716 Edição 01.11.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

1 Novembro 2013

Nยบ 716 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Antenado

Jornal do Meio 716 Sexta 1 • Novembro • 2013

Conversas com autores

dão origem a livro de americano Ex-editor da revista literária ‘Granta’ está no Brasil para a Bienal do Livro Rio, onde debaterá tradução

Por FOLHAPRESS

O romancista Edmund White lhe deu uma cantada tão furtiva que nem se ouviu na gravação da entrevista. Com David Foster Wallace, ele passou uma tarde nas ruas de Nova York, debatendo livros de Don DeLillo. Esses e outras centenas de encontros com escritores, incluindo prêmios Nobel como Mo Yan e Pulitzers como John Updike, originaram “Como Ler um Escritor”, do escritor e crítico americano John Freeman. É uma seleção de 55 entrevistas e perfis feitos ao longo de 15 anos, para vários jornais e revistas. Ex-editor da revista literária britânica “Granta”, Freeman, 38, teve acesso ainda a nomes como Haruki Murakami (que defendeu que a rotina é boa para a imaginação) e o próprio DeLillo, um dos temas da conversa com Foster Wallace. Não foi sempre fácil, é verdade. Toni Morrison, por exemplo, que o recebeu em casa em 2004, ao ser questionada sobre o Nobel, mandou um curto e grosso: “Você pode fazer melhor do que isso”. Com o tempo, Freeman aprendeu a apenas deixar os autores falarem. “Se você vai com perguntas prontas, recebe respostas prontas. Só quero que contem histórias, que é como mais se parecem com o que mostram no papel.” Um dos responsáveis pela “Granta” com jovens escritores brasileiros, ele

participa amanhã, na Bienal do Livro Rio, às 12h, de mesa sobre tradução no exterior com Alison Entrekin e José Luiz Passos. E lança seu último trabalho na “Granta”, “Os Melhores Jovens Escritores Britânicos”. Para ele, o quarto volume da série (o primeiro, de 1983, trouxe Ian McEwan e Salman Rushdie) é o mais amplo. “Ouve-se mais idiomas em Londres que em qualquer lugar, mas os autores que mais aparecem são brancos.

Cobrimos essa lacuna sem querer”, diz, sobre a seleção, que inclui até o chinês Xiaolou Guo. Como ler um escritor Autor: John Freeman Tradução: Helena Londres Editora: Alfaguara Quanto: R$ 49,90 (312 págs.) Os melhores jovens escritores britânicos Autor: Vários Editora: Alfaguara Quanto: R$ 49,90 (440 págs)

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

Foto: Divulgação

John Freeman


Informática & Tecnologia

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Senha Digital Mesmo Leitor de impressão dos dedos do iPhone 5s promete livrar usuário da numeralha de hoje

Por YURI GONZAGA /FOLHAPRESS

Anunciado na semana passada, o iPhone 5s chegará às prateleiras americanas na sexta-feira. Ele será equipado com um leitor de impressão digital que pode ser usado para substituir a senha em tarefas como o desbloqueio do celular e, com um simples toque, compras no iTunes. Para alguns, esse lançamento pode significar o começo do fim da senha, tida como inconveniente e insegura, para autenticação. Esse leitor biométrico --embutido no botão frontal do iPhone-- escaneia um polegar ou um indicador com seu sensor de 500 ppi (leitores avançados chegam a 1.000 ppi) e o compara às impressões que foram cadastradas. A empresa diz que toda a informação é criptografada, o que impediria que um hacker tivesse acesso às impressões digitais mesmo que invadisse o smartphone. Por ler “camadas abaixo da pele”, o sistema também evita que seja usado um dedo falso (de silicone) ou um que tenha sido arrancado do corpo. Caso o celular fique 48 horas sem ser usado, o desbloqueio só pode ser feito por meio de uma sequência numérica definida pelo dono. “Não espere que o sistema seja perfeito”, disse a Apple ao “Wall Street Journal”. Ele pode apresentar falhas de identificação, em especial com dedos molhados ou suados. Digitais fracas por natureza ou por causa de acidentes também são um problema. Sobre privacidade, a empresa garante que toda a informação do sistema é armazenada somente no dispositivo --não é vinculada a uma conta on-line-- e não pode ser acessada por aplicativos.

Mais seguro?

Apesar de ser uma novidade, o sensor biométrico do iPhone 5s não é uma surpresa: há rumores sobre sua existência desde julho do ano passado, quando a Apple comprou a AuthenTec, empresa responsável pela tecnologia, por US$ 356 milhões. Dois meses depois, foi descoberta uma falha em um software dessa mesma companhia, que expôs potencialmente milhões de donos de PCs com leitor biométrico fabricados por Dell, Sony e pelo menos outras 14 marcas. Em vez de aumentar a segurança, o programa estava exibindo as senhas de seus usuários não há indícios de que haja relação entre esse software e o do novo iPhone. A Apple não quis comentar. “Não costuma demorar para alguém encontrar algum modo de contornar um sistema desses”, diz Alexandre Fernandes de Moraes, professor da Unifieo, autor de uma pesquisa sobre sistemas biométricos em aeroportos --os quais considera “extremamente seguros”. “Tudo que envolve biometria é uma boa iniciativa para a segurança.” “Sua digital não é um segredo --você a deixa em todo lugar que toca”, escreveu em artigo o especialista Bruce Schneier. Para ele, contudo, a autenticação por toque é um “bom equilíbrio entre segurança e conveniência”. Empresas donas de alternativas à senha, como as que bancam o site petition againstpasswords.com, elogiaram o lançamento.

Código fechado?

Entenda a criptografia digital, base da privacidade on-line que pode ter sido burlada pela agência NSA. Bruno fávero

Os sistemas criptográficos são a base

da segurança na internet e no mundo digital. Entre outras coisas, garantem, ou deveriam garantir, que seus e-mails, mensagens, dados bancários e quaisquer outros tipos de informação sigilosas

continuem privados e seguros. No dia último dia 6, porém, o jornal “New York Times” revelou que a NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA) trava há anos uma bilionária batalha tecnológica

para derrotar esses sistemas e espionar a rede à vontade. Entenda como funciona a criptografia, como é usada e como pode ter sido derrotada pela inteligência dos EUA.


