoras Ana Carolina As pessoas na cidade conhecem o time Pestana de Oliveira, Bruna de Olivei- porque elas vendem canetas no farol. ra, Camila Santos de O que elas precisam é Jesus, Cecília Capuci de investimento e Cunha, Chrystine Klein As pessoas na cidade conhecem reconhecimento. Mas dos Santos, Érica de o time porque elas vendem chegamos em uma Fátima Santos, Jésem que tencanetas no farol. Mas o que situação sica Souza Mendes, távamos arrecadar Joice Paloma Faria, elas precisam é de investimento fundos da maneira Karyn Klein e Luara e reconhecimento que fosse possível ou Zolinger, além de se parávamos de comMessias preocuparem com petir. Até já fizemos as competições, precisam também se porco no rolete pra arrecadar verba. preocupar em como arrumar dinheiro Já vimos outras esquipes passarem para participar. Quando a situação pela mesma experiência e decidimos chegou ao limite, elas não pensaram agir de alguma forma. Decidimos por duas vezes e começaram a arrecadar vender canetas, porque só pedir não fundos de uma maneira inusitada adianta, as pessoas querem alguma e pouco convencional para atletas: coisa em troca. E isso tem nos trazido vendendo canetas em faróis da cidade. retorno. É assim que conseguimos nos “Chegamos ao ponto de fazer algo que manter em competições”, desabafa. não imaginávamos, pra poder continuar jogando”, diz Érica. “Enquanto atletas de outros times estão treinando, nós Além do que arrecadam com as estamos tentando arrecadar dinheiro canetas, o time tem apoio de no farol”, fala Karyn. “A gente não sa- alguns comércio da cidade, que

Mesmo com todas as dificuldades, time têm se destacado nas competições que participam.

Apoio

Time perdeu atletas por falta de apoio. Das 16 meninas que começaram o ano, 10 permaneceram.

Enquanto atletas de outros times estão treinando, nós estamos tentando arrecadar dinheiro no farol.


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Por ter que se preocupar em como arrumar dinheiro para poder competir, time acaba sendo afetado psicologicamente. Mesmo assim, sempre alcança ótimo resultados.

colaboram com valores simbólicos quadra para poder treinar. E, como o mensalmente. Elas também con- dinheiro que arrecadam com as canetas seguiram apoio com fisioterapia e e os pequenos apoios não é suficiente, alimentação, em troca de divulgação. quando o treino acaba, normalmente Hoje o time tem 10 atletas, com ida- às 23h, elas voltam a pé para a casa, de entre 16 e 20 anos, que vieram de na Vila Aparecida. “Isso é um probleoutras cidades em busca do sonho de ma, porque a maioria delas estuda de se tornarem jogadoras profissionais manhã. Até chegarem em casa, todas de voleibol. Mas nem todas ficam: no tomarem banho, comerem, vão dormir começo eram 16 garotas. “Perdemos mais de meia-noite. Quando chove ou atletas por falta de apoio. Faz 5 anos quando elas têm prova no dia seguinte, que estamos tentando montar um eu dou um jeito de alugar uma van pra projeto de vôlei na cidade mas, até vir buscá-las”, fala Messias agora, o que mudou foi muito pouco”, explica a auxiliar técnica Cristina Klein dos Santos. Em 2008 o time, que Mesmo com todas as dificuldades, as treinava em Bom Jesus dos Perdões, meninas não desanimam. Nesta sexta, recebeu a proposta da Prefeitura de dia 11/10, elas jogam contra o Esporte Bragança Paulista para virem treinar Clube Pinheiros, de São Paulo, aqui em na cidade. No entanto, a equipe não Bragança, disputando a quarta de finais recebeu o apoio que imaginava. O time do Campeonato Paulista. E já estão masculino, por exemplo, se encontra treinando para a Copa Paraná, que apenas nas competições, por não ter começa ainda em outubro. “Se a gente estrutura para residirem na cidade. vende caneta no farol é porque a gente As meninas vivem em um alojamento, quer jogar. A gente vai fazer o que for preciso pra continuar junto com a equipe competindo”, falam. técnica, pago do próprio bolso. Treinam Se a gente vende caneta no “Essa preocupação em apenas no período farol é porque a gente quer como arrumar dinheiro noturno, no Ginásio jogar. A gente vai fazer o que para poder jogar é uma do Jardim Recreio, for preciso pra continuar preocupação que elas não deveriam ter. Elas por falta de horário deveriam se preocupar para elas, durante competindo Equipe apenas em jogar. Mas o dia, em qualquer dependemos 99% de ginásio da cidade. De acordo com Messias, ele tem con- doações e solicitações das meninas. versado com a Prefeitura, por meio da Isso tudo afeta o psicológico do time. Secretaria de Juventude, Esportes e Se pensar que com todos esses proLazer, sobre um possível apoio para blemas elas se destacam, imagine se o próximo ano. No momento, o único elas tivessem o patrocínio e o apoio apoio é o uso do espaço para treino. E que esperam?”, analisa Messias. O o que o Jornal do Meio pôde verificar time feminino de vôlei Nova Geração foi a precariedade do ginásio onde as espera há seis anos pelo reconhecigarotas treinam. Não há, sequer, um mento e apoio que merecem mas, ao bebedouro. O único lugar possível que parece, as intenções são boas, mas para se tomar água é uma torneira, as promessas são sempre para depois. que se encontra na beirada de uma Essas atletas precisam de apoio das arquibancadas e que fica a ape- agora, e não para esse “ano que nas alguns centímetros do chão. Os vem”, que nunca chega. banheiros parecem ser mal cuidados e não têm qualquer estrutura de vesO jogo do time Nova Geração tiário. Metade das lâmpadas do local contra o Esporte Clube Pinheiros, estão queimadas e, segundo Messias, acontece hoje, dia 11 de outubro, se não houver manutenção por parte às 19h30 no Ginásio do Jardim da Prefeitura, o time precisará arcar Recreio. Compareça! Prestigie! com as despesas para evitar que, em Se você tem interesse de apoiar jogos com outras equipes, não receba o time de alguma maneira, entre multa por parte da Federação de Vôlei em contato com o técnico Messias pela falta de estrutura mínima, como pela número:(11) 9 6191-8928 as luzes. De acordo com as meninas, elas mesmas já precisaram limpar a

Confiança

Atletas da equipe têm entre 16 e 20 anos e vierem para Bragança com o sonho de se tornarem profissionais.

