740 Edição 18.04.2014

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Braganรงa Paulista

Sexta 18 Abril 2014

Nยบ 740 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 740 Sexta 18 • Abril • 2014

Páscoa! por Mons. Giovanni Baresse

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

Vocês devem estar sem-

que faz parte da Tradição da

dez. Marcas do Seu sofrimento.

e na sua Igreja para viver com

pre prontos para dar as

Igreja, de sua vida vivida ao

Marcas que se repetem em

fidelidade a escolha de sermos

razões de sua esperança!

longo dos séculos, celebrar a

nossos dias. Uma sepultura. De

cristãos. De termos assumido

(1 Pedro 3,15). Esta afirmação

Quaresma e, nela, a Semana

outros. Apressada. Igual a de

o compromisso de continuar a

de São Pedro é uma das provo-

Santa. O recordar, o fazer

tanta gente sem nome. Tudo

missão do Senhor: o anúncio da

cações mais instigantes ao tes-

memória dos passos sofridos

isto seria somente uma grande

Boa Nova. A verdade da pater-

temunho de vida que a Sagrada

do Cristo (os Dele inocentes)

tragédia. Revivida a cada ano.

nidade divina sobre todos. A

Escritura nos apresenta. Pedro

nos leva a perceber os passos

Se não houvesse a certeza da

afirmação da vontade de Deus

chama ao testemunho compe-

sofridos de todos os seres hu-

Ressurreição. Nós recordamos

para que sejamos filhos e filhas.

tente, continuado, entusiasta e

manos (os nossos ocasionados

o caminhar sofrido do Cristo à

Um dado da fé que nos empurra

cheio de esperança. Podemos

por nossos erros ou erros dos

luz de sua Vitória. Porque o seu

a nunca desanimar. A ser capa-

tes e estar alerta! Vivemos a

imaginar isso no ambiente de

outros). As quedas sob a cruz

caminho é o nosso caminho. E,

zes de enfrentar as estruturas

segunda semana santa sob

perseguição do império romano

(as Dele por nossa causa) nos

se temos certeza que a luz da

de destruição da dignidade

o pastoreio e ministério do

no qual as comunidades cristãs

recordam nossas quedas (as

Vida brilha sobre o aparente

humana. E a proclamar com

Papa Francisco. Em tempo de

viviam. Como viver a fé com o

nossas por nossas fraquezas

absurdo de tantas dores, Nele

toda a força a realeza-serviço

primavera no hemisfério norte.

olhar mergulhado na esperança

e limitações). As cusparadas

ressuscitado encontramos a

do Senhor do Universo. Para

Em tempo pascal. Tempo de

se a realidade era de tortura,

recebidas por Ele recordam as

força para não desanimar e

que a sua glória seja vista na

liberdade e de esperança.

sofrimento, dor, perseguição

cusparadas que damos ou toma-

caminhar na Missão até as úl-

realização do projeto de Amor

Que com ele nós caminhemos

e morte? Sem dúvida a razão

mos (porque Ele só as sofreu).

timas consequências. Páscoa,

de Deus sonhado quando da

para a realização do sonho

estava alicerçada Naquele que

Os xingamentos recebidos por

nós todos sabemos, recorda o

criação do ser humano à sua

de Deus e que, seguindo seu

vencera a tortura da cruz e

Ele são frutos da ignorância e da

caminho de libertação que Deus

imagem e semelhança. A obra

exemplo, nos lembremos da

ressuscitara. Estava vivo. Era

ingratidão. Os sofridos por nós

traça para seu povo escravizado.

da criação continua hoje na

missão de todos nós: conver-

Senhor e Vencedor. Essa é a fé

(ou dados por nós) acumulam as

Porque Deus nos criou livres. Se

luta para restituir a todas as

ter a nós todos, Igreja, para

que a Igreja sempre proclamou.

mesmas causas recheadas dos

recordamos a Páscoa histórica

pessoas o rosto brilhante de

que sejamos portadores da

E que proclama. Fé pela qual a

desejos de vingança, ganância,

de Israel, é porque ela é tipo da

Deus que é Amor. Um rosto

luz do Evangelho a todos os

Igreja viveu e vive! Sem a res-

egoísmo, violência... Houve

nova Páscoa: a libertação do

que está desfigurado por tanta

lugares e a todas as pessoas.

surreição, sem a vitória sobre a

uma Verônica para aliviar sua

pecado, de seus frutos. Sabendo

maldade e injustiça. Um rosto

Que a Páscoa seja Páscoa para

maldade e todas as suas faces

dor. Há Verônicas em nossos

que a última palavra sobre a

que devemos limpar. Para essa

todos: dignidade, liberdade,

não haveria nenhuma esperança

tempos. Capazes de enfrentar

nossa vida é sempre a palavra

missão o Senhor nos convoca.

realização. Como Deus sempre

e nenhum sentido em viver (1

a sanha dos torturadores. Cruz,

da Vida que Deus nos dá, vamos

E seu apóstolo Pedro nos diz

quis e continua querendo!

Coríntios 15, 12ss.). Por isso é

cravos, coroa de espinhos, nu-

encontrando forças no Cristo

que devemos ser competen-

Feliz Páscoa!

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


comportamento

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Contra o Xampu

Grupo prega a substituição de produtos para limpar o cabelo; dermatologistas alertam para o risco de radicalização da proposta

por JULIANA VINES / FOLHAPRESS

“Dê uma olhada na lista de ingredientes de um xampu. Você beberia isso?”, questiona a blogueira americana Jacquelyn Byers, 26, que ficou conhecida como a mulher que não lava o cabelo há cinco anos. “Se você não se sente confortável bebendo xampu, por que o põe na cabeça?” Ela faz coro aos movimentos “no poo” e “low poo” (“não ao xampu” e “pouco xampu”), que prega a lavagem com misturas caseiras livres de certas substâncias que, segundo os adeptos, fazem mal aos fios. A técnica já tem seguidores aqui: um grupo sobre o tema no Facebook reúne mais de 12 mil pessoas. Há mais de um ano, a professora Denise Rangel, 56, trocou o xampu por bicarbonato de sódio e o condicionador por vinagre de maçã. “Meu cabelo voltou a ser o que era antes de eu fazer alisamento, está sem ‘frizz’ e menos rebelde”, diz. O responsável pela má fama do xampu é o lauril éter sulfato de sódio, que retira a olesidade do couro cabeludo, explica Vânia Leite, farmacêutica da Unifesp. Segundo o “no poo”, o composto resseca demais os cabelos, argumento rebatido por Leite. “É preciso remover a oleosidade para limpar. E o xampu não tem só sabão, tem ingredientes que repõem a gordura, como a lanolina”, afirma. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já emitiu parecer afirmando que o lauril éter é seguro. Ainda assim, existem cada vez mais xampus sem a substância no mercado. Para Leite, o lauril éter pode ser irritante para algumas pessoas, mas não é motivo para largar o xampu. “Só deve procurar alternativa quem tem algum sintoma”, diz a dermatologista Meire Gonzaga. Deixar de usar xampu favorece o acúmulo de gordura nos folículos capilares e causa caspa. Foi o caso de Nairobi Chaves, 25, que adotou o “low poo” em janeiro. “Passei a usar sabonete sem sulfato para lavar os cabelos uma vez na semana. Em outro dia, lavava só com condicionador. Depois de duas semanas, deu caspa, ficou horrível”, conta. Nairobi, que agora usa xampu infantil, não chegou a usar o combo bicarbonato de sódio e vinagre, condenado pelo tricologista Luciano Barsanti. “Altera o pH do cabelo, que é ácido. Isso pode levar à queda dos fios”, diz. Para Barsanti, em vez de banir o xampu, o melhor é procurar produtos com pouco corante, pouco perfume e ativos naturais, como óleos de coco ou de girassol. Suzana herculano-houzel

