Braganรงa Paulista
Sexta 7 Marรงo 2014
Nยบ 734 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
antenado
Jornal do Meio 734 Sexta 7 • Março• 2014
Tradutor faz boas escolhas
para Shakespeare
Primeira versão poética em português de ‘Vênus e Adônis’ aproxima leitor da sensação de ler o texto original por PAULO HENRIQUES BRITTO/ folhapress
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
“Vênus e Adônis”, poema
No prefácio desta excelente tra-
mesmo que isso implique mais
quais se tornariam irrelevantes
narrativo de 1.194 ver-
dução de Alípio Correia de Franca
inversões sintáticas e reduções
para o texto traduzido se o tra-
sos, foi a primeira obra
Neto, Ivo Barroso observa que
no plano sonoro, comprimindo
dutor tivesse optado por suprimir
publicada por Shakespeare.
o tradutor mantém não só o es-
várias vogais numa única sílaba.
material semântico.
Como em quase todas as suas
quema de rimas do original como
Quando é importante manter um
Mesmo assim, as inversões sin-
criações, aqui o poeta parte de
também a contagem de sílabas,
tom mais natural -como, no caso
táticas aqui realizadas quase
uma fonte anterior -o livro dez
utilizando o decassílabo, o metro
de Shakespeare, se dá na tradução
nunca têm o efeito de dificultar
das “Metamorfoses” de Oví-
português que mais se aproxima
de uma peça, em que os versos
a compreensão do texto mais do
dio- porém faz uma alteração
do pentâmetro jâmbico inglês.
são falas, ou nos “Sonetos”, em
que seria de esperar num poema
importante no enredo original:
Como se sabe, as palavras inglesas
que o poeta muitas vezes dialoga
português do século 16. Quanto
ao contrário do que se passa no
tendem a ser mais curtas que as
com um interlocutor e zomba das
às contrações fonéticas, ainda que
poema latino, em Shakespeare
portuguesas. Assim, se o tradutor
convenções petrarquianas- a pri-
no início do poema o leitor possa
o jovem caçador Adônis não
bem próxima à da leitura do
opta por manter o número de sí-
meira estratégia é recomendada.
achar forçadas algumas das fusões
sucumbe à sedução da deusa do
original inglês -o que é o maior
labas em vez de utilizar um metro
Mas em se tratando de um poema
de sílabas, no decorrer da leitura
amor, por mais que ela utilize seus
elogio que se pode fazer a uma
mais largo -como, por exemplo, o
classicizante como “Vênus e Adô-
o ouvido vai se acostumando
recursos retóricos, louvando a
tradução de poesia.
dodecassílabo alexandrino- ele é
nis”, onde se esperam uma sintaxe
com tais licenças e termina por
beleza incomparável do mortal.
O leitor deste ‘vênus e adônis’
forçado a recorrer a uma de duas
mais artificial e muitas sinéreses
aceitá-las como uma convenção
Fora essa curiosa inversão -é a
pode estar certo de que está
estratégias básicas.
(transformações de um hiato em
como outra qualquer.
fêmea que tenta seduzir o ma-
tendo, em português, uma
A primeira é efetuar cortes seletivos
ditongo) e sinalefas (fusões da
Facilita essa aceitação o fato de
cho, e é a beleza deste, e não a
experiência bem próxima à da
no plano semântico-lexical: supri-
vogal final de uma palavra com
que em cada página nos depara-
daquela que é louvada- “Vênus
leitura do original inglês Paulo
mir um adjetivo aqui, simplificar
a inicial da palavra seguinte), a
mos com ao menos uma solução
e Adônis” pode parecer hoje um
Henriques britto é poeta, en-
uma estrutura verbal ali; desse
segunda estratégia -a usada por
brilhante. Citarei apenas dois
poema um tanto convencional,
saísta e professor na PUC-Rio.
modo o tradutor se atém ao que
Alípio- é talvez a mais indicada.
exemplos da maestria do tradu-
principalmente se comparado
Vênus e Adônis
há de mais importante no âmbito
Há também outra justificativa
tor: “Feliz falência, que em perder
Autor: William Shakespeare
com as obras posteriores de
do significado, mantendo uma
para a sua escolha: sendo esta
prospera!” (v. 466) e “Ela, temendo,
Tradução: Alípio Correia de
Shakespeare. Porém em seu
sintaxe mais natural e evitando
a primeira tradução poética do
freme, treme até” (v. 880).
Franca Neto
tempo foi um verdadeiro best-
contrações fonéticas radicais.
“Vênus e Adônis” a ser publicada
O leitor deste “Vênus e Adônis”
Editora: Leya
-seller, com mais de 16 edições
A segunda estratégia é a oposta:
entre nós, são necessárias copiosas
pode estar certo de que está tendo,
Quanto: R$ 39,90 (176 págs.)
em menos de 50 anos.
fazer um mínimo de omissões,
notas explicativas, muitas das
em português , uma experiência
Avaliação: ótimo
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
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Jornal do Meio 734 Sexta 7 • Março• 2014
por Shel Almeida
Todo mundo conhece um pou-
O incômodo é que para isso é preciso
e a rosca é firme. O taco pode ser o
viram jogando com um dos tacos que
co de jogo de bilhar, sinuca ou
parar o jogo. Os tacos que Marcelo
mesmo pra jogar snooker, sinuca ou
fiz e acabaram comprando. Quem
snooker. Pelo menos sabe que
fabrica já vem com o extensor acopla-
bilhar. A diferença dos jogos é o modo
usou não reclamou. O ideal é que
se joga em uma mesa retangular com
do, de forma que se possa mudar de
como se joga”, explica,
a pessoa compre um já pronto e se
seis buracos, revestida por um tecido
tamanho apenas rosqueando a parte
chamado Baeta (não, não é feltro).