O time de Vôlei Feminino Nova Geração não recebe nenhum patrocínio particular ou apoio financeiro do poder público.

O time Nova Geração têm nível técnico para jogar em qualquer time, mas por acreditarem em um ideal comum, continuam na equipe.


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Casos e Causos

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Juro que é verdade Por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE

Uns 12 anos atrás quando surgiu o pitbul no Brasil, muita gente nunca tinha visto um, e na praça eu explicava que era um cachorro vigoroso, mas pequeno, e que ele tinha índole agressiva, mas que muitos atacavam porque alguns donos tinham tal temperamento. Nisso, por coincidência, veio um cara fortíssimo com um pitbul na coleira e eu o chamei. Todo mundo viu o cão e fez perguntas e o cara respondia a distância,para o cão não atacar. Daí o rapaz falou: EU TENHO OUTRO LÁ EM CASA.

Perguntei: O OUTRO É AFÀVEL? Ele respondeu: NÂO...O OUTRO È BRANCO.

JURO QUE É VERDADE II

Estava na Câmara Municipal, quando me trouxeram um calhamaço de mais de 700 páginas para eu assinar uma a uma. Notei que 5 outros colegas já tinham assinado. Após assinar umas 200 folhas, fiquei com preguiça e perguntei ao funcionário: O QUE ACONTECE SE EU NÂO ASSINAR? A resposta foi imediata e muito esclarecedora; VAI FICAR SEM SUA ASSINATURA.

JURO QUE È VERDADE III

Eu, como professor, aplicava prova de Direito Penal numa sala do segundo andar da faculdade. A prova estava no fim e eu estava sentado ao lado da janela. Os alunos iam terminando a prova e a colocavam na mesa em frente à minha cadeira. Nisso uma estudante, com a prova na mão, fez uma pergunta inusitada: COLOCO AQUI NA MESA, PROFESSOR? Lembrando-me de um quadro humorístico chamado Tolerância Zero respondi: NÂO, NÃO.....JOGUE PELA JANELA QUE EU CONTRATEI UM CARA PRÀ FICAR LÀ EMBAIXO RECOLHENDO PRÁ MIM

JURO QUE È VERDADE IV

Indicaram um filme de suspense pro meu amigo Sérgio Morbidelli e ele foi à locadora para alugar. Deu o nome do filme: AVISO PRÉVIO, mas ninguém (nem as balconistas, nem o Diné que era o dono da locadora) achou um filme com esse título. Sérgio garantiu que o amigo dele havia alugado o filme lá dias antes. Daí, o Diné perguntou sobre o que era o filme e o Sérgio explicou que o ator era o Sean Connery (não sei se é assim que se escreve) e era sobre um condenado a pena de morte. Diné começou a rir e voltou com o filme... Não era AVISO PRÉVIO e sim, JUSTA CAUSA.

Nem musa nem donzela

Cansadas de damas em perigo e personagens hipersexualizadas, mulheres pedem tratamento mais igualitário dentro e fora dos videogames Por ANDERSON LEONARDO/folhapress

Pare e pense por um instante: você conhece quantos jogos eletrônicos estrelados por mulheres, heroínas fortes e marcantes? A resposta está nas prateleiras das lojas, físicas ou virtuais: poucos. No fim de 2012, a firma de consultoria especializada em games EEDAR (Electronic Entertainment Design and Research) analisou 669 títulos com protagonista de gênero reconhecível e descobriu que apenas 300 deles traziam a opção de escolher ou criar uma personagem feminina. Mais: do total de jogos pesquisados, apenas 24 (menos de 4%) tinham mulheres como protagonistas exclusivas. Desde o início dos videogames, a grande maioria dos jogos coloca a mulher como personagem secundária, sendo ela apenas parte do cenário ou dependente de um homem. Nesse último caso, ela não passa de uma assistente do herói ou uma donzela a ser resgatada do mal. A franquia da Nintendo “Super Mario”, uma das mais populares da história, é o exemplo mais didático de uma das formas como o sexo feminino costuma ser retratado nesse universo. No jogo original, inspirado no marinheiro Popeye e no longa-metragem “King Kong” (1933), o astro é um encanador bigodudo que precisa resgatar sua namorada Pauline das garras de um gorila. Pauline surgia, em 1981, como a primeira donzela em perigo dos games. Desde então, tal fórmula narrativa seria reproduzida incansavelmente não só nas sequências de “Super Mario”, mas em inúmeros outros títulos. Além de frágeis, indefesas e incapazes de se cuidar sem a ajuda da figura patriarcal, há outro estereótipo propagado em larga escala pelo setor, da mulher como mero objeto sexual. Para chamar a atenção do público masculi-

no, que ainda corresponde à maior parcela dos jogadores, a indústria aposta em personagens sexualizadas, que têm atributos muitas vezes exagerados e vestem roupas curtas, coladas e decotadas. Esse tipo de representação é visível em games de quase todos os gêneros, especialmente nos de luta, como na série “Dead or Alive”. Cansadas de serem retratadas por clichês considerados sexistas, jogadoras têm lutado por mais histórias protagonizadas por mulheres e um tratamento mais humanizado de tais representantes. “Ao entramos numa história, queremos nos sentir parte dela. E não consigo me enxergar nesse padrão de mulher que os homens querem ver”, afirma a recepcionista de hostel Carolina Stary, 20. Para elas, games não mostram retratos diversos da mulher Cultura sexista e predominância masculina na indústria contribuem para isso, diz consultora do setor. Estúdios começam a criar personagens femininas diferentes, mas iniciativas ainda são poucas. por ANDERSON LEONARDO

