758 Edição 22.08.2014

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Braganรงa Paulista

Sexta

22 Agosto 2014

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jornal do meio

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Saúde

Jornal do Meio 758 Sexta 22 • Agosto • 2014

Limites da ciência

Físico brasileiro questiona os limites da ciência em novo livro, Marcelo Gleiser defende que avanço da ciência aumenta dúvidas e a fronteira com o desconhecido, cientista admite que há questões irrespondíveis e que é impossível explorar o que há além do Cosmo observável por SALVADOR NOGUEIRA/folhapress

A visão de que tempo é tudo de que a ciência precisa para decifrar todos os enigmas do Universo acaba de ser meticulosamente desconstruída pelo físico Marcelo Gleiser em seu novo livro, “A Ilha do Conhecimento”. De forma destemida, o pesquisador brasileiro do Dartmouth College, nos EUA, e colunista da Folha conduz seus leitores por uma jornada de milhares de anos, tempo que levou para a humanidade partir das primeiras especulações filosóficas sobre o Cosmo até decifrarmos os segredos do interior da matéria e das profundezas do espaço. O destemor vem do fato de que, diferentemente do padrão adotado pelo maioria dos cientistas que atuam na divulgação para o público, Gleiser não apresenta uma jornada triunfal rumo ao conhecimento total. Em vez disso, ele explora uma metáfora em que a ciência --e não só ela, mas outras formas de conhecer o mundo, exploradas nas artes e na filosofia-- constrói uma ilha do conhecimento, rodeada pelo oceano do desconhecido. Conforme a ciência avança, a ilha cresce, o que pode ter produzido em alguns a ilusão de que um dia sua extensão territorial poderia abarcar tudo que existe, eliminando o desconhecido. Não é assim que funciona, contudo.

Gleiser defende que o crescimento da ilha aumenta suas fronteiras, o que significa dizer que também aumenta a interface com o desconhecido. Novas perguntas surgem, e o processo de conhecer recomeça. Mas nunca termina. A cada nova resposta, outras perguntas surgiriam, tornando a ciência um eterno esforço de aproximação da natureza, sem jamais abarcá-la por completo.

Macro, micro e mente

O livro é dividido em três partes. A primeira explora a cosmologia, ou seja, a evolução do conhecimento acerca do surgimento e da evolução do Universo. E desemboca no fato de que é impossível explorar o que há além do Cosmo observável --a luz simplesmente não teve tempo de viajar de lá para cá desde que o Universo começou. Além disso, Gleiser destaca que uma ideia que ganha a cada dia mais adeptos entre os físicos --a noção de que nosso Universo é apenas um em um multiverso-transcende sua cientificidade. “A hipótese do multiverso não é testável dentro da formulação atual da física, mesmo que seja tão sugestiva e atraente para muitos”, escreve o físico. Na segunda parte, Gleiser explora a compreensão do mundo subatômico, reino da misteriosa

mecânica quântica. Em essência, ela coloca em xeque a própria realidade, ao tirar das mínimas partes de que o mundo é feito as confortáveis noções de causa e efeito, substituídas por ondas de probabilidade. A terceira parte explora o que talvez seja o mais misterioso dos universos --o da mente. Aí reside nosso desejo de sempre saber mais, de abarcar o máximo possível da natureza em nossos arcabouços intelectuais artificiais. No que talvez seja o livro mais reflexivo de Gleiser --ele também é autor de “Criação Imperfeita”e “A Dança do Universo”, entre outros--, encontramos uma espécie de tributo ao ser humano e sua busca que, quase como uma tragédia grega, jamais pode chegar ao fim. “Os cientistas têm uma visão um pouco romântica e antiquada de que a ciência é capaz de tudo. Mas você tem que ser honesto sobre como funciona a ciência e aquilo que a ciência é capaz de fazer. O objetivo do livro é trazer um pouco de sobriedade na divulgação científica” ‘Não existem respostas finais”, diz Gleiser Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas

nesse dia? Jardinagem? “Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento”, afirma o físico Marcelo Gleiser. Confira abaixo trechos da entrevista que ele concedeu ào jornal Por que incomoda tanto os cientistas quando são apontados os limites da ciência? Porque os cientistas têm uma visão um pouco romântica e antiquada de que a ciência é capaz de tudo. Você tem que ser honesto com relação àquilo que a ciência é capaz de fazer. O o objetivo do livro é trazer um pouco de sobriedade na divulgação científica. O sr. apresenta não só os limites momentâneos do avanço científico, ligados aos instrumentos atuais, mas também aqueles que jamais poderão ser transpostos. Para as questões que a ciência jamais poderá abarcar, o que nos sobra? Dentro dessa evolução histórica da ciência, não existem respostas finais. Há respostas que vão se aprimorando, como a gravidade. E essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento. No livro, o sr. foca tanto nos limites da ciência como na busca por sentido. O Universo precisa ter sentido ou nós que precisamos encontrar um sentido nele? O Universo estava aqui feliz da vida durante 13,8 bilhões de anos