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De volta à infância Brinquedos da GR procuram estimular a interação e as brincadeiras em grupo

Shel Almeida

Na edição de setembro de 2013, que brinquem juntas, que valorizem a Revista Crescer, da Editora a troca”, fala. Além da preocupação Globo, publicou a 8º edição da com o resgate das brincadeiras em lista dos os 75 Melhores Brinquedos grupo, há também a preocupação do Ano. A análise foi feita por 97 crian- com a qualidade do que é oferecido ças, que avaliaram 700 itens. Depois, aos pequenos. Todas as etapas da proum time de especialistas, junto com dução dos brinquedos têm certificado a equipe da revista, deu o aval para do Inmetro, desde a fabricação até que a lista com os melhores fosse a finalização. Toda a matéria-prima fechada. Entre os 75 melhores estão usada na produção, como a tinta e a três brinquedos criados e produzidos madeira, passa por pesquisa de quaem Bragança Paulista, pela GR Brin- lidade e é ecologicamente correta, quedos: o pebolim, o fogão de mesa visando a sustentabilidade. e o kit utilidades. A lista foi dividida por faixa etária e não por classificação, e contém tanto brinquedos de apelo A Revista Crescer colheu todo o matecnológico quanto os tradicionais e terial em lojas e só depois entrou em educativos. Os brinquedos da GR fica- contato com os fabricantes. Fernando ram entre os indicados para crianças ficou sabendo que os produtos da GR de 3 a 6 anos. passariam pela seleção por meio dos Empresa familiar, a GR surgiu de um lojistas revendedores. “A revista só hobby do Sr. Sebastião Pedroso, que entrou em contato conosco posteriordesenvolvia carrinhos de rolimã e mente, porque eles fazem também uma outros brinquedos de madeira para os espécie de auditoria com a própria empresa para saber filhos Fernando, Ivan e Rene, que, em 2008, se toda a parte legal e Usamos muito vermelho, amarelo, burocrática está em dia, decidiram criar a emverde, cores que estimulam e como a certificação do presa, contando com as habilidades do pai. não dividem. Além disso, todos Inmetro. Mas só souDe acordo com Fer- os brinquedos são pensados bemos que estávamos nando Pedroso, di- para crianças que vivem em entre os 75 melhores retor da empresa, a casa pequena, para que possam brinquedos quando intenção sempre foi brincar em qualquer espaço. saiu a publicação”, a de resgatar as brinconta. “Esse é o maior Fernando Pedroso cadeiras de infância, prêmio da categoria por meio de brinquedos educativos e no país. E depois da divulgação da de madeira. “Todos os brinquedos são lista, as empresas selecionadas são pensados para estimular a interação convidadas a doar brinquedos para das crianças umas com as outras, para crianças carentes”, conta. A GR

Descoberta

Jogo de encaixe com animais. Crianças pequenas são atraídas pelas cores fortes.

GR produz brinquedos educativos e em madeira.

Ônibus e pinos estimula crianças menores com cores e formas.


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Brinquedos divide espaço entre os selecionados com empresas como Estrela, Grow e Matel. “Fomos criando e desenvolvendo novos brinquedos aos poucos e fomos conseguindo espaço no mercado. Hoje fornecemos para 250 lojas, a nível nacional, e semana que vem começaremos a exportar a linha de futebol para Tóquio, no Japão. E já estamos começando a trabalhar para que logo possamos exportar para Espanha e Inglaterra também”, fala Fernando. Além disso a empresa é fornecedora de brinquedos para a Tok & Stok e também para o quadro “Lar Doce Lar”, do programa Caldeirão do Huck. Apesar de todo o sucesso, a GR é pouco conhecida na terra natal, Bragança Paulista. Nenhuma das lojas de brinquedos da cidade havia se interessado em vender os produtos da empresa, até a publicação da lista da Crescer. “Depois da revista, começaram a entrar em contato conosco e acredito que logo já começaremos a fornecer aqui em Bragança também”, diz. Fernando aproveita e conta uma história curiosa que aconteceu com ele. “Fui em uma festa de aniversário e vi que entre os presentes havia um brinquedo nosso. Não contei que eu era o fabricante, mas mostrei para a mãe da criança que a fábrica ficava em Bragança. Ela ficou admirada”, ri.

Resgate da infância

O carro chefe da GR é o “Dedobol”, jogo parecido com o futebol de botão, mas que é praticado com os dedos. “É curioso perceber como as pessoas gostam desse jogo por ser um resgate da infância. E como ele consegue unir gerações”. Fernando faz questão de dizer também, que todas as linhas de brinquedos são pensadas de forma que possam quebrar estereótipos. “A linha de cozinha, por exemplo, é chamada ‘Chefe de Cozinha’ para que tanto as meninas quanto os meninos se sintam estimulados a brincar. Em um vídeo que produzimos, fizemos questão de mostrar uma menina brincando com um carrinho e um menino brincando com o fogãozinho. Mulher também dirige e homem também cozinha, não tem porque dividir brinquedos de crianças em ‘de menino’ e ‘de menina”, analisa. Para isso, Fernando conta que procurou não usar cores sexistas nos brinquedos, como o rosa. “Usamos muito vermelho, amarelo, verde, cores que estimulam e não dividem. Além disso, todos os brinquedos são pensados para crianças que vivem em casa pequena, para que possam brincar em qualquer espaço”, fala. Hoje a GR possui 35 brinquedos em seu catálogo, mas já produziu protótipo para mais de 100. “Nem tudo o que a gente acha que a criança vai gostar, ela gosta de verdade. Sempre que pensamos em lançar algo novo fazemos testes em escolas, com filhos de amigos e com meus sobrinhos Gabriel e Rafael, que são quem dão nome à empresa, depois de meu pai decidir usar as iniciais deles”, fala. A próxima ideia de Fernando, que é projetista, é lançar um jogo de sinuca. “Os adultos gostam muito do Pebolim e da mesa de Ping-Pong. Acho que vão gostar da de sinuca também, para brincar com os filhos”.

Fernando com os pais Sebastião e Isolina Pedroso. Empresa familiar surgiu das lembranças das brincadeiras de infância.

Kit Cozinha: cores neutras para que meninos também queiram brincar.

Resta 1 - Jogo de desafio para crianças e adultos;

Se você ficou interessado nos brinquedos da GR, mas não sabe onde encontrar, entre em contato direto com a fábrica, pelo telefone: (11) 4032 - 6779. A GR Brinquedos fica na Rua Romeu Gasagrande, 190 no Jardim São Miguel.

O Pebolim foi um dos brinquedos da GR que entrou na lista da Revista Crescer, Jogo está entre os melhores para crianças entre 03 e 06 anos.


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Saúde

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Fio com células-tronco

acelera cicatrização

Estudo da Unicamp desenvolve técnica para “colar” as células em linha empregada para costurar machucados, lesões em que o fio foi usado sararam em 15 dias em cobaias, quando o normal seria levar 10 semanas Por REINALDO JOSÉ LOPES /FOLHAPRESS

Para reparar feridas no intestino de cobaias, pesquisadores da Unicamp estão contando com a ajuda de “costureiras” microscópicas: as células-tronco mesenquimais. Por meio de uma técnica complexa, patenteada pela universidade, eles descobriram como “colar” as células num fio de sutura cirúrgica. As feridas costuradas com o fio especial cicatrizaram em 15 dias, quando o normal seria levar em torno de dez semanas. Por enquanto, a abordagem foi testada em ratos. “Isso pode ser um avanço na área de regeneração de tecidos”, diz a hematologista Ângela Malheiros Luzo, coordenadora do estudo. Ângela é orientadora do biólogo Bruno Bosch Volpe, cujo trabalho de mestrado foi o desenvolvimento da técnica e que deve continuar a refiná-la em seu doutorado. As células-tronco mesenquimais estão em diversas regiões do corpo, como cordão umbilical e camadas de gordura --nesse último caso, é fácil obtê-las durante uma lipoaspiração, por exemplo. “Preferimos células vindas da gordura porque, além de a obtenção não ser tão invasiva, é mais fácil fazer elas proliferarem”, diz Ângela. Ainda há dúvidas sobre a versatilidade desse tipo de célula. Sabe-se que elas dão origem a tecidos como osso e cartilagem e há indícios de que poderiam se transformar em músculos ou neurônios. Testes iniciais mostraram resultados animadores para uma série de doenças, mas é possível que elas funcionem só como “suporte de vida” de órgãos lesados, produzindo substâncias que facilitem a cicatrização, por exemplo. No caso das feridas intestinais estudadas, as fístulas (canal que une duas regiões que deveriam estar separadas), outros cientistas já tinham tentado amenizar a lesão aplicando células-tronco, sem grandes resultados. Parece que o pulo do gato é o uso do fio especial para costurar a ferida. Volpe e sua orientadora acharam a receita correta para “colar” células vivas no fio, com a ajuda de uma substância chamada fibrina, e manter a proliferação delas antes da costura. “O importante do trabalho não foi só o uso da cola. A questão era fazer com que as células saíssem do fio e tivessem efeito benéfico depois da sutura”, diz a hematologista. Outra vantagem da abordagem é que as células-tronco usadas em humanos seriam obtidas a partir do organismo do próprio doente, evitando a rejeição. Não há datas para testes em pessoas, mas um alvo óbvio são as que têm doença de

