Braganรงa Paulista
Sexta
8 Novembro 2013
Nยบ 717 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 717 Sexta 8 • Novembro • 2013
Ocupar-se com
por Mons. Giovanni Baresse
Nestes dias programas, jornais e páginas esportivas colocaram em manchete o desejo de alguns cartolas do futebol em cancelar a cidadania brasileira do centro avante do Atlético de Madri Diego Costa. Ele escolheu jogar pela seleção da Espanha e “desdenhou”, segundo eles, o sonho de milhões de brasileiros de jogar pela seleção canarinho. Essa opção foi colocada como crime de lesa pátria. Ora, todos sabem que o esporte hoje é um excelente meio de ganhar dinheiro. Esporte é, quase sempre, um excelente negócio. Que gera e faz girar capitais de muitas grandezas. O aspecto amador faz muito tempo deixou de existir. O amar a camisa, beijar escudo ou distintivo são gestos utilizados a cada mudança! Diego Costa apareceu na várzea paulistana. Foi apresentado aos grandes clubes da capital de nosso Estado. Nenhum deles se interessou. Bastante jovem o jogador foi
o supérfluo para a Espanha. Ali teve suas chances. Fez sua carreira profissional. Constituiu família. Na Espanha construiu sua vida e adquiriu seu patrimônio. É muito natural que desejasse jogar pelo país que o acolheu. Ainda mais que já sabia que dificilmente teria lugar entre aqueles que jogarão a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil. Sabendo, igualmente, que uma possível convocação sua teria como finalidade enfraquecer a Espanha (isso foi declarado e está nos jornais). Não tenho intenção de enveredar no campo esportivo. Servem estas linhas iniciais para comparar com problemas graves que vivemos e não causam o mesmo impacto do noticiário esportivo. Faz algum tempo que venho ruminando uma questão incômoda: por que a sociedade não se mexe diante de obras inacabadas, metas não atingidas, a não devolução ao erário público do dinheiro comprovadamente desviado? Para citar somente alguma coisa. No dia de Finados a
presidente Dilma convocou parte do seu ministério e, pelo que se soube, ouve uma cobrança ríspida quanto ao atraso de projetos. Dizem que o ministro a quem está afeita obra da transposição do Rio São Francisco e que tem pouco tempo nesse encargo é o que mais “levou”! Ora, quanto tempo faz que uma extensa reportagem (da Rede Globo, se não estou enganado) mostrou o abandono e a deterioração do que já estava feito? Segundo um amigo que reside em Maceió não há ainda nenhum fio de água do rio correndo pelos canais construídos. Quantas rodovias foram feitas e deixadas à total destruição. Não conhecemos pontes e viadutos que ligam “o nada a lugar nenhum”? Quantas situações de escolas mal construídas, mal reformadas? Conjuntos habitacionais negociados a peso de ouro e influências, feitos com material de desconhecida categoria? Parece que existe um esforço grande
de fazer dispender energia com questões absolutamente inoportunas, como é o caso do jogador naturalizado espanhol! A questão da “Pátria de chuteiras” deve ser mais eletrizante do que as vidas que se perdem porque não se constrói o que é necessário. Reagíssemos nós diante dos problemas da desordem da aplicação do dinheiro público com a mesma paixão que torcemos pelos clubes e atividades esportivas... A nossa consciência nos deve mover diante do fenômeno que renasce: a violência organizada. Parece que o crime organizado tem uma estrutura que provoca constantemente ao Estado. Agora os “black blocks” se apresentam com o paladinos de busca anárquica diante de autoridades vistas como incapazes de atender ao bem comum. Penso que somente a retomada do compromisso de não fechar os olhos e de ultrapassar o “não é comigo” é urgentíssima. A sociedade das crianças e jovens de hoje poderá
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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
ser marcada pela esperança de vida digna na medida em que não nos deixemos envolver pelas discussões meramente emotivas de não permitir que as pessoas possam escolher seus destinos dentro do contexto da convivência. O caso de Diego Costa mostra o perigo do renascimento de xenofobia às avessas. Um brasileiro não pode amar igualmente o país que lhe deu condições para viver! E todos os que nascemos em outras terras e amamos o Brasil não podemos amar o país onde nossas origens estão fincadas! E pensar que a gente já achava que isso não existisse mais!
Antenado
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Fenômeno quântico Evento em São Paulo promove terapias alternativas usando explicações da física quântica; para cientistas, conceitos são empregados de forma errada
Por JULIANA VINES/FOLHAPRESS
De um lado, um homem fantasiado de golfinho vende florais com “essências vibracionais” de “golfinhos sutis”. Do outro, um estande expõe um filtro de barro que, por R$ 1.500, promete transformar cristais de água em “obras de arte” graças à inscrição “amor e gratidão”. As ofertas foram apresentadas na 4ª Expoquantum, feira de terapias e produtos da chamada medicina quântica, corrente que transpõe conceitos da física para tratamentos alternativos. A advogada Maria Lucia Teixeira de Araújo, 60, foi “de curiosa”. Chegou cética e saiu com uma pulseira holográfica que diz aumentar o equilíbrio --parecida com a pulseira Power Balance, cuja publicidade foi proibida pela Anvisa em 2010. “Não acreditava”, diz. Depois da demonstração feita pelo expositor, não resistiu. O vendedor pediu que ela cruzasse as pernas, em pé, e tentou desequilibrá-la, primeiro sem e depois com a pulseira. Com as mãos vazias, ela quase caiu. Quando segurou a pulseira de silicone, o homem se pendurou no seu braço e ela não se desequilibrou. “Ando com mais firmeza. Não tiro a pulseira nem para dormir”, disse ela, uma semana depois. “Nenhum desses produtos tem relação com conceitos da física quântica”, diz Daniel Bezerra, físico e autor do livro “Pura Picaretagem” (Leya, 176 págs., R$ 29,90), escrito com o jornalista Carlos Orsi. Surgida no século 20, a física quântica trata do mundo microscópico. Ao observar a atividade de partículas subatômicas, como elétrons, cientistas descobriram que elas se comportavam de forma diferente da realidade macroscópica. “O mundo microscópico se descreve com probabilidades, há elétrons que podem atravessar paredes. Mas isso tudo no mundo microscópico”, diz Marcelo Knobel, físico e professor da Unicamp. Para Orsi, os princípios que contrariam o senso comum fazem com que a física quântica seja usada para justificar terapias alternativas. “O raciocínio é: se a física quântica não faz sentido e é ciência, por que tal produto não pode ser também?”, diz. O fenômeno do misticismo quântico começou em 1975, na Califórnia (EUA), segundo Osvaldo Pessoa Jr., professor de filosofia da ciência da USP. “Surgem correntes que tentam explicar como a física quântica justifica uma visão mística da realidade. Isso tem seu auge nos anos 1990 e 2000 [com os filmes ‘Quem Somos Nós?’ e ‘O Segredo’].” Os dois filmes emprestam outra ideia da física: a de que o ato da observação define qual característica será manifestada por uma partícula. “Algumas interpretações da física incluem o observador consciente como importante nesse processo. Mas o argumento do filme ‘O Segredo’ de que o observador pode modificar a realidade não é sustentado”, diz Pessoa Jr.
