Braganรงa Paulista
Sexta
20 Dezembro 2013
Nยบ 723 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 723 Sexta 20 • Dezembro • 2013
Eu gosto do natal por Mons. Giovanni Baresse
Às vezes encontro pessoas que dizem não gostar do tempo de Natal. É um tempo em que lembranças felizes não mais se materializam. A perda de pessoas queridas, as situações familiares esgarçadas por desentendimentos, as dificuldades econômicas, os desencantos. Sem desmerecer as dores de ninguém, penso que esta maneira de encarar o Natal é extremamente reducionista. Naturalmente aqui entra a dimensão da fé. Se o Natal ficar no patamar de uma festa a mais no calendário não haverá, realmente, razão para festejar quando as dores se fazem sentir. Tendo-se a graça de crer que o Natal é a celebração Daquele que, sendo Deus, se desvestiu de sua divindade e se revestiu de nossa humanidade, a perspectiva muda. O horizonte se abre. Impressionam-me, especialmente, textos do profeta Isaias. Ele nasceu na
segunda metade do século VIII antes de Cristo. Quando tinha mais ou menos 25 anos iniciou, em Jerusalém, sua missão profética. Preocupava-se, especialmente, com a corrupção moral que a prosperidade tinha ocasionado em Judá. O sucesso econômico despertara a ganância das tribos do reino do Norte que, associado à Assíria, alimentava o desejo de uma incursão para apoderar-se das riquezas do reino do Sul. O medo e a insegurança tomam conta do povo. E nesse clima ele anuncia: “Dias virão em que o monte da casa de Javé será estabelecido no mais alto das montanhas... A ele acorrerão todas as nações... De Sião sairá a Lei e de Jerusalém a palavra de Javé... Ele julgará as nações, ele corrigirá a muitos povos. Estes quebrarão suas espadas, transformando-as em arados, e as suas lanças, a fim de fazerem podadeiras... Uma nação não levantará a
espada contra a outra, e nem se aprenderá mais a fazer guerra”!(Isaías 2,1-4). Catástrofe acontecida, saqueadas as riquezas, deportados rei e cidadãos válidos ele proclama: “Alegrem-se o deserto e a terra seca, rejubile-se a estepe e floresça... cubra-se de flores... Fortalecei as mãos abatidas, revigorai os joelhos cambaleantes... Sede fortes, não temais. Eis que vosso Deus vem para vingar-vos, trazendo a recompensa divina... A terra seca se transformará em brejo e a terra árida em mananciais de água”... (Isaias 35, 1 -7). A pergunta que surge é esta: como pode o profeta anunciar realidade feliz em meio à desgraça? Somente se for capaz de levantar o olhar e, recordado da Aliança que Deus fez com seu povo, deixar que o horizonte de sonhos motive a agir e a perseverar. Para mim o tempo do Natal faz sobressair duas atitudes fundamentais: perseverança
e esperança. A esperança faz com que o horizonte de um mundo fraterno e solidário se torne meta tangível no dia a dia. Não é uma miragem. É algo que se experimenta fazendo. E para fazer é preciso perseverar. Exemplo simples é dado na carta de São Tiago (5,7-10) quando toma o exemplo do agricultor que faz o que deve na esperança que sua semeadura dê frutos. E persevera no seu trabalho mesmo não vendo nada. Ou pouco. Mas sabe que fez a sua parte. Penso que poderia dizer que o tempo do Natal nos convida a alongar o nosso olhar para além das nossas limitações. Fazendo isso, a esperança alimentada pela perseverança nos ajuda a não perder o ânimo no presente. E a certeza da fidelidade de Deus em relação a cada ser humano faz com que haja empenho para tornar real a mudança da situação. Não se trata, repito, de quimera,
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
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de miragem. Trata- se de atitude consciente e realista. Somente assim seremos capazes de entender a missão de Jesus Cristo. Somente assim poderemos entender porque ele não desceu da cruz. O ter ofertado sua vida, a sua crucificação não foram gestos de um derrotado. Na cruz foi vencedor. E religou a história humana ao projeto de Salvação; que todos fossem filhos no Filho (Efésios 1, 3-14). Gosto do Natal porque, apesar de todo mal que causamos, existe sempre a esperança de que em Deus feito carne sempre haverá vida!
Informática & tecnologia
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Tinder, app de paquera simples para smartphones, explode no Brasil; outro nome famoso, Bang With Friends se repagina para ficar mais sutil
Por CIDA ALVES /FOLHAPRESS
O Tinder pegou no Brasil. Se você ainda não sabe o que é, uma breve definição: um app de paquera extremamente simples para celulares. Você define se está interessado em homens ou mulheres e começa a ver fotos de usuários nos arredores, descartando-os ou aprovando-os. Caso o interesse seja mútuo, o aplicativo notifica as duas pessoas, que podem iniciar uma conversa privada. Justin Mateen, cofundador do Tinder, não revela números absolutos, mas afirma que o app cresce mais de 140% ao mês no Brasil. Um dos fatores que contribuíram para a explosão do app por aqui foi o lançamento para Android, o sistema móvel mais popular no país, em julho. Para quem acusa o Tinder de tornar as relações mais superficiais, Mateen responde que o app é “um reflexo honesto da interação humana”. “Quando você conhece alguém em um café, a primeira coisa que você nota sobre ela é sua aparência física. Na conversa, você busca semelhanças como amigos ou interesses mútuos --é exatamente isso que o Tinder traz à tona.” Outro app famoso de paquera, o Bang With Friends, que oferece sexo entre amigos do Facebook, passa por um processo de mudança de marca que o tornará mais sutil. Depois de um processo da Zynga, dona da marca “With Friends” (com amigos), o app foi rebatizado de Down, referência à expressão “get down”, que pode ter conotação sexual, mas é muito menos grosseira do que o nome original (trepe com amigos). O Down começou a permitir também escolher entre amigos de amigos --função já disponível no Android. Colin Hodge, cofundador do Down, aponta o círculo social menor como vantagem em relação a concorrentes como o Tinder. “O Down é seguro e direto: você só vê pessoas conectadas a você na sua rede.” Mateen diz que não há nada a temer sobre o Tinder. “É a forma mais eficiente de conhecer pessoas novas. Se você não está no Tinder, está em desvantagem social.” A médica Natália de Mattos, 27, se impressionou com a rapidez do app. “No primeiro dia já conversei com um cara que tinha uma amiga em comum. Logo vieram mais matches’ e, em duas semanas, tinha um encontro marcado”, conta. Mas o Tinder não garante bons encontros nem quando as perspectivas são animadoras, como mostra a experiência da redatora Bia Bonduki, 32. “O cara era bonito, dentro da idade que eu prefiro, tinha amigos em comum, tinha um papo interessante e parecia ter uma certa estabilidade mental.” O encontro cara a cara, porém, foi ruim. “O que o Tinder não garante é que quando você vir a pessoa se mexendo ela vá lhe agradar.”
