722 Edição 13.12.2013

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Braganรงa Paulista

Sexta

13 Dezembro 2013

Nยบ 722 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 722 Sexta 13 • Dezembro • 2013

Expediente

A arte de complicar por Mons. Giovanni Baresse

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

Os que me conhecem

Joseph Ratzinger fez lobby para

naus é Itália desde pequenininha!

nalidade no coração são alguns

há mais tempo sabem

ser eleito. O texto de Andreas

Ora, qual é o problema de dizer

jogadores (provavelmente os mais

que não tenho desejo

é interessante porque cheio de

que Manaus é quente? Por acaso

simples). O restante (também

de escrever livros. Também por

observações, de detalhes. Mas – e

não é verdade? Para que fazer

dirigentes, treinadores, etc.) já

motivo prosaico: não aborrecer-

aí vai a minha crítica – às vezes

disso um alarde? Ah! O ano que

vai pensando na valorização que

-me com resumos. Nos tempos de

parece que lhe faltou a devida

vem é ano eleitoral e parece que

acontecerá pós-copa! Passo a uma

universidade cansei de ver colegas

revisão pela repetição de conceitos

o prefeito deseja voltar a Brasília

atitude vivencial que me parece

estudando anos a fio e escrevendo

e por traduções imperfeitas do

(onde era senador)! Tá entendi-

fundamental: a lealdade. Não

calhamaços. Ao apresentarem

italiano. Por isso, cada vez mais

do! A razão de fundo é voltar ao

há terreno mais movediço que a

seu trabalho eram bombardea-

me convenço, melhor ler que

cenário nacional! O outro fato já

mentira, a meia verdade, a fofoca.

dos de todo lado e resumidos em

escrever! Se porventura, um dia,

abordei anteriormente. O jogador

E como isso campeia! Costumo

razão. Aqui reside, a meu ver, o

paupérrimas linhas! Daí achei

eu caísse na tentação de escrever

brasileiro Diego Costa, que fez

dizer que falamos muito sobre

descrédito em valores, posturas,

melhor dar meu tempo para a

um livro, este levaria o título

toda a sua carreira na Espanha,

a vida dos outros, mas falamos

propostas de vida. Afirma-se algo

leitura. Assim eu posso também

acima: “A arte de complicar”. Vou

pois não teve oportunidade no

quase nada com os outros sobre

que sempre esconde subterfúgio!

achar um livro interessante ou

recordar dois fatos relacionados

Brasil, decidiu jogar a Copa pela

sua vida! Fica difícil caminhar

Às vezes fico observando costuras

não, etc. A propósito: estou lendo

ao futebol e à Copa do Mundo.

Espanha, país que o acolheu.

quando não se sabe onde se pisa

que misturam pano velho com

um livro de um jornalista alemão

Outro envolve nossas atitudes

Qual o problema? Razão de fundo

e quando a confiança não está

pano novo. A busca alquimista

que trabalhou muitos anos no

vivenciais. Fatos esportivos: O

para a crítica de personalidades:

presente nas relações. Penso que

de misturar água e óleo. Isso só

Vaticano: Andreas Englisch. O

prefeito de Manaus Arthur Virgí-

mostrar brio da nacionalidade e

a maioria das pessoas recebeu

se consegue com a mágica da

livro tem como título “O homem

lio ficou ofendidíssimo porque o

enfraquecer o ataque espanhol.

dos pais um ensino sobre o amor

falsidade. Valor a ser buscado

que não queria ser papa”. Fala do

treinador da Inglaterra disse que,

Ora, ora! Todos sabem que não

à verdade, a fuga da mentira. E o

em nossos dias é a virtude da

Papa Bento XVI. Este livro tem

em razão do calor, Manaus deveria

está em jogo a honra nacional. O

que se percebe é que em muito do

lealdade que leva a dizer sempre

posição totalmente contrária ao

ser uma sede a ser evitada. Para

esporte tornou-se uma enorme

que se faz a verdade verdadeira

a verdade. Só ela nos liberta! Com

livro escrito por Gerson Camarotti,

azar da Inglaterra a sua chave é

oportunidade para busca de po-

quase nunca aparece. Parece

ela iremos aprendendo a não

jornalista da Rede Globo, que

lá! Quase que o prefeito declara

der, fonte de negócios e giro de

que não conseguimos agir sem

perder tempo com banalidades

entrevistou o Papa Francisco, e

o treinador “persona non grata”.

dinheiro. Se há alguém que leva

que haja uma segunda intenção.

que não passam daquilo que

que afirma que o então cardeal

Alias Virgílio já afirmou que Ma-

sentimento profundo de nacio-

Nunca é uma primeira e verdadeira

realmente são: bobagens!

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


comportamento

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Doutor Boto

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Projeto criado por fisioterapeuta usa botos-cor-de-rosa do rio Negro (AM) para reabilitar crianças com deficiências, como malformações e síndrome de Down

Por JULIANA VINES/FOLHAPRESS

Leonardo Cavalcante, 15, nada tão bem que poderia ser chamado de menino-boto. Há oito anos, quando começou a fazer terapia com botos-cor-de-rosa, no rio Negro, em Iranduba (25 km de Manaus), ele mal andava. “Não tinha equilíbrio, só caía”, diz. Leonardo nasceu sem os braços e com uma diferença de altura entre as pernas. Ele foi um dos primeiros pacientes de boto-terapia do fisioterapeuta Igor Simões Andrade, 37, que adaptou para a realidade amazônica uma técnica de tratamento já existente no exterior, feita com golfinhos em cativeiro. “No primeiro dia tive medo de tudo”, lembra o menino, que aprendeu a nadar imitando o movimento dos animais. “Vejo como eles fazem e vou atrás. Hoje peguei carona com um, nadei ao lado e depois fiquei em cima dele”, conta. Desde o início do projeto, aprovado há quatro anos pelo Ibama, Andrade contabiliza cerca de 600 atendimentos, quase todos feitos de graça em crianças com deficiências motoras, síndrome de Down ou doenças do sangue, como anemia falciforme, encaminhadas por instituições parceiras do terapeuta. A atividade, que antes era feita uma vez por mês com o apoio de um hotel da região, vai ser ampliada agora graças a uma parceria com a Ampa (Associação Amigos do Peixe-Boi). O objetivo é atender 70 crianças por ano. Hoje há fila de espera. “Meu sonho é fazer uma sessão por semana”, diz Andrade. A cada encontro, ele leva a um flutuador no meio do rio um grupo de quatro ou cinco crianças. Antes de cair na água, elas são atendidas individualmente pelo fisioterapeuta, que é especialista em rolfing, técnica de terapia corporal surgida nos EUA. Depois, as crianças ficam na água de 20 a 30 minutos, quando tocam o animal e fazem exercícios inspirados no rolfing. “Imitamos movimentos do boto, trabalhamos a força nas pernas, capacidade respiratória, flexibilidade.” Mineiro radicado em Manaus desde 2005, Andrade conquistou a amizade de um grupo de botos brincando com bolinhas. “A empatia foi instantânea, mas me preparei por quase um ano antes de trazer as crianças.” Hoje são cerca de 20 animais, que ficam livres e são atraídos pelas bolinhas na hora da sessão. Alguns têm até nome, como Moleque e Menteco. O paciente-modelo, Leonardo, vai a todas as sessões e ajuda a monitorar novos adeptos, como Ezequiel Ruiz da Silva, 6, que está no quarto encontro. A avó, Maria Auxiliadora de Oliveira Ruiz, 53, já vê resultados. “Ele era muito inquieto,

tem problemas na coordenação motora. Agora está mais centrado, até a professora elogiou.”