Stary faz parte de uma comunidade crescente e ainda vítima de preconceitos no mundo dos jogos eletrônicos: a de meninas gamers. Estudos realizados no ano passado mostram que as mulheres já respondem por quase metade da população de jogadores em mercados como EUA, Reino Unido e Brasil. Mesmo assim, os estúdios continuam destinando grande parte de seus títulos para os homens, colocando garotas em segundo plano e caracterizando-as a partir de um olhar machista. Na visão do mercado, essa é uma lógica que traz poucos riscos e, consequentemente, uma receita maior, como indicou o diretor-executivo da EEDAR (Electronic Entertainment Design and Research) Geoffrey Zatkin em entrevista ao site “The Penny

Arcade Report”, em novembro. Ainda em sua pesquisa sobre gêneros, a EEDAR revelou que jogos eletrônicos vendem 75% mais quando possuem só protagonistas masculinos. Mas o marketing também conta. Games estrelados exclusivamente por mulheres recebem apenas metade da verba que os outros têm para divulgação na mídia. Segundo jogadoras e estudiosas, esse cenário é reflexo de um comportamento machista e da predominância funcionários homens na indústria dos videogames. “As pessoas dizem que os jogos não são realistas, mas, em geral, eles mostram o lugar da mulher na nossa sociedade”, diz Mattie Brice, 26, consultora e crítica de videogames em San Francisco. A paulistana Maíra Testa, 24, é designer de jogos e, nas empresas pelas quais passou, o sexo oposto compunha sempre a maioria. “Já trabalhei com muitas garotas no setor de design. Mas em programação, por exemplo, quase não há não mulheres”, relata. “[Essa área de games] é um meio muito masculino ainda.”

Mudanças

Apesar da perspectiva negativa, existe um consenso de que a situação está começando a mudar, mesmo devagar. Jogos como “Mirror’s Edge” e o novo “Tomb Raider” colocam a mulher no papel principal e são mais realistas. O blogueiro de games Carlos Viana, 27, é a favor dessa evolução: “Existem, sim, jogos apelativos. Infelizmente, a maioria dos estúdios quer dinheiro, e mulheres em trajes vulgares são rentáveis.” “O videogame precisa ser uma mídia inclusiva”, diz Ivelise Fortim, professora de psicologia da PUC-SP e pesquisadora do tema. “Ele tem que espelhar a diversidade que existe na vida cotidiana.”

Garotas gamers relatam sofrer discriminação

Ser mulher e consumidora de jogos eletrônicos não é tão simples como deveria ser. Insultos e ameaças movidos por discriminação sexual são comuns na vida de garotas gamers. Para a designer de jogos Maíra Testa, uma sociedade “machista” preserva a noção de que videogame é coisa de homem. “Eles ainda acham que não sabemos jogar, que não temos habilidade para isso.” O blog “Fat, Ugly or Slutty” (gorda, feia ou vagabunda, em tradução livre) possui um registro extenso de ofensas sexistas reunidas por jogadoras pelo mundo. Os insultos vão de mensagens de texto pedindo-lhes para “retornarem à cozinha” a arquivos de áudio com conteúdo pornográfico e ameaças de morte e estupro. Para escapar do assédio, algumas jogadoras evitam falar ao microfone durante uma partida on-line ou usar nomes de usuário que identifiquem seu gênero. Denunciar os abusos para os administradores do jogo? “É muito difícil, porque normalmente também são caras que acham isso tudo normal”, diz a jogadora Carolina Stary. “Eles não veem isso como ofensa. Para eles, é engraçado.” A publicitária Danielle Cruz, 27, conta ter percebido uma vez que os homens costumavam abandonar os servidores do game de tiro “Left4Dead” em que ela entrava para jogar. “Comecei a usar o perfil do meu namorado e eles não saíam mais”, conta. Na internet, descobriu que garotos planejavam esse tipo de boicote na presença de alguém do sexo oposto. “Ridículo, não é? Devo jogar melhor que muitos deles ali”, brinca. Maíra Testa


SPASSU da Elegância

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As alianças dos noivos Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão

Presentes em quase todos os rituais de casamento, as alianças têm raízes tão antigas quanto o mundo. Sua forma circular significa devoção sem fim e nos lembra da indissolubilidade da união. Como o próprio nome indica, é uma aliança profunda e um pacto feito entre dois corações que se amam. Essas alianças, que serão abençoadas e trocadas durante o ato religioso, hoje podem ser de formas e materiais diversos. As formas mais clássicas são as alianças meio arredondadas ou abaloadas ou então completamente achatadas. Algumas ainda podem vir com pedras preciosas, de acordo com a personalidade e gosto dos noivos. Mas acima de tudo, a aliança deve simbolizar o amor e a união que você deseja para a vida toda!!! Algumas pedras preciosas possuem um significado, inspire-se para escolher a sua: Brilhante: amor eterno Rubi: Paixão incandescente Esmeralda: amor sincero e verdadeiro Água-Marinha: coragem, energia, casamento feliz Safira: Afasta a inveja e traz esperança Turmalina: Grande paixão não-revelada Topázio: Fidelidade Turquesa: Prosperidade e harmonia, poder de afastar o ciúme Granada: Alegria Ágata: Abundância de felicidade Mande suas sugestões para nosso e-mail, spassuplazanoivas@yahoo.com.br Podemos auxiliá-los em suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.


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Reflexão e Práxis

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Alianças políticas Por pedro marcelo galasso

É comum que criemos expectativas sobre alguns candidatos que surgem com salvadores ou redentores, como seres com capacidades e poderes excepcionais que os colocam, portanto, acima dos cidadãos comuns. A política brasileira é pródiga e rica neste sentido de uma forma tão contundente que inúmeras vezes a imagem deste tipo de candidato oculta seus posicionamentos, sua ideologia e, principalmente, o seu programa de governo e suas propostas para seu mandato. A forma é, aqui, muito mais importante que qualquer conteúdo. Até mesmo porque se todos os candidatos são iguais e se é sempre a mesma a prática dos políticos, o que os diferencia é exatamente a sua imagem. Além disso, todo candidato por mais prodigioso que seja, sabe que não pode se manter sozinho e, por isso, as alianças políticas são fundamentais para que a possibilidade do candidato ser eleito aumente. Entretanto, as alianças políticas