Tá pegando fogo
Com um possível par romântico (ou nem tanto) a distância de um deslizar de dedos, Tinder vira febre também no Brasil . Cida alves
A possibilidade de encontrar um amor, ou algo mais casual, com o deslize de um dedo na tela do smartphone tem incendiado o mundo dos solteiros. “Estar na pista” virou
“estar no Tinder”. O crescimento do aplicativo no Brasil é resultado da propaganda boca-a-boca que rola entre os solteiros descolados. Propaganda tão eficiente que até quem não é muito chegado em tecnologias se rendeu à praticidade desse cupido virtual. De repente, as amigas da médica Natália de Mattos, 27, só falavam do tal Tinder. “Não uso muito redes sociais, mas decidi baixar o aplicativo. Fiquei empolgadíssima já no primeiro dia”, conta Natália, que usa o Tinder há cerca de dois meses. Como o foco da médica está na vida real, a experiência já rendeu três encontros. “Não sou muito de balada e quero investir numa relação. O aplicativo ajuda a conhecer gente nova que tenha a ver comigo”, argumenta. Uma coisa ela aprendeu logo de cara: cada um deve deixar bem claro seu objetivo, pois no Tinder “tem de tudo”.
Muitos likes
O advogado Guilherme (nome fictício), 31, usa o aplicativo pelo menos uma vez por dia e adotou o método de dar vários likes. “Acho que a coisa desenvolve mesmo na conversa, não dá para escolher só pelas fotos”, explica. Ele já colheu frutos: um encontro que tem “muitas chances de se repetir”, diz. “Estamos nos falando por telefone, mas também converso com mais matches’. Para mim, o aplicativo é uma forma a mais de me conectar.” Camila Domingues, 30, foi apresentada ao Tinder pela irmã mais nova. Mesmo sendo “tímida até na internet”, ela arriscou papo com alguns pares. Acabou saindo com um deles por três meses. “Não fosse o Tinder, provavelmente a gente nunca teria se encontrado. Ele mora longe e, apesar de termos muita coisa em comum, não vamos aos mesmo lugares”, conta. Como os aplicativos funcionam a ritmo de modismos, a coordenadora do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC-SP, Rosa Maria Farah, observa que ainda é cedo para dizer se o Tinder mudará a maneira das pessoas se relacionarem. Mas ressalta que o assunto já chegou aos consultórios. “Por mais que esses aplicativos se popularizem, nada substituirá o teste de realidade. Só o encontro pessoal pode dizer se há química para uma futura relação”, afirma.
psicóloga, há muitas pessoas, mas poucos encontros com gente nova. “Às vezes nos limitamos ao nosso círculo de amigos ou aos encontros casuais da noite que, fora algumas exceções, geralmente não duram mais que um ou dois dias. O aplicativo amplia esse horizonte”, explica Sílvia.
Opinião
À procura de uma ‘tinderela’ ou de um pedaço de carne? Tati bernardi
Meu amigo é branquelo e vive meio desempregado. Mas no Tinder escreveu “carioca cineasta” e colocou uma foto esquiando. Os óculos escondem 60% do rosto, deixando uma onda de mistério nas pretendentes, apelidadas, carinhosamente, de “tinderelas”. “Esquiar é coisa de rico e esse tipo de mulher adora isso.” Que tipo de mulher é esse? Ele: “Qualquer uma que tá a fim da coisa”. Na semana passada ele transou com duas. Essas duas foram escolhidas após um rigoroso teste “ao vivo” com sete jovens sonhadoras. Essas sete, por sua vez, foram as que sobraram de um papo virtual com 12 donzelas, resgatadas de uma pré-seleção de pouco mais de 20. Seu dedão direito folheia fêmeas: “tá de biquíni, eu já ignoro porque é várzea; tá maquiada, é certeza que é baranga; só tem foto do pescoço pra cima, é gorda”. Eu vou ficando deprimida em ver meu amigo chamando amor de “cardápio de açougue”.
Das duas que renderam uma noite de prazer, ele gostou “mais ou menos de uma”, mas não o suficiente para um segundo encontro. Então, após a matemática, meu amigo terminou com o maravilhoso total de zero companhia para jantar no sábado. Por isso ele está aqui em casa comendo esfihas comigo. Me deprimindo e sorteando mais garotas. Qual era o defeito dessa única que você “quase” curtiu? Ele não sabe responder. Alguns minutos de silêncio constrangedor e ele finaliza nossa noite com um parecer vago a respeito de tudo. “Nada disso tem a menor graça, vou sair dessa merda.” Ele vai embora e fico pensando se “merda” é o aplicativo ou o uso que se escolhe fazer dele. Se “sair dessa merda” significa abandonar o aplicativo ou abandonar o medo que ele tem de uma relação e voltar logo com essa ex que ele ama (e aceitar logo que toda mulher é chata). Apesar de eu não cogitar hoje fazer parte do Tinder, preciso ser honesta e admitir que já estive, ao longo da vida, numa espécie de catálogo pro mundo. Esperando, algumas vezes numa festa ruim, outras na casa de amigos, conhecer um cara legal pra conversar ou dormir de conchinha. Mas nem por isso eu era uma vaca. Procurar alguém nunca fez de mim uma modelo sem cabeça numa vitrine. Quis odiar o que o Tinder tinha feito com o meu amigo, mas terminei odiando o que o meu amigo estava fazendo com o Tinder. Foto: Eduardo Knapp/Folhapress
Paquera virtual não é mais coisa de ‘perdedor’
Smartphone tornou natural o flerte na tela Para chegar ao topo dos aplicativos de paquera, o Tinder teve a seu favor o fato de surgir numa época em que usar uma ferramenta para encontrar um par deixou de ser coisa de “loser” (perdedor). “Os sites de relacionamento carregaram o estigma de reunirem gente solitária que não conseguia pegar ninguém”, afirma a psicóloga Sílvia Avian. Com os smartphones, porém, nada mais de ficar em casa na frente da tela esperando por um “match”. “O Tinder é uma grande balada com pessoas dispostas a encontrar alguém interessante que pode estar ao lado”, acrescenta Sílvia. Superado o preconceito, os aplicativos se tornaram “paqueródromos”. Especialmente nos grandes centros, onde, segundo a
A médica Natália de Mattos, 27, usuária do Tinder
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Shel Almeida
Para os cristãos, Natal é a data em que se comemora o nascimento de Jesus, época de celebração, motivo especial para estar com entes e amigos queridos, trocar presentes e desejos de felicidade. Época também em que mais se aflora os sentimentos de solidariedade e compaixão e a vontade de dividir e contribuir para o Natal daqueles que não podem ter uma ceia com mesa farta ou oferecer aos filhos os brinquedos que tanto desejam. Tal qual Cristo na manjedoura, muitas famílias, por falta de recursos, passam o Natal na simplicidade, dependendo da ajuda de estranhos, para que possam ter o mínimo para celebrar. Pensando nisso, algumas pessoas dedicam o tempo de espera para as festas para praticar o verdadeiro espírito de Natal, que é a dedicação ao próximo. O Jornal do Meio conversou com algumas dessas pessoas e conta aqui sobre como a experiência as motiva.
