742 Edição 02.05.2014

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Braganรงa Paulista

Sexta 2 Maio 2014

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jornal do meio

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Antenado

Jornal do Meio 742 Sexta 2 • Maio • 2014

Futuro mais que imperfeito Com protagonistas desajustados à sociedade, novas distopias para público adolescente e jovens adultos carregam na violência

Por ÚRSULA PASSOS/folha press

Standish Treadwell é um garoto de 15 anos que mora com o avô na zona sete, a região mais afastada e pobre de um país que vive sob um regime autoritário, a Terra Mãe. Ele é o herói que busca revelar uma grande farsa do governo em “Lua de Larvas”, da autora inglesa Sally Gardner, que sai agora no Brasil pela editora WMF Martins Fontes. O livro ganhou no ano passado a Medalha Carnegie, prêmio britânico para livros infantojuvenis, e o prêmio Costa de literatura infantil. Gardner constrói um país governado por uma ditadura violenta que persegue e sequestra opositores, como aconteceu com os pais de Standish, que ele não sabe se estão vivos. É ele, um jovem com problemas na escola por não conseguir escrever corretamente, quem conta sua história, de uma forma bastante peculiar, com idas e vindas. Standish é disléxico, assim como sua criadora, que também é ilustradora. “Eu tinha 14 anos quando finalmente consegui ler um livro. Mas eu costumava desenhar, criava teatros na minha cabeça”, conta ela em entrevista por telefone, de Londres. Gardner, que não fala sua idade ”essa questão é sem sentido”--, escreveu e ilustrou mais de 30 livros desde 1993, dos quais seis infantis foram lançados no Brasil pela Rocco e um juvenil, pela Companhia das Letras. “Tudo o que Standish experimenta para ele é muito visual, então eu quis que a dislexia dele viesse à tona por seu imaginário”, diz ela. Assim como seu personagem, ela também não gostava de ir à escola. “Minha vida na escola foi muito infeliz, eu não tinha como fazer aquilo dar certo para mim. Eu não conseguia nem amarrar meus sapatos, era muito diferente das outras pessoas.” Não poder acompanhar as outras crianças a levou a inventar tramas. “Se você não pode ler e se cansa disso, tem que criar suas histórias.” A que ela criou em “Lua de Larvas” é tão violenta que não recomenda para crianças. “Nunca pensei que seria publicado, porque tinha um garoto morto pelo seu professor no playground”, diz, referindo-se a uma das cenas mais fortes do livro. “Acho que é difícil fazer a violência parecer real, é preciso ser muito cuidadoso com o jeito como se faz isso. Queria que fosse simples, mas poderoso.” O poder que ela busca com esse livro é o de fazer as pessoas valorizarem mais a liberdade. “A única maneira de fazer isso é questionando o que nos é dito como sendo a verdade o tempo todo, e não deixar que uma pessoa

tenha todo o poder.” Standish gosta de jogar o “e se” e imaginar outros rumos para a história que está contando. Foi assim também que o personagem surgiu para Gardner. “Pesquisei muito sobre a Segunda Guerra e fiquei muito interessada no e se’, uma história do mundo alternativa: o que teria acontecido se determinada coisa não tivesse acontecido?”, pergunta. Ela dá alguns exemplos. “E se Churchill tivesse morrido?”. Segundo Gardner, a morte poderia ter acontecido nos anos 30, quando o estadista britânico foi atropelado por um táxi em Nova York. Outro exemplo: “E se o pouso na Lua pelos EUA foi um embuste?”. É esse o “e se” mais importante para “Lua de Larvas”. “Eu usei todas as teorias da conspiração [sobre o pouso na lua] que se acha na internet”, revela rindo.

‘Eu era invisível no colégio’, diz Veronica Roth Rodrigo salem colaboração para a folha, de los angeles

Veronica Roth lutava todos os dias contra o tédio na faculdade de psicologia. O tema de uma das aulas, entretanto, um dia chamou sua atenção: terapia de exposição, método que visa curar fobias expondo o paciente a seus medos. “Parecia tortura, mas era efetivo”, diz ela à. “Decidi usar esse conceito poderoso em um livro de ficção científica.” Da mistura de seu sonho adolescente e sua inaptidão para a psicologia saiu “Divergente”, primeiro livro de uma trilogia futurista que já vendeu 11 milhões de exemplares e rendeu uma adaptação para o cinema, que estreou ontem nos Estados Unidos. Na obra, os jovens habitantes de uma Chicago em ruínas precisam escolher fazer parte de uma das cinco facções na qual a sociedade se dividiu --Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição. Algo como uma versão das casas da escola Hogwarts, de “Harry Potter”. “Tinha 11 anos quando Harry Potter’ saiu e cresci com aqueles livros”, conta. Ela não quer, porém, seguir J.K. Rowling pela literatura adulta. “Estou confortável com o rótulo de jovem adultos’, que é usado de forma pejorativa. Não acho que adolescentes sejam bobos. Eles são volúveis, cometem erros... Mas não somos todos assim?” Seu trunfo é não ser diferente das adolescentes que devoram seus textos. “Eu era antissocial no colégio, a esquisita do coral. Era invisível. A maioria dos meus

colegas nem se lembra de mim”, afirma, antes de ser lembrada de que “Convergente”, o fim da trilogia, vendeu 455 mil cópias em um dia, em 2013. “É, talvez agora eles se lembrem.”

Crítica - Infantojuvenil

Denso e eletrizante, livro faz vibrante defesa da diferença. ‘Lua de Larvas’ se destaca na febre de distopias lançadas nos últimos tempos. João luís ceccantini especial para a folha

Em meio à febre de distopias lançadas no país nos últimos tempos, tais como “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins, “Divergente”, de Veronica Roth, ou “Trash”, de Andy Mulligan --para citar apenas alguns dos melhores textos--, é publicada no Brasil agora aquela que talvez seja a mais consistente dessas obras: “Lua de Larvas”, da inglesa Sally Gardner. O livro chega até nós com um currículo já considerável. Conquistou dois importantes prêmios do exigente mercado editorial da literatura de língua inglesa --Carnegie Medal e Costa Book Awards-- e desencadeou caloroso debate na Inglaterra, por apresentar um protagonista disléxico. Standish Treadwell, o protagonista, tem 15 anos, um nome bizarro, um olho de cada cor (um azul e um castanho) e é ele mesmo o narrador da história. Não sabe ler e escrever nem mesmo amarrar o cordão dos sapatos, abotoar direito a camisa ou dar o nó na gravata. Se isso já seria um enorme problema para qualquer garoto ou garota de sua idade, para Standish as coisas são muito piores porque

vive em uma sociedade distópica, em que vigora o totalitarismo, a corrupção e a opressão máxima dos indivíduos. Reside na Zona 7, gueto ao qual são relegados os habitantes “impuros” da Terra Mãe e é obrigado a frequentar uma escola militaresca, em que prepondera a intolerância absoluta e a autoridade nunca pode ser questionada. Por força do acaso, Standish e seu único grande amigo, o vizinho Hector, têm sua trajetória mesclada às ações desse Estado cruel e temível, em muito parecido com aquele criado magistralmente por George Orwell em “1984”, o que acarreta consequências pesadas para os dois jovens. E isso se dá, particularmente, porque Standish descobre uma enorme farsa que está sendo montada pelo governo de Terra Mãe e resolve desmascará-la em público. Como Standish é o narrador, à medida que ele e seu amigo vão sofrendo as pressões do Estado violento, a história, narrada de forma oblíqua pelo enfoque peculiar do garoto disléxico, avança com um nível de tensão crescente, ganha em objetividade e mantém o leitor eletrizado até o desfecho. A linguagem empregada, próxima à oralidade, é enxuta e expressiva, permeada por alguma ironia do narrador, expressões de duplo sentido e metáforas pouco usuais, num conjunto afinado, que confere à narrativa densidade e constrói com precisão a atmosfera kafkiana e claustrofóbica que envolve a ação e continua viva na memó-

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ria, mesmo terminada a leitura. Ao recusar o caminho fácil de uma representação verista ou documental para tratar da matéria de que se ocupa, preferindo, antes, um texto alegórico de elevado poder simbólico, a autora alcança um resultado literário de muito bom nível. Chama a atenção que nem mesmo a dislexia do garoto é explicitada como tal no livro, o que confere à obra um caráter universal, atraente para os mais variados públicos. A obra consegue fazer, de maneira eloquente, uma vibrante defesa da diferença, da liberdade e da fantasia, que se traduz bem numa frase de Hector ao se referir a seu corajoso e decidido amigo: “Tem os que pensam nos trilhos, e depois tem você, Standish, uma brisa no parque da imaginação”. Lua de larvas Autora: Sally Gardner Ilustração: Julian Crouch Tradução: Waldéa Barcellos Editora: WMF Martins Fontes Quanto: R$ 29,90 (298 págs.) Avaliação: ótimo Foto: Divulgação

