714 Edição 18.10.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

18 Outubro 2013

Nยบ 714 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para pensar

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Expediente

Nunca nos comunicamos tanto por dESEMBARGADOR mIGUEL ÂNGELO bRANDI JR

quantidade de usuários ativos na rede, com 52,5 milhões de pessoas. A mesma matéria aponta serem 198 milhões os usuários nos Estados Unidos (1º colocado) e 60 milhões no Japão, 2º colocado. Os dados, de dezembro de 2012, são do Net Insight, estudo sobre a rede do Ibope Media. Segundo os dados disponibilizados, os brasileiros, em dezembro de 2012, gastaram, em média, 43 horas e 57 minutos navegando na rede. Na França, segunda colocada no ranking, esse tempo chegou a 39 horas e 23 minutos/mês. Depois aparece a Alemanha, com 37 horas e 23 minutos gastos por cada usuário/mês. Mas há outras maneiras, além da rede, para nos comunicarmos. Em abril passado, a Agência Nacional de Telecomunicações- Anatel, divulgou dados sobre telefones fixos e celulares, repercutidos pela Revista Exame. Segundo a Agência, o Brasil dobrou nos últimos quatro anos o número de aparelhos celulares, saltando de 126 milhões, em março de 2008, para algo em torno de 251 milhões, em março de 2013. São 128 linhas para cada 100 habitantes, ou seja: mais celulares que gente. Já o número de telefones fixos diminuiu 13% nesse mesmo período (últimos quatro anos), reduzindo de 35 para 30 milhões. Mas é curioso que a Anatel constatou que a quantidade de linhas instaladas (não necessariamente em uso portanto) aumentou 5% no

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

Em virtude das férias do Mons. Giovanni Baresse, a coluna Para Pensar terá a colaboração do Desembargador Miguel Ângelo Brandi Jr. Um mapa do uso da Rede Mundial de Computadores (chamarei de rede) no mundo me chamou atenção. E da sua análise me saiu um tema para a provocação de hoje: comunicação. O estudo é do projeto Geografias da Informação, do Instituto de Rede de Oxford (Reino Unido). A iniciativa visa encontrar o número de pessoas na rede em todo mundo. A partir dos dados de 2011 do Banco Mundial sobre usuários de rede e a população de cada país, chegou-se a alguns números interessantes: em número de usuários, a China é o maior país em números absolutos, com meio bilhão de usuários. A China é seguida pelos Estados Unidos, Índia e Japão. O Brasil tinha, em 2011, segundo esses estudos, 89 milhões de usuários da rede. Não são números de pessoas que “estão na rede”; são números de pessoas que se utilizaram, por qualquer razão, da rede. Um dado que me chamou atenção: as pessoas representadas no mapa elaborado a partir do projeto de Oxford correspondem a cerca de um terço da população mundial. É um número imenso, significativo. Mas não chega ao que dizemos por aí, no dia a dia: o mundo está na rede. Outra matéria de fevereiro de 2013, agora do Instituto IBOPE de pesquisas, dava conta de ser o Brasil o terceiro país do mundo em

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período, indo de 42 milhões para 44 milhões. Aumentou o desinteresse pelo uso do telefone fixo, em razão do aumento do número de linhas/aparelhos celulares. Esse desinteresse pelo telefone fixo repercutiu também no número de orelhões, os telefones públicos fixos: havia, em abril passado, 980 milhões de aparelhos desse tipo no Brasil; isso é, segundo a mesma Agência, 14% menos do que havia em março de 2008. É muita gente se comunicando. Pela rede e pelo telefone celular. A impressão que temos é que nunca antes o homem se comunicou tanto. Sem dúvida, essas ferramentas todas facilitaram muito que pessoas que se querem bem, possam se falar mais, trocar notícias, boas e difíceis. Muitos ramos da ciência podem se apropriar dessas comunicações e ajudar muita gente, por exemplo, na área da ciência médica. Dessa constatação nasce uma questão: o que essas novas formas de comunicação estão produzindo de resultados nas pessoas (comunicações pessoais). Por exemplo, nas chamadas “redes sociais”, o que se pode constatar como desafios. Ninguém tenha a falsa ilusão de que essas ferramentas tecnológicas só trariam avanços. A respeito da comunicação via Rede, indico a leitura de uma matéria intitulada “Os brucutus da timeline”, publicada na Revista Carta Capital de 2 de outubro passado, páginas 28/32. A matéria foi

elaborada a partir de um trabalho do Laboratório de Estudos da Emoção e do Autocontrole, da Escola de Psicologia da Universidade de Michigan, EUA. O resultado desse trabalho foi publicado pela Public Library of Science, na segunda quinzena de agosto passado. O subtítulo da matéria, elaborada por Eduardo Graça, sintetiza os resultados da pesquisa: democráticas e inclusivas em sua visão idílica (poética), as redes sociais formam um homo digitalis (homem digital) triste, solitário, invejoso e radicalizado pelos guetos virtuais. O estudo, inédito, acompanhou a rotina de dezenas de usuários da rede social por um período determinado. Foi centrado em jovens com menos de 30 anos. Essa pesquisa/estudo revela, juntamente com outras, diz a matéria de Carta Capital, um aparente paradoxo: “ao mesmo tempo que redes sociais são apresentadas como importantes ferramentas para o ativismo social e político, estudiosos apontam para o incremento da sensação de solidão e um aumento de polarização ideológica, com a tendência de os usuários dialogarem com indivíduos de posição política e comportamento similares às suas ...”. Parece-me que essas ferramentas todas, muito novas para a humanidade, devem ser absorvidas e utilizadas por quem delas possa e queira fazê-lo, sabendo de seus limites, sabendo que não são fins

