Braganรงa Paulista
Sexta
12 Setembro 2014
Nยบ 761 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 761 Sexta 12 • Setembro • 2014
Vale a pena votar? por Mons. Giovanni Baresse
Tinha começado a escrever sobre as próximas eleições quando recebi um comunicado do Bispo Diocesano Dom Sérgio sobre o tema. Julguei oportuno alargar o mais possível seu arrazoado porque oportuno e, creio, bastante claro e concreto. Vou às suas palavras: “Vivemos um momento notável em nosso país: o da propaganda eleitoral com vistas às eleições no próximo mês de outubro. Vamos eleger nossos representantes para o poder executivo, como o de presidente da República e os governadores dos Estados e, para o poder legislativo, como o dos senadores e deputados estaduais e federais. Trata-se de um momento de grande importância para toda sociedade brasileira: a participação, pela escolha de seus representantes, na construção de um país mais justo e solidário. Os cristãos não podem se omitir, uma vez que “a política é uma forma privilegiada de caridade e tem como vocação e missão buscar realizar os valores que definem os destinos dos povos e a concepção do homem, que se traduzam na cultura da Solidariedade” (Papa Paulo VI). O momento político parece desacreditado, desanimador, o povo esta cansado de promessas não realizadas. Quanto à Igreja,
cabe retomar a essência de sua missão: “evangelizar a totalidade da existência humana” e, portanto, evangelizar o mundo da política, o que não lhe é algo estranho. Colaborar na formação da consciência dos seus membros para a participação política é um dever que a ela se impõe. Alegramo-nos com o ensinamento do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual: “... Embora a justa ordem da sociedade e do Estado seja dever central da política, a Igreja não pode ficar à margem na luta pela justiça. Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção dum mundo melhor. É disto mesmo que se trata, pois o pensamento social da Igreja é primariamente positivo e construtivo, orienta uma ação transformadora e, neste sentido, não deixa de ser um sinal de esperança que brota do coração amoroso de Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, une o próprio empenho ao esforço em campo social das demais Igrejas e Comunidades eclesiais, tanto na reflexão doutrinal como na prática” (n. 183). Após apontar princípios que deixam muito claro o compromisso de participação na escolha de candidatos que vão
tomar as decisões para a vida do país, D. Sérgio elenca algumas medidas práticas. Vamos a elas. “O que fazer”. 1 - Que as comunidades tenham a oportunidade de conhecer as propostas dos candidatos e dos partidos, através de reuniões, encontros, debates... 2 - Estejam atentas à Lei 9840 de 1999 sobre a corrupção eleitoral com a finalidade de moralizar a vida política no país penalizando candidatos que abusam do poder econômico e a consequente compra de votos. 3 - Não ignorem a Lei da ficha limpa - Lei complementar 135, em vigor desde 2010. Muitos políticos já tiveram suas candidaturas suspensas graças à vigência desta Lei de iniciativa popular. Candidatos corruptos não podem ser eleitos ou reconduzidos ao poder. 4 - Os eleitores não deem o seu voto a candidatos que não estejam comprometidos com projetos que visam o bem comum: segurança do povo, liberdade de ir e vir, o trabalho, oportunidades para a juventude..., mas os interesses coorporativos. 5 - Observar se os candidatos estão em sintonia com as políticas que favoreçam a defesa da vida desde sua concepção até o seu fim natural, o resgate da unidade e estabilidade da família, da educação dos filhos segundo suas convicções
religiosas. 6 - Não usar o templo e as celebrações litúrgicas para propaganda eleitoral. Outros espaços da comunidade podem e devem ser usados para que os seus membros possam conhecer e discernir as propostas dos candidatos repartidos. Cuidar para que as comunidades não sejam mais um “curral eleitoral”. 7 - Acompanhar os eleitos, mais que fiscalizar, para conferir se estão representando dignamente o povo que os escolheu e consequentemente encaminhando as promessas de campanha...”. Termina o bispo: “Não nos falte a confiança e não sejamos omissos. Participando e sendo vigilantes, poderemos entrever os sinais de uma sociedade melhor, mais democrática. Por aí começa a Reforma Política que todos queremos para nosso Brasil. As mudanças acontecem pela ação de pessoas que tem uma causa comum: o bem do outro”. Quero lembrar uma norma disciplinar da Igreja: a de que não cabe aos sacerdotes, estando no exercício de seu ministério, o envolvimento na política de partido. Cabe chamar a atenção e orientar para os princípios fundamentais do exercício consciente e maduro da cidadania. Cada eleitor tem que formar a sua consciência e exercer o seu dever de escolher
