Braganรงa Paulista
Sexta
31 Janeiro 2014
Nยบ 729 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 729 Sexta 31 • Janeiro • 2014
O abandono e os “remédios”
midiático-populistas por dESEMBARGADOR mIGUEL ÂNGELO bRANDI JR
Na linha de tragédias anunciadas e sempre lamentáveis, a questão carcerária volta a ocupar parte da agenda nacional. E não sem razão. Tive oportunidade, mais de uma vez, de escrever sobre a questão carcerária, o descompromisso de governos e da sociedade com a questão. A superlotação dos cárceres e suas situações absurdas, abaixo de qualquer crítica que se possa lançar com olhares minimamente razoáveis. Apenas para espancar aquele velho e insustentável discurso que em nossa terra “impera a impunidade”, vale lembrar que temos a quarta maior população carcerária do mundo (estamos atrás de Estados Unidos, China e Rússia). Os dados do Ministério da Justiça, disponíveis para dezembro de 2012, eram 548 mil pessoas presas, para 310.687 vagas disponíveis nos cárceres; um déficit de 237.313 vagas, ocupadas aliás. Na prática, não há déficit, há encarceramento estúpido. Segundo o Depen- Departamento Penitenciário Nacional, órgão do Ministério da Justiça, em 2013, 36mil homens e mulheres engrossaram a população carcerária brasileira. É muita gente. De 2008 para 2013, houve um aumento de 29,42% no número de encarcerados, o que significou 132.781 pessoas.
Na prática, prendemos muito; se há pessoas soltas que deveriam estar presas porque cometeram graves crimes é uma outra questão. É fato que não cuidamos, Estado e sociedade, desses homens e mulheres, apenas os encarceramos. Famílias que passaram pela duríssima e cruel realidade de uma pessoa do seu meio aprisionada, ainda que por curto tempo, sabem dizer bem o que isso significa. A respeito das nossas prisões, recordo Luiz Flávio Gomes (outubro de 2013, no sítio eletrônico direito.com.br): “a prisão é o retrato do Brasil que não deu certo, ou seja, do Brasil desigual, desajustado e discriminador”. Mas não pretendo aprofundar aqui a questão do encarceramento, suas raízes, suas conseqüências. Nem as omissões graves em torno do tema. E o abandono, repito, não é só estatal, é social. Uma pergunta que me inquieta: e as universidades, de que forma estão participando e se comprometendo com a questão ? Permito-me destacar apenas uma vertente do direito penal- que se relaciona diretamente com a questão do encarceramento também: o populismo penal. De todas as formas de instrumentalização do Direito Penal (uso
indevido), o populismo penal (instrumentalização midiática dos fatos e do direito) é das mais perversas. A partir de um fato cuidadosamente explorado nas mídias, o legislador penal propõe uma “saída mágica”, um verdadeiro remédio milagroso: a mudança da lei penal, normalmente para recrudescer a pena. Recordo, mais uma vez, Luiz Flávio Gomes (artigo “Mídia e direito penal”, 2009), que disse sabiamente: “em inúmeros casos o legislador, levado pela “urgência”e pelo ineditismo das novas situações, não encontra outra resposta (na verdade, nem sequer busca outra resposta) que não seja a conjuntural (reação emocional legislativa), que tende a ser de natureza “penal”, dependendo dos benefícios eleitorais que possa alcançar. Invoca-se o direito penal como instrumento para soluções de problemas, mas se sabe que seu uso recorrente não soluciona coisa alguma. Nisso reside o simbolismo penal”. Destaco, rapidamente, algumas poucas situações, relativamente recentes, em que se evidencia o populismo penal, numa orquestração “inconsciente” entre mídias e legisladores penais. No final dos anos 80 e começo dos anos 90, em razão da onde de