A inglesa Sally Gardner, autora do livro ‘lua de larvas’


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Por Shel Almeida

Os tempos, definitivamente, são outros. E com a renovação constante da tecnologia muita coisa vai ficando pra trás. Tablets, smartphones, palavras que sequer existiam há alguns anos e aparelhos inimagináveis a décadas atrás, hoje são brinquedos de criança. Se, por um lado, a evolução tecnológica trás inúmeros benefícios e descobertas, por outro, é preciso se adaptar pra conseguir acompanhar as mudanças. Se há trinta anos o comum era a máquina de escrever, a geração mais jovem, tão acostumada a computadores e internet, nem sabe o que é isso. O que dizer então, da máquina de costura, aparelho indispensável na casa das nossas avós? Pra quem está acostumado a comprar roupa pronta na loja, é difícil pensar que houve um tempo em que as vestimentas eram feitas em casa. E mesmo com tantas mudanças de hábitos, alguns costumes ainda persistem. E com eles, alguns profissionais permanecem com o mesmo tipo de trabalho, como é o caso de Fernando Elias Garcia, que há 20 anos conserta máquinas de escrever e demais aparelhos de escritório, e o Sr. Eugênio Kosovicz, que aprendeu a consertar máquinas de costura com o pai e exerce a função até hoje. O Jornal do Meio conversou com eles para saber como é trabalhar com algo que já foi comum, mas que hoje pouca gente conhece.

os aparelhos que Fernando conserta ou consertou, estão o mimeógrafo, muito usado em escolas, a máquina de cartão de ponto, máquina copiadora, tipo xerox, impressora de cheque, monitor, computador e claro, máquina de escrever e calculadora. “Uma vez um menino parou aqui na frente e ficou olhando a máquina de escrever um tempão. Quando a mãe dele chegou ele disse: ‘olha que legal, já imprime na hora”, diverte-se.

Máquina de Costura

Seu Eugênio passou a vida consertando máquinas de costura. Aprendeu a profissão com o pai que durante anos manteve a Casa Waldomiro na Rua do Mercado. Desde os anos 80 a oficina está localizada na Praça do Rosário. E Seu Eugênio mantém os mesmos fregueses, como ele gosta de chamar, há mais de 40 anos. “Meu pai trabalhou até o dia em que faleceu, com 82 anos de idade. Dos filhos, só eu quis aprender. Ele já tinha a profissão quando veio da Polônia e durante muito tempo a Casa Waldomiro foi muito conhecida na cidade, vinha gente de fora nos procurar, de Atibaia e do Sul de Minas. Meu pai sempre foi muito rigoroso com o serviço e eu mantenho isso até hoje. A gente nunca consertava só aquilo que a pessoa pedia, sempre fizemos revisão na máquina toda. Tinha gente que até queria usar isso como vantagem pedia pra gente consertar pra depois vender. Meu pai dizia: não, primeiro você vende Fernando começou a consertar máquinas e depois quem comprar trás aqui pra eu de escrever e calculadoras quando tra- consertar. Tem gente que ainda trás pra balhou em São Paulo, na década de 80. consertar máquina que comprou com a Ele era funcionário de uma empresa que gente há 40 anos. Os modelos antigos dava assistência técnica aos escritórios, são os que mais vendem. Hoje eu não como hoje se faz com os computadores. vendo mais, naquela época a gente ven“Eram 100, 200 consertos por mês. Eu dia e consertava. Mas se alguém quiser, não podia ficar conhecido nos escritó- consigo arrumar uma pra pessoa comprar. rios, porque senão não me deixavam O trabalho diminuiu mas não parou, sair. Eu ia pra consertar uma coisa, mas porque as pessoas continuaram usando apareciam outras e tinha que fazer. Era as máquinas em casa e essas máquinas ruim, porque a gente saia da firma com foram feitas pra durar, só precisam mesuma agenda e isso acabava atrasando o mo de uma revisão de vez em quando, serviço nos outros escritórios. Mas não não quebram. Até as pessoas preferem tinha como negar, o jeito era sair desper- as antigas porque costuram até couro”, conta. Seu Eugênio lemcebido. Hoje não se faz mais isso, se o técnico vai A única coisa que eu bra que na época em que pra consertar uma coisa, sinto pena é que quando o pai começou a trabacom máquinas de volta pra fazer outra o eu morrer, essa profissão lhar costura em Bragança, o dia seguinte, com outra aparelho era tão comum, ordem de serviço, o que vai embora comigo. que assim que uma moça é o certo. Naquela época, marcava casamento, a se a gente consertava Sr. Eugênio Kosovikz primeira coisa que a fasete aparelhos, chegavam mais vinte, não parava. Era tanto traba- mília comprava para casa era a máquina lho que eu achava que ia ficar rico, era de costura. “Todo mundo tinha que ter, muito requisitado. Eu tinha um salário era fundamental. Hoje o que faço muique gente formada não tinha. Mas aí veio to é a adaptação da máquina de mesa o computador e me quebrou. Quando pra portátil. Durante um tempo, depois vim pra Bragança, na década de 90, já que deixou de ser costume, as pessoas tinha diminuído o serviço, consertava usavam a mesa da máquina para enfeite cerca de 30, 40 aparelhos por mês. Hoje nas casa. Hoje não se usa mais isso. Mas a média de conserto é de 20 calculadoras muita gente ainda procura pra consertar por mês e uma máquina de escrever. A a máquina que foi da mãe ou da avó, procura sempre foi maior por calculadora porque quer guardar de relíquia em casa, e os escritórios usam bastante até hoje. como enfeite. Durante a semana sempre Até mesmo máquina de escrever alguns tenho máquina pra consertar, porque ainda usam, às vezes aparece alguma para gosto de fazer com calma, desmontar eu consertar, daquelas eletrônicas, mas a máquina. A pessoa nem precisa me a maioria das máquinas que conserto dizer qual é o defeito, porque assim que hoje em dia é de uso doméstico, que a eu desmontar, vou descobrir. Só uma pessoa guardou. Alguns ainda continu- vez que uma pessoa veio querendo que am usando, outros pedem pra arrumar uma máquina, que estava há mais de um pra deixar de enfeite na casa”, explica. ano parada, fosse consertada logo. Eu Fernando conta que quando chegou achei estranho, e ela explicou que era em Bragança, havia outras pessoas que porque ia ter festa e precisava costura consertam máquinas de escrever, mesmo a pamonha”, ri. já com os computadores em uso, de tão Seu Eugênio conta que além do conserto, comum que ainda eram. “A máquina de ele aprendeu com o pai a explicar pro escrever foi bem comum até o final dos freguês como a máquina deve ser usada. anos 80 e começo dos 90, era normal ter “ A pessoa tem que saber regular, senão uma em casa, como hoje é normal ter a máquina não trabalha direito. Uma computador. Os escritórios tinham de 20 a vez uma mulher ligou brava porque a 30 cada um e também tinham umas cinco máquina que eu tinha consertado não escolas de datilografia na cidade. Ainda estava funcionando. Eu falei pra ela trazer tinha bastante serviço. Mas já naquela pra eu ver, porque não era possível. Ela época eu precisei me adaptar, comecei queria costurar barbante na máquina, a consertar fax, telefone, impressoras, e claro que não ia funcionar, a máquina tive que fazer um curso pra aprender a não foi feita pra isso”, lembra. consertar computador também. O traba- “A única coisa que eu sinto pena é que lho foi mudando, mas sempre mantive o quando eu morrer, essa profissão vai foco que é aparelhos de escritório”. Entre embora comigo”, reflete.

Fernando conserta todo tipo de aparelho de escritório, máquina de escrever, calculadoras, fax, computadores, impressoras.

Escritórios

Duas gerações diferentes de máquina de escrever. “ O uso foi muito comum até o final dos anos 90”

Seu Eugênio aprendeu a profissão com o pai e passou a vida toda consertando máquinas de costura.

Seu Eugênio conserta máquinas que vendeu a mais de 40 anos. “Elas foram feitas pra durar, só precisam de uma revisão”.