Crohn, problema com severos sintomas gastrointestinais e recuperação difícil. Mas, diz Ângela, a técnica poderia melhorar a eficácia de suturas em outros casos, como em cirurgias plásticas. Com boneca eletrônica, fonoaudiólogos avaliam o volume de fones de ouvido. Cláudia collucci

Dois terços da capacidade total do aparelho de som. Esse é o volume indicado pelos especialistas para que as pessoas ouçam músicas com fones de ouvido de forma segura, sem risco de perda auditiva a médio e longo prazo. Foi um dos alertas dados pelos fonoaudiólogos da Santa Casa de São Paulo durante orientação ontem no parque Villa-Lobos, zona oeste. Eles testaram o volume de fones de ouvido dos frequentadores do parque usando uma boneca eletrônica chamada Duda. Ela tem um sistema dentro do ouvido que mede o volume do aparelho. Segundo a fonoaudióloga Cilmara Levy, coordenadora do evento, além do som, é preciso prestar atenção ao tipo de fone de ouvido. “Os recomendados são os maiores, que cobrem toda a orelha. Eles excluem ruídos externos e a pessoa não aumenta tanto o volume.” Outra ação que aconteceu no parque foi a “Caminhada do Silêncio”, que reuniu pessoas com deficiências auditivas, seus familiares e amigos. A causa da surdez é variada, podendo ser de origem infecciosa, genética ou causada pela exposição a ruídos. No Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 9,7 milhões de brasileiros declararam algum tipo de deficiência auditiva. Segundo a Federação Mundial dos Surdos há 70 milhões de pessoas com a deficiência no mundo, 80% delas têm dificuldades de inserção social. Para Cilmara, isso vem do desconhecimento da surdez. “Uma pessoa surda é capaz como qualquer outra. Mas o diagnóstico tardio deixa a aprendizagem mais difícil.” Galáxias antigas já tinham o formato atual, diz pesquisa. Dados do Telescópio Espacial Hubble mostram como era o Universo 11,5 bilhões de anos atrás.

A Via Láctea, por exemplo, tem cerca de 13 bilhões de anos, nascida apenas 800 milhões de anos após o Big Bang. Contudo, os cientistas imaginavam que as galáxias, quando bebês, deviam ser bem diferentes --menos evoluídas-- que as atuais. Era o que sugeriam modelos sobre a formação dessas estruturas. Novos resultados, obtidos com o Telescópio Espacial Hubble, contestam essa ideia. Eles mostram que cerca de 2,3 bilhões de anos depois do Big Bang as galáxias já tinham mais ou menos a forma atual. “Isso significa que as galáxias amadurecem de forma mais rápida do que se acreditava”, diz Gastão Lima Neto, astrônomo da USP que não participou do estudo. O uso do telescópio espacial não poderia ser mais adequado. Foi o astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) quem fez o primeiro estudo consistente da evolução das galáxias. O chamado diagrama de diapasão de Hubble cobre todos os tipos galácticos vistos no cosmos,entre eles as espirais (como a nossa Via Láctea).

Vasculhando as profundezas do espaço, os astrônomos conseguem observar como as galáxias eram. (Como elas estão muito longe, a luz delas demora a chegar na Terra.) de hubble para hubble Estudos anteriores já haviam sondado galáxias de até 8 bilhões de anos atrás e viam que o esquema de Hubble se sustentava. O novo trabalho, feito com dados de um projeto chamado Candels somado a imagens colhidas em dois instrumentos do telescópio espacial, empurra mais 2,5 bilhões de anos na direção do passado e mostra que, naquela época, as galáxias já tinham o padrão das atuais. No total, os pesquisadores observaram 1.671 galáxias. E a ideia é não parar por aí. “Vamos sondar épocas mais remotas para tentar identificar em que momento as galáxias evoluídas aparecem”, disse à Folha Mauro Giavalisco, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, e um dos autores do trabalho, publicado no periódico “The Astrophysical Journal”. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Fonoaudiólogas usam boneca eletrônica para testar fones de ouvido de frequentadores do parque Villa-Lobos, em SP Foto: Divulgação

Salvador nogueira

Se você ouvir um saudosista dizer que já não se fazem mais galáxias como antigamente, saiba que é mentira. Um estudo acaba de mostrar que desde 11,5 bilhões de anos atrás o Universo já tinha galáxias nas mesmas formas que elas têm hoje. Sabe-se que as galáxias se formaram relativamente cedo na história do cosmos.

Cogumelo crescendo em tronco na reserva


SPASSU da Elegância

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Chá de Lingerie Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão

A data do casamento se aproxima e a noiva deseja passar um tempo agradável com as amigas! Uma antiga tradição é fazer o Chá de Cozinha, que tem como objetivo reunir as mulheres para uma tarde gostosa recheada de risadas e ajudar a noiva a montar a casa com utensílios de cozinha e decoração. Uma opção que vem che gando com toda a força é o Chá de Lingerie! Ele pode ser organizado por amigas, madrinhas ou a própria noiva! Por se tratar de um momento íntimo entre as mulheres, escolha pessoas com as quais a noiva fique a vontade! O local do Chá de Lingerie deve ser mais reservado afim de evitar constrangimentos. Mas o que pedir para as convidadas? Não apenas lingeries ousadas, mas também lingeries confortáveis para o dia a dia. Sutiãs, calcinhas, pijamas e camisolas estão entre os presentes. A noiva pode informar apenas a numeração que usa, deixando a cargo das convidadas escolher

os presentes, ou pode fazer uma lista de presentes em uma loja de sua preferência. A decoração deve ser feita de maneira divertida e criativa, sempre levando em consideração a personalidade da noiva. Muitas noivas usam o tema lingerie para fazer uma decoração engraçada, com bolo e lembrancinhas em formato de calcinha e sutiã, por exemplo. Outra opção mais discreta é fazer uma decoração bem feminina e meiga, com muito rosa e branco...! Para servir para as convidadas, pode ser algo leve como lanche de metro ou salgadinhos, doces e refrigerantes. E um ingrediente que não pode faltar é muita animação para tornar este momento inesquecível!!! Mande suas sugestões para nosso e -mail, spassuplazanoivas@yahoo.com.br Po d e m o s a u x i l i á - l o s e m suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.