Bicho terapeuta

A terapia assistida por animais não é novidade. As técnicas mais conhecidas usam cães ou cavalos, mas há também terapia com pássaros, coelhos, roedores, gatos. Em geral, o animal serve como ponte entre o paciente e o terapeuta, quebrando o gelo e fortalecendo o vínculo, diz Ceres Faraco, veterinária e doutora em psicologia. “Ele serve como motivação para o tratamento. Pode ser usado para tratar pessoas com transtornos psiquiátricos, motores e doenças degenerativas.” Segundo o fisiatra Daniel Rubio, da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, apesar dos bons resultados, ainda falta comprovação científica para os resultados das terapias com bichos. Mais ainda para a que usa golfinhos ou botos. “Sem dúvida há uma riqueza de estímulos, principalmente em associação ao meio aquático. Mas não há garantias de seus benefícios.” Faraco faz ressalvas quanto à segurança do tratamento. “Não são animais previsíveis como cães. Eles podem interagir de forma violenta. Há risco de passar ou pegar uma infecção do animal.” Segundo Andrade, não há casos de infecções entre crianças do projeto. Vera Silva, pesquisadora do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e conselheira da Ampa, diz que as crianças não têm doenças que possam transmitir aos botos. “A convivência com eles é prazerosa, tudo contribui para melhorar a motivação dos pacientes.”

boto em comunidades ribeirinhas. Até hoje, ele é visto como inimigo dos pescadores e acaba morto para virar isca. “Ele é um concorrente, porque se alimenta de peixes, e há a crença de que ele encanta pessoas, vira barcos e faz crianças se afogarem”, afirma a bióloga Sannie Brum. “Os botos por muito tempo foram protegidos por lendas. Agora temos que agir para eles não virarem lenda”, diz Vera Silva, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Mirian goldenberg

Botox no cérebro

Quem busca a ‘bela velhice’ quer, mais do que tudo, encontrar um significado para a última fase da vida. Escrevi para o jornal, em novembro de 2012, o texto “A bela velhice”. Um fato me chamou a atenção. Costumo receber muito mais mensagens de mulheres comentando os meus textos. No caso de “A bela velhice” só recebi e-mails de homens. O primeiro foi o seguinte: “Cara Mirian, tenho 69 anos, acabei de me aposentar. Ler o seu texto me deu ânimo para buscar alternativas mais prazerosas para o futuro. Estava em busca de cursos de reciclagem. Sua crônica me induziu à reflexão: estou cheio de ser o que sempre fui profissionalmente. Mais do que isso: você me deu forças para buscar algo novo e que me dê prazer. Muito obrigado.” Os leitores enfatizaram o desejo de estudar e de trabalhar em algo que lhes dê prazer. Querem ser produtivos e ativos nessa fase da vida. Não querem apenas ocupar o tempo, passar o tempo, preen-

cher o tempo, perder tempo. O tempo, para eles, é algo extremamente valioso e não pode ser desperdiçado. Eles gostaram, particularmente, da ideia de ter um projeto de vida na velhice. Eles não precisam mais, mas querem continuar trabalhando em algo que dê sentido às suas vidas. Eles querem, mais do que tudo, encontrar um significado para a última fase de suas vidas. Cheguei à conclusão de que o lema para uma “bela velhice” poderia ser: “eu não preciso (mais), mas eu quero”. Eles querem ter tesão no que fazem, envelhecer do jeito que escolheram e não de acordo com as convenções sociais. Não querem se aposentar de si mesmos. Em uma entrevista sobre a passagem do tempo e a velhice, a atriz Marieta Severo, de 66 anos, disse: “Vejo tanta gente preocupada em colocar botox na testa, eu queria poder colocar botox no cérebro. Tenho verdadeiro pavor de perder a capacidade mental, é isso o que mais me assusta quando penso na velhice. Quero ser uma atriz velha com capacidade de decorar um texto, quero ser lúcida na vida e na família”. A “bela velhice” não é um caminho apenas para celebridades. A beleza da velhice está exatamente na sua singularidade. E também nas pequenas e grandes escolhas que cada indivíduo faz, em cada fase da vida, ao buscar concretizar o seu projeto de vida e encontrar o significado de sua existência. Mirian goldenberg antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A Bela Velhice” (Ed. Record). Fotos: Renzo Gostoli/Divulgação

A jornalista viajou a convite do Oi Futuro

Ecoturismo quer desmistificar boto-cor-de-rosa. A boto-terapia é só uma das ações de um projeto de ecoturismo do boto-vermelho (outro nome do boto-cor-de-rosa) da Ampa (Associação Amigos do Peixe-Boi), que tem apoio do Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi. A ONG vai pôr em prática um modelo de turismo para observação de botos na comunidade São Thomé, que fica a 47 km de Manaus e pertence ao município de Iranduba. Essa atividade já ocorre há mais de uma década, mas sem regras para como deve ser o contato com os bichos e que tipo de alimento é permitido dar a eles. Hoje, os turistas dão até salsicha e cerveja. O projeto também quer desmistificar o

O fisioterapeuta Igor Simões Andrade com Wendel albuquerque, 3, em sessão de boto-terapia no Rio Negro (AM)


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Outra época

D. Ida nasceu no ano em que Bragança comorou o 150º aniversário

Shel Almeida

No próximo dia 15 de dezembro, Bragança Paulista comemora os 250 anos de sua fundação. Típica cidade de interior que vem crescendo aceleradamente com o passar dos anos, Bragança já não é mais a mesma, vide a expansão imobiliária, que apresenta novos bairros e cada vez mais condomínios fechados, e o trânsito, que já não comporta a 38ª maior frota de carros por habitante do país. De clima ameno e ar puro, Bragança é um dos 12 municípios paulistas que recebeu o título de Estância Climática, status que garante uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional, turismo este que poderia - e deveria - ser melhor explorado. Considerada Cidade Poesia para alguns, graças às colinas, igrejas, praças, jardins e, claro, ao principal cartão postal, o Lago do Taboão, e, Terra da Linguiça para outros, por conta da tradicional iguaria fabricada na cidade, é certo que Bragança é mais conhecida pelo Clube Atlético Bragantino, um dos times de futebol mais tradicionais do interior paulista. Grande produtora de café no século XVIII, cuja exportação se dava através da Estrada de Ferro Bragantina, a cidade ainda conserva alguns poucos casarões históricos da época, aqueles que ainda não foram vítima da especulação imobiliária. A Estrada de Ferro, no entanto, ficou apenas na história, deixando por último resquício o “Trenzinho” que permanece entre grades de ferro na Praça Nove de Julho. Testemunha ocular das mudanças sociais e arquitetônicas pelas quais a cidade passou, a Senhora Ida Martins Russi, de 100 anos de idade, nos conta um pouco sobre uma época diferente e quase irreconhecível.

