Braganรงa Paulista
Sexta
28 Marรงo 2014
Nยบ 737 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 737 Sexta 28 • Março • 2014
Nosso “jeitinho”... por Mons. Giovanni Baresse
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Vendo, ouvindo e lendo
a Copa do Mundo. Também aí se
por duas mulheres, deitadas na
há uma realidade muito séria:
noticiários vou tomando
fala em desperdício e superfatu-
areia, com atenção chamada aos
o chefe, para poder governar,
conhecimento de mais
ramento. Parece haver dinheiro
seus “derrières”! Vai aí a “propa-
deve rodear-se de funcionários
um “imbróglio” alimentado por
público injetado. E mesmo que
ganda” subliminar insinuando
de extrema confiança. Não há
dinheiro público: a compra, por
fosse dinheiro particular, fico
que as mulheres brasileiras são
possibilidade de ler tudo o que
parte da Petrobrás, de uma
pensando se existe alguém que
“disponíveis”. Na mesma linha,
é colocado na mesa. Se um as-
refinaria nos Estados Unidos
queira jogar dinheiro fora! Para
dias atrás, uma grande empresa
sessor erra, a carga irá sobre o
com preço superfaturado e com
coroar a semana a revista oficial da
de material esportivo produziu
superior. Creio que a situação da
cláusula leonina que ocasionou
FIFA publicou conselhos para os
camisetas verde-amarelo com
compra da petroleira nos EUA e
o desastre. A compra teria sido
estrangeiros evitarem problemas
desenhos insinuantes de referên-
o mau uso de dinheiro público
realizada com o aval da presidente
em sua estadia entre nós. Vamos
cia aos bumbuns das brasileiras.
oriundo da esfera federal é um
Dilma, à época ministra de Minas
a eles: 1 – Um sim não significa
O produto causou protestos e
nó difícil de ser desfeito. Mesmo
e Energia. Segundo ela mesma
sempre sim (se alguém disser que
foi retirado do mercado. Nesse
que a presidente viesse a perder
gente promete, a gente cumpre! A
afirma sua decisão favorável se
vai ligar logo isso não significa
retrato, ocasionado, por fatos,
o seu mandato e direitos políti-
família que o convidou deve estar
embasou em parecer “técnica e
que vai acontecer). 2- Não espere
insinuações, comportamentos há,
cos, o ressarcimento das somas
reunida, esperando você.” Devo
juridicamente falho”. Senadores e
pontualidade. 3 – Brasileiro gosta
sem dúvida, um pouco de verdade.
mal gastas seria praticamente
ter ficado vermelho de vergonha.
deputados da oposição ao governo
de contato físico, fala usando as
Dizem que o presidente Charles de
impossível. No outro lado, as
Fui ao chá. A dona da casa tinha
querem uma CPI. Congressistas
mãos e toca nas pessoas. 4- Fila é
Gaulle, em visita ao Brasil, teria
indicações da revista da FIFA
convidado filhos e suas famílias,
da situação falam de oportunis-
para não respeitar. 5 – Faixa de
dito que o Brasil não é um país
podem nos dar ocasião para rever
vizinhos, etc.! Creio que não
mo e de falta de interesse em ver
pedestre não funciona. 6 – Num
sério! Quando falamos do “jeitinho
o que, em nossos comportamentos,
devemos ficar inertes quando
questões semelhantes “do outro
churrasco não se empanturre
brasileiro” podemos entende-lo
não corresponde à boa norma da
nos apontam erros ou descuidos.
lado”. Alguns personagens de
de saída: a carne melhor vem no
positivamente. Quando se trata
convivência. Recordo-me que,
Precisamos aprender a não dar
direção da Petrobrás estão sendo
fim. 7- Tomar açaí. É energético.
do jogo de cintura para resolver
em minha primeira estadia na
passos incorretos. A respeitar
presos, indiciados, chamados
8 – Embora os biquínis sejam mi-
problemas. Nisso somos craques!
Alemanha (quando tinha pouco
o tempo e o direito dos outros.
a prestar esclarecimentos. Um
núsculos, o topless não é comum.
Pelo lado negativo sabemos das
mais de vinte anos e estava nós
No caso do dinheiro público
deles teve sua casa inspecionada:
9 – Fale português. O espanhol é
inúmeras escapatórias para o
últimos anos da formação para ser
buscar fiscalização efetiva dos
encontraram mais de um milhão
desconhecido. 10 – Tudo é feito
não cumprimento de deveres,
padre), aceitei um convite para
organismos que já existem e a
de reais (entre dólares, euros e
encima da hora. Não se estresse:
a não punibilidade por erros
tomar chá, à noitinha, quando
aplicação da Lei. Não concordo
moeda nacional). Num outro ramo
“relaxe e aproveite”. Ilustrando a
cometidos, a responsabilização
voltasse de meu trabalho. Ao che-
que o Brasil não é um país sério.
surgem, igualmente, dúvidas e
reportagem uma foto de homens
dos “peixes pequenos”. Nos casos
gar, cansado, eu disse à senhora
O que penso é que nós temos
questionamentos: construção de
jogando futebol na praia e, como
que envolvem autoridades, espe-
que me hospedava que não iria.
que levar a sério o país em
estádios e outras instalações para
não poderia faltar, assistidos
cialmente em cargos executivos,
Ela me falou: “Aqui, quando a
que vivemos!
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
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O mundo fala inglês
Parceria entre GX Intercâmbio e Turismo e escola americana WESLI, auxilia quem pensa em aprimorar o inglês através de intercâmbio nos E.U.A Informe Publicitário
Representante de escolas de línguas,
cá para convidar alunos brasileiros a irem
universidades e centros de estudos
estudar na WESLI. Vim ao Brasil agora para
especializados ao redor do mundo, GX
participar do Salão do Estudante”, conta.
Intercâmbio e Turismo, agência localizada
Para ela, são três as principais motivações
em Bragança Paulista, presta serviços em
que levam os alunos a procurar a escola
consultoria educacional e auxilia pessoas
onde leciona: “Muitos procuram por causa
para que enriqueçam os currículos por
do trabalho, da necessidade de aprender
meio de vivência em um país estrangeiro
inglês para se ter um melhor currículo
o que permite ganhar conhecimento da língua e da cultura local. A GX trabalha com instituições certificadas internacionalmente por prestar serviços
O intercâmbio não é só uma experiência com a língua, é uma experiência de vida, quem participa de um, se torna uma pessoa mais flexível, capaz de se adaptar com mais facilidade às situações.
de excelente qualidade
Andresa Godoy
ao redor do mundo,
profissional. Outros porque querem estudar em uma universidade nos Estados Unidos e nós oferecemos uma preparação acadêmica tanto nas tarefas, quanto na preparação de habilidades para
garantindo, assim, além do aprendizado
estudar, ajudamos na vivência porque é
do idioma local, a troca de experiência
uma vida diferente. E alguns nos procuram
com pessoas vindas de todo o globo. É o
porque querem aprender a língua por sa-
caso da WESLI - Wisconsin English Second
tisfação pessoal, para ajudar em viagens e
Language Institute, que desde 1981 ensina
em experiência recreativas”, fala.
inglês a intercambistas dos mais diversos países e é parceira da GX desde 2009. Si-
Ensino personalizado
tuada em uma das melhores cidades dos
De acordo com Andresa Godoy, Diretora
Estado Unidos, Madison, capital do estado
Internacional da GX, o tipo de ensino que
de Wisconsin, a WESLI trabalha com uma
a WESLI oferece é personalizado para cada
atmosfera desafiadora e familiar. A maioria
aluno. “São cursos de altíssima qualidade,
dos professores fala dois ou mais idiomas
desde os níveis iniciais até os avançados.
e têm anos de experiência de ensino, tan-
Eles têm convênio com o programa “Ci-
to nos Estados Unidos como no exterior.