inferior, para baixo. “Alguns jogadores
Fabricação própria
rimente o taco, mas nem sempre é
Para jogar é preciso usar um taco es-
ficaram na dúvida se isso poderia tirar
Marcelo começou a fabricar os tacos
possível. Por isso, é bom que quem
pecial e fazer com que bolas coloridas
o ponto de equilíbrio do taco, mas não
para si mesmo, mas já encontrou
está começando a jogar faça pergun-
e numeradas entrem nos buracos da
tira, porque o peso é bem calculado
entusiastas. “Alguns conhecidos me
tas, peça orientação a jogadores mais
tiver uma mesa por perto, que expe-
mesa. Isso é o básico dos jogos. Sim, porque o que nem todo mundo sabe é que bilhar, sinuca e snooker são coisas diferentes. Nem mesmo as mesas são iguais. Bilhar é o nome que os leigos usam pra qualquer jogo de mesa com tacos e bolas. Mas o verdadeiro bilhar, que em alguns lugares é conhecido como Carambola, é jogado em uma mesa sem as caçapas, ou seja, sem buracos. São usadas apenas três bolas, uma pra cada jogador e uma neutra. O objetivo é de quem está jogando é fazer com que a sua bola bata nas outras duas com a mesma tacada. Já a Sinuca é o jogo brasileiro, adaptado do tradicional Snooker inglês. É jogada com oito bolas e o objetivo é encaçapá-las em uma sequência com pontuação pré-determinada. O Snooker, no entanto, pode ser jogado com 13, 17 ou 22 bolas e a dimensão da mesa pode ser maior. O objetivo do jogo é acertar primeiro as bolas vermelhas, podendo intercalar as demais. Assim que as vermelhas acabarem, é preciso acertar as restantes, em sequência. Apesar de parecer simples, para vencer, em qualquer um dos jogos, é preciso técnica e um bom taco. “Muita gente troca o taco e melhora o jogo, mas o contrário também acontece. A pessoa pode achar que o problema é o taco, mas é ela que não está sabendo jogar direito”, fala Marcelo Finamor, jogador de snooker que passou a fabricar os próprios tacos a fim de encontrar o instrumento perfeito. “Comecei a fazer nas horas vagas, no final do ano passado. Queria tentar encontrar um taco ideal. A inovação dos tacos que faço é que eles têm um extensor embutido”, conta. No jogo de snooker, para auxiliar as jogadas é possível anexar, no final do taco, um extensor chamado “mini butt”, o que possibilita que ele fique mais longo.
Marcelo começou a fabricar os próprios tacos a procura da peça ideal. “A inovação dos tacos que faço é que eles têm um extensor embutido”.
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experientes antes de comprar. Porque
com a presença do Tetra Campeão
fala. No Brasil existem também os
mesmo fabrico. Se tiver cuidado um
cada taco traz vantagem em alguma
Brasileiro Igor Ferreira. “Inclusive,
campeonatos femininos e cada vez
taco dura a vida toda. Não pode es-
coisa e desvantagem em outra, é bom
foi ele o campeão aqui também. No
mais mulheres estão se aperfeiçoando
quecer no carro, porque se esquentar,
para um tipo de jogada e não é bom
Brasil não é só campeonato amador,
nas técnicas do snooker. “O taco não
estraga. É bom guardar sempre em
para outra. Depende muito do que o
existe o profissional também, o incen-
muda, é o mesmo para mulher é para
posição vertical. Por isso, também, é
jogador está buscando e de como é
tivo é bem pouco. Não dá pra viver
homem. Na verdade a diferença é de
bom que cada um tenha o seu”.
a técnica dele”, diz.
jogando snooker. No Inglaterra é um
pessoa para pessoa, como cada um
Marcelo já tinha experiência em tra-
dos esportes mais populares, são 32
posiciona na mesa, qual a maneira que
Você pode saber mais sobre os tacos
balhos com torno mecânico antes
campeonatos por ano, com prêmios
segura o taco. O taco normalmente se
que Marcelo fabrica falando com ele
de começar a fabricar os tacos. Ele
até para classificações mais baixas.
adapta ao jogo e ao jogador. O que é
na Oficina da Aliança, que fica na
trabalha com fabricação de alianças e
Lá, mesmo que você não seja um jo-
preciso é que cada um encontre o seu
Praça Princesa Isabel, 263 -1, na
a experiência, aliada à curiosidade e a
gador excepcional, dá pra viver disso”,
taco ideal. Agora, eu só uso os que eu
Lateral da Igreja do Rosário.
observação fez com que conseguisse desenvolver os próprios instrumentos para os jogos de snooker, que participa há anos. “Um amigo fazia alguns tacos à mão e eu aprendi um pouco com ele. Adaptei algumas ferramentas que tenho na minha oficina para fazer os meus. Faço dois modelos básicos, um mais simples, sem desenhos e outro um pouco mais elaborado, com desenhos em marchetaria. O mais simples eu levo dois dias e meio pra fazer e o mais elaborado faço em cinco dias. Faço de maneira artesanal e devagar, não quero que seja uma linha de produção. Cada peça que faço é única. Uso as madeiras importadas que são padrão no Reino Unido, chamadas Ash e Maple e também o Marfim nacional, que é de qualidade muito boa. Ainda não fiz por encomenda, mas acho complicado porque por mais que se use medidas e pesos específicos, provavelmente não vai sair como a pessoa imaginou. Por cada peça ser única, um taco nunca vai ser igual ao outro, mesmo que tenham as mesmas medidas”, fala.
Para a fabricação, Marcelo usa três tipos de madeira: as importadas Ash e Maple e a nacional Marfim.
Marcelo fabrica tacos simples e com desenhos em marchetaria. São peças únicas, feitas artesanalmente.
Profissional Para exemplificar como um bom taco é fundamental para um bom jogo, Marcelo conta uma história que ocorreu com o campeão Stephen Hendry, considerado o melhor jogador da modalidade. “Roubaram o taco dele antes da final de um campeonato. O empresário ofereceu uma recompensa pelo taco e conseguiu recuperá-lo. Ele ganhou o campeonato. O jogador pode ser bom, mas o taco faz diferença sim. É como para quem joga golfe, cada um tem seu próprio equipamento”. Ou como cada jogador de futebol que tem a sua chuteira ideal. Mesmo que, no Brasil, algumas pessoas vejam o snooker apenas como um passatempo, entre uma cerveja e outra numa mesa de bar, existem muitos adeptos que levam o esporte à sério e participam de campeonatos. Em Bragança, o mais recente foi no dia 16 de fevereiro, de acordo com Marcelo, e contou
O diferencial dos tacos de Marcelo é o extensor mini butt acoplado no próprio taco. “Ele não tira ponto de equilíbrio porque o peso é bem calculado e a rosca é firme”.