Batuque de Carnaval

Sob o estímulo de sons graves e fortes, o cérebro recebe o sinal de que você está se movendo no ritmo da música. Eu sou daquelas que se escondem no Carnaval e lamentam a perda da liberdade de ir e vir enquanto foliões bloqueiam as ruas, latinhas de cerveja em punho. Mas tem uma coisa do Carnaval que eu adoro: a bateria das escolas de samba. A sensação que se tem da arquibancada bem em frente ao recuo da bateria, que é onde eu estava no domingo, é de que é impossível ficar parado. Em vez de ser considerado apenas ensurdecedor, o som grave e intenso coloca o cérebro quase que em transe. Curiosamente, esse prazer do Carnaval é devido não à audição, mas a seu vizinho de ouvido, tão desprezado: o equilíbrio. O que nos mantém em pé é a habilidade de monitorar a posição da cabeça, graças a sensores vestibulares de movimento situados no labirinto, na mesma caixa óssea nos seus ouvidos que contém a cóclea auditiva. Além de vizinhos, os sensores de som e de posição respondem ao mesmo estímulo: a deformação mecânica de pequenos “cabelinhos” nas células receptoras. Normalmente, as intensidades de som que movimentam os “cabelinhos” dos receptores auditivos não fazem nem cócegas nos receptores vestibulares, que têm outra faixa de sensibilidade. Por isso, no dia-a-dia, quem cuida de sons é a apenas a cóclea, e portanto a audição. Mas tudo muda na frente de uma bateria de escola de samba (ou orquestra, baile funk ou sua rave favorita). Como mostrou Neil Todd, pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido, sons graves (abaixo de 200 Hz) e fortes o suficiente (acima de 90 dB, comparáveis a uma furadeira ou caminhão na estrada), como a levada

dos surdos e caixas, conseguem estimular ambos os tipos de receptores, auditivos e vestibulares. Resultado: o cérebro recebe o sinal de que você está se movendo no ritmo da música. Daí a começar a se mover de fato no ritmo da música, incorporando

a atividade vestibular, é um pulinho. A bateria de fato sacode seu corpo. E ainda é prazerosa ao menos para quem gosta de estimulação vestibular, como balanços e montanhas-russas. Até 90 dB, sons graves mais fortes são apenas

cada vez mais irritantes mas, assim que começam a estimular o sentido vestibular, voltam a ser prazerosos (enquanto os agudos só ficam mais desagradáveis). Por isso não dá para ouvir baticum baixinho. Ou é alto, ou não tem efeito.


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por Shel Almeida

Além do sentido religioso da Páscoa, há ainda o sentido comercial de se presentear as crianças com ovos de chocolate. O que faz esses ovos serem tão especiais para o imaginário infantil é pensar que a entrega é feita pelo Coelhinho da Páscoa, assim como no Natal quem trás os presentes é o Papai Noel. O grande problema é quando os pais querem agradar os filhos e fazer com que a experiência, que deveria ser apenas imaginária, se torne real e na empolgação, adotam um coelho “de verdade”. Coelho é um bichinho lindo e fofinho, mas não é um animal doméstico. Não dá pra criar um coelho achando que é a mesma coisa que se criar um cão ou um gato. Coelho é um animal silvestre e tem hábitos bem diferentes dos animais já acostumados com o convívio humano. “Coelhos não são objetos, não são brinquedos, sentem dor, sentem medo, sentem fome, sentem sede, fazem sujeira. De cem coelhos adotados nessa época do ano, só um vai ser bem cuidado. Se a intenção é que a criança brinque com o bichinho na Páscoa, é mais fácil comprar uma pelúcia”, diz o Médico Veterinário Marcello Scielzo, especialista em animais silvestres, em cirurgia ortopédica e oncologia. “Os coelhos precisam tomar vacinas específicas, mas é difícil encontrar, principalmente em cidades que não têm clínicas especializadas em animais silvestres e exóticos. A expectativa de vida de um coelho é de oito a doze anos. É um animal que procria muito rápido, que solta muito pelo. Se pessoa pensa em presentear os filhos com um coelho, tem que levar tudo isso em consideração”, fala.

segundo Marcello, pra manter o animal em um ambiente assim, é preciso alguns cuidados. “O bom da gaiola é a que a sujeira que ele faz, cai. Como ele fica no chão, é preciso sempre limpar a parte traseira porque, conforme ele vai fazendo as necessidades, o pelo vai ficando sujo, e isso pode causar problemas”, explica. “O pelo dessa parte sempre embaraça, por causa da sujeira, então estou sempre cortando e aparando, até porque é mais higiênico e melhor pra ele. Eu lavo o chão três vezes por dia, porque o cheiro do xixi é muito forte”.