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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
quem julga mais digno. Abdicar da própria opinião para ancorar-se na escolha que um padre possa fazer, por melhor que seja, é sinal de acomodação e de infantilidade. Amanhã, se o candidato ou candidata não exercer bem seu mandato será fácil afirmar: “A culpa é do padre!”. Bispo Diocesano
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Jornal do Meio 761 Sexta 12 • Setembro • 2014
por Shel Almeida
Na edição nº 541, de 25 de junho de 2010, o Jornal do Meio contou sobre o projeto “Criando Campeões”, que havia se iniciado em 2009 com o intuito de ensinar judô à crianças e jovens com poucos recursos e opções de lazer, moradores do bairro Vila Aparecida, com o objetivo de proporcionar a eles desenvolvimento psíquico, físico e social. Idealizado pelo professor de educação física e faixa preta em judô Filipe Vergara, o projeto nasceu de forma inusitada. Filipe e alguns colegas, por falta de tempo para frequentar uma academia, devido ao trabalho e a faculdade, se reuniam para treinar o esporte na quadra da Escola de Samba Vila Aparecida. Enquanto treinavam, percebiam que as crianças os observavam. Começaram a chamá-las para treinar junto com eles, aos poucos, o número de crianças foi aumentado e já passava de trinta. Foi aí que eles resolveram ampliar a ideia e fazer dos treinos um projeto socioeducativo. Quando o Jornal do Meio falou com Filipe, em 2010, o projeto tinha pouco mais de um ano e reunia cerca de 70 crianças. Hoje, cinco anos depois de iniciado, o projeto se formalizou, transformou-se em ONG e ganhou mais três pólos de treinamento. Além da matriz na Vila Aparecida, o “Criando Campeões” atende, também, crianças e jovens dos bairros CDHU, Vila Garcia e Júlio Mesquita. A média é de 50 crianças por pólo. No inicio, as aulas eram ministradas por apenas dois voluntários, Filipe e Tiago Reis. Hoje, além deles, os professores Aury Barreira, Paulo Gimenez, Alessandro Moreira, Daniel Mori e Claudinei Cogheto também dedicam parte do tempo aos treinos. O projeto conta, ainda, com o acompanhamento da fisioterapeuta, também voluntária, Thais Aricó de Toledo. A ideia, segundo ele, é expandir o projeto de forma que chegue à toda cidade, com um pólo em cada bairro, inclusive na zona rural. “Esse projeto tem mudado muitas vidas. É criança que a gente salva das drogas, criança que melhora o comportamento em casa e na escola. A gente acompanha boletim, presença em aula, atenção com higiene e cuidados com o quimono, elas sabem que tem respeitar os mais velhos, que aqui tem uma hierarquia”.
1ª Copa Unikids de Judô
“Depois de três anos de projeto, a gente percebeu que as crianças estavam ficando desmotivadas porque treinavam, mas não participavam de competições. Só que, pelo fato do judô ser um esporte olímpico, para poder participar de competições, é preciso ser filiado a nossa federação e ter quimono padronizado, o que é muito caro. A gente acabou conseguindo ajuda de alguns amigos anônimos, que custearam algumas crianças com o valor necessário para a filiação e para a compra do quimono e com isso conseguimos formar uma equipe. Nossa equipe de competição tem mais ou menos um ano e meio, mas ainda são poucas crianças, temos 22 na equipe, que são aquelas que mais se destacavam ou que tinham mais tempo de treinamento. Mas o projeto tem cerca de 200 crianças participando ativamente”, explica Filipe. Além dos treinos, o projeto também desenvolveu duas competições na cidade. o Festival Escolar de Judô, que em 2015 terá a 5ª edição e a Copa Unikids, que terá a 1ª edição no próximo domingo, dia 14 de setembro, a partir das 8h, no Ginásio Municipal Francisco Virgílio, na Santa Líbânia. “Para a competição nós convidamos os clubes, as academias e as escolas da cidade, o que vai dar um total de 300 a 400 atletas. As categorias do campeonato vão de mirim a adulto. As crianças do projeto estão bem animadas. Desses 200 alunos, só 22 participam de torneios federados, a grande massa ainda não participa. Então, quando a gente promove esses eventos, todos podem participar. É a oportunidade
deles estarem competindo em um campeonato com premiação”, conta Filipe.