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Reflexão e Práxis
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Movimentos sociais por pedro marcelo galasso
As manifestações que ocorrem
tanto, não é possível acreditar que grupos
dizer que esta leitura é mais progressista
descontentamento de muitos.
nos grandes centros brasileiros
reativos a violência do Estado possam
ou menos conservadora que a anterior ao
A criação de um meio de ação através
levantam questões relacionadas
conduzir um movimento social já que a
considerar aspectos sociológicos, psico-
das manifestações oferece uma alter-
aos comportamentos coletivos brasileiros,
sua ação se restringe a reagir a violência
lógicos e institucionais.
nativa real de reivindicar e exigir aquilo
mas em uma dinâmica diversa daquela a
do Estado e não propor ações e direções
O conhecimento destas duas posições
que o Estado não cumpre. E esta é uma
que estamos habituados, ou seja, elas não
para o futuro das manifestações.
permite que algumas reflexões sejam
afirmação importante – as manifestações
seguem a lógica da reunião dos brasilei-
Numa tentativa de teorizar a discussão,
feitas, mas a que parece mais pertinente
questionam as ações estatais e exigem
ros para grandes festas populares como
vale a pena pensarmos duas correntes
e urgente é a seguinte – as manifestações
que o Estado exerça seu papel de forma
o carnaval, mas reclamam para si um
sociológicas que marcam a discussão.
podem ser pensadas como grandes movi-
aberta e democrática algo que, sejamos
caráter de movimentos de ordem política
Uma destas correntes vê os comporta-
mentos reivindicatórios ou uma suposta
justos e razoáveis, ele deixa de cumprir.
e de defesa de valores coletivos com forte
mentos coletivos como irracionalidade
tentativa de revolução? Acredito que a
Quando as manifestações ocorrem elas
cunho reivindicatório.
que rompe a ordem social existente, o que
reflexão é legítima e poderia indicar um
pretendem criar valores comuns que de-
Como é de se esperar, a resposta do Estado
dá a esta leitura uma visão mais conser-
caminho mais objetivo a ser seguido.
vem, por sua vez, guiar as ações a serem
é sempre truculenta nestes casos, pois a
vadora. Esta suposta irracionalidade das
Ainda assim, pontos comuns que movem
tomadas e que visam alcançar alguns
democracia brasileira não foi construída
massas é a precursora da ideia das socie-
as manifestações podem ser citados. Nor-
resultados ao final de todo o processo, ou
para entender as manifestações políticas
dades de massas que devem ser contidas
malmente, as tensões sociais aparecem
seja, há que existir um momento de cessar
reivindicatórias e por não saber o que fazer
e conduzidas por elementos e instituições
como a grande motivação para a busca
as manifestações, mas somente quando
com elas procura, tão somente reprimi-
excepcionais e, por isso, detentoras do
de mudanças sociais e esta parece ser
a maioria das reivindicações for atendida
-lás e imputar a todas as manifestações
saber e dos meios de controle social.
a razão das manifestações brasileiras.
e, para tanto, deve haver um consenso
a responsabilidade por atos meramente
Outra corrente defende os movimentos
Além disso, a tomada de consciência
entre os manifestantes e o Estado a qual
reativos e violentos de grupos organizados
coletivos como uma forma particular de
ligada a uma necessidade urgente de
as reivindicações são endereçadas.
para tanto.
ação social em um contexto mais amplo
mudança na estrutura política e social
Não é aceitável condenar as manifestações
e mais complexo e que marcam os mo-
ganha muita força e juntas se tornam
Pedro Marcelo Galasso - cientista político,
já que elas são parte do processo político
mentos de transição política ou, em casos
motivos poderosos de ação social com
professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@
democrático e, portanto, legítimas. Entre-
raríssimos, as revoluções sociais. É licito
um apelo muito grande, pois expressa o
gmail.com
Casos e Causos
Juro que é verdade por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE XCX
Ele ficou ainda mais irritado: QUE ARNALDO?
Quando eu me casei, tinha 40 anos e minha mulher 22. Nessa época muitas
Eu disse: O ARNALDO...DAS FAZENDAS....DAS INDUSTRIAS
vezes, fora de Bragança, eu era confundido com o goleiro Veloso, que jogava no
Como num passe de mágica a voz do Edvaldo ficou amável, doce:
Palmeiras. Confesso que eu até gostava da confusão, porque o Veloso não era bonito,
OI ARNALDO....TUDO BEM ? QUE PRAZER
mas era atleta famoso, e 9 anos mais novo que eu. Ademais ele era bem menos feio que o
Dai não aguentei e falei, gargalhando; PUTA CARA INTERESSEIRO.
comediante Paulo Silvino que alguns diziam que eu parecia (mas nunca confundiram). Fui com minha mulher pra Salvador e estávamos na praia, quando dois caras começaram
JURO QUE É VERDADE XCXIII
a olhar para nós insistentemente. Eles vieram na nossa direção e um perguntou: VOCE
Como já disse anteriormente, sou muito distraído. Confundo pessoas, dou gafes e
É O VELOSO? Eu respondi que não. Dai o outro disse: PÔ...ENTÃO VOCÊ DEVE SER
também perco objetos constantemente. Mas também pego objetos dos outros como
RICO PRÁ CACETE ...PRÁ TAR COM UMA MULHER DESSAS.
se fossem meus.
Ele foi tão espontâneo que não consegui ficar bravo.
Uma vez, eu estava na Festa do Peão e fiquei numa mesa onde estavam dois casais de São Paulo. Me despedi, dei uma volta pela festa, fui para casa e ao tirar as coisas do
JURO QUE É VERDADE XCXI
bolso, notei que estava com uma chave de um carro “Fiat”.
Na faculdade de Direito, boa parte dos professores davam aula de terno.