seqüestros, veio a chamada Lei dos crimes hediondos (8.072/90), que aumentou penas, estabeleceu novos crimes, cortou direitos e garantias fundamentais. Em dezembro de 1992 a atriz Daniela Perez foi assassinada brutalmente. Um movimento nacional pró endurecimento da lei dos crimes hediondos, nela incluiu-se o homicídio qualificado (Lei 8.930/94). Em 1997 as grandes mídias divulgaram imagens chocantes de policiais militares agredindo e matando pessoas em Diadema, na Favela Naval. Repercussão imediata: a Lei da Tortura (9.455/97). Em 1998, a partir dos casos de falsas pílulas anticoncepcionais, duas leis foram editadas para endurecer o tratamento de casos tais (9.677/98 e 9.695/98). Em 2003, a partir do assassinato brutal do casal Liana e Felipe, por um grupo comandado pelo então adolescente “Champinha”, o Congresso nacional se mobilizou, com o aparecimento de inúmeros projetos, objetivando ampliar ou tornar mais rígida a internação de menores infratores. Em 2006, a partir dos lamentáveis episódios de ataques de facção criminosa em São Paulo, foi aprovado o chamado Regime Disciplinar Diferenciado- RDD, que permite medidas carcerárias
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
rígidas em casos especiais. Muitos outros casos de populismo penal poderiam ser citados. Mas paro por aqui. Em alguns casos, alguma medida legislativa poderia ser tomada sim, mas sem imediatismo e simplismo. Sem achar que a resposta penal basta e resolve. Sem dispensar a reflexão sobre nosso tecido social, nossa realidade econômica, educacional, cultural e suas repercussões no “mundo da criminalidade”. É preciso ter mais sensibilidade e responsabilidade para tratar as questões penais e carcerárias. Todos: sociedade (e suas instituições) e Estado. E o cenário não muda se assim não fizermos. E se fizermos, o cenário mudará com o tempo, não imediatamente. Miguel Ângelo Brandi Júnior
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Shel Almeida
Você consegue imaginar al-
comandadas pela esposa do Sr. José
tinos andando com o fruto de seu
da. Agora, a maioria do serviço é de
guém trabalhando há quase
Antônio e mãe de Benedito, a Sra.
trabalho nos pés sem se dar conta.
conserto. Naquela época tinha só
70 anos no mesmo lugar? Para
Catharina de Miranda Barletta. Mas
“Naquela época a gente só fabricava,
quatro modelos, tipo sapatão, botina,
isso, primeiro, é preciso que exista
a função delas na sapataria acabou
não consertava. Fui aprendendo aos
todos pra homem, e só fazia sapato
uma empresa que funcione há 70
ficando obsoleta.
poucos, olhando os outros trabalhan-
no torno. Hoje a gente só usa cola,
do e devagar fui me aperfeiçoando.
prego e costura. Tem gente que até
Aparecia um problema novo e eu
hoje vem e diz que fica admirado com
ia descobrindo como resolver.
a qualidade do sapato e fala ‘quero
Quando eu era moço fazia
que aquele senhor faça, porque
anos, como a sapataria Barletta. Depois, é preciso encontrar alguém
Outra época
que tenha começado a trabalhar
Mesmo sem saber, Seu Del-
cedo e que continue na ativa, como
cides provavelmente já fez
o Sr. Delcides Janussi, de 83 anos,
e consertou sapatos pra
uns quatro sapatos por dia,
gosto do trabalho dele’. Eu fabrico
sapateiro desde os 14. Parece im-
muita gente da cidade.
hoje são, no máximo, dois
o mesmo tipo de sapato até hoje,
possível, mas essa história existe e,
São gerações de bragan-
por mês e só por encomen-
mas não faço nem ideia de quantos
mesmo que discretamente, faz parte também, da história de Bragança. O primeiro trabalho de Seu Delcides foi como engraxate, aos 13 anos de idade, na Praça Raul Leme. Cerca de um ano depois, em 1944, alguém indicou a ele um emprego em uma nova sapataria que havia sido aberta recentemente, na Rua do Mercado, a Barletta. Seu Delcides começou junto com outros 11 funcionários, na maioria garotos, que estavam ali para aprender uma nova profissão. Quase 70 anos depois, que serão completados em maio, apenas Seu Delcides ficou. Vários funcionários passaram pelo local, o próprio Seu Delcides ensinou a profissão a muitos deles, inclusive ao filho, mas a maioria não chegou a ficar nem um ano. Mesmo quem o contratou e ensinou o ofício, o Sr. José Antonio Barletta, também já não está mais presente. Hoje, quem comanda a loja, que precisou ser reestruturada para se adaptar aos novos hábitos de consumo,
Seu Delcides é sapateiro há 70 anos. Começou aos 14 anos e já aos 83, não pensa em parar. “O sapato vai evoluindo e a gente tem que ir evoluindo junto”.