Hábitos

Eventualmente, Vitor Hugo vai até um pet shop para tomar um banho um pouco mais elaborado. Mas para que Ana Cristina encontrasse um que soubesse lidar com coelhos, foi preciso fazer uma pesquisa. “É preciso ter cuidado com as orelhas, não pode entrar água. Pra encontrar um lugar que soubesse lidar com ele, foi preciso procurar. Quase todos me diziam ‘a gente nunca deu banho em coelho, mas podemos tentar’. Eu não ia arriscar. Até que achei um que já tinha cuidado de coelho”, conta. Em relação a alimentação, existe uma ração específica para coelho, que é fácil de achar em pet shops e agro veterinárias. “Além da ração, eu dou frutas, que ele adora, e verduras escuras, como brócolis. Ele está há dois anos comigo e hoje eu sei tudo o que ele gosta e o que ele não gosta, mas levei um ano para aprender. Não é fácil cuidar de um animal. Eu brinco que é mais difícil do que criança, porque a criança cresce, fica adulta e se vira. Os animais não, eles são eternas crianças, sempre serão dependentes. Tem A irmã de Marcello, Ana Cristina Scielzo, que pensar em tudo isso na hora de adotar. tem em casa um coelho de três anos, Vitor O coelho tem necessidade de roer, então Hugo. Ele teve um destino melhor que outros se criar em casa, ele vai roer os móveis, vai animais da espécie porque Ana Cristina se roer fio. Na natureza ele rói árvore, mas empenhou em criar um ambiente agradável quando é domesticado ele vai se adaptar e adequado a ele. “Fazia um ano que uma com o que tiver por perto. Como o Vitor conhecida o tinha adotado, também na Hugo fica no quartinho dele, ele tem uma época de Páscoa. Mas ele cresceu muito, caixas de papelão pra roer. Em casa eu não a gaiola em que ele vivia já estava ficando deixo ele entrar porque solta muito pelo e pequena e ela já não sabia mais o que fazer, porque some, se esconde debaixo da cama, estava querendo dar pra outra pessoa. Como do sofá, vai procurar toca”, fala. eu já tinha vários no sítio, resolvi ficar com Marcello aproveita e alerta sobre a imporele. Mas ele não se adaptou com os outros. tância da posse responsável de animais em geral. “A gente está Ele já era domesticado e tinha perdido muitos Coelhos não são objetos, não falando de coelho porque dos instintos que os ou- são brinquedos, sentem dor, é Páscoa, mas o abandotros, criados livres, ainda sentem medo. Se a intenção no acontece com outros tinham. Aí resolvi criá-lo é que a criança brinque com animais também, em época do ano. dentro de casa”, conta. o bichinho na Páscoa, é mais qualquer Na hora de adotar, tem “O coelho é um animal que pensar em tudo, se que vive fugindo, porque fácil comprar uma pelúcia o tamanho da casa é é presa, a única defesa adequado pro animal, dele é a fuga. Por isso Veterinário Marcello Scielzo se terá disponibilidade vive em tocas, faz túnel. Os que a gente tinha no sítio foram sendo para todos os cuidados necessários, como atacados por gaviões, outros fizeram túnel dar vacina, manter o ambiente limpo e e atravessaram pro terrenos dos vizinhos e adequado para os hábitos dele. No caso de cães, se for de porte grande, não dá pra viver provavelmente foram pra panela. Como viviam na natureza, no habitat natural fechado em apartamento, é preciso espaço, deles, já era esperado que isso acontecesse.”, é preciso levar pra passear. Tem que pensar no lado financeiro também, porque vai ter explica Marcello. Se hoje Ana Cristina cria Vitor Hugo com gastos, com alimentação e com cuidados todo o cuidado e carinho necessários, a ex- veterinários, diz. periência veio depois de alguns transtornos. No caso de gatos, é preciso que a casa seja Os animais que tinha no sítio eram tantos telada e não tenha acesso a rua, e é preciso porque ela adotou um casal sem levar em lembrar que gatos gostam de afiar as unhas. conta que os coelhos se reproduzem mui- E pros animais em geral, é preciso lembrar to rápido. “Em uma semana já nasceram uma coisa muito importante: eles crescem. alguns filhotes. Um mês depois já estavam “O cachorro é lindo até os seis meses. Até na segunda cria. A sorte é que tínhamos o que ele fica maior, a pessoa abandona pra sítio, senão, não sei o que faríamos”, lembra. pegar outro filhote. Animal não é objeto, E mesmo já conhecendo os hábitos da não é brinquedo, pra se dispor dele como espécie, a adaptação de Vitor Hugo exigiu bem entender”, fala Marcello. paciência. “Ele veio pra minha casa e nos Além de todos esses cuidados, se ainda primeiros 15 dias ficou triste, assustado, não assim você pensa em presentear alguém comia, não vinha com a gente. Foi preciso com um coelho ou com outro bichinho, muito carinho até ele se acostumar. Então, lembre-se de se questionar se a pessoa se alguém pensa em adotar um coelho que irá recebê-lo está preparada para achando que vai brincar com as crianças, isso. Se você quer essa responsabilidade que vai ser companheiro, não vai. Coelho para si, que seja uma escolha muito bem não é como cachorro, que interage, que fica pensada, levando em consideração todos atrás do dono, que vem quando você chama. os prós e os contras de se ter um animal Ele fica na dele. Eu trago ele pra varanda, em casa. Então, lembre-se de oferecer pra tomar sol, ele fica um pouco, mas logo esse direito de escolha também, a quem vai presentear. Senão, quem irá sofrer as já quer voltar pro cantinho dele”. fala. Vitor Hugo tem um espaço grande e arejado consequências será o pobre animal. E não pra chamar de seu, bem melhor que a gaiola se esqueça: maus tratos e abandono que viveu nos primeiros anos de vida. Mas, de animais é crime.

Marcello, Ana Cristina e Vitor Hugo. Coelho de três anos, está há dois com a família.

Vitor Hugo

Vitor Hugo e Bruno. “Se alguém pensa em adotar um coelho achando que vai brincar com a criança, que vai ser companheiro, não vai”, diz Ana Cristina.

Vitor Hugo tem um espaço grande e arejado para viver. Mas é preciso mantê-lo limpo para não prejudicar a saúde do animal.

Marcello e Vitor Hugo. Antes de adotar um animal, é preciso pensar em todas as responsabilidade que isso irá trazer.


saúde

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Jornal do Meio 740 Sexta 18 • Abril • 2014

Guerra no mar

Submarino e navio que fizeram história são resgatados e estudados depois de mais de um século no fundo do mar por RICARDO BONALUME NETO / FOLHAPRESS

www.coquetel.com.br Combates breves e de pouca importância Conceito-chave da doutrina neoliberal Molho que acompanha carnes e peixes

© Revistas COQUETEL

Tutmés I e Ramsés II Carro, em inglês

Alegre; divertido

Conspiração de altos oficiais nazistas para matar Adolf Hitler Imbecilidade

Sergio Ramos, jogador espanhol (fut.)

Letra que indica o infinitivo verbal

(?) Wilde, escritor Dança típica da Itália Glândula que matura os linfócitos-T

Ceder (órgão) para transplante Casal São processados pelo micro

Opõe-se à heroína Sacerdote budista O instrumento do tango Permutar Recurso do mau aluno, em uma prova

“Cabeleira” de um cometa Arbusto ornamental Molécula genética

Formato do corpo de algumas guitarras

Estado da Revolução Farroupilha (sigla)

Antigo recipiente feito de pele para transportar líquidos

Quintal (símbolo) Roda de bicicleta O primogênito de Isaac (Bíblia)

Newton, Einstein, Heisenberg e Fermi

Aparelho ligado à pistola de tinta Terapia chinesa aplicada no SUS

(?) Johnson, ator Divisão do badminton

Entidade americana Retirava-se

Número imaginário (Mat.)