ências sem Fronteiras” e recebem muitos
Uma das professoras da WESLI, Rachelle
executivos e universitários. Mas o período
Richardson, esteve em Bragança visitando
de intercâmbio é definido pelo aluno. Tem
a GX e contou um pouco da proximidade
muita gente que quer aproveitar o períodos
que tem com o Brasil.
de férias no trabalho para estudar o inglês,
Brasil
quatro semanas. É uma experiência única, porque além da oportunidade de se apro-
visitar meus primos no Rio de Janeiro. Meus
fundar a língua, também há a vivência em
tios sempre levavam discos da Elis Regina,
outra cultura, o convívio com os nativos
Chico Buarque, Wilson Simonal e Maria
e gente das mais diversas nacionalidades.
Bethânia para eu ouvir, e assim comecei a
Na GX nós intermediamos o processo para
estudar a língua sozinha. Depois ingressei
quem quer ter a experiência de estudar
na Universidade e consegui uma bolsa
fora e ajudamos o aluno em tudo o que
para estudar português em Wisconsin, me
ele precisar, desde o visto, o embarque, a
transferi de New Jersey para lá e fui fazer
adaptação cultural. Auxiliamos em todo
especialização na língua. Naquela época eu
o preparatório para a viagem e damos
achava que iria passar a vida no Brasil, mas
suporte enquanto ele estiver fora. Hoje é
acabei fazendo carreira em publicidade e con-
fundamental aprender inglês, mas nem todo
tinuei nos Estados Unidos. Em 2004 mudei de
brasileiro ainda se despertou pra isso. Nós
carreira e fiz um curso preparatório para ser
precisamos nos comunicar com o mundo,
professora na escola que leciono hoje, a WESLI.
e o mundo fala inglês. O intercâmbio não
Em 2006 encontrei algumas primas de
é só uma experiência com a língua, é uma
outra geração, na faixa dos 20 anos, que
experiência de vida, quem participa de
me contaram que os estrangeiros também
um, se torna uma pessoa mais flexível,
poderiam desfilar em escolas de samba. Eu
capaz de se adaptar com mais
voltei ao Brasil e desfilei na Salgueiro, do
facilidade às situações”.
Salvador. Desfilei no carnaval de Bragança
(11) 4033-3018
próxima da comunidade brasileira, minha
www.gxintercambio.com.br
favor e então eu comecei a vir sempre pra
Estudantes de diversas nacionalidades passam pela WESLI. Troca de experiência torna-se ainda mais rica.
Contato
também. Assim que eu comecei a ficar mais
diretora achou que poderíamos usar isso a
Escola fica no Centro de Madison, cidade de 200 mil habitantes, com 25% da população formada por estudantes.
então opta por um intercâmbio de três a
“Conheci o Brasil aos 16 anos, quando vim
Rio e no Trio Elétrico da Ivete Sangalo, em
Rachelle e Andresa: parceria profissional que se tornou amizade. Apaixonada pelo Brasil, americana sempre que pode volta ao país.
Avenida Antônio Pires Pimentel, 1476, Bragança Paulista
A WESLI oferece acomodações próprias aos estudantes que chegam à escola, tudo incluído no pacote.
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Jornal do Meio 737 Sexta 28 • Março • 2014
por Shel Almeida
O ato de ser solidário requer, an-
o trabalho voluntário, porque depen-
tes de tudo, disposição. Depois, é
deríamos de parcerias para conseguir o
preciso desprendimento e doação.
material para a reforma”, conta Leonardo
Disposição para fazer o bem, desprendi-
Filho. “Nossa preocupação é resolver as
mento para desapegar-se de vaidades e
questões básicas, como acessibilidade,
doação para dar um pouco de si e de seu
saneamento, oferecer condições mínimas
tempo ao próximo. Ser solidário é estender
de habitabilidade. É um trabalho bem
a mão a quem precisa, sem esperar nada
específico porque se quisermos resolver
em troca. É saber que o mais simples
muita coisa não dá. O trabalho aconte-
gesto, feito com carinho e boa vontade,
ceu em um final de semana, nos dias 14 e
pode mudar a vida de quem o recebe. E
15 de dezembro de 2013. Tínhamos hora
na maioria das vezes, também muda a de
pra começar mas não tínhamos hora pra
quem o oferece.
acabar. Na sexta feira a noite a casa estava
Foi pensando em como poderia usar os recur-
de um jeito, quando fomos embora, no
sos e conhecimento que tinha à disposição
domingo a noite, já estava de outro” fala
que o arquiteto Leonardo Finamor Filho
Leonardo. A família que o grupo Repa-
teve a ideia de criar o grupo Reparação,
ração ajudou era formada por pai e mãe,
equipe de voluntários que tem como foco
grávida, e mais quatro crianças, entre dez
de trabalho assegurar condições mínimas
e dois anos de idade. A casa precisava
de habitabilidade a famílias necessitadas.
principalmente de um forro novo, porque
Assim que apresentou a ideia a familiares,
o que tinha estava trazendo problemas
amigos e conhecidos o grupo imediatamen-
respiratórios aos moradores, e de ligação
te se formou e cresceu. “Muitas pessoas
de água, que não chegava às torneiras. “É
querem ajudar, mas não sabem como.
uma invasão de privacidade. O casal ficou
Pensei em algo na minha área porque é o
junto conosco o tempo todo, o pai ajudou
que sei fazer e porque muitos estudantes
na reforma. Nossa equipe é formada por
aprendem a teoria, mas querem aprender
gente de todo tipo de profissão, homens
na prática também, e essa era uma boa
e mulheres, é dividida em várias frentes
oportunidade”, explica. Em conversa
de trabalho: recreação com as crianças,
com o Jornal do Meio o arquiteto e mais
equipe técnica, de supervisão, etc. Assim
alguns voluntários, Leonardo Finamor, o
que chegamos tomamos um café da manhã
pai, Daniel Mori, Marco Aurélio Bonucci
todos juntos, depois nos unimos para fazer
e Sérgio Correia, contaram como foi a
uma oração e já começamos a trabalhar.
primeira ação do grupo e o que a equipe
Enquanto alguns ficaram brincando com
pretende daqui pra frente.
as crianças, outros fizeram a limpeza da
Daniel, Leonardo, Leonardo Filho, Sérgio e Marco Aurélio. Parte dos voluntários do grupo Reparação, que reforma casas de famílias carentes.
Café da manhã em grupo: forma de descontrair e aproximar os voluntários da família atendida.
casa, outros fizeram a reforma do forro,
Observar e consertar
outros a pintura, outros o poço e a caixa
“Quando criamos o nome, pensamos em
d’agua. Foi um final de semana de trabalho
Reparação por causa do duplo sentido: o
intenso. Quando fomos embora o que a
de reparar, observar, e o de reparar, conser-
família queria era ficar sozinha pra cair a
tar. E claro, a ação. Não é preciso ir muito
ficha”, conta Leonardo. O primeiro cômodo
longe para encontrar alguém que precise
reformado foi o quarto das crianças, que
de ajuda. Em Bragança muita gente pre-
antes servia como uma espécie de depósi-
cisa. É uma realidade muito próxima, está aqui do lado. A família que ajudamos vive no bairro da Penha, que é relativamente próximo ao centro.