as peças, as Abelhinhas aceitam doações de lã (precisa ser lã fina por ser roupinha para bebê) e de casaquinhos, fraldas descartáveis ou de pano, macacãozinho, toalhas, enfim, peças que formam o enxoval do bebê. Quem souber fazer casaquinhos, mantas, sapatinhos ou gorrinhos, também pode contribuir doando as peças. As Abelhinhas contam também com o apoio de outros grupos de mulheres que assim como elas, se reúnem para confeccionar roupinhas para os enxovais. Mulheres que mesmo não sendo Abelhinhas, dedicam seu tempo para contribuir com o grupo. De acordo com Niobel, a ajuda delas é imprescindível para que a meta mensal de enxovais seja atingida.
Sacolas de Natal
Maísa Lidia Leite é Assistente Social em Bragança Paulista há 19 anos. Há 18 dedica seu tempo, de forma voluntária e independente, a arrecadar e entregar sacolas de Natal para crianças de famílias menos Desde os anos 1970 existe em Bragança favorecidas, aquelas que conhece no decorrer um grupo de voluntárias conhecidas como do ano. “Quando eu vim pra Bragança, no “Abelhinhas” mulheres que se reúnem se- meu primeiro Natal como funcionária da manalmente para confeccionar enxovais Prefeitura, algumas famílias vieram com para bebês recém-nascidos, cujas mães as crianças pedir presentes e brinquedos, não têm condição financeiras para arcar porque não tinham condição de ter um natal com essa despesa. Atualmente o grupo como todo mundo. Aquilo me deixou com é composto por 20 mulheres, algumas uma vergonha tão grande de mim mesma, há mais de duas décadas na atividade. porque eu, sendo assistente social, não tinha “Confeccionamos casaquinhos, sapatinhos, pensado nisso. No ano seguinte comecei a mantas, gorrinhos. Depois montamos o fazer Festas de Natal para essas famílias, enxoval completo, com tudo combinando. sempre por conta própria e com ajuda de Os itens que não confeccionamos, como doações. Com o tempo foi ficando mais toalha, macacão e fraldas, compramos ou complicado encontrar lugar pra reunir todo recebemos doações. Fazemos tricô e cro- mundo, então eu decidi entregar Sacolas chê e recebemos doações de lã também. de Natal para as crianças Eu faço um Montamos kits verdes, azuis, brancos, botinha com os dados de cada uma delas amarelos e rosas. Entregamos 25 enxovais e quem pode e quer ajudar monta uma todo mês, 10 na Santa Casa, 10 no Hospital sacola com roupas, sapatos e brinquedos, Universitário e 5 na Pastoral da Criança. que eu vou distribuindo aos poucos. O Entregamos às Assistentes Sociais. Elas número de sacolas varia de acordo com o fazem as triagens das parturientes e enca- ano, já cheguei a entregar 350, o mínimo são minham os kits”, conta a voluntária Niobel 150”, conta. Mesmo sempre encontrando pessoas dispostas a apoiar a ação, Maísa Ap. Olivoti Miliorini. Para elas, o mais gratificante não é saber ainda encontra dificuldades na hora de para quem vai os enxovais, é ajudar sem se distribuir as sacolas de forma igualitária. importar com isso, é fazer o bem sem olhar “A minha maior dificuldade é conseguir a quem. “As assistentes sociais contam que quem queira montar sacolas para meninos, geralmente as pessoas as mães choram quando recebem o enxoval, que Eles me beijam, choram, querem meninas de até 10 Para as crianças mais ficam muito emocionadas me mandam cartinha. Esse anos. velhas também é complicado. em pensar que pessoas que não as conhecem é o meu maior presente de Há quem pense que com 14 anos não é mais criança, mas estão ajudando dessa Natal como eu vou chegar na casa forma. E não só as que são Maísa Leite com uma sacola para irmãos atendidas pelo SUS que menores sem dar nada pra precisam, muitas estão na ala particular porque o marido tem o esse/a jovem, que geralmente é quem dedica plano de saúde por causa do trabalho, mas o tempo em cuidar da casa e do pequenos não tem condição nenhuma de montar um enquanto os pais trabalham?”, analisa. enxovalzinho também. A gente não tem “O ser humano ainda não está totalmente contato com quem recebe, mas uma das sensibilizado, ainda precisam se abri um voluntárias contou que já viu uma criança pouco mais. Geralmente as pessoas ficam na rua com um casaquinho que ela fez, e mais sensíveis nessa época do ano. Já tentei criar ações para a voltas às aulas, com ficou muito feliz”, fala Niobel “Procuramos fazer sempre o melhor, nosso kit de material escolar, ou na Páscoa, mas padrão de qualidade é alto, fazemos peças não deu certo, porque não consegui apoio que faríamos para os nossos netos. Nos como no Natal”, fala. preocupamos com os detalhes, para que “Eu vou pessoalmente entregar todas as tudo fique bem bonito”, diz a voluntária sacolas, minha filha Patrícia me acompanha. Eu sempre convido as “madrinhas”, mas Lucila Ferreira Neto. “Às vezes ficamos apuradas, porque nem nunca deu certo de alguém ir. O que mais todo mês temos material suficiente para me chama a atenção é que os pais ficam todos os enxovais, mas Deus provém. Sem- muito mais emocionados do que as mães, pre aparece uma doação de última hora”, dizem que nunca ganharam coisa assim”, conta. “Tem um menino que sempre que fala a voluntária Bete Garcia. “Eu faço até o dono da loja onde compro lã chego com a sacola ele fica gritando: ‘a tia doar. Digo: vou levar todas essas, mas vou Maísa chegou’. Eu falo que foi o Papai Noel pagar só essas porque você sabe que é por que mandou, mas ele me fala: ‘foi nada, eu sei que é você’. Eles me beijam, choram, uma boa causa”, brinca Niobel. O grupo se reúne toda terça, na Cripta da me mandam cartinha. Esse é o meu maior Catedral, para rezar o terço, confraternizar, presente de Natal”. agradecer e terminar de confeccionar as peças que começaram em casa. “Terminamos de confeccionar na última terça do mês, As doações para os enxovais montados quando montamos os kits e entregamos pelas Abelhinhas podem ser entregues às assistentes sociais”, fala Niobel. Além na Secretaria da Catedral, em qualquer dos enxovais para os bebês, no inverno elas horário, ou durante a reunião do grupo, também confeccionam agasalhos e meias na Cripta , às terças, a partir das 14h. para os idosos do Asilo São Vicente de Paulo. As doações para as Sacolas de Natal “Às vezes também fazemos enxovais todo distribuídas por Maísa podem ser branco para batizados”, fala Bete. Quem entregues no Setor de Habitação da quiser ajudar mas não sabe confeccionar Prefeitura, onde ela trabalha.