Salto quântico Para os defensores da medicina quântica, não faltam evidências. “A física quântica é a física das possibilidades”, disse à Folha o físico indiano Amit Goswami, hoje o divulgador mais conhecido dessa corrente. Ele esteve no Brasil para um simpósio, realizado com a feira. “O processo de cura quântica é completamente conhecido. Não há só o corpo físico, há também o energético.” Ele reconhece que há falsas promessas
vendidas com o rótulo de ciência. “Isso é esperado. Mas não é suficiente para anular todos os bons resultados dessas terapias.” Por aqui, o pai da saúde quântica é o engenheiro Wallace Liimaa (as vogais foram duplicadas depois de um estudo cabalístico). Organizador do simpósio, ele conta que sentiu os efeitos de terapias quânticas na sua saúde. “Tinha 25 anos quando tive um ‘salto quântico’: estava com gastrite, mudei a alimentação e isso mudou meu modo de ser. A saúde quântica vê a doença como oportunidade de transformação.” Para o clínico geral Paulo Olzon, da Unifesp, a abordagem preventiva das terapias quânticas é interessante. “Não acredito em formulações mágicas. Mas meditação e mudança de atitude em relação à vida podem ter influência sobre doenças.” Mirian goldenberg
Migalhas Muitos casais acreditam viver relações amorosas sem reciprocidade, dando mais do que recebem. Escuto, de homens e mulheres que tenho entrevistado para pesquisa, a queixa de que um investe muito mais do que o outro na relação, em termos de amor, dedicação, tempo, cuidado, atenção, escuta, carinho, trabalho e dinheiro. Compreender as diferentes formas de troca ou de reciprocidade pode ajudar a refletir sobre os problemas dos relacionamentos contemporâneos. Existem três tipos de reciprocidade: a equilibrada, a generalizada e a negativa. Na reciprocidade equilibrada, espera-se uma retribuição equitativa. É uma troca balanceada que se refere a transações diretas entre coisas materiais ou imateriais de valor equivalente. A reciprocidade
generalizada tem um caráter aparentemente mais generoso. É, por exemplo, o oferecimento de um presente sem esperar nada em troca. A reciprocidade negativa é a apropriação de algo sem oferecer nada em troca. Ela é marcadamente egoísta e centrada no interesse próprio, já que busca receber algo sem a intenção de retribuir. Muitas mulheres afirmam que existe um enorme desequilíbrio entre o dar e o receber nas suas relações conjugais. Uma fonoaudióloga de sessenta anos disse: “Sempre fui carinhosa, fiel e totalmente dedicada ao meu marido. Descobri recentemente que ele me trai com prostitutas. Me sinto uma completa idiota por ter investido tanto em um casamento e só ter recebido migalhas”. Os homens também reclamam. Um advogado de quarenta anos contou: “Minha mulher não trabalha. Eu me mato para dar uma vida confortável para ela, pago empregada e babá, e ela ainda reclama que não ajudo em casa. Ela se faz de vítima, de coitada, diz que se sacrifica para cuidar da casa e do filho. Ela vive como uma dondoca e ainda diz que trabalha muito mais do que eu”. É muito difícil encontrar um casamento em que exista uma reciprocidade equilibrada. O discurso de que o parceiro não faz nada mais do que a obrigação revela a cruel falta de reconhecimento presente em inúmeros casamentos. Muitos casais acreditam viver relações amorosas sem reciprocidade, dando muito mais do que recebendo, ou, pior ainda, não recebendo absolutamente nada em troca. Ou, quando muito, recebendo meras migalhas. Mirian goldenberg, antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A Bela Velhice” (Ed. Record).
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Shel Almeida
Corredor Verde é um espaço livre, local que, certamente, será afetado pelos linear ou não, ao longo de corredores shoppings que estão sendo construídos. naturais que ligam áreas verdes Sem contar que o Jardim Público, um dos entre si, como parques, reservas pontos mais frequentados da cidade nos naturais, patrimônio cultural e edificado e finais de semana nas décadas de 1980 e áreas habitacionais. Além da função ecoló- 1990, precisa ser revitalizado. “É necessário gica e de preservação, um corredor verde salientar que não se trata apenas de uma também agrega importante função social proposta de ciclovia. É importante que por fornecer espaços recreativos e de lazer, o caminho exista fisicamente, por isso a oferecer vias de circulação alternativas e ciclofaixa, para demarcar o percurso. Mas contribui para a valorização do patrimônio a ideia é que as pessoas andem por esses histórico, cultural e arquitetônico. É exa- lugares, a pé, de patins ou de bicicleta, e tamente essa a proposta que a Comissão que aprendam a valorizar os patrimônios de Meio Ambiente da OAB - Ordem dos que ainda existem, que o Corredor Verde Advogados do Brasil - traz à Bragança: seja um estímulo para que ocupem o espaço A criação de um corredor verde na cidade público, porque a partir do momento em que, de início, ligaria o Lago do Taboão que houver essa ocupação, esses espaços ao Centro, passando pela Prefeitura Mu- serão realmente preservados”, explica nicipal, o antigo Preventório, o Jardim Gabriela. A proposta do Corredor Público e chegando até a Verde foi apresentada, Rua do Mercado. “É um projeto de costura, que É um projeto extremamente pelo primeira vez, no 24 de outubro, em une espaços que estão viável e não tem custo elevado. dia seminário sobre quesdisponíveis, mas estão dispersos. Cria caminhos Para que saia do papel é mais tões ambientais que a longos e preserva esses uma questão de vontade do Comissão de Meio Ambiente da OAB realizou espaços para que não na USF. No próximo deixem de ser verdes”, que de orçamento dia 12 de novembro a fala o arquiteto Gustavo Gustavo Picarelli proposta será levada à Picarelli, membro da Câmara Municipal. “O comissão. Segundo ele, o elemento de costura do corredor verde projeto tem sido bem recebido. Agora é seria uma ciclofaixa. “O Corredor Verde preciso que a população abrace a proposta não só cria mais espaços verdes que sejam para que ela aconteça. É um projeto cujo efetivamente de lazer como junto com a investimento vai gerar inúmeros benefícios. ciclofaixa costura espaços comerciais e Além dos que já citamos, ainda pode gerar a conscientização em relação ao trânsito valoriza o patrimônio histórico”, diz. A proposta do projeto é unir áreas ver- e ao uso de bicicleta”, diz Gustavo. des ainda preservadas da cidade, como “É um projeto que agrega meio ambiente, o entorno da Prefeitura Municipal e do patrimônio, comércio, esportes. E que antigo Preventório, para que possam ser pode ser estendido, ramificado. Há espaço desfrutadas de maneira consciente pela e caminhos para que a ciclofaixa atinja população. De acordo com a advogada Ga- os bairros periféricos”, ressalta Gabriela. briela de Moraes Montagnana, presidente De acordo com ela, muitos moradores de da comissão, “o projeto possui a finalidade bairros mais longínquos, quando vêm para de ser um propulsor para que outras áreas região comercial, falam que estão indo verdes e espaços públicos da nossa cidade para a “cidade”, e não para o centro, pois sejam adequados para que possam ser não se sentem parte de Bragança. Uma efetivamente ocupados pela população e, ciclofaixa que se estenda até os bairros mais distantes da região central terá, por consequência, preservados”. também, a função de agregar e unir essas duas Braganças. “É um projeto extremamente viável e não tem custo elevado. Para que saia do papel é mais uma questão de vontade do que de Gustavo cita o exemplo da vizinha Amparo, orçamento. A ideia de começar no Lago é para mostrar que é possível realizar um, porque ali é um espaço democrático, que empreendimento como esse. A cidade é não é segregador, é onde as pessoas já têm atravessada por um rio que, ao longo das o costume de praticar esportes. Os espaços margens, possui parques que se estendem em volta da Prefeitura e do Preventório, até algumas ruas principais. Nessa ruas, que hoje são matas, também são espaços além da pista para carros, existem a pista viáveis para que se tornem parques”, fala para caminhadas e corridas e uma cicloGustavo. faixa. Além disso, toda a fiação elétrica e A ideia de passar pela Rua do Mercado é a telefônica da cidade foi trocada por cabos de fortalecimento e valorização do comércio subterrâneos. A transformação da cidade
em um local que preserva, acima de tudo, o bem estar e a convivência, começou há 10 anos e ainda está em processo de mudança. “Amparo é um exemplo bem próximo de que é só querer. Não estamos pedindo nada impossível. A Comissão de Meio Ambiente da OAB surgiu como forma de criar um olhar multiciplinar para contribuir, de alguma forma, para a melhoria
da cidade. A proposta do Corredor Verde pode trazer benefícios tanto para a cidade quanto para o dia-a-dia das pessoas”, conclui Gabriela. Para acompanhar o projeto do Corredor Verde e saber mais sobre a Comissão de Meio Ambiente da OAB, acesse: https://www.facebook.com/ comissao.meioambiente.1
Viável
Amparo
Os integrantes da Comissão de Meio Ambiente da OAB, arquiteto Gustavo Picarelli e a advogada Gabriela Montagnana, dizem que o projeto tem função de unir, conscientizar e preservar a cidade.