Não é preciso ir muito longe para encontrar alguém que precise de ajuda. Em Bragança muita gente precisa. É uma realidade muito próxima, está aqui do lado. Leonardo Finamor Filho
Uma pessoa do grupo
Casa antes da reforma: foi preciso refazer o forro, que estava causado problemas respiratórios na família.
to, enquanto a família dormia toda junta em outro quarto da casa. “Conseguimos a doação de camas e assim que arrumamos o quarto, um dos meninos correu, deitou e dormiu.
trouxe a sugestão porque já os conhecia.
Para as crianças, principalmente, foi uma
O primeiro critério é que a casa seja pró-
grande mudança. A menina mais nova
pria. Antes de tudo fomos conversar com
nunca tinha tomado banho de chuveiro
a família e fizemos uma visita técnica. A
e ficou assustada quando entrou
única coisa que podíamos garantir era
pela primeira vez. O mais velho veio
Colocação do novo forro: material foi doado por empresa, que enviou funcionário para auxiliar voluntários.
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nos dizer: ‘muito obrigado pelo que fizeram pela minha família’. Todo mundo que participou como voluntário saiu de lá muito emocionado. No final do dia você vê o sorriso no rosto daquelas crianças e a sensação é de dever cumprido”, conta Sérgio. Segundo os amigos, ele ficou tão comovido com a mudança que proporcionaram à família, que antes do natal levou uma televisão de presente para as crianças e depois ainda conseguiu a doação de um enxoval para o bebê que iria nascer. “Foi uma outra festa. Quisemos fazer tudo antes do natal para ser um presente mesmo. Voltamos depois para ver as crianças, e agora já são cinco, o bebê já está com dois meses”, conta.
Parceria No momento, o grupo Reparação está em processo burocrático de formalização, como ONG, com CNPJ e Diretoria. Tudo o que conseguiram foi por meio de trabalho voluntário e doações, até mesmo por parte de advogado e contador. A legalização é essencial para agilizar as novas reformas que pretendem realizar, facilitando na hora de empresas doarem material. “Somos um grupo aberto, qualquer pessoa pode participar, não precisa ser da área de construção civil. Temos uma equipe técnica formada por
Os voluntários do Reparação junto com a primeira família atendida. O foco é assegurar condições mínimas de habitabilidade.
arquiteto, engenheiro civil e técnico de edificação, porque o respaldo é importante. Mas qualquer ajuda é bem vinda”, diz Marco Aurélio. “É um trabalho voluntário mas não é amador”, completa Daniel. “Todos são bem vindos, se não sabe pintar, pode carregar um balde. Não importa se você pode doar, 1%, 10% ou 30% do seu tempo”, diz Leonardo. Para a primeira reforma o grupo percebeu o quanto o trabalho em equipe e a ajuda mútua fazem a diferença e agregam mais e mais gente disposta a ajudar. “O forro foi doado por uma empresa, que além do material, ainda emprestou o carro, equipamentos e enviou um funcionário.
Antes e depois: quarto que funcionava como depósito foi o primeiro a ser reformado e virou um quarto para as crianças.
Além disso, tínhamos conseguido doação de marmitas por um restaurante, para toda a equipe, no sábado. O próprio dono foi entregar e quando viu nosso trabalho, se prontificou a enviar as marmitas no domingo também. E isso porque ele nem abre o restaurante no domingo, fez a comida especialmente para nós” conta Leonardo. Para saber mais acesse: www.facebook.com/reparacaobraganca e www.youtube.com/watch?v=rVf7tsmAij8 Para contribuir com o grupo Reparação, entre em contato pelo e-mail contato. reparacao@gmail.com ou pelos telefones 11 9-8538-3535 e 11 2277-6535.
Antes e depois: Casa recebeu melhores condições de moradia.
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Reflexão e Práxis
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Ditadura por pedro marcelo galasso
Em um ano no qual alguns celebram o período ditatorial brasileiro, vale a pena refletir sobre o significado do termo ditadura e apresentar as diferenças entre a ditadura romana e a ditadura moderna. No geral, a ditadura é uma forma de governo, ou seja, ela é uma das formas pela qual o poder se organiza e se exerce, seja por mandato estendido, como no Estado Novo de Vargas, ou como um rodízio de mandatos, tal qual assistimos na Ditadura Militar brasileira dos anos 60. Temos ainda o fenômeno da concentração dos poderes e seu caráter absoluto, pois a ditadura moderna não sofre limitações jurídicas. Quando pensamos na ditadura romana devemos ter em mente que ela era um órgão constitucional e com tempo de duração já definido, além de contar com limitações políticas e jurídicas, caracterizando-se, portanto, como um órgão excepcional nomeado de ditadura constitucional ou limitada e o ditador é sempre escolhido dentro do quadro político constituído.
Por outro lado, ao pensarmos a ditadura moderna devemos ter mente algo bem diverso. A primeira dimensão desta forma de ditadura é seu caráter inconstitucional, a segunda dimensão é a sua duração que não é previamente determinada e a terceira dimensão é que ela provoca uma distribuição desigual dos poderes com a forte concentração do poder no executivo. Muitas pessoas procuram igualar despotismo e absolutismo com a ditadura, mas esta se apresenta como uma monocracia, ou seja, ela é um governo de um pequeno grupo, não hereditária e ilegítima ou com legitimidade precária e rompe sempre com a tradição. Os casos brasileiros citados acima reforçam esta ideia e esta tendência. Curioso, é pensar que a ditadura sempre conta com um grande apoio popular e subjulga a outra maioria com uma proposta de força e de repressão para impor o seu governo. Quando temos estes pontos apresentados fica fácil entender que um grupo considerável de pessoas no Brasil defenda a ditadura e a tenha como a melhor possibilidade para
resolver nossos problemas sociais e políticos. Por exemplo, um dos maiores apelos pelo retorno da ditadura é a aparente segurança garantida pelos militares, mas que na verdade não existia já que inúmeras informações eram ocultadas da população e não eram transmitidas graças ao advento da censura que, por sua vez, cumpria duas funções – reprimir e disciplinar o pensamento – criando uma aparente atmosfera de tranquilidade. Entretanto, a segurança do período militar era fruto de um processo de ideologização que identificava de forma clara e precisa o grande inimigo social e político do Brasil, o comunista ou o subversivo, figura indistinta que se perdia na indefinição do termo e por representar a ideia mais geral da oposição, ou seja, houve a criação de uma figura que sintetizava todos os problemas brasileiros e que deveria ser preso e torturado para o bem estar e segurança de todos nós. A engenhosa e perigosa idealização dos militares é tão absurda quanto os clamores pelo retorno da ditadura porque recriar a ameaça comunista no Brasil é tão absurdo