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Casos e Causos

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Juro que é verdade Por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE XV Era época daquele filme CARRIE A ESTRANHA, onde a personagem movia objetos com a força da mente. Havia um PUB em Bragança na Rua Assis Gonçalves, de propriedade de dois irmãos, Vitor e Artur. Era um ambiente legal, a meia luz. Uma noite o Celinho Gayer teve a ideia de assustar umas garotas. Ele e Artur amarraram uma linha de pescar numa garrafa, que se estendia por uns 3 metros. A linha ficava invisível no escuro. Dai eles sentaram com as garotas e disseram que eu, que estava na outra mesa, tinha o poder de telecinésia como a Carrie do filme. Eu fingia irritação, deles ficarem espalhando esse meu dom, mas depois de muita insistência, inclusive das incrédulas garotas, eu concordava em fazer uma só demonstração, meio a contragosto. Eu concentrava apontava para a garrafa que estava bem longe, o Artur puxava a linha e....zás....ela caia da prateleira espatifando no chão. Fiquei

com fama de mago. JURO QUE É VERDADE XVI Um amigo meu, quarentão, empolgou-se com uma garota de 23, que tinha um filho pequeno de 3 anos. Num dia conseguiu se aproximar dela numa festa, e ficou conversando com a garota, que estava com o filho. Terminada a festa, encontrei com ele e perguntei como tinha sido a paquera. A resposta me surpreendeu: ADOREI A MENINA, MAS DESISTI, POR CAUSA DA CRIANÇA. Eu não entendi, mas ele explicou: O MENINO FEZ UM ESCANDALO, SE JOGOU NO CHÃO POR CAUSA DE UM CHICLETE QUE A MÃE NÃO DEIXOU ELE CHUPAR. TÁ LOUCO......SE EU CASO COM ELA.....QUANDO ESSE MOLEQUE TIVER 18 ANOS, ELE SAI COM MEU CARRO, BATE...E QUANDO EU FOR RECLAMAR ELE VAI DIZER: VOCE NEM É MEU PAI.... VELHO F.D.P. Isso que é prever o futuro.

JURO QUE É VERDADE XVII Desde 2009 eu não tenho mais moto. Já tive Yamaha DT, Agrale, e a última foi uma Honda Tornado. E foi com essa Tornado que eu acabei passando uma situação inusitada. Parei em frente à banca de jornal do Lago do Taboão, e quando ia desligar a moto pra descer, uma mulher sem falar nada, montou na garupa. Nesse pequeno espaço de tempo, o raciocínio fica rápido e pensei em ....assalto....uma louca....uma confusão. De repente a mulher disse: ME LEVA PRO HARA DO LAVAPÉS. Só dai caiu a ficha e eu respondi: DONA...EU NÃO SOU DO MOTOTAXI JURO QUE É VERDADE XVIII Final dos anos 80, a TV Globo tinha a novela Vamp. Os galãs eram o Fábio Assunção, meu primo Guilherme Leme, e Flávio Silvino, que depois sofreu terrível acidente. Eu estava na Câmara quando uma garota se aproximou e disse:

EU ASSISTO A VAMP......E TODA VEZ QUE VEJO O MATOSÃO ME LEMBRO DE VOCE. Fiquei super feliz porque o Matosâo era o Flávio Silvino, considerado um dos atores mais bonitos do Brasil. Mas minha alegria durou poucos segundos quando ela completou: VOCE É A CARA DO PAI DELE. Ela se referia ao comediante Paulo Silvino. JURO QUE É VERDADE XXI A banda de hardcore, Leptospirose, cujo vocalista é o Quique Brown, foi fazer um show no Uruguai. Ao entrar no país, alugaram um carro dirigido por um dos integrantes da banda. Logo em seguida foram parados por um comando de trânsito. O policial deu um olhada dentro do carro, e perguntou ao motorista: DONDE VAS? A resposta foi imediata: -SERGIO EDUARDO

Antenado

Morre, aos 72, o filósofo

marxista Marshall Berman Autor de ‘Tudo que É Sólido Desmancha no Ar’, de 1982, teve ataque cardíaco

Por JULIANA GRAGNANI /FOLHAPRESS

O autor, educador e filósofo americano Marshall Berman, 72, morreu na última quarta-feira em Nova York, sua cidade de origem, nos EUA. Tomava café da manhã em um restaurante quando sofreu um ataque cardíaco. Autor de escritos humanistas sobre economia, arte e cultura influenciados pelas ideias de Karl Marx (1818-1883), Berman ficou conhecido por “Tudo que É Sólido Desmancha no Ar” (1982), lançado pela Companhia das Letras em 1986. O título da obra, que conta a história crítica da modernidade, foi tirado do Manifesto Comunista. O filósofo marxista era um estudioso da modernidade, definida por ele como um confronto e uma tentativa de superação das “organizações burocráticas que têm o poder para controlar e, frequentemente, destruir as comunidades, os valores e as vidas”. Berman contribuiu para publicações como “New York Times” e “Nation” e pertencia ao conselho editorial da revista “Dissent”. Deu aulas de política e urbanismo na City University of New York. “Era um homem triste, mas de grande energia”, diz Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras. “Não teve o reconhecimento que merecia, e talvez o maior sucesso que conheceu foi no Brasil, onde abriu as portas para um ensaísmo erudito, livre e extremamente literário.” No Brasil, envolveu-se em polêmica ao criticar Brasília, considerada por ele um mau exemplo da modernidade, e o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a quem chamou de déspota. “Brasília é construída de modo a evitar que as pessoas se encontrem”, disse à Folha, em 2009. “Niemeyer não queria funis para onde todos confluíssem. É importante ver o que isso tem de antidemocrático.” Para Berman, a solidão e automatização eram problemas crônicos da modernidade. Questionado pela Folha sobre se a solidão era sua inimiga, respondeu: “Não sei. Talvez o concreto seja meu pior inimigo.” Berman deixa a mulher, Shellie, e dois filhos.

Análise

Escritor defendeu capacidade de renovação do modernismo. Berman insistiu que marx, ao entender o capitalismo como uma era inquieta, esteve mais próximo de seus inimigos liberais que de seus precursores comunistas. Idelber avelar