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

em si mesmas. Já se tem, mesmo passados poucos anos de sua disponibilização, a possibilidade de saber que não se deve ser vítima do que chamo “inclusionismo”, a falsa sensação de que não estar nessas formas de comunicação (redes sociais, rede etc) é estar “fora do mundo” e fadado a um fracasso pessoal inevitável. Prefiro entende-las como importantes ferramentas da ciência, que podem ser imensamente úteis às pessoas, se bem utilizadas, como tantos outros avanços da ciência. Certamente outros estudos, mundo afora, apontarão aspectos extremamente positivos dessas novas tecnologias da comunicação. O que não podemos é estar fora do debate, sustentado em boa informação. Para não sermos usados. Miguel Ângelo Brandi Júnior


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Shel Almeida

Outubro Rosa, campanha de prevenção ao câncer de mama, entrou para o calendário das cidades por motivos bem simples: ainda é preciso lutar contra a doença e, principalmente, ainda é preciso conscientizar as mulheres quanto à necessidade de prevenção, por meio de exames regulares. Quando os médicos insistem que a mamografia precisa ser realizada a cada ano, é porque, no intervalo de 12 meses, a doença pode surgir ou, pior, avançar. A mamografia é recomendada como exame anual para mulheres a partir dos 40 anos. Para aquelas que têm histórico de câncer de mama na família, ou que já tiveram câncer de útero ou ovário. a recomendação é fazer o exame anual a partir dos 35. Já a partir dos 20 é preciso realizar o Papanicolau todo ano, como prevenção às doenças que atingem o colo do útero. Mas não são só as mulheres precisam se prevenir. Em relação aos homens, o exame de prevenção ao câncer de próstata deve ser realizado, ano a ano, a partir dos 40. O exame de sangue, que mede a taxa de PSA (Prova de Antígeno Prostático) é indicado, também para homens a partir dos 40 anos, que possuam histórico da doença na família. Mas atenção: 80% dos homens com o PSA alterado não têm câncer de próstata. Em contrapartida, 20% dos homens que possuem exames normais, têm a doença. Ou seja: é necessário, sim, que o exame de toque retal seja realizado, pois, na fase inicial, esse tipo de câncer não apresenta sintomas, apenas alterações nos exames de sangue e de toque.

é que quem adote a sala patrocine a manutenção de equipamentos e do espaço. Cada sala receberá o nome, na porta, de quem a adotou”, conta Rita. E para quem não pode dar apoio financeiro, existem diversas maneiras de ajudar. “Muitas vezes a pessoa não precisa por a mão no bolso pra fazer uma doação. Qualquer um pode ser voluntário com seu tempo e seu talento. Nunca quisemos ser uma carnê dentro da gaveta. O que sempre buscamos foi fomentar a solidariedade”, enfatiza.

Superação

Antônio, marido de Rita, foi o gran-

de motivador da criação da ABCC e também o grande homenageado da noite de inauguração. O casal decidiu fundar a associação depois das dificuldades que ele passou com a doença, inclusive burocráticas. Dez anos depois, a recepção do prédio recebeu seu nome, que permanecerá como legado pelo seu esforço em combater o câncer e em fazer com que outros pacientes recebam a humanização tão necessária para o tratamento da doença. Antônio foi diagnosticado com câncer de próstata em 2000, após três anos de suspeitas, com a taxa de PSA acima do normal. O quadro era grave,

com indicação de operação imediata. Após a cirurgia, ele fez tratamento de hormonoterapia em São Paulo, passou por nova cirurgia, e também por radioterapia. Em 2002 retomou as atividades normais do cotidiano, que até então, era usado apenas para o tratamento. No começo de 2013, depois de 11 anos, houve recidiva da doença. No momento, Antônio passa pelo tratamento de quimioterapia que, até então, não havia sido necessário. “Quando descobri o câncer, foi um período interessante porque foi uma experiência única. Eu tive que ficar mais sensível, mudar os hábitos, me

ABCC

Neste ano, outubro é também mês de comemoração para a ABCC - Associação Bragantina de Combate ao Câncer. No dia 7, a entidade inaugurou a nova sede. A ABCC foi fundada em 2003, por iniciativa de Rita Valle e do marido, Antônio de Pádua Oliveira Mello. Em 10 anos de atividade, a associação já atendeu mais de 400 pessoas, atuando diretamente na acolhida e escuta de pacientes e acompanhantes, por meio de voluntárias, no Centro Integrado de Oncologia do HUSF, e também na complementação do tratamento às pessoas com câncer, que recebem acompanhamento profissional de nutricionista, fisioterapeuta e psicóloga. “Damos apoio onde o paciente não tem atendimento. Oferecemos perucas e próteses externas de mama às mulheres e entregamos um kit de higiene a cada paciente. São ações que parecem simples, mas que fazem uma grande diferença na autoestima da pessoa com câncer. A ABCC ainda oferece auxílio na forma de assistência social e na promoção e defesa de direitos da pessoa com câncer, com assistência de advogados voluntários. Na nova sede, a ideia foi criar um ambiente saudável, para que os pacientes evitem a identificação com o lugar onde sofreram, e que se sintam acolhidos. E estamos construindo um trabalho de apoio à família e de fortalecimento do vínculo familiar”, explica. Cada uma das salas do prédio que, mesmo já tendo sido inaugurado, ainda precisa de investimento, pode ser “adotada” por quem se interessar em contribuir com a causa, seja empresa ou pessoa física. “A ideia

Rita mostra a nova sala de fisioterapia da ABCC. Prédio foi planejado com a intenção de acolher.

Parte da equipe da ABCC. A Associação oferece atendimento em nutrição, fisioterapia, psicologia e assistência social e jurídica.


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Confiança

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Bazar da ABCC é um dos maiores geradores de renda para a instituição.

Marta foi diagnosticada com câncer de mama em 2007. Em nenhum momento achou que não fosse superar a doença.

Antônio vê o câncer como aprendizado. “Você passa por dificuldades, mas também é um momento de possibilidades”.

ABCC oferecer perucas, próteses mamárias externas e kit de higiene a pacientes. Trabalho valoriza a humanização do tratamento contra o câncer.