Voltei correndo para festa (já fazia mais de duas horas que eu tinha encontrado a turma)
O Dr. Arthur Migliari, sempre usava uns ternos de grife, caríssimos. Numa noite de
e quando estava subindo a Avenida Marrey Junior, caminho do local da festa, vi os dois
verão, ele e Dr. Aguirre, estavam de terno preto, e durante o intervalo penduraram
casais descendo a avenida a pé, inclusive com uma criança no colo.
os paletós em cadeiras da sala dos professores. Eu conversava com o Arthur quando repentinamente ele deu um berro: NÃO...
JURO QUE É VERDADE XCXIV
NÃO....É MEU.
Um estelionatário carioca estabeleceu-se em Atibaia e com sua simpatia associou-se
Dai percebi que ele gritava pro Aguirre (que é bem mais pesado que ele), que estava
paralelamente a dois empresários, que não se conheciam. Meses depois, sumiu da
vestindo o paletó errado.
cidade, deixando enorme prejuízo às vítimas: dinheiro, dívidas em nome delas e até
Não deu tempo...ZÁS......PARECIA O INCRÍVEL HULK em plena transformação
objetos emprestados. Procurado por um dos empresários fui com ele à polícia para comunicar o crime. A outra vítima, também estava na delegacia, com o mesmo objetivo.
JURO QUE É VERDADE XCXII
A polícia resolveu ir à casa abandonada pelo estelionatário para procurar pistas, e nós
Edvaldo Bueno de Moraes, é um bem sucedido profissional na área de empreendimentos
acompanhamos. Vimos que a casa estava pelada, sem TVs, e os móveis mais valiosos.
imobiliários, como corretor. Trabalha bastante, mas nas horas de folga, não gosta de ser
Sobre uma mesa velha, havia um rádio antigo.
incomodado. Certa vez eu liguei pra ele, uns 15 minutos após o encerramento do horário
Meu cliente olhou, e disse desolado: PELO MENOS ELE DEIXOU O MEU RÁDIO
comercial. Sua secretária do escritório disse que ele não permitia que ela fornecesse seu
TRANSGLOBE...QUE EU EMPRESTEI.
número de celular, mas como era pra mim, abriria uma exceção. Liguei no celular e ele
Imediatamente a outra vítima disse:
atendeu com uma voz irritadíssima, beirando a agressividade; ALÔ
NÃO..NÃO...ESSE RÁDIO ELE VENDEU PRÁ MIM
Disfarcei a voz e disse: OI EDVALDO...É O ARNALDO
O duro é que eu não podia rir
SPASSU da Elegância
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Madrinhas de curto Por Ana Carolina Serafim e Nazaré Brajão
As madrinhas de um casamento são as estrelas depois da noiva e da mãe da noiva. Se você recebeu um convite para ser madrinha, deve ter disponibilidade para cumprir com as exigências: a madrinha, além de ser companheira e amiga da noiva nos preparativos do casório, deve
estar impecável no dia! Fazer tratamentos estéticos, maquiagem, penteado, manicure e alugar um belo vestido! Os casamentos realizados de dia, seja de manhã ou de tarde, pedem vestidos curtos! Eles podem ser tão lindos quanto os longos! Você deve sempre escolher algo que fique
bem para o seu tipo físico e escolher tecidos que favoreçam os seus pontos fortes e disfarcem seus pontos fracos. Para casamentos de dia, não é indicado muito brilho, e sim tecidos mais foscos e com brilhos discretos. Trouxemos algumas sugestões de vestidos para você se inspirar e acertar na escolha:
Mande suas sugestões para nosso e-mail, spassuplazanoivas@yahoo.com.br Podemos auxiliá-los em suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos prontas para atendê-los.
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Caderno
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Yamaha privilegia o torque, mas não deixa a potência de lado na MT-09 com motor tricilíndrico por Raphael Panaro/Auto Press
A Yamaha recorreu à cultura “underground” do Japão para apresentar – como ela mesma classifica – um dos seus principais produtos em muito tempo. Lançada no ano passado, a nova motocicleta atende pelo nome de MT-09 e teve o visual inspirado no “lado negro” do país oriental – expresso nas insanas corridas de drift e nas estapafúrdias motos customizadas das ruas de Tóquio. A moto une elementos de naked e de motard e traz um pequeno painel de instrumentos digital e lanternas de leds. O “detalhe” fica na dianteira, em cima do farol, onde há a sensação da falta de uma parte da carenagem. E na verdade falta mesmo, já que a peça é vendida como acessório. Com a etiqueta de 7990 euros na Itália – cerca de R$ 26,5 mil –, o objetivo da MT-09 é entrar no segmento de grande porte, que cresceu mesmo durante a grave crise que atinge a indústria europeia. Mas o modelo não deve encontrar vida fácil e a concorrência deve ser acirrada com a Kawasaki Z800, Ducati Monster, BMW F800 R, Triumph Street Triple e MV Agusta Rivale 800. Apesar do design inspirado, a grande estrela da MT-09 é o motor. Feito todo de alumínio, seu foco principal é na entrega de torque – ressaltada pelas letras MT ou “Masters of Torque”. Com duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica, ele tem capacidade de 847 cm³ e desenvolve 115 cv a 10 mil rpm, além 8,9 kgfm a 8.500 giros. A força é gerida por
um sistema eletrônico – chamado Yamaha D-Mode –, que fornece três ajustes para o acelerador: um normal, outro que libera toda a potência e um terceiro mais “amansado”. Este propulsor, inclusive, deve ser adotado pela fabricante japonesa em outros modelos. O chassi também é inédito e não foi derivado de nenhum modelo existente na gama da empresa. A proposta foi criar uma moto ágil e com facilidade de manobrar no trânsito urbano. Já o quadro é todo em alumínio e se beneficia do tamanho menor do motor para ter uma arquitetura que privilegia as dimensões mais compactas. As suspensões – invertida na frente e monoamortecida atrás – são ajustáveis. O uso dos materiais mais leves faz a MT-09 ter 171 kg, um dos menores pesos da categoria. A Yamaha ainda não confirmou, mas a MT-09 deve aparecer no Brasil este ano. A moto até já deu as caras por aqui “travestida” de FZ-09, no Salão Duas Rodas que aconteceu em outubro em São Paulo. Essa nomenclatura é adotada para o mercado norte-americano, onde a tricilíndrica substitui a FZ8 – uma naked com motor quatro cilindros que ainda continua à venda na Europa. Caso desembarque em solo nacional, o nome usado deve ser mesmo FZ-09, já que os produtos da Yamaha vendidos no Brasil seguem os padrões e estilos dos Estados Unidos. Ela se posicionaria entre as esportivas de 600 cc – XJ6 N e XJ6 F – e a superesportiva YZF-R1, de 1.000 cc.