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

sem a gente. Mas nós chegamos e somos essas máquinas moleculares que olham para o céu maravilhadas, querendo entender o que está acontecendo. Nós é que temos essa necessidade de entender o mistério. A ilha do conhecimento Editora: Record Preço: R$ 52


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por Shel Almeida

Desapegar-se de algo que lhe é valioso em prol do bem de outra pessoa é recompensador. Foi assim para Alice Gauto, Robson Helton e Ana Clara Pacchelli de Oliveira, que passaram por cima de vaidades e descrença por parte de outras pessoas fizeram o que estava ao alcance das mãos - e dos ombros. Os três doaram os próprios cabelos, que serão usados na confecção de perucas para vítimas de câncer. Cabelo cresce de novo, é verdade, mas não é tão simples quanto parece decidir por uma mudança de visual, na maioria das vezes, radical. Para que o cabelo doado possa ser utilizado nas perucas, é preciso que tenha pelo menos 10 cm. Quem mantém os cabelos longos por muito tempo, corta, no máximo “dois dedinhos”, que é para aparar as pontas e manter o corte. Decidir cortar boa parte dos cabelos leva tempo, é um processo interno de questionamentos e dúvidas. Porque é preciso que exista o prazer em ajudar outra pessoa e isso não vem por meio da obrigação. Vem pelo desprendimento e pela abnegação. E é aí que entra o desapego. Se for algo que depois trará arrependimento, perde o sentido. Por isso, na hora de doar ao próximo, cada um faz aquilo que lhe é possível. O importante é saber que qualquer pessoa pode doar, seja mulher, homem, ou criança, como mostraremos a baixo. A única diferença é quem doa os próprio cabelos escolhe cortá-los, as vítimas de câncer, não.

Careca Para Alice, o processo de desapego veio antes da decisão de cortar os cabelos, ou melhor, raspá-los. “Uma amiga da minha família, casada com um indiano, sempre que voltava da Índia raspava a cabeça em um processo de desapego. Eu pensava que não conseguiria fazer isso e me questionava o porquê, se é só cabelo. Até que eu falei para mim mesma que iria raspar. Mas demorou tanto tempo pro meu preparo psicológico, eu ia enrolando. Acho foi mais ou menos um ano. Eu queria que crescesse mais porque achava que ainda estava curto, queria doar mais cabelo. Já que eu iria cortar, não fazia sentido perder aquele cabelo todo e também não fazia sentido vender, lucrar com isso, já que era um processo de desapego. Aí eu fiquei sabendo que ONG Cabelegria, de São Paulo, estava recebendo. Enviei pelo correio”. Quem cortou os cabelos de Alice foi o namorado, André Almeida. “Eu fiquei falando por tanto tempo,

que acho que se eu não marcasse uma data, ia acabar não fazendo. Doar o cabelo foi parte do meu desapego. No fim, não foi uma mudança tão grande como eu achava. A ideia de que iria perder qualquer feminilidade que eu tinha, não existe mais. Mas se eu tivesse cortado menos, também não teria o sentido que eu estava buscando. Eu ia fazer de qualquer jeito, tendo o apoio do André ou não, mas com o apoio dele foi mais fácil. A primeira mecha que ele cortou foi a mais difícil, mas depois o resto foi fácil. No fim, passamos a máquina pra finalizar, cortamos meio centímetro. Agora já cresceu, deve estar uns dois centímetros. Cortei no começo de junho. A diferença é que agora eu sinto mais frio”, fala. Uma coisa engraçado pelo qual Alice passou depois que raspou os cabelos, foi que antes, em Campinas, onde estuda, alguns rapazes a paqueravam. Agora, os rapazes se afastaram e quem a paquera são as meninas. “Foi eu raspar o cabelos para sumirem os meninos e aparecerem as meninas. É a coisa do estereótipo, né?” brinca.

Alice esperou uma ano até se decidir. O tempo serviu para que o cabelo crescesse mais.

Alice logo após cortar as mechas e antes de raspar. “Se eu cortasse menos, não seria um desapego total, que eu estava buscando”.

Marca registrada Robson mantinha os cabelos bem compridos há mais de 10 anos. A longa cabeleira sempre foi sua marca registrada. Quando ele contou que iria doar, muita gente se espantou. Alguns acharam que ele não teria coragem, outros, que ele cortaria o cabelo todo. A mudança foi significativa, 15 cm a menos. Mas Robson ainda conseguiu manter as longas madeixas. “Eu sempre fui doador de sangue e não estou podendo doar por causa de uma tatuagem recente. Quando algumas pessoas vieram me contar que a ABCC estava aceitando doação de cabelos, achei que seria uma boa alternativa. Até decidir foram três semanas. Eu poderia ter doado 10 cm mas decidi doar 15 cm. Meu cabelo estava no meio das costas e agora está no ombro. Não deixei de ser cabeludo ainda, mas foi legal poder fazer o que estava ao meu alcance. Quando fui cortar e o cabeleireiro descobriu que era para doação, acabou doando algumas mechas que tinha no salão também”, diz. A ideia era que Robson doasse os cabelos junto com os da namorada Juliana Moraes, mas os cabelos dela ainda não estavam longos o suficiente. “Ela ainda vai doar, está esperando crescer mais. Como o meu já estava em um tamanho bom, resolvi doar antes. Mas a minha vontade é deixar crescer de novo, para daqui há um ano e meio mais ou menos,

Alice ficou careca. “No fim, não foi uma mudança tão grande como eu achava. A ideia de que iria perder qualquer feminilidade que eu tinha, não existe mais”.