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Casos e Causos

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Juro que é verdade Por Marcus Valle

COMO AGRADAR UMA VISITA... PARA ELA VOLTAR... QUASE NUNCA 1-Mostrar e explicar o motor do carro que você comprou; 2-Exibir seu vídeo de casamento, explicando sobre os padrinhos e outros; 3-Ver com a visita as fotos da última viagem que você fez; 4-Explicar com detalhes a planta da casa que você vai construir; 5-Passar e comentar o ultrassom do seu filho que vai nascer; 6-Ler para o visitante a tese de mestrado que você vai defender; 7-Pedir para sua filha de 7 anos tocar piano; JURO QUE É VERDADE V Anos 70. Adorávamos pregar peças nas

pessoas (eu, Cláudio, Dejar, Mauricio etc.) Uma das prediletas era eu, ou outro, se vestir de vampiro com capa preta, e ficar escondido no mato enquanto os demais traziam as vítimas que seriam assustadas (garanto que era um enorme susto, quando o carro parava e o vampiro surgia na frente). Um dia eles me deixaram no local, uma estrada escura cheia de arvores, e foram buscar umas vítimas. Eu, o vampiro da noite, fiquei esperando atrás de uma árvore, e eles estavam demorando. De repente, enfim, ouvi o barulho do carro que vinha por aquela estrada deserta. Vi o farol do carro se aproximando e me preparei para pular na frente. Quando eu ia pular... notei que o carro tinha giroflex. Fiquei deitado no mato... tremendo de

medo, e imaginando o que os policiais fariam se eu tivesse pulado na frente da viatura. Aposentamos os vampiros a partir de então.

CAIXA PRÁ VOCÊ... MAS TOMARAM TUDO... EU NÃO VOU COMPRAR MAIS

JURO QUE É VERDADE VII Os alunos da faculdade de Direito sempre JURO QUE É VERDADE VI me pediam para avisar quando tivesse Eu era cliente de um café, perto do meu júri (julgamentos de crime de homicídio) escritório. Era um estabelecimento novo, para irem assistir. Como eu tinha um julaberto semanas antes. Toda vez que eu gamento marcado, em que ia atuar, entrei queria tomar guaraná zero, a dona dizia na aula e disse: QUINTA FEIRA EU VOU que não tinha. Fiz um ultimato: se eu na FAZER UM JÚRI EM BRAGANÇA, E semana seguinte fosse lá e não tivesse o COMEÇA AS 9:00 DA MANHÃ. Dai guaraná, não voltaria mais. Noutro dia um aluno perguntou: eu voltei, e ela disse que tinha guaraná É NO FÓRUM, PROFESSOR? zero, e eu achei ótimo, só que não tomei. Prontamente respondi: Fui viajar e fiquei uma semana fora. Ao NÃO... VAI SER NO JARDIM PÚBLICO, voltar, fui ao café e pedi um pão de queijo EM FRENTE O VIVEIRO DO TUCANO... e um guaraná zero. A proprietária falou: AFINAL EU TAMBÉM SOU PROFES-IH... EU TINHA COMPRADO UMA SOR DE DIREITO AMBIENTAL.

saúde

Vírus amazônico Invasão do vírus Mayaro em célula ocorre em poucos minutos, diz estudo, agente infeccioso afeta pessoas que adentram florestas e pode causar inflamações nas articulações

Por REINALDO JOSÉ LOPES /folhapress

Um vírus amazônico que causa sintomas parecidos com os da dengue teve parte de seu mecanismo de ação desvendado por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). É mais um sinal indicando que é preciso monitorar com cuidado o vírus Mayaro, o qual, por enquanto, afeta principalmente pessoas que adentram a floresta. “Pelo que sabemos, ainda não aconteceu um surto urbano, mas existe um perigo real”, disse à Folha o doutorando Carlos Carvalho, do Laboratório de Biologia Estrutural de Vírus da UFRJ. Carvalho apresentou os novos dados sobre a dinâmica de ataque do Mayaro durante a última reunião da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), realizada em Caxambu (MG). Ele ressalta que o vírus é conhecido desde os anos 1950, com cerca de mil casos confirmados de infecção (o número real deve ser maior por causa da semelhança da doença com a dengue). Acredita-se que o Mayaro circule no organismo

de macacos e no de outros animais, como aves. Seu vetor (organismo transmissor) são os mosquitos do gênero Haemagogus, que podem picar pessoas e transmitir o vírus. “Há casos registrados de pessoas que foram picadas na Amazônia e depois manifestaram os sintomas em seus países natais na Europa”, diz o pesquisador da UFRJ.

Rumo ao aedes? Em laboratório, já ficou demonstrado que o Mayaro pode ser transmitido também pelo mosquito Aedes aegypti, famigerado vetor da dengue. Se o vírus evoluir de modo a “colonizar” o A. aegypti com mais frequência e eficiência, estaria armado o cenário para a transmissão urbana do patógeno. Não seria uma hecatombe não há casos de mortes causadas pelo Mayaro, mas o dano ainda seria grave porque o vírus leva a inflamações nas articulações. Havia pouca informação sobre como o Mayaro chegava às células do hospedeiro, e aí é que entra

o trabalho da equipe da UFRJ. Os pesquisadores usaram uma espécie de marcador fluorescente para acompanhar o trajeto do vírus rumo ao interior de células do macaco-verde-africano (Chlorocebus pygerythrus). O vírus Mayaro toma partido de um processo natural da célula, a endocitose, na qual ela traz para dentro de si produtos que “interessam”. O vírus simplesmente imita uma dessas moléculas e é “endocitado”, como se diz. O processo leva três minutos para acontecer, contra dez no caso do vírus da dengue. A pesquisa também achou indícios de que, nesse processo, o vírus se funde a uma membrana de uma das organelas (os “órgãos internos” da célula). O próximo passo é descobrir qual. “A gente precisa dessas informações para pensar numa estratégia racional contra o vírus. Do contrário, vai ficar sempre tratando apenas os sintomas que ele causa”, explica o pesquisador.