Fotos: Divulgação
veículos eículos
Impressões ao pilotar por Carlo Valente do InfoMotori.com/Itália exclusivo para Auto Press Lisboa/Portugal
Ao subir na moto, a sensação é estar sentado em uma “motard” menos “extrema”. A MT-09 é estreita e possui o guidão largo. Já o propulsor três cilindros é compacto e parece ainda menor na motocicleta – até dar a partida. O motor gira discretamente e, desde os primeiros metros, o comportamento é parecido como um de quatro cilindros. Comparado a outros tricilíndricos, o da Yamaha se mostrou mais fluido e suave, além de preferir regimes de médias e altas rotações. A MT-09 oferece três mapas de entrega de potência, que foram chamados – de forma bem minimalista – de A, B e Standard. Ao ligar, a moto está sempre na posição A, mas o comportamento é mais agressivo, a saída é forte e o modelo prefere altas velocidades. O acelerador se torna mais sensível e a condução menos relaxada. Na oferta B, a distribuição de torque é mais “doce” em baixos e médios giros mantendo um bom alcance. Os primeiros quilômetros na cidade não
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permitem tirar proveito do motor. Por outro lado, a MT-09 compensa com agilidade, rapidez e boa frenagem. As trocas de marchas são sempre feitas abaixo dos 7 mil giros. Apesar de em todos os modos a MT-09 produzir 115 cv, a entrega potência é perceptivelmente diferente. O “tour” com a moto da Yamaha mostrou qualidades dinâmicas incríveis. A MT-09 só deixa o piloto muito exposto, mas é excelente para dar uma volta e extremamente precisa quando é exigida. Não é um veículo aconselhável para viagens longas, mas é bem divertida para ser usada no dia a dia e para quem quiser mais adrenalina em um fim de semana cheio de curvas. Após ganhar mais intimidade, a relação peso/potência põe um grande sorriso no rosto de quem está debaixo do capacete.
Ficha técnica Yamaha MT-09 Motor: A gasolina, quatro tempos, 847 cm³, três cilindros, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote, com virabrequim crossplane e refrigeração líquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial e
11
acelerador eletrônico. Câmbio: Manual de seis marchas com embreagem multidisco banhada a óleo. Potência máxima: 115 cv a 10.000 rpm. Torque máximo: 8,9 kgfm a 8.500 rpm. Diâmetro e curso: 78.0 mm X 59.1 mm. Taxa de compressão: 11,5:1. Suspensão: Dianteira com garfo invertido de 41 mm, ajustável, com retorno pré-carga e 137 mm de curso. Traseira com amortecedor único ajustável com retorno pré-carga e 130 mm de curso. Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 17. Freios: Disco duplo hidráulico de 298 mm na frente e disco hidráulico de 245 mm atrás. Oferece ABS. Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,81 m de largura, 1,44 m de distância entre-eixos e 0,81 m de altura do assento. Peso em ordem de marcha: 171 kg. Tanque do combustível: 14 litros. Produção: Shizuoka, Japão. Lançamento mundial: 2013. Preço na Itália: 7.900 euros, equivalente a R$ 26,5 mil – R$ 28 mil com freios ABS de série.
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veículos
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Crime praticado pelo funcionário público que aceita suborno
Ocorre cerca de 12 horas após o amanhecer
Estado da Hileia de Humboldt (sigla) O quarto pecado capital (Catol.) Ingrediente alcoólico do drinque “mojito” O protetor dos barqueiros (Mit.)
Telúrio (símbolo) Cedo (a posse)
O aluno que não falta às aulas (?)-demoça, tipo de pimenta
R
U M
(?) Paz, sede do governo boliviano
Quadro de grande tamanho Forma do barbeador descartável
Problema minorado pela drenagem linfática (?) Zumbi, banda brasileira
Rio que separa a Alemanha da Polônia
Calor excessivo; abrasamento Mulher de harém Treinar (animal)
Estimulado a agir Função religiosa de Liszt na velhice As infecciosas são notificadas à Vigilância Sanitária (?) Kirchner, expresidente argentino Arremessar (pop.) Dentes trituradores
Objeto Estou Direto informado (abrev.) Sem adornos (?)-amarelo, árvore da Mata Atlântica Carro, em inglês Chuvaradas rápidas típicas do verão Mesquita localizada em Jerusalém Título de soberanos franceses Negligente 1.002, em romanos (?) Rescala, músico O verde da farda do soldado brasileiro Passar por filtro (o café)
Venda • Casa Euroville – Alto padrão – R$ 950.000,00 Aceita imóvel -valor • Casa Ros. de Fátima – Alto padrão – R$ 2.100.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. América - Alto padrão – R$ 750.000,00 Aceita imóvel –valor • Casa Jd. Primavera – R$ 350.000.00 • Apartamento D. Pedro I (Taboão) – R$ 530.000,00 • Apartamento Jd. Nova Bragança – R$ 320.000,00 • Apartamento Piazza de Siena - R$ 850.000,00 (Andar alto em frente ao Clube de Campo) Oportunidade
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2
I C A S T I
BANCO
C
Experiência jovial – A Volvo Cars do Brasil está sob novo comando. A marca sueca buscou uma solução caseira para substituir o até então presidente Paulo Solti. Agora quem assume as rédeas da empresa é Luis Rezende. O economista de 33 anos trabalha na Volvo desde de 2008, como CFO para o Brasil e América Latina. Desde dezembro ocupava interinamente o cargo de presidente da companhia. Apesar de jovem, Rezende acumula bastante experiência com trabalhos em grandes empresas, como a anglo-holandesa Phillips e a francesa PSA Peugeot-Citroën.