nem sempre seguem uma lógica de ações, de convicções e de posicionamentos políticos claros, se aproximando de uma (des)lógica de interesses comparado com a venda da alma ao diabo, imagem recorrente e onipresente no imaginário coletivo que, normalmente, não se ocupa da política com o mesmo interesses com o qual se interessa pelos famosos finais de novelas, finais de campeonatos ou fofocas do meio artístico. A expressão destas alianças por interesses compromete por antecedência o mandato, pois inúmeros cargos são oferecidos e negociados sem que as pessoas que atuarão sejam indicadas, ou seja, cargos, pastas e secretarias são oferecidos sem que antes as melhores pessoas ou as mais aptas sejam sequer cogitadas. Somado a isso, temos as coligações mais incoerentes e improváveis que também são formadas segundo interesses particulares ou específicos de cada partido sem que consideremos

as demandas sociais. O caso da última semana que envolveu uma das candidatas apontadas como uma possível presidenciável e que pretendia criar um partido, sem cumprir as determinações legais para tanto, é um exemplo importante e atual. Ao ver fracassar seu intuito, esta candidata se coligou com uma das figuras de um quadro político que ela, até antes da coligação, era crítica e que pegou todos de surpresa, ainda que tenha sido feito um discurso para explicar o inexplicável, o que é também uma prática política antiga e ainda muito utilizada. Eis aí um exemplo de uma figura política que surge como redentora, mas que abraça as antigas práticas e atalhos políticos, pois podemos criticar a lei e, por direito, tentar mudar esta lei e não encontrar meios jurídicos ou usar figuras públicas para burlar ou forçar a aceitação de algo que não cumpriu o que é estabelecido. Várias críticas são feitas contra a democracia brasileira e a sua Constituição, que

comemora 25 anos, mas pouco se diz acerca daqueles que deveriam ajudar a efetivar aquilo que esta Constituição, muito bem escrita, prescreve e pretende para o nosso país, mas se a classe política e os cidadãos não respeitam leis básicas e, por isso, fundamentais para a nossa vida social e de fácil entendimento, por dependerem tão somente do bom senso e da nossa boa vontade, além de não exigirem conhecimento jurídico, como culpar a Constituição e os ideais que ela encerra? A aliança política desta semana deve nos servir de alerta para algo muito simples – a Política brasileira segue a lógica da vitória e do poder a todo custo e a qualquer preço. Caso haja alguma dúvida basta fazer a seguinte reflexão: não é isto o que assistimos em Bragança Paulista neste momento? Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

antenado

Don DeLillo flagra crises

desastres sem saída Primeira coletânea de contos do escritor americano, autor de ‘Submundo’, reúne histórias escritas entre 1979 e 2011

Por ALCIR PÉCORA /folhapress

“O Anjo Esmeralda”, de 2011, é a primeira coletânea de contos de Don DeLillo, escritor, ensaísta e dramaturgo, filho de italianos, crescido no bairro do Bronx, em Nova York, cenário de várias de suas histórias. Os contos cobrem um período que vai de 1979 a 2011. O volume está dividido em três partes, que parecem mais cronológicas que estilísticas, mas admitiriam hipóteses temáticas vagas como “lugares remotos”, “catástrofes” e “monomanias em suportes diversos”. Dou um esboço da coisa. Na primeira parte, há duas histórias: a primeira sobre um escritor em trânsito no Caribe que, entre idas e vindas ao aeroporto para conseguir um voo, troca de mulher e tem uma espécie de visão edênica. A outra é sobre dois astronautas que, em meio à terceira guerra mundial, mergulham num transe mudo catalisado pela visão da Terra. Na segunda parte, são três histórias. Uma, sobre o testemunho impreciso de um praticante de corrida no parque a respeito do rapto de uma criança; outra, em torno do pânico de uma estrangeira vivendo em Atenas diante de uma sucessão de terremotos. Segue-se o relato que dá título, com justiça, ao volume, pois é o mais cru e tocante de todos. Narra o estupro e assassinato de uma menina de 12 anos, que vivia sozinha num lixão clandestino de material hospitalar, e cuja imagem, depois de morta, se duplica: surge num grafite na parede de um cortiço vizinho e no canto escuro de um outdoor de suco de laranja. O último bloco abre com a história de uma mulher que visita sucessivamente um museu apenas para observar o ciclo de pinturas de Gerhard Richter sobre a morte na prisão dos jovens militantes do Red Army Faction, mais conhecido no Brasil como grupo Baader-Meinhoff. Na sequência, vem o conto de dois universitários a confrontar hipóteses e

sensações sobre o que ouvem nas aulas de lógica e o que vislumbram nas ruas, e, depois, o de um homem numa prisão para criminosos de colarinho branco, cujas filhas pequenas protagonizam um programa infantil de TV dedicado a explicar (ou encenar) a crise econômica. O conjunto fecha com a história de um homem de memória e fala precárias, que organiza toda a sua existência em torno de seguidas sessões diárias de cinema e que, certo dia, cisma de seguir uma mulher que faz o mesmo que ele. Essas pinceladas dos enredos talvez ajudem a perceber que, apesar da variedade dos assuntos, os contos preservam

uma estranha semelhança em família. Por vezes, tão íntima que se pensa estar lendo uma novela, cujo nó enfeixa os episódios de cada um dos contos.

Mas qual pode ser esse nó de tantas pontas?