é o filho do fundador, Benedito João Barletta. “Na época em que meu pai começou, os comerciantes da Rua do Mercado tinham como perfil ensinar a profissão. Até os anos 1960 quase tudo ainda era feito à mão. Além da fabricação dos sapatos, ainda fornecíamos matéria prima para selarias e para outros sapateiros. Com a indústria, foi preciso nos adaptarmos e, a partir daí, começamos a comprar e a revender também. Aos poucos, a fabricação individual se inviabilizou e a maneira que conseguimos fazer para aproveitar a mãe de obra foi oferecendo consertos também”, conta Benedito. “O Delcides formou muitos profissionais, tanto no sentido prático da profissão, quanto na postura no trabalho. Ele sempre foi correto, sempre fez calçados no capricho, sempre foi cumpridor dos seus deveres”, afirma. “Eu nunca quis parar porque amo esse ofício”, enfatiza Seu Delcides. No começo da Sapataria Barletta, além da equipe de sapateiros, havia também uma equipe de costureiras,
Seu Delcides e os colegas de oficina Marcelo e Nelson. “Hoje ninguém mais se interessa pela profissão, ninguém mais quer aprender”.
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já fiz ou consertei. O único serviço que não faço é arrumar saltinho de sapato de mulher, porque tem outros que fazem”, conta. Os companheiros de oficina de Seu Delcides são os sapateiros Marcelo Franco e Nelson Ferraz, ambos com mais de 20 anos de profissão. Além deles, o Sr. João Talarico também auxilia, levando alguns sapatos para consertar em casa. Seu Delcides e Seu João são relíquias da profissão. Enquanto um começou em 1944, em Bragança, o outro começou um pouco depois, em 1947, em São Bernardo do Campo. “Naquela época a gente não tinha escolha, ou era sapateiro ou ia pra roça”, fala Seu João. Nenhum dos quatro sapateiros conhece alguém que tenha começado na profissão há pouco tempo. “Hoje ninguém mais quer aprender, falta interesse, ninguém mais quer ter calo na mão. E essa é uma profissão que só se aprende com um mestre, então é ainda mais difícil. Eu quando vim trabalhar aqui, já tinha trabalhado em fábrica, mas mesmo assim aprendi muita coisa com o Delcides”, fala Nelson. “Na fábrica cada um faz uma parte, serviço de produção mesmo. Aqui a gente aprende a fazer de tudo e é tudo manual. Nós separamos o serviço também, enquanto um costura, o outro pinta, o outro coloca saltinho. Mas se um precisar fazer o serviço do outro, faz”, explica Seu Delcides. “Hoje é difícil arrumar um sapateiro bom até mesmo para conserto. Tem gente que nem sabe que essa
Seu João Talarico e Seu Delcides Janussi. Cada um está na profissão de sapateiro há mais de 65 anos.
profissão existe”, completa Marcelo.
Adaptação Assim como a sapataria Barletta precisou se adaptar aos novos hábitos dos consumidores, Seu Delcides também precisou adaptar seu trabalho aos novos modelos de calçados. Com o passar dos anos foi aprendendo novas técnicas de acordo com as novidades que foram surgindo. Hoje não há o que ele não saiba fazer, não há sapato que não consiga consertar. “Pra cada sapato tem que saber uma técnica diferente. Os sapatos de hoje não são feitos pra durar, como eram os de antigamente. Tem sapato novo que chega aqui e você olha a
A equipe da sapataria Barletta junto com Seu Delcides. Funcionário mais antigo, ele está desde o ano de fundação.
palmilha e é de papelão, já fabricam com a palmilha fraca. Tem sapato que chega aqui pra consertar que é muito ruim, depois que a gente conserta fica novo, melhor do que era antes. Tem gente que traz aqui porque sabe que só a gente consegue consertar, principalmente sapato de mulher. E tem gente que traz sapato de modelo antigo, que foi da mãe, da avó, pra consertar só pra guardar, como lembrança. Mudou muito da época que eu comecei. Naquela época não existia nem tênis ainda. Hoje o pessoal traz muito tênis pra costurar e colar. O sapato vai evoluindo e a gente tem que ir evoluindo junto”, analisa.
Primeira turma de aprendizes da Sapataria Barletta, nos anos 40. “A maneira que conseguimos manter a mão de obra, foi oferecendo consertos”.