Apoio
O projeto “Criando Campeões” atende crianças a partir de 6 anos, mas sem limite de idade. Quem chega aos 18 não precisa deixar os treinos. Segundo Filipe, muitos pais treinam juntos com os filhos. É um projeto social, com a intenção de oferecer o acesso ao esporte a toda a população. “A gente está fazendo um trabalho de base, mas daqui a pouco vamos acabar passando pro intermediário e o avançado. E, a partir de agora, depois de cinco anos, vamos começar a colher frutos. Só que não depende só da parte funcional, o principal agora é conseguirmos apoio e recursos. Sem verba a gente não consegue movimentar nada. A gente está fechando uma parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer. Todos os espaços que usamos até agora são privados. Esse do Júlio Mesquita, que é o mais recente, é o primeiro público, já é uma parceria que conseguimos com a prefeitura. Embora a segunda meta seja a gente conseguir apoio para os quimonos e salário para os professores, porque eu acho que todos merecem receber por esse trabalho. Esse projeto funciona graças ao tempo que a gente dispõe para fazer um trabalho social e mudar vidas. Hoje, o que dá para perceber é que as crianças ficam na ociosidade. Tendo um atrativo, um esporte de graça ali, elas começam a desempenhar tudo na vida da melhor forma, enxergam o que o esporte pode proporcionar na vida delas”, analisa. Sobre a importância do esporte na formação de uma criança, Filipe lembra das palavras de seu professor, Tokio Kitami, hoje um senhor de 80 anos. “Ele sempre fala que nunca foi um campeão mundial ou olímpico, também nunca formou nenhum campeão mundial ou olímpico, mas ele formou muitos médicos, engenheiros e advogados. Então, o judô proporciona isso, a disciplina que as pessoas aprendem no esporte, levam para a vida. Eu hoje estou dando continuidade ao trabalho dele, é o que ele me deixou e o legado que eu quero continuar. Eu também cresci no meio de coisas ruins, e se meus pais não tivessem me incentivado a me manter no esporte, talvez eu não estaria aqui hoje. O judô foi uma peça fundamental na minha vida. Hoje ele acompanha o projeto e acha muito legal, me ajuda bastante, para ele também é um grande reconhecimento”, diz.
Iniciado há 5 anos, projeto social oferece aulas de judô gratuitamente para cerca de 200 crianças, em 4 pontos da cidade.
Apenas 22 crianças participam de competições federadas, Por isso a importância de eventos como a Copa Unikids, onde todas podem participar
Para saber mais sobre o projeto e os horário de treinos nos quatro pólos, acesse: https://www.facebook.com/ProjetoDeJudoCriandoCampeoes
Bairros da Vila Aparecida, Vila Garcia, CDHU e Júlio Mesquita têm pólos de treinamento de judô do projeto Criando Campeões, para crianças a partir de 6 anos.
1ª edição Copa Unikids, próximo domingo, dia 14 de setembro, a partir das 8h, no Ginásio Municipal Francisco Virgílio, na Santa Líbânia.
Sensei Filipe Vergara e Shihan Tokio Kitami. “O Judô é o que ele me deixou e o legado que eu quero continuar”
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Reflexão e Práxis
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A República da Espada 2ª parte
por pedro marcelo galasso
© Revistas COQUETEL
Limpador de ruas (bras.) Cantora paraense de “Vermelho”
Visão (?): É obtida a é compro- partir da metida pelo fissão do glaucoma urânio
Critério-base da meritocracia Evoluída Informa o civilização andina placar, em que habitou Cusco estádios
Privilégio inexistente na casa do “BBB”
Virtude Editor (abrev.) do fiel Iodo 7, em (símbolo) romanos
Ave de (?), classificação do falcão (Zool.) Correio Aéreo Nacional (sigla)
Como agem os antitérmicos sobre a febre
O mesmo que Consoantes de “noz”
A região da Mata das Araucárias (BR) Imposto Sobre Serviços (sigla)
Sucede ao armistício
P A
(?) orgânico, fertilizante natural
Z
Tipo de embarcação esportiva
Bolinho cozido na folha de bananeira
Caixa térmica usada por ambulantes
Preços (?), consequência da inflação
Que possui a cor do chumbo
Título nobre de Isaac Newton Dotar de membros de voo
Suporte do dente postiço Isolado
Marco da 2ª Guerra Mundial (Hist.)
Clube de futebol de Santa Catarina Mostarda francesa Centro de estética
(?) Cavalcanti, pintor brasileiro
Que se utiliza de subterfúgios
BANCO
Grande peça do ventilador de teto
Extensão de arquivos do Word (Inform.)