Abelhinhas
As Abelhinhas Lucila, Niobel e Bete. Voluntárias confeccionam enxovais para recém-nascidos.
São as assistentes sociais que fazem a triagem e entregam os enxovais às famílias mais necessitadas.
Maísa realiza ações de Natal há 18 anos. Começou com festas para as famílias e passou a entregar Sacolas de Natal para as crianças.
Como contribuir
Nas botinhas estão as informações sobre as crianças: nome, idade, sexo, tamanho da roupa e sapato e sugestões, como Panetone e kits de higiene.
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Reflexão e Práxis
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Liderança Por pedro marcelo galasso
A morte de Nelson Mandela colaborou para a discussão sobre a função social da Liderança na transformação histórica e na concepção de mundo, bem como nas estruturas políticas que definem e regem nossos comportamentos e definem nossos papéis sociais. O líder sul africano era uma das grandes referências históricas que resistiram ao final do século XX, marcado por lideranças capazes de atos tão atrozes que nos levaram a refletir sobre a racionalidade humana e nos assombrar com a capacidade organizacional destrutiva utilizada por estas pessoas, nos levando a pensar até onde podemos chegar. Nelson Mandela se tornou uma figura icônica por lutar contra um dos mais opressivos e bem elaborados exemplos de segregação racial institucional que experimentamos no século XX. O domínio branco sobre a maioria negra era tão intenso que mesmo em número infinitamente menor, a elite
política branca segregava milhões de sul africanos tão somente pela cor de sua pele e por justificativas pseudorreligiosas e raciais advindas do século XiX e que sobreviviam na ideologia dos antigos bôeres. A racionalidade segregacionista definia e esquadrinhava o tempo e o espaço permitido a cada um dos grupos raciais e o descumprimento destas diretrizes era passível de sanções legais que poderiam chegar inclusive a pena de morte. A exclusão racial contra a qual Nelson Mandela lutou o transformou em uma liderança que está além das fronteiras e dos problemas locais contra os quais ele se posicionava, mas refletiam a esperança e mostravam as possibilidades de mudanças políticas em um mundo que crê e vê o desenvolvimento histórico como uma linha reta e dotada de sentido natural que não compreendemos e que é fruto de uma vontade divina e, portanto, superior a todos nós. Com a morte de Mandela, segundo
alguns historiadores, iremos experimentar a falta de uma liderança que se apresente além do mundo virtual e que materialize o desejo de transformação humana fora, por exemplo, da lógica das pseudolideranças empresariais que com discursos de botequins e frases feitas, sem sentido ou de gosto extremamente duvidoso, se apresentam como as lideranças mundiais. O papel das lideranças políticas no universo social é imprescindível para uma geração que não consegue abraçar um ideal por mais de um dia. Nelson Mandela ficou preso por anos e continuou lutando contra a segregação racial da qual era vítima e, quando eleito, procurou deixar presos seus ressentimentos. Além disso, para fazer jus a sua figura e não elevar sua imagem para além do que ele apresentou para a História é necessário dizer que os problemas raciais e sociais da África do Sul permanecem, mas em um espaço de
lutas sociais mais dinâmico e aberto. O que Mandela realizou se enquadra na lógica da Liderança, pois nesta relação temos sempre o guia e alguém que é guiado e na qual este senti e agi de maneira diversa se não estivesse sendo guiado. Entretanto, a característica a Liderança pode ser apontada como a visão de um bem social e político comum que se diferencia da Influência, pois esta pode ser vista como a realização os interesses de um grupo. Além disso, a Liderança deve promover e divulgar a razão da causa e levar seus participantes a assumirem seus papéis históricos. E como não pode haver Liderança sem Autoridade, esta se apresenta como um poder consciente e aceito como necessário e justo tal qual o papel representado com maestria por Nelson Mandela. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Casos e Causos