que beira as margens da insanidade. Em uma época histórica que já superou, para o bem ou para o mal, a distinção clássica entre direita e esquerda ou em uma época pós Guerra Fria, com a queda do socialismo real, imaginar um plano comunista para tomar o poder no Brasil via o Partido dos Trabalhadores mostra, tão somente, o quanto somos analfabetos políticos, no sentido mais brechtiniano do termo. Além disso, a escolha democrática deve ser vista como um processo de aprendizado político, com todos os problemas que surgem nesta caminhada, mas, ainda assim, a escolha é sempre melhor que a impossibilidade de escolher. E para terminar, fica a seguinte reflexão – o Estado democrático não deveria ser o primeiro a pretender educar a sua sociedade para a democracia? Se isto não ocorre, a quem devemos responsabilizar? Pedro Marcelo Galasso - Cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
A cor pode transformar por Giuliano Leite
A cor pode transformar animar e modificar um ambiente. Todos nós reagimos à cor, e atualmente, é possível levá-la a todas as áreas da vida pelo uso de matérias, tecidos e tintas. O uso de uma ou várias cores no ambiente pode alterar a comunicação, as atitudes e a aparência das pessoas presentes; a cor pode acalmar e reduzir o estresse, a violência ou aumentar a vitalidade e a energia. Pesquisas demonstram que quando uma pessoa vê uma cor da qual gosta, todo seu sistema orgânico fica relaxado. Ela muda o seu modo de ver as coisas e torna-se mais otimista - vendo a vida de modo diferente. Vou lhes auxiliar na escolha das cores, suas combinações e aplicações nos ambientes, com objetivo de buscar melhor qualidade de vida, não pretendendo ditar regras e muito menos limitar o uso das mesmas. O Que é Cor? Cor é a sensação provocada pela ação da luz sobre a visão. Existem dois tipos de estímulos que causam as sensações cromáticas: cor-luz e cor-pigmento. Cor Luz Cor-Luz é traduzida pela luz solar, que reúne todos os matizes existentes na natureza. As três cores primárias são o Verde, o Violeta e o Vermelho, que ao se unirem resulta na luz branca. Cor Pigmento A Cor-pigmento é a substância material que absorve refrata e reflete os raios luminosos. As três cores primárias são o azul cyan, o amarelo e o magenta. A união destas três cores resulta no cinza-neutro. A Influência da Luz Como já falamos anteriormente, a cor está diretamente ligada à luz, portanto o tipo de iluminação é muito importante para a percepção da cor. A luz solar possui todos os matizes existentes na natureza, portanto é a luz ideal para observarmos a cor real. Quando falamos em ambientes internos, precisamos recorrer à iluminação artificial. Existem basicamente três tipos de iluminação artificial: a incandescente, a fluorescente e a descarga de alta densidade, sendo que esta última é comumente utilizada para iluminação pública. A)-Lâmpada incandescente A luz irradiada por ela vem, na sua maior parte, da faixa vermelha no espectro, portanto há um aumento na densidade das cores, tornando-as amereladas. Este tipo de iluminação carece de violeta e azul e a energia liberada vem, sobretudo, de radiação infravermelha. B)-Lâmpada fluorescente A luz é gerada por mecanismos não-térmicos que podem conter substâncias que produzem
vários tipos de iluminação, mas num espectro distorcido que emite apenas uma parcela do espectro total e carece do vermelho e do violeta-azulado. Neste tipo de iluminação as pessoas tendem a ficar mais pálidas que o normal. É bastante utilizada em escolas, escritórios e fábricas. Sendo assim, ao escolher cores para nossos ambientes, devemos ter em mente o tipo de iluminação a ser utilizado. Por exemplo, a cor azul, vista à luz do sol, parecerá muito diferente do mesmo azul visto num ambiente com iluminação incandescente ou fluorescente. Harmonia das cores Cores Quentes Vermelho e amarelo e as demais cores em que predominem. Cores Frias Azul e verde e demais cores em que predominem. Intensidade Cor + branco Tom / Valor Cor + cinza Sombra Cor + preto Matiz Matiz é a máxima intensidade da cor; é a própria cor, bem como a variação de tonalidade obtida pela mistura de duas cores em sua máxima intensidade, sem mistura de pigmentos pretos ou brancos, formando novas cores. Cores Neutras Combinação entres pretos, brancos e cinzas. Cores Análogas Combinações entre uma cor primária e uma secundária, que sejam vizinhas no círculo cromático. São análogas, por exemplo, amarelo, amarelo-verde e verde. Cores Complementares São aquelas cuja mistura produz o cinza-neutro: Vermelho + Azul esverdeado Amarelo + Anil Azul + Laranja Cores Secundárias Cores formadas por duas cores primárias na mesma proporção. Verde (azul + amarelo) Laranja (vermelho + amarelo) Azul-violeta (vermelho + azul) Cores Terciárias Intermediárias entre uma cor secundária e qualquer das duas primárias que lhe deu origem. Violeta (magenta + azul) Azul (cyan + azul-violeta) Verde - azulado (cyan + verde) Amarelo esverdeado (amarelo + verde) Laranja (amarelo + vermelho) Vermelho-violeta
SPASSU da Elegância
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Casos e Causos
Juro que é verdade por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE CXI
Mesmo assim ele foi educado com a moça, embora extremamente formal, deixando
O finado e saudoso Bauna foi vereador por diversas vezes, era um homem
claro seu desinteresse. Tomou vários uísques, mas não saiu uma só vez do lugar
simples, mas tinha um raciocínio rapidíssimo, com frases engraçadas e
para dançar. Em determinada hora a garota percebeu que ele não TAVA A FIM, e se
picantes. Uma vez, dois vereadores, que eram seus adversários, discutiram feio na
despediu. Como por encanto ele ficou animado e foi dançar no salão. Quando voltou
Câmara Municipal. Um chamou o outro de SEM VERGONHA e FALSO, e o outro
pra mesa, encontrou a cunhada indignada, e ela disse: QUE PAPELÃO....TROUXE
respondeu que o colega era DESONESTO e COVARDE.
UMA MOÇA FINA E INTELIGENTE, E VOCÊ NEM AI.....ELA É SUPERLEGAL...E
A sessão chegou a ser suspensa por causa da briga, e quando um outro vereador
ALÉM DO MAIS ......VIRGEM.
disse a Bauna que os dois exageraram nas suas falas, ele respondeu: EU NÃO
Dai ele respondeu: E SE DEPENDER DE MIM.... VAI CONTINUAR.
GOSTO DOS DOIS.....MAS O QUE É JUSTO É JUSTO.... OS DOIS DISSERAM A VERDADE.
JURO QUE É VERDADE CXIV Nas décadas de 60 e 70, o Colégio Casper Líbero ( na época, Ginásio) tinha um
JURO QUE É VERDADE CXII
professor de Matemática que era muito querido entre os alunos. Era o professor
Ano passado fui a um churrasco na represa na casa do meu sobrinho João. Che-
MAURANO, que tinha um jipe verde com capota de metal.......... sempre andando
gando lá vi que não tinha ninguém, liguei pra ele, e fui informado que a lancha havia
devagar. Aos alunos ele sempre dizia que o motorista tinha que ser cuidadoso e
quebrado e eles estavam rebocando a mesma e iriam demorar um pouco. Procurei
não devia correr. Numa manhã, após as aulas, o
um lugar de sombra pra sentar e ler enquanto esperava. Vi uma árvore na divisa
professor viu um aluno voltando pra casa à pé, parou o jipe e perguntou se ele que-
do condomínio e fui pra lá, pois parecia um bom lugar. De repente ....afundei. toda
ria carona. O estudante respondeu: NÃO PROFESSOR....EU TÔ COM PRESSA....
minha perna até o joelho. Cai numa fossa. Nadei 40 minutos na represa para me
VOU A PÉ MESMO.
sentir limpo. Quando contei para eles....e mostrei o local, disseram: É BOM SABER O LUGAR DA FOSSA. Me senti um desbravador...de merda.