A proposta do projeto Corredor Verde é unir áreas verdes já existentes por meio de ciclofaixas.
Informática & tecnologia
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Usado, mas ainda sexy Novos iPhones esquentam o mercado de smartphones de segunda mão; veja quais modelos antigos ainda vale comprar e saiba como evitar furadas Por FOLHAPRESS
A chegada do iPhone 5c e do iPhone 5s, neste mês, reaqueceu o mercado de smartphones usados. Interessados em comprar os novos celulares da Apple que foram lançados nos EUA e em mais dez países, mas só devem chegar ao Brasil no fim do ano, milhares de consumidores correm para vender os aparelhos atuais. Na Gazelle, empresa americana que compra eletrônicos usados, o número de vendas de celulares de segunda mão quadruplicou em relação ao ano passado, na época do lançamento do iPhone 5. O preço médio de revenda também aumentou, em US$ 50, em relação ao mesmo período, graças ao grande volume de consumidores que se desfizeram de modelos de ponta, principalmente o iPhone 5 e os dois aparelhos mais recentes da linha principal da Samsung, o Galaxy S3 e o Galaxy S4. Seguida pela rival coreana, a Apple lidera com folga rankings de valor de venda de celulares de segunda mão mesmo iPhones quebrados são vendidos a preço de modelos funcionais de topo de linha da mesma idade da LG. Em 2012, nos EUA, modelos usados da Apple eram comercializados por US$ 320, em média, ante US$ 220 dos da Samsung, segundo a Gazelle não há levantamento semelhante no Brasil. Os valores são baseados na média do preço de revenda de modelos de ponta das marcas em boas condições seis meses após o lançamento. “Os produtos da Apple não só mantêm bem seu preço como também a demanda por eles é extremamente alta”, afirmou ao site “Gizmodo” Anthony Scarsella, diretor de gadgets da Gazelle. O engenheiro de software Bruno Bemfica, 27, é testemunha da grande procura por iPhones usados. Em junho, ele comprou de um colega de trabalho um iPhone 4, lançado em 2010, por R$ 800. Mas sentiu falta de funcionalidades do Android e decidiu revender o aparelho. Acabou repassando-o no mesmo dia, para uma amiga. “A falta de itens que considero essenciais fez com que o aparelho ficasse só seis horas na minha mão. Peguei às 10h e, às 16h, já havia vendido pelo mesmo valor”, conta Bemfica, que comprou um LG Nexus 4 novo, com Android. Quem decide comprar um smartphone usado deve ficar atento, porém, para evitar modelos em estado precário ou defasados demais.
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Saúde
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Junto nos últimos dias Casal cujo filho morreu de câncer em casa aos 11 anos ajuda a criar centro de cuidados paliativos para crianças
Por CLÁUDIA COLLUCCI /FOLHAPRESS
O Francesco nasceu uma criança normal, saudável. Quando tinha um ano e cinco meses, acordou um dia com o pescoço torto. Levamos ao pediatra e ele achou que podia ser torcicolo. Dias depois, apresentou vômitos em jatos, levamos de novo ao médico e descobrimos um tumor que ocupava um quarto do seu cérebro. O primeiro neurocirurgião não deu esperança. Aconselhou-nos a voltar para casa e esperar o fim. Inconformados, consultamos outro neuro, que indicou a cirurgia. Após 14 horas de intervenção, foi possível remover toda a massa tumoral. Ele ficou com sequelas, precisou de traqueostomia para respirar e sonda para se alimentar. Também não falava e não movimentava o braço direito. Iniciamos uma série de terapias, ele melhorou bastante, mas três meses depois uma nova ressonância apontou que o tumor tinha voltado quase do mesmo tamanho. Outra cirurgia foi feita. Ao todo, foram sete recidivas do câncer, seguidas de cirurgias, químio por nove anos e 30 sessões de radioterapia.
Atividades
Mesmo assim, Francesco era uma criança feliz. Com muita físio e outras terapias, conseguiu desenvolver bem a coordenação motora. Nadava, pintava, ia para a escola. Viajou com a gente para a Europa, para a Disney. Arrastava um pouco a perna, tinha a boquinha um pouco torta, mas brincava como qualquer criança. Em 2009, ele teve a recidiva no lugar mais nobre do cérebro, no tronco cerebral. Continuamos a químio, mas não havia mais nada a fazer. Foi necessário colocar uma válvula intracraniana. Ele começou a apresentar uma decadência física grande, não andava, não fazia xixi, cocô. O neuro decidiu fazer uma cirurgia para melhorar a qualidade de vida, tirando um pouco da massa tumoral. Era uma cirurgia arriscada, sabíamos que o caso era incurável, mas confiávamos que ele teria mais qualidade de vida. E, dentro daquela situação, ele teve. Já na UTI recuperou alguns dos estímulos. Intensificamos as terapias [além do oncologista e de uma clínica-geral, fisioterapeutas, fonouaudióloga, terapeuta ocupacional e psicóloga cuidavam do menino], ele teve uma melhora visível. Mas a saúde dele piorou em abril de 2010. Teve um sangramento no cérebro. Passou a usar cadeira de rodas, não falava, respirava graças a uma traqueostomia. Intensificamos as sessões de reabilitação, mas ele não respondia. Para não estressá-lo, mantivemos só as terapias necessárias para a qualidade de vida. Dispensamos uma fonoaudióloga. Nosso filho não iria
mais falar. Mantivemos a fisioterapeuta. Não queríamos vê-lo atrofiar.