Juro que é verdade Por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE LI Um amigo meu resolveu visitar um outro meu amigo, recém casado que morava em Curitiba. Hospedou-se na residência do casal, e o marido evidentemente saia para trabalhar e o hóspede ficava na casa, fazendo companhia para a lindíssima esposa do anfitrião. Quando ele me contou eu perguntei (numa colocação, que reconheço, machista) se o outro não ficava incomodado. Ele respondeu indignado que a moça era super séria, que o amigo era seguro e desencanado e que além do mais ele jamais pensou em ação de mau caratismo. Fiquei quieto e até envergonhado. Anos depois, o casal do Paraná se separou, e nós três tomamos um litro de uísque em casa. O rapaz do Paraná, que não era tão desencanado quanto pensávamos fez uma pergunta repentina ao outro: VOCÊ TRANSOU COM MINHA EX MULHER? A resposta foi maravilhosa: CLARO QUE NÃO... ELA É SUPER SÉRIA, ADEMAIS EU SOU SEU AMIGO E SE ELA TIVESSE ME DADO ESPAÇO, E NÃO DEU, EU ACHO, QUE NÃO PEGAVA (“Eu acho”, foi ótimo). JURO QUE É VERDADE LII Eu ia sempre á livraria da USF e via entre os livros expostos uma publicação sobre serpentes, mas resistia a comprar porque custava 100 reais. Mas num dia, acabei comprando, cheguei em casa, chamei meu filho que tinha 6 anos, e em meia hora lemos o livro todo, que tinha mais fotografias do que texto. O meu menino gostou do livro e perguntou se era dele, mas eu disse: É NOSSO, FILHO. Eu sabia que dificilmente iria abrir aquele livro de novo. Horas depois, liga um amigo, Sergio Morbidelli, dizendo que era seu aniversário e que eu devia ir para sua casa. Minha mulher me disse que precisávamos comprar um presente, mas eu disse que já tinha comprado (ia dar o livro, claro, era a ideia) Fomos os três pra festa, o presente com a embalagem bonita da livraria, e chegando na casa entreguei o pacote. Sérgio, abriu, olhou, gostou e mostrou para todos: OLHA QUE LEGAL...UM LIVRO SOBRE SERPENTES..CADA PUTA FOTO. O sucesso durou alguns segundos pois meu filho, gritou, meio chorando: PAI ...VOCÊ DEU MEU LIVRO DAS COBRAS....ESSE LIVRO É MEU. Tentei argumentar que havia comprado dois...mas ninguém acreditou
JURO QUE É VERDADE LIII Quando estudante, Marcelo Pupo estava no bar Dose Dupla, quando um indivíduo totalmente agressivo começou a ofender as mulheres que estavam no local. Ele vestiu sua capa imaginária de herói, e após uma breve discussão, quando o cara partiu pra cima, ele começou e terminou a briga com um único soco, que nocauteou e quebrou os dentes da frente do oponente. Em virtude disso ele cortou a mão (nos dentes do adversário) e foi ao hospital para fazer um curativo. No pronto socorro, o enfermeiro perguntou como ele tinha se cortado e Marcelo falou que foi acidente com uma garrafa. Alguns minutos depois, outro paciente chegou ao hospital todo sangrando e amparado pelos amigos. O enfermeiro examinou, voltou à sala que estava Marcelo e disse: A GARRAFA CHEGOU AQUI JURO QUE É VERDADE LIV Agora o nepotismo, é além de repudiado, proibido por lei, no serviço público. Mas, antes, era um abuso total, muita gente, nos três poderes empregava a família inteira. Quando questionados, sempre falavam da capacidade e competência do parente contratado. Mas teve uma vez que um questionado exagerou dando uma resposta notável, tanto em termos de criatividade, heresia, como de cinismo: SE ATÉ DEUS QUE É PERFEITO NOMEOU SEU FILHO PARA REPRESENTÁ-LO... POR QUE, EU, SIMPLES MORTAL, NÃO POSSO? JURO QUE É VERDADE LV Eu era diretor do Clube Literário, e alguém teve a idéia de fazer uma apresentação teatral no salão. Era um monólogo, AS MÃOS DE EURIDICE, e o ator era amador. Fui assistir e vi que apenas 7 pessoas estavam na platéia. Com menos de dez minutos de apresentação, um casal foi embora e ficamos reduzidos a 5 assistentes. Mais uns 5 minutos, e duas moças saíram, ficamos em 3, eu e um casal. Pensei em sair porque a peça estava muito chata, mas não fui rápido o suficiente... o casal levantou e foi embora. Resultado: por mera solidariedade ou constrangimento fiquei até o fim.... SENÃO SERIA UM MONÓLOGO NOS DOIS SENTIDOS.
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sse lindo garotão é o Leonardo, filho da Karen e André. Um menino adorável e muito bonito como dá pra ver nas fotos. Foi uma sessão maravilhosa onde os pais “babaram” o tempo todo, também não é pra menos! Além de toda a alegria e diversão durante a sessão pude testemunhar o quanto Leonardo é querido. Uma das coisas que me surpreende nessas sessões é o carinho e amor dos pais, sem contar que o elo familiar se fortalece porque eu vejo os pais juntos, abraçadinhos olhando com os olhos brilhando sobre o bebê. Realmente um momento que marca pra sempre a família, além de ter um “bebê model o” desde poucos dias. Não é o máximo!!!! Quero aproveitar e desejar a todos meus amigos leitores um Feliz Natal cheio de paz e amor e um Ano Novo maravilhosamente próspero. E gostaria também de agradecer à vocês que me acompanharam em mais este ano onde, embora muitas vezes anonimamente, acompanham minha história de vida. Que Deus abençoe a todos! Toleba.