18

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F F C A B E A R S R A N T O M I DO S V A B O R T A R N O D R I C O S A N P R E S I O E P U N T

Foto: Marinha do Brasil/Divulgação

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

E E S O S C T A P A R D A C O M M U I Ç D N A F I S M C O M A A C U

O inovador couraçado USS Monitor acabou tendo uma carreira curta como a do pequeno submarino confederado Hunley, e um destino parecido. Afundou, demorou a ser achado, e parte dele foi resgatado e passa por um lento e longo processo de conservação e pesquisa. Construído em 1862, o USS Monitor foi o primeiro navio couraçado com ferro da Marinha americana. Mas o Monitor, ao atacar o confederado CSS Virgínia em 9 de março de 1862, iniciou o primeiro combate naval da história entre dois navios encouraçados. Mesmo depois de quatro horas de combate, nenhum navio sofreu danos sérios, mostrando que na época a couraça resistia bem aos canhões inimigos. No dia anterior ao famoso combate, o CSS Virgínia tinha atacado a esquadra americana bloqueando o rio James, Virgínia, e afundou dois navios de madeira, o USS Cumberland e USS Congress. À noite, o USS Monitor chegou ao local dos combates. Em maio seguinte, os confederados destruíram o Virgínia em função do avanço das tropas da União. O Monitor continuou apoiando tropas na região do rio James. Mas, enviado em dezembro para auxiliar no bloqueio naval da Carolina do Norte, o Monitor afundou ao largo do cabo Hatteras. Encontrado em 1973, teve sua principal peça, a torre de canhões, içada apenas em 2002. Estudos recentes com a torre foram relatados na última edição da revista especializada na guerra civil americana, a “Civil War Times”. (RBN) Navios ‘monitores’ foram usados pelo Brasil na Guerra do Paraguai. O USS Monitor deu origem a uma série de navios semelhantes, tanto que eles passaram a ser conhecidos como “monitores”. A Marinha americana usou um bom número desse tipo de navio durante o resto da Guerra Civil. A segunda força naval a usar monitores em combate foi a Marinha do Brasil, durante a Guerra do Paraguai (1865-1870). Os brasileiros tinham o desafio de penetrar o rio Paraguai enfrentando baterias de canhões paraguaios nas margens. Isso só seria possível com navios couraçados. Alguns desses pequenos couraçados para uso fluvial foram encomendados no exterior. Foi o caso do monitor Bahia, construído no Reino Unidos. Algumas das placas de ferro dos couraçados brasileiros estão preservadas no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. É possível ver nelas as marcas das balas dos canhões paraguaios. (RBN)

3/car — pip — set. 4/coma. 5/murta. 9/bandoneón.

Durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), os Estados do norte (União) bloquearam as costas do sul confederado. Para fazer frente ao poderio da Marinha da União, os confederados produziram o submarino prático Hunley. Pequeno e movido a manivelas, ele foi o primeiro da história a afundar um navio de guerra. Outra inovação dos confederados foi produzir um navio encouraçado, o CSS Virgínia, que destruiu dois navios da União antes de ser contido pelo revolucionário USS Monitor, também encouraçado. Os dois navios fizeram o primeiro combate naval da história entre navios couraçados. O Hunley e o Monitor afundaram durante a guerra. Foram redescobertos e resgatados depois de mais de um século no fundo do mar. Submarino foi o primeiro a afundar navio de guerra. O Hunley, submarino dos Estados Confederados da América, foi o primeiro na história a afundar um navio de guerra inimigo, o USS Housatonic, dos Estados Unidos da América, na noite de 17 de fevereiro de 1864. Por que o Hunley não voltou da missão? Há relatos imprecisos de sobreviventes do Housatonic. A arqueologia tem conseguido algumas respostas. Resgatado em 2000, foi iniciado um laborioso processo de conservação. O Hunley veio à superfície amparado por uma estrutura que o manteve na posição que estava no fundo do mar, a 45 graus. Ficou assim até 2011, quando foi endireitado. Foram achados objetos e esqueletos. Não houve dúvida quanto à identificação do comandante, o tenente George Dixon. Além de estar na posição esperada, perto da escotilha na proa, foi achada uma relíquia especialíssima. Dixon tinha um talismã, uma moeda de ouro de vinte dólares que salvou sua vida durante a batalha de Shiloh ao ser atingida por uma bala inimiga. A moeda, deformada, foi achada pela arqueóloga chefe do projeto, a dinamarquesa Maria Jacobsen. No ano passado, análise de restos da haste que continha a mina explosiva do Hunley indicou que ele estava próximo ao Housatonic durante a explosão. “Este ano o submarino vai ser colocado em uma solução cáustica de hidróxido de sódio para retirar a concreção. Esperamos ter evidências do que aconteceu naquela noite”, disse Kellen Correia, presidente da organização Amigos do Hunley. (RBN) Navio inovador teve curta carreira na Guerra Civil .


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Reflexão e Práxis

Jornal do Meio 740 Sexta 18 • Abril • 2014

A censura por pedro marcelo galasso

Em tempos de lembranças da

Além disso, a censura faz parte do grande

nós a possibilidade de defesa ou de crítica

recompensa e de punição que nos faz ado-

ditadura militar brasileira, vale a

aparato midiático que invade nossas vidas

sobre o que é veiculado, ou seja, a censura

tar um ou outro comportamento, social ou

pena discutir o papel da censura

de forma avassaladora, sem nos dar a chance

assume o papel de definidora de nossas

individual, visando sempre a recompensa.

e de suas funções bem como mostrar

de defesa, já que somos engolidos por ela,

prioridades e de nossos comportamentos

Tal forma de pensar parece inofensiva e

que ela é utilizada, hoje também, para

ou nos tirando a possibilidade de vislumbrar

diante destas prioridades.

normal, mas quando aplicada em um qua-

cercear nosso pensamento, distorcer a

outras possibilidades de entretenimento

E, a partir disso, chegamos a segunda função

dro de censura ela se torna problemática,

realidade e impedir que pensamentos

ou ainda diferentes formas de discussões

da censura – o seu caráter educativo, ou

pois o Estado que pratica a censura utiliza

diversos a ela sejam defendidos.

acerca da política ou da economia, apre-

seja, após definir o que é importante para

este raciocínio para manter a opressão e

O uso da censura é, infelizmente, mais

sentando, tão somente, aquilo que é inócuo

nós e ela reforça a postura que é desejável

sua existência, mesmo com o sofrimento

comum do que nos damos conta, pois ela

ou não perigoso, mas elevado a categoria

adotar frente aos problemas considerados

daqueles estão sob sua esfera de poder.