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SPASSU da Elegância

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Adoçando a união Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão

O bolo de casamento é uma parte essencial e importante em qualquer festa de casamento! Além de lindo e encantador, ele deve ser delicioso e inesquecível! Há uma grande variedade de formatos, recheios e coberturas! O bolo geralmente já vêm incluso no serviço de buffet; mas a noiva deve dar uma atenção especial à ele, para que nada saia fora do seu gosto! Peça para o buffet lhe mostrar fotos de bolos que eles oferecem, peça para fazer uma degustação para ter certeza do que será servido no dia do seu casamento! Se você não gostar das opções que o buffet lhe der, entre em

contato com confeiteiros e casas especializadas em doces para que você encontre o bolo perfeito! Se puder, siga indicações de outras noivas que foram felizes em suas escolhas! Na hora de escolher o sabor do bolo, leve em consideração qual foi a refeição servida, quais serão os docinhos e o horário da festa! Mande suas sugestões para nosso e-mail, spassuplazanoivas@ yahoo.com.br Podemos auxiliá-los em suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.


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Reflexão e Práxis

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Escolas e professores Por pedro marcelo galasso

É curiosa a relação entre o binômio escola - professor e a sociedade brasileira, bem como as afirmações acerca da educação e de seu papel no futuro e na garantia de desenvolvimento brasileiro, pois existe uma distância enorme entre o discurso e a vida dos professores dentro e fora das salas de aula. Como todos nós sabemos, vivemos um período de mudanças que possuem uma velocidade muito maior do que somos capazes de acompanhar e para as quais nem sempre temos as melhores respostas. E dentro deste contexto de mudanças podemos perceber que instituições centrais de nossa estrutura social têm assumido novos papéis, tais como a família que para dinamizar suas ações sociais achou por bem transferir para as escolas e, consequentemente, para os professores parte da responsabilidade na educação das crianças e dos jovens, já que estes passam, aproximadamente, 14 anos no interior da instituição escola.

Entretanto, esta transferência de responsabilidade está além daquilo que a escola pode oferecer e de seu papel histórico na sociedade que era, e deveria ser, o de preparar as futuras gerações para a disciplina do trabalho e para a transferência do conhecimento adquirido ao longo da História humana, reforçando nossos laços culturais, preservando nossos valores e pensando alternativas para o futuro. Infelizmente, a escola e os professores não podem cumprir as funções sociais de outras instituições, tais como as das famílias que tem a obrigação de auxiliar na resolução de conflitos existenciais das crianças e dos jovens, pois cabe aos professores somente a árdua tarefa de resolver os problemas que surgem nas salas de aula e nas escolas, mas não a resolução da totalidade destas questões que são de responsabilidade das famílias, dos pais e de seus familiares que têm o acesso mais diário e constante ao seu universo social e que, portanto, podem

orientar quais ações esta criança ou jovem podem ou devem tomar. Caso pior existe quando os pais acreditam que as escolas são locais nos quais as crianças devem passar o dia todo, lhes poupando o trabalho de educá-los e, nos casos mais extremos, diminuindo o tempo de cuidado das famílias sobre os filhos pelos mais variados motivos, que vão desde o trabalho até a falta de vontade ou de interesse. Estas questões valorativas e de formação de caráter e de personalidade não podem ser imputadas aos professores e as escolas. Triste também é quando as escolas se tornam locais nos quais as crianças e os jovens mais pobres têm na merenda a única refeição diária. As atribuições pedagógicas são difíceis e demandam uma longa preparação e um longo aprendizado que custa tempo aos bons professores, pois sejamos francos e honestos – alguns professores nem deveriam ser chamados assim. Já os bons professores, critério objetivo que

não se limita aos ganhos econômicos, investem parte de sua vida na profissão, parte de sua formação, se expõem a uma sociedade que acredita que “dar aula” é simplesmente falar e repetir o que se encontra em livros, como se fosse possível quantificar aquilo que é criado e construído no interior de uma sala de aula, tendo de competir com os mais modernos instrumentos midiáticos e informativos, tais como os sites de informações que tiram dos alunos a necessidade da escolha e da pesquisa, sem contarmos com os objetos e os aparatos técnicos que garantem o acesso às redes sociais. Enfim, parabéns aos meus colegas professores, apesar de todas as nossas dificuldades e de todos os obstáculos que a sociedade constrói em nosso caminho.

Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

O Governo Federal traz mais qualidade de vida aos paulistas. Minha Casa Minha Vida: 225,4 mil moradias entregues e 261 mil contratadas. 1.400 escolas com atividades em tempo integral e 129 creches em construção.

129 CRECHES

EM CONSTRUÇÃO

6 escolas técnicas inauguradas e mais 10 a caminho. 6.500 paulistas conquistaram bolsas para estudar no exterior. 116 UPAs 24 horas e 470 Unidades Básicas de Saúde em construção.

6.500 BOLSAS NO EXTERIOR CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS

116 UPAS 24 HORAS EM CONSTRUÇÃO

Mais médicos para atender à população do interior e da periferia de grandes cidades. Obras de saneamento na Baixada Santista e em Guarulhos e de urbanização em Paraisópolis, Heliópolis e nas comunidades próximas às represas Billings e Guarapiranga. São ações assim que fazem de São Paulo um lugar cada vez melhor para se viver.

+ DE 261 MIL

MORADIAS CONTRATADAS


comportamento

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Pode ou não pode?