Passeios
Decidimos que ele teria mais prazer. Bloqueávamos um dia da semana para passear. Na cadeira de rodas, com o aparelho de respiração, enfermeira, íamos a museus, parques. Ele foi ficando pior. Para a comunicação, usávamos uma folhinha com as letras, e ele ia apontado para cada uma com o dedo da mão esquerda até formar as palavras. Tinha dificuldade para dormir e a gente não descobria por quê. Até que ele disse que tinha medo de passar mais um Natal no hospital. Já tinha passado três internado. Prometemos que ele passaria aquele Natal em casa. No dia 17 de dezembro, ele entrou em coma e tivemos que interná-lo às pressas. Ele saiu do coma, só mexia os olhos. Conseguimos levá-lo para casa na manhã do dia 25. Cumprimos a promessa, ele passou o Natal em família. Mas, no dia 27, o aniversário dele, já tinha voltado para a UTI do hospital.
Conforto
No início de janeiro de 2011, cientes de que a medicina não podia fazer mais nada por ele, o trouxemos para casa. Ele precisava dormir bem, longe do barulho incessante, da luz forte e das manipulações [exames, medição de pressão, aspiração] da UTI. Enquanto víamos perspectiva de cura, o hospital era a tábua de salvação. Depois, passou a ser um fardo. Queríamos que ele tivesse paz e montamos uma UTI no quarto dele. Concentrávamos as manipulações em um determinado horário e ele tinha horas de tranquilidade. Nessa reta final, ele só mexia o olho direito, no sentido vertical. Um olhar para cima era sim, e para baixo, não. Ele esteve lúcido o tempo todo, as irmãs [Giovanna, hoje com 15 anos, e Chiara, 5] iam brincar com ele. Ele colecionava carrinhos e, da cama, continuamos comprando brinquedos pela internet. Montamos uma rotina para dar paz a ele até o final. Ouvíamos música. Deitávamos com ele na cama e ficávamos abraçados, beijando-o. Começamos a lembrar os bons momentos juntos. Na semana da sua partida, numa terça-feira, ele entrou em coma. Não acordou mais. No sábado, teve morte cerebral. No domingo, acordamos com o alarme das máquinas. O monitor mostrava os batimentos cardíacos caindo. Segurei [Waldir] uma mãozinha dele e a Giovanna pegou a outra. Às 10h45, o coração parou. Era 13 de fevereiro de 2011. Ele tinha 11 anos. Foi uma experiência intensa. Pensamos nas mães cujos filhos estão morrendo sozinhos na UTI, olhando para o teto. Sem a companha dos pais, dos irmãos, justa-
mente no momento em que um mais precisa do outro. Foi pensando na importância desse cuidado, do amor e carinho no fim da vida, que decidimos apoiar financeiramente a construção do hospice. Usamos os recursos da conta do Francesco. Oferecer a uma outra criança tudo aquilo que o nosso filho teve de bom no fim da vida era o melhor que tínhamos a fazer.
Casa em SP terá cuidados gratuitos para crianças
São Paulo ganha amanhã o primeiro hospice infantil, uma casa onde crianças com câncer incurável possam passar suas últimas semanas ou meses de vida com todo suporte médico de que precisam e ao lado da família. Todos os anos, o câncer mata cerca de 2.700 crianças no Brasil. As chances de cura chegam a 80% nos melhores centros. Para os 20% que vão morrer, é preciso oferecer cuidados paliativos específicos. A ideia é sejam atendidas no hospice crianças sem chance de cura que não precisam mais estar dentro de um hospital, mas que também não têm condições de um melhor cuidado em casa. “Temos casos de crianças em estado terminal morando em áreas muito carentes, dividindo quarto com mais cinco pessoas”, diz o oncologista pediátrico Sidnei Epelman, idealizador do hospice. A 200 metros do Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, zona leste, a unidade teve investimentos privados de R$ 2,8 milhões e é ligada à Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer). Cerca de metade do valor foi doada pelo empresário Waldir Beira Júnior, do grupo Ypê, fabricante de produtos de limpeza. O hospice leva o nome do filho de Beira, Francesco Leonardo, que morreu de câncer em 2011. O atendimento será gratuito, com assistência multidisciplinar prestada pela mesma equipe do serviço de oncologia pediátrica do Santa Marcelina. “É importante manter esse elo entre a equipe, a criança e a família”, diz Epelman, presidente da Tucca. De início, serão três suítes para a criança ou adolescente ficar com os pais 24 horas por dia. “Nossa meta é que ele tenha uma morte digna, e, enquanto tem vida, transformar esse momento no melhor possível.” Não haverá limite de tempo de hospedagem. No local, há área de lazer, refeitório e posto de enfermagem. A unidade também oferecerá suporte psicológico para ajudar a família a lidar com o luto. O objetivo é que a iniciativa seja replicada em outros locais. “É difícil falar em morte, ainda mais em morte de criança. Ninguém quer fazer esse enfrentamento.” Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Waldir Beira Júnior e Priscila Machado Beira no quarto do filho Francesco, que morreu aos 11 anos
SPASSU da Elegância
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Casos e Causos
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Juro que é verdade Por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE XXII O nacionalmente famoso fotógrafo Fabio Moreira Salles, viveu em Bragança até os 19 anos de idade. Sua semelhança com o Beatle John Lennon era enorme, todos comentavam. Fábio, depois de uma longa ausência veio visitar os amigos e estava conosco no Café do Lago. Muita gente que era da época ao vê-lo, se dirigia à nossa mesa para cumprimentá-lo. Nisso, chegou a Ludmila Judar, olhou pra ele e falou: NOSSA , VOCE SUMIU, MAS SEMPRE ACHEI VOCE A CARA DO ELTON JOHN. É claro que alguém aproveitou e disse: AGORA PARECE JURO QUE É VERDADE XXIII Anos 80. Eu e minha então namorada nos sentamos na mesma mesa que o Juca Villaça, que estava com sua atual esposa. Começamos a falar de FORAS, e dispu-
távamos quem era mais desastroso. Ele contava um caso, eu rebatia com outro e assim sucessivamente. Riamos muito, inclusive a minha namorada, atriz amadora carioca, que os conheceu naquela noite. Nisso, a esposa do Juca falou que eu era bom de DAR FORAS, mas que o Juca era imbatível. Pediu para ele contar a história do elevador. O Juca começou explicando que tinha que fazer uma introdução pra gente entender o FORA. E dai mandou: VOCÊS SABEM QUE ESSAS CARIOCAS QUE ESTUDAM TEATRO DÃO MAIS QUE CHUCHU NA SERRA NÉ? Imediatamente gritei: PARE....PARE.... VOCÊ GANHOU.....ACABOU DE CHAMAR MINHA NAMORADA DE GALINHA ....E SÓ NA INTRODUÇÃO.... JURO QUE É VERDADE XXIV Na faculdade de Direito tinha uma aluna vendendo blusões masculinos, tinha dois
lados, azul e verde, era bonito, e custava barato, 40 reais. Comprei um pra mim. Ao usá-lo uma pessoa me disse que o meu blusão estava sendo vendido, as pencas, em oferta, na Loja Pelicano, por 15 reais. Não acreditei, achei que era gozação. Três dias depois fui na minha chácara e na volta parei para tomar uma turbaina na venda. Reparei que lá tinha 4 pessoas com o blusão igual ao meu....perguntei e eles tinham comprado na Pelicano a 15 reais. Uma semana depois eu fui dar aula e ao olhar no corredor vi um aluno meu, de mãos dadas com a namorada vestindo um blusão daqueles. Fui brincar com ele e gritei: VOCÊ TÁ COM UM BLUSÃO BONITO.....MAS ELE CUSTA 15 REAIS NA PELICANO. O rapaz ficou sem ação e respondeu: NÃO SEI, PROFESSOR, FOI ELA QUE ME DEU NO DIA DOS NAMORADOS. Nunca vou esquecer o olhar de ódio da
namorada dele. JURO QUE É VERDADE XXV Meu tio Chiquito foi até um posto de gasolina em Atibaia, negociar uma chácara com o dono. Levou junto seu filho Fernandinho Valle e eu (de lambuja). Enquanto meu tio negociava com o homem perto do depósito de óleo, eu, ao lado, fiquei maravilhado com a embalagem de plástico cheia de óleo 2 tempos de 1 litro. Fiquei manipulando a embalagem, vendo o óleo escorrer de um lado pro outro, depois apertei...apertei mais forte e ......PLOFT...o saco estourou, lambuzando de óleo, eu , meu tio e o perplexo dono do posto de gasolina. Lembro do meu tio, todo sujo de óleo, inclusive os óculos, falando pro homem que estava todo sujo e furioso.: Desculpe...É QUE ESSE MEU SOBRINHO É MEIO TONTO!!! Em tempo...eu tinha 13 anos de idade.