Comportamento

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Jornal do Meio 742 Sexta 2 • Maio • 2014

Malhação na gestação

Mulheres acostumadas à prática de exercícios mais vigorosos praticam musculação mesmo durante a gravidez, mas médicos recomendam cuidados

Por MONIQUE OLIVEIRA /GIULIANA MIRANDA / FOLHAPRESS

Situação criminosa na sociedade inca

Estado da Festa da Uva (sigla) O "pai" da teoria heliocêntrica

Estudou O "P", nas siglas políticas

Poema lírico Exercer domínio Sextafeira, em espanhol Amigo, em francês República africana "Cidade", em "acrópole" Nosso, em inglês

Riscos Ambientais do Trabalho (sigla) A origem do queijo feta Cineasta de "Alice no País das Maravilhas" Transliteração aportuguesada do nome de Deus

Atilho; liame

Gerencia a eleição estadual (sigla)

O "barman" de "Os Simpsons"

Vitamina de efeito antioxidante

Agastar; encolerizar Juan Carlos e Abdallah

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Solução

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PREÇOS SUJEITOS A ALTERAÇÕES SEM PRÉVIO AVISO - Reservamo-nos o direito de corrigir eventuais erros gráficos e de digitação.

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Mês da morte de Vargas (1954)

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P A R T I D O

Mais que ironia: sarcasmo

Um estudo explica por que detectar ironia e, pior ainda, sarcasmo, dá tanto trabalho ao cérebro. Eu tenho um lado Sheldon Cooper, o personagem socialmente desajustado do seriado “The Big Bang Theory”: como ele, que é sacaneado pelos amigos sem se dar conta, muitas vezes eu também preciso que alguém levante uma plaquinha dizendo “sarcasmo” para me ajudar. Até meus filhos a esta altura já têm um detector de sarcasmo melhor do que o meu. O problema é que, se entender ironia já dá trabalho, identificar o sarcasmo é pior ainda. Na linguagem, ironia é o uso intencional de palavras que tem o oposto do sentido que se quer transmitir. Já o sarcasmo é o uso de ironia com a intenção de insultar alguém ou de demonstrar irritação ou desprezo. Um estudo japonês publicado em 2013 explica por que detectar ironia e, pior ainda, sarcasmo, dá tanto trabalho ao cérebro. O estudo, com voluntários expostos a diálogos mais ou menos irônicos ou sarcásticos de dentro de um aparelho de ressonância magnética funcional, mostrou que o processo envolve muito mais do que o simples registro de incongruência entre as palavras usadas e o contexto (como dizer que algo obviamente hediondo é lindo). Entender a ironia de um comentário envolve a ativação do giro temporal superior, uma estrutura que permite a representação do estado mental dos outros e, com isso, a interpretação de intenções alheias -- como a de agredir com palavras. Ao mesmo tempo estão ativos o giro temporal inferior, mais abaixo, e o córtex pré-frontal medial, que representam o contexto da situação. Se há humor na situação, aumenta a ativação do córtex pré-frontal dorsolateral. E ao contrário, quanto mais emocionalmente contundente é a ironia percebida, maior é a ativação na amígdala, que representa tanto o estado emocional próprio quanto o alheio. Entender o sarcasmo, portanto, requer o trabalho integrado de ao menos quatro sistemas distintos do cérebro que representam contradições na linguagem, o contexto da conversa e a intenção e o estado emocional do autor do sarcasmo. Até a ironia eu chego sem o menor problema, e aprecio seu humor. Mas, como tenho dificuldade em identificar quando a intenção é negativa, acho exasperante lidar com pessoas que abusam de sarcasmo. Minha saída é me cercar de pessoas gentis, como meu marido e amigos, que já notaram minha tendência a ficar com o olhar perplexo enquanto tento decidir se estão curtindo com a minha cara ou não, e que então levantam uma plaquinha para mim: “sarcasmo”...

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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C T R E P E A G E C O R G E T T J E

“Adaptamos os exercícios e controlamos a frequência cardíaca”, diz Valéria Castro, preparadora física da academia Competition. Mais moderada, a médica Ana Luiza de Aguiar, 33, não dispensou a musculação, mas diminuiu a carga e também faz uso da bola em alguns exercícios para não sobrecarregar a coluna. “Preciso me exercitar, fico mais disposta”, conta. Uma maior presença de grávidas “ativas” também levou ao crescimento da figura da “personal gestante”, especialmente para mulheres com gravidez de risco. “Nesses casos, faço um trabalho com alongamentos e exercícios de fortalecimento com bola”, explica Gizele Monteiro, educadora física que fez mestrado na área.

3/ami — moe — our. 6/tolete. 7/fitness — viernes. 9/prosterna.

É consenso entre especialistas que o exercício físico durante a gestação é indispensável: diminui a sensação de inchaço e cansaço, garante peso saudável, aumenta o aproveitamento de nutrientes que chegam ao bebê e ajuda até na hora do parto --mais ainda se for natural. E especialistas enfatizam que exercícios devem ser feitos sob supervisão médica e em ritmo mais moderado. Entre as mulheres sedentárias, essas indicações são consensuais entre médicos. A dúvida surge, entretanto, quando mulheres ativas querem continuar com a rotina habitual de exercícios intensos durante a gravidez. Habituada com uma rotina de malhação intensa há 15 anos, a nutricionista Gabriela Zugliani, 30, não abriu mão do treino pesado durante a gravidez. Chegou até a se exercitar no mesmo dia do parto. “Treinei de manhã e marquei a cesária para a tarde.” O bebê, garante Gabriela, nasceu lindo e saudável. Ela reconhece que tanta atividade física causou estranhamento até no médico. “Ele ficou preocupado no começo, mas viu que estava tudo bem comigo e que eu não extrapolaria os limites do meu corpo e relaxou.” Patrícia Seixas, 29, fez aulas de spinning (ciclismo indoor) até os sete meses de gestação e continuou na musculação praticamente até a hora do parto. “Fui sentindo o limite do corpo e conversando com o médico. Sempre pratiquei atividades físicas, por isso teria estranhado se tivesse ficado parada”, diz. O peso é outra preocupação comum de mulheres que continuam a praticar a musculação. Esse temor só se justifica, contudo, quando a mãe engorda mais que 12 kg. Também há um mínimo: um ganho menor de 6 kg comprimente a saúde do bebê. Embora na última década uma série de estudos tenha indicado benefícios da atividade física moderada para mães e bebês, na prática clínica muitos médicos ainda são receosos quanto ao tema. “A hesitação dos obstetras em recomendar exercícios para as grávidas está enraizada em uma noção antiquada da gestação como um período de confinamento”, disse Raul Artal, chefe do departamento de obstetrícia e saúde da mulher da Universidade de St. Louis (EUA), em artigo na revista “Ob.Gyn. News”. Esse cuidado tem um motivo, segundo a ginecologista Albertina Duarte Takiuti. “O ritmo respiratório durante a gestação e o sangue bombeado não são os mesmos.” “A prática intensa diminui a quantidade de oxigênio para o bebê e para a mãe”, explica a obstetra Mara Diegoli, ginecologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Tudo é dividido por dois.” Mesmo com todas as ressalvas, especialistas dizem que a gestante pode até escolher uma atividade um pouco mais intensa, desde que ela já seja ativa. Isso, porém, não a exime de cuidados como maior hidratação e atenção à frequência cardíaca. A musculação, por exemplo, pode ser estendida ao período gestacional, mas é preciso diminuir a carga, a intensidade e evitar exercícios que sobrecarreguem a coluna e a barriga. “Mas a atividade aumenta a chance de traumas ósseos e musculares”, adverte o ginecologista Corintio Mariani Neto, secretário geral da Sogesp (Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo). Em academias maiores, a presença de preparadores físicos especializados em gestantes faz a mediação entre as necessidades das mães e a preocupação dos médicos.