Ponto Comercial • Café Centro – R$ 300.000,00 • Loja de Roupa Centro – R$ 110.000,00 • Banca de Jornal (Jd Europa) – R$ 60.000,00 Aluguel • Apto Centro – 2stes, 1 vaga – R$ 1.300,00 • Prédio Comercial Centro – A/C 1.200m ² – R$ 30.000,00 Venda • Casa Euroville – Alto padrão – R$ 950.000,00 Aceita imóvel -valor • Casa Ros. de Fátima – Alto padrão – R$ 2.100.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. América - Alto padrão – R$ 630.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. Primavera – R$ 350.000.00 • Apartamento D. Pedro I (Taboão) – R$ 500.000,00 • Apartamento Jd. Nova Bragança – R$ 350.000,00 Oportunidade
* Terreno comercial Jd. do Lago – 1.200m ² Rua da Cantina Bella Itália – R$ 600.000,00
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Novo Ford Fiesta Titanium sedã tem visual e é bem equipado por IGOR MACÁRIO/AUTO PRESS
A versão sedã sempre teve uma função “nobre” dentro da linha do novo Ford Fiesta. Ele abriu caminho por aqui para a nova geração, ainda em 2010, como compacto premium. Não só era bem completo como trazia equipamentos e recursos inéditos entre carros pequenos. Comercialmente, ele agora faz um papel de coadjuvante para o hatch. Inclusive porque só é oferecido em duas versões bem completas e apenas com com o motor mais potente da linha, 1.6 litro. A configuração, ainda trazida do México, beira os R$ 60 mil na versão topo Titanium com câmbio automatizado. Com câmbio manual, fica por R$ 55.490. Os valores elevados explicam o desempenho no mercado, que emplaca cerca de 1.200 carros por mês – 40%, ou 500 unidades, com transmissão manual. Sob o capô, o motor 1.6 litro foi atualizado para a linha 2013 e desenvolve bons 130 cv a 6.500 rpm. O torque chega a 16,2 kgfm a elevadas 5 mil rotações. O conjunto é suficiente para levar o sedã de zero a 100 km/h em 12 segundos e à velocidade máxima de 190 km/h. O propulsor, da família Sigma, é moderno, ganhou comando variável de válvulas na admissão e no escape e é acoplado a um câmbio manual de cinco marchas – a transmissão automatizada de dupla embreagem e seis velocidades é opcional. A versão Titanium traz de série itens importantes como ar-condicionado automático, trio elétrico, sete airbags – que incluem um para o joelho do motorista – e ainda controles de estabilidade e tração, com direito a assistente de partida em rampas. Há também revestimento interno em couro, sensores crepuscular e de chuva e controlador de velocidade de cruzeiro. O sistema multimídia Sync aceita comandos por voz, mas tem suas informações dispostas numa pequena tela no alto do painel, na contra-mão da concorrência, que já aposta em displays maiores e sensíveis ao toque. A reestilização promovida no meio do ano fez bem ao Fiesta sedã. A frente com a grade trapezoidal e filetes cromados deu mais elegância e esportividade ao conjunto. A linha de cintura alta é destaque, que termina num terceiro volume discreto e harmônico com o restante do conjunto. A inspiração nos sedãs maiores da marca – como o Fusion – é óbvia e não cai nada mal. Certamente, o visual e o pacote de equipamentos do New Fiesta sedã Titanium são seus maiores atrativos, ainda que tenham uma etiqueta de preço relativamente elevada.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor com 130 cv e 16,2 kgfm de torque a 5 mil rpm parece não se esforçar muito para mover o Fiesta sedã. O trem de força passa bastante leveza e agilidade em qualquer situação. As arrancadas são decididas e o modelo inspira confiança para ultrapassagens. O câmbio tem engates precisos, escalonamento correto e é bem harmonizado com o propulsor. Nota 8. Estabilidade – O Fiesta é uma das referências em comportamento dinâmico no segmento. O carro é bastante comunicativo e seguro. A suspensão firme controla o carro nas curvas com precisão, enquanto a direção direta dá precisão na trajetória. Mudanças de curso podem ser feitas com rapidez e, mesmo em velocidades mais altas, o sedã passa segurança. É um carro bem assentado e divertido de dirigir, principalmente em uma estrada sinuosa. Nota 9. Interatividade – O sistema Sync é o maior destaque do interior do Fiesta. Ele conjuga as diversas mídias suportadas pelo aparelho numa pequena tela no alto do painel. No entanto, ela tem visualização um tanto difícil e demanda tempo para se assimilar todos os comandos – que ainda possam ser acionados por voz. O rádio é lotado de botões, numa disposição que
imita telefones celulares antigos – o que confunde num primeiro contato. Ao menos, após ter tudo configurado, o acesso às funções é simplificado pelos comandos no volante. Nota 8. Consumo – Segundo o InMetro, o Ford Fiesta sedã Titanium 1.6 com câmbio manual conseguiu médias de 8,0 e 11,2 km/l na cidade e 9,7 e 14,1 km/l na estrada, com etanol e gasolina. As notas foram A na categoria e B no cômputo geral. Nota 8. Conforto – O maior problema do Fiesta é o espaço limitado. Os bancos são confortáveis, com espuma macia, mas quem viaja atrás sofre a falta de espaço para pernas e cabeça. Um terceiro ocupante no banco traseiro demanda intimidade entre os passageiros. Ao menos, o isolamento acústico deixa de fora ruídos de motor e rua na maior parte do tempo. Nota 7. Tecnologia – A lista de equipamentos do Fiesta Titanium inclui itens interessantes como airbags frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista. Além deles, freios ABS e controle de estabilidade – e até assistente de partida em rampas – também estão presentes. A plataforma ainda é recente, de 2008, inaugurada pelo Fiesta hatch europeu e permite o uso de motores turbo de baixa cilindrada. Ainda há opção por um câmbio automatizado de dupla embreagem. Por dentro, o sistema Sync e o ar-condicionado automático são destaques. Nota 9. Habitabilidade – As portas grandes têm bom ângulo de abertura e facilitam o entra e sai da cabine, penalizada apenas pela baixa altura. O porta-malas leva bons 465 litros e há nichos destinados à colocação de objetos de uso rápido espalhados pelo interior. Nota 8. Acabamento – A finalização do interior condiz com o segmento e é boa. A Ford usou materiais emborrachados no revestimento de painel e portas do sedã, que são agradáveis ao toque. Os plásticos são de qualidade, enquanto os encaixes são precisos. Nada faz barulho e passa a impressão de robustez. Nota 8. Design – O visual é um dos pontos fortes do sedã. O perfil esportivo, com linha de cintura alta, frente em cunha e traseira elevada dá ao Fiesta um resultado muito interessante. A dianteira ganhou com a grade trapezoidal – que remete aos esportivos ingleses da Aston Martin. A impressão é de estar diante de um “mini-Fusion”. Nota 8. Custo/benefício – A Ford pede R$ 55.490 pelo Fiesta Titanium sedã com câmbio manual. O valor é alto, mas paga um produto atual, com fartura de equipamentos de segurança e comodidade. Além disso, ainda é menor que os R$ 56.470 cobrados por um Honda City Sport – a única variante mais completa com câmbio manual do sedã japonês e que não traz itens como airbags laterais e de cortina presentes no Ford. Um Hyundai HB20S Premium custa menos, R$ 49.595, mas também traz menos equipamentos. Nota 5. Total – O Ford Fiesta Titanium 1.6 sedã somou 78 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
O Fiesta é um carro aconchegante. O console central elevado e todos os comandos de som e ar-condicionado bem à mão fazem o motorista ter de se movimentar pouco para acioná-los. Mas as dimensões pouco exuberantes da cabine acentuam a sensação de “casulo”. O acabamento geral é bom, com montagem sem falhas e com direito a material emborrachado no alto do painel e portas – além de plástico preto brilhante na parte central do console. A posição de dirigir é das melhores, com alavanca de câmbio mais alta e próxima ao volante, que facilita nas trocas. O motor 1.6 dá conta de empurrar o sedã compacto com disposição. Os bons 16,2 kgfm só aparecem a elevados 5 mil giros, mas o torque é bem distribuído pela escala do conta-giros e o Fiesta só parece um
pouco “apagado” abaixo de 2 mil rotações. O câmbio manual tem engates precisos e escalonamento curto, o que dá agilidade aos 1.199 kg do modelo. O funcionamento do propulsor é suave, embora a embreagem seja um tanto pesada e canse no trânsito pesado. As melhores qualidades do “sedãzinho” aparecem quando ele encara uma breve sequência de curvas. O acerto dinâmico é muito bom e o Fiesta mostra a que veio. As transferências de peso são bem controladas e o motorista tem total noção do que se passa sob as rodas dianteiras. A direção precisa e direta contribui para um comportamento bastante neutro e previsível. A potência do motor está na medida certa para o conjunto, que, mesmo sob algum abuso, mantém a compostura e transmite sempre segurança.