Antenado
Vanessa Barbara narra
a perda em novo romance ‘Noites de Alface’, que teve trecho publicado na ‘Granta’, tem humor como base, rotina de personagem após a morte da companheira de 50 anos de vida ganhou ares de suspense
Por RAQUEL COZER/FOLHAPRESS
Fragmentos de conversas ao telefone, festas e brigas entreouvidos no bairro do Mandaqui, na zona norte de São Paulo, ajudaram Vanessa Barbara, 31, a pensar a estrutura do romance “Noites de Alface”, que chega nos próximos dias pela Alfaguara. É por meio de pistas esparsas sobre os vizinhos, entre constatações indiscutíveis e hipóteses fantasiosas, que Otto, recluso após a morte da mulher com quem foi casado por 50 anos, acompanha a rotina da cidadela onde mora. “Não é bem bisbilhotar, porque as coisas chegam a você mesmo que não queira”, diz a escritora e colunista da Folha, referindo-se às paredes finas do Mandaqui, mas também ao exercício de investigação passiva do viúvo Otto. Com tais pistas, o que se pretendia apenas um romance sobre a perda ganhou contornos de uma história de suspense --a certa altura, Otto começa a desconfiar de que sua mulher, Ada, e os vizinhos esconderam algo dele. Vanessa tem quatro livros publicados, três deles em parcerias --o romance “O Verão do Chibo” (Alfaguara), com Emilio Fraia, o infantil “Endrigo, o Escavador de Umbigo” (34), com Andrés Sandoval, e a HQ “A Máquina de Goldberg” (Quadrinhos na Cia.), com Fido Nesti. “Noites de Alface” é o primeiro romance solo, que lhe tomou dois anos de trabalho e cuja abertura lhe rendeu um lugar entre os 20 nomes de “Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros” da revista literária “Granta” (Alfaguara). O título inusitado é uma referência a uma experiência frustrada de Ada, pouco antes de morrer: preparar chá de alface para o marido para ver se lhe curava a insônia.
do sr. Taniguchi, que passou 30 anos lutando nas Filipinas depois de 1945 sem acreditar no fim da guerra. O personagem, ela diz, foi “vagamente inspirado” em um antigo vizinho, que saiu de Hiroshima poucas semanas antes da bomba, e um ex-combatente real, Hiroo Onoda, que escreveu um livro sobre sua “guerra de 30 anos”. O humor que prevalece nos textos da autora desde a estreia, com a reportagem
“O Livro Amarelo do Terminal” (Cosac Naify, 2008), também está no romance, em personagens como Nico, entregador de farmácia obcecado por decorar os efeitos colaterais em bulas de remédio. “Uma das piores coisas em literatura, e acho que em outras áreas também, é o hábito de se levar muito a sério, de se considerar muito sábio e profundo. Nossa literatura é muitas vezes prepotente demais e se valeria de maior leveza”,
argumenta Vanessa. Para ela, o humor deve ser inerente à postura das pessoas diante do mundo. “Costumo enxergar tudo por uma espécie de erro de paralaxe, achando graça no aleatório e deixando passar o que se considera importante’”, diz. Noites de alface Autora: Vanessa Barbara Editora: Alfaguara Quanto: R$ 34,90 (168 págs.) Foto: Alexandre Rezende/Folhapress
Interações Os moradores com quem Otto interage (ou a quem escuta) têm inspiração na vizinhança de Vanessa. É o caso, no livro,
Vanessa Barbara lança seu novo romance, “Noites de Alface”
Reflexão e Práxis
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Terceirização Por pedro marcelo galasso
Segundo Annie Thebaud-Mony, socióloga francesa, a Nova Ordem Mundial estimulou as empresas a procurarem lugares onde se paga menos benefícios sociais ou terceirizam os serviços para que o seu lucro aumente, incluindo nesta nova postura o trabalho e a saúde. Por trabalho, entendemos uma prática social, uma definição antropológica e definidora de nossa espécie e já repleto de problemas, tais como os baixos salários, enquanto por Saúde entendemos não um estado do indivíduo, mas sim um processo social dinâmico e fundamental para toda a estrutura social e para o desenvolvimento das atividades relacionadas ao trabalho, permitindo que o indivíduo cresça no seu contexto em relação a sua vida social, a sua história e ao seu trabalho. Portanto, não basta olhar os indicadores das atividades trabalhistas ou os dados acerca da saúde e nem apresentar planos milagrosos para a resolução de problemas sociais e políticos, mas sim entender os processos que os geram. O trabalho temporário, como a terceirização, é hoje, segundo a
pesquisadora francesa, a precariedade, pois 12% da população ativa na França está, e fica, desempregada por mais de dois anos. Além disso, as doenças profissionais, como as lesões por excesso de repetições (LER), apesar de serem subnotificadas, são causadas pela exigência da produtividade em todos os setores produtivos. Essas doenças são resultados das dificuldades de adequação do processo produtivo atual com a saúde dos trabalhadores, porque o Estado e os sindicatos se preocupam muito mais com a questão do emprego do que com a questão da saúde, não percebendo que esta dissociação é impossível. E um exemplo disso é a subnotificação das doenças profissionais, pois com isso elas não são consideradas nas legislações que regulam o trabalho. Curioso é pensar que o governo francês terceirizou a responsabilidade sobre a saúde dos funcionários das suas usinas nucleares, transferindo esta responsabilidade para empresas que visam tão somente o lucro e não obedecem as regras definidas e garantidas pelo Estado quando estamos sob sua tutela.