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Reflexão e Práxis

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Água

Seres vivos e estruturas políticas Por pedro marcelo galasso

Curioso como um dos elementos

to de água para poder ser realizada em

ideia de que as comunidades agrícolas já

buição social.

mais vitais para a manutenção dos

um ambiente tão seco e com tamanhas

realizavam grandes obras públicas antes

Este Estado centralizador concentraria em

seres vivos seja tão desrespeitado

dificuldades físicas. O desenvolvimento

mesmo do surgimento do Estado. Para

seu aparato estatal os estoques necessários

ou pouco valorizado, principalmente,

de processos rudimentares de irrigação

validar tal teoria, podemos citar alguns

para a manutenção social dos períodos de

em países nos quais este recurso parece

trouxe aos homens reflexões e busca

fatos importantes. Estas comunidades

entressafra. Estes estoques formados pela

abundante e virtualmente infinito.

por soluções práticas para tornar pos-

já se preocupavam com o aumento da

produção agrícola direta e pela coleta de

A água pode definir, entre outras tantas

sível a irrigação de áreas distantes dos

produtividade agrícola, eram notórias as

impostos dos servos eram fundamentais

coisas, a urbanização e o crescimento

rios e, aparentemente, impossibilitadas

grandes obras públicas realizadas com

para o sucesso destas imensas sociedades

urbano, o ritmo industrial, o sucesso ou

de serem utilizadas produtivamente. O

imensos contingentes de mão de obra pre-

humanas, teocráticas e agrícolas. Per-

fracasso da atividade agrícola e ainda as-

aperfeiçoamento dos meios de transporte,

viamente controlada e dirigida, mostrando

mitiam trocas comerciais, financiavam

sim vemos milhares de litros de água são

a utilização de animais de tração, bem

que a organização social dentro e fora do

conquistas territoriais e possibilitaram a

desperdiçados de forma inconsequente e

como a fertilização das várzeas permitiu a

trabalho já era considerada.

existência de estruturas estatais sob as

irresponsável, muitas vezes com a conivên-

estes grupos humanos a produção de um

O Estado trouxe consigo uma centraliza-

quais os pensadores e teóricos dos séculos

cia do poder público que não regula seus

excedente que abriu novas possibilidades

ção de poder que pode ser evidenciada,

posteriores refletissem sobre o próprio

usos ou formas de exploração.

sociais, econômicas e culturais até então

por exemplo, com a unificação dos reinos

funcionamento dos modernos Estados

Para falar da importância da água pense-

desconhecidas. O breve relato não deve

que compunham o Alto e o Baixo Nilo por

nacionais, nos fazendo pensar inclusive

mos as chamadas sociedades de regadio,

nos fazer esquecer o quão longo e penoso

Menés, o primeiro faraó egípcio que teve

sobre algo tão prosaico e, ao mesmo tempo,

as antigas civilizações como o Egito Antigo

foi todo esse processo.

tal realização documentada na famosa

tão importante como a água.

e a Mesopotâmia, que constituem pontos

Dentro dos desenvolvimentos sociais pode-

Paleta de Narmer. As atividades de mando

Parece que é razoável dizer que a água

iniciais importantes para o desenvolvimento

mos citar a necessidade dos grupos huma-

somadas a uma divisão social do trabalho

é fundamental para o funcionamento

da agricultura, das cidades e das primeiras

nos de adaptarem respeitando os períodos

mais claramente definida permitiram que

e manutenção dos seres vivos e de

organizações estatais, isso sem contar que

de cheias e de estiagens, além de exigir o

o excedente agrícola produzido, e que

suas estruturas políticas, sejam elas

estes são os primeiros locais onde se iniciou

planejamento de ações para prevenção

neste período histórico era fundamental

quais forem.

uma prática de sistematização do trabalho

de eventuais problemas e estimulavam a

para a manutenção das cidades, ficava a

humano realizado por grandes massas

organização coletiva da mão de obra.

disposição de uma estrutura burocrática

Pedro Marcelo Galasso - Cientista político,

humanas, seja no regime servil ou escravo.

Aqui é importante discutirmos a chamada

e coercitiva, nem sempre justa, e que em

professor e escritor.

A agricultura exigia um imenso suprimen-

Hipótese Causal Agrícola que defende a

teoria organizariam melhor sua distri-

E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Casos e Causos

Juro que é verdade Por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE CXXXIII Eu tinha uns 15 anos, apareceu um cara da Medicina que tinha uns 23 anos e que contava histórias fantásticas para nossa turma de adolescentes. Eram narrações de herói. Uma vez, a namorada dele foi à faculdade de minissaia e não deixaram ela entrar. Ele foi até a diretoria e quebrou a mesa do diretor com uma corrente de ferro. Virou herói da turma, depois dessa história. Eu achei que ele era mentiroso, mas os outros da turma diziam que não. Ficou um impasse. Outras histórias de heroísmo foram contadas por ele, e a dúvida continuou....uns achavam ele o máximo e outros duvidavam de suas histórias. Num dia ele contou outra história: ELE ESTAVA NA PORTA DA FACULDADE, QUANDO UM CARRO PAROU, E O CARA QUE ESTAVA ATRÁS LHE PEDIU PARA ENTRAR. ELE FOI LEVADO A UM HOSPITAL E O CARA SE IDENTIFICOU COMO O DR. ZERBINI E O CONVIDOU PARA AUXILIAR NUM TRANSPLANTE DE CORAÇÃO. Na época, só dois médicos no mundo (Zerbini e Barnard) faziam esse transplante. Nós éramos adolescentes....mas ele errou na dose....e tivemos certeza que ele era mentiroso. JURO QUE É VERDADE CXXXIV Na faculdade de Direito tinha um cara que se dizia ex-guerrilheiro. Contava várias histórias sobre suas atividades na época, inclusive de ações ousadas que teria tido na luta armada contra a ditadura militar. Eu ouvia, fazia perguntas, e suas respostas coincidiam com o que eu havia lido nos livros sobre o assunto (ano, local, alguns personagens etc.). Mas como eu nunca tinha ouvido, nem lido nada sobre ele, fiquei desconfiado, principalmente quando ele disse que estava presente quando o ex-capitão Carlos Lamarca havia furado o cerco do exército no Vale da Ribeira. Dai me lembrei que o professor Roberto entendia bastante do assunto, e resolvi esclarecer sobre a veracidade das histórias. Entrei na sala dos professores, vi o Roberto e perguntei na lata, sem rodeios: AQUELE ESTUDANTE QUE CONTA HISTÓRIAS DA GUERRILHA É MENTIROSO? Roberto, muito educado me disse que seria muita leviandade afirmar que ele era mentiroso. Fiquei até com vergonha de ter perguntado. De repente Roberto completou: SE BEM QUE ELE ME CONTOU QUE UMA VEZ DEU UM TAPA NA CARA DO CHE GUEVARA, NA AVENIDA SÃO JOÃO, DIAS ANTES DELE IR PÁ BOLÍVIA. JURO QUE É VERDADE CXXXVI O Quique Brown, além de vereador em Bragança, é músico, e vocalista da banda LEPTOSPIROSE, uma das mais conhecidas do Brasil, de hardcore (um som extremamente pesado, que tem um público específico). Outro dia, estávamos na piscina do Clube de Campo, quando chegou o Duarte, pai do Quique. Como sabíamos que o Quique havia sofrido um acidente, perguntamos, o que acon-

teceu, e como ele estava. Duarte contou que o filho estava no sítio da família, pisou num ferro que penetrou em seu pé. Ele disse que o Quique demorou para ser socorrido...e teve que passar por cirurgia. Dai......veio a piada de humor negro: VAI VER QUE QUANDO ELE GRITAVA...OS VIZINHOS NÃO LIGARAM PORQUE ACHARAM QUE ERA ENSAIO DO LEPTOSPIROSE. O Duarte riu amarelo....mas dai veio outra piada: INCLUSIVE O VIZINHO ACHOU QUE A BANDA TAVA MAIS MANEIRA, POIS DAVA ATÈ PRÁ ENTENDER A LETRA DA MÚSICA. JURO QUE É VERDADE CXXXVII Desde criança eu gosto de animais, e socorro bichos feridos, com fome ou em perigo. Mas dessas minhas ações, destaco três que foram inusitadas: 1- Eu vinha de carro pela av. Lindoia quando vi um cara chicoteando um cavalo, que não suportando o peso da carroça, arriou. Parei o carro e falei pra ele não fazer aquilo. Ele nem me respondeu e continuou a bater no cavalo. Irado...tomei o chicote da mão dele e se não fosse o Dr. Fábio Vilches me segurar, eu teria chicoteado o carroceiro. Considero que fui JUSTO mas MEIO IMBECIL. 2- Estava remando no tanque do moinho, quando notei que um pato selvagem (biguá) estava preso numa linhada de pesca. Com cuidado trouxe o pato pro barco e fui tirar o anzol do seu bico, que parecia uma serra. Consegui...mas tomei diversas bicadas, que deixaram minha mão sangrando em vários locais. Considero que fui EFICIENTE mas MEIO IMBECIL. 3 Estava nadando na piscina da casa do Sergio Morbidelli, quando notei uma mamangava (vespona preta que parece um besouro) se afogando. Coloquei as mãos em concha e a tirei fora da piscina. A água da mão escorreu e ....ela me deu uma puta ferroada. Considero que fui IMBECIL MAS.......TOTALMENTE IMBECIL. JURO QUE É VERDADE CXXXVIII Dr.Luciano Siqueira, além de advogado e professor, é esportista, chegando a integrar várias equipes de basquete de Bragança Paulista. Certa vez, num jogo contra time de outra cidade, Luciano estava no banco de reservas, por opção do treinador. A equipe perdia o jogo por 10 pontos e Luciano disse ao técnico: ME COLOCA NO JOGO....EU TO TININDO...ESSE JOGO É PRÁ MIM. O treinador mandou ele esperar...e a vantagem do outro time passou pra 12 pontos. Ele pediu mais duas vezes ; Pô ...ME PÕE NO JOGO...TÔ SUPERBEM..É JOGO PRÁ MEU ESTILO. O técnico mais uma vez fez sinal pra ele esperar...mas como logo em seguida, a diferença de pontos aumentou para 15, o comandante capitulou: VAI LUCIANO...AQUECE E ENTRA...VÊ SE VIRA O JOGO. Luciano levantou do banco, lépido, iniciou o aquecimento e.......AI AI......teve uma distensão que o impediu de jogar.