Passado

D. Ida nasceu em 2 de junho de 1913, época em que as ruas da cidade ainda eram de terra e, por isso, quem entrasse na cidade precisava lavar o pés no Ribeirão do Lavapés, motivo pelo qual o bairro recebeu o mesmo nome. “Eu nasci no Curitibanos, perto da estação de trem. Ia sozinha pra escola, tinha que atravessar a ponte pra chegar. Andava sozinha pra todo lado. Naquela época só os ricos tinham automóvel à gasolina. Eram bem poucos os carros, a maioria tinha charrete e carro de boi”, conta. Aos 11 anos começou a trabalhar na Fábrica Santa Basilissa, emprego que manteve até os 22. Foi na tradicional fábrica têxtil de Bragança que D. Ida sofreu, aos 20 anos, um acidente de trabalho, que lhe custou três dedos da mão direita. “Minha mão prensou na engrenagem da máquina. Eu recebi três meses de licença e 2.700 contos de réis de indenização. Nem gosto de lembrar daquele dia. A gente tenta esquecer o passado, mas nunca esquece. Quando voltei, fui transferida pra outra função porque já não dava mais pra fazer o que eu fazia. Nunca deixei de trabalhar, sempre trabalhei em fábrica têxtil, mesmo em São Paulo”, fala. D. Ida se mudou de Bragança após se casar com o italiano Luís Russi. Vinha pra cidade esporadicamente, para visitar a família. “Eu sou de uma família de 11 irmãos. Casei aos 22 anos, em 1936, na Igreja do Rosário e

fui morar em São Paulo logo em seguida. Tive quatro filhos, um deles já é falecido. Fiquei viúva em 1969, já faz um bom tempo. Hoje tenho sete netos e cinco bisnetos e já tenho um tataraneto também. Retornei para Bragança em 2000. Meus filhos gostavam de vir para cá passear de trem e ver os primos. Minha tia morava na Rua do Mercado. Naquela época já tinha a Casa da Chaleira e a Casa Odinete”, conta. Pelo menos dois moradores ilustres da cidade estiveram presentes no casamento de D. Ida e Seu Luís: Chico Zamper, que foi um dos padrinhos e Zeferino Vasconcelos. Ambos, posteriormente, foram homenageados nomeando ruas da cidade.

Juventude

D. Ida se lembra bem da juventude em Bragança: “Eu morava na Dr. Freitas, perto da Fábrica. Naquela época já tinha movimento nas ruas. A maior diversão era ir ao cinema, que ainda era filme mudo. Outro costume da época era a banda de música que tocava na Praça Central, começava às 19h e terminava às 21h30 e tinha muito movimento, todo mundo ia para lá. Mas naquela época a Igreja era outra, Esse que tem hoje foi construída bem depois. No carnaval o costume era fazer cordão de rua. A primeira vez que usei calça comprida foi no carnaval de 1935, porque fazia parte da fantasia. Naquela época mulher não usava calça, só no carnaval mesmo. Eu fazia parte do grêmio da firma, que promovia bailes e ia sempre com as minhas amigas. Naquela época a gente ouvia música no gramofone, e nem todo mundo tinha, então a gente se juntava pra ouvir”, lembra. Uma parte da juventude que marcou D. Ida, e que também faz parte da história de Bragança, aconteceu em 1932, em plena Revolução Constitucionalista. “Mandaram desocupar a cidade porque a guerra estava chegando aqui. Todo mundo deixou as casas com medo da invasão. As família trancavam as portas e iam embora. Meu irmão não quis ir, ficou escondido no porão. Eu e minha família fomos a pé para Água Comprida (bairro rural no caminho para Piracaia), passamos a noite na casa de uma conhecida. No dia seguinte mandaram avisar que a revolução não tinha chegado à Bragança e que já podíamos voltar pra casa. Na 2º Guerra um primo foi lutar na Itália, mas voltou”, conta. D. Ida é uma mulher bem lúcida e que gosta muito de ler. Permaneceu boa parte da vida fora da cidade onde nasceu e cresceu, mas sempre esteve por perto, por causa da família que permaneceu por aqui. Na década de 1970, a filha Jeanete Russi Casimiro fez o caminho inverso de D. Ida: casou e se mudou para Bragança, cidade que só visitava nas férias. Hoje as duas vivem juntas. D, Ida sai pouco de casa, apenas quando um dos netos a leva, de carro, para algum passeio. Já não reconhece a cidade que conheceu na juventude. “Dá pra imaginar que na minha época tinha vários cinemas e hoje não tem nenhum?” Pois é, Dona Ida, Bragança já não é mais a mesma.

D. Ida e a amiga Adélia, fantasiadas, no carnaval de 1935. Era a primeira vez que D. Ida usava calça, só permitida para mulheres nessa época do ano.

D. Ida que viveu o medo da Revolução de 32: “Mandaram desocupar a cidade porque a guerra estava chegando aqui. Todo mundo deixou as casas com medo da invasão

D. Ida e as amigas, em fotografia de 1935. “Para nos divertirmos, íamos aos Bailes que o grêmio da firma promovia”, lembra.

D. Ida e Seu Luís no dia do casamento, em 1936. “Naquela época não fazia foto na Igreja, era tudo no estúdio do fotógrafo”, conta.


Antenado

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Nova peça de Samir Yazbek

faz releitura de ‘Frankenstein’ Espetáculo sobre mulher gerada artificialmente por cientista discute a relação entre criador e criatura, aos 25 anos de carreira, dramaturgo também é homenageado com três remontagens e quatro leituras dramáticas

Por GABRIELA MELLÃO /FOLHAPRESS

O produto mais bem-acabado da ciência da atualidade é apresentado no palco. Tem formas perfeitas, rosto angelical e alma perfurada pelo vazio existencial. Na trama de “Frank “”1”, espetáculo da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou que estreou anteontem, um homem cria outro ser humano em laboratório. Conquista o feito de desafiar as leis da vida. Não consegue, porém, atingir a perfeição. Segundo Samir Yazbek, que escreveu a obra e divide a direção e a atuação com Helio Cicero, a intenção foi se debruçar sobre os mistérios da relação entre criador e criatura. “Coloco em xeque não apenas o cientista, mas também o artista”, diz o dramaturgo à Folha. O espetáculo mostra a busca pelo sentido da existência de uma mulher gerada em laboratório --releitura de “Frankenstein”, da escritora Mary Shelley. Quando seu corpo revela-se imperfeito e começa a sofrer mutações genéticas, a personagem interpretada pela atriz Djin Sganzerla descobre sua verdadeira natureza. Revolta-se contra o homem que acreditava ser seu pai e passa a perseguir o próprio destino. A dicotomia entre essência e aparência ganha o centro da cena. O tema é investigado por Yazbek desde “O Fingidor”, premiado com o Shell de melhor autor em 1999. “Quem é este ser, para além de sua imagem? De que adianta a perfeição se ele se sente vazio e infeliz?”, pergunta-se o dramaturgo. “Talvez perfeição não seja o padrão de beleza ditado pelo senso estético. Talvez seja a autoaceitação, a busca por um caminho único, a sensação de liberdade”, diz Djin. Mesmo não sendo humano, seu personagem carrega as angústias do homem contemporâneo. “Apesar de este ser ter sido gerado em laboratório, sua falta de identidade, fragilidade e busca constante

em se compreender o aproxima de nós”, afirma a atriz.