Robson antes de cortar os cabelos para doar. Longa cabeleira é sua marca registrada.

Robson com 15 cm a menos de cabelo. “Não deixei de ser cabeludo ainda, mas foi legal poder fazer o que estava ao meu alcance”.


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O cabelo de Ana Clara foi separado em mechas, como pedem as ONGs.

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Antes e depois de Ana Clara. A mãe achou que era um desejo momentâneo, mas ela estava firme na decisão.

eu possa doar de novo”, conta. “O legal, além de saber que isso vai fazer bem a alguém que não tem a opção que eu tenho, de cortar ou manter comprido, é que várias pessoas, homens e mulheres, vieram me dizer que se sentiram motivados e que pensam em doar também”, fala.

10 anos de idade e muito amor para dar Ana Clara tem apenas 10 anos de idade e uma vontade enorme de ajudar quem precisa. Tão grande quanto os cabelos que doou, cabelos que nunca haviam sido cortados antes, pelo menos não assim, tão significadamente. A vontade de cortá-los para doar partiu dela própria, depois de ver na TV uma matéria sobre a ONG Cabelegria, que faz perucas especialmente para crianças, a mesma para qual Alice doou. “Desde o primeiro dia que vi, eu quis cortar. Mas minha mãe ficou me enrolando. Aí umas duas semana depois minha tia, Nilza, também viu e se ofereceu para me levar para cortar. fala. A mãe, Marisa Pacchelli de Oliveira explica: “Eu falei para ela pensar bem se era isso mesmo que ela queria, porque se cortasse não teria mais volta. Demora muito para crescer de novo. Eu tinha medo que fosse uma coisa momentânea, que se arrependesse depois. Mas ela estava decidida”. A avó de Ana Clara e mãe de Marisa, Dona Carolina, está se restabelecendo de um câncer no pulmão. Marisa acredita que isso foi um dos motivos pelo qual a filha resolveu doar os cabelos. “Foi bem legal, me senti mais leve. E ganhei um sorvete da minha tia depois. Eu fiquei pensando se eu ia conseguir cortar mesmo, e só tirei a dúvida quando comecei a cortar de verdade. Quando o cabeleireiro cortou o primeiro pedaço de cabelo eu soube que tinha que fazer aquilo mesmo, eu não quis voltar atrás. Para criança que receber meu cabelo, eu queria dizer que desejo que isso a faça feliz. E também que ela sare logo. É um presente que estou mandando pra ela”, afirma.

Quem tiver interesse e doar os cabelos, a ABCC - Associação Bragantina de Combate ao Câncer está recebendo doações. São aceitos qualquer tipo de cabelo, mesmo os que têm química. No entanto, é preciso que os fios tenham no mínimo 10 cm e sejam cortados em mechas, sempre da mecha menor para a mecha maior. A ABCC fica na Rua Dom Aguirre, nº 162 e o telefone é 11 4033 - 3845.

Ana Clara e a mãe Marisa. Decisão de cortar e doar os cabelos partiu da própria menina.

Para doação, o cabelo precisa ser cortado em mechas, sempre da menor para a maior.


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Reflexão e Práxis

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Ditadura Militar 1ª parte por pedro marcelo galasso

O período da Ditadura Militar, no

ato isolado e necessário, ficaremos restritos

aça sensibilizou e amedrontou as classes

galhães Pinto conclama os brasileiros a

Brasil, pode ser pensando como

a uma imagem parcial de todo o quadro

médias urbanas e os oficiais legalistas que

lutarem contra o presidente. Carlos Lacerda,

um ato redentor e salvador, como

político que se apresentava ao longo da

passaram a ver na deposição de Jango a

governador da Guanabara, fez o mesmo.

algo inesperado e, até mesmo, espontâneo

década de 60 cometendo o erro histórico de

única forma de salvar nosso país.