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Economista americana usa estudos para questionar orientações dos médicos na gravidez e diz que um drinque por dia não faz mal

Por JULIANA VINES /FOLHAPRESS

Beber uma taça de vinho por dia não faz mal nenhum durante o segundo e o terceiro trimestres de gravidez, mas comer peito de peru ou queijo fresco, sim, pode ser prejudicial e deve ser evitado. As recomendações estão no livro “Expecting Better” (esperando o bebê de uma forma melhor), recém-lançado nos Estados Unidos e escrito por uma economista. Emily Oster, 33, é professora da Universidade de Chicago e mãe de uma menina de dois anos. Na gravidez, ela se viu perdida entre informações desencontradas de obstetras e procurou estudos que justificassem dogmas como evitar carne crua e beber menos café (veja ao lado). Depois de analisar os estudos no livro, ela cita 285, concluiu que a gravidez é “um mundo de regras arbitrárias, no qual pesquisas científicas fracas se transformam em sabedoria popular”. Sobre o álcool, Oster afirma que é “muito difícil achar uma boa evidência de que uma quantidade pequena tenha impacto no comportamento ou no QI da criança”. E chama de draconianas as diretrizes oficiais que vetam o álcool, como a do Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas. Segundo a entidade, beber pode causar aborto, parto prematuro e síndrome alcoólica fetal, que pode levar a malformações. Em resposta ao livro, a ONG americana Nofas (Organização Nacional de Síndrome Alcoólica Fetal) publicou nota dizendo que os conselhos de Oster são “nocivos” e que ela não tem qualificação para escrever sobre o tema. “Eu já esperava essa reação. Mas é importante notar que ainda há muito desacordo sobre o assunto entre médicos”, disse Oster “O objetivo do livro não é dizer o que fazer, mas apresentar a evidência científica para que as mulheres possam decidir sozinhas.” cada um diz uma coisa Obstetras brasileiros reconhecem que não há consenso nas recomendações dadas às grávidas. A explicação, segundo Eduardo

Fonseca, professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP, é que as pesquisas existentes não são conclusivas. Boa parte dos estudos nessa área é feita em animais e não dá para ter certeza de que o resultado seria o mesmo em humanos, diz Denise Pedreira, do Hospital Samaritano. “Esses trabalhos não podem ser feitos com pessoas. Não podemos colocar grávidas para fazer coisas possivelmente nocivas. São dilemas que nunca terão uma resposta científica”, afirma. Na falta de evidência, alguns médicos optam por proibir quase tudo. “É melhor pecar por excesso que por falta”, diz Renato Sá, presidente da Comissão de Medicina Fetal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Esse raciocínio é usado para proibir o álcool, já que é impossível estabelecer uma dose segura. “Um drinque que deixa você só alegrinho pode ser um porre imenso para o bebê”, completa Sá. Mas há médicos que não veem problemas no consumo eventual, definido como “uma taça de vinho por semana” por Eduardo Zlotnik, obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein.

Riscofobia

A lista de recomendações de Oster inclui desde não usar hidromassagem quente pelo risco de malformação no primeiro trimestre até evitar a jardinagem, por risco de toxoplasmose. Para a obstetra Denise Pedreira, as proibições, cada vez maiores, transformam a gravidez em uma prisão. “Você deve se considerar em um estado especial e evitar certas coisas. Mas não achar que não pode fazer nada.” Segundo ela, 90% das malformações no início da gravidez não têm causa definida. “Algumas coisas vão acontecer independentemente do cuidado que você tiver.” Expecting better Editora: The Penguin Press Quanto: R$ 25,93 (Kindle)

Chega de direito e esquerdo

A propagação de ideias sobre a divisão entre os hemisférios do cérebro reforça estereótipos. Você já deve ter ouvido que o lado esquerdo do cérebro é racional, e o direito, emocional; que o esquerdo é lógico, e o direito, criativo; que o esquerdo é mais ativo do que o direito em homens, e o direito mais ativo que o esquerdo em mulheres. Faça as contas e você chega à conclusão lógica: homens são mais racionais e lógicos, e mulheres mais emocionais e criativas. Só que não é assim. A primeira suspeita deveria ser a origem histórica dessas afirmações: elas datam do século 19, quando a neurociência era ainda recém-nascida e, portanto, muito pouco se conhecia sobre como o cérebro funciona. A descoberta, anunciada por Paul Broca em 1861, de que a produção da fala depende do hemisfério esquerdo do cérebro, suscitou uma revisão do conceito então corrente na biologia de equivalência entre os dois lados do corpo. Uma tabela publicada no final do século 19 ilustra a proposta de revisão: o lado esquerdo do cérebro, relacionado à fala, seria “logicamente” também associado à racionalidade, à volição, ao consciente, e à masculinidade, e... à cor branca da pele. O que sobra para o outro lado do cérebro? Oras, a irracionalidade, o emocional, o inconsciente, a feminilidade, e... a cor escura da pele. Preciso lembrar ao leitor que o mundo então era completamente dominado pelo homem branco europeu? A neurociência cresceu, descobriu que não era bem assim mas a psicologia popular não deu bola. É muito mais fácil e aparentemente instigante propagar ideias maniqueístas de uma divisão entre esquerda e direita, homens e mulheres. Apoia estereótipos vigentes e vende livros e oficinas “para desenvolver o lado direito do cérebro”. Agora, uma equipe da Universidade de Utah, nos EUA, analisou um banco de dados contendo exames funcionais do cérebro de mais de mil voluntários de

vários países em busca de diferenças entre indivíduos na lateralização funcional do cérebro. Como já se sabia, a lateralização existe embora apenas em relação à linguagem (mais ao lado esquerdo) e à atenção (mais ao lado direito). Mas não há diferença no grau de lateralização entre homens e mulheres nem evidência de que qualquer lado do cérebro predomine mais ou menos em pessoas diferentes. Minha esperança de ver o público se tornar mais crítico e não aceitar a propaganda fácil sobre seu cérebro acaba de aumentar. Foto: Image Source/Emma Tunbridge


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Foi com imensa alegria que fotografei o casamento desse querido casal Josiane e William. William é nosso amigo de trabalho aqui na Toleba Foto Imagem e, com muito carinho, testemunhei esse grande passo na vida deles. O casamento aconteceu numa noite maravilhosa no Casa Buona debaixo de um pergolado lindamente decorado com pequenas luzes e muitas flores pelo corredor. Josiane chegou num luxuoso carro antigo que parou bem no começo do corredor enquanto William, emocionado, esperava a entrada da amada. Foi uma cerimonia simples e sucinta, mas não menos emocionante. Um momento muito bacana foi a entrada das alianças presas numa câmera fotográfica. outra paixão do William. Outro momento que me marcou profundamente foi o abraço longo e emocionante da Dna. Sarah, mãe do William, no filho. Me emocionei com ela. Na sequencia adentramos no aconchegante salão de festas onde o casal ofereceu uma linda recepção para comemora o grande dia. Enfim mais um dia muito especial que guardo com muito carinho.