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Reflexão e Práxis
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A exclusividade
Por pedro marcelo galasso
da necessidade
A sociedade capitalista é o reino da necessidade. Ideia comum e já apresentada por outros pensadores. Entretanto, pouco se falou sobre as transformações dessa ideia básica e pouco discutida atualmente sobre o capitalismo. Talvez o fato deste ser aceito e tido como nosso horizonte máximo impeça que pensamos de maneira mais detida e coerente sobre suas transformações. A aceitação pura e simplista do capitalismo nos priva de senso crítico e coerência para acompanharmos os fragmentos do mundo social, político e econômico que experimentamos de forma angustiante e direta. A necessidade surge, por mais paradoxal que possa parecer, como o complemento e alento para tudo o que vivenciamos no interior dos fragmentos que o universo do mercado capitalista nos oferece. Como já sabemos a ideia da necessidade é ocultada pelo caráter ilimitado do mercado, que estipula o dinheiro como garantia de acesso aos nossos infindáveis sonhos. A necessidade, ela mesma, como algo dado, onipresente e inerte com o qual não há interação, só aceitação e imposição, diminuindo de maneira drástica a possibilidade de vislumbrarmos a necessidade como elemento de transformação ou de superação do capitalismo, ideia tida co-
mo obsoleta e “fora de moda”, pois até a possibilidade de tal proposta foi suprimida. Em nome dela a sociedade elege a banalidade, a mediocridade e a beleza estética, ou seus opostos, como regras a serem seguidas, ligadas a uma ideia mórbida de sorte ou de desempenho. A ética é simplesmente descartada por não conter carga suficiente de pragmatismo tornando-se, portanto, um obstáculo que é retirado do caminho do capital. A imoralidade do capital, seu aspecto mais palpável, a miséria a qual estão condenadas milhões de pessoas para a defesa de ideais sem sentido, ocos, vazios e a-históricos, e que de forma débil e assustadoramente aceita justificam a falta de humanidade e da capacidade de olharmos para outra pessoa, já que perdemos a capacidade de olharmos para nós mesmos. Não que este processo não seja realizado, ou seja, olhamos para nós mesmos, mas não nos preocupamos, primeiro, com o que vemos, e, segundo, como nos vemos. Para a identidade perdida somos compensados com a possibilidade de consumo, o consumerismo, a felicidade através do consumo e que se esgota quando finda o ato de compra, se torna o substituto de nossa identidade. Como podemos, portanto, falar em democracia ou direitos se a ideia do sucesso
exclusivamente individual é contrária à ideia do bem comum, da satisfação das necessidades individuais através e pelo sucesso de toda a sociedade? Como podemos falar em democracia se o mundo é desvirtuadamente liberal e não democrático? Talvez se estas e outras perguntas fossem formuladas a carência e os problemas continuariam a existir, no entanto, a forma de pensá-los e as propostas de resolução seriam pautadas em horizontes distintos dos horizontes quantitativos do mercado. Já que somos reduzidos a números, estatísticas ou a nossa capacidade de consumo, como podemos nos compreender, se nos preocupamos mais com o “último” lançamento do mercado, os capítulos da “mais nova” novela ou a vida pessoal de algum “artista” ou “celebridade”? Até que ponto o homem, no modo de produção capitalista, pode ser responsabilizado? Até o ponto onde a sua passividade funcionar como um refúgio, um porto seguro, em um mar de atrocidades, de abusos, de descaso promovido sim pelas camadas superiores, pela mais fétida burguesia, mas que é também mantido pela apatia covarde das classes inferiores que pretendem viver ou sonham como as ditas classes abastadas; abastadas daqueles que sentem na pele o preço
dos desejos e vontades destas diminutas classes que para manter sua forma de vida se apoiam e sugam os sonhos e as possibilidades de vida dos mais pobres. Mais pobres. Talvez não exista espírito mais pobre do que aquele que habita a classe burguesa e que, infelizmente, se torna o espírito a ser buscado e alcançado. Somos culpados até o ponto em que escolhemos não desligar a TV, não comprarmos a revista da celebridade, até o ponto onde conscientemente tratamos um ser humano como uma coisa. Não existe mais horizonte de culpabilidade ou responsabilidade quando a ética, a ideia do bem comum, da vida comunitária é substituída pela estética pelo consumo e pelo niilismo inerentes ao capitalismo. O capitalismo é mais que um pensamento político. É uma forma social degradada e podre que cria as condições para sua manutenção. Quando maior a desilusão, o descontentamento mais forte parece ser a força deste modo de produção. Impressionante é imaginar que as pessoas procuram soluções ou formas de amenizar este arranjo social pautado na infelicidade humana. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Casos e Causos