opera de força sutil e dissimulada na imensa

de fundamental e necessário. Todos nós

prioritários. Esta educação social, pautada

Enquanto a coerção é algo mais direto,

maioria dos casos e toma para si aspectos

sabemos como a sociedade brasileira se

na censura, nos faz acreditar que não é con-

ou seja, ela é a corresponde a ameaça de

libertários, ou seja, por vezes a censura age

comporta com relação aos finais de novelas

veniente reclamar ou tomar uma postura

sanções físicas, via aparatos repressivos do

e não percebemos. Por exemplo, quando

e os famosos jogos de futebol.

diversa daquela apresentada pelos órgãos

Estado, contra aqueles adotam posturas

o Estado oferece uma educação pública

No entanto, vale a pena perguntar quais

responsáveis pela aplicação da censura.

ou formas de pensar diferentes daquelas

sem qualidade, e o faz propositalmente,

são a funções desempenhadas pela cen-

Fica claro, portanto, que a função educa-

defendidas pelo Estado que realiza a censura.

ele está censurando o desenvolvimento

sura. A primeira função diz respeito ao

tiva da censura é cercear nossas práticas

Fica, novamente, a pergunta – por que

social e intelectual daqueles que usam a

processo de disciplina.

e nossa forma de agir e é tão poderosa

uma sociedade democrática, e lá se vão

educação oferecida por ele. E a prova de

A disciplina deve nos ensinar a pensar e,

que julgamos errado e desnecessário lutar

quase vinte anos, vê com simpatia os ideais

que tal processo de censura ocorre é a

mais, nos dizer o que pensar. Quando nossa

contra aquilo que nos prejudica.

defendidos pelo Estado ditatorial?

formação de um grande contingente de

forma de pensar é distorcida pela censura

Quando pensamos nos princípios aplicados

alunos que sabem ler e escrever, mas que

com a omissão de dados ou de informações

aqui, é necessário apontar, brevemente, a

Pedro Marcelo Galasso - Cientista político,

apresentam dificuldades para entender

relevantes, quando ela nos bombardeia

coação e a coerção.

professor e escritor.

e explicar o que foi lido.

com opiniões falsas e parciais é tirada de

Por coação, entendemos o mecanismo de

E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Casos e Causos

Juro que é verdade por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE CXXV

Após a manifestação, eu e o Mingo fomos passear no prédio do Senado

Eu e o Diogo, na campanha política, fomos à casa de uma senhora,

Federal. Em determinado momento notamos que estávamos sem cigarros e

que tinha 93 anos de idade, mas estava muito lúcida.

resolvemos procurar um lugar pra comprar. O Mingo é tão ou mais distraído

Conversamos sobre política e família, e de repente ela fez uma colocação

que eu, e de repente viu uma lanchonete. Fomos até o caixa e pedimos 2

altamente preconceituosa, mas própria das pessoas idosas, que são muito

maços de Minister. O cara olhou assustado pra nós e disse:

espontâneas:

AQUI NÃO É BAR....É UM POSTO DO BANCO DO BRASIL. Em seguida,

FILHO JÁ DÁ PROBLEMA... AGORA, ADOTIVO, É CERTEZA DE PROB-

olhou para nossa camiseta da baleia, e numa demonstração de grande

LEMA...

preconceito contra os ecologistas, completou: E EU ACHO QUE VOCES

Brincando, eu apontei o Diogo e disse:

JÁ FUMARAM DEMAIS.

NÃO FALE ASSIM... O DIOGO É ADOTIVO... Daí, ela rapidamente respondeu:

JURO QUE É VERDADE CXXVIII

É UM EM CEM QUE SALVA... ELE É UM DELES...

O João Valle era concessionário Chevrolet em Bragança paulista. E com constância promovia um evento com o piloto Carlos Cunha, chamado show

JURO QUE É VERDADE CXXVI

DUAS RODAS. Na época a coisa era meio improvisada. Interrompia-se

O João Queijeiro, é anti-social, mas certa vez foi convidado para o casamento

trecho da rua e o povo ficava na calçada (nem corda tinha). Num desses

de um amigo, e decidiu ir.

eventos, onde havia muita gente, o João, já meio chumbado, e antes de

Estava meio duro... mas foi à loja e comprou um liquidificador de várias

começar a apresentação, disse que iria organizar o povo, e pegou o microfone

velocidades.

dizendo; NÓS ESTAMOS TRAZENDO UM SHOW QUE TEM MANOBRAS

Chegou em casa, foi colocar a roupa e de repente olhou para o seu liquidifi-

PERIGOSAS, CAVALO DE PAU, FREADAS RÁPIDAS, CARRO ANDANDO

cador, que tinha apenas uma velocidade, borracha solta e estava vazando.

SÓ COM DUAS RODAS.

Pensou, pensou... e decidiu... ficou com o liquidificador... e não foi ao casamento.

O CARLOS É UM ESPECIALISTA, MAS É PRECISO CUIDADO. A PISTA TEM QUE FICAR LIVRE.....O POVO NA CALÇADA. ISSO É PRÁ SEGU-

JURO QUE É VERDADE CXXVII

RANÇA DE TODOS.

1989. O deputado ambientalista Fábio Feldmann organizou um protesto

Ele estava indo bem no discurso, mas no final...resolveu ir no popular;

contra a pesca à baleia, em Brasília. De Bragança foram algumas pessoas,

SE DE REPENTE ARGUM FIA DA PUTA ENTRA NA PISTA.....MORRE

dentre as quais eu, o Mingo Bernardi e o Chico Assis. Centenas de pessoas

..... E EU ME FODO JUNTO

participaram, todas com camisetas coloridas com desenho de uma baleia.