Há um vídeo de Marshall Berman (19402013) sobre o grafite e o rap em que ele se refere a um conto da nova-iorquina Grace Paley (1922-2007) que inclui a frase “os prédios queimavam de um lado da rua e a garotada tentava construir algo do outro lado”. Vê-se aí um emblema do olhar de Berman ao seu grande tema, a modernidade. Por um lado, a ênfase na destruição e na ruína. Por outro, a crença na resistência e na renovação. Fascinado por ruas, construções, barricadas e pela turbulência do espaço público, Berman sempre acreditou na capacidade do modernismo para a autocrítica e a renovação. Foi inimigo declarado dos pós-modernos, que já na época de “Tudo o que É Sólido se Desmancha no Ar” insistiam no esgotamento do impulso vanguardista. De “Política da Autenticidade” (1970) a “Aventuras no Marxismo” (1999), passando por seu clássico “Tudo que É Sólido” (1982), Berman foi o teórico que conjugou marxismo e modernismo, vendo naquele uma grande manifestação deste. Se György Lukács sistematizou o Marx hegeliano, dialético, e Louis Althusser inventou o Marx cientista, Berman alinhou Marx com Goethe e Baudelaire como visionários do modernismo. Ao analisar Goethe, recuperou a segunda parte de “Fausto”, muito menos estudada, para ver no personagem uma antecipação da face opressiva do urbanismo moderno, um precursor do arquiteto Le Corbusier e do construtor Robert Moses, responsável pelo privilégio às grandes estradas e aos viadutos na região de Nova York. Berman insistiu que Marx, ao entender o capitalismo como uma era inquieta, aberta, sem limites, esteve mais próximo de seus inimigos liberais e conservadores que de seus precursores comunistas. Visitando Brasília, provocou a ira dos nacionalistas ao descrevê-la como cidade antidemocrática, sem espaço público, só para depois reconhecer que talvez esse caráter impopular também fosse parte do espírito moderno. É pena que Berman não tenha ido mais longe na investigação de um sentimento moderno que reconheceu ter sido pouco explorado em “Tudo que É Sólido”: o medo da liberdade, o desejo de escapar dela a qualquer custo. Sua parábola definitiva foi “O Grande Inquisidor”, de Dostoiévski: “O homem prefere a paz e até a morte à liberdade de escolha no conhecimento do bem e do mal [“ ]. Estão convencidos de que são mais livres do que antes, mas nos

trazem sua liberdade e humildemente colocam-na a nossos pés”. Na humildade com que ex-revolucionários frequentemente abdicaram da liberdade de escolha pela segurança de servir a um novo poder, na renúncia dos próprios marxistas às virtudes que observou em

Marx, Berman bem poderia ter visto o embrião de uma crítica pertinente a seu inquebrantável otimismo. Idelber avelar é professor de literatura na Universidade Tulane (EUA) e autor de “Alegorias da Derrota” (UFMG). Foto: Silvestre P. Silva/Folhapress

O filósofo americano Marshall Berman, estudioso da modernidade, que morreu aos 72 anos


Reflexão e Práxis

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Motivação Parte 2 O que ocorre depois?

Por pedro marcelo galasso

A compreensão. Quando mais compreendemos o que é pretendido ou o que pretendemos maior é a nossa motivação. A compreensão exige conhecimento e capacidade de análise e de decisão, além disso, ela se apresenta como um traço pessoal, que pode ser estimulado em todos com os mais variados canais de comunicação e de linguagem. Trabalhamos aqui com a ideia de possibilidades. É preciso que as possibilidades de trabalho, físicas e de pessoal sejam consideradas como elementos de suporte e apoio para as questões motivacionais pessoais e institucionais, garantindo um parâmetro concreto para a avaliação entre o que é pretendido e o que é possível. Então, chegamos a outro elemento da motivação, a liderança. Ela serve como definidora de papéis, mas não deve ser utilizada de forma discriminatória ou despótica porque ninguém, absolutamente ninguém, pode realizar suas tarefas sem ajuda. O traço mais importante de um líder é a capacidade avaliar as pessoas, as possibilidades e saber extrair delas o que elas oferecem de melhor. Um

bom líder nunca pede algo além daquilo que cada pessoa pode oferecer, cabendo ao líder ter a percepção sobre cada uma das pessoas que o cerca. Como é impossível realizar esta observação sozinho, o bom líder procura trazer e formar pessoas capazes de ajudá-lo nesta tarefa. Além disso, ele deve estar atento à divisão e delegação de tarefas, bem como a realização da estratégia; deve ser capaz de reconhecer seus erros e revisar constantemente suas ideias, contando com a opinião sincera das pessoas mais próximas a ele, além de participar da maior parte do processo. Ele deve estar presente e ser capaz de ouvir; todo bom motivador, assim como todo bom líder, é um ótimo ouvinte, sendo aquela figura que ouve as histórias de vida e os relatos de experiências, tendo elas, ou não, relação direta com sua vida pessoal, ambiente de trabalho ou proposta de trabalho. Além disso, a liderança é conquistada e nunca reivindicada. Normalmente, o motivador é um líder, mas ambos são raros. Ainda assim, não devemos pensar nessa ideia como algo ruim, pois os líderes nos inspiram até mesmo

quando não convivemos com eles, eles nos inspiram depois de décadas, séculos e milênios. A mágica da liderança e da motivação é a mesma, a capacidade de nos inspirar. Ninguém pode se motivar sem inspiração, sem desejo ou meta. É por isso, que não aceito a ideia da motivação como algo abstrato. Ela é real, plausível e presente. Os motivadores são raros e alguns, desculpem o jargão, são brutos como diamantes e precisam ser lapidados. Mas, como definir a raridade? Tal definição é difícil porque acredito que ela se refere as características interiores e estas nem sempre são aparentes ou percebidas de imediato. Aqui o palpite, a ousadia é fundamental. A vontade e a coragem de arriscar, outra característica de um motivador, serve como orientação para a busca por estas pessoas, estas pedras preciosas que devem ser lapidadas. No entanto, podemos lapidar uma pedra sem que ela deseje ou busque por isso? Escultores percebem antes de começar suas esculturas qual a forma que o bloco de pedra possui dentro de si. O mesmo vale para as pessoas.

Algumas desejam, esperam, buscam, pretendem e inspiram as demais pessoas. São estas que devem ser procuradas, tal qual se procura algo único e singular. O caminho é longo, penoso e cansativo, cobrando passo a passo aqueles que se aventuram por ele. E eis aí outra característica que vejo em um motivador, a sua perseverança. A perseverança talvez seja o maior exemplo. Uma história oriental expressa o que o motivador persegue. Quando entramos em um túnel, longo e escuro, e caminhamos em direção a luz algumas vezes, a cada passo, a luz se torna mais distante. Os que desistem simplesmente param, reclamam, se acomodam e permanecem na escuridão. Os motivadores ao perceberem que a distância entre eles e a luz aumenta, começam a reparar no caminho e descobrem que a sua meta na verdade não é alcançar a luz, mas sim percorrer o caminho. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com


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Foi com grande alegria que fotografei o casamento desse lindo casal. Evelin e Rodrigo. Duas pessoas queridas e apaixonadas que fizeram do casamento deles um lindo e emocionante acontecimento. Primeiramente porque escolheram a Praia Vermelha do Norte em Ubatuba como cenário e depois pela alegria com que realizaram o grande sonho deles. Tudo aconteceu no espaço Areia Summer no litoral norte lindamente decorado com flores em tons quentes, uma passarela de esteiras com pétalas de flores coloridas emolduradas por duas belíssimas árvores com lanternas orientais penduradas além de toda beleza natural somado com a alegria dos presentes fizeram a diferença nesta cerimônia. Os pais estava especialmente emocionados com a alegria dos filhos. Após prometerem amor por toda a vida o casal trocou as alianças num clima muito romântico. Depois fizeram a cerimônia da mistura das areias coloridas simbolizando que à partir daquele momento os dois seriam um só. Tudo acompanhado pelos olhares emocionados dos pais e padrinhos. Após os cumprimentos os dois passaram pelo corredor ovacionados pelos presentes. Na sequência começou uma belíssima festa onde o casal aproveitou tudo até o final. A pista de danças estava animadíssima e a festa entrou madrugada a dentro. Tudo com muita alegria e bom gosto. Mais um dia que guardo com muito carinho no meu coração.