O general Amaury Kruel, comandante do

surgido dos anseios e da necessidade de

descontextualizar o momento e os fatores

A situação fica mais complicada quando

II Exército, em São Paulo, partiu para o

salvaguardar a sociedade brasileira da tão

que nos levaram a um período ditatorial

Jango baixou decretos e pacotes passando

Rio de Janeiro para proteger o presidente

vil e perigosa ameaça comunista. Habitu-

que durou vinte anos e que marca nossa

por cima do Congresso Nacional e dirigindo-

Jango, mas após uma reunião com o general

almente, como vemos hoje, o apelo a um

identidade como país e que definiu valores

-se diretamente ao povo na esperança de

Morais Âncora, em Resende (RJ), passa a

salvador ou a um grupo de salvadores,

que perduram hoje em nossa democracia,

conseguir apoio popular para manter-se

apoiar os golpistas.

neste caso os militares, tem um alcance

por mais estranho que isto possa parecer.

no poder. Esperar a ajuda desta entidade

Jango permaneceu no Rio de Janeiro em

muito grande e serviu de base ideológica

Para tanto, vale a pena refletir sobre a

abstrata e amorfa, talvez, tenha sido o

31 de março e somente no dia seguinte

para o golpe de 1964.

chamada Guerra Psicológica travada entre

maior erro de Jango, pois historicamente

viajou para Brasília e depois para o Rio

Entretanto, uma leitura mais calma e

o governo Jango e os militares.

a participação popular dos brasileiros é

Grande do Sul onde tinha o apoio de

menos partidária sobre o tema nos mostra

Frente a instabilidade social e a crise eco-

desestimulada e mal vista. Contar com eles

Leonel Brizola. Entretanto, por falta de

que a presença dos militares na política

nômica que existiam por aqui, o número de

para lutar contra o Congresso Nacional,

apoio decidiu se exilar no Uruguai no

brasileira, principalmente após 1889, é

descontentes e de conspiradores aumen-

a burguesia e os militares foi, na verdade,

dia 04 de abril.

uma constante. O papel desempenhado

tava vertiginosamente e com eles nasciam

um suicídio político. A ilegalidade da pos-

O Golpe Militar estava consolidado e ti-

por eles sempre foi relevante e o golpe de

as mais absurdas teorias conspiratórias.

tura do presidente era o sinal claro para a

nha início o nosso período ditatorial. Para

1964 foi somente mais um destes eventos.

A mais comum e conhecida, desde a Era

intervenção dos militares.

alguns uma revolução e para outros uma

E o que chama a atenção é que a ideia de

Vargas, é a ameaça de uma tomada do

Quando o general Olímpio Mourão Filho,

contrarrevolução já que o golpe ia contra

salvar o país de alguma ameaça, interna

poder pelos comunistas encabeçada por

comandante da 4ª Região Militar de Juiz de

as prerrogativas do chamado Populismo.

ou externa, se fez presente em todas as

Jango e acusado de armar camponeses e

Fora, antecipou o golpe após um discurso

intervenções militares ao longo da vida

operários em uma clara preparação para

violento de Jango no Clube do Automóvel,

Pedro Marcelo Galasso - cientista político,

de nossa frágil República.

a guerra revolucionária comunista.

no Rio de Janeiro, e marchou em direção

professor e escritor.

Caso pensemos o Golpe de 1964 como um

Mesmo sem provas, ou lógica, esta ame-

a Guanabara, o governador mineiro Ma-

e-mail: p.m.galasso@gmail.com

Casos e Causos

Juro que é verdade por Marcus Valle

JURO QUE É VERDADE CXCVII

AI É DO BICHO SABIDO?

O Junior tinha uma namorada em São Paulo, era bonita, e o relacionamento

O sujeito achou que era trote e mandou:

já durava quase 2 anos. Eles só se viam no fim de semana, e parece que

E AI... É A BICHA IGNORANTE?

essa era a receita do sucesso da relação. Num dia ele apareceu só num Sábado e descobrimos que ele tinha terminado o namoro. Todo mundo estava perplexo,

JURO QUE É VERDADE CC

pois aparentemente o casal era feliz. Daí ele deu uma explicação incontestável:

Certa vez, eu estava fazendo campanha política, e um eleitor começou a xingar um político

ULTIMAMENTE....EU COMECEI A FICAR TRISTE NAS SEXTAS À TARDE.....E

local, concorrente, dizendo absurdos:

TODO MUNDO TAVA FELIZ....DEPOIS QUANDO EU COMECEI A FICAR FELIZ

ELE FEZ IMPLANTE DE CABELO... PARA MIM, VIADO É QUE FAZ ISSO.

COM AQUELA MUSICA DO FANTÁSTICO NO DOMINGO Á NOITE.....VI QUE

Eu tentei mudar de assunto, mas o cara odiava o político e continuou:

ESTAVA TUDO ERRADO.

VOCÊ ACHA NORMAL ELE FAZER IMPLANTE DE CABELO? Daí eu respondi:

JURO QUE É VERDADE CXCVIII

EU FIZ IMPLANTE... E NO MESMO MÉDICO DELE.

Eu tinha 42 anos de idade e muita gente me dizia que eu aparentava menos. E eu, é claro,

Ele ficou sem jeito, e disse:

sempre acreditei nisso (até porque queria acreditar). Estava num calçadão do Guarujá,

O SR. FEZ POR QUESTÃO ESTÉTICA... ELE FEZ POR VIADAGEM...

as margens da praia da Enseada, e resolvi correr uns 3 km. Como coleciono camisas de futebol, naquele dia eu usava uma camisa do JUVENTOS (de São Paulo- Mooca).