Juro que é verdade Por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE LXXVI O Zé Wilson Russo voltava das férias do Guarujá no seu carrão do ano, quando furou o pneu. Ele trocou o pneu naquele sol terrível ( o amigo que o acompanhava por ser um intelectual, não sabia trocar pneu). Quando estava tirando o macaco das rodas, parou uma Kombi, do Baú da Felicidade, cheia de gente e eles tiraram o maior sarro gritando: SE FERROU......TROCA DIREITINHO....e outras coisas mais. O Zé entrou no carro furioso e poucos quilômetros na frente, alcançou a Kombi, e xingou muito, até de forma muito exagerada, a turma da Kombi. Seguiu tranquilo a viagem, e já tinha esquecido do incidente, quando cerca de meia hora depois, parou num quiosque para tomar um suco. Quando os dois saboreavam o refresco (linguagem da época), o amigo do Zé olhou para trás e deu um berro: A KOMBIIII. Conseguiram entrar no carro embora o carro sofresse alguns chutes. Nem pagaram o suco. JURO QUE É VERDADE LXXVII Tempos atrás, tivemos na cidade, um concurso de Miss Bragança, que ocorreu num cinema. Tivemos cerca de 20 candidatas que desfilavam de maiô, uma a uma pela passarela. O evento tinha patrocinadores e o locutor ia apresentando as candidatas durante o desfile e aproveitava para fazer a propaganda dos colaboradores. Nisso, uma candidata desfilava e o locutor após falar suas medidas, disse, lendo a propaganda: AÇOUGUE AZ DE OURO, A MELHOR CARNE DA CIDADE. Isso gerou grande constrangimento e risos maldosos. JURO QUE É VERDADE LXXVIII Arnaldo me contou uma história do começo dos anos 60. O baile do Café no Clube Literário era chiquérrimo, com a presença de toda a alta sociedade da região. Chico, sitiante de Bragança, era homem rico, trabalhador, mas rústico, simples. Pela primeira vez frequentava um baile tão chique, e logo ao chegar convidou uma linda moça pra dançar. A moça era linda, culta, prendada, família de fazendeiros e juristas, e aceitou o convite por educação. Chico dançava, desengonçado e calado, mas resolveu puxar assunto com a formosa dama, e repentinamente disse: VENDI MINHA ÉGUA. A moça ficou meio surpresa com tão inusitada frase, mas respondeu: AH...FEZ BOM NEGÓCIO? Prontamente ele esclareceu: QUE NADA.....TOMEI NO ...
JURO QUE É VERDADE LXXIX Anos 80. Os estudantes de medicina faziam grande sucesso na cidade com as garotas. Tinha um, loiro, meio parecido com o Brad Pitt, que chegou arrasando e ganhando todas. De repente, ele foi ficando isolado, pois as garotas que relacionavam com ele, o achavam muito louco. Certa vez, já com o filme queimado, Alen (era o apelido dele) sentou-se só na mesa do Restaurante Rodrigo´s nas margens do Lago do Taboão (hoje é a sede da Guarda) e pediu uma cerveja de garrafa. As outras mesas estavam repletas de casais, e ele era o único avulso. Repentinamente ele deu um grito, levantou-se da mesa com a garrafa na mão e atirou-a no vidro do restaurante, que dava para o lago, voando cacos encima de um casal que estava namorando na mesa próxima. Após as pessoas se refazerem do susto e da surpresa, levantaram-se bravas e foram em direção ao Alen. Este, com cara de herói e abanando as mãos de forma tranquilizadora disse: CALMA GENTE... CALMA..... O MONSTRO JÁ FOI EMBORA.. JURO QUE É VERDADE LXXX Certa vez, por causa da reforma do seu estádio, o SÃO CAETANO veio jogar em Bragança contra o VITORIA, pelo campeonato brasileiro de futebol. Era um sábado chuvoso, e eu, que não tinha o que fazer, resolvi assistir o jogo e convidei meus amigos Diogo e Mário Funck. Diogo aceitou o convite e Marinho recusou, fazendo um comentário jocoso: DOIS LOUCOS, COM CHUVA, PAGANDO 20 REAIS, PRÁ VER O TIMINHO DO SÃO CAETANO. Entramos no estádio, aumentou a chuva, ventava, e tinha no máximo 80 torcedores presentes. Comecei a achar que o Marinho tinha razão. Nisso um rapaz que foi meu aluno, me chamou e nos levou ao camarote do São Caetano. Ele explicou que o pai dele era diretor da WILSON, empresa de materiais esportivos, que patrocinava o clube. Ao final do jogo , nos deu dois lindos tênis de basquete, que valem mais de 600 reais cada. Contamos a história ao Marinho, mostramos os tênis e ele falou: COMO EU SOU AZARADO. Uns seis meses depois, eu fazia campanha de vereador, e os dois, sempre me acompanhavam. Num sábado, o Diogo foi comigo, mas o Marinho disse que estava com problemas no joelho e não foi. Por coincidência, encontramos com o meu ex-aluno na padaria, e contamos pra ele a frustração do Marinho, em não ter ido ao jogo. O rapaz riu muito e disse: JÁ QUE ELE CHAMOU O SÃO CAETANO DE TIMINHO, GOZEM DELE OUTRA VEZ. Foi até o carro e nos deu UMA MOCHILA E UMA BOLA DE BASQUETE. Contamos ao Marinho que quase chorou de raiva.