Entidade que elege as sedes olímpicas
A C C T E C U O A L EN I I T E D U S A N D O E S T I O MI O R O L E S
Escala menor – A McLaren divulgou mais algumas informações do veículo que atende pelo nome de P13 e será feito para concorrer com Porsche 911, o substituto do Mercedes-Benz SLS e o BMW M4. Com o design lembrando o exclusivo P1, o novo modelo da marca inglesa terá uso intensivo de fibra de carbono para reduzir o peso. O propulsor será o mesmo V8 3.8 litros de origem Nissan que equipa o MP4-12C, mas com menos potência que os 625 cv atuais. Especula-se que a “cavalaria” fique em torno dos 450 cv. Número suficiente para fazer o P13 cumprir o zero a 100 km/h em menos de 4 segundos e chegar a 297 km/h.
© Revistas COQUETEL
O pH menor que 7 Notícias do Principal Molusco momento executivo bivalve do presente da firma Atlântico
C A B O C C A N O I A S S I D E T O D E DO C E L U L L A A AÇ O N Ã D A A D L E I S S T C AR A R
Peça de museu – Por aqui, a Volkswagen Kombi Last Edition está encalhada. Mas na Alemanha encontraram uma finalidade para ela. Uma das 1.200 unidades fabricadas em São Bernardo do Campo, em São Paulo, viajou para ficar em exposição no museu de veículos comerciais da marca na cidade Hannover. Um dos detalhes que mais chama a atenção dos germânicos é o mesmo que espantou a freguesia por aqui: o preço exorbitante de R$ 85 mil, perto de 27 mil euros.
Queda brusca – Santo Agostinho, na Grande Recife, receberá a primeira fábrica da Shineray fora da China. A unidade de 210 mil m², com capacidade de produção de 150 mil motocicletas/ano, exigirá investimentos de R$ 140 milhões e inicia as operações no segundo semestre deste ano. Inicialmente serão feitos três modelos 50 cc e um triciclo de carga. A Shineray planeja crescer rapidamente suas vendas no Brasil – foram 10.800 unidades em 2013, com base nos seus 150 concessionárias e 700 pontos de venda Brasil afora.
Cão Menor Instalação como a Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte Escritor de “Decameron”
O B O R E A L
Gente fina – A Lamborghini foi até Miami, nos Estados Unidos, entregar o segundo dos três exemplares do exclusivíssimo Veneno. Kris Singh, diretor geral de uma empresa de investimentos da Flórida, foi quem rematou o bólido por US$ 4,1 milhões – cerca de R$ 9,8 milhões. O modelo foi construído para comemorar o 50º aniversário da marca italiana e tem o mesmo motor do do Aventador – um V12 de 6.5 litros. No Veneno, ele entrega 760 cv e leva o carro de zero a 100 km/h em incríveis 2,8 segundos. A máxima é de 355 km/h.
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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A Ç A M E N T M O
Firme e forte – A General Motors confirmou o patrocínio da marca Chevrolet ao Manchester United. A decisão de manter o acordo de 2012 – e com a cifra equivalente a R$ 1,8 bilhão por sete temporadas – veio mesmo após a GM anunciar a retirada da marca Chevrolet do continente europeu em 2015. A justificativa do grupo norte-americano é que o alcance e a popularidade do tradicional clube inglês é mundial e extrapola as divisas da Europa.
Pequena falha – Um problema na caixa de direção fez a Ford convocar 38 unidades do novo Fusion para um recall. O defeito consiste na falta de um clipe na fixação, que pode deixar a caixa se desprender e fazer o condutor perder a direção do veículo. Os modelos envolvidos foram produzidos entre 19 a 23 de abril de 2013 e têm chassis de números R284346 a R313663. A Ford disponibiliza o telefone 0800 703 3673 e o site www.ford.com. br para esclarecer qualquer dúvida.
3/car — ceo. 4/oder — omar. 7/adustão. 8/icástico. 9/boccaccio.
Fase de sublimação – Depois do Fiat Linea e do Grand Siena, a série Sublime chega ao Idea. Baseada na versão Essence, a nova configuração traz frisos cromados, adesivo preto fosco nas colunas, farol com máscara negra, luzes de neblina e rodas de liga leve aro 16. Bancos, painéis de portas e volante multifuncional são forrados em couro. O Idea Sublime ainda tem painel bicolor, vidros elétricos traseiros e rádio CD com Bluetooth. Os preços são de R$ 52.150 com câmbio manual e R$ 54.620 com transmissão automatizada. O motor é 1.6 16V de 117 cv e as cores disponíveis são branco Kalahari e preto Vulcano.
veículos eículos
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Banheira glamurosa por AUGUSTO PALADINO/autopress
A Lincoln – divisão de luxo da Ford – mostrou a nova geração do gigante Navigator. A frente é marcada pela grade em forma de asas, ícone da marca. No interior, muito couro e detalhes em Ziricote – um compensado naval bem caro. O utilitário vem com um novo motor 3.5 EcoBoost, com dois turbos, de 375 cv. A tração é traseira ou integral e o câmbio automático é de seis marchas.O SUV tem mimos como tapetes iluminados quando, chaves com sensores e botão de partida e sistema SYNC com MyLincoln Touch. Nos Estados Unidos, vai custar em torno de US$ 55 mil, o equivalente a R$ 120 mil.
Foto: Divulgação
Lincoln Navigator
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veículos
Jornal do Meio 734 Sexta 7 • Março• 2014
Mercedes-Benz CLA200 tem muita tecnologia, desempenho pouco convincente e preço alto demais por Eduardo Rocha/Auto Press
No mundo inteiro, a função do
desconforto causado pela transmissão
Mercedes-Benz CLA é rejuvenescer
de potência na direção. Seus 156 cv são
a imagem da montadora alemã e
acompanhados por um torque de 25,5 kgfm
servir como porta de entrada para os sedãs
entre 1.250 e 4 mil rpm. Mesmo com um
de luxo. Mas não aqui no Brasil. Apesar
propulsor pouco convincente sob o capô,
de ostentar um visual bem moderno, a
não há como negar o poder de atração das
versão batizada pomposamente de First
linhas do novo sedã das Mercedes. E é na
Edition tem um preço que dificilmente
beleza do CLA que a marca aposta quanto
será capaz de atrair um consumidor pre-
prevê que vai emplacar neste ano 1.400
ocupado com o custo de um automóvel.
unidades do modelo – 800 do First Edition
São R$ 150.500 por um modelo equipado
e 600 de duas futuras versões, uma mais
com um modesto motor 1.6 turbo de 156
barata e outra superior, possivelmente
cv. Isso é pelo menos 30% acima do valor
com tração integral.