Ficha técnica
Ford New Fiesta Titanium sedã 1.6 16V Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.597 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas variável. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial. Potência máxima: 125/130 cv com gasolina/ etanol a 6.500 rpm. Torque máximo: 15,8 kgfm a 4.250 rpm com gasolina e 16,2 kgfm a 5 mil rpm com etanol. Transmissão manual: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Transmissão automatizada: Câmbio com dupla embreagem com seis marchas à
frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Aceleração 0–100 km/h: 12 segundos. Velocidade máxima: 190 km/h. Diâmetro e curso: 79,0 mm X 81,4 mm. Taxa de compressão: 12,0:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Oferece controle de estabilidade. Peso: 1.199 kg. Pneus: 195/50 R16. Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EBD. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,40 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,47 m de altura e 2,48 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista. Capacidade do porta-malas: 465 litros. Tanque de combustível: 51 litros. Produção: Hermosillo, México. Itens de série: Airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, direção elétrica, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, ar-condicionado digital, rádio com comandos de voz em português e trio elétrico, revestimento em couro, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensor de chuva, luminosidade e estacionamento traseiro e controlador de velocidade de cruzeiro. Opcional: Pintura metálica. Preço: R$ 55.490. Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
veículos eículos
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Visual moderno por AUGUSTO PALADINO/autopress
Bem perto do que pode ser a versão de produção, a Ford mostrou no Salão de Los Angeles, no Estados Unidos, o Ford Edge Concept. O conceito antecipa a próxima geração do SUV e tem o visual alinhado com os novos carros da marca norte-americana. O destaque é o sistema de estacionamento por controle remoto. O computador de bordo controla o utilitário em vagas mais apertadas enquanto o motorista simplesmente aguarda do lado de fora do veículo. Ainda estarão presentes uma tela multimídia sensível ao toque de 10 polegadas e diversos dispositivos de segurança. A Ford faz mistério quanto à motorização, mas ela virá da família EcoBoost.
Foto: Divulgação
Ford Edge Concept
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veículos
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Leve mudança – a Audi finalmente definiu o preço do RS6 Avant no Brasil. Recentemente apresentado por aqui, cada unidade da perua mais potente do mundo não sairá da concessionária por menos de R$ 556 mil. A etiqueta é justificada pelo motor V8 4.0 litros TFSI que entrega impressionantes 560 cv de potência e torque de 71,3 kgfm. O conjunto permite o RS6 Avant sair da inércia e chegar aos 100 km/h em apenas 3,9 segundos. A velocidade máxima é de 305 m/h. A expectativa da marca alemã é vender 30 modelos até o fim de 2014.
uma falha no módulo de gerenciamento do motor dos modelos K 1600 GT e K 1600 GTL. As unidades envolvidas foram fabricadas entre fevereiro de 2011 e março de 2012. No caso da GT, os chassis vão do ZY40347 até ZY45376 e na GTL de ZZ13269 até ZZ18224. Em caso de um problema, o propulsor pode desligar de forma repentina durante a pilotagem e causar sérios riscos ao condutor, passageiros e terceiros. De acordo com a BMW Motorrad, o serviço de reprogramação do software de gerenciamento do propulsor dura cerca de uma hora e é gratuito.
Ótica chinesa – Através da GAC, joint-venture chinesa que o Grupo Fiat participa, foi apresentado no Salão de Guangzhou, na China, o novo hatch médio Ottimo. Derivado do sedã Viaggio, o modelo começa a ser vendido no mercado chinês nas próximas semanas. Ele traz um design inspirado no Alfa Romeo Giulietta e pega emprestada a plataforma do Dodge Dart – ambas marcas controladas pela holding italiana. Sob o capô está o conhecido motor 1.4 turbo, configurado para 121 cv ou 152 cv. Especulações apontam que o hatchback será um dos carros produzidos pela Fiat na futura fábrica brasileira de Goiana, Pernambuco, em 2015, e que será o natural substituto do Bravo por aqui.
Touro extinto – A Lamborghini produziu a última unidade do Gallardo – carro de maior sucesso comercial da história da marca. Ao todo foram exatos 14.022 veículos feitos na fábrica italiana em Sant’Agata Bolognese. O derradeiro esportivo é da versão LP570-4 Spyder Performante Edizione na cor vermelho Mars. Ele sai vem com um motor V10 5.2 litros de 570 cv de potência e 54 kgfm de torque. A transmissão automática e tração integral permite que o carro atinja os 100 km/h em menos de 4 segundos e chegue à máxima de 324 km/h. A Lamborghini já trabalha em um sucessor, que atenderá pelo nome de Cabrera.