SPASSU da Elegância
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Spassu Plaza Cerimonial
Celebração em Grande Estilo
Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão
O desejo de se unir ao seu grande amor e declarar isso para todo mundo é um dia mágico para os noivos! Mas como planejar todos os detalhes desse sonho sem esquecer de nada e ainda não ultrapassar o orçamento inicial?! Para isso, a Spassu Plaza está oferecendo o serviço de Cerimonial! Nós podemos
auxiliar em todos os preparativos, desde a organização de Chás pré-casamento e escolha dos fornecedores até o planejamento da viagem de Lua de Mel. Durante o dia do evento, organizamos e coordenamos o trabalho de todos os envolvidos nos preparativos e acompanhamos o andamento de cada detalhe! Os
noivos terão a tranqüilidade de saber que nós estamos trabalhando e cuidando de todos os detalhes e garantindo o sucesso e a execução de tudo o que foi combinado previamente com todos os fornecedores, tais como decoração, iluminação, fotografia, serviço de buffet, lembrancinhas, doces finos e muito mais!
Possuímos uma loja estruturada para atender os noivos e servi-los com trajes e assessoria. Lembrando que fazemos a assessoria do casamento mesmo que os noivos não tenham alugado seus trajes conosco! Agende uma visita e tire suas dúvidas, solicite um orçamento sem compromisso. Nós podemos te surpreender!
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2º
veículos
Caderno
veículos
veículos eículos
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Espetáculo do crescimento – Ape-
tes. A instituição irá oferecer aulas de
antes da GM. Não é à toa que o gigante
no mercado chinês. A General Motors
nas em 2013, a indústria promoveu
direção a bordo de um clássico Ford T.
asiático está nos planos de expansão das
anunciou em 2013, no Salão de Xangai,
72 recalls de modelos comercia-
O modelo tem características de “pilo-
duas marcas. Enquanto a Volkswagen
planos para empatar por lá US$ 11
lizados no país – 60% mais que 2012. E
tagem” antigas, como acelerador através
planeja investir US$ 24,6 bilhões até 2018
bilhões até 2016.
nem mesmo modelos top escaparam.
de uma alavanca no volante. Serão dez
Agora, Hyundai-Caoa convocou todas
aulas em 2014 – duas por mês, entre maio
as 76 unidades vendidas do Genesis no
e setembro próximos. As turmas são
Brasil para a troca do fluido de freio. A
limitadas a 18 alunos por aula com duas
marca detectou que o produto usado
horas e meia de duração. O museu cobra
originalmente nos carros pode oxidar
US$ 95 – cerca de R$ 220 – por cada aula.
componentes do sistema de freios e até
Este valor que inclui também um tour
inutilizar o ABS. O problema acontece
pela coleção. Mais informações pelo site
nas unidades fabricadas entre setembro
do museu: www.gilmorecarmuseum.org.