Foto: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
que se pede por um Classe C180, com o mesmíssimo motor. É bem verdade que
Ponto a ponto
o CLA é recheado de equipamentos de
Desempenho – O pequeno motor 1.6 tur-
segurança e tem “gadgets” bastante
bo, de 156 cv, acusa o peso de 1.430 kg do
desejáveis. Mas também deixa de fora
sedã. Nas acelerações, o CLA 200 tem um
vários outros.
comportamento apenas condizente com
A explicação é simples: não se trata de
a de modelo de entrada em uma linha de
um erro, mas de uma estratégia. O CLA
luxo. E para isso se vale da boa sequên-
entra na cota de importados da marca,
cia no escalonamento do câmbio de sete
que conta com modelos muito mais lu-
marchas, a ponto de cumprir o zero a
crativos que ele, como as classes E, ML e
100 km/h em 8,5 segundos. Nas retoma-
S, entre as várias letrinhas que designam
das, porém, este Mercedes decepciona.
os carros da marca. A solução então foi
Demora a responder às solicitações do
torná-lo rentável – com um preço bem
acelerador e a falta de fôlego obriga a
gordo – para pescar os admiradores de-
redução de duas ou até três marchas de
sapegados do modelo. Para os demais,
uma só vez. Nota 6.
é o caso de esperar a chegada do novo
Estabilidade – O novo sedã da Mercedes
Classe C, no segundo semestre, que vai
embarca uma boa tecnologia de constru-
usufruir da benesse do Inovar-Auto. Pelas
ção, com braços em alumínio na suspensão
regras, os modelos em vias de fabricação
e aços especiais na estrutura. O baixo
no Brasil podem ser importados fora de
peso estrutural reduz os efeitos da força
cota e sem sofrer com o IPI adicional
G no contorno das curvas e a boa rigidez
nos dois anos anteriores à produção. O
torcional proporciona ótima dirigibilida-
volume estabelecido é de 50% do total
de. A direção de peso correto e os pneus
anual prometido. Como a nova fábrica
runflat 225/40 R18 também colaboram na
de Iracemápolis terá capacidade para
manutenção da trajetória – mas são uma
fazer 20 mil Classe C por ano, são 10 mil
dor-de-cabeça para reparar. É bem verdade
unidades liberadas em 2014 e outras 10
que a falta de “espírito esportivo” – inclu-
mil em 2015.
sive pela tração dianteira – do CLA 200
Como bom carro de vitrine, o CLA200
ajuda também a evitar os limites. Nota 8.
traz uma enorme quantidade de recursos
Interatividade – É possível fazer prati-
eletrônicos de auxílio dinâmico e de se-
camente tudo no CLA sem tirar as mãos
gurança. Mas não tem o nível de requinte
do volante. Na ponta dos dedos há nada
que se espera de um modelo médio de
menos que 12 botões que comandam
preço tão elevado. A central multimídia
todas as funções do sistema multimídia
com Bluetooth e GPS, com monitor de
e do computador de bordo. Um outro
7 polegadas, não é sensível ao toque
ponto positivo foi a Mercedes-Benz ter
nem comandada por voz, por exemplo.
reposicionado o comando do cruise con-
O revestimento dos bancos é em couro
trol, que antes provocava confusão com
sintético, o aplique de alumínio do painel
a haste da seta. Além disso, o modelo
é, na verdade, um plástico mais jeitoso.
conta com paddle shift para trocas de
Tem ausências pouquíssimo explicáveis,
marcha. Só não é justificável, em um carro
como de sensor ou câmara de ré ou de
de R$ 150 mil, os ajustes do banco serem
ajustes elétricos nos bancos.
manuais. Nota 8.
O motor responsável por animar o CLA200
Consumo – O CLA não é um carro de com-
é o mesmo que movimenta o Classe A200
portamento agressivo. E ainda conta com
e também traciona as rodas dianteiras –
o desconfortável sistema start/stop.
boa parte dos sistemas de auxílio à con-
Mas a má equação peso/potência, são
dução são exatamente para amortecer o
9,2 kg/cv, cobra um preço no consumo.
Foto: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
Foto: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
veículos eículos
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E nem mesmo a propalada aerodinâmica,
de cota, decidiu reforçar o caráter de ex-
sicionamento que a montadora desenhou
Aceleração de zero a 100 km/h: 9,2 segundos.
com índice de 0,23 Cx ajuda a evitar o
clusividade que um preço bem alto pode
para o CLA no Brasil. A marca até tentou
Velocidade máxima: 210 km/h.
disperdício. Durante o teste, de aproxi-
proporcionar. Por R$ 150.500, o CLA não
compensar o desajuste com o embarque de
Diâmetro e curso: 73,7 mm X 83,0 mm.
madamente 250 km e quase todo feito em
é para ser um bom negócio nem mesmo
muitos recursos eletrônicos. Ainda assim,
Taxa de compressão: 10,3:1.
rodovias, obteve a média de 10,5 km/l. De
entre carros de luxo. É para quem deseja
sobraram detalhes pouco nobres, como o
Suspensão: Dianteira com braço de
fato, nos testes do InMetro, o resultado
especificamente este modelo. Nota 4.
revestimento em couro sintético e o interior
controle transversal com barra estabili-
foi 8,9 na cidade e 10,9 na estrada, sempre
Total – O Mercedes-Benz CLA 200 First
recheado de plásticos no acabamento.
zadora e amortecedores e traseira do tipo
com gasolina. Ficou com classificação D
Edition somou 71 pontos em 100 possíveis.