JURO QUE É VERDADE CCI

Terminei de correr, bem em frente a 3 garotas, acompanhadas de um marmanjo. Uma

No escritório, apareceu um rapaz que era usuário habitual de drogas, e me contou que

delas falou, e eu escutei: JUVENTOS? A outra disse: DEVE SER JOGADOR. Fiquei

certa vez tomou uma blitz policial... foi revistado e seu carro revirado minuciosamente.

supercontente. Daí, o idiota do rapaz disse: IMAGINE.....É DIRIGENTE.

Nada foi encontrado. Daí, o comandante da blitz disse a ele:

JURO QUE É VERDADE CXCIX

SABE POR QUE NÃO ENCONTRAMOS NADA AÍ?

O meu jardineiro queria ligar no pet-shop da Praça 9 de Julho.

O rapaz disse timidamente:

Olhou rapidamente no Guia, mas confundiu e trocou um número.

NÃO

Ele ligou, e atendeu um cara.

O policial respondeu:

Ele perguntou:

“PORQUE QUEM DEVE... TEME”.


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Saiba como comer bem

e não brigar com a balança no inverno Tapioca, sopa de legumes e mingau de aveia são alguns dos alimentos liberados nesta época do ano

por FOLHAPRESS

Lois (?), a amada do Super-Homem (HQ)

2 dos 3 pilares do IDH Cheira

Comunidade (?): precedeu o Fome Zero Operar um equipamento com as mãos

Dedo em que se usa a aliança

Cachaça (bras. gír.) Não cozido

500, em romanos Vento brando (pl.)

Hora litúrgica Jane (?), cantora

São 33 as da espinha dorsal do homem O Príncipe de Matemática Risos, na internet Acompanhamento de sanduíches

Agir de modo A carta desleal (gíria) mais valiosa do Tecla de Mãe-d'água pôquer gravadores (Folcl.)

Oduvaldo Viana, teatrólogo brasileiro

C

R

U

A marcha que faz o carro ir para trás A zona rural (bras.) Encontra

Medida da potência do ar-condicionado

A mais pesada das cobras

Origem (abrev.) Orelha, em inglês

(?) Pesci, astro do Cinema Aqui

TV dos EUA Bebida de ervas

A ciumenta esposa de Júpiter (Mit.)

Formato do rodo Relativo à boca

Causar prejuízo a (alguém) Grito festivo das bacantes (Mit.) BANCO

Brincadeira de torcidas em estádios 5

Solução A R I S E A C R A R O R E A CH C B R A S J O C U R A N A O L

D A R U M A R A S T E I R A

Crédito: Folhapress

Liderança de paralisação trabalhista

© Revistas COQUETEL

E L I D A N U N A C E L A A Ç A Ã U B O R T E A U S S A S U O D V O E

Programação

Lembre-se: programar o que você come durante o dia é a melhor forma de não se privar de um bom prato durante o inverno. “Não existe vilão. Nenhum prato, quando é consumido eventualmente, vai trazer problema se houver equilíbrio e a pessoa souber balancear os três grupos de alimentos nas refeições, que são os carboidratos, a proteína e os verdes [legumes e verduras]”, diz a nutricionista Alessandra Godoy.(LA)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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C S O M A A N D N O D V E G R E O V E

e nutrólogo Wilmar Accursio, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. Mas também não precisa ficar sem um chocolate quente. Para isso, basta optar por uma versão menos calórica, feita com chocolate amargo, leite desnatado e adoçante. Tão procuradas nesta época do ano, as sopas também merecem atenção especial. Segundo especialistas, o ideal é optar por legumes, como lentilha e ervilha, no lugar de outras tradicionais, como batata e mandioquinha.

3/btu — cbs — ear — joe. 4/evoé — lane. 5/danar — duboc — gauss. 9/solidária.

Não se culpe por ter vontade de comer pratos mais calóricos durante o inverno. Segundo especialistas em nutrologia e nutrição, com o tempo frio, o nosso corpo gasta mais energia para manter a temperatura em um nível adequado, o que nos leva a ficarmos menos resistentes diante de uma massa ou de uma feijoada nesta época do ano. Para que você coma bem e não saia de forma, o Agora preparou um guia com as delícias liberadas para a estação mais fria do ano. O café da manhã, por exemplo, pode incluir um mingau de aveia, preparado com leite desnatado e adoçante. “Além de ter pouquíssima caloria, o mingau, por ser quente, aquece o corpo e traz uma sensação de saciedade”, explica a nutricionista Fatima Miquelim, consultora do Grupo NK. Algumas simples trocas também também ajudam você a não ganhar peso. “Barrinhas de cereal light podem substituir os chocolates e os chás devem entrar no lugar dos chocolates quentes”, afirma o endocrinologista


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Momento Pet

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Vida de Gato por Dr. André Alessandri