Fotos: Divulgação
de 2008 e fevereiro de 2012. A Hyundai-Caoa disponibiliza o telefone 0800-559545
Complicações energéticas – A Mitsubishi
ou seu site para maiores informações.
irá atrasar mais uma vez o lançamento
Hyundai Genesis
de dois carros ecologicamente corretos Negócio das arábias – A BMW é mais
no mercado norte-americano. O com-
uma a atender às demandas especiais
pacto elétrico i-MiEV e a versão híbrida
para o mercado do Oriente Médio. A
do Outlander ficarão para 2015 devido
fabricante criou uma versão exclusiva do
aos problemas enfrentados pela marca
Série 7 mais poderoso, o 760Li, equipada
no fornecimento de pacotes de baterias
com o pacote M Sport. O sedã grande
para a linha de montagem dos dois
ganhou visual mais esportivo, com saias
carros nos Estados Unidos. A empresa
laterais e parachoque dianteiro com
japonesa responsável pela fabricação
entradas maiores, além de rodas de 19
dos componentes havia ficado cinco
polegadas com desenho específico para
meses sem produzir as baterias em fun-
o modelo. O motor segue o V12 biturbo
ção de uma investigação interna sobre
de 6.0 litros e 544 cv. Por enquanto, a
incêndios que ocorreram no Outlander
marca ainda mantém segredo sobre o
híbrido no Japão. Depois de solucionado
preço do carro.
o problema, a Lithium Energy Japan até consegue entregar 4 mil baterias por
Depois do impacto – Depois da reper-
mês desde setembro para a Mitsubishi
cussão gerada pelo crash-test do Qoros
nos Estados Unidos. Mas a quantidade
3 – que foi o primeiro modelo chinês
ainda não é suficiente para garantir o
a conseguir cinco estrelas nos testes
início das vendas por lá.
da Euro NCap – , a divisão de luxo da Chery não deve demorar a aumentar
Identidade registrada – A Audi tem pla-
sua linha. O próximo carro será um ha-
nos ambiciosos para os próximos anos.
tch baseado no próprio Qoros 3 e com
Para ajudar a aumentar suas vendas
visual semelhante – marcado apenas
globais, a marca já havia anunciado que
por diferenças na grade dianteira e pela
irá lançar 11 novos carros num futuro
óbvia ausência do terceiro volume. Por
próximo. Tanto que para garantir isso,
enquanto, o modelo de luxo só é vendido
a Audi já registrou diversas nomencla-
na Europa. A comercialização na China,
turas. Emblemas como SQ2, SQ4, Q9 e
onde é produzido, só começam em 2014.
F-Tron já estão sob domínio da marca das quatro argolas e indicam que a marca
Alternativa nativa – A Honda vai produzir
deve investir em novos crossovers – e
o Vezel no Brasil em 2015, para concorrer
variantes esportivas deles. Além disso, o
diretamente com Ford EcoSport e Renault
Q9 pode representar um novo utilitário
Duster. Mas a Índia, onde o mercado de
luxuoso de grande porte, para concorrer
utilitários compactos também conta com
diretamente com o Range Rover, por
os modelos vendidos aqui, não receberá
exemplo. Sobre o F-Tron, os primeiros
o novo carro da Honda. A justificativa
rumores avançam sobre uma versão
seria o alto investimento necessário para
elétrica do elegante A7.
oferecer o Vezel – tanto como importado quanto como produto local. Em vez dele,
Enfim no topo – Após nove anos de lide-
a marca japonesa vai fazer na Índia um
rança da General Motors, a Volkswagen
utilitário sobre a plataforma do pequeno
finalmente deve conseguir bater sua
Brio, já produzido por lá.
maior rival em número de vendas na China. As duas empresas mantiveram a
À moda antiga – O Museu do Automóvel
disputa acirrada até o último momento.
da pequena cidade de Gilmore, no estado
No entanto, a marca alemã conseguiu
norte-americano de Michigan, arranjou
atingir 3 milhões de automóveis vendi-
um jeito interessante de atrair visitan-
dos no ínicio de dezembro, poucos dias
BMW 760Li M Sport
10
veículos
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Universo em expansão Triumph amplia a gama no Brasil para consolidar a marca no Brasil
por RAPHAEL PANARO/AUTO PRESS
A ascensão da Triumph no Brasil
Ainda sem preços definidos, as primeiras a
foi rápida. A tradicional fabricante
desembarcarem por aqui serão a “vintage”
britânica de motocicletas desem-
Thruxton e a esportiva Daytona 675, em
barcou no mercado brasileiro em outubro
março de 2014. Com seu guidão rebaixado
de 2012 e, com pouco mais de um ano, já
e rodas de liga leve raiadas, a Thruxton
aumentou a produção por conta da eleva-
tem o visual inspirado nos modelos Cafe
ção da demanda, bateu metas de vendas e
Racer, da década de 60. A moto retrô vem
duplicou a linha de modelos. Tudo começou
equipada com o mesmo motor de 865 cc
com três motos sendo feitas na Zona Franca
com dois cilindros paralelos, oito válvulas
de Manaus, no Amazonas – a big trail Tiger
e duplo comando de válvulas da Boneville
800XC, a street retrô Bonneville T100 e a
T100 – já vendida por aqui. Porém, a po-
naked Speed Triple –, além de mais três
tência salta de 60 para 69 cv, além de 7,0
importadas da Inglaterra – a aventureira
kgfm de torque.