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Solução P R I C A N I C A N D A D E S U L M B E I O LE O S T S I R P S O I J O N VO P I D O C E I R O
(?) de panela, doce caseiro
M AG R I F E I P A R F E I V A CI I DE M N I B E Z E N A L T M B E O A M A R D V A S I A P A I G A D
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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P E A N E P R G I P A N PL U C A L E A B R
declaravam este governo inconstitucional. Floriano enfrentou ainda a Revolução Federalista e a Revolta Armada. A Revolução Federalista foi na verdade uma luta entre as oligarquias rurais locais, que tomou forma de guerra civil; de um lado estavam os federalistas, chamados de maragatos, liderados por Gaspar Silveira Martins, que exigiam reforma constitucional e implantação do Parlamentarismo; do outro os pica-paus, chefiados pelo presidente de estado Júlio de Castilhos, que apoiavam a centralização. Os maragatos se instalaram no Uruguai e avançaram sobre o território brasileiro. Floriano apóia Júlio de Castilhos, ainda que este tivesse apoiado Deodoro pois precisava da bancada gaúcha no Congresso. A guerra civil se estende até 1895 com a vitória dos pica-paus. Outra revolta foi a Revolta Armada. Toda Marinha provinha quase inteiramente da antiga aristocracia rural; liderados por Custódio de Melo ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro em setembro de 1893 exigindo a normalização constitucional. Logo após zarpam para o sul onde tomam a cidade de Desterro, atual Florianópolis, criando um governo constitucional, chefiado pelo capitão-de-mar-e-guerra Frederico Lorena. Este governo recebe o nome de Governicho de Santa Catarina. O almirante Saldanha da Gama aderiu aos revoltosos; tomam o Paraná e atacam São Paulo. Floriano prepara uma armada e enfrentou os rebeldes no Rio de Janeiro, derrotando-os. Alguns revoltosos conseguem asilo em navios portugueses. A repressão aos governos do Paraná e Santa Catarina foi cruel, ocorrendo fuzilamentos em massa. Após estas campanhas Floriano passa a ser conhecido como Marechal de Ferro. Tal posição levava a pensar que este não passaria a presidência a seu sucessor, do Partido Republicano Federal, mas tentaria instituir uma ditadura. Diante tal possibilidade, a oligarquia cafeeira paulista, representada pelo Partido Republicano Paulista, apresenta um candidato próprio, Prudente de Morais, que vence Floriano devido a força política da oligarquia cafeeira que reunia em torno de si a maior parte das oligarquias brasileiras. Teve início aqui a República Oligárquica, sob hegemonia da oligarquia cafeeira burguesa paulista. O café era artificialmente valorizado e seu ônus caía sobre o consumidor brasileiro. Percebe-se que o Brasil continuou com um caráter agrário, monocultor, latifundiário e exportador, subordinado aos EUA e as nações europeias.
4/iole — pivô. 5/abará — dijon — incas. 7/evasivo — plúmbeo.
Em 24 de fevereiro de 1891, promulgou-se a segunda Constituição brasileira. As oligarquias rurais saem vitoriosas; poderiam elaborar seu próprio texto constitucional, eleger governantes, realizar empréstimos no exterior, decretar impostos e formar suas forças militares. O voto era a descoberto (não-secreto), direto, universal, mas proibido a mendigos, analfabetos, ordens religiosas e mulheres, ou seja, proibido para metade da população. Além disso, por ser a descoberto o voto se torna alvo de manipulação dos grandes proprietários. No entanto, o poder central se mantém com a figura do presidente da república, que era escolhido pela Assembléia Constituinte, juntamente com seu vice. Os poderes se dividiriam desta forma: Legislativo: Senado e Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa (deputados); Executivo: nível federal: presidente da República, vice-presidente e ministros; nível estadual: presidente de estado, vice-presidente e secretários; Judiciário: juízes e supremo Tribunal Federal, juízes e Tribunais Estaduais. O que aconteceu durante as eleições foi o seguinte: a chapa oposicionista liderada por Prudente de Morais, ligada as oligarquias estaduais, foi derrotada, em grande parte devido a rumores de que haveria intervenção militar se o marechal Deodoro não fosse eleito; no entanto, o candidato a vice-presidência da chapa de oposição, Floriano Peixoto, foi eleito. Como não contava com maioria parlamentar Deodoro sofreu sucessivas derrotas pois o Congresso vetava quase todos seus projetos. Para resolver esta questão, Deodoro dissolveu-o e prendeu seus principais líderes, contando com o apoio de setores do Exército e presidentes estaduais, com exceção de Lauro Sodré, do Pará. No entanto, congressistas liderados por Floriano, Wandenkolk e Custódio de Melo preparam um contragolpe; na tentativa de evitá-lo, Deodoro