Fotos: Lenise Pinheiro/Folhapress

Retrospectiva

Ciência e arte se misturam no exercício artístico de Yazbek, estudante de física na juventude. “A arte busca a transformação da vida. A engenharia genética caminha na mesma direção, já que busca reinventar o homem”, diz. O dramaturgo comemora 25 anos de carreira em 2013. Sobe no palco interpretando o mesmo papel que desempenha fora dele: autor teatral. Cria e narra a história diante do espectador. “A peça se constrói enquanto acontece. A metalinguagem é assumida”, diz ele, que está habituado a servir-se desta linguagem para apresentar suas inquietações. A prática já foi usada em outras peças que marcaram sua trajetória e que integram uma mostra da companhia Arnesto nos Convidou que pode ser vista até dezembro. É o caso do já citado “O Fingidor”, obra que dialoga com a poética de Fernando Pessoa materializando seus heterônimos, e de “As Folhas do Cedro”, peça vencedora do prêmio APCA em 2010 na categoria melhor autor. Nessa última, a narradora, ao investigar sua ascendência libanesa, revela-se alter ego do dramaturgo. Em “Fogo-Fátuo”, de 2012, o metateatro se evidencia com a presença de Yazbek discutindo o fazer artístico como ator, além de autor, depois de 17 anos de afastamento dos holofotes. “Comecei a dirigir para escrever melhor, estou atuando para escrever melhor. Meu compromisso maior é com a dramaturgia”, diz. As peças do repertório, além de três leituras dramáticas de Yazbek podem ser conferidas no Sesc Santana. No próximo dia 12, no Masp, haverá também a leitura de outro texto do autor, “Um Profeta em Nova Iorque”.

Djin Sganzerla interpreta mulher criada em laboratório na peça de Samir Yazbek (a direita).


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Reflexão e Práxis

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Um curioso país Por pedro marcelo galasso

O ano termina de forma confusa no Brasil, pois temos uma onda de otimismo que impregna nosso cotidiano e nos deixa inebriados, mergulhados em um mar de torpor frente ao quadro político e econômico que parece solido e tranquilo, exigindo de nós tão somente a nossa desatenção e nossa usual falta de interesse. É como se quanto menor for a nossa participação mais calmo será horizonte que podemos vislumbrar, nos sobrando aproveitar as benesses do nosso forte e pungente desenvolvimento social e econômico. Tal ponto de vista conformista e próximo do ideal de participação política do brasileiro será, segundo especialistas, posto a prova no próximo ano quando nossa economia desacelerar. Curioso é imaginarmos o ano atípico que experimentaremos em 2014, com a festa da Copa do Mundo da FIFA, algo que já se contradiz, pois se a Copa do Mundo é da FIFA ela não pode ser de todo o mundo. Detalhe pequeno que some na névoa do nosso tão rico e surrado idioma. Teremos um confronto épico entre a capacidade festiva do nosso país e a dura realidade apontada pelos especialistas e que pode ainda ditar mudanças

na ordem eleitoral brasileira piorando o nosso quadro de escolhas para cargos importantes da República brasileira. Seria lícito procurar descrever uma parte de nossa história política para aproximar nosso cotidiano e nossa experiência histórica dando atenção para a classificação política, mas tal tarefa é hoje menor frente a perspectiva de sermos pegos de surpresa no meio do turbilhão de fatos importantes que irão ter lugar no Brasil em 2014. Talvez a consideração mais pertinente seja a tentativa de imaginar o que é bom e o que ruim, não de forma maniqueísta e absoluta, mas de uma forma a levar à discussão o motivo de tanta desatenção com relação à Política interna do Brasil. Assim como manda o bom senso e impõe a moralidade, ficamos tristes com a morte de Nelson Mandela, símbolo de luta contra a desigualdade racial que está além das fronteiras sul africanas, mas nos ocupamos muito pouco do que acontece aqui com se pudéssemos nos ocupar do que nos é externo e distante já que por cá tudo caminha bem, como se vivemos no melhor dos mundos possíveis, como diria Pangloss, personagem da obra de Voltaire, O Cândido.

Com isso, perdemos a chance de construirmos uma democracia participativa e consciente sem que o rumo de nosso quadro político seja definido ou pautado por especulações sobre a candidatura de Joaquim Barbosa, apontado por muitos como outro grande salvador e tirando o foco, por exemplo, dos privilégios que os réus do Mensalão têm na prisão e que não são aplicados aos demais presos, ou seja, não prestamos a atenção devida ao fato do Estado criar privilégios injustificáveis para alguns em detrimento de muitos. O analisar os fatos políticos em sua concretude, característica típica destes fatos, pode nos auxiliar a mudar o estado das coisas existentes, incluindo ai a mudança de nosso estado de apatia política consciente. Sim, somos conscientemente apáticos com relação ao nosso destino político. A reforma do quadro de pensamento político é mais que necessária se temos pretensão de criar um ambiente social mais saudável e uma geração mais consciente sobre nosso futuro político. Neste ponto, alguém pode perguntar: Tudo é Bom? Tudo é ruim? E a melhor reposta parece ser a seguinte: o resultado das relações entre o que é bom e o que

é ruim têm atendido as nossas necessidades e tem nos permitido vislumbrar uma sociedade mais justa e coerente no futuro? Ou adotaremos uma postura determinista e fatalista assumindo que as coisas são assim e sempre serão? Tomaremos nosso destino e o construiremos juntos ou não? Por mais assustador que seja e por mais confortável que pareça deixar tudo para o amanhã, nos impõe uma ação frente ao horizonte que se apresenta, pois se o modelo de desenvolvimento aplicado no Brasil tem promovido crises em outros países que o adotaram fica visível a possibilidade do mesmo acontecer aqui. E para opinar sobre uma questão que tomou conta do noticiário brasileiro na última semana sobre a escolha das pessoas que deveriam ou não apresentar o circo promovido pela FIFA, soa como estranho ninguém ter feito a seguinte pergunta – por que dentre os envolvidos na polêmica, e suas respostas e desculpas confusas, todos pertencem a uma única emissora de TV? Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Casos e Causos

Juro que é verdade Por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE XLVI Dr. Aguirre, advogado, sempre foi um intelectual, amante da política, e avesso à violência física (acho que ele nunca brigou na vida). Uma vez ele entrou num elevador num prédio da capital, e lá estava Luis Carlos Prestes, o eterno líder comunista, acompanhado por dois seguranças armados. Aguirre ficou feliz, pois viu a oportunidade de conhecer e conversar com tão famosa personalidade. Mas sua alegria durou pouco, pois entraram no elevador dois policiais civis, também armados que começaram a provocar ao Prestes dizendo coisas como: COMUNISTAS DEVIAM SER MORTOS, DEVIAM MUDAR PARA A RÚSSIA, EU ODEIO ESSES COVARDES ETC... Os seguranças de Prestes nada disseram, mas tomaram posição defensiva e o líder ficou impassível. As provocações continuaram e Aguirre temia que se um dos policiais tentasse tocar em Prestes, certamente haveria um tiroteio no elevador. Depois de alguns andares, os policiais desceram e logo em seguida, ele próprio. Foi a viagem mais curta e mais longa de sua vida. JURO QUE É VERDADE XLVII Nos anos 80 um poderoso cidadão proprietário de uma factory, quebrou, dando um enorme prejuízo a centenas de investimentos. Dentre eles estava o Beto Orefice, que, ao contrário da maioria, tinha esperanças de receber e dizia: tem avalista. Numa quarta feira á noite, ele e uns amigos resolveram ir assistir a um jogo do Bragantino, que na época disputava a TERCEIRA DIVISÃO DO CAMPEONATO PAULISTA. Chegaram ao estádio 40 minutos antes do jogo, e estava tendo uma partida preliminar. Nisso o amigo do Beto, que também era credor da factory gritou, apontando para o bandeirinha; NOSSA....... É O NOSSO AVALISTA. Calculando a fortuna que devia estar ganhando um bandeirinha da preliminar de um jogo da terceira divisão Beto exclamou: É....PERDEMOS TUDO MESMO JURO QUE É VERDADE XLVIII Marinho Funck ficou de recuperação (na ocasião, chamava segunda época) no terceiro colegial. Ele e mais uns 5 vagaus estavam tensos fazendo a prova,