Para começar, há a construção de uma estrutura de trivialidade sobre uma situação de crise social importante. Intensificam-se os presságios de um desastre iminente, sem margem para fuga. Quando ocorre, o evento destrutivo abre certa dobra temporal, semelhante à irrupção de um espaço onírico, mas objetivamente manifesta em imagens mórbidas, vozes lon-

gínquas, gestos descontinuados ou, enfim, obras de arte. Embora impotentes para evitar a dor, tais irrupções funcionam como instalações conceituais no meio da catástrofe. Ou quase, pois são apenas insinuações de partilha no absurdo, perdão no crime, calma no desespero. Alcir pécora é professor de teoria literária da Unicamp e autor de “Máquina de Gêneros” (Edusp). O anjo esmeralda Autor: Don DeLillo Editora: Companhia das Letras Tradução: Paulo Henriques Britto Quanto: R$: 44 (224 págs.) Avaliação: ótimo Foto: Divulgação

Ilustração de Bernardo França para a resenha do livro Anjo Esmeralda, de Don Delillo


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Foi com muita alegria que fotografei o casamento desse londo casal, Marília e Alan. Duas pessoas

divertidíssimas e queridas que fizeram do casamento um verdadeiro acontecimento. O making of da Marília foi no salão do Thiago onde os profissionais deixaram Marília maravilhosa de noiva. Enquanto isso Alan esperava a chegada da amada na igreja do Rosário acompanhado pelos familiares e amigos. Ele estava ansiosíssimo, quem o conhece sabe do que eu estou dizendo, rs.... O que interessa é que foi uma noite maravilhosa onde todos estavam ligados no amor desse casal. Uma cerimônia muito emocionante em todos os sentidos. Um destaque que achei maravilhoso foi a benção que um deu para o outro. Foi lindo! A saída do casal foi cheio de alegria e muitos votos de felicidade. Na sequência fomos até o hotel Santo Agostinho na suíte do casal para tirarmos algumas fotos enquanto os convidados seguiam para o salão de festas do Clube Literário onde o casal ofereceu uma deliciosa festa. A pista de danças ficou por conta da Banda Pires que caprichou na animação da galera. Eu pude ver o quanto esse casal é querido por todos. Foi uma festa maravilhosa e os dois aproveitaram até o final. Mais um dia muito bacana que guardo comigo.

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Com transmissão automática de seis velocidades, Chevrolet Prisma LTZ ganha competitividade por MICHAEL FIGUEREDO/autoPress

Por décadas, o consumidor brasileiro manteve um certo distanciamento dos câmbios automáticos. Pagava-se caro para contar com o equipamento, tido como artigo de luxo num passado ainda recente. No entanto, o trânsito cada vez pior das grandes cidades fez a transmissão automática ganhar relevância como um importante item de conforto. De olho na demanda, diversas marcas começaram a popularizar a oferta. Hoje são raros os modelos que disponibilizam apenas câmbio mecânico. O Prisma era um deles. Porém, para a linha 2014, a Chevrolet introduziu um câmbio automático de seis velocidades no sedã compacto e melhorou o recheio da configuração topo do modelo, a 1.4 LTZ. Desse modo, aumentou a competitividade do Prisma diante das versões “top” dos rivais. A proposta da marca é oferecer transmissão automática pelo preço de uma automatizada. O equipamento adiciona R$ 3 mil à configuração LTZ e eleva o preço do Prisma a R$ 49.990. Praticamente a mesma diferença cobrada pelas versões sem pedal de embreagem dos concorrentes Volkswagen Voyage, Fiat Grand Siena e Hyundai HB20S – R$ 2.730, R$ 2.020 e R$ 3.200, respectivamente. No entanto, os dois primeiros são automatizados – ou seja, câmbios mecânicos com mudanças robotizadas – e o da marca coreana, que também é automático de fato, com conversor de torque, é uma caixa antiga de quatro marchas. Mais moderna, a transmissão da Chevrolet é uma evolução da oferecida nas linhas de Cruze, Cobalt e Spin. Está disponível também na versão intermediária 1.4 LT do sedã e ainda no hatch Onix. A nova transmissão explora bem o motor. O 1.4 usado é o Família I com alterações em peças como pistões e bobinas que reduziram o atrito e deixaram o propulsor mais leve. A unidade de força tem basicamente os mesmos números de desempenho da versão acoplada ao câmbio manual – a mínima diferença está na aceleração de zero a 100 km/h, cumprida em 10,1 segundos pelo Prisma automático – tempo 0,6 segundo mais rápido que o da versão manual. Gera 98 cv de potência com gasolina e 106 cv com etanol. O torque é de 12,9 e 13,9 kgfm, respectivamente, a 4.800 rpm. Além do conforto proporcionado pela nova transmissão, outro fator que embala as vendas do Prisma é o design. O porte robusto combinado ao perfil com o para-brisas bem inclinado e o porta-malas curto cria um aspecto esportivo. A frente, derivada do hatch Onix, traz a atual identidade visual da Chevrolet com a grade bipartida e os faróis avantajados. Os vincos do capô sugerem agressividade. A lista de equipamentos do Prisma LTZ traz itens como airbag duplo, ar-condicionado, trio elétrico, ABS e direção hidráulica, além de computador de bordo, rodas de liga leve de 15 polegadas e faróis de neblina. Além, é claro, do já conhecido sistema de entretenimento MyLink, que continua a ser um dos principais argumentos de vendas da linha compacta da Chevrolet.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.4 não faz muito esforço para puxar os 1.079 kg do Prisma LTZ automático. Não dá para dizer que sobra vigor, mas o sedã acelera com disposição. A transmissão automática de seis velocidades desenvolve um trabalho competente junto ao propulsor. Nas retomadas acima dos 80 km/h, a redução de marcha poderia ser mais ágil. Nota 8. Estabilidade – O Prisma chama a atenção pelo equilíbrio. Quase não se sente a carroceria rolar e, nas curvas, predomina a sensação de controle sobre o carro. Isso se repete tanto numa tocada mais pacata, na cidade, quanto em velocidades mais elevadas. Nota 8. Interatividade – O MyLink é uma das principais atrações do Prisma LTZ. O sistema controla diversas funções de entretenimento, como rádio com funções CD/MP3/ USB/Bluetooth/iPod, além de funcionar como uma extensão de alguns aplicativos para smartphones. Não é necessário muito estudo para aprender a operar o equipamento. A visibilidade do Prisma é boa à frente e razoável para a traseira, devido à inclinação do teto em direção ao terceiro volume. Todos os comandos mais importantes do carro estão bem posicionados e o uso é intuitivo. A leitura do painel de instrumentos é bastante clara. Nota 8.