Informática & tecnologia

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Leitura a jato Apps e sites simplificam técnica antiga e permitem leitura mais rápida que a usual

Por YURI GONZAGA/ FOLHAPRESS

Que tal ler este texto, que na velocidade média de leitura levaria dois minutos, em 26 segundos? É o que oferecem recém-lançados aplicativos e sites que imitam a técnica de leitura dinâmica. A empresa americana Spritz fez barulho ao apresentar seu software no fim do mês passado por prometer livros lidos em algumas dezenas de minutos, e mensagens finalizadas em segundos. Como? Ao exibir as palavras de um texto em sequência ultrarrápida e no mesmo lugar. Isso torna desnecessário o movimento dos olhos e suprime a “vocalização” mental, que desaceleram a leitura. A técnica, conhecida como RSVP (apresentação visual rápida e em série), não é novidade, mas o Spritz --que lançou na sexta passada uma versão para programadores-- é pensado especificamente para telas diminutas. O benefício no caso desses dispositivos se estende também ao manuseio. “Um relógio inteligente exibindo todos os seus e-mails é um ótimo exemplo de uso do Spritz”, diz à Folha o fundador e executivo-chefe da empresa, Frank Waldman. A proposta, segundo ele, é acelerar tarefas “mundanas”, rotineiras, para sobrar tempo para outras --ler um livro calmamente, como sugere. A Samsung anunciou que embutirá o Spritz no smartphone Galaxy S5 e no relógio Gear 2 --serão anunciados no Brasil na quarta. Mas já é possível experimentar a técnica em análogos (veja pág. 4). “Com telas menores, poderemos ajudar as pessoas a lerem ainda mais rápido e em qualquer lugar”, diz Matt Bischoff, criador do aplicativo para iPhone Velocity, que também usa RSVP.

Na prática

Para o professor de leitura dinâmica Juarez Angelo Lopes, do Instituto IOM, o software leva a uma leitura parecida com a que ensina aos seus alunos, mas com a vantagem de

dispensar um guia físico, como mão ou lápis. “Achei ótimo, mas infelizmente nem tudo que lemos está em formato digital”, diz. Pedro César Sant’Anna, escriturário de cartório, conta que, depois de um curso de leitura dinâmica, chega a absorver mil palavras por minuto --taxa que é tida como um limite físico, quatro vezes superior à normal. Apresentado a uma ferramenta equivalente ao Spritz, ele disse que a sensação é “idêntica”. “Só que mais confortável. O nível de compreensão também foi parecido.” Um problema desse tipo de exibição é a velocidade fixa, segundo Rodrigo Roux, advogado do escritório Derraik e Menezes. A profissão é a que mais busca aprender a leitura dinâmica, segundo Lopes. “Acaba atrapalhando um pouco, porque normalmente dou mais atenção a trechos e menos a outros”, diz Roux. O professor de psicologia Keith Rayner, da Universidade da Califórnia em San Diego, disse em entrevista à NBC que a compreensão da técnica é “muito limitada” para textos mais longos.

Opinião

Aplicativos de leitura rápida podem tomar o prazer de ler. Utilidade é inegável para textos como termos de privacidade e contratos PAULO WERNECK COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A leitura dinâmica está entre os sonhos que a humanidade ainda não realizou, como a pedra filosofal, que transforma chumbo em ouro. Ler, muitas vezes, é uma atividade penosa, e pular as páginas de um livro chato está entre os prazeres da leitura, assim como abandoná-lo pela metade, como escreveu um autor que admiro. Em seu discurso sobre o dia de são José, Dilma Rousseff levou 25 minutos para proferir 2.286 palavras. Na velocidade mais alta do Spritz, mil palavras por minuto, poderíamos traçá-

-las em dois minutos e meio, sem prejuízo do sentido, espera-se. Um estudo divulgado pela extinta escola de leitura dinâmica Técnicas Americanas indica que o latino-americano é capaz de ler de 180 a 220 palavras por minuto. O método de leitura dinâmica empregava um cartão com um furo horizontal que isolava algumas palavras da massa de texto, o “taquitoscópio”. Com ele, seria possível matar incríveis 2.000 palavras por minuto. O aplicativo tem algo de seu ancestral de cartolina: o princípio é isolar as palavras do resto do texto. As palavras mais recorrentes vão bombardeando a cabeça do leitor e construindo o sentido, seja lá qual ele for. Mas, se as técnicas tradicionais cheiram a picaretagem, talvez valha a pena dar uma colher de chá para os robôs de leitura que vêm chegando. Um app como o Spritz pode ajudar a enfrentar a demanda excessiva de nossas fatigadas retinas. É inegável sua utilidade para ler os termos de privacidade do Facebook ou as letras miúdas do contrato com as Casas Bahia. Sim, as máquinas estão chegando lá. Apesar dos inevitáveis micos, robôs de tradução, por exemplo, já estão aperfeiçoados e fornecem versões inteligíveis, desde que o texto seja desprovido de ambiguidades e nuances, como manuais de instrução. Pensando bem, um sonho mesmo seria um app para garantir uma leitura demorada, na onda do “slow reading”, movimento que tem até seu manifesto. Só falta combinar com o Google. Serviços oferecem e-books em série e condensados. Sites e aplicativos apostam em difusão de livros em capítulos, como um folhetim; outros em obras para ler em até 15 minutos. Se por um lado a tecnologia pode ajudar quem quer ler mais rápido, por outro ela afoga internautas com o fluxo perpétuo de

informação. Mas alguns novos serviços e aplicativos querem “salvar” a leitura aprofundada. “Meus amigos queixavam-se para mim com muita frequência sobre não ter tempo para ler algo mais longo que um blog ou alguns tuítes”, diz à Folha Yael Goldstein, diretor editorial do Rooster, app de e-books em inglês “seriais” lançado neste mês. A ideia do aplicativo, para iPhone, é segmentar todo mês um romance clássico e um contemporâneo em blocos editados para serem lidos em até 15 minutos. Eles chegam ao celular do assinante (US$ 5, cerca de R$ 12, mensais), em horários programados como um folhetim ou uma série de TV. “Achamos que o Rooster pode mudar a vida de pessoas que gostam de ler e que acabaram deixando o hábito de lado. Assim como joguinhos de celular criaram um enorme público de gamers’ casuais, o aplicativo pode gerar uma nova população de leitores casuais”, diz. O lançamento do Rooster foi encorajado pelo sucesso do DailyLit, da mesma empresa, que envia um naco de ficção ou não ficção todos os dias para o e-mail do usuário. Há títulos pagos e gratuitos. Outro serviço recente, o alemão Blinkist, resume o que diz serem “as mais importantes obras de não ficção da atualidade” para conteúdo feito para ler durante até 15 minutos. Há 20 novos títulos (em inglês) todo mês, e o usuário paga Ç 3 (R$ 9,65). A ideia é semelhante à do popular getAbstract, focado em economia, e à do literário My Harvard Classics, da universidade americana, que promete “todos os elementos de uma educação liberal” com 15 minutos de leitura diários, ou 90 horas no total --custa US$ 45 (R$ 105) por ano, mas há volumes grátis (veja em myharvardclassics.com). Os maiores expoentes do modelo de e-books por assinatura são o Oyster, indisponível no Brasil, e o Scribd.