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Série College explora o visual descontraído do Fiat Uno para ampliar o apelo à juventude por RODRIGO MACHADO/autoPress

A Fiat não deixa passar nada. Já fez séries especiais com mote em filmes, estradas e até em homenagem à “pátria-mãe” Itália. Sempre na expectativa de trazer interesse para algum carro. E se há um modelo em sua linha que se adapta facilmente a novas propostas estéticas é o Uno. Foi por isso que a marca introduziu em março a série College para o subcompacto. Baseada na versão Vivace 1.0, ela cria uma relação ainda mais óbvia entre o Uno e universitários. Afinal, mesmo quem é mais velho se identifica com a ideia de juventude – pelo menos até que os jovens comecem a fazer bobagens. Assim como todas as recentes séries especiais dos carros da Fiat, o College é basicamente um kit de personalização do Uno. Tanto que nem é vendido como versão separada e sim um pacote de opcionais. Mas que se juntam para um recheio bem suficiente para o segmento. Ele traz ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, vidros e travas elétricas, volante com regulagem de altura, pré-disposição para rádio, conta-giros e econômetro por R$ 5.656. No total, o Uno College sai por R$ 33.666. Cerca de R$ 1 mil a menos do que se os mesmos equipamentos fossem selecionados separadamente. Ainda há, é claro, um apelo estético. O exterior só pode vir pintado de branco ou azul, enquanto retrovisores, maçanetas e as molduras das três aberturas no capô são sempre vermelhos. As rodas, por sua vez, são brancas e o teto tem racks. Por dentro, os bancos, saídas de ar, maçanetas, puxadores de porta, volante e parte central do painel trazem detalhes em azul e vermelho. Na mecânica, tudo na mesma. O motor segue o 1.0 Fire Evo de 75 cv e 9,9 kgfm de torque com etanol e a transmissão manual com cinco velocidades. Juntos, levam o pequeno hatch a 100 km/h em 13,8 segundos e até 151 km/h. Marcas razoáveis para um “mil”. A introdução da versão, no entanto, não significou qualquer variação positiva no mercado para o modelo. E, com certeza, nem era a pretensão da Fiat. Mas, o fato é, que o Uno já perdeu o ar de novidade. Tanto que nos últimos dois meses cedeu a posição de segundo carro mais vendido do país para o companheiro Palio e já vê o Ford Fiesta – que acumula as versões New e RoCam – crescer no retrovisor. Mudanças significativas no Uno devem acontecer apenas em 2014, quando receberá uma reestilização e a estreia de um inédito motor 1.0 de três cilindros. Novidades que podem fazer o subcompacto voltar a ficar em primeiro na turma.

Ponto a ponto

Desempenho – Como a maioria dos 1.0 do mercado nacional, o Uno não empolga. A força do motor é suficiente apenas para o básico. Não há sobra de potência ou torque para uma ultrapassagem, por exemplo. Ao menos, o Uno é leve, pesa só 920 kg, o que deixa a tarefa do propulsor menos cruel. O câmbio de cinco marchas tem engates imprecisos e não adiciona muito para um conjunto acima da média. Nota 6. Estabilidade – O Uno é um carrinho acertado na direção. É claro que a carroceria rola em curvas e que os pneus finos não contribuem para uma estabilidade excelente. Porém, o chassi é bem construído e torce pouco. A direção é precisa e é fácil prever as reações do pequeno hatch. Nota 7. Interatividade – A série College mantém as premissas básicas desta nova geração do Uno. Ou seja, painel de instrumentos estiloso e completinho – há até econômetro. Os comandos básicos do carro também ficam em posições óbvias e de simples acesso. O único que destoa é o controle dos vidros elétricos dianteiros, posicionados no console central. A visibilidade é sempre eficiente. Nota 8. Consumo – O College é baseado na versão Vivace 1.0 quatro portas do Uno. Testada pelo InMetro, ele fez 8,6 km/l de etanol e 13,0 km/l de gasolina em circuito misto. Suficiente para ficar com a nota “B” no segmento de subcompacto – e “A” no geral. Nota 7. Conforto – O formato quadrado fornece um bom espaço interno para o pequeno hatch. Evidentemente, não há folga para cinco adultos. Mas, na maioria das vezes,

espaço não é um problema. Como é comum nos Fiat, a suspensão é calibrada para absorver bem a buraqueira das ruas. O isolamento acústico claramente evoluiu desde o lançamento. Nota 8. Tecnologia – A atual geração do Uno foi lançada em 2010 e teve desenvolvimento conjunto com o Panda europeu. Para o segmento, é uma plataforma moderna e que beneficia bastante o modelo da Fiat. A série College traz um pacote até interessante para um popular. Nota 7. Habitalidade – A cabine do Uno é muito bem pensada. Existem muitos porta-objetos úteis de acesso fácil. Entrar e sair do pequenino também não é tarefa complicada. O porta-malas, de 280 litros, é bom para o segmento. Nota 8. Acabamento – É notável a evolução de acabamento do Uno em relação aos Fiat da década de 2000. O carrinho é bem feito e bem construído. O painel e console recebem plásticos rígidos, mas com alguns detalhes estéticos que fazem a diferença no segmento. A versão College dá um charme extra ao Uno com pintura especial no interior. Nota 7. Design – Nesses três anos de mercado, o Uno pouco envelheceu. Seu desenho “engraçadinho” continua se destacando em um segmento marcado por linhas previsíveis. A série College traz um excesso de “adornos”, como os adesivos laterais e pintura vermelha em retrovisores e maçanetas. Mas, de maneira geral, agrada. Nota 9. Custo/benefício – O pacote College só pode ser adicionado na versão Vivace 1.0 e custa R$ 5.656. No total, a conta chega ao cabalístico valor de R$ 33.666. Comprados por fora, os opcionais que compõe a série custam mais de R$ 6 mil – mas alguns itens, se não viessem no pacote dificilmente seriam escolhidos. O valor deixa o Uno muito próximo de modelos também modernos, mas maiores, do segmento de compactos. Nota 6. Total – O Fiat Uno College 1.0 somou 73 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