Tudo que diz respeito ao projeto em si,
double-wishbone com molas helicoidais
por outro lado, é muito bem urdido. A
e barra estabilizadora. Oferece controle
ergonomia dos bancos e comandos, por
eletrônico de estabilidade. Pneus: 205/55 R16.
na categoria e no geral. Nota 4. Conforto – Neste ponto, o CLA mostra
Primeiras impressões
seu pedigree. A ergonomia, a maciez dos
Itatiba/São Paulo – O Mercedes-Benz CLA
exemplo, é excelente. O câmbio foi trans-
bancos, o silêncio a bordo e a suavidade
tem uma cara feroz, esportiva. A frente,
ferido para uma pequena haste no lado
Freios: Discos ventilados na frente e
ao rodar são precisamente dosados. A
com a moldura da grade projetada, foi ins-
direito da direção e essa mudança abriu
sólidos atrás.
suspensão comfort poupa os ocupantes
pirada no superesportivo SLS. O perfil em
um bom espaço no console central para
Carroceria: Sedã em monobloco com
dos dissabores da pavimentação típica
arco traz uma linha de cintura alta, vidros
porta-objetos. Isso forma um ambiente
quatro portas e cinco lugares. Com 4,63
das ruas e estradas brasileiras. Nota 9.
pequenos e musculatura bem-definida
em que o conforto é valorizado, no que
m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,43
Tecnologia – O projeto do menor sedã
por vincos. A traseira, com lanternas
o teto solar panorâmico também contri-
m de altura e 2,70 m de distância entre-
da Mercedes é bem recente, com uma
em gota, é a parte mais original do sedã
bui. Em suma: apesar de ser um modelo
-eixos. Oferece airbags frontais, laterais
estrutura repleta de materiais de primeira
com jeitão de cupê. Nada disso, porém,
pensado para jovens, a versão que chegou
e de cortina de série.
linha. O motor também é moderno, em-
encontra respaldo no pequeno propulsor
ao Brasil oferece um uso agradável, mas
Peso: 1.525 kg.
bora nesse modelo sofra um certo abuso.
1.6 turbo que se acomoda sobre o eixo
incapaz de maiores ousadias.
Capacidade do porta-malas: 470 litros.
Na área de segurança, o CLA traz o que
dianteiro. Nem mesmo o câmbio de sete
a Mercedes tem de mais avançado em
marchas de dupla embreagem é capaz de
relação a assistência de condução: con-
fazer o comportamento do CLA200 First
Mercedes-Benz CLA200 First Edition
Lançamento mundial: 2013.
trole de estabilidade controle de tração
Edition corresponder às promessas feitas
Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal,
Lançamento no Brasil: 2014.
conjugada ao diferencial, assistente de
por suas linhas insinuantes.
1.595 cm³, quatro cilindros em linha, quatro
Itens de série: Ar-condicionado, banco do
partida em rampa, funções hold, pré-
Nas acelerações, a transmissão é até capaz
válvulas por cilindro, turbo, comando duplo
motorista com regulagem de altura, vidros,
-carregamento e secagem para os freios,
de cobrir os buracos deixados pelo motor.
no cabeçote e duplo comando variável de vál-
travas e retrovisores elétricos computador
sistema de monitoramento de fadiga do
Nas retomadas, porém, dependendo da
vulas. Acelerador eletrônico e injeção direta.
de bordo, direção elétrica, luzes diurnas
motorista, sensor de chuva e direção de
urgência da exigência, o CLA se move aos
Transmissão: Automática com sete mar-
em led, volante com regulagem de altura
peso progressivo com auxílio de esterça-
gritos. O modelo nasceu para ser o sedã
chas à frente e uma a ré. Tração traseira.
e profundidade, ESP, ABS, EBD, airbags
mento e compensação de tração. Tem ainda
de entrada da Mercedes. Por isso, vários
Oferece controle de tração.
frontais, laterais e de cortina, rádio/MP3/
sete airbags, luzes de freio adaptativas e
detalhes que seriam aceitáveis em um carro
Potência: 156 cv a 5.300 rpm.
USB/iPod/AUX/Bluetooth e GPS.
pneus runflat. A central multimídia, com
com esta função perdem o sentido no po-
Torque: 25,5 kgfm entre 1.250 rpm e 4 mil rpm.
Preço: R$ 150.900.
uma tela elevada de 7 polegadas no con-
Ficha Técnica
Tanque de combustível: 50 litros. Produção: Kecskemét, Hungria.
Foto: divulgação
sole central, também é bem completa. A única ausência inexplicável é um sensor de obstáculos. Nota 8. Habitabilidade – Apesar de ser ligeiramente menor que a geração passada do Classe C – ainda vendida no Brasil –, o CLA oferece uma área de habitáculo semelhante. Na frente, motorista e carona usufruem de bom espaço em todos os sentidos. A segunda linha de assentos acaba ligeiramente afundada, por causa do caimento acentuado do teto. Ali, dois passageiros vão bem, mas um terceiro ocupante fica em situação forçada. Os acessos ao interior são bons e a menor altura do modelo não chega a criar dificuldade para entrar ou sair do veículo. O porta-malas tem capacidade correta para o tamanho do carro: 470 litros. Nota 7. Acabamento – O interior do CLA é quase uma reprodução, em desenho e materiais, do Classe A. Isso significa que segue a lógica de bom acabamento, com alguns detalhes em material refinado mas nada que seja realmente requintado. Os bancos, por exemplo, são em Ártico, um material que imita o couro natural. O tablier é em um plástico texturizado que imita alumínio. O interior preto ajuda o conservar o aspecto de novo por mais tempo, mas só não fica opressivo por causa do teto solar. À noite, ainda é amenizado pelos 17 pontos de iluminação indireta – em maçanetas, piso, etc. Nota 8. Design – As linhas do CLA são a maior aposta para Mercedes para atingir o público-alvo principal, que são os jovens. A frente, derivada da criada para a SLS anos atrás, recebe um corpo bem musculoso – em certo pontos até lembra o estilo Escultura Fluida da Hyundai. A linha de cintura alta e o teto em curva, como em um cupê, reforçam a imagem de esportividade. Já a lateral das portas e e o capô com vincos em feixe dão uma certa robustez ao conjunto. A traseira tem linhas rápidas, com lanternas em formato de gota, e é cheia de personalidade. Nota 9. Custo/benefício – A Mercedes-Benz não se mostra muito interessada em tornar este CLA First Edition um sucesso de vendas. Como não tem possibilidade de importar o modelo em larga escala, pelas limitações
Foto: divulgação
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