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KTM inaugura na 1190 Adventure um controle de estabilidade inteligente Por Carlo Valente do InfoMotori.com/Itália com Raphael Panaro/Auto Press

O bom momento do mercado brasileiro de motocicletas premium tem atraído as mais famosas marcas do mundo. Só nos últimos anos, Ducati, Triumph e MV Agusta passaram a atuar no Brasil. Agora será a vez da austríaca KTM desembarcar. Em parceria com a Dafra, a tradicional fabricante de motos promete vender seus produtos aos consumidores brasileiros até o final do ano. Os modelos ainda não foram definidos, mas a KTM admite que vai começar no segmento off-road – terreno em que a fabricante fica bem à vontade. Os modelos serão montados em CKD na fábrica da Dafra em Manaus, no Amazonas. A partir de 2015, novos produtos off-road e outros street – Duke 200 e 390 serão as primeiras – serão produzidos pelo mesmo processo. E uma das motocicletas que podem chegar por aqui nessa “leva” é a maxitrail KTM 1190 Adventure, uma bigtrail que tem como grande diferencial a segurança. A moto top da marca conta com um inédito controle de estabilidade, que trabalha em conjunto com os freios ABS. Desenvolvido pela alemã Bosch, o Motorcycle Stability Control – MSC – traz sensores que checam, a cada centésimo de segundo, a velocidade nas rodas, o ângulo da moto em relação ao solo e o grau de giro do guidão. Com esses dados, o sistema projeta o limite de aderência e atua nos freios, indivudualmente em cada roda, para devolver o controle em caso de perda de aderência. O dispositivo também ajuda a evitar outras situações de risco, como as quedas chamadas de “lowsiders”, quando as rodas derrapam em função de uma frenagem exagerada. Segundo a Bosch, os sensores detectam a iminência da derrapagem e limitam preventivamente a força máxima de frenagem. O MSC se alia ao eCBS – sistema que distribui a pressão de frenagem entre as rodas – e evita a propensão da motocicleta de “perder a frente” quando o freio é acionado em uma curva. O sistema entra em ação e, novamente, encontra a melhor dosagem de força dos freios. Em casos mais extremos, o MSC também impede que a roda dianteira empine numa arrancada muito forte ou que a traseira saia do chão quando o piloto freia a roda dianteira com força excessiva. A KTM rotula a 1190 como aventureira. Mas o propulsor adotado na motocicleta oferece boa esportividade, o que a credencia também para andar forte no asfalto. Trata-se de um motor bicilíndrico montado em “V” com 1.195 cm³ de deslocamento – o mesmo usado na superesportiva RC8 –, mas com ajuste para prover um bom torque em giros médios. Ele é capaz de produzir 150 cv a 9.500 rpm e 12,5 kgfm de torque a 7.500 giros. Essa mecânica faz o modelo ser um das maxitrails mais potentes, juntamente com a poderosa Ducati Multistrada e seu propulsor Testastretta de 1.198 cc, 150 cv e 12,1 kgfm de torque. Para os mais estradeiros, o modelo ainda possui uma versão “R”, equipada com roda aro 21 na frente e protetor de motor de série. Na Itália, a KTM 1190 Adventure custa 15.610 euros – o equivalente a R$ 48.500 – e encara rivais como a BMW R1200 GS e a Triumph Tiger 1200.

Primeiras impressões

Aventuras em série

por Carlo Valente do InfoMotori.com/Itália exclusivo no Brasil para Auto Press

Vicenza/Itália – Em um primeiro olhar, a KTM 1190 Adventure se confirma uma esportiva travestida de aventureira. E esta premissa é obrigatória para uma explicação das sensações provocadas ao subir na motocicleta. A posição de pilotagem é bem alta em relação ao chão, além de ser confortável. O guidão e as pedaleiras são totalmente ajustáveis para atender à necessidade de quem vai em cima do modelo. Isso ajuda a ter tudo sob controle desde o início. O som da partida do motor dois cilindros, sóbrio e abafado, é um convite a engatar a primeira marcha. A transmissão, inclusive, faz trocas suaves e rápidas. Já o propulsor bicilíndrico twin, apesar de ser um pouco “murcho” em giros mais baixos, descarrega toda sua potência quando passa das 3 mil rpm. O motor austríaco oferece tanta aceleração que pode fazer motos esportivas de alguns anos atrás ficarem envergonhadas. A proteção aerodinâmica do para-brisa pode arrefecer um pouco a adrenalina, mas o desempenho não deixa a desejar.

O conjunto dos pneus com rodas de 19 polegadas na frente e 17 atrás possibilitam que a 1190 encare estradas de terras, mas o “terreno de caça” da moto é o asfalto. Nas curvas, o poder de maneabilidade do modelo é único. Um dos motivos de tal “temperamento” é a combinação dos pneus Continental e a suspensão calibrada com precisão. Já no modo Sport – o mais agressivo –, o controle de tração e o feedback do motor estão em uma perfeita união. O piloto sempre sabe o que está se passando com a moto em uma margem alta de segurança. Algo que também acontece com os freios ABS. Ele são menos invasivos na pilotagem e permitem uma melhor exploração do potencial da moto. A grande novidade da KTM, o Motorcycle Stability Control – MSC – , não interfere diretamente na condução. Mesmo fazendo algumas “peripércias” durante o teste, a eletrônica não notificou nenhuma intervenção do sistema. Claro que o instinto de auto-preservação falou mais alto, mas é reconfortante saber que, em casos mais extremos, há sempre “alguém” cuidando da segurança.

Ficha técnica

KTM 1190 Adventure Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.195 cm³, de dois cilindros gêmeos em “V” a 75º, oito válvulas, comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida. Injeção eletrônica Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente. Potência máxima: 150 cv a 9.500 rpm. Torque máximo: 12,5 kgfm a 7.500 rpm

Diâmetro e curso:105,0 mm X 69,0 mm. Taxa de compressão: Não informado. Suspensão: Dianteira com garfo invertido WP de 190 mm. Traseira monochoque WP de 190 mm com ajuste eletrônico. Pneu: 120/70 R19 na frente e 170/60 R17 atrás. Freios: Disco duplo de 320 mm na frente e disco simples de 267 mm atrás. Oferece freios ABS de série.

Dimensões: Chassi em treliça com 2,26 metro de comprimento, 1,45 m de altura e 89 cm de largura. 1,56 m de distância entre-eixos e 86 cm de altura do assento. Peso: 212 kg a seco. Tanque de combustível: 23 litros. Produção: Mattighofen, Áustria. Lançamento mundial: 2013. Preço na Europa: 15.610 euros – o equivalente a R$ 48.500. Fotos: Divulgação


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White Up, versão topo de linha do Volkswagen Up, é bem equipada mas exagera no preço Por aRaphael Panaro/Auto Press

O Up chegou com credenciais impressionantes ao mercado brasileiro. O carrinho foi anunciado como principal lançamento da Volkswagen neste século, atingiu cinco estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP, obteve o menor custo de reparabilidade no ranking oficial do Cesvi – Centro de Experimentação Viária – e ainda tirou nota “A” em relação ao consumo no Programa de Etiquetagem do InMetro. Mas a missão era complicada: substituir o aposentado Gol G4 e fazer com que a marca alemã ultrapassasse a Fiat na liderança de mercado. Apesar do frescor de novidade e da massiva publicidade na tevê, o Up terminou março – primeiro mês cheio de vendas – em um longínquo 16º lugar no ranking do carros mais vendidos em território nacional. O modelo emplacou 3.517 unidades. Um início não muito animador, principalmente porque o marketing da marca projetava informalmente, em meio à euforia do lançamento, 120 mil vendas para o primeiro ano. As vendas do Up ficaram na metade da média de cerca de 7 mil veículos que o extinto Gol G4 obteve nos últimos meses de comercialização – e bem atrás das 12.856 unidades do Fiat Palio, que ultrapassou o Volkswagen Gol – 12.529 emplacamentos – e se tornou líder entre os carros de passeio no mês de março. E ainda mais longe das 13.019 unidades que tornaram a picape Fiat Strada o automóvel mais vendido do país no mesmo período. Hatches compactos recentemente lançados, como Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, obtiveram vendas iniciais bem mais consistentes que as do Up. Um fator que pode ter contribuído para essa timidez nas vendas iniciais é o preço das versões que vão além do “basicão” – caso da “top” White Up avaliada. Vendido ainda apenas com quatro portas, o Up começa em R$ 28.900 do despojadíssimo Take Up e vai até R$ 39.390 na versões topo de linha cromáticas White Up, Red Up e Black Up. E é nessas configurações que o modelo traz o que de melhor tem a oferecer. Vêm com rodas de liga-leve de 15 polegadas, chave canivete, retrovisores elétricos, bancos parcialmente em couro sintético, volante revestido em couro, ar-condicionado, sensor de estacionamento e rádio CD/MP3/ Bluetooth/Aux. A etiqueta pode subir até os R$ 41.360 com o sistema “Maps & More”. O dispositivo opcional é uma tela de GPS sensível ao toque acoplada no painel , mas totalmente integrada ao modelo. Ela também funciona como extensão do rádio e do computador de bordo do veículo, além de fornecer conexão Bluetooth. A produção nacional do Up estava no cronograma da Volkswagen e faz parte do aporte da marca alemã na unidade de Taubaté, São Paulo, de R$ 9,2 bilhões que serão investidos até 2016. O subcompacto, lançado na Europa em 2012, recebeu uma “abrasileirada” e sofreu pequenas alterações na sua concepção. Para encarar os desníveis das estradas tupiniquins, as suspensões dianteira e traseira tiveram uma calibração especial e foram elevadas em 20 mm em relação ao Up europeu – associado ao conjunto de roda e pneu de maior diâmetro. Houve também uma alteração na dimensão. O comprimento cresceu 6,5 centímetros – para um total de 3,60 metros – e a altura é de 1,50 m – contra 1, 48 m do modelo do Velho Continente. Parte dessas mudanças refletiram na ampliação da área de porta-malas, que passou de 211 para 285 litros. Outra diferença foi a substituição da tampa do porta-malas de vidro por uma convencional em aço. No Up “made in Brazil”, as janelas traseiras se abrem normalmente em vez de bascularem – solução comum em subcompactos europeus. Já o tanque de combustível por aqui tem 50 litros – 15 a mais que o europeu. Útil para não comprometer demais a autonomia de quem roda com etanol. Uma das atrações do Up está sob o capô. Mas o motor três cilindros 1.0 litro – que estreou no Brasil no Fox Bluemotion – equipa toda linha o Up por aqui. Esse propulsor foi lançado em 2012 junto com o subcompacto Up na Europa e pertence à família EA211, a mesma do 1.4 TSI turbinado que chega nas versões Comfortline e Highline do Golf importado. São três cilindros, com quatro válvulas em cada, que rendem 76/82 cv a 6.250 rotações e 9,7/10,4 kgfm de torque a 3 mil rpm, quando abastecido com gasolina e