Hoje vamos falar sobre os felinos, algumas curiosidades e dicas de manejo desse animal cada vez mais popular. Com a vida corrida, as pessoas têm passado menos tempo em casa, e a maior independência dos gatos tem garantido a sua escolha como animal de estimação para muitos. Esses animais eram os bichos mais estimados no Antigo Egito. Muito disso se deve ao fato da existência da Deusa Bastet, representada por uma gata. Era a deusa da fertilidade e da felicidade. Para se ter uma idéia do valor desses animais para os egípicios, quem os maltratasse poderia sofrer até mesmo a pena de morte. Quando morriam de forma natural, eram mumificados e seus donos vestiam trajes de luto. A gestação de uma gata dura em média 62 dias. A fêmea tem uma habilidade materna fantástica: ela prepara o ninho muito antes num local macio, confortável e seguro. Sua ninhada deve ficar em local protegido, pois se algum macho encontrá-la poderá matar os filhotes para que ela entre no cio novamente. Os filhotinhos levam cerca de 7 dias para abrir os olhos, começam a ouvir a partir do seu décimo sexto dia de vida. Já após o quinto mês de vida, as fêmeas começam a entrar no cio. Ele pode variar de 4 a 7 dias. É normal observar uma mudança brusca de comportamento dela, miando sem parar e esfregando-se no chão, moveis e pessoas. A castração precoce é uma forma de amenizar alguns problemas futuros, como gravidez indesejada, tumores de mama nas fêmeas e de próstata em machos, além das mudanças

comportamentais. Realizado o procedimento, os gatos tendem a ficarem mais pacatos em seu ambiente, diminuindo a vontade deles saírem de casa. Um gato doméstico bem cuidado vive em média 16 anos, por isso devemos tratá-los pensando em sua maior longevidade e aumentar sua qualidade de vida quando idoso. A vermifugação deve ser feita a partir dos 30 dias de vida , podendo ser repetida após 15 dias ou a critério do Médico Veterinário . O programa de vacinação deve ser feito após 45 dias de vida, sendo 2 ou 3 doses. As vacinas são conhecidas como tríplice ou quadrupla felina, devem ser aplicadas por um Médico Veterinário. Após essas vacinações, deve ser feita a vacina anti-rábica. Em meu consultório, sempre indico o uso das vacinas importadas. A alimentação deve ser fornecida com rações de boa qualidade e voltada para sua idade. Sempre sugiro uma ração sem corantes, pois previnem uma série de doenças comuns nos gatos, como as do trato urinário. Hoje é possível encontrar no mercado uma infinidade de tipos de rações: para filhotes, gatos castrados, gatos adultos, gatos idosos, gatos de pelagem longa e até mesmo de raças específicas. O Médico Veterinário pode indicar a você a melhor opção dentre aquelas que se encaixam no seu orçamento. Os comedouros e bebedouros devem ser limpos e lavados todos os dias, pois gatos não comem em comedouros sujos; a água deve ser sempre fresca. Aqui vale uma dica: nunca deixe os comedouros pertos das caixas de areias, onde eles fazem suas necessidades. Gatos são animais extremamente higiênicos.

A caixa de areia, deve ser limpa e trocada totalmente a cada 2 semanas ou menos. Todo dia devem ser retiradas as fezes e urinas. Em casas que têm mais de um gato, calcule 1,5 caixas para cada gato. Por exemplo, uma casa com 2 gatos, o ideal é ter 3 caixas. Embora seja um animal muito limpo e higiênico, para que aceitem bem o banho, devem ser acostumados desde filhotes e receberem banhos frequentes. Apenas dois meses sem banho já pode ser motivo para que ele se esqueça de como é um banho e não se comporte adequadamente. Nunca deixe entrar água nos ouvidos, nem lave o rostinho de um gato. O controle de ectoparasitas como as pulgas deve ser feita a cada 30 dias ou a critério do médico veterinário. Use apenas produtos com indicação específica para gatos. Brinquedos como bolinhas e arranhadores são indispensáveis na vida do gato, pois eles têm a necessidade de afiar suas unhas e marcar seu território neles. Para cortar suas unhas, leve sempre num pet shop de sua confiança. A escovação de pelos deve ser feita diariamente para evitar o acúmulo de pelos mortos na superfície, pois isso evitará que o gato ingira seus pelos na hora que se lamba, o que gera as indesejadas “bolas de pelo”, que muitas vezes tem que ser removidas cirurgicamente. Evite deixar janelas abertas, pois gatos têm costumes de tomar sol nelas e podem sofrer acidentes ao tentar caçar uma borboleta ou pássaro que passe por ali. Podem dormir em camas ou cestos, mas preferem camas com coberturas, tipo “iglu” ou “toca”, pois trazem a eles a

sensação de segurança. O ronronar de seu gato é um sinal que ele esta feliz e confortável em seu ambiente , então vamos promover sempre as melhores condições para eles! Quando mais velhos, podem ficar mais dependentes. Por isso, ame muito seu gato e nunca o abandone! Seja consciente. Em casos de dúvidas ou sugestões para o próximo “Momento Pet”, enviem-nos um e-mail ou nos contate através do nosso facebook.