Consumo – A Chevrolet não cedeu nenhuma unidade do Prisma automático para o InMetro fazer medições. Abastecido com gasolina, o computador de bordo do sedã registrou uma média de 9,1 km/l em trajeto misto. Nota 7. Conforto – O sedã oferece espaço interno coerente com o que se espera do segmento de compactos. Há espaço de sobra para as pernas, os ombros e cabeças dos ocupantes dos bancos da frente. A densidade dos estofados também agrada, assim como o trabalho feito pela suspensão. O conjunto absorve bem os desníveis do solo. O isolamento acústico é eficiente e pouco se ouve do motor e do ambiente externo. Nota 7. Tecnologia – O motor do Prisma não é novo. Trata-se de uma atualização do Família I, propulsor introduzido no Brasil sob o capô do Corsa, em 1994. Em compensação, o carro é construído sobre uma plataforma nova – a GSV, sigla em inglês para veículos compactos globais. A transmissão também tem concepção recente, assim como o conjunto suspensivo. Para completar, a versão LTZ do sedã oferece boa lista de equipamentos de série, com itens como trio elétrico, sensor de estacionamento traseiro e o sistema MyLink. Nota 8. Habitabilidade – O ângulo de abertura das portas facilita bastante a entrada no carro, tanto na frente, quanto atrás. Há espaços para guardar todo tipo de objeto, desde os de acesso mais imediato, como carteira, telefone e trocados para pagamento de pedágios, por exemplo, até copos e garrafas. Nota 7 Acabamento – Não há requinte dentro do Prisma, embora o acabamento seja bem feito. Quase tudo é corretamente arrematado. Uma rara exceção são as alças das portas, que apresentam algumas rebarbas. Mas, na média, o resultado é correto. Nota 7. Design – As linhas do Prisma estão entre as menos conservadoras do segmento. A linha do teto cai em direção a traseira de modo que cria um perfil muito mais próximo de um cupê do que de um sedã. O terceiro volume é bastante discreto. A identidade visual da Chevrolet se faz presente na parte frontal, com a grade dividida horizontalmente e os faróis anabolizados. Mas as linhas estão mais proporcionais que as dos outros lançamentos mais recentes da fabricante. Nota 8. Custo/benefício – O Prisma não é dos sedãs mais baratos. E na versão topo, isso se evidencia ainda mais. Os R$ 49.990 pedidos pelo 1.4 LTZ automático colocam o sedã da Chevrolet entre os mais caros do segmento. Perde apenas para o Hyundai HB20S, que custa R$ 52.795 com motor 1.6 e oferece uma ultrapassada transmissão automática de quatro marchas. A lista traz ainda o Fiat Grand Siena com o automatizado Dualogic por R$ 44.080 – quase R$ 6 mil mais barato – e o Volkswagen Voyage I-motion, também automatizado, que custa R$ 48.920. Porém, nos dois modelos, as listas de equipamentos das versões de topo são bem mais limitadas que a do Prisma, fato que joga a favor do sedã da Chevrolet. Nota 7. Total – O Chevrolet Prisma 1.4 LTZ automático somou 75 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

O Prisma é um carro muito bem resolvido. Tem design inspirado, que impossibilita qualquer relação com a geração anterior. E, para completar, o interior também agrada. A lista de equipamentos também é convincente – principalmente pelo sistema MyLink, que deixa a vida dentro do carro bastante divertida. No entanto, faltava a opção de câmbio automático. E, quando a Chevrolet decidiu introduzir a caixa de seis velocidades, criou um conjunto realmente interessante. O trabalho realizado pela dupla motor/ transmissão agrada desde as primeiras marchas. O conjunto parece funcionar em melhor sintonia que na Spin, por exemplo, apesar da maior capacidade do motor da minivan. As marchas avançam conforme o esperado. Um pouco mais de suavidade nas trocas, porém, cairia bem. Dá para sentir alguns trancos, mas nada que chegue a incomodar ou atrapalhar o conforto. Dentro do Prisma, aliás, o ambiente é agradável. Os bancos recebem bem os ocupantes da frente e oferecem apoios laterais que ajudam a segurar o corpo nas curvas. Algo que também chama a atenção positivamente no sedã é o isolamento acústico, mesmo quando o motor opera numa faixa

mais elevada de rotações. Não sobra ruído na cabine para atrapalhar uma conversa em tom normal ou os acordes de guitarra reproduzidos com clareza e em boa potência pelo sistema de entretenimento MyLink. Outra virtude do Prisma é a estabilidade. O sedã atravessa trechos sinuosos sem perder o equilíbrio. Quando enfrenta situações cotidianas, ruas de pavimentação ruim ou no trânsito intenso, além de segurar bem o carro, a suspensão mostra bom ajuste também em relação ao conforto. E no anda e para das grandes metrópoles, a transmissão automática se revela uma grande aliada do conforto. Principalmente para a perna esquerda do motorista.

Ficha técnica

Chevrolet Prisma 1.4 LTZ automático Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Potência máxima: 106 e 98 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina. Torque máximo: 13,9 e 12,9 kgfm a 4.800 rpm com etanol e gasolina. Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,1 e 10,5 segundos com etanol e gasolina. Velocidade máxima: 180 km/h. Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm.

Taxa de compressão: 12,4:1. Pneus: 185/65 R15. Peso: 1.079 kg. Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Freios: Discos na frente e tambor atrás. ABS de série. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,28 metros de comprimento, 1,71 m de largura, 1,49 m de altura e 2,53 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série. Capacidade do porta-malas: 280 litros. Tanque de combustível: 54 litros. Produção: Gravataí, Rio Grande do Sul. Itens de série: Airbags frontais, freios ABS, banco do motorista com ajuste de altura, direção hidráulica, chave canivete, direção com ajuste de altura, travas e vidros elétricos, alarme, protetor de cárter, faróis com máscara negra, lanternas escurecidas, rodas de liga leve em 15 polegadas, ar-condicionado, faróis de neblina, MyLink, vidros traseiros e espelhos elétricos e computador de bordo. Preço: R$ 49.990. Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias


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automotivas por Augusto Paladino/autopress