JURO QUE É VERDADE CXV O João e o Alexandre estavam numa churrascaria, tipo rodízio, e tiveram oportunidade
JURO QUE É VERDADE CXIII
de assistir uma das mais sensíveis e brilhantes manifestações pragmáticas de psicologia
O M Junior estava solteiro e sem namorada, mas mesmo assim estranhou quando
infantil. Eles já estavam lá, quando na mesa ao lado sentou-se um casal super distinto
sua cunhada insistiu muito para que ele fosse passar uma noite de carnaval num
com o filho de uns 4 ou 5 anos. O rodízio estava sendo servido quando o menininho
clube de Piracaia. Mesmo assim ele foi, e ao chegar à mesa da cunhada, descobriu
começou a chorar fazendo manha. O garçom que servia a mesa olhou para o garoto,
que ela estava tentando arrumar uma namorada pra ele. A escolhida (pela cunhada)
exibiu o facão e disse simpaticamente: SE VOCÊ NÃO PARAR DE CHORAR O TIO
lhe foi apresentada, mas ele não ficou nada animado. Afinal, como dizem, o amor
VAI CORTAR SEU SACO E SEU PINTINHO E ASSAR NA CHAPA.
é QUÍMICA e não MATEMÁTICA
O casal ficou estupefato... mas o menino parou imediatamente de chorar.
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veículos eículos
2º
veículos
Caderno
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Motos do Projeto Rushmore ganham em tecnologia e conforto, mas preservam o carisma da marca Harley-Davidson por Eduardo Rocha/Auto Press
Mais importante que o tamanho da motocicleta é o prazer que ela proporciona. No caso da Harley-Davidson, porém, além de promover divertimento, há ainda o objetivo de satisfazer os “fetiches” grandiloquentes que costumam acompanhar seus modelos. Tradicionalmente, a marca norte-americana produz motocicletas potentes, imponentes e muito, muito vistosas. Mas além desses valores, há hoje uma grande exigência de tecnologia. E a Harley decidiu responder a isso com o Projeto Rushmore, para o embarque de novos recursos eletrônicos na linha. Por enquanto, apenas quatro modelos da categoria Touring passaram pelo projeto: as “leves” Road King Classic e Street Glide e as “pesadas” Ultra Limited e CVO Limited – essa última, uma fora-de-série que terá apenas 30 unidades trazidas para o Brasil. Para apresentar o resultado da evolução obtida pelo Projeto Rushmore, a Harley escolheu os modelos Street Glide e Ultra Limited, uma de cada envergadura – pesam, respectivamente, 355 kg e 395 kg a seco. As duas, e também a Road King Classic, usam o motor Twin Cam 103 High Output – número que representa o volume de 1.700 cc em polegadas cúbicas –, com dois cilindros em “V”. Na “reengenharia” feita, o coletor de admissão foi alterado para aumentar o fluxo de ar em baixos giros. Isso melhora a capacidade de fazer retomadas sem ter de recorrer a reduções de marcha. Na Ultra Limited, o propulsor recebe um sistema duplo de refrigeração e, por isso, ganha o sobrenome Twin Cooler. A Harley adotou um novo cabeçote refrigerado a líquido, enquanto manteve a refrigeração a ar e óleo no bloco do motor. Dessa forma, pôde ganhar alguma eficiência mecânica sem agredir o visual típico dos modelos da marca, que têm o bloco caracterizado pelas aletas de refrigeração desde o primeiro protótipo, em 1903. Este mesmo sistema Twin Cooler é aplicado à CVO – sigla para Custom Vehicle Operations. Só que o modelo recebe o maior motor já produzido pela marca, o Twin Cam 110, com 1.800 cc. Tradicionalmente, a Harley não divulga a potência de suas motos. Alega que não importa tanto em seus modelos a rapidez com que a energia do motor se converte em velocidade – função da potência. Interessa à marca a força e a disposição de seus produtos em acelerações e retomadas, medida pelo torque. Pode-se avaliar, no entanto, que os propulsores gerem entre 100 e 120 cv. O torque, esse oficial, fica em 14,4 kgfm a 3.500 giros na Road King Classic e na Street Glide, 14,3 kgfm na Ultra Limited e em 15,7 kgfm na CVO – ambas a 3.750 rpm. Regimes de rotação de torque máximo bastante baixos para uma moto. Mais que ganhar potência ou torque, o Projeto Rushmore focou no aumento da eficiência. Para isso, trabalhou para melhorar a aerodinâmica das motos e ampliar o conforto dos ocupantes. Tanto que aproveitou a ocasião para desenvolver também casacos de couro especiais, como o Triple Vent – afinal, a boutique responde por nada menos que 20% do faturamento da empresa. Esta jaqueta tem três aberturas laterais pensadas para refrescar os ocupantes aproveitando os fluxos de ar gerados pelas novas carenagens, batizadas de badwing – asa de morcego. Segundo a marca, o novo desenho da frente da moto reduz em até 20% a turbulência para piloto e garupa. Outro recurso desenvolvido no Projeto Rushmore foi o sistema Reflex, que distribui a pressão de frenagem de forma combinada entre as rodas dianteira e traseira – 70% na frente, 30% atrás. Mais dois: telescópico dianteiro ganhou bitola maior e faróis agora são em led na Ultra e na CVO e com dupla parábola nas outras duas. Mas onde a tecnologia fica mais explícita é no sistema multimídia, designado de Infotainment pela marca por incluir o computador de bordo. Na Road Kind e na Street Glide, o sistema consiste em uma tela de 4,3 polegadas, som com 25 w RMS por canal e conexão Bluetooth e por USB. Nas maiores, a tela vira touch, cresce para 6,5 polegadas e entra o sistema de navegação. No mundo, as Touring representam 35% das vendas da Harley, enquanto no Brasil esta média cai para 25%. Isso quer dizer que
os modelos do Projeto Rushmore devem alcançar 2 mil unidades em 2014 – a seguir a previsão dos executivos da empresa, de repetir as 8 mil vendas de 2013. Com este volume, o Brasil deve se manter também como o sexto maior mercado da marca no mundo. E são números bem expressivos, se for levado em conta que a Road King Classic custa R$ 62.900, enquanto a Street Glide sai por R$ 69.900. Depois há um salto para a Ultra Limited, que fica em R$ 81.900 e depois de um abismo se chega à exclusivíssima CVO, que tem preço estipulado em estratosféricos R$ 139.900.