que era a tradução de um texto, do Inglês para o Português. Nisso professor foi até a porta falar com um colega, e o aluno que estava atrás do Marinho aproveitou a ocasião e perguntou: MÁRIO, O QUE É YESTERDAY? Ao invés de responder Marinho indagou? DE QUANTO VOCE PRECISA? O cara respondeu: 9,5. Mário falou: ENTÃO NEM VOU TE RESPONDER.... LARGUE MÃO. JURO QUE É VERDADE XLIX Em 2009 fui padrinho de casamento de Alline e André. A cerimônia foi muito bonita e depois houve uma bela recepção - ou festa, como se diz em Pinhal - no Clube Literário. O noivo acabou se entusiasmando e bebendo demais e no final, quase não parava em pé. A noiva ficou irritada e num canto, mas perto de nós, falava brava com ele, como se isso fosse um remédio milagroso que curasse bebedeira. Daí houve um comentário inevitável: AO INVÉS DE LUA DE MEL....VAI SER LUA DE MÉ. JURO QUE É VERDADE L Em 1968, a ditadura militar radicalizou e a partir dai surgiram os primeiros grupos de guerrilha, compostos basicamente por jovens, boa parte, estudantes universitários e até secundaristas. Surgiram grupos como ALN, COLINA, VPR, VAR PALMARES e outros. Em 69 um desses grupos começou a tentar arregimentar apoiadores e ativistas em escolas do interior de SP, e fizeram contato com o presidente do Grêmio Estudantil do Ginásio Casper Líbero de Bragança pra uma reunião. O presidente do Grêmio era o Charuto, que provavelmente para não se envolver, designou o diretor esportivo do Grêmio, Fábio Leme, para ir a reunião secreta. Fábio foi ao local e até estranhou porque precisava dizer uma senha para entrar. Mal chegou foi recebido por alguns rapazes mais velhos, que fizeram uma rápida preleção sobre a importância da união da classe estudantil. Em seguida, de forma objetiva perguntaram pro Fábio: QUAL É SEU PLANO DE AÇÃO? Com a mesma objetividade, ele respondeu: ESTAMOS PENSANDO EM ORGANIZAR UM TORNEIO DE XADREZ E UM DE PING PONG. Fábio foi convidado a se retirar da reunião e perdeu a oportunidade de ser um guerrilheiro.


Antenado

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Sem autorização, livro sobre

Caetano acabou engavetado Projeto realizado entre 1997 e 2004 chegou a ter aval do cantor, que desistiu

Por JULIANA GRAGNANI / MARCO AURÉLIO CANÔNICO/ RAQUEL COZER/FOLHAPRESS

Muito antes de entrar no debate sobre biografias não autorizadas, Caetano Veloso já havia barrado uma pesquisa de sete anos sobre sua vida feita com seu conhecimento e a princípio com seu aval. O caso ocorreu em 2004. Antes da desistência, a editora que publicaria a obra, Objetiva, elaborou um contrato com cláusulas exigidas pelo escritório que representa o músico. Uma era a participação nas vendas, reivindicação do grupo Procure Saber, que Caetano integra hoje. O trabalho foi realizado de 1997 a 2004 pelo compositor e poeta Carlos Eduardo Drummond, 42, e pelo funcionário público Marcio Nolasco, 44, cuja mãe é próxima de Rodrigo Velloso, irmão de Caetano. Com a pesquisa avançada, a dupla contatou a Objetiva, que lhes pediu aval do biografado. Em 2001, levaram carta que teria sido escrita pelo cantor. “Como não se trata de biografia encomendada ou combinada de antemão, tenho ciência apenas de que os dois rapazes vêm entrevistando as pessoas [...] nos termos adequados”, diz o texto. A situação mudou em 2004, quando a editora buscou a autorização do escritório que representa Caetano, então comandado por Conceição Lopes e Paula Lavigne, ex-mulher e empresária do cantor. Além da participação nos direitos autorais da obra, o escritório exigiu a retirada de cláusula que permitia a adaptação do livro ao cinema. Editora e autores aceitaram. Pelo contrato, Caetano levaria 5% dos direitos autorais. Cada autor ficaria com 2,5%, metade do estipulado a princípio. Outros 2,5% iriam para a jornalista Ana Maria Bahiana, que faria a redação final. Ela só confirma ter sido chamada para o projeto. Em 2004, com o contrato prestes a ser assinado, Drummond recebeu uma ligação de Isa Pessoa, então diretora editorial da

Objetiva, avisando que Caetano desistira do projeto. Não se soube a razão. A editora, então, renunciou à publicação. Para Roberto Feith, sócio da Objetiva, ela tornara-se “inviável”. “A chance de um processo seria alta”, diz. Um ano antes, entrara em vigor o Código Civil, com os artigos que exigem a autorização do retratado ou dos herdeiros para biografias.

Sem fofocas

“Não era uma biografia chapa-branca, mas também não era de fofocas. Era minuciosa”, diz Drummond. Ele e Nolasco dizem ter feito 103 entrevistas e viajado com recursos próprios. Depois, receberam R$ 20 mil de adiantamento da editora, valor que a casa não pediu de volta. Das pessoas próximas a Caetano, Paula foi a única que não falou com os autores. “Não havia histórias que denegrissem a imagem deles, não queríamos motivos para bloqueios”, diz Nolasco. A dupla diz que Caetano corrigiu “detalhes” e comentou o estilo do texto. “A postura dele era de que a obra era nossa”, diz Drummond. A editora, porém, quis convidar um escritor “mais qualificado”, segundo Feith, para “dar forma à pesquisa”. “O trabalho era admirável, mas o texto não era bom”, diz. Antes de aceitar Ana Maria Bahiana, Caetano, segundo os autores, sugeriu o nome do poeta Eucanaã Ferraz, seu amigo, que recusou. “Disse ao Caetano que a publicação não valia a pena, não pela pesquisa, mas pela qualidade do texto”, afirma Ferraz. Conceição Lopes diz não se lembrar da história. A Folha enviou e-mails a Paula Lavigne, Caetano e à assessoria do cantor, sem resposta até o início da tarde de ontem. Por telefone, a assessoria disse estar ciente das questões. Na casa de Drummond, na zona norte do Rio, a Folha viu e-mails da editora,

a minuta do contrato e a carta creditada a Caetano. “Documentos [...] a que tiveram acesso me surpreenderam e emocionaram. Isso anima-me a encorajar a continuação da pesquisa”, teria escrito ele. O material que sensibilizou o baiano, dizem os autores, incluía cartas, fotos e um caderno com desenhos de 1961 e 1962, em que ilustrou rostos femininos, como o de Maysa. “Engavetamos um livro que lançaria luz

sobre os primeiros anos de Caetano. Falamos com gente que não está mais viva, como dona Canô [mãe do cantor]. Se fizerem outra biografia, essa parte da história terá sido perdida”, afirma Drummond. Ele nunca mais ofereceu o projeto a ninguém. “As editoras não bancariam uma disputa em favor de dois desconhecidos. Era uma briga desproporcional.” Fotos: Rony Maltz/Folhapress