Garrgalhadas....ninguém entrou na pista.


antenado

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7 anos de escravidão no Brasil Séries e filme vão contar a história do abolicionista baiano Luiz Gama, que nasceu livre mas foi vendido pelo próprio pai como escravo

por SYLVIA COLOMBO/ FOLHAPRESS

Enquanto há filas para ver “12 Anos de Escravidão”, vencedor do Oscar de melhor filme, figuras brasileiras de trajetória similar à de Solomon Northup estavam fadadas ao esquecimento ou à reverência apenas de estudiosos. É o caso do abolicionista Luiz Gama (18301882), advogado e ativo republicano que passou a infância como escravo, vendido pelo próprio pai. “Espero que o sucesso de 12 Anos’ alavanque o interesse pela história de Gama e tantos ex-escravos brasileiros”, diz a escritora Ana Maria Gonçalves, que trabalha no roteiro de uma série e um filme sobre o personagem. O livro de Gonçalves “Um Defeito de Cor”, que romanceia a vida da provável mãe de Gama, Luiza Mahin, também deve ir à TV. Depois de chamar a atenção do cineasta Fernando Meirelles, o texto pode virar série global, com direção de Luiz Fernando Carvalho. Gama nasceu na Bahia, de mãe africana e pai baiano. Escravizado, foi enviado ao Sul, exposto em leilões, e acabou em São Paulo, onde serviu o comerciante Antonio Pereira Cardoso por sete anos. Aos 17, num lance que mistura acaso e persistência, aprendeu a ler e escrever com um pensionista de seu senhor, o estudante de direito Antônio Rodrigues do Prado Júnior. Obteve os documentos que provaram que nascera livre e deixou o cativeiro. Seu relato dos anos como escravo está em uma carta escrita em 1880 ao amigo Lúcio de Mendonça. “A carta de Gama é um documento único da história do Brasil. Nos EUA, as narrativas de escravos e ex-escravos estão no nascedouro da literatura negra. Aqui, só conhecemos esse documento de um ex-escravo que tenha se tornado figura pública proeminente”, diz Lígia Fonseca Ferreira, professora da Unifesp e especialista na obra de Gama. Ferreira tem críticas a “12 Anos”, mas o

considera importante. “Quantos não se fizeram sobre o Holocausto? Muito mais que a escravidão africana, uma história de 400 anos que precisa ser melhor entendida, sobretudo no Brasil.” Luiz Gama defendeu negros nos tribunais e libertou mais de 500 Para estudiosos, parte de sua história pode ter sido inventada para denunciar ilegalidades. Retrato do abolicionista reflete momento de transformação social vivida pelo país em meados do século 19. Os estudiosos de Luiz Gama insistem que sua história pode revelar mais do que uma trajetória pessoal épica. Para os historiadores, seu retrato mostraria como o Brasil vivia um momento de intensa transformação social em meados do século 19. “Na Bahia, havia muita mobilidade, famílias compostas fora do padrão, como a de Luiz Gama, e abertura em termos culturais e morais por causa do porto de Salvador, um dos mais importantes do mundo então”, diz a escritora Ana Maria Gonçalves. “Fã incondicional” de Gama, João José Reis (“A Morte É uma Festa”), o mais importante historiador da escravidão brasileira, diz que nem tudo o que o abolicionista contava sobre si pode ser confirmado com documentos e que muito daquilo pode ser uma fábula construída. Por exemplo, Gama dizia ser filho de Luiza Mahin, uma figura símbolo do feminismo negro que teria lutado na Revolta dos Malês (1835). “Existe a possibilidade de que tenha escrito uma história exemplar e extrema para denunciar casos de escravização ilegal de pessoas livres por ele defendidas nos tribunais”, afirma Reis à Folha. Gama foi responsável por libertar mais de 500 negros, a quem prestava serviços grátis

como advogado. “Para pensar o Brasil de hoje, talvez Gama seja mais importante como símbolo do que Zumbi”, diz Lígia Fonseca Ferreira. Hoje lembrado em São Paulo apenas pelo meio jurídico, pela maçonaria e por historiadores, o semblante altivo do busto que está no largo do Arouche foi um herói de seu tempo. Morto aos 52 anos, em São Paulo, a seu enterro, no cemitério da Consolação, compareceram mais de 3.000 pessoas. “Escravos e ex-escravos batiam-se com conhecidos escravocratas para carregar seu caixão”, conta Ferreira. “Sua história é talvez mais inspiradora do que a de 12 Anos’, porque ele se colocou na linha de frente do abolicionismo. É uma dramaticidade incrível. Eu quero muito ver esse filme”, diz Reis. O historiador reforça que os arquivos brasileiros estão cheios de “relatos incríveis de pessoas ilegalmente escravizadas” que não teriam sido contados porque abolicionistas brasileiros “preferiram falar pelos escravos”. Já Gonçalves conta, ainda, que era comum negros livres se fazerem passar por escravos, também, para não serem alvo de sequestros e maus-tratos. Coletâneas reúnem produção do abolicionista. A mais completa coletânea de textos de Luiz Gama é o livro “Com a Palavra, Luiz Gama”, da historiadora Lígia Fonseca Ferreira (ed. Imprensa Oficial; 304 págs., R$ 55). Reúne poemas, artigos e cartas. Entre os textos, estão o relato de seus anos como escravo e o comovente artigo de Raul Pompeia escrito quando o abolicionista morreu. Ferreira defendeu sua tese sobre Gama na Universidade Paris 3 - Sorbonne. A professora da Unifesp também organizou parte de sua obra poética, em “Primeiras Trovas Burlescas de Getulino” (ed. Martins Fontes; 326 págs., R$ 66,98). Entre as biografias, a principal publicada

ainda é “Orfeu de Carapinha - A Trajetória de Luiz Gama na Imperial Cidade de São Paulo” (ed. Unicamp; 280 págs., R$ 29), de Elciene Azevedo. Há também “Luiz Gama”, de Luiz Carlos Santos, para a coleção “Retratos do Brasil Negro” (Selo Negro; 120 págs., R$ 24). “Luiz Gama: O Advogado dos Escravos” (ed. Lettera.doc; esgotado), de Nelson Câmara, tem prefácio de Miguel Reale Júnior. No terreno da ficção, está “Um Defeito de Cor” (ed. Record; 952 págs., R$ 85), de Ana Maria Gonçalves, que ficcionaliza a vida de Luiza Mahin, que teria sido a mãe de Luiz Gama. Ainda não se fizeram coletâneas exclusivamente de sua obra jornalística. Em 1864, ao lado do caricaturista Ângelo Agostini (1843-1910), Gama fundou o semanário “Diabo Coxo”, primeiro jornal ilustrado da cidade de São Paulo. Foto: Militão Augusto de Azevedo/Reprodução