Impressões ao pilotar
Gramado-Bento Gonçalves/RS – A Harley-Davidson disponibilizou três dezenas de exemplares, entre Street Glide e Ultra Limited, para um longo test-ride em meio à Serra Gaúcha. A ideia era aproveitar as estradas da região – que são boas, mas não excepcionais – para experimentar em condiçòes reais e brasileiras as motocicletas da marca reinventadas pelo Projeto Rushmore. No caminho, cidades pequenas, trechos repletos de curvas, quebra-molas e até calçamento de pedra – sempre com direito a batedores da Polícia do Exército. Em todas as situações, tanto a Street Glide quanto a Ultra Limited se saíram bem. Na maior parte das vezes, uma motocicleta com o porte das Touring da Harley é mais problemática de controlar parada do que andando. A intimidade criada nos dois dias de test-ride, conforme os quilômetros iam passando, naturalmente gerou uma relação mais relaxada e confiante entre pilotos e máquinas. Isso permitiu explorar melhor a boa dinâmica do modelo. Em movimento, os mais de 350 kg da moto se equilibram sem qualquer esforço. Os fluxos são bem-dirigidos e aliviam bastante a pressão do ar sobre o piloto. A brutal força dos motores de 1.700 cc facilitam muito a vida rodoviária, pois reduz muito a necessidade de trocas de marcha. Em velocidade de cruzeiro, isso nem é um problema. O câmbio é, de fato, um tanto duro, mas não é desagradável de usar. A maior dificuldade era em encontrar o ponto morto, que fico em um intervalo muito pequeno entre a 1ª e a 2ª marchas. Entre o dois modelos, certamente a Street Glide é a mais dócil. Além de ter 40 kg a mais, a Ultra Limited tem um centro de gravidade bem mais alto, por conta dos baús maiores e do assento/poltrona designado para o garupa – que tem direito até a descanso-de-braço. Por outro lado, oferece maior comodidade, tanto pela carenagem maior, que controla melhor o fluxo aerodinâmico, quanto pelos recursos adicionais no sistema de Infotainment, como tela touch e GPS. O sistema de som, nos dois casos, é fácil de controlar e de boa qualidade. Nos punhos, inclusive, há mais de uma dúzia de controles. Qualquer uma das duas é capaz de proporcionar uma viagem tranquila e confortável. Acaba se tornando, como gostam de salientar os executivos da marca, uma fonte de boas experiências.
Ficha técnica
Harley-Davidson Ultra Limited Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.690 cm³, dois cilindros em V, duas válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote e refrigeração mista, a ar no bloco do motor e a líquido no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: Não divulgada. Torque máximo: 14,3 kgfm a 3.750 rpm. Diâmetro e curso: 98,4 mm X 111,1 mm. Taxa de compressão: 10,0:1. Suspensão: Dianteira com garfo telescópico e mola helicoidal. Traseira com monoamortecedor e mola helicoidal. Pneus: 130/80 R17 na frente e 180/65 R16 atrás. Freios: Dianteiro e traseiro com disco duplo com quatro pistões com ABS e sistema Reflex, de frenagem combinada. Dimensões: 2,60 metros de comprimento total, 0,97 m de largura, 1,45 m de altura, 1,62 m de distância entre-eixos e 0,74 m de altura do assento. Peso a seco: 397 kg. Tanque do combustível: 22,7 litros.
Produção: Manaus, Brasil. Lançamento mundial: 2013. Equipamentos de série: Bagageiros laterais e traseiro, sistema multimídia com tela de 6,5 polegadas, sistema de som com entrada USB e 25 w RMS, GPS, computador de bordo, controle de cruzeiro e conexão Bluetooth para telefonia. Preço: R$ 81.900.
Ficha técnica
Harley-Davidson Street Glide Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.690 cm³, dois cilindros em V, duas válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote e refrigerado a ar. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: Não divulgada. Torque máximo: 14,4 kgfm a 3.500 rpm. Diâmetro e curso: 98,4 mm X 111,1 mm. Taxa de compressão: 9,7:1.
Suspensão: Dianteira com garfo telescópico e mola helicoidal. Traseira com monoamortecedor e mola helicoidal. Pneus: 130/70 R18 na frente e 180/65 R16 atrás. Freios: Dianteiro e traseiro com disco duplo com quatro pistões com ABS e sistema Reflex, de frenagem combinada. Dimensões: 2,45 metros de comprimento total, 0,97 m de largura, 1,45 m de altura, 1,62 m de distância entre-eixos e 0,69 m de altura do assento. Peso a seco: 355 kg. Tanque do combustível: 22,7 litros. Produção: Manaus, Brasil. Lançamento mundial: 2013. Equipamentos de série: Bagageiros laterais, sistema multimídia com tela de 4,3 polegadas, sistema de som com entrada USB e 25 w RMS, computador de bordo, controle de cruzeiro e conexão Bluetooth para telefonia. Preço: R$ 69.900. Fotos: Eduardo Rocha/CZN
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Notícias
automotivas por Augusto Paladino/autopress
Substân- Carne de cia de pH novilho elevado Origem do (Quím.) malte
Canção; cantiga
Que se ofende com facilidade Nordeste (abrev.) Lugar ermo
A doença adquirida por contato sexual
Pai da Medicina Tropical no Brasil
O Islã, no Paquistão Móvel de bares
Assim, em espanhol Dinheiro (gíria)
Meio para drenar terreno alagado
Prata (símbolo) Fatalidade a que se supõe estar sujeito Molhado com gotículas Richard (?), ator de “Sempre ao Seu Lado”
Diz-se da linha isolada ao fim da página O “eu” oblíquo 1.055, em romanos
Especialista em topologia de montanhas
A empresa que lança ações na Bolsa
Frentes de navios Primeira capital fixa do Japão, na ilha de Honshu
Apagar; esvanecer
Eric Faria, jornalista brasileiro Apelido de “Eliane” Eduardo (?), político Exprime surpresa Sigla da aspirina
(?) France: fundiu-se com a KLM em 2003 Popularizou o videogame (anos 70)
Primeira letra que se aprende na escola Avareza; mesquinhez Açude cearense formado pelo rio Jaguaribe
BANCO
Seu núcleo chega a 15 milhões de graus
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Jogos que você já conhece em um
NOVO formato Acabamento em Espiral
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Capa Dura
Hyundai Intrado
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de 75 jogos
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Solução R E L I G I Ã O O F I C I A L
Luxo rápido – A nova linha do Bentley Continental GT Speed será apresentada no início de março, no Salão de Genebra. O cupê continuará com o motor de W12 6.0 biturbo, mas passará a gerar 635 cv – 10 cv a mais que o modelo atual – e 83,5 kgfm de
Tigre de bengala – A Triumph convoca os proprietários de 444 motocicletas Explorer e Explorer XC para substituição do Módulo de Controle Eletrônico – ECM. A fabricante inglesa constatou que a interferência elétrica do sensor de posição do acelerador induz a peça a entrar em rotina de desligamento do motor e ocasionar quedas e outros perigos aos condutores. O chamado envolve 419 unidades da Tiger Explorer, fabricadas entre 2011 e 2013, e 25 unidades da Explorer XC produzidas ano passado. O telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor da Triumph é 0800 727 2025.
Criado em 2008, pode ser usado para controAnemia (?), le cambial (BR) caracteriza-se pela alteração anatômica da hemácia
V T I F OR M T I V E E A S L A A A D E O R F M L V I F A D M O E L I L P U I A T A R E Z A S S O
Sem folia – A média dos primeiros 24 dias de fevereiro mostra que o segundo mês do ano pode ter seu pior resultado de vendas desde 2010. Foram comercializados apenas 185.802 carros e comerciais leves, uma média de 11.612 unidades diárias – contra 13.624 emplacados por dia em janeiro –, péssimo resultado ainda mais se tratando de um mês que não teve o feriado de Carnaval. Um dos motivos pode ter sido a antecipação da compra de carros em janeiro. Com receio dos reajustes de preços em função do aumento do IPI e da obrigatoriedade de airbags e freios ABS, várias pessoas aproveitaram os estoques de 2013 que ainda estavam nas lojas nos primeiros dias do ano.