Os autores Carlos Eduardo Drummond e Marcio Nolasco


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E sse lindo garotão é Gustavo enorme tudo com muito amor que tive o prazer de fotografar a primeira sessão fotográfica da sua vida. Gustavo é filho do Paulo e Lucimara que ficaram “babando” nessa riqueza de bebê. Foi uma tarde incrivelmente divertida onde pudemos capturar toda a personalidade desse garotão

Ponto Comercial • Café Centro – R$ 300.000,00 • Loja de Roupa Centro – R$ 110.000,00 • Banca de Jornal (Jd Europa) – R$ 60.000,00 Aluguel • Apto Centro – 2stes, 1 vaga – R$ 1.300,00 • Prédio Comercial Centro – A/C 1.200m ² – R$ 30.000,00 Venda • Casa Euroville – Alto padrão – R$ 950.000,00 Aceita imóvel -valor • Casa Ros. de Fátima – Alto padrão – R$ 2.100.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. América - Alto padrão – R$ 630.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. Primavera – R$ 350.000.00 • Apartamento D. Pedro I (Taboão) – R$ 500.000,00 • Apartamento Jd. Nova Bragança – R$ 350.000,00 Oportunidade

* Terreno comercial Jd. do Lago – 1.200m ² Rua da Cantina Bella Itália – R$ 600.000,00

e carinho. Foi um dia especial porque é um momento em que todos nós vimos o tempo passar mais devagar. Coisas que a sessão Newborn nos premia. Enfim, mais um dia maravilhoso que guardo com muito carinho. Toleba.


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Renault faz grandes alterações externas no Logan, mas conserva a essência de seu sedã compacto por EDUARDO ROCHA/AUTO PRESS

O Logan tem um significado especial para a Renault. Foi o carro que quebrou a imagem de estrangeira que a fabricante tinha no Brasil. Até ali, ela patinava atrás de marcas japonesas, apesar de ter uma linha bem mais numerosa. Foi quando a montadora francesa resolveu se popularizar. Apelou para modelos de baixa tecnologia e menor preço para seduzir a emergente Classe C. Deu certo. A classe média-baixa, pouco exigente em relação a requinte ou beleza, foi seduzida pela praticidade e pela acessibilidade do sedã, criado pela subsidiária romena Dacia. Agora, na hora de renovar seu modelo, a Renault tratou de melhorar sua oferta o mercado não está fácil para ninguém. Não chegou a subir o nível tecnológico ou de acabamento, mas manteve o preço semelhante ao do antigo começa em R$ 28.990, na versão Authentique 1.0, e vai até R$ 44.100, na Dynamique 1.6 8V e elevou sensivelmente o padrão estético. Afinal, fazer carro bonito não é mais caro. O visual frontal do novo Logan se aproximou bastante do utilizado no Renault Clio, que já ostenta a nova identidade internacional da Renault. Os faróis afilados são valorizados pelo capô rebaixado e pela grade estreita, dominada pelo enorme losango da logomarca desta vez exibido com algum orgulho. Ela é invadida por duas pequenas protuberâncias que sobem do para-choque, que ficou bem mais bojudo. A marca buscou emprestar algum requinte ao modelo espalhando alguns frisos cromados aqui e ali. Na grade, os filetes se projetam horizontalmente, como bigodes. Na versão de topo Dynamique, outro percorre toda a saia dianteira e liga as luzes de neblina. Na traseira, eles dividem as seções das lanternas, que agora ficaram mais gorduchas. Nas laterais, as mudanças são menos radicais. Afinal, a plataforma atual, M zero, é apenas uma derivação da original B zero, e foi feita para ser aplicada em modelos Dacia. Esta profunda reestilização definição da própria Renault quando este Logan foi mostrado no Salão de Buenos Aires, em junho foi aplicado também ao novo Sandero, modelo lançado na Europa ano passado e que passa a ser produzido no Paraná no ano que vem. Por estarem amarrados na arquitetura básica, criada há 10 anos, os engenheiros não puderam, por exemplo, avançar, recuar ou alterar a angulação de portas ou colunas. De qualquer forma, os designers da marca conseguiram disfarçar razoavelmente a limitação, com novo recorte dos vidros e o arredondamento das arestas entre teto e portas. Os para-lamas também ganharam ressaltos bem generosos, que remetem diretamente ao desenho do utilitário Duster. A operação para manutenção da velha estrutura no Logan foi engenhosa e, segundo a marca, mudou tudo que era visível. Com isso, a empresa economizou um bom dinheiro em desenvolvimento de uma plataforma realmente nova a parte mais salgada de qualquer projeto. Ainda assim, decidiu etiquetar o carro no lançamento com uma discutível definição de nova geração. O truque não é novo. Foi usado inclusive pela própria Renault, quando montou o Symbol sobre o esqueleto do velho Clio sedã, Por isso mesmo, as medidas básicas do modelo não mudaram, como espaço interno, entre-eixos de 2,63 metros e porta-malas, com bons 510 litros. Em outros aspectos, o Logan continua sendo um carro honesto. Caso do novo design do interior, das suspensões modificadas por conta das bitolas aumentadas e da nova arquitetura eletrônica, que permite a instalação de novos equipamentos. Já o trem de força quase não mudou, mas os motores foram rebatizados de Hi-power. O propulsor 1.6 8V é exatamente o mesmo e rende 98/106 cv com gasolina/etanol. Já o 1.0 16V ganhou as mesmas mudanças inauguradas no Clio no final do ano passado. Ele rende agora 77/80 cv de potência com gasolina/ etanol 1 e 3 cv a mais, respectivamente. Por enquanto, o câmbio automático, e o próprio motor 1.6 16V que ele gerenciava, ficaram de fora da gama. A ideia é modernizar o conjunto com uma transmissão de seis marchas, que deverá ser apresentada depois do Carnaval de 2014. A montadora espera que a nova linha Logan venda 20% mais que o anterior. Ou seja: passar das

atuais 1.900 vendas mensais para a média de 2.300 unidades por mês.