Ana Maria e seu gatinho Azeitona

De cara nova

Comportamento

Novos procedimentos estéticos, incluindo uma versão mais natural do”lifting” e preenchedores em 3D, são oferecidos a mulheres de todas as idades nos consultórios por MONIQUE OLIVEIRA/FOLHAPRESS

Não há mais idade certa para iniciar um tratamento para combater a ação do tempo. Novos procedimentos considerados mais leves, capazes de corrigir pequenas imperfeições e retardar a ação de agentes ambientais, podem ser usados em peles mais jovens e também fazem com que mulheres mais velhas evitem uma cirurgia. Embora o filtro solar e a vitamina C (que combate a ação de radicais livres) continuem sendo uma dupla infalível para a prevenção, terapias que antes ficavam relegadas à reparação podem ser uma opção para quem enfrenta o envelhecimento mais cedo. O microagulhamento (técnica em que pequenos furos na pele são feitos para facilitar a absorção de cosméticos) é uma opção que ganha força nos consultórios com a chegada de substâncias menos agressivas e potentes, como o ácido tranexâmico. Usado para os tratamentos do melasma (manchas), o ácido previne e tira manchinhas em peles jovens, segundo Andréia Mateus Moreira, dermatologista e autora do livro “Cosmiatria e Laser: Prática no Consultório Médico”. Os clássicos CO2 fracionado e botox também podem ser indicados aos mais jovens. “Há pessoas mais novas com muitas marcas de expressão”, diz Ediléia Bagatin, professora de dermatologia da Unifesp. “Já apliquei a toxina botulínica em uma menina de 18 anos que franzia muito a testa e acabou tendo um vinco profundo entre as sobrancelhas.” Outra opção é o ultrassom microfocado, que causa pequenas lesões que estimulam a regeneração celular.

Quem tem a pele mais envelhecida, que requer mais cuidado, também pode se beneficiar dos novos procedimentos mais “light”. “Hoje as mulheres querem evitar o efeito artificial de algumas dessas operações”, diz Jardis Volpe, dermatologista. Uma alternativa é o sutura silhouette, técnica que produz um efeito de lifting (ou seja, levantamento) sem cortes. Um fio, aplicado por uma agulha, “levanta” áreas caídas da testa, da bochecha e da pescoço. A diferença desse método para outros é o tipo de fio em formato de cone. Ele substitui fios que puxam em apenas alguns pontos e produz um resultado natural. O fio também contém ácido polilático, substância com efeito antienvelhecimento que é gradualmente absorvida pelo corpo. Isso leva à produção de colágeno, proteína que dá firmeza à pele. “O efeito do lifting é imediato, mas o do colágeno dura até dois anos”, diz Volpe. A técnica foi a opção escolhida pela cabeleireira Elizete Pinto Rabelo, 44, para evitar uma cirurgia e se prevenir contra novas marcas.”Não queria ficar ‘plastificada’ e esse fio não me assustou”, afirma. “O resultado é percebido na hora.” Preenchedores 3D também acabam de chegar aos consultórios. O já famoso ácido hialurônico, usado para preencher rugas, ficou mais robusto. “A sua versão em três dimensões preenche as marcas de forma mais natural”, diz Andréia Moreira. Volpe lembra, porém, que quando há muita sobra de pele a única opção é a cirurgia.

Cuidados

Os especialistas lembram que todos esses procedimentos devem ser feitos por pro-

fissionais com formação em dermatologia ou cirurgia plástica. “Há muita gente não qualificada atuando no ramo”, alerta Ediléia Bagatin. A dermatologista lembra casos de necrose provocados pelo PMMA (polimetil metacrilato), substância usada para preenchimentos e implantes. “A técnica malfeita chegou a causar muitas deformações”, diz. Outro procedimento questionável e que chegou há pouco aos consultórios do país (e teve sua fama alavancada por famosos que usaram a técnica) é conhecido como “facelifting do vampiro”. Trata-se do uso do próprio sangue (plasma rico em plaquetas) na pele para regenerá-

-la. Uma pequena quantidade de sangue é retirada e centrifugada até se obter o plasma sanguíneo, que contém substâncias que estimulam a divisão celular. O plasma é então injetado na pele. “A técnica tem aparecido em congressos há um tempo e, de fato, há fatores que regeneram a pele no plasma, mas há um risco de reação imunológica ainda não completamente mapeada”, afirma Andréia Moreira. “É como uma autovacina”, diz Ediléia Bagatin. “É vantajoso porque é barato, mas há procedimentos mais sofisticados, submetidos a controles de qualidade maiores e sem o risco de infecções.” Foto: Apu Gomes/Folhapress

Elizete Rabelo, 44, que novo tipo de lifting chamado de “sutura silhouette”


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Safári urbano

Conheça os novos SUVs compactos, ou ‘jipinhos’, que começam a ser fabricados no país a partir de 2015 por RODRIGO LARA/FOLHAPRESS