Liga mais leve – A presença da fibra de carbono no mercado automotivo tende a aumentar ainda mais nos próximos anos. A BMW confirmou nesta semana que planeja oferecer rodas confeccionadas com o material pelo menos até 2016. A marca alemã não chega a detalhar seus planos, mas adianta que as peças terão raios de liga leve e aros totalmente compostos pela fibra. A decisão da empresa se dá por se tratarem de peças mais resistentes e até 35% mais leves que as convencionais de alumínio. A expectativa é colocá-las no mercado inicialmente nos modelos ecológicos da linha “i”.
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B A L C S C E E V V A L E D I N A E O R R R E O A S G A AR A F I N O R O
Licença para leiloar – Um israelense fanático pelos filmes da série “007”, sobre o agente secreto James Bond, investiu parte de sua fortuna na compra de carros utilizados em alguns dos longas. Mas agora, o milionário quer leiloar todos os 59 automóveis, além de motos, barcos e até um tanque de sua coleção. E com a condição de que sejam todos adquiridos em um único lote, que está avaliado em quase 25 milhões de euros, o equivalente a R$ 80 milhões. Entre as peças estão o Aston Martin Vanquish de “Um Novo Dia Para Morrer”, o Lotus Esprit de “O Espião Que Me Amava” e os mais recentes Audi A5 e Land Rover Defender usados em “Skyfall”.
Passou fácil – A National Highway Traffic Safety Administration –NHTSA –, que regulamenta a segurança dos veículos nos Estados Unidos, deu classificação geral de quatro estrelas ao novo Jeep Cherokee nos últimos testes de colisão. O SUV ganhou quatro estrelas em impacto frontal e capotamento, além de cinco na avaliação de impacto lateral. No último ano, o Cherokee já havia sido avaliado com nota máxima nos testes da Euro NCAP, entidade responsável por avaliar os níveis de segurança dos carros que são – ou que serão – vendidos na Europa. O novo modelo, com o visual polêmico, será vendido no Brasil a partir do meio do ano.
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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F S U N D S O S O B G E P R A N M O
Cara do futuro – A Hyundai apresenta nos próximos dias o conceito que antecipa sua nova identidade visual. Batizado de Intrado, o conceito combina o porte e a robustez de um SUV com as linhas de um cupê. Construído sobre um chassi de plástico reforçado por fibra de carbono, sua estrutura é 70% mais leve que um similar de aço, tem o dobro da rigidez torcional e custa algumas vezes mais. Sob o capô, o carro guarda um motor elétrico responsável por mover as rodas dianteiras. A bateria de íons de lítio, que alimenta o propulsor, fica instalada sob os bancos dianteiros, enquanto os cilindros de hidrogênio comprimido ocupam um compartimento debaixo do assento traseiro e do porta-malas. A Hyundai não divulgou a autonomia e a potência do conjunto.
torque. A configuração faz o carro atingir máxima de 332 km/h – ou 327 km/h, se for a versão conversível. O carro traz ainda a carroceria rebaixada e suspensão mais firme, além de pequenos retoques na traseira, nas grades dianteiras e saias laterais. A Bentley apresenta também uma nova cor para o Continental GT Speed e mais opções de revestimento para os bancos.
3/así. 4/órfã. 5/atari — delir. 8/mofineza — soledade.
Ressureição – A Fiat vai dar uma sobrevida ao seu sedã Linea. A partir de abril, a marca italiana irá colocar nas concessionárias um modelo reestilizado. As mudanças começam na grade dianteira, que agora ganhou três lâminas cromadas. Os para-choques foram redesenhados e destacam as luzes de neblina. Atrás, a tampa do porta-malas, totalmente mudada, ganhou placa integrada e um friso cromado com o nome do carro. Completa o visual traseiro o para-choque com a parte inferior central na cor preta.
veículos eículos
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Fino trato por AUGUSTO PALADINO/autopress
Três edições
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limitadas da Aston Martin vão ser apresentadas no Salão de Genebra, no início de março. O modelo V8 Vantage faz parte da série N430, oferecida como cupê e conversível, e chega com motor V8 de 4,7 litros com 436 cv. O carro tem rodas de alumínio forjado em tom grafite, grade e máscara dos faróis em preto e, como opção, detalhes em cor contrastante inspirados nos do conceito CC100 Speedster e em versões de corrida do passado. Para o DB9, as edições chamam- se Carbon Black e Carbon White, com motor V12 de 6.0 litros de 517 cv e itens de fibra de carbono nas cores preta e branca de carroceria.
Aston Martin V8 Vantage N430
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Toyota Etios Cross carrega na estética aventureira, mas passa longe do papel de off-road por Márcio Maio/Auto Press
Diversas marcas apostam no nicho de compactos aventureiros. São automóveis pequenos e sem real habilidade “off-road”, que recorrem à estética lameira para cativar o público que vive uma rotineira realidade urbana, mas adora se imaginar desbravando picadas e atoleiros. Esse aparente “descasamento” entre os atributos reais de um veículo e os aspectos emocionais que ele evoca forma o que os profissionais de marketing gostam de chamar de “aspiracional”. Assim, aquilo que um carro realmente é pode importar menos que a percepção que ele transmite a quem o vê. Disposta a aumentar as vendas de sua linha compacta, a Toyota decidiu investir nesse segmento com o Etios Cross, lançado em novembro pela fabricante japonesa com a roupagem lameira incorporada. A versão Cross tem como base a “top” XLS do hatch “convencional”. Mas o exterior mais rústico do novo modelo até beneficiou o visual do Etios – que, por sinal, sofreu críticas na época do lançamento. A grade dianteira tem entrada de ar mais larga em função da abertura mais alta e seu para-choque é maior e robusto, na cor preto fosco, com protetores e em tom prata, também sem brilho e mesma cor usada nas molduras que envolvem as luzes de neblina. Os apliques plásticos, na verdade, circundam todo o carro, dando um perfil mais bruto. As setas nessa versão migraram para os espelhos retrovisores, que mesclam o preto fosco com a cor da carroceria. Já o teto ganhou barras longitudinais na cor prata. Outro aspecto criticado quando o Etios foi lançado foi o acabamento interno. Tanto que a própria fabricante descobriu que 45% dos possíveis compradores desistiam do negócio em função dessa questão. O dado observado em pesquisas fez a marca promover, já em 2013, uma mudança significativa no interior da linha 2014, que chegou ao mercado em setembro do ano passado. E o interior da versão Cross acompanha as características que marcaram essa transformação, com acabamentos em preto brilhante combinados com alguns detalhes em prata nas maçanetas, nos botões de comando do ar-condicionado e na manopla do câmbio. O painel continua centralizado e os bancos cinzentos ganham costura branca e bordado em alto revelo com o nome da versão nos encostos dianteiros. O som tem comandos no volante – que tem traço esportivo e acabamento em couro –, mas integra apenas rádio AM/ FM, CD player e entrada USB, sem conexão via Bluetooth. Sob o capô, o carro traz o mesmo motor utilizado nas versões sedã e de topo do Etios hatch. O 1.5 litro 16V Flex atinge 96,5 cv e 13,9 kgfm de torque a 3.100 rpm com etanol. Com preço que começa em R$ 46.790, há uma única opção de câmbio, manual de cinco marchas, comum a toda a linha. Uma combinação eficiente, mas que oferece menos potência que rivais com preços próximos. Por R$ 48.350 é possível levar para casa um Gol Rallye com câmbio manual e unidade de força 1.6 litro capaz de gerar 104 cavalos. Um pouco acima, a partir de R$ 49.325, fica o Hyundai HB20X, que também carrega um propulsor 1.6 litro, mas entrega 128 cv. Quem prefere gastar menos pode optar pelo Renault Sandero Stepway, que tem versão com câmbio manual e motor 1.6 litro 8V de 106 cv por R$ 44.790. Mas, independentemente da motorização, no mundinho de aparências dos “off-roads covers”, o verdadeiro trunfo do Etios Cross está mesmo no emblema da Toyota que ostenta.