Primeiras impressões

Cara e coração. Campinas /SP À primeira vista, há pouca familiaridade no novo Logan. O desenho externo do sedã compacto mudou muito para melhor e o desenho interno também está mais caprichado, com aplique de plástico que imita lacca no console central e com o cluster de instrumentos se projetando sutilmente do tablier. Os bancos da versão de topo Dynamique também ganharam uma bossa, com a técnica de revestir o assento com um tecido de espuma densa, onde se pode fazer relevos chamada pomposamente de CCT, de Cover Carving Technology, algo como tecnologia de cobertura entalhada. Já os materiais mostram que o upgrade não foi tão longe. Tecidos, plásticos e comandos continuam no mesmo nível popular do modelo anterior. E não transmitem qualquer ar de sofisticação. Nem mesmo o sistema multimídia Media Nav, com sua tela de toque com 7 polegadas, muda esta impressão. Só uma tela de LCD é capaz para dar a ideia de alta tecnologia. No entanto, o Media Nav reforça outras qualidades intrínsecas ao modelo, como praticidade e eficiência. Depois de um pequeno desacerto até entender a lógica do aparelho, ficou fácil explorar todo o potencial do equipamento, que tem GPS, Bluetooth e controle do som. A novidade no caso é o sistema de monitoramento de consumo com as funções eco-scoring e eco-coaching. O primeiro propõe uma espécie de jogo, em que é o motorista é avaliado em função da economia que obtém ao dirigir. Já o eco-coaching indica em que situações a economia pode ser maximizada. Para ajudar neswte monitoramento, foi instalado no painel um indicador de mudança de marcha. Nada disso é inédito, mas a ideia de criar uma relação lúdica para incentivar a economia é bastante eficaz. E é bem-vinda em um modelo que não prima pela dinâmica superior. O Logan continua racional ao extremo. E neste e em outros pontos, nada mudou. O motor 1.6, de 106 cv com etanol, é capaz de empurrar bem os 1.070 kg do modelo, mas há disposição de sobra. As curvas também são contornadas com competência, mas não se pode buscar limites. Inclusive porque em um carro familiar, o compromisso da suspensão é maior com o conforto do que com a esportividade. O espaço interno também manteve a boa velha generosidade, seja na altura ou na largura. O isolamento acústico, segundo a Renault, recebeu uma atenção especial. Mas a melhora não foi suficiente para mudar o nível de vida a bordo, que continua sem requintes. São nessas características que o Logan explicita que, no fundo, ainda é o velho Logan. Um carro simples, que cumpre o que promete. A vantagem é que agora ele está mais agradável de se olhar.

Ficha Técnica

Renault Logan Motor 1.0 (1.6): A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³ (1.598 cm³), com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 77 cv com gasolina e 80 cv com etanol a 5.750 rpm (1.0) e 98 cv com gasolina e 106 cv com etanol a 5.250 rpm (1.6). Torque máximo: 10,2 kgfm com gasolina e 10,5 kgfm com etanol a 4.250 rpm (1.0) e 14,5 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm com etanol a 2.850 rpm (1.6) Diâmetro e curso (1.0): 69 mm x 66,8 mm. Taxa de compressão: 12,0:1. Diâmetro e curso (1.6): 79,5 mm x 80,5 mm. Taxa de compressão: 12,0:1. Suspensão: Tipo MacPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais. Barra estabilizadora na versão Dynamique. Traseira semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade. Pneus: 185/65 R15.

Freios: Dianteiros com discos sólidos de 259 mm de diâmetro. Traseiros com tambores de 178 mm de diâmetro com direção mecânica. Dianteiros com disco sólido de 259 mm de diâmetro. Traseiros com tambores de 203 mm de diâmetro com direção hidráulica. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,35 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,53 m de altura e 2,64 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais. Peso: 1.028 kg (1.0) e 1.070 kg (1.6), em ordem de marcha. Capacidade do porta-malas: 510 litros. Tanque de combustível: 50 litros. Produção: São José dos Pinhais, Paraná. Itens de série: Authentique 1.0: Airbag duplo, freios ABS com EBD, brake light, rodas 15 polegadas, retrovisor na cor preta, maçanetas externas na cor preta, retrovisor com regulagem interna, para-sol com espelho cortesia, aberturas internas do porta-malas e reservatório de combustível.

Opcionais: direção hidráulica e ar-condicionado. Expression 1.0 e 1.6: Adiciona ar-condicionado, direção hidráulica, rádio CD/ MP3/USB/Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo, banco traseiro rebatível 1/1, ar quente, desembaçador traseiro, retrovisor e maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto. Opcionais: Media NAV 1.2 e sensor de estacionamento. Dynamique 1.6: Adiciona:Bancos com tecnologia CCT, rodas 15 polegadas em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, limitador de velocidade, luzes indicadoras de direção nos retrovisores, comando elétrico dos retrovisores, banco rebatível 1/3 e 2/3 e volante revestido em couro. Opcionais: sistema multimídia Media NAV 1.2, sensor de temperatura externa, ar-condicionado automático e sensor de estacionamento. Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z


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Notícias

automotivas por Augusto Paladino/autopress

Suprassumo – A Mercedes-Benz começou a trazer ao Brasil a nova geração da Classe S. Por enquanto, o sedã de luxo chega apenas na versão S500 L, com entre-eixos alongado. Ela usa um motor V8 de 4.6 litros e 455 cv – além de 71,3 kgfm de torque –, capaz de levar a “limousine” de zero a 100 km/h em apenas 4,8 segundos e à máxima de 250 km/h. Ela é a topo da linha alemã, antes das versões esportivas S63 e S65, esta recém-lançada, com motor de 12 cilindros. Por dentro, muito espaço e luxo, com direito a banco traseiro direito reclinável e com apoio para as pernas – como numa poltrona de classe executiva –, teto solar panorâmico e detalhes em madeira. O preço: US$ 265.900, cerca de R$ 605 mil. Jogos vorazes – A Citroën se uniu à Microsoft para criar a primeira série especial do novo C3. A versão Xbox One Edition terá 50 unidades indexadas aos primeiros 50 consoles fabricados no Brasil. Quem levar um modelo da série, por R$ 49.990, também ganha um ano de acesso grátis à Xbox Live, a loja virtual da Microsoft, além do jogo Forza Motorsport 5 incluso – pacote que custaria cerca de R$ 2.500. A versão especial é baseada na Exclusive topo de linha, com motor 1.6 litro de 122 cv e itens como ar-condicionado, controle de cruzeiro e sensores de luz e chuva. Por fora, a cor preta e adesivos da versão identificam o Xbox One Edition. Um Exclusive convencional, sem o Xbox, é tabelado em R$ 51.255. Queima geral – A Volkswagen fez um recall em 54.703 unidades da Amarok vendidas no Brasil entre 2011 e 2013 para consertar a fixação e isolamento das tubulações de combustível. A montagem deficiente desses componentes pode causar fissuras e um consequente vazamento de diesel, com possibilidade de incêndio. Outro utilitário da marca, o Tiguan, também está sendo convocado. São 7.921 unidades produzidas os entre 2009 e 2011 que precisarão mexer na parte elétrica. O revestimento dos fusíveis do carro pode derreter e romper o circuito, interrompendo o funcionamento de faróis e lanternas. A fabricante disponibiliza o telefone 0800-019-5775 ou seu site para maiores informações. Quatro vezes – Cinco meses depois de lançar o Paceman no Brasil, a Mini começou a trazer a variante mais cara da gama, a All4, com tração integral. O crossover de duas portas, visual inspirado e preço de R$ 149.950 usa o mesmo conjunto mecânico das outras versões. Ele é empurrado por um 1.6 litro turbinado de 184 cv e 24,5 kgfm de torque, que o leva de zero a 100 km/h em 8,2 segundos e tem máxima de 207 km/h.

O pacote de equipamentos também é o mesmo e engloba itens como revestimento em couro, teto solar panorâmico, rodas de 18 polegadas e som Harman Kardon. De olho no problema – Um estudo das publicações norte-americanas “Automotive Lease Guide” e “Kelley Blue Book” garante que os modelos da Honda e Toyota são os mais conservam o valor para revenda. A pesquisa leva em consideração diversos fatores, como a confiabilidade na linha de produção ou a pouca utilização da uma marca em frotas de aluguel. Na avaliação da “Automotive Lease Guide”, a Honda é a marca generalista que melhor assegura seu valor como usado. Já para a “Kelley Blue Book”, o título vai para a Toyota, cujos modelos conservam, em média, 46,1% do valor original de compra após 5 anos de uso. Segundo a publicação, o Toyota FJ Cruiser consegue manter até 70% de seu valor após cinco anos.