É a adoção da lógica produtiva, a competição encontrada em qualquer ramo produtivo, que substitui o Estado e suas ações. No caso francês, a terceirização da manutenção das usinas nucleares faz com que se crie uma reserva de trabalhadores e isenta a usina dos riscos e dos prejuízos que a exposição à radiação pode causar ao trabalhador. Mantém-se uma reserva de trabalhadores altamente especializados, devido a complexidade do processo produtivo o que torna o caso mais curioso e assustador, pois se as empresas tratam assim seus funcionários especialistas e altamente qualificados, o que pensar sobre o tratamento destinado aos trabalhadores menos qualificados? O processo de terceirização também causa uma divisão sexual do trabalho, porque os trabalhadores terceirizados necessitam de disponibilidade total para o trabalho, e a responsabilidade da família, econômica e social, recai sobre a mulher o que pode dificultar seu acesso ao mercado de trabalho. Na França, a usina nuclear é tão desenvolvida porque a escolha da energia nuclear nunca foi questio-
nada, assim como seu processo de terceirização. E é por esta escolha de energia que a indústria de amianto, que é perigosa e até proibida em alguns países, ainda se desenvolve na França apesar das legislações referentes a estas indústrias, mas que não são suficientes. Portanto, a terceirização ocorre quando uma empresa passa para a outra uma parte e uma função da produção, ou quando uma empresa vai comprar serviços de outra empresa. Com isso a empreiteira tem de se adequar às exigências técnicas e ao tempo dado pela empresa que compra o seu serviço. Entretanto, se a cidadania começa no cotidiano; cotidiano que na maioria das vezes nos é negado, como no caso francês, onde os terceirizados não possuem representatividade quanto a esta questão, já que suas decisões cotidianas lhes são relegadas, quais ponderações podem ser feitas acerca do que está ocorrendo em Bragança Paulista com relação à saúde municipal? Só o tempo dirá. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
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Foi com muita alegria que fotografei o ensaio pré-wedding desse lindo casal Dóris e Raphael. Um casal lindo e apaixonado que se doaram totalmente para fazermos belíssimas imagens. A locação foi o condomínio Village Santa Helena ricamente rodeado de verde e lagos resultando um cenário maravilhoso para as fotos. Sem contar o desprendimento dos dois. Nos divertimos muito. Em breve os dois estarão nos presenteando com as fotos do casamento que, certamente, vai ser maravilhoso.
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Chevrolet atualiza visual e reorganiza gama do Agile para encarar concorrência em segmento agitado por IGOR MACÁRIO/AUTOPRESS
Quando a Chevrolet lançou o Agile em 2009, a intenção era entrar no segmento dos “high roof ”, hatches compactos com teto elevado,de maior espaço interno, onde estava Volkswagen Fox e Renault Sandero. Funcionou: o modelo conseguiu um bom patamar de 6 mil vendas mensais – praticamente toda a produção da fábrica de Rosário, na Argentina. O tempo passou, o Agile perdeu o frescor e a Chevrolet tem em seu estande o atraente Onix. Para sacudir o modelo, hoje estacionado em cerca de 3.500 carros por mês, a Chevrolet promove sua primeira reestilização. A proposta não foi reinventar o Agile, mas apenas dar um novo argumento para manter o atual desempenho no mercado. Nesse sentido, sai de cena a versão mais básica LT e todo o esforço foi concentrado na topo LTZ, recheada de equipamentos. Além disso, criou a Effect, uma série especial com proposta esportiva e visual mais jovem. Tudo para deixar o Agile com um ar mais premium e sobreviver ao “fogo amigo”. As mudanças visuais integram melhor o Agile à identidade da marca. Ele perdeu os exagerados faróis a grade dianteira ficou mais proporcional, com o emblema da gravata maior. As luzes de neblina estão maiores e há uma faixa preta – como um “borrachão” – atravéssando o parachoque. A função é justamente proteger contra impactos e arranhões leves. O perfil continua o mesmo, com o controverso prolongamento da janela lateral traseira em preto brilhante na última coluna. As rodas maiores, de 16 polegadas, e desenho bonito, dão vigor ao ar comportado do hatch. Atrás, apenas um parachoque mais envolvente completa o pacote. No Agile Effect, o teto vem pintado em preto e a carroceria apenas em dois tons, branco ou vermelho. Nas laterais e capô, faixas decorativas e adesivos identificam a versão, que também tem as rodas pintadas de preto. Os adornos acabam adicionando R$ 1.950 ao preço. Na parte mecânica, o câmbio do Agile foi revisto, com novos sincronizadores para melhorar os engates – isso tanto para a versão manual, quanto para a automatizada Easytronic. Também reescalonou as marchas e adotou uma relação final mais longa, para compensar o conjunto de rodas maior. O sistema também foi atualizado, para uma adaptação mais rápida às demandas do motorista e passou a contar com bem-vindas espátulas atrás do volante para as trocas manuais. Por dentro, as mudanças se restringem ao volante. Além de um novo desenho – parecido com o do Onix –, ele passa a ser multifuncional, com comandos de som e controlador de velocidade de cruzeiro. Os instrumentos ganharam uma grafia nova, mas seguem com os ponteiros que se movimentam em direções opostas. Nas alterações, ficou fora o MyLink. Segundo a GM, seria necessário não apenas uma reformulação no painel, mas refazer a arquitetura eletrônica do carro para suportar o equipamento – o que teria invibializado economicamente a mudança. Por outro lado, itens como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos e rádio CD/MP3/USB/ Bluetooth são de série.
A GM espera que as novidades sejam capazes de, no mínimo, manter o atual patamar de vendas. Ao preço de R$ 42.990 para o LTZ manual e R$ 45.490 para o Easytronic, ele está bem no miolo dos compactos, quando equipados à altura. O problema é que se aproxima do valor pedido por um Onix LTZ com câmbio automático tradicional – mais caro que o sistema automatizado – que sai a R$ 47.690. Na balança, uma diferença de pouco mais de R$ 2 mil contra o projeto mais moderno do Onix. Em relação aos rivais, um Volkswagen Fox 1.6 I-Motion equivalente sai por cerca de R$ 46 mil, enquanto um Renault Sandero Automatique encosta nos R$ 47 mil, quando equipado com o sistema de navegação com GPS e
tela sensível ao toque. Estão todos no bolo.