Ponto a ponto
Desempenho – Esse é o ponto mais surpreendente do modelo. O motor é o conhecido 1.5 litro 16V Flex que já
equipa o sedã e as versões de topo XS e XLS do hatch “convencional”. E move o carro com tamanha agilidade que faz o motorista duvidar dos 96,5 cv que atinge no papel. Como o peso do Cross fica em apenas 985 kg, o motor “sobra” e move o carro com destreza, sem a necessidade de “esgoelar-se”. Nota 9. Estabilidade – Apesar do visual “metido” a aventureiro, a suspensão utilizada é a mesma do hatch “convencional”. Ou seja, as características “off road” do carro se limitam à estética. Com isso, o Etios Cross se mostra firme e equilibrado nas curvas. Somente em velocidades muito altas a frente do carro faz menção de flutuar ligeiramente. Nota 7. Interatividade – Para um carro que ultrapassa os R$ 46 mil, fica difícil aceitar a falta de ajustes de altura no banco do motorista. O painel de instrumentos centralizado é de péssima visualização, além de seu design lembrar bastante as velhas balanças de feira. De bom, destacam-se a direção elétrica leve e precisa, o câmbio com trocas de marchas suaves e engates precisos e o ajuste elétrico de retrovisores. Nota 6.
Consumo – De acordo com dados do InMetro, o Etios Cross acusou um consumo de 8,5 km/l na cidade e 8,9 km/l na estrada, com etanol. Já com tanque abastecido com gasolina, o carro marcou 12,4 km/l em perímetro urbano e 13,4 km/l em tráfego rodoviário. Com esse resultado, ganhou classificação “A” em sua categoria e “B” no geral. Nota 8. Conforto – Por se tratar de um compacto, o espaço interno garantido pelo entre-eixos de 2,46 metros – o mesmo do rival Gol Rallye – é razoável. A suspensão absorve bem os impactos em trânsito urbano. Já nos terrenos acidentados, as “sacolejadas” chegam a incomodar quem está na cabine. Nota 7. Tecnologia – O Etios é montado em uma plataforma criada especialmente para o carro em 2010. Mas, anacronicamente, faltam recursos como conexão via Bluetooth para o rádio, computador de bordo que calcule ao menos o consumo e a autonomia de combustível e vidros “onetouch”. Nota 6. Habitabilidade – Não existem muitos porta-objetos na cabine. O porta-luvas até é espaçoso, mas sua abertura su-
perior dificulta o uso do motorista. O porta-malas de 270 litros fica na média do segmento. Nota 7. Acabamento – O Etios Cross tem em seu painel alguns elementos de desequilíbrio. Como, por exemplo, a disposição das saídas de ar-condicionado. Uma fica localizada ao lado esquerdo e, em função do estranho painel de instrumentos centralizado, três estão à direita. O padrão geral de revestimento evoluiu, se comparado ao usado antes da mudança na linha 2014 do Etios. Agora, o painel central é revestido em plástico preto brilhante, que cria uma atmosfera mais moderna para o carro. Nota 8. Design – O visual do Etios pode até ser controverso, mas sua versão Cross tem um apelo estético maior. Sua grade é mais alta e o para-choque ficou mais robusto, sempre na cor preto fosco com protetores pratas. A luz de seta foi para os retrovisores e um modelo exclusivo de rodas de liga leve em tom preto e prata com raios mais largos dá um toque esportivo à versão. O carro traz ainda barras longitudinais em tom prata no teto, capazes de transportar Fotos: Luiza Dantas/Carta Z Notícias
veículos eículos até 50 kg. Nota 7. Custo/benefício – O Etios Cross impressiona no desempenho, mas deixa a desejar demais na interatividade e na tecnologia para um carro que parte de R$ 46.790. Versões semelhantes rivais como Volkswagen Gol Rallye e Hyundai HB20X, que custam R$ 48.350 e R$ 49.325, por exemplo, oferecem mais recursos. Nota 5. Total – O Toyota Etios Cross somou 70 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Já na hora de se preparar para colocar o Etios Cross em movimento, a falta de ajuste de regulagem de altura do banco deixa evidente que a preocupação com o conforto do motorista não chegou a ser prioridade na hora de idealizar o carro. Até a regulagem do volante deixa a desejar, fazendo com que a busca por uma posição adequada seja mais complicada para motoristas com estatura alta. Outro detalhe que incomoda é o painel centralizado. Com essa localização e marcadores analógicos, controlar a velocidade do carro torna-se uma tarefa que tira a atenção ao trânsito e, em consequência, compromete a segurança do percurso. A situação piora ainda mais quando se tenta conferir a quantidade de combustível que se encontra no tanque. O marcador, cujo visor tem tamanho menor que uma caixa de fósforos, se encontra mal instalado, longe da visão do motorista. E com a ausência de um computador de bordo que informe médias de consumo e autonomia de combustível, fica difícil ignorar por muito tempo essa função. Ficar de olho na velocidade, aliás, é algo que facilmente acontece nessa versão. Equipada com motor 1.5 litro 16V de 96,5 cv, o carro impressiona ao rodar, tanto em cidade quanto em trechos de tráfego rodoviário. O propulsor responde bem às solicitações do acelerador e esbanja força. Seu torque máximo de 13,9 kgfm fica disponível a 3.100 rpm, mas antes disso o hatch já esbanja agilidade e eficiência. A suspensão se mostra firme mesmo diante dos buracos das ruas mal conservadas brasileiras. Nota-se uma pequena rolagem da carroceria nas curvas feitas em velocidade elevada, mas nada que transmita insegurança ao carro. Que,
Jornal do Meio 737 Sexta 28 • Março • 2014 por sinal, conquistou quatro estrelas no teste de colisão do Latin NCAP.
Ficha técnica
Toyota Etios Cross Motor: 1.5 litro a gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.496 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro e duplo comando no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 92 cv com gasolina e 96,5 cv com etanol a 5.600 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,1 segundos. Velocidade máxima: NI. Torque máximo: 13,9 kgfm com gasolina e etanol a 3.100 rpm. Diâmetro e curso: 75 mm X 84,7 mm. Taxa de compressão: 12,1:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade. Pneus: 185/60 R15. Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás com ABS. Carroceria: Hatch monobloco com quatro portas e cinco lugares com 3,90
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m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,55 m de altura e 2,46 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais. Peso: 985 kg em ordem de marcha. Capacidade do porta-malas: 270 litros. Tanque de combustível: 45 litros. Produção: Sorocaba, Brasil. Lançamento: 2013. Itens de série: Airbags frontais, freios ABS, direção elétrica, ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros e traseiros, travas elétricas, desembaçador traseiro, rádio CD/MP3/USB, alarme perimétrico, faróis de neblina dianteiros e rodas de liga leve de 15 polegadas exclusivas. Preço: R$ 46.790.
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