Tiger Explorer e as customs Thunderbird
Já a Daytona 675 é uma versão menos
Storm e Rocket III . Em novembro e de-
“arisca” da 675R, lançada por aqui em
zembro de 2012, a marca emplacou 200
maio desse ano. A esportiva passou por
unidades e fez projeções de 2 mil motos
algumas alterações para transmitir um
comercializadas em 2013. Com o êxito nos
comportamento dinâmico mais suave.
primeiros meses, a Triumph trouxe mais
A maior parte das diferenças aparece
dois modelos: a naked Street Triple 675
no conjunto de suspensões e freios, mas
e a superesportiva Daytona 675R. Nesse
sem deixar de lado o visual. O conjunto
ponto, as estimativas já estavam em 2.500
mecânico segue o mesmo. Para mover os
unidades. Nos três últimos meses, a Trium-
184 kg, lá está o propulsor de 675 cc – que
ph colocou mais quatro modelos à venda:
também empurra a Street Triple –, mas em
a Tiger Explorer XC, a touring Trophy, a
vez de 106 cv da naked, ele rende 128 cv a
Street Triple 675R e a aventureira Tiger
12.500 rpm e 7,6 kgfm de torque a 12.600
800. Atualmente, a marca conta com 12
giros na Daytona.
motos no portfólio e, até a última semana
A terceira moto só chega em maio e é
de dezembro bateu as 2.900 unidades.
a vez da linha Tiger ganhar mais um
Para 2014, a meta já passou para 3.500
membro. Depois da 800 e da Explorer,
motos e os planos de expansão continuam.
chega a Sport. A motocicleta de 1.050
A começar pela linha de montagem em
cc é um “coringa” do line-up. Pode ser
Manaus. Em outubro de 2012 – início das
usada diariamente, mas também é capaz
operações da unidade produtiva – eram 40
de “devorar” quilômetros de estrada
funcionários. Até janeiro de 2014, o con-
com conforto. São 125 cv de potência
tingente chegará a 90 trabalhadores. Além
gerados pelo motor três cilindros e o
da demanda, este aumento no quadro tem
torque de 10,6 kgfm. Quem pode pintar
relação com a produção de novos modelos
em 2014 é a recém-lançada Thunderbird
na planta. Outro “item” que deve crescer
Commander, mostrada pela primeira
é a rede de concessionários. A Triumph
vez em novembro no Salão de Milão,
tinha estipulado abrir 12 concessionários
na Itália. De acordo com a Triumph, a
até o final de 2013, mas existem somente
principal inovação da Commander será o
oito espalhados pelo Sul e Sudeste.
seu visual custom mais tradicional, com
A marca inglesa também vai aumentar a
o uso de diversos componentes croma-
gama de produtos. Serão mais três modelos
dos. O modelo utiliza a mesma tecnologia
e a gama será de 16 motocicletas – 12 delas
e motorização da Thunderbird Storm, já
montadas de Manaus. As três novidades
disponível no Brasil. O propulsor T-16, com
foram mostradas no Salão Duas Rodas,
1.699 cc, é capaz de gerar 98 cv de potência
que aconteceu em outubro em São Paulo.
e 15,9 kgfm de torque.
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Fotos: Divulgação
veículos eículos
Jornal do Meio 729 Sexta 31 • Janeiro • 2014
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Força bruta por AUGUSTO PALADINO/autopress
A Ford está pronta para lançar a nova geração da picape F-150 nos Estados Unidos. O modelo será mostrado em janeiro, no próximo Salão de Detroit, e terá forte inspiração no conceito Atlas, apresentado na última edição do motorshow norte-americano, há exato um ano. A caminhonete terá notáveis evoluções tecnológicas, como um novo chassi em alumínio e motores mais econômicos – com direito a um provável câmbio automático de dez marchas. O visual robusto é inspirado nas picapes maiores, F-250 e F-350, com linhas mais retas e ângulos pronunciados.
Foto: Divulgação
Ford Atlas Concept
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