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Alheias às restrições ao crédito, marcas de motocicleta de luxo dominam o Salão das Duas Rodas por EDUARDO ROCHA/AUTO PRESS

Poucos segmentos da economia brasileira sofreram tanto os reflexos da crise financeira quanto o de motocicletas. Os números do setor dão a extensão do drama. Em 2010, foram 2,1 milhões unidades vendidas. Para 2013, a expectativa é que mal se chegue a 1,6 milhão. E enquanto os modelos de baixa cilindrada sofrem com as restrições ao crédito, a oferta de motocicletas de luxo, direcionadas a consumidores abastados, cresce e aparece. Tudo isso se tornou bastante palpável no 12º Salão as Duas Rodas, realizado entre 8 e 13 de outubro. O enxame de marcas orientais com modelos de baixo custo ficou no passado. O Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, foi dominado por marcas sofisticadas e suas máquinas maravilhosas.Além das marcas já consagradas e conhecidas no mercado – as japonesas Honda, Yamaha e Suzuki, a alemã BMW e a norte-americana Harley-Davidson –, surgiram com força marcas que até pouco tempo faziam apenas figuração no Brasil. Algumas delas foram reestruturadas e todas entraram para brigar pelo mercado. Casos das italianas MV Agusta, controlada no Brasil pela Dafra, e a Ducati, gerenciada mundialmente pela Audi. Outra que reaparece em novos moldes é a japonesa Kawasaki, agora gerenciada pela própria matriz, e não mais através de representação comercial. E tem atuado de forma tão intensa no país que não sobraram novidades para o Salão. Apenas a versão Tourer para a bem-sucedida Ninja 1000. Todas estas fabricantes “reengenheiradas”, no entanto, já estavam oficialmente presentes no mercado brasileiro. As novidades ficam por conta da Triumph, que desembarcou oficialmente há menos de um ano, e da italiana Benelli, que hoje pertence ao grupo chinês Qianjiang, dono ainda da Keeway, que também estreou no Salão das Duas Rodas. As duas são representadas no Brasil pela Bramont, responsável pela produção dos utilitários Mahindra em Manaus. Além da novata Keeway, que surge com uma grande linha de modelos pequenos, apenas as três japonesas mais tradicionais apareceram com novidades de baixa cilindrada. A Yamaha destacou a recém-lançada Fazer 150, uma espécie de “última esperança” para a marca em busca de volume comercial no Brasil. Fora isso, apresentou apenas dois modelos: a nova geração da V-Max, com motor de 1.679 cc, e a big scooter T-Max, de 530 cc. Em comum, as duas trazem preços totalmente despropositados: R$ 42.500 para a T-Max e R$ 99 mil para a muscle bike. No mais, o line-up da marca continua preguiçosamente o mesmo. A Suzuki apostou na Inazuma, uma 250 cc que será montada em Manaus, custará em torno de R$ 15 mil e chega ao mercado apenas em 2014. Com ela, espera brigar com nakeds como Honda CB 300R, Fazer 250 e Dafra Next. A Honda, além de dar

grande destaque para a nova geração da indefectível CG, apresentou sua nova família de 500 cc, que tem a pretensão de ser o modelo-base para a popularização de motocicletas de alta cilindrada. A CB 500F chega ao mercado por R$ 22 mil e pode, de fato, funcionar como porta de entrada para modelos maiores. E nesse função, a Honda vai atuar de forma quase solitária. Enquanto isso, as motocicletas de segmentos superiores está quase enfrentando um engarrafamento. Só a inglesa Triumph trouxe sete novas motocicletas, incluindo aí novas versões. De inéditas, há a “vintage” Thruxton 900, bem no estilo cafe racer do início dos anos 1960, e a sofisticada touring Trophy SE. Entre as italianas, a Benelli aparece com diversos modelos interessantes, com motores de três cilindros entre 900 a 1130 cc. A exceção fica para o modelo BN600, de 600 cc e quatro cilindros. Quem também ressurge em grande estilo é a Ducati, agora como marca do Grupo Volkswagen. A proposta da marca italiana foi criar degraus mais acessíveis com os modelos de cilindrada menor, como a Hypermotard 800, Hyperestrada, Monster 796 e a linha 848 – até aqui, ela só trazia modelos de 1.200 cc. A também italiana MV Agusta seguiu esta mesma tática. Apresentou as versões menores de seus estilosos modelos já vendidos no Brasil, como a Brulale, Rivale e F3, todas com motores de 800 cc. Com toda esta concorrência, a alemã BMW, marca que desfraldou o mercado de luxo no Brasil, já não tem mais uma vida tão fácil. Por isso mesmo resolveu estender seus esforços para segmentos inexplorados por ela. No caso, o de maxiscooter, com o modelo C600 Sport, com motor bicilíndrico de 61 cv. Além dela, a marca da Baviera apresentou apenas a versão GS Adventure para a bigtrail F 800. A norte-americana Harley-Davidson, por sua vez, tem também uma ampla diversidade de modelos. Mas ainda assim trouxe novidades. No caso, a marca de Milwalke vem se reinventando nesses últimos anos, embarcando cada vez mais tecnológica em seus modelos. Esse é o principal objetivo do chamado Projeto Rushmore, que teve três produtos exibidos no Salão das Duas Rodas: Ultra Limited, Street Glide e Road King Classic, todas animadas com o motor Twin Cam 103, ou 1.700 cc, com cabeçote arrefecido por líquido – recurso visto como herético por muitos “harlistas”. Além de ainda contar com recursos eletrônicos, como injeção, computador, freios ABS combinados e luzes de led. Destaques do Salão das Duas Rodas 2013 Triumph Truxton 900 – A marca inglesa promete para abril a charmosíssima motocicleta retrô, com visual típico das que corriam na Ilha de Man nos anos 60. Apresentou ainda a touring Trophy e a esportiva Daytona 675, modelo menos nervoso que

Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias


veículos eículos a 675R. Além dela, a Triumph completou a linha Tiger com o modelo Sport e ainda trouxe uma nova versão de entrada, Tiger 800, e uma nova versão de topo, Tiger Explorer XC 1.215. A nova XC, apesar de mais completa, vai ter o mesmo preço da antiga Explorer, que teve o preço reduzido em aproximadamente 10%. Em relação aos consumidores que pagaram o preço mais alto, a marca tomou uma atitude “luxuosa”: ofereceu uma “indenização” R$ 1.500 em roupas e acessórios e um ano de garantia complementar. Harley-Davidson Ultra Limited – A marca norte-americana trouxe três novos modelos criados no projeto Rushmore, que busca o aprimoramento tecnológico da marca. Além disso, trouxe alguns exemplares apimentados pelo sistema CVO – de Custom Vehicle Operations ou operações de personalização de veículos. Casos da Limited e a Breakout, que têm motores de 1.800 cc, o Twin Cam 110 High Output, GPS integrado e vários outros itens de luxo. Yamaha T-Max 530 – A marca japonesa vai passar a brigar no segmento de maxiscooters, onde hoje a Suzuki Burgman 650 atua solitária. Além dela, vai importar a nova geração da clássica V-Max, agora com motor de 1.700cc. O preço de R$ 42.500 e de R$ 99 mil, respectivamente não permite, porém, vislumbrar um futuro brilhante para elas. Benelli TNT 1130 – A marca italiana estreia no Brasil com modelos de visual arrojado, propulsor com a configuração da moda, tricilíndrica, e preço atraente. O mais barato é o modelo esportivo BN600, que tem propulsor quadricilíndrico: R$ 24.900. A bigtrail Trek Amazonas, a mais cara, também com motor 1130, a mais cara da linha, sai a R$ 56.490, pelo menos 10% a menos que motocicletas equivalentes de marcas rivais. A esportiva TNT 1130 sai a R$ 44.890. Honda CB 500X – A marca japonesa concentrou seus esforços no lan-