Primeiras impressões
Novidades em marcha Indaiatuba/SP – As mudanças no visual fizeram bem ao Agile. Os faróis mais estreitos compõem melhor a frente, que também ostenta uma grade ligeiramente menor. As luzes de neblina na parte baixa do parachoque cresceram e ajudam a equilibrar um pouco as proporções. Atrás, a não ser pelo parachoque mais bojudo com pequenos refletores, tudo igual. O perfil continua o mesmo, comportado, ainda que para 2014 o Agile tenha ganho novas rodas de liga-leve em 16 polegadas, que dão um tom mais elegante à versão LTZ. O interior também continua o mes-
mo, mas as aletas para mudanças manuais no câmbio automatizado e o novo volante tem comandos do som ajudam bastante a convivência com o carro. O primeiro compensa a alavanca muito pequena e o volante multifuncional minimiza a má localização dos comando do rádio, muito baixos. Além disso, tem boa pegada e descomplica o uso do controlador de velocidade de cruzeiro, agora com botões específicos. A nova caixa de câmbio deu ao hatch saídas mais “espertas”, com um escalonamento mais aberto. A primeira marcha ficou mais curta, enquanto as últimas estão mais longas, para rotações menores em velocidade de cruzeiro. Os engates estão ligeiramente mais firmes e secos, mas a alavanca merecia um trambulador mais Fotos: Igor Macário/Carta Z Notícias
veículos eículos justo – há uma “folga” excessiva que diminui a precisão e dificulta uma tocada mais entusiasmada. No entanto, em ritmos mais amenos, o modelo entrega relativa suavidade de funcionamento e ruído interno controlado até a casa dos 100 km/h. A suspensão dá conta do recado e, mesmo com as rodas maiores, filtra bem as imperfeições do asfalto – como as da pista de durabilidade do Campo de Provas da GM de Cruz Alta. Mas cobra seu preço ao deixar a carroceria rolar um pouco demais em curvas mais fechadas. O motor 1.4 não faz milagres e dá ao Agile um desempenho apenas compatível com a proposta. O propulsor entrega bom torque em rotações mais baixas, mas é áspero e pouco brilhante quando exigido ao máximo. Pelo menos, é bem casado com a transmissão. O também modernizado câmbio automatizado Easytronic funciona bem no Agile. É claro que as trocas são bastante perceptíveis – inerentes ao sistema com embreagem única –, mas entende rápido os chamados do pé direito, tanto para trocas ascendentes, quanto para descendentes. E faz o trabalho com relativa competência.
Ficha técnica
Chevrolet Agile LTZ Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 97 cv com gasolina e 102 cv com etanol a 6 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: 10,9 s. Velocidade máxima: 177 km/h. Torque máximo: 13,2 kgfm com gasolina e 13,5 kgfm com etanol a 3.200 rpm. Diâmetro e curso: 77,6 mm x 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira interdependente, com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Não oferece controle eletrônico de estabilidade. Pneus: 195/50 R16.
Jornal do Meio 717 Sexta 8 • Novembro • 2013 Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Carroceria: Hatch compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,06 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,54 m de altura e 2,54 m de entre-eixos. Oferece airbag duplo de série. Peso: 1.076 kg. Capacidade do porta-malas: 327 litros. Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: Rosário, Argentina Lançamento no Brasil: 2011. Reestilização: 2013. Itens de série: Versão LTZ: Airbag duplo, desembaçador traseiro, ABS, BAS, EBD, sensor de luminosidade, faróis de neblina, trio elétrico, computador de bordo, ar-condicionado com visor digital, coluna de direção com regulagem em altura, direção hidráulica,
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rádio/CD/MP3/USB/Aux/Bluetooth e bancos do motorista com regulagem de altura, volante multifuncional. R$ 42.990. Versão LTZ Easytronic adiciona: Câmbio automatizado Easytronic. Preço: R$ 45.490. Versões Effect adicionam: Saias laterais, teto pintado em preto, spoilers dianteiro e traseiro e adesivos decorativos por mais R$ 1.950.
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Luz apagada – A Hyundai definiu quais serão os modelos e safras afetadas pelo recall convocado em mais de 65 mil unidades vendidas no Brasil. Os i30 produzidos entre maio de 2010 e julho de 2011 – da geração antiga –, os ix35 feitos entre março e novembro de 2011 e os Azera do período entre janeiro e fevereiro de 2010 serão convocados pela importadora Caoa para a substituição do interruptor das luzes de freio. Segundo a marca, uma carbonização dos contatos dos terminais internos do interruptor interrompe o funcionamento das luzes e ainda pode inibir a desativação do controlador de velocidade de cruzeiro e a partida em carros equipados com botão de ignição. Além disso, também trava o câmbio na posição “P”, inviabilizando o movimento do carro. A empresa disponibiliza o telefone 0800-559545 ou o site da marca para maiores informações. Elétrico “fashion” – A Toyota confirmou que irá produzir em série o inusitado conceito i-Road. O modelo, um triciclo com duas rodas na frente e uma atrás, inclina nas curvas para melhor estabilidade e fará parte de um programa de mobilidade elétrica que será implantado no Japão – para onde a produção inicial será direcionada. No entanto, há planos de exportar o estiloso veículo para a Europa, onde ele concorreria diretamente com o Renault Twizy, por exemplo. Os preços devem rondar a casa dos 10 mil euros – cerca de R$ 33 mil. Touros ágeis – Para exaltar as qualidades do recém-lançado caminhão médio FL, a Volvo europeia colocou o modelo numa situação pouco comum. A marca fez o FL correr de touros em Ciudad Rodrigo, região Oeste da Espanha, para um filme promocional. O FL foi conduzido pelo piloto Rob Hunt, que manobrou o caminhão nas apertadas vielas do povoado. No filmete, o caminhão percorreu cerca de dois quilômetros a uma velocidade máxima de 30 km/h, suficiente para manter uma distância segura dos touros. Opções variadas – A Mini confirmou que a nova geração do hatch inglês terá opções elétrica e híbrida em linha. O novo carro será lançado no início de 2014 com motorizações novas – já sem o 1.6 feito em conjunto com a PSA usado até agora. No lugar, o carrinho usará os motores 1.5 litro de três cilindros e 2.0 litros de quatro, pertencentes à nova família modular de motores da BMW. Segundo Peter Schwar-
Fotos: Divulgação
zenbauer, diretor da Mini, apenas o hatch deve ter até dez variantes – aí inclusos os trens-de-força ecologicamente corretos. Poder supremo – Era apenas uma questão de tempo para a Mercedes-Benz apresentar a esperada versão S65 AMG do novo Classe S. O super sedã deve estar no estande da marca no próximo Salão de Los Angeles, nos Estados Unidos. Sob o capô, um poderoso motor V12 de 6.0 litros e cerca de 630 cv aliado ao câmbio automático de sete marchas. Por fora, retoques visuais para realçar a esportividade do modelo. Espera-se que o novo S65 cumpra a aceleração de zero a 100 km/h em menos de 4 segundos. Nada mal para um sedã com mais de cinco metros de comprimento. Família crescente – Depois de ter o primeiro carro chinês a conseguir cinco estrelas no crash test da Euro NCap, a Qoros – divisão de luxo da Chery – irá apresentar outros dois modelos. Uma minivan de sete lugares e um sedã médio luxuoso devem se integrar aos três outros carros já mostrados pela marca. A intenção é firmar o posicionamento em mercados fora da China e de olho na Europa. Depois do início das vendas do Qoros 3, da station e do crossover – marcado para o fim de 2013 –, a fabricante pretende lançar um novo carro a cada seis meses. Da África – Para atender à demanda do mercado europeu pelo novo Sandero, a Dacia – subsidiária romena da Renault – começará a produzir o hatch no Marrocos. A unidade de Tanger – capital do país africano – receberá investimentos para ampliação da linha de montagem e saltar das atuais 200 mil unidades anuais para 340 mil. O Sandero também está prestes receber um grande face-lift no Brasil, onde é produzido em São José dos Pinhais, Paraná. Gestação demorada – A união entre Mercedes-Benz e Aston Martin parece jogar uma luz na novela do lançamento do Lagonda, o aguardado utilitário de luxo britânico. A Aston deverá apostar na parceria com a marca alemã para tirar seu modelo do papel. A marca britânica deverá usar a próxima geração do Mercedes ML – que não deverá aparecer antes de 2017 – como base para o Lagonda. A própria marca da estrela foi responsável pelo recuo da Aston Martin em relação ao Lagonda, quando resolveu fechar a Maybach em função da baixa procura.