A concorrência entre os SUVs urbanos compactos, popularmente conhecidos como “jipinhos”, vai aumentar. A partir de 2015, Honda, Jeep, Mercedes, Volkswagen, Peugeot e Renault vão começar a fabricar no Brasil novos modelos da categoria, que agrada aos que preferem uma posição de dirigir mais alta e não abrem mão de espaço e de um visual mais despojado, que remete aos fora de estrada. Os SUVs compactos, como o líder do segmento EcoSport (Ford) e o Duster (Renault), normalmente são montados a partir da base de um hatch ou de um sedã pequeno e mantêm características de dirigibilidade semelhantes às desses carros. Espaço e visual são atrativos de ‘jipinhos’ Lançamento do EcoSport, há 11 anos, abriu caminho para o sucesso de mercado dos SUVs compactos no Brasil. Modelo da Ford reinou quase sem concorrência até 2011, mas agora é seguido de perto pelo Renault Duster. O lançamento do Ford EcoSport, em 2003, deu início a um segmento que hoje está em alta não só no Brasil como em todo o mundo: os SUVs compactos. O sucesso dessas espécies de jipinhos está na conjunção de espaço interno, praticidade e estilo, prioridade para um consumidor que abre mão da dirigibilidade mais refinada de sedãs e hatches médios e de recursos para o fora de estrada. A cada ano, novas marcas entram no jogo com produtos globais. Muitos SUVs (sigla em inglês para “sport utility vehicle”) compactos já são fabricados no país, e futuros modelos têm produção confirmada, como Peugeot 2008 (baseado no 208) e Renault Captur (derivado do Clio).

Precursor e líder A primeira geração do EcoSport, baseada no antigo Fiesta e que durou até 2012, agradou de cara: no primeiro ano, foram quase 30 mil unidades emplacadas. Enquanto conquistava pela posição de dirigir mais alta, também colecionou queixas. Entre as mais frequentes, a qualidade do acabamento interno e a estabilidade. Quem acompanhou de perto a evolução do modelo foi Elisangela Carla Gonçalves Trassi, 40, que tem dois exemplares na garagem, um 2011 e um 2014. “Quando comprei o primeiro, em 2008, foi um sonho de consumo. Gostei do carro, atendeu às minhas necessidades e nunca tive problemas. Por isso continuei comprando”, diz a gerente imobiliária. Em sua segunda geração, o modelo apresenta bom

Crédito: Folhapress


veículos eículos espaço interno e uma suspensão capaz de encarar bem buracos e lombadas. Contudo, se o silêncio a bordo e o desenho evoluíram consideravelmente, ainda há problemas na construção: são comuns vãos exagerados e desalinhamento entre as peças da carroceria. A proprietária só tem duas reclamações: “Acho seguro e revisões caros”.

O desafiante O EcoSport viveu um período praticamente sem concorrentes até 2011, quando o Renault Duster chegou. O principal fator de diferenciação entre ambos é o porte. Enquanto o Ford tenta ser moderno, o Renault não esconde seu visual bruto. E isso chamou a atenção de Erica Spadrizani, 28, dona de um modelo da versão Dynamique 1.6, ano 2014. “Ele é grande e muito espaçoso, ótimo para quem tem a família grande”, resume a enfermeira. O preço mais acessível que o dos rivais à época também foi um diferencial para a decisão da compradora. Hoje, o Duster começa em R$ 54.250, ante os R$ 58.990 do jipinho da Ford. A crítica de Erica vai para a simplicidade do interior.

Novato caro Fabricado no México, o Chevrolet Tracker (vindo da plataforma global do Sonic, do Cobalt e do Onix) chega ao Brasil via importação e apenas na versão mais cara, LTZ. E é justamente o valor do carro a maior reclamação de Alan Lewkowicz, proprietário de um Tracker LTZ 2014. “Mesmo com um bom design externo e

Jornal do Meio 758 Sexta 22 • Agosto • 2014 um interior confortável, acredito que o preço deveria ser menor.” Equipado com o mesmo motor do Cruze (1.8, 144 cv), o modelo anda bem, enquanto a suavidade do câmbio e a estabilidade também merecem elogios.

Estranho no ninho O Citroën Aircross é um monovolume com roupagem off-road, mas tem atributos que atraem o consumidor que busca um SUV compacto. Seu principal trunfo é a farta lista de equipamentos. Esse é um dos fatores que fizeram a dona de casa Silvana Fontana, 49, adquirir o modelo da marca francesa. “O design e o bom pacote de equipamentos pesaram na escolha. Ele parece ser um carro mais caro do que realmente é, chama a atenção.” A grande área envidraçada também ajuda e proporciona visibilidade melhor do que a dos rivais. O motor 1.6 16V rende 122 cv, mas, com câmbio automático de só quatro marchas, gasta como se fosse mais potente: em ciclo majoritariamente urbano, fez médias abaixo dos 5 km/l com etanol. Outro ponto que deixa a desejar é o acerto da suspensão, que sofre em piso irregular. No mais, quem quiser um SUV compacto dentro da linha Peugeot-Citroën terá que esperar: a marca apresentou o CX-R na China e há chances de o modelo ser vendido no Brasil. Ou fazer como Silvana e esperar a chegada do 2008, em 2015. “Não pretendo comprar outro Aircross, apesar de ter gostado do carro. Se for para ter outro aventureiro, devo esperar o Peugeot 2008.”

Crédito: Folhapress

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