Expectativa crescente – A Honda ainda não mostrou a versão de produção do aguardado NSX. Mas a montadora japonesa confirmou que trabalha em uma versão roadster do esportivo híbrido. Porém, o conversível só será lançado dois anos depois do cupê – previsto para 2015. O NSX foi mostrado mais uma vez ainda conceito no Salão de Tóquio, no Japão. A Honda não confirma, mas conjunto mecânico do bólido deve aliar um propulsor V6 de 300 cv. Ele será responsável por girar as rodas traseiras, enquanto dois motores elétricos movimentam o eixo dianteiro. Freios regenerativos fornecerão energia adicional para o sistema híbrido. Inimigo íntimo – O ex-vice-presidente da Renault, Carlos Tavares, teve o seu futuro definido. O executivo português, que deixou o cargo em agosto depois de 32 anos de serviços à marca francesa, substituirá Philippe Varin no comando da compatriota aliança Peugeot-Citroën em 2014. Inicialmente, Tavares fará parte da diretoria até sua nomeação à presidência, no decorrer do ano que vem. A principal meta de Carlos Tavares à frente do grupo será dar continuidade aos planos de recuperação da empresa, seriamente afetada pela crise europeia. O chamado – A BMW Motorrad descobriu
Mudança imprevista – O campeão de vendas Camry terá bastante atenção da Toyota em 2014. A preocupação da marca japonesa é com o avanço da concorrência, que conta com Ford Fusion, Honda Accord e futuramente com a nova geração do Hyundai Sonata. Em entrevista à Bloomberg, o chefe de vendas da marca nos Estados Unidos, Bill Fay, deu a entender que o modelo receberá um face-lift de emergência, mesmo com apenas dois anos de mercado. As reestilizações repentinas têm se tornado bastante comum no país norte-americano para corrigir possíveis erros e atender imediatamente às expectativas dos consumidores para não perder vendas. No embalo – Com o precoce sucesso da linha i, a BMW já estuda ampliar a gama de veículos amigos do meio ambiente. De acordo com a publicação britânica “AutoCar”, a marca alemã vai criar uma versão esticada do i3. O objetivo é tornar o carro para a família, com mais espaço para as pernas e bagagens. A solução não demandaria grandes esforços e muito dinheiro, já que a estrutura do carro é feita em plástico reforçado com fibra de carbono e o chassi de alumínio. Possivelmente o modelo será chamado i5 e a BMW ainda não definiu se a propulsão será híbrida ou totalmente elétrica. No entanto, o futuro “player” da gama ecologicamente correta não deve aparecer antes de 2015.
Fotos: Divulgação
Audi RS6
Fiat Ottimo
Honda NSX Concept
veículos eículos
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BMW confirmou a chegada da C600 Sport no Brasil para brigar no segmento de maxi-scooters por Igor Macário/AUTO PRESS
Enquanto na Europa o segmento de maxi-scooters é a menina dos olhos de praticamente todas as fabricantes, no Brasil o cenário ainda é um tanto diferente. Por aqui, elas esbarram no preço elevado e na ciclística menos adaptada ao asfalto ruim e esburacado, comum nas grandes cidades – justamente seu habitat natural. Exatamente por isso, se limitam a atuar em um pequeno nicho de mercado, ainda pouco explorado. Nada disso intimidou a BMW, acostumada a trabalhar em segmentos de baixo volume. Em 2014, a marca começa a trazer a C600 Sport, sua primeira scooter desde a incomum C1, para brigar com modelos como a Suzuki Burgman 650 e a Yamaha T-Max 530, todas com proposta e preços semelhantes. A C600 Sport foi mostrada na Europa em 2012 e usa um dois cilindros em linha de 647 cm³ desenvolvido especificamente para o modelo, capaz de produzir 60 cv a 7.500 rotações e 6,7 kgfm a 6 mil giros. Ele dá agilidade suficiente aos 249 kg da scooter para empurrá-la de zero a 100 km/h em 7,1 segundos e levá-la à velocidade máxima de 175 km/h. Segundo a BMW, o conjunto do propulsor com o câmbio CVT de relações continuamente variáveis permite a C600 atingir um consumo médio a 100 km/h acima dos 20 km/l. Ainda assim, a marca afirma que o foco do modelo está nos motociclistas que procuram um meio de transporte urbano com uma pitada de esportividade. Para os que quiserem predicados ainda mais expressivos em conforto de marcha e habilidades estradeiras, a BMW oferece a C650 GT, feita sobre o mesmo conceito da C600, mas com dimensões ligeiramente maiores e uma posição de pilotagem mais
baixa. Apesar de ser uma scooter, ela não é exatamente pequena. São 2,15 m de comprimento, 0,79 m de largura e o assento fica a 0,81 m do chão – o piloto de uma C650 GT fica a 0,78 m do solo. As suspensões usam os tradicionais arranjos de garfo invertido na frente e braço oscilante atrás. A ideia da BMW é oferecer estabilidade direcional semelhante à de uma motocicleta maior, tanto que usa materiais leves na composição do chassi – como alumínio –, e o motor é parte estrutural da moto. O entre-eixos de 1,59 m também contribui. Para o piloto, a C600 Sport oferece um painel bem completo, com velocímetro analógico e um mostrador digital que reúne informações do computador de bordo. Além dele, há a opção de um navegador GPS integrado, numa segunda tela colorida sensível ao toque fixada no centro do guidão. Há nichos para colocação de bolsas e guardar até dois capacetes, típicos de uma scooter, e ainda parabrisas ajustável em três níveis. Por aqui, a C600 Sport vai custar R$ 47 mil quando começar a ser vendida. Sua chegada já havia sido confirmada no último Salão Duas Rodas, em outubro, mas só agora o preço foi fixado. Ela é mais cara que as concorretes, mas a marca aposta no valor de seu emblema para conquistar espaço – mesmo que em um mercado tão pequeno como o do Brasil.
Ficha Técnica
BMW C600 Sport Motor: A gasolina, quatro tempos, 647 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote e refrigeração liquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador ele-
trônico. Câmbio: Automático CVT de relações múltiplas e transmissão por corrente. Potência máxima: 60 cv a 7.500 rpm. Torque máximo: 6,7 kgfm a 6 mil rpm. Aceleração de zero a 100 km/h: 7,1 segundos. Velocidade máxima: 175 km/h. Diâmetro e curso: 79,0 mm X 66,0 mm. Taxa de compressão: 11,6:1. Suspensão: Dianteira com garfo invertido telescópico com 40 mm de diâmetro. Traseira com braço oscilante e amortecedor hidráulico. Pneus: 120/70 R15 na frente e 160/60 R15
atrás. Freios: Disco duplo de de 270 mm de diâmetro na frente e disco simples de 270 mm de diâmetro atrás. Oferece ABS de série. Dimensões: 2,15 metros de comprimento total, 0,79 m de largura, 1,59 m de distância entre-eixos e 0,81 m de altura do assento. Peso em ordem de marcha: 249 kg. Tanque do combustível: 16 litros. Produção: Berlim, Alemanha. Lançamento mundial: 2012. Lançamento no Brasil: 2014. Preço: R$ 47 mil. Fotos: Divulgação
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