etanol, respectivamente. No Up, o tricilíndrico é suficiente para levar o carro de zero a 100 km/h em 12,4 segundos e à velocidade máxima de 165 km/h – sempre com etanol. A única transmissão disponível, por enquanto, é a manual de cinco marchas. Mas, na tabela de consumo do InMetro, já há um teste do Up com câmbio automatizado – o que pode sugerir que uma versão I-Motion será lançada em breve. E, provavelmente, baseada nas configurações “top”.

Ponto a ponto

Desempenho – Os 82 cv produzidos pelo motor três cilindros sugerem mais do que o escrito na ficha técnica. A força do propulsor empurra o pequeno Up com decisão. Boa parte desse desempenho é graças ao baixo peso – de apenas 910 kg. O torque máximo de 10,4 kgfm aparece a 3 mil rpm e confere boa agilidade ao subcompacto na cidade. A performance é bem acima de outros modelos dotados de motores 1.0 litro. Somente em ladeiras muito íngremes o Up pede uma redução de marcha para ganhar fôlego. O câmbio, inclusive, é bem escalonado e corretamente harmonizado com o três cilindros. E os engates rápidos e precisos da transmissão também merecem destaque. Nota 8. Estabilidade – O Up é um carro que sempre está na mão do motorista. Não há muitos problemas do modelo seguir a trajetória apontada. Em velocidades relativamente altas, o carrinho não pede correções na direção e até encara uma sequência de curvas sinuosas sem fazer feio. Nada que tolere uma “tocada” mais agressiva, mas o comportamento é bem de acordo com a proposta. Nota 8. Interatividade – O menor dos Volkswagen é um carro bem fácil de se interagir. São poucos comandos e os mais importantes estão às mãos do motorista. O volante tem boa pegada, peso correto e base reta. O carrinho ainda traz uma pitada de “marketing ecológico” com um computador de bordo que tem indicador de troca de marcha para um consumo de combustível mais eficiente. O console central abriga o rádio e os seletores giratórios do ar-condicionado, onde o manuseio é bem simples. Desfavoráveis são o pequenino conta-giros, o diminuto computador de bordo com letras e números difíceis de ver e a ausência de um volante multifuncional. Nota 8. Consumo – Um dos grandes trunfos do Up. De acordo com dados do Programa de Etiquetagem do InMetro, a versão White Up registrou médias de 9,1 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada com etanol e 13,2 km/l no ciclo urbano e 14,3 km/l em trecho rodoviário quando abastecido com gasolina. Desempenho similar ao obtido pelo Fiat Palio Fire e menor que o aferido para o Renault Clio. Os números renderam nota “A” ao Up, tanto no segmento quanto no geral. Nota 9. Conforto – O Up traz o caracterísitico acerto de suspensão da Volkswagen. Ele é firme, mas o ocupantes pouco sofrem com as típicas “crateras” das ruas brasileiras. A frente, goza-se de certo espaço. Atrás, a situação muda um pouco. Pessoas com até 1,90 metro têm um bom vão livre para a cabeça – o Up é um carro “altinho”. Já as pernas não desfrutam de tanta folga assim, mas duas pessoas viajam comodamente. A adição de uma terceira pessoa compromete o conforto dos demais – a não ser que sejam só crianças. O isolamento acústico é apenas regular – às vezes é necessário aumentar o volume do rádio para conseguir ouvir as músicas direito. Nota 7. Tecnologia – Quando foi lançado na Europa, em 2012 , o Up inaugurou uma nova plataforma que atende pelo nome de PQ12 – também conhecida como New Small Family ou NFS – para carros urbanos ultra-compactos. O motor três cilindros de 1.0 litro também é novo e estreou por aqui no passado no Fox Bluemotion. A versão testada trazia o opcional sistema “Maps & More”, que parece um GPS comprado em qualquer loja automotiva. O dispositivo dá ao modelo sistema de navegação, conexão via Bluetooth e reproduz dados do computador de bordo, além de exibir o gráfico do sensor de ré. Porém, quem opta por essa tecnologia deixa de ter uma simples entrada USB – item de série em versões mais baratas. Os vidros traseiros elétricos são inexistentes – lá estão as anacrônicas

manivelas. Nota 7. Habitabilidade – Até que o espaço interno do White Up é bem aproveitado. Há alguns nichos para garrafas e papéis nos bolsões das portas. No parte central, há um porta-copo e um nicho para objetos de uso rápido como carteira, celular e chaves – que têm de ser armazenados empilhados. Já o porta-malas leva bons 285 litros e ainda traz uma inovação que a Volkswagen chama de “s.a.v.e”. Trata-se de um “tapume” removível que altera o tamanho do compartimento e permite acomodar bagagens de tamanhos variados. Nota 7. Acabamento – Os plásticos são de qualidade razoável, mas os encaixes são bem executados. Nas versões cromáticas White, Red e Black Up, o modelo vem de série com o painel central pintado na cor da carroceria – semelhante ao que a Fiat faz com o 500. Opcionalmente, os bancos podem ser revestidos em couro sintético que, nas versão White Up, traz costuras brancas e nome do carro cravado no encosto. Nota 7. Design – O Up escapa do visual homogêneo de toda linha da Volkswagen. O estilo “caixote” tem traços simples e modernos. A ausência de grade dianteira não causa estranheza. Já a traseira tem um para-choque bojudo e lanternas verticalizadas. Na versão White Up, a parte central das rodas de liga leve acompanham a cor externa, dando um visual harmônico para o carrinho. Uma questão que talvez esteja inibindo as vendas é que o estilo “fun car” do Up é um tanto “leve”, quase feminino. Não transmite a pecepção de robustez que exibia o velho e “tosco” Gol G4, que o Up substituiu. Nota 7. Custo/benefício – A Volkswagen cobra caro pelo White Up. São iniciais R$ 39.390, mas pode chegar a R$ 41.360 com os opcionais sistema “Maps & More” e bancos revestidos em couro sintético. Não há nenhum concorrente como os Fiat Palio e Uno, Chevrolet Celta, JAC J2 e Peugeot 207 que chegue nesse preço. O valor se aproxima do Chevrolet Onix LS 1.0 equipado a altura com My Link – que vai até R$ 39.690. A “etiqueta cheia” do White Up bate na porte do estiloso Ford New Fiesta S – versão de entrada – que tem motor 1.5 litro, bons equipamentos, mais espaço e custa R$ 42.190. Nota 5. Total – O Volkswagen White Up somou 73 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Ao olhar a primeira vez para o White Up, a impressão é que o carrinho da Volkswagen não “aguenta o tranco”. O visual traz uma identidade irreverente e jovial, porém ao mesmo tempo transmite certa fragilidade. O modelo parece também ser menor do que realmente é. Mas algumas dessas restrições iniciais vão caindo quando se põe o Up em movimento. O simpático carrinho mostra, de cara, a valentia do moderno motor três cilindros 1.0 litro. Ele movimenta o modelo sem titubear e raros são os momentos de “anemia”. Um deles é quando o ar-condicionado está ligado, o que deixa o propulsor um tanto “murcho” nas rotações iniciais. Porém, perto dos 3 mil giros, o Up mostra seu potencial e os enxutos 910 kg saem da inércia com desenvoltura. O comportamento dinâmico também agrada com respostas precisas da direção. Já o habitáculo mostra qualidades e alguns defeitos do Up. A saída central do ar-condicionado – em cima do painel e atrás do sistema opcional “Maps & More” – gera estranheza e certa desconfiança quanto à eficiência. Mas bastam alguns minutos para o interior ser resfriado completamente. Já o isolamento acústico deixa a desejar e é possível “saber” tudo que se passa com o motor tricilíndrico desde as primeiras rotações. Pelo o menos o ronronar do propulsor agrada. Os bancos – revestidos opcionalmente de “couro sintético” – sustentam bem o corpo. O único incoveniente é o apoio de cabeça integrado ao banco – não é possível ajustar sua altura. O Up revela ainda algumas contradições. Pode custar mais de R$ 40 mil, como na versão White Up avaliada, mas não oferece vidros elétricos traseiros sequer como opcionais. Outra incongruência é que, no caso de optar pelo “Maps & More”, que traz GPS, Bluetooth e ainda recursos que “ensinam” a forma mais econômica de dirigir – de forma bastante simples –, o Up simplesmente perde a entrada USB. O sistema é na verdade um GPS da Navigon, uma empresa alemã que fornece sistemas de navegação portáteis em todo o mundo. Ele é facilmente destacável – o que ajuda a desestimular os ladrões. Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias


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Jornal do Meio 742 Sexta 2 • Maio • 2014

veículos

Mudanças pontuais Por AUGUSTO PALADINO/autopress

A linha 2015 da Volkswagen trouxe algumas novidades. Umas delas é a nova versão topo de linha para o sedã Voyage. Chamada de Evidence, ela traz frisos cromados na parte inferior das laterais, rodas de liga leve de 16 polegadas em nova tonalidade, adesivo preto na coluna “B” e o logotipo alusivo à configuração nos para-lamas dianteiros. Dentro, o painel ganhou tonalidade cinza clara e os revestimento dos bancos são em alcântara. O carro passa a ser equipado com o motor 1.6 MSI da linha EA211. Ele vem com melhorias como bloco e cabeçote feitos de alumínio, comando de admissão variável e coletor de escape integrado, além de refrigeração líquida. A potência ficou em 116/120 cv e 15,8/16,8 kgfm de torque com gasolina e etanol, respectivamente. O propulsor também irá empurrar as versões Rallye do Gol e Cross da Saveiro. E o software de gerenciamento da transmissão automatizada I-Motion foi atualizado para otimizar as trocas de marcha.

Fotos: Divulgação

Voyage Evidence

A apresentação do Fiat Uno furgão foi em outubro do ano passado na Fenatran – Salão Internacional do Transporte. Mas só a partir desse mês a marca italiana começa a vender a variante vocacionada ao trabalho do hatch compacto. Com capacidade para carregar 400 kg ou mil litros, o Uno furgão vai partir de R$ 32.190 quando equipado com o motor 1.0 Evo flex – de 75 cv e 9,9 kgfm – e R$ 34.289 movido pelo propulsor 1.4 Evo – de 88 cv e 12,5 kgfm. Visualmente, as únicas alterações em relação ao Uno convencional estão no parachoques dianteiro e nos retrovisores – que são sempre pintados de pretos – e nos vidros traseiros escurecidos e com grade protetora. Há apenas duas opções de cores: branco ou prata.

Fiat Uno furgão


veículos eículos

Jornal do Meio 742 Sexta 2 • Maio • 2014

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Notícias

automotivas Por Augusto Paladino/autopress

Revenda própria – A chinesa Geely

comandada por Carlos Tavares, ex-chefe

surgir antes dos próximos três anos. A

tecnologia na conexão com rede elétri-

Motors inaugurou sua primeira

de operações da Renault, que substitui

fabricante britânica pondera a possibi-

ca. A parceria da marca francesa com

concessionária no país. Localizada

Phillippe Varin, até então CEO da PSA.

lidade de utilizar sua própria tecnologia

a usina visa compartilhar informações

para desenvolver o utilitário. A Daimler,

estratégicas e suporte técnico afim de

em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a revenda será responsável pela comercia-

Tudo de novo – Após ser acusada pelo

em 2013, adquiriu 5% das ações da Aston

possibilitar a criação de uma infraestrutu-

lização do sedã EC7, apresentado no final

governo dos Estados Unidos de ser res-

Martin, em um acordo que envolvia troca

ra para recarregar a bateria dos veículos

de janeiro desse ano e, até o momento,

ponsável pela morte de 300 pessoas – de-

de motores e tecnologia.

elétricos no Brasil. Em 2013, Renault e

único modelo da marca. Com valor de

vido a um defeito no cilindro da ignição

R$ 49.990, o EC7 é equipado com um

que acarretou o recall de 1,6 milhão de

O X da questão – O Mitsubishi Lancer Evolution

car 32 unidades de outro modelo zero

motor de 1.8 litro de 130 cv e vasta lista

veículos –, a General Motors fez outra

X está com seus dias contados. A produção

emissão da marca europeia em regime

de equipamentos de série, com destaque

convocação em massa. Desta vez, 1,3

da versão esportiva do sedã japonês deve

de SKD – semi knock down.

para o ar-condicionado digital, revesti-

milhão de automóveis foram chamados

ser descontinuada até o final do ano. Não

mento dos bancos em couro e sensor

para reparos em uma possível falha que

há um motivo oficial, mas ventila-se que a

Gota d’água – A BMW Motorrad está

de estacionamento. Em junho, o EC7

ocasionaria a perda repentina da dire-

baixa demanda em todos os mercados onde

convocando proprietários de quatro

ganhará a companhia do subcompacto

ção elétrica auxiliar. Os carros afetados

é vendido contribuiu para tal decisão. Outras

modelos – F 800 GS, F800 GS Adventu-

GC2 – previsto inicialmente para chegar

incluem os modelos Chevrolet Malibu,

informações apontam que a Mitsubishi irá

re, R1200 R e R1200 GS –, produzidos

em maio. Os dois carros vêm do Uruguai,

Malibu Maxx, HHR, Cobalt, os Saturn

se dedicar a modelos ecologicamente corre-

somente entre 2012 e 2013, para um

onde são montados em regime de CKD.

Aura e ION e também o Pontiac G6.

tos. A fabricante nipônica não preparou um

recall. Segundo comunicado da marca,

substituto direto para o carro, mas fontes

o problema está no sensor do cavalete

Negócio da China – O acordo entre PSA

Mais frutos – Após notícias de que a Aston

asiáticas dizem que o desenvolvimento de

lateral que pode sofrer infiltração de

Peugeot-Citroën e a Dongfeng finalmente

Martin poderá ser comprada pelo grupo

um modelo híbrido de alto desempenho

água e deixar de funcionar corretamente.

saiu. O grupo chinês adquiriu 14% da

Daimler – detentor da Mercedes-Benz

está encaminhado, assim como a Nissan e

Nesses casos, o motor pode desligar de

aliança francesa por cerca de 800 mi-

–, a parceria entre as marcas continua a

a nova geração do novo GT-R. Por aqui, a

forma inesperada durante a pilotagem,

lhões de euros – cerca de R$ 2,5 bilhões.

todo vapor. A novidade agora é que ambas

Mitsubishi garantiu a venda do Evo X, de

causando acidente. A troca da peça

A negociação também inclui a venda da

pretendem desenvolver um novo SUV de

295 cv, até o final de 2015.

será feita a partir do dia 7 de abril. Para

mesma porcentagem de ações para o

luxo em conjunto, segundo informações

governo francês. Toda transação é para

da agência “Bloomberg”. O modelo seria

Plugado – A Renault cedeu 20 exemplares

envolvidos na campanha, a BMW fornece

recuperar as operações da PSA, que fe-

baseado na Classe GL da marca alemã.

do elétrico Zoe para a Itaipu Binacional.

o telefone 0800 707 3578 – de segunda a

charam 2013 com um déficit de mais de

No entanto, mesmo que o projeto seja

O modelo compacto produzido na Europa

sexta-feira das 8 às 19 horas – ou o site

R$ 7 bilhões. A nova fase do grupo será

aprovado, o novo automóvel não deve

ajudará nos estudos de impacto da nova

www.bmw-motorrad.com.br.

Itaipu fecharam um acordo para fabri-

agendamento ou consulta dos chassis


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