Fotos: Divulgação

Citroën C3 Xbox One Edition

Padrão vegetal – A Ford se aliou à Coca-Cola para produzir um novo revestimento para o interior do Fusion Hybrid vendido nos Estados Unidos. O tecido é composto por até 30% de material vegetal. Ele será utilizado nos assentos, encostos, apoio de cabeça e paineis das portas da versão híbrida plug-in. A tecnologia se chama PlantBottle e é normalmente usada para produzir as embalagens “pet” de refrigerantes. Atualmente a matéria-prima já substitui o convencional tereftalato de polietileno, à base de petróleo. Etiqueta de grife - Com o i3 na iminência de começar a ser vendido na Europa, a divisão britânica da BMW revelou o preço inicial do segundo modelo da linha “verde” da marca alemã. O superesportivo híbrido i8 vai partir de 120 mil – o equivalente a R$ 370 mil. Pela cara etiqueta, os futuros clientes levarão para casa um modelo que alia um motor três cilindros 1.5 biturbo de 275 cv a outro propulsor elétrico, que gera adicionais 133 cv. O desempenho é digno de um carro a combustão. O conjunto híbrido leva os 1.490 kg do i8 aos 100 km/h em apenas 4,4 segundos. Força renovada – A Honda apresentou em Tóquio seus novos motores modulares. Os novos 1.0 litro de três cilindros e 1.5 e 2.0 litros de quatro cilindros usam o sistema VTEC de variação do tempo de abertura das válvulas, são turbinados e tiveram um forte investimento na redução do atrito nas peças internas. Além disso, têm injeção direta e usa materiais leves. Os propulsores estarão nos próximos lançamentos da marca japonesa, com o 2.0 bastante aguardado para o futuro Civic Type-R, com potência perto de 280 cv.

Volkswagen Amarok

Mercedes-Benz S500


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Dom da fúria por AUGUSTO PALADINO/autopress

O GT-R é mais recente Nissan a ganhar uma versão Nismo. E a divisão esportiva da fabricante japonesa conseguiu deixar o superesportivo ainda mais atraente e potente. O visual não sofreu mudanças profundas, mas o spoiler traseiro e o para-choque frontal são em fibra de carbono. A aerodinâmica também foi melhorada – o que rendeu 100 kg a mais de downforce. O motor V6 de 3.8 litros ainda está lá, mas teve seus injetores e o turbo revisados. Com as melhorias,apotência subiu para 608 cv e o torque para 66,3 kgfm.

Foto: Divulgação

Nissan GT-R Nismo


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Honda lança nova CTX1300 para combinar em alto nível agilidade na cidade e conforto para estrada por IGOR MACÁRIO/AUTO PRESS

Com o mercado de motos pequenas na Europa em baixa, a solução é levar para as motos maiores conceitos oriundos dessas categorias “de entrada” para segmentos superiores, e fazê-los mais usáveis no dia-a-dia de grandes capitais. É nesse filão que entra a Honda CTX1300, mostrada no início de novembro durante o último Salão de Milão, na Itália. Ela é uma crossover de grande porte e motor de quatro cilindros que reúne características de motos urbanas, como conforto de marcha e posição de pilotagem mais ereta a um conjunto mecânico digno de motocicletas estradeiras. A CTX1300 usa o propulsor V4 de 1.261 cm³ que no modelo ST1300 rende 118 cv a 8 mil rpm e 11,8 kgfm de torque a 6.500 rotações. A Honda ainda mantém segredo sobre os números da CTX e diz apenas que o câmbio foi encurtado em relação à ST para melhorar o aproveitamento do trem de força. Basicamente, este é o motor usado desde 2002 na ST1300 retrabalhado para render mais em rotações menores. Isso se faz bem necessário na CTX1300, já que a nova motocicleta pesa nada menos que 329 kg. A transmissão final é por eixo cardã, acoplado a um câmbio manual de cinco marchas. Por enquanto, ela não traz a opção pela caixa automatizada DCT, já presente no modelo menor, a CTX700. O reservatório de combustível foi colocado embaixo do assento do piloto. No caso da 1300, a medida ajuda apenas a rebaixar o centro de gravidade da moto, que a área onde normalmente ficaria o tanque não foi aproveitada como compartimento – como acontece, por exemplo, com a NC 700 X feita no Brasil. Um novo quadro de berço duplo foi projetado especificamente para a CTX1300, mas sua suspensão mantém arranjos tradicionais. É composta por garfo dianteiro invertido de 45 mm de diâmetro e um braço oscilante atrás com dois amortecedores de pré-carga regulável. A Honda também mantém segredo sobre o curso da suspensão. O estilo é bem diferente das outras estradeiras da marca. Esta é mais baixa, tem traços marcantes e rápidos e bastante personalidade. Embora esteja no mesmo segmento que a Gold Wing F6B, é bem menos corpulenta. A configuração com assento baixo, a 74 cm do solo, guidão recuado e grande carenagem, como um escudo, deixa o piloto bastante protegido. Os coletores de escape cromados chamam atenção nas laterais. Há a opção de bagageiros mas, mesmo com eles, a CTX mantém o

visual leve. Os grandes discos de freios também se destacam, com 310 mm de diâmetro na frente e 315 mm atrás, envoltos por rodas de 18 e 17 polegadas respectivamente. Além disso, todas as luzes traseiras são de led e dão um ar mais moderno à moto. São duas versões, standard e Deluxe, ambas com o mesmo conjunto mecânico. A mais cara traz de série os freios ABS e controle de tração, além de itens de conveniência como sistema de som com conexão Bluetooth – opcional na versão standard – e indicadores de direção que se desligam sozinhos. Todas podem receber acessórios como parabrisa maior e manetes aquecidas, além de partes cromadas na carenagem. A ideia da Honda com a CTX1300 é oferecer um conjunto que entregue ainda muito conforto para longas viagens, mas sem as extravagâncias da Gold Wing – e seu motor de seis cilindros e 1.800 cm³. Os preços nos Estados Unidos devem rondar a casa dos US$ 17 mil, cerca de R$ 38.500. Bem menos que os US$ 23 mil de uma Gold Wing – ou R$ 52 mil. Apesar de ser bem interessante e 25% mais barata que a Gold Wing, a CTX1300 não tem previsão de chegada ao Brasil.

Ficha Técnica Honda CTX1300 Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.261 cm³, quatro cilindros em V a 90°, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote e refrigeração liquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por eixo cardã. Potência máxima: Não divulgada. Torque máximo: Não divulgado. Diâmetro e curso: 78,0 mm X 66,0 mm. Taxa de compressão: 10,0:1. Suspensão: Dianteira com garfo invertido telescópico e mola helicoidal. Traseira com braço oscilante e amortecedor duplo. Pneus: 130/70 R18 na frente e 200/50 R17 atrás. Freios: Disco duplo de de 310 mm de diâmetro na frente e disco simples de 315 mm de diâmetro atrás. Dimensões: 2,60 metros de comprimento total, 0,97 m de largura, 1,62 m de distância entre-eixos e 0,74 m de altura do assento. Peso em ordem de marcha: 329 kg. Tanque do combustível: 19,3 litros. Produção: Kumamoto, Japão. Lançamento mundial: 2013. Preço estimado: US$ 17 mil, equivalente a R$ 38 mil.

Fotos: Divulgação


Jornal do Meio 722 Sexta 13 • Dezembro • 2013

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