Jornal do Meio 716 Sexta 1 • Novembro • 2013 çamento da nova linha de 500 cc, composta pela CB 500F, que já está nas lojas, pela CBR 500R, que chega em dezembro, e pela nova crossover CB 500X, que só será lançada no segundo trimestre de 2014 e atraiu bastante a atenção. O estilo segue a linha “bico de pato”, adotada também pela XRE 300, e se vale do bom porte do modelo para impressionar. MV Agusta Rivale 800 – A fabricante italiana, controlada no Brasil pela Dafra, ampliou seus horizontes mercadológicos com a chegada dos modelos de 800 cc Rivale, Brutale e F3. Todas mantém a “pegada” esportiva da marca, considerada a “Ferrari das motocicletas”, e chegam ao mercado no segundo trimestre de 2014. BMW C600 Sport – A marca alemã decidiu explorar novos segmentos no Brasil sem abrir mão do luxo. A maxiscooter C600 Sport deve chegar devagar, em um lote pequeno, para testar o mercado. Outra novidade da fabricante é nova versão de topo para a F800, a GS Adventure. Ducati Monster 796 – A marca italiana reaparece sob a batuta da Audi e tratou logo de ampliar o espectro de produtos com modelos de menor cilindrada – e consequentemente mais baratos. Além da Monster 796, a Ducati mostrou a Hyperestrada e a Hypermotard, com motor Testastretta de 110 cv. O lançamento das duas está previsto para janeiro de 2014. Keeway Index 350 – A marca chinesa passará a ter seus modelos montados na unidade de Manaus da Bramont. Entre eles o scooter Index 350 e os scooters Target 125 e Logik 150. Além das scooters, a marca apresentou diversas motocicletas, entre trails, nakeds e até uma custom, com cilindradas entre 125 e 250 cc. Kawazaki Ninja 1000 Tourer – Desde que a marca passou a ser trabalhada no Brasil diretamente pela matriz japonesa, a Kawasaki não perde tempo. Cada modelo que é lançado lá fora rapidamente aparece por aqui. Por esta política, não foram reservadas

maiores surpresas para o Salão das Duas Rodas. A exceção ficou com a versão Tourer da Ninja 1000. A moto ganhou uma nova roupagem, uma bolha maior e bauletos laterais. Suzuki Inazuma 250 – A marca ja-

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ponesa, representada no país pela J. Toledo, limitou-se a apresentar como novidade a nova Inazuma 250. O modelo, com desenho inspirado na naked B-King, só chega ao mercado depois do Carnaval de 2014.


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automotivas por Augusto Paladino/autopress

Pequeno frasco – A Mercedes-Benz lançou uma versão especial do Smart para o Brasil. Exclusiva do mercado nacional, a Nightstyle tem visual mais esportivo e é feita sobre as versões topo com motor turbo, as Coupe, Cabrio e Cabrio Tritop. Visualmente, o carrinho continua igual, mas ganhou detalhes específicos, como pintura cinza fosca nas rodas e revestimento em couro escuro monocromático no interior. Sob os retrovisores dianteiros, uma pequena plaqueta identifica a série especial. Os preços começam em R$ 68.900 para o Coupe e seguem até os R$ 73.200 para o Cabrio Tritop – que se diferencia pela opção de cor da capota de lona. O motor é o mesmo 1.0 litro turbo de três cilindros e 84 cv. Cara nova – Logo depois de ser mostrada na Europa, a primeira reestilização da atual geração do Nissan March começou a ser vendida no México. A novidade é um forte indício de que o carrinho esteja prestes a mudar por aqui – é a fábrica mexicana de Aguascalientes que produz as unidades vendidas no Brasil. Frente e traseira ganharam mudanças estéticas, com novos faróis, capô e grade frontal, incorporada ao parachoques. A entrada de ar principal adotou formato de trapézio e é ladeada por faróis de neblina triangulares. Atrás, apenas um parachoque mais bojudo e lanternas com nova disposição interna das luzes. O interior não foi mexido. O March deve começar a ser produzido em Resende a partir do ano que vem, na nova fábrica que a Nissan ergue na cidade Sul Fluminense. Novos caminhos – Após se consolidar como uma das maiores fabricantes de veículos 100% elétricos do mundo, a Renault deve começar a investir em unidades de propulsão híbrida nos próximos anos. Segundo a cúpula da marca, os primeiros Renault híbridos devem chegar ao mercado até 2020. A empreitada será feita em conjunto com a Nissan, que também pretende expandir seu catálogo de híbridos – hoje composto apenas por alguns modelos da gama de luxo Infiniti. Ainda não se sabe se os propulsores serão elétricos de autonomia estendida, como o Chevrolet Volt, ou híbridos em paralelo, como um Toyota Prius. No entanto, mesmo com as novidades, a aliança franco japonesa deverá manter o desenvolvimento de carros pura-

mente elétricos. Problemas na balança – A Toyota cancelou o desenvolvimento de uma versão conversível do esportivo GT86. Mesmo depois da apresentação de um conceito no último Salão de Genebra – e até unidades de teste flagradas –, os planos foram, por hora, engavetados. A fabricante não informa os motivos, mas a razão estaria no maior peso do conversível – em função dos reforços estruturais –, cuja implicação no comportamento dinâmico não teria agradado à diretoria da Toyota.

de unidades equipadas com botão de partida. Além disso, o controlador de velocidade de cruzeiro também deixa de funcionar corretamente. A Caoa, representante da Hyundai no Brasil, ainda não tem os chassis envolvidos no recall. A Kia também convocou outros 23.318 proprietários de Sportage, Magentis, Cerato, Mohave, Opirus e Carnival pelo mesmo motivo. Ambas disponibilizam mais informações em seus sites. Mercado em evolução – A TRW, fabricante de componentes eletrônicos e

mecânicos para automóveis, começou a produzir no Brasil conjuntos de direção elétrica para a indústria nacional. Ela é a primeira a fazer o sistema no país, que até então era 100% importado. Segundo a TRW, a linha de produção nacional deverá reduzir o custo final por unidade e ajudar a difundir o uso do mecanismo. Por enquanto apenas a Ford deverá usar a direção elétrica feita aqui, nas linhas de New Fiesta e EcoSport, fabricados em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e na Bahia, respectivament Fotos: Divulgação