Hyundai ix35
Volvo FL
Toyota iRoad
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Sem abandonar as raízes, Ducati faz da 899 Panigale a porta de entrada para suas superesportivas por Carlo Valente do InfoMotori/Itália /AutoPress
É fácil entender a ideia da Ducati por trás da 899 Panigale. A fabricante italiana quer estabelecer uma relação de proximidade entre a 1199 Panigale, topo de sua gama, e a faixa de entrada para o segmento de alta cilindrada. Não à toa, o modelo, que substitui naturalmente a 848 Evo, herdou o nome da superesportiva. Mas ainda que seja a porta de entrada para a esportividade, era preciso respeitar alguns pilares da Ducati: chassi robusto, muita eletrônica e velocidade, é claro, velocidade. A 899 Panigale carrega o mesmo motor da 1199, que teve as dimensões reduzidas para chegar à menor cilindrada. O propulsor bicilíndrico em “L” é capaz de gerar 148 cv a 10.750 rpm. O diâmetro e curso também foram revisados para aumentar o torque em todas as faixas de potência – o máximo é de 10,1 kgfm a 9 mil giros. A transmissão é de seis velocidades e conta com o sistema quick-shift, que possibilita trocas de marchas sem o uso da embreagem. O chassi monocoque, no qual a balança traseira é presa diretamente no bloco do motor, é outra herança da moto maior. A balança deixou de ser do tipo monobraço e agora segura a roda traseira pelos dois lados. A suspensão tem um garfo invertido de 43 mm totalmente ajustável na frente e monoamortecedor na traseira, também com possibilidade de ajustes. O resultado é o baixo peso seco de 169 kg. No pacote dos sistemas eletrônicos de assistência à condução, a Ducati colocou tudo o que a 1199 oferece à disposição também da 899. O controle de tração tem três níveis de mapeamento do motor – “Sport”, “Race” e “Wet”, que limita a potência a 110 cv – e permite personalizar a moto de acordo com o uso a que se destina. De série, há ainda freio motor controlado eletronicamente, acelerador eletrônico e ABS. O preço não é dos mais convidativos, mesmo para os padrões europeus. A moto custa 15.790 euros, o equivalente a R$ 46.600. Mas o fato de contar com itens que normalmente equipam motos “top” se transforma num bom argumento para a Ducati. A ponto de a fabricante chamar a nova moto de “porta de entrada para o mundo esportivo”. Não há confirmação oficial, mas ela foi apresentada no Salão das Duas Rodas, no início de outubro, e tudo indica que chegará ao Brasil no ano que vem. Se mantiver a proporção com a 1199 Panigale, que chegou no Brasil por R$ 79.900, a 899 Panigale deve ficar por volta de R$ 65 mil.
Impressões ao pilotar
Emoções distintas Ímola/Itália – Para quem já viu uma 1199 Panigale de perto, a sensação que a 899 passa é de ser menor do que realmente é. As diferenças de dimensões, na verdade, são mínimas. Mas, em cima da motocicleta, a percepção externa é corroborada uma vez que sente o quão compacta e curta a 899 se mostra. A experiência é parecer andar diretamente em cima de um motor com rodas. O teste no tradicional circuito de Ímola é com chuva. Ainda nos boxes, os mecânicos da Ducati tiram os cobertores
de aquecimento dos pneus para o piso molhado. A 899 é configurada para o modo “Wet”, que além de limitar o poder de fogo da motocicleta para 110 cv ainda tem os freios ABS pré-definidos para o nível 2, de 3 possíveis. Já o controle de tração fica no número 5 de um máximo de 8. Apesar do medo inicial, algumas voltas são suficientes para ganhar confiança e ver o que a moto tem para oferecer nessas condições. Já na pista, a sensação transmitida pela suspensão é muito boa. Ela funciona bem e absorve também os solavancos das irregularidades do asfalto. Depois de algumas voltas, a pista seca o suficiente para permitir calçar a 899 com os pneus de série 120/70 ZR17 na dianteira e 180/60 ZR17 na traseira, e tirar o máximo da motocicleta. Volta após volta, é notável que o motor permite uma tocada agressiva e a elevação do giro em retas curtas sem ter que trocar de marcha. Também há uma diferença agradável em comparação com a 1199. De fato, existe pouco da “raiva explosiva” do modelo mais potente, especialmente em baixas rotações. Porém, esta característica é um vantagem da 899. O início da aceleração não atua de forma tão agressiva. Quando as rotações atingem os 7 mil giros, a determinação e aceleração da 899 sobem para os níveis habituais de uma Ducati e botam à prova o funcionamento dos freios. O controle eletrônico do freio motor também aparece quando é necessário “jogar” a moto de um lado para outro nas curvas e a boa resposta que a 899 dá. Essa foi uma das mudanças feitas pela Ducati para tornar a 899 uma moto dócil, projetada também para andar nas ruas e ser conduzida por pessoas “normais”.
Ficha técnica
Ducati 899 Panigale Motor: A gasolina, quatro tempos, 898 cm³, dois cilindros em L, quatro válvulas por cilindro, acionamento desmodrômico de válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 148 cv a 10.750 rpm. Torque máximo: 10,1 kgfm a 9 mil rpm. Diâmetro e curso: 100 mm X 57,2 mm. Taxa de compressão: 12,5:1 Suspensão: Dianteira feita pela Showa BFP com garfo invertido ajustável, com 43 mm de curso. Traseira feita pela Sachs com amortecedor único ajustável, com 130 mm de curso. Pneus: 120/70 ZR17 na frente e 200/55 ZR17 atrás. Freios: Dois discos semifltuantes de 320 mm, pinças Brembo com quatro pistões na frente e disco simples de 245 mm e pinça com pistão dplo na traseira. Oferece ABS de série. Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,96 m de largura, 1,10 m de altura, 1,42 m de distância entre-eixos e 0,83 m de altura do assento. Peso: 169 kg. Tanque do combustível: 17 litros. Produção: Bolonha, Itália. Lançamento mundial: 2013. Preço na Itália: 15.790 euros, equivalente a R$ 46.600.
Fotos: Divulgação
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Copia reduzida por AUGUSTO PALADINO/autopress
Perto de lançar o utilitário médio Macan, a Porsche mostrou mais um teaser do modelo. O nova carro da marca está pronto para ser apresentado ao público no próximo Salão de Los Angeles, que acontece em novembro nos Estados Unidos. Na nova imagem, a marca destacou os faróis dianteiros com leds formando um quadrado e o perfil esportivo do novo carro. A silhueta é bem semelhante ao atual Cayenne, com laterais musculosas e rodas grandes. Sob o capô, são esperados os motores V6 de 3.0 litros para as versões de entrada e V6 de 3.6 litros para o Macan Turbo. Os preços devem partir da casa dos US$ 52 mil, cerca de R$ 113 mil.
Foto: Divulgação
Porsche Macan
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