Novidade comedida – A Fiat deu provas de que não pretende tirar o Palio Fire Economy de linha tão cedo. O hatch ganhou, para a gama 2014, o pacote especial Italia, já oferecido para outros carros da marca. Ele engloba o kit Celebration 11, que inclui itens como ar-condicionado e travas e vidros dianteiros elétricos e direção hidráulica. Além disso, o pacote Italia adiciona emblemas alusivos à versão, conta-giros no painel e calotas exclusivas. No entanto, ainda não incorpora airbags frontais e freios ABS, ainda na lista de opcionais do modelo. O preço parte de R$ 31.580. Mudanças de peso – A Chevrolet lançou nos Estados Unidos uma nova geração para seus utilitários grandes. A família composta pelos Tahoe e Suburban, assim como os GMC Yukon, Yukon XL e Yukon Denali, manteve a arquitetura de carroceria sobre longarinas, mas adotou motores mais eficientes, aerodinâmica aprimorada e mais tecnologia e refinamento a bordo para a linha 2015. Sob o capô dos “grandões” funciona um V8 de 5.3 litros e 359 cv acoplado a um câmbio automático de seis marchas. Para tentar reduzir o consumo, a GM trocou a direção hidráulica por uma elétrica e fez as atualizações no design com melhorias na aerodinâmica em mente. Por dentro, a Suburban também ganhou mais equipamentos eletrônicos de conveniência e segurança, como airbag para o passageiro central da frente, aviso de mudança de faixa e bancos traseiros que rebatem e formam um piso plano. Galhos separados – Ao que tudo indica, a BMW irá manter a parcimônia sobre a linha “i”, de modelos mais eficientes da marca. Os i3 e i8 não deverão, por exemplo, ganhar variantes M. A justificativa é a distinção entre as propostas. Na ótica da marca, o i8 já é um esportivo nato e não deve, ao menos por enquanto, passar pelas mãos da preparadora Motorsport. Segundo a BMW, não faria sentido misturar as duas submarcas em um mesmo carro. Chamada restrita – A Jaguar convocou um recall em 68 unidades do sedã XF trazidas para o Brasil. O problema está na braçadeira de um dos tubos do intercooler que, segundo a marca, pode causar perda de assistência na direção e na frenagem, além de falhas no funcionamento do motor. Caso a peça se solte, haverá necessidade de esforço extra do motorista para acionar direção e freios. As unidades afetadas pelo recall

foram fabricadas entre julho de 2012 e maio de 2013. A Jaguar disponibiliza maiores informações pelo telefone 0800-7291420 ou pelo site da marca.

tinua o mesmo, assim como o motor, que segue o 1.4 litro de 102 cv com e 13,5 kgfm de torque. Os preços partem de R$ 32.390.

Virada discreta – A Chevrolet já mostrou a linha 2014 da picape Montana. A maior novidade está no interior, que ganhou um novo volante – de base achatada e com comandos no volante na versão Sport, a topo de linha. O modelo também incorporou à lista de série os airbags frontais e freios ABS nas duas versões, LS e Sport, além de nova padronagem dos revestimentos internos. A Montana Sport também possui novas rodas de liga-leve em 16 polegadas. Por fora, o visual con-

Dias negros – O mercado europeu realmente não dá sinais de melhora. De acordo com a ACEA, Associação Europeia dos Fabricantes de Veículos, foram vendidos em agosto 686.957 automóveis, queda de 4,9% em relação aos 722.458 do mesmo mês do ano passado. Os dados levam em conta os resultados dos 27 países da União Europeia e três de livre comércio – Noruega, Suíça e Islândia. As principais quedas são de Espanha, Holanda e França, todos na casa dos dois dígito. Fotos: Divulgação

Fiat Palio Economy Série Itália

Chevrolet Suburban


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Exercício para nota por AUGUSTO PALADINO/autopress Foto: Divulgação

A Lexus levou a Frankfurt o LF-NX, um crossover-conceito. O modelo foi feito para medir as reações a um design mais agressivo, que deverá estar nos próximos lançamentos da marca. Segundo o gerente do projeto, Nobuyuki Tomatsu, o LF-NX reúne traços de vários futuros projetos da L-Finesse, a atual linguagem de design da Lexus. O motor do conceito é uma adaptação do trem-de-força usado no sedã ES300h vendido nos Estados Unidos, com um 2.5 litros acoplado a um motor elétrico para produzir 203 cv de potência. Ele também não foi confirmado para a versão final do crossover.

Lexus LF-NX


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TnT R160 é a naked poderosa da italiana Benelli, que chega ao Brasil em outubro por Igor Macário/AutoPress

As boas vendas nos segmentos de motos de alta cilindrada não param de incentivar a vinda de novas marcas para o Brasil. Prova disso é a chegada de mais uma, a italiana Benelli, que irá apresentar seus produtos no próximo Salão Duas Rodas – que abre as portas no próximo dia 8 de outubro em São Paulo. A marca é a mais antiga fabricante de motocicletas italiana – foi fundada em 1911 – e desde 2005 é controlada pelo grupo chinês Qianjang. E terá quatro modelos, com cilindradas entre 899 e 1130 cm³, montados pela brasileira Bramont em Manaus, no Amazonas – a mesma que monta os utilitários da indiana Mahindra. Entre elas, a Tornado Naked TRE, ou TnT. O modelo foi testado na Itália em sua versão mais forte, a R160, novidade na linha 2013 da motocicleta. A motocicleta, no entanto, foi lançada em 2004 e mantém uma arquitetura tradicional. Tanto que não dispõe de qualquer sistema eletrônico de segurança, como freios ABS ou controle de tração – presentes em concorrentes mais modernas – e coloca nas mãos do piloto a sensibilidade de domar a força do motor. Sob o tanque de combustível rosna um três cilindros de exatos 1.131 cm³ trabalhado para produzir bons que 157,8 cv a 10.200 rpm e 12,2 kgfm de torque a 8.500 rotações. O propulsor é uma pequena jóia, com duplo comando de válvulas, árvores de contrabalanceamento para diminuir as vibrações do conjunto e injeção eletrônica. O único controle eletrônico é o botão “Power Control”, que muda o mapa de injeção e para uma configuração onde as respostas da moto ficam mais brandas em baixas rotações – sem, no entanto, limitar a potência –, facilitando a condução em condições menos bravas. O visual é bastante esportivo, com destaque para o escapamento visível, do tipo três em um, que desemboca numa saída única acima do espaço para a placa. A mecânica exposta confere bastante personalidade à TnT, e forte conexão com o desempenho proporcionado pelo motor. Chamam atenção também os grandes discos de freio com pinças da conterrânea Brembo – duplos, em formato de pétala e com 32 mm de diâmetro na frente e simples com 240 mm de diâmetro atrás. Envolvendo-os, largos pneus prontos para as pistas, com o traseiro de medida 190/50 R17, que pode ser expandida para 200/50. Na frente, sempre um de medida 120/70 em roda aro 17. São 205 kg de peso a seco e chassi tubular em treliças de aço, complementado por placas de alumínio reforçado na fixação da estrutura da suspensão traseira. As suspensões são os tradicionais garfo invertido na dianteira – da Marzocchi, com 50 mm de diâmetro – e braço oscilante ZF Sachs na traseira. Ambos possuem regulagens de extensão do movimento, compressão do amortecedor e pré-carga das molas. A Benelli terá duas concessionárias no Brasil até o fim de 2013 – uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Na Europa, ela custa 13.900 euros, equivalentes a R$ 41.960. Por aqui, a concorrência de modelos como a Triumph Speed Triple, que custa R$ 42.900, a Honda CB 1000R, de R$ 43.490 com freios ABS, a Kawasaki Z1000, vendida por R$ 46.990, e a MV Agusta Brutale 1090R, com preço fixado em R$ 49.900 – todas com desempenho semelhante à TnT-R160 –, deve nortear a faixa de preços praticados pela Benelli.