Retrato do advogado baiano Luiz Gama por volta de 1880


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veículos

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Volvo amplia oferta do hatch V40 com a versão “aventureira” Cross Country, com tração integral

por Eduardo Rocha/Auto Press

A Volvo é uma marca de nicho. Seus automóveis não são pensados para alcançar volumes expressivos no mercado. E exatamente por isso, a montadora precisa superqualificar seus modelos. A marca sueca, que é controlada pela chinesa Geely, valoriza, então, a qualidade de acabamento, a tecnologia voltada para a segurança e a exclusividade. Como é o caso do V40 Cross Crountry. Ele chega às concessionárias brasileiras neste final de março com a intenção de emplacar apenas 300 unidades nos nove meses restantes de 2014. Isso não dá 35 vendas por mês. É pouco, mas como cada exemplar custa a partir de R$ 141.500 – com opcionais e acessórios, ultrapassa R$ 170 mil –, o faturamento da Volvo apenas com esta versão pode passar dos R$ 40 milhões, caso a projeção se confirme. A versão CC do V40 deve responder por 40% das vendas do hatch daqui para a frente. As versões Dynamic e R-Design, um pouco mais baratas, ficariam com os outros 60%. O pacote de atrativos que a Volvo monta para seus carros tem de incluir itens que justifiquem plenamente o fato de seu hatch médio custar até mais que rivais como BMW Série 1, Mercedes-Benz Classe A ou Audi A3 Sportback. No caso específico do CC, a tração integral permanente vocaciona o carro para enfrentar lama ou neve. Tem, inclusive, controle eletrônico de descida de rampa, que ajuda bastante em pisos de baixa aderência. Na versão trazida para o Brasil, as rodas são de 18 polegadas, contra as aro 16 originais, para dar um ar mais aventureiro ao modelo, que passou a ter 4 cm a mais de distância para o solo em relação aos modelos “civis” do V40. No mais, o V40 CC tem umas poucas diferenças estéticas. Os para-choques foram redesenhados e na frente ele ganhou uma grade em colmeia. Os faróis ficaram mais alongados e luzes diurnas saíram da saia e ficaram mais verticalizadas. Na parte inferior entre os eixos há uma moldura de proteção e o teto recebe barras longitudinais. Carcaça dos espelhos e molduras das janelas são em preto brilhoso. Na traseira, há um difusor em prata na saia e um espoiler no teto. Os conteúdos mais interessantes do V40 CC não são tão explícitos. Caso do motor T5, o mais forte da linha. Trata-se de um 2.0 litros com cinco cilindros soprados por turbo e gerenciado por um câmbio automático de seis marchas e com sistema start-stop. Ele rende 210 cv de potência a 6 mil rpm e 30,6 kgfm entre 2.700 e 5 mil giros. Outro exemplo são os recursos de segurança. A estrutura do V40 é feita com cinco tipos de aço – do macio até o ultra resistente, dependendo da função –, e plásticos e alumínio. Tem ainda banco com encosto ativo e o sistema city safety, que freia o carro sozinho para evitar colisões a até 50 km/h. Isso além de sete airbags e controle dinâmico de estabilidade. No entanto, alguns recursos de segurança foram “desviados” para um pacote de opcionais, batizado de Safety, que custa R$ 15 mil e tem alguns itens até já banalizados em segmentos superiores, como sensor de ponto cego ou controle de cruzeiro adaptativo. Na lista estão, entre outros, airbag para pedestres, sensor lateral de tráfego, sensor de pedestres e ciclistas com frenagem automática e controle de faixa de rolagem. Já o pacote chamado Hi-tech, que custa R$ 10 mil, só traz equipamentos que, a princípio, já deveriam estar no cardápio de um modelo de mais de R$ 140 mil: park assist, GPS e câmara de ré. O sistema Sensor, que inclui recursos como tela touch e roteador de internet, acrescenta outros R$ 7.690.

Primeiras impressões

Dupla personalidade. Itu/São Paulo – Embora a estética do V40 Cross Country satisfaça a sanha pseudo-lameira do consumidor brasileiro, o hatch médio da Volvo é também um ótimo carro de passeio. O próprio motor tem características que o deixa à vontade em rotações mais elevadas. Mesmo que o controle do câmbio não acompanhe essa “esportividade”: as trocas sequenciais só podem ser feitas diretamente na alavanca, embora até modelos compactos de marcas generalistas já usem paddle shifts. Esse

vigor, juntamente com a tração permanente nas quatro rodas, também cai bem em estradas de terra – desde que sejam razoavelmente niveladas. Nos buracos, a suspensão rígida rouba o conforto dos ocupantes e parte da dirigibilidade do modelo, pois ele fica excessivamente “vivo” e o amortecedor chega ao fim do curso com certa facilidade. O ganho de 4 cm de altura para o solo permite que o V40 CC enfrente ondulações mais acentuadas sem arrastar o fundo, mas não o transforma em carro de rali. No asfalto, ao contrário, a disposição do CC pode ser plenamente explorada. O ganho de estabilidade oferecido pela tração integral torna o modelo absolutamente neutro, mesmo em velocidades mais altas. O regime de giros elevado do ótimo propulsor de cinco cilindros também é bastante adequado em acelerações e retomadas. Por dentro, o V40 CC traz o já tradicional bom acabamento da marca sueca. Bancos e volante em couro, superfícies atraentes e agradáveis, encaixes perfeitos, isolamento acústico de alto nível e design moderno. Como briga no mercado de automóveis premium, a Volvo tenta abraçar todas as vertentes. O que é graficamente representado no painel de cristal líquido configurável. Há o modo esportivo, com tons de vermelho. um modo clássico, mais sóbrio, e o modo econômico, com detalhes em verde. Em cada um, as informações se adequam ao conceito básico, como o uso da potência no esportivo ou o consumo no ecológico. Essa variedade também é um expressão da grande capacidade do V40 CC de transitar com alguma autoridade em caminhos diferentes.

Ficha técnica

Volvo V40 Cross Country Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.984 cm³, cinco cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor, intercooler, comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível. Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle de tração. Potência máxima: 210 cv a 6 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: 7,2 segundos. Velocidade máxima: 250 km/h limitada eletronicamente. Torque máximo: 30,6 kgfm entre 2.700 e 5 mil rpm. Diâmetro e curso: 81,0 X 77,0. Taxa de compressão: 10,5:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barras estabilizadoras. Traseira do tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barras estabilizadoras. Freios: Discos na frente e atrás. Oferece ABS com EBD e assistência eletrônica. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,37 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,46 m de altura e 2,65 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista. Peso: 1.634 kg. Capacidade do porta-malas: 324 litros. Tanque de combustível: 57 litros. Produção: Ghent, Bélgica. Lançamento mundial: 2013. Lançamento no Brasil: 2014. Itens de série: Ar-condicionado digital dual zone, rádio/CD/MP3/iPod/Bluetooth com tela de sete polegadas colorida, oito alto-falantes, painel de instrumentos digital com tela de LCD, teto panorâmico, bancos e volante com revestimento de couro, keyless, sensor de estacionamento, chuva e luz, controle de frenagem em descida piloto automático e rodas de liga leve de 18 polegadas. Opcionais: Pacote High Tech, com GPS, câmara de ré, park assist e leitor de DVD. Pacote Safety, com airbag para pedestre, alerta para ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de alerta ao condutor, detector de pedestres e ciclistas com frenagem automática, alerta de tráfego lateral, sistema digital de leitura de placas de sinalização e aviso de mudança de faixa de rolamento. Preço: R$ 141.500. Preço completo: R$ 166.500.

Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias


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Notícias

automotivas por Augusto Paladino/autopress

Patamar acima – A BMW Motorrad definiu em R$ 52 mil o valor da maxiscooter C 600 Sport no Brasil. Lançado na Europa em 2011, o modelo chega com o preço mais salgado que as concorrentes Suzuki Burgman 650 – R$ 42.900 – e Yamaha T-Max 530 – R$ 42.500. A moto da BMW foi umas das atrações do estante da marca alemã no último Salão Duas Rodas, realizado em outubro de 2013 em São Paulo. Empurrada por um motor dois cilindros de 647 cc, a C 600 Sport produz 60 cv de potência e 6,73 kgfm de torque. Entre os equipamentos, freios ABS, rodas de 15 polegadas e parabrisa com regulagem de altura. Concerto ambulante – Último colocado no segmento de sedãs compactos, o esquecido Peugeot 207 Sedan ganhou uma sobrevida. A marca francesa lança no mercado brasileiro uma edição especial batizada de In Concert. O grande mote é o sistema de som fornecido pela japonesa Clarion. Com 180 W de potência, o dispositivo ainda traz conexão para iPod ou iPhone via entrada USB, Bluetooth com streaming de áudio, suporte a MP3/WMA e controle remoto. Para identificar a versão que vai custar R$ 36.090, foram adicionados adesivos nas laterais e soleira de portas com a inscrição “In Concert”. Fetiche high-tech – A Ford acaba de lançar uma central multimídia desenvolvida em parceria com a Microsoft que amplia as funções do já usado sistema Sync e voltada para os modelos EcoSport, New Fiesta e Focus no Brasil. Como atrativos principais estão a tela de sete polegadas, navegador GPS, TV digital, DVD e suporte para câmara de ré. Além disso, com um celular conectado via Bluetooth ao aparelho, é possível atender e fazer chamadas, consultar os contatos, ler mensagens de texto por comando de voz e tocar músicas arquivadas na memória do telefone. Falha dupla – Dois problemas na Cherokee fizeram a Jeep convocar um recall do utilitário ano/modelo 2011/2012. Uma falha é no módulo de distribuição de energia que afeta os modelos 2012. A outra se deu no módulo do airbag – para modelos 2011. Os chassis envolvidos vão do 1C4PJMKOCW108106 a 1J4PN5GKXBW596751. A empresa afirma

ter identificado que os encostos de cabeça ativos podem não ser acionados durante uma colisão traseira, fato que pode colocar os ocupantes em risco. O conserto do problema é a reprogramação da peça. A Jeep disponibilizou o telefone 0800 703 7150 e o site www.jeep.com.br para mais informações. Dividir para conquistar – O relatório financeiro divulgado pelo Grupo Volkswagen referente ao seu ano fiscal foi revelador. A Porsche – uma das integrantes do grupo – desfrutou de uma margem operacional de 18%. Isso quer dizer que a marca premium, com sede em Stuttgart, lucrou, em média, cerca de US$ 23.200 – algo em torno de R$ 54.275 – por unidade vendida. Outras “grifes” de elite como Bentley, Audi e Lamborghini também obtiveram um bom rendimento nas vendas – margem de 10,1%. Com os resultados obtidos, a marca alemã vai recompensar seus mais de 15 mil empregados com um bônus de 8.200 euros – cerca de R$ 26.800 – para cada um. Ressaca momesca – O “efeito” Carnaval refletiu em uma péssima quinzena de vendas no mês no março. O feriado prolongado resultou em apenas sete dias úteis e a comercialização bateu 12.700 unidades/ dia – contra 14.200 no mesmo período do ano passado. Em relação aos modelos, o Volkswagen Gol ainda mantém a liderança com 5.618 unidades. Mas o hatch já vê pelo retrovisor a picape Fiat Strada, que teve um salto nas vendas com a chegada da versão com a terceira porta – foram 5.151 veículos vendidos. Outro modelo da fabricante italiana, o Palio, deixou o Uno para trás e registrou 5.047 carros. Entre as marcas, a Fiat segue líder e a Volkswagen em segundo, embolada com a Chevrolet. A Hyundai aparece na quinta posição, deixando para trás a Renault e chegando perto da Ford, quarta colocada. Missão abortada – A General Motors não vai dar continuidade aos planos de construir uma fábrica de transmissão em Joinville, Santa Catarina. O motivo do cancelamento do investimento que ultrapassaria os R$ 700 milhões é o atual panorama do segmento automotivo na América Latina, principalmente a situação que envolve Brasil e Argentina. O país vizinho

limitou em até 27,5% as importações de automóveis e veículos comerciais leves provenientes do Brasil. A futura instalação teria capacidade para produzir 150 mil transmissões/ano e começaria a operar ainda em 2014. O objetivo era abastecer o mercado regional e a Europa. Atualmente, o complexo industrial catarinense constrói os motores 1.0 e 1.4, da linha SPE/4, e cabeçotes de alumínio. Depois da tempestade... – A crise na Europa parece mesmo ter dado trégua no setor automotivo. As vendas de carros

no continente subiram 7,6% em fevereiro. Esse foi o sexto mês seguido com crescimento no número de emplacamentos na União Europeia. Em fevereiro, foram 894.730 carros, contra 831.371 de janeiro. Os países que mais registraram aumento foram Portugal, Irlanda e Espanha, com 40,2%, 20,6% e 17,8%, respectivamente. A Alemanha, maior mercado automotivo da Europa, apresentou alta de 4,3%. Já a França, ao contrário dos países vizinhos, registrou uma pequena queda de 1,4%. Na Itália, quarto maior mercado da região, o crescimento foi de 8,6%. Foto: Divulgação

BMW C 600 Sport Foto: Divulgação

Peugeot 207 Sedan In Concert


veículos eículos

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Admirável mundo novo por AUGUSTO PALADINO/autopress

Quatro anos após construir o parque de diversões Ferrari World em Dubai, nos Emirados Árabes, a marca italiana já tem outro local para abrir seu segundo “mundo”. A cidade escolhida foi Barcelona, na Espanha – um dos principais centros turísticos da Europa. O parque deverá ficar pronto somente em 2016, mas já se sabe que será montado dentro de um resort que conta com 250 quartos e inúmeros restaurantes. Previsto para ocupar uma área de 75 mil metros quadrados, o novo Ferrari World deve receber a mais alta e veloz montanha russa do continente europeu, além de um simulador de pilotagem. O n o v o empreendimento deve be ir ar o s 1 0 0 milhões de euros – R$ 327 milhões.

Foto: Divulgação

Ferrari World


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