Evolução da espécie – A Hyundai deverá abolir de seus carros o acendedor de cigarros. Uma pesquisa encomendada pela marca na Coreia do Sul apontou que 84% dos entrevistados nunca usaram o isqueiro e 92% preferiam que o item fosse substituído por mais uma entrada USB. A preferência se deve à queda nos índices de tabagismo no país sede da Hyundai e à popularização do uso de telefones e outros periféricos que têm nas tomadas USB fonte de energia e conexão de dados com os sistemas multimídia dos carros. Em nome da lei – Curiosamente, a polícia da Finlândia está em alta. A “Tekniikan Maailma”, maior revista de tecnologia da Escandinávia, presenteou o órgão público com uma Mercedes-Benz CLS Shooting Brake como parte das comemorações de seus 60 anos de publicação. A ideia veio de uma pesquisa realizada entre os leitores, indicando uma personalidade ou instituição para ser presenteada com um carro – também escolhido pela audiência. Os bons serviços prestados e a confiança junto à população deram à força policial finlandesa uma CLS Shooting Brake 350 CDI movida a diesel para o uso em patrulha. Lanterna apagada – A Hyundai ampliou a abrangência do recall convocado para corrigir problemas no interruptor das luzes de freio de vários modelos. Depois dos utilitários Tucson, SantaFe e Veracruz, o mais novo ix35, o hatch i30 e o sedã Azera também serão chamados. O total de unidades afetadas agora chega a cerca de 89 mil carros. O problema começa com o não acendimento das luzes de freio, mas a falha no dispositivo ainda pode travar o câmbio automático na posição “P” e inibir o funcionamento

Smart Nightstyle

Nissan March 2014


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Que venha o assédio por AUGUSTO PALADINO/autopress

Mesmo com os problemas enfrentados para atender à demanda pelo novo Corvette, a Chevrolet não deve aumentar a produção do modelo. Segundo a marca, a corrida para as concessionárias da marca é esperada sempre que uma nova versão do esportivo é lançada e que não valeria a pena investir num segundo turno de produção. A fábrica de Bowling Green já faz cerca de 160 unidades do Corvette por dia, ritmo que deve ser mantido. Nem a proximidade do início da produção da variante conversível deve mudar o quadro. O Corvette está na sétima geração e a fila de espera por uma unidade já chega a seis meses.

Foto: Divulgação

hevrolet Corvette Stingray


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Honda lança linha CB 500 para atrair novos consumidores para motos de alta cilindrada por Eduardo Rocha/AutoPress

O mercado brasileiro de motocicletas é grande e imaturo. No país ocidental onde mais se vende motocicletas, a esmagadora maioria dos modelos são de baixa cilindrada. Só para dar uma ideia, no Brasil, o volume comercializado é quatro vezes maior que nos Estados Unidos – o segundo maior mercado do Ocidente. Mas se a conta for apenas com modelos de considerados de alta cilindrada – acima de 450 cc –, para cada unidade emplacada aqui, seis são emplacadas lá. Mais que a simples diferença de poder aquisitivo, há uma cultura de utilização de modelos de baixa cilindrada. A Honda vem trabalhando para quebrar esse paradigma – inclusive para ter para onde crescer. A nova linha CB 500 chega, de fato, para servir de degrau para os atuais usuários da linha de 300 cc, composta por CB e XRE, entrarem nos segmentos superiores do mercado. A primeira a encarar a tarefa é a “naked” CB 500F, que começa a ser distribuída neste mês, logo depois de ter sido apresentada no 12º Salão das Duas Rodas, realizado na capital paulista na segunda semana de outubro. Até o final de 2013, a linha recebe a versão esportiva CBR 500R. E no segundo trimestre de 2014 chega a crossover CB 500X. A única que tem preço definido até agora é a CB 500F, que custa R$ 22 mil – ou R$ 23.500 com ABS. Isso a coloca em uma posição intermediária entre as motos de média cilindrada e as de alta no atual line-up da marca. Mas além disso, o modelo tem características que podem mesmo seduzir motociclistas de modelos imediatamente menores. A primeira é o porte avantajado, que passa a impressão de ser de uma cilindrada ainda maior. Ao mesmo tempo, o novo modelo é extremamente leve – tem 20 kg a menos que a antiga CB 500, produzida até 2003. Isso facilita a pilotagem e cria uma sensação “familiar” para quem está acostumado com modelos de médio porte. A configuração do modelo favorece esta familiaridade. O motor é um bicilíndrico de exatos 471 cc, quatro válvulas por cilindro e apenas 50,4 cv a 8.500 rpm – a CBR 600F Hornet, modelo “naked” da Honda imediatamente acima, tem mais que o dobro: 102 cv. O câmbio tem seis marchas e o conjunto suspensivo já é um clássico: garfo telescópico na frente, monochoque na traseira. É por essa simplicidade que a Honda acredita que seu novo modelo vai ser muito bem-aceito. E cria expectativas bastante otimistas. A marca espera que a gama CB 500 alcance nada menos que 20 mil unidades no próximo, para chegar a 30 mil em 2016. Até lá, a Honda calcula que o segmento de alta cilindrada, que hoje é de 45 mil unidades/ano, bata as 90 mil unidades/ano. E a marca passaria

da atual participação de 30% para nada menos que 50% do segmento. A Honda no Brasil dificilmente se contenta com números menos dilatados.

Primeiras impressões

Vida fácil Manaus/AM – Numa velha tradição da Honda, os modelos de quatro cilindros recebiam sempre a letra F, de “four”. Na nova CB 500F, a justificativa do F é outra. Ela vem da palavra “fun”, divertido em inglês, e designa o direcionamento do modelo para o lazer. E é muito bem-aplicado no caso do novo modelo da marca japonesa. A nova CB é tão fácil e leve para pilotar que passa a impressão que se trata de um modelo menor. Basta torcer o punho, no entanto, para constatar logo o verdadeiro tamanho da moto. Os 50,4 cv e o torque de 4,55 kgfm aparecem em giros relativamente baixos – 8.500 e 7 mil, respectivamente. Por isso a CB 500F está sempre disposta e atenta ao acelerador. A boa faixa de torque, inclusive, torna desnecessário o uso constante do câmbio – que tem suas seis velocidades bem distribuídas e, descaradamente, privilegia o comportamento mais suave e econômico. A ciclística é a tradicional da Honda. A moto é obediente nos trechos sinuosos, o piloto coloca as rodas exatamente onde quer e não apresenta desequilíbrios em quaisquer situações. A extrema docilidade da CB 500F pode até não agradar o motociclista que procura uma relação mais apimentada, mas vai facilitar a vida de quem vem de modelos menores. Era exatamente isso que a Honda pretendia.

Ficha técnica

Honda CB 500F Motor: A gasolina, quatro tempos, dois cilindros, quatro válvulas por cilindro, 471 cm³, duplo comando no cabeçote e arrefecimento líquido. Injeção eletrônica. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 50,4 cv a 8.500 rpm. Torque máximo: 4,55 kgfm a 7 mil rpm Diâmetro e curso: 67,0 mm x 66,8 mm. Taxa de compressão: 10,7:1. Suspensão: Dianteira com garfo invertido telescópico com 120 mm de curso e traseira com braço oscilante Pró Link e 119 mm de curso. Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/50 R17 atrás. Freios: Disco de 320 mm na frente e disco de 240 mm atrás. Não oferece ABS. Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,78 m de largura, 1,41 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento. Peso seco: 180 kg. Tanque do combustível: 15,7 litros. Produção: Manaus, Brasil. Lançamento: 2013.

Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias


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