Primeiras impressões

por Carlo Valente do Infomotori/Itália

exclusivo para Auto Press

Vicenza/Itália – A ausência de controles eletrônicos na TnT-R160 torna a abordagem à motocicleta bastante naturalista. O ABS está nos dedos e o controle de tração no pulso do motociclista, o que dá um certo sabor de nostalgia que não tem preço, mas também faz com que a TnT seja encarada com certo temor. Esse receio, no entanto, passa assim que se dá a partida e antes de se engatar a segunda marcha, um sorriso já estampa o rosto do piloto. A posição de pilotagem é a esperada numa “naked”, com a parte superior do corpo ligeiramente inclinada e pedaleiras não tão recuadas para uma ótima sensação de controle. O motor surpreende pela plenitude na entrega de força mesmo em regimes baixos e médios, mas estica sem hesitação até a faixa vermelha do conta-giros – e passa até a impressão de estar pilotando uma superesportiva. A contrapartida, no entanto, é o alto consumo de gasolina, piorado pelo fato de ser difícil andar devagar com a TnT-R160. É uma moto muito estável e ágil, o que se traduz em facilidade de conduzir, mesmo com 157 cv extraídos do três cilindros. O único controle eletrônico, um botão “Power Control” que altera o comportamento da injeção, pouco interfere e deixa claro que o controle das reações da moto está exclusivamente nas mãos do piloto. Ela não chega a ser perigosa, mas a traseira se torna arisca quando se exagera no acelerador, mesmo com um diferencial de deslizamento limitado. A TnT exerce um certo fetiche em quem a pilota, com um ronco único e as emoções que pode causar num eventual uso diário. Ela, no entanto, não foi feita para pilotos pouco experientes, dado o comportamento mais explosivo e cru da motocicleta.

Ficha técnica

Benelli TnT-R160 Motor: A gasolina, quatro tempos, três cilindros, quatro válvulas por cilindro, 1.131 cm³, duplo comando no cabeçote com árvores de balanceamento e arrefecimento líquido. Injeção eletrônica. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 157,8 cv a 10.200 rpm. Torque máximo: 12,2 kgfm a 8.400 mil rpm Diâmetro e curso: 88,0 mm x 62,0 mm. Taxa de compressão: 12,5:1. Suspensão: Dianteira com garfo invertido Marzocchi de 50 milímetros na frente, com 120 mm de curso e regulagem hidráulica de extensão, compressão e pré-carga e traseira com braço oscilante ZF Sachs e amortecedor hidráulico com ajuste de pré-carga da mola e 120 mm de curso. Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/50 R17 atrás. Freios: Disco duplo de 320 mm na frente com pinça Brembo de quatro pistões e disco simples de 240 mm atrás e pinça Brembo de dois pistões. Não oferece ABS. Dimensões: 2,10 metros de comprimento total, 0,79 m de largura, 1,44 m de distância entre-eixos e 0,83 m de altura do assento. Peso seco: 205 kg. Peso em ordem de marcha: 215 kg. Tanque do combustível: 16 litros. Produção: Pesaro, Itália. Lançamento: 2004. Preço na Europa: 13.900 euros, o equivalente a R$ 41.960. O preço no Brasil não foi definido.

Fotos: Divulgação


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Aluno novo por Augusto Paladino/autopress Foto: Divulgação

A Kia confirmou que deverá produzir o conceito Niro, principal atração da marca no último Salão de Frankfurt. A versão de produção do estiloso utilitário compacto está em desenvolvimento conjunto entre as equipes de design e engenharia da Europa e Coreia do Sul, com previsão de lançamento para 2015. Ele irá concorrer diretamente com Ford EcoSport e, na Europa, Nissan Juke, Renault Captur e Opel Mokka. A plataforma é uma variação da usada no hatch compacto Rio. Sob o capô, um 1.6 litro de injeção direta com cerca de 145 cv. Os preços devem girar em torno dos 14 mil euros – cerca de R$ 42 mil.

Kia Niro

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Go grandão por Augusto Paladino/autopress

Não demorou para a Nissan ampliar o portfólio da Datsun, que foi recriada para oferecer modelos de baixo custo para mercados de países emergentes. O Go+ é uma versão alongada – com direito a terceira fileira de bancos – do hatch Go, e aposta em espremer sete lugares em apenas 3,95 m de comprimento. Plataforma, que é a mesma de Nissan March e Versa que serão fabricados no Brasil, e conjunto mecânico – um pequeno 1.2 litro e câmbio manual de cinco marchas – são os mesmos do hatch, assim como o acabamento espartano. O modelo será produzido na Indonésia e o preço por lá deve ficar abaixo dos R$ 15 mil.

Foto: Divulgação

Datsun Go+


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