A tática da Fiat para criar séries especiais para seus modelos é interessante. Com pequenas alterações estéticas e pouco investimento, dá ao carro uma personalidade ligeiramente distinta. Com o Uno, principalmente, a estratégia funciona muito bem. A versão College é criativa, “bem humorada” e não é apelativa. Claro que os detalhes vermelhos no exterior saltam aos olhos, mas, o subcompacto é um dos poucos carros que “aceita” isso. O mesmo acontece por dentro, com os detalhes em vermelho e azul. Tudo parece feito para deixar o carro ainda mais jovial. No resto, o Uno continua o mesmo. E isso é boa coisa. O hatch brasileiro foi desenvolvido em conjunto com o Panda italiano e tem um conjunto dinâmico competente. A carroceria torce bem pouco e, guardadas as devidas proporções, proporciona um comportamento bem satisfatório ao pequenino modelo. O motor 1.0 não é um poço de potência e nem preza por uma extrema suavidade. Mas tem ao seu lado o baixo peso para conseguir manter o Uno com acelerações e retomadas aceitáveis. Na suspensão, a Fiat seguiu a sua tradição e apostou em um acerto mais macio, que beneficia o conforto. O Uno roda tranquilo, sem grandes solavancos e com boa absorção de impactos. O isolamento acústico, principalmente o vindo do motor, melhorou bastante desde 2010. Agora, dá para explorar giros maiores do motor sem sofrer com ruídos e vibrações extremas. Sempre importante em um 1.0.

Ficha técnica

Fiat Uno College 1.0 8V Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Potência máxima: 73 cv com gasolina e 75 cv com etanol a 6.250 rpm. Aceleração 0-100 km/h: 14,7 segundos com gasolina e 13,8 s com etanol. Velocidade máxima: 151 km/h com gasolina e etanol. Torque máximo: 9,5 kgfm com gasolina e 9,8 kgfm com etanol a 3.850 rpm.

Diâmetro e curso: 70,0 mm X 64,9 mm. Taxa de compressão: 12,1:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, braços oscilantes inferiores transversais e molas helicoidais. Traseira com barra de torção e rodas semi-independentes, amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Não oferece controle eletrônico de estabilidade. Pneus: 175/65 R14. Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. Oferece ABS de série. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,77

metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,48 m de altura e 2,37 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais. Peso: 920 kg. Capacidade do porta-malas: 280 litros. Tanque de combustível: 48 litros. Produção: Betim, Brasil. Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, faróis de neblina, vidros e travas elétricas, pré-disposição para rádio, rodas de liga leve de 14 polegadas, volante com regulagem de altura, conta-giros, econômetro, airbag duplo e ABS. Preço: R$ 33.666. Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias


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automotivas por Augusto Paladino/autopress

Retoques familiares – A chinesa JAC Motors prepara para início de outubro a primeira reestilização da minivan J6 no mercado brasileiro. O modelo familiar vai ganhar uma nova frente, com faróis mais afilados e grade com friso cromado. Atrás, as lanternas receberam formato novo, assim como a tampa do porta-malas. Por dentro, a minivan terá um novo console central com acabamento em black piano, volante, painel de instrumentos e sistema de multimídia. A pré-venda do novo modelo já começou, com preço de R$ 57.990 para o J6 de cinco lugares e R$ 59.990 para o de sete. O longo adeus – Nem mesmo o preço alto conteve a expressiva demanda pela Kombi Last Edition. A procura foi tão elevada, aliás, qua a Volkswagen vai dobrar a produção da série especial de despedida. A marca alemã irá fabricar mais 600 unidades do veículo comercial, atingindo agora 1.200 exemplares ao preço de R$ 85 mil cada – o que irá totalizar um faturamento de R$ 102 milhões. A Kombi sairá de linha em 2014 por causa das nova legislações de segurança que entrarão em vigor ano que vem. A versão final tem pintura especial e detalhes internos que remetem aos 56 anos de produção do modelo. Pequena vantagem – A Chevrolet introduziu em Cobalt e Spin a já tradicional versão Advantage. A edição adiciona itens estéticos como adesivos na coluna central, molduras laterais e acabamento interno diferenciado e cor exclusiva cinza “Mond” a um pacote de equipamentos mais recheado. Ambos vem com ar-condicionado, direção hidráulica, airbags, ABS, trio elétrico, computador de bordo e rádio completo. O Cobalt Advantage tem preço inicial de R$ 49.490, equanto a Spin parte de R$ 53.190. Futuro turbinado – Com as normas de emissão de poluentes apertando cada vez mais, as fabricantes europeias se voltam com ainda mais preocupação para os motores turbo. A Volkswagen, inclusive, já traçou planos para substituir todos os seus motores aspirados a curto prazo. Segundo alguns executivos da marca alemã, em quatro anos a Volks só terá modelos movidos a propulsores com turbo – tanto a gasolina quanto diesel.

Mais detalhes – Aos poucos, a BMW vai tirando as cortinas sobre os novos M3 e M4, adaptações esportivas da preparadora Motorsport. Primeiro, surgiu um conceito da nova M4. Agora, a marca bávara anunciou as primeiras informações técnicas da dupla. A mais importante é relativa ao motor. Depois de uma geração usando um V8, a BMW volta a ter a clássica disposição de seis cilindros em linha sob o capô. A potência final ainda não foi confirmada, mas vai ficar em torno de 430 cv. O peso é mais baixo, na casa dos 1.500 kg. O antigo M3 tinha 420 cv e 1.625 kg. Problemas infláveis – BMW e Chrysler efetuaram na última semana recalls por falhas nos airbags de seus carros. A marca alemã convocou os modelos Série 3 e M3 feitos entre 2001 e 2003 por problemas no módulo do airbag do passageiro. Ele pode abrir de maneira inadequada e ferir o ocupante. Já a norte-americana chamou 51 exemplares da minivan Town & Country por uma falha na bolsa lateral. Todos são da linha 2013 e podem ter problema de programação software do airbag, que podem inflar a bolsa do lado oposto ao da batida. Joga em todas – Lentamente, a Bentley vai se rendendo às nuances do mercado. Primeiro, confirmou a entrada no mercado de utilitários, provavelmente em 2015. Agora, de acordo com a imprensa internacional, já está desenvolvendo um cupê de quatro portas feito aos moldes de Mercedes-Benz CLS e BMW Série 6 Gran Coupé. Feito na plataforma do Continental GT, o novo Bentley só deve aparecer para o público em 2018 e deve usar uma nova plataforma, possívelmente mais uma modular do Grupo Volkswagen. Marcha problemática – Ao que tudo indica, a Jeep continua com dificuldades para começar a vender a nova geração do Cherokee nos Estados Unidos. O culpado é, de novo, o câmbio automático de nove marchas. A fabricante atrasou pela terceira vez o lançamento do carro para promover, pela segunda vez, novas calibrações na transmissão. A Jeep afirma apenas que vislumbrou a possibilidade de aprimorar o funcionamento do sistema, sem especificar que mudanças irá fazer. A expectativa é que as primeiras unidades cheguem às lojas ainda em setembro.

Fotos: Divulgação

Chevrolet Cobalt Advantage

Volkswagen Kombi Last Edition

JAC J6


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“Monstro” caro por AUGUSTO PALADINO/autopress

A Mercedes-Benz resolveu produzir o G63 AMG 6X6 e comercializar o utilitário de seis rodas na Europa, antes destinado apenas ao Oriente Médio. Com a pequena fabricação de 20 a 30 unidades anualmente, o “tanque” tem o valor de 451 mil euros – mais de R$ 1,3 milhão. O G63 AMG 6X6 vem equipado com um motor V8 5.5 litros que gera 544 cv de potência e 77,4 kgfm de torque.

Foto: Divulgação

Mercedes-Benz G63 AMG 6X6


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BMW Motorrad investe na ecológica e potente scooter C Evolution por Michael Figueredo/AutoPress

A expressão “propulsão elétrica” realmente se tornou assunto recorrente para a BMW. Inclusive no universo de duas rodas. A fabricante bávara oficializou a entrada da scooter ecologicamente correta C Evolution em sua gama. O modelo usa um motor elétrico com arrefecimento líquido e conta ainda com toda a bagagem tecnológica utilizada pela BMW Motorrad em segmentos superiores. O Evolution se refere não só à propulsão elétrica, mas também à nova linha de maxi-scooters da BMW Motorrad, lançada no ano passado, com os modelos C600 Sport e C650 GT. Apesar de utilizar propulsão 100% elétrica, a BMW também espera colocar a C Evolution para brigar no segmento de maxi-scooters. Para isso, conta com um motor capaz de produzir números próximos aos de outras motos do segmento. Instalada na extremidade do monobraço traseiro, a unidade elétrica gera 47 cv de potência máxima a 4.650 rpm. O torque máximo, de 7,34 kgfm, é entregue aos 4.500 giros. A scooter “verde” alcança a velocidade máxima de 120 km/h. Os modelos C600 e C650, com 60 cv, têm até mais potência, mas perdem em torque – produzem apenas 6,73 kgfm. A C Evolution tem autonomia para até 100 km com uma carga completa. As baterias que alimentam a moto são do tipo íon de lítio e precisam de quatro horas para serem totalmente carregadas. A scooter tem um sistema de frenagem regenerativa, que converte em energia a carga gerada pelos freios – equipados também com ABS. O modelo conta ainda com quatro modos de mapeamento do motor, todos, segundo a BMW, para otimizar a relação entre a entrega de potência e a autonomia da moto. O modo “Dynamic” entrega à C Evolution todo o torque e a potência para gerar o máximo de aceleração, com o sistema de regeneração de energia também em sua máxima capacidade. Com o modo “Road” selecionado, o po-

tencial de aceleração é o mesmo, mas apenas 50% da energia é recuperada pelos freios. O “Eco Pro” prioriza a autonomia com a redução do poder de aceleração e aumento da recuperação de energia. Já o modo “Sail” desliga a frenagem regenerativa. Por fora a C Evolution aproveita aspectos das outras maxi-scooters da BMW. O largo escudo frontal e os retrovisores com as luzes indicadoras de direção em led são semelhantes aos da C 650 GT. Já a C 600 Sport cedeu à C Evolution a carenagem, os faróis triangulares menores e o estilo com a traseira mais alta, com o assento em dois níveis. A princípio, terá apenas a mescla entre verde, cinza e branco. A scooter só começa a ser vendida na Europa em 2014.

Ficha técnica

BMW C Evolution Motor: Elétrico, síncrono com ímã permanente, refrigerado a água e alimentado por baterias de íons de lítio de 60 Ah e voltagem nominal de 3,7 volts. Câmbio: Automático de uma marcha com transmissão por corrente. Potência máxima: 48 cv. Torque máximo: 7,34 kgfm. Suspensão: Dianteira com garfo invertido telescópico de 40 mm de diâmetro e 120 mm de curso. Traseira com balança monobraço com amortecedor ajustável em sete níveis e curso de 115 mm. Pneus: 120/70 R15 na frente e 160/60 R15 atrás. Freios: Disco duplo flutuante de 270 mm na frente e disco simples de 270 mm atrás. Oferece ABS de série Dimensões: 2,19 metros de comprimento total, 0,94 m de largura, 1,59 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento. Peso: 265 kg. Autonomia: 100 km. Tempo de recarga: 4 horas. Produção: Munique, Alemanha. Lançamento mundial: 2014.

Fotos: aaa


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