manda prender Custódio de Melo, que, por sua vez, ameaça bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso o marechal Deodoro não renunciasse. A renúncia ocorre no dia 23 de novembro de 1891 e o poder é entregue a Floriano Peixoto. Em seu governo, o ministro Serzadelo Corrêa desenvolve um política voltada para a industrialização, tomando a cuidado de evitar a especulação e abusos ocorridos durante a tentativa de Rui Barbosa. No entanto o governo foi marcado por reações da oligarquia que apoiara Deodoro alegando que o governo de Floriano era inconstitucional pois o artigo 42 da Constituição determinava que deveriam ser realizadas eleições para a Presidência já que não havia sido decorrido dois anos de governo do marechal Deodoro. Além disso, setores do próprio Exército
Comportamento
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Terapia Selvagem Sessões com répteis e moluscos ajudam crianças a lidar com diversidade e ganhar confiança por MARIANA VERSOLATO/FOLHAPRESS
Cobras, lagartos, jacarés e outros animais nada fofinhos estão sendo usados para auxiliar pessoas com diferentes transtornos e deficiências. Esses bichos, diferentemente de cachorros e cavalos, tradicionalmente usados na chamada terapia assistida por animais, não costumam gerar empatia logo de cara. Mas psicólogos, biólogos e veterinários dizem que a convivência com os répteis também pode trazer benefícios. Segundo Daniela Gatti, psicóloga da ONG Walking Equoterapia, de São Paulo, que usa os répteis há três meses, os animais são escolhidos segundo o perfil de criança e o objetivo traçado na terapia. Para isso, ela conta com a ajuda do biólogo Diego Sanchez da SOS Ambiental, empresa que fez parceria com a ONG e cede os animais, todos certificados pelo Ibama. Uma criança com TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade) pode, por exemplo, trabalhar com um jabuti, animal mais lento que exige calma e atenção. Eduarda Mamono, 7, que tem o transtorno, recebeu a missão de “cuidar” de uma iguana --alimentá-la e limpá-la-- e até a equilibrou na cabeça. No começo, ela ficou um pouco receosa, algo relativamente comum entre as crianças. Mas logo sentiu curiosidade para se aproximar do animal e tocá-lo. O medo, na verdade, é sentido mais pelos pais do que pelas crianças em tratamento --e eles precisam ser informados da terapia e autorizar o contato com os animais. “Se eu mostrar os animais sem apresentá-los antes, o normal é que sintam medo e até nojo. Mas digo qual é o habitat onde eles vivem, explico a importância ecológica, que a pele deles é diferente, e aos poucos as crianças vão chegando mais perto para participar”, afirma o biólogo Diego Sanchez. Crianças com síndrome de Down, autismo e paralisia cerebral também fazem a “rép-
tilterapia”. “Uma das nossas crianças com autismo passou a falar mais depois que começou a cuidar de um dos animais nas sessões. Forma-se um vínculo entre a criança, o terapeuta e o animal, e assim vamos trabalhando as queixas --a coordenação motora, por exemplo”, diz Gatti. Outro ganho é na autoconfiança. “Há crianças que dizem que sofrem na escola por causa da deficiência. A gente diz que o diferente também pode ser legal, e eles se sentem especiais por limpar uma cobra e alimentar um jacaré, coisa que os colegas não fazem”, diz Gatti. O projeto Amazoo, em Jundiaí (SP), também usa animais não convencionais para fins terapêuticos. O médico veterinário Gustavo Bauer, do Grupo de Estudos do Benefício da Relação Humano-Animal da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, conta que o projeto já levou jabutis, serpentes e calopsitas a escolas e clínicas com idosos com alzheimer e esquizofrenia. Maria de Fátima Martins, professora de medicina veterinária da USP e uma das pioneiras no estudo da zooterapia no país, também trabalha com animais pouco usuais: ela criou o projeto Dr. Escargot, que leva o molusco em escolas para crianças com e sem necessidades especiais. “A zooterapia está aberta a qualquer espécie, desde que haja respeito aos animais, preparo e conhecimento para escolher os bichos certos para cada pessoa.” Ela diz que animais exóticos são ótimos para trabalhar a questão da diversidade. Martins, porém, afirma que falta uma integração maior dessas práticas com a universidade. “Seria interessante ter mais pesquisas. A gente sabe que o animal faz bem, mas é preciso embasar os projetos e torná-los modelos para serem replicados.”
Villa Verde Seu novo endereço em Bragança
No último sábado, 06/09, Bragança recebeu o lançamento do loteamento Villa Verde, localizado no bairro Uberaba, que movimentou o mercado imobiliário da cidade e foi um sucesso de vendas! O Villa Verde possui 1685 lotes a partir de 140 m2 com áreas residenciais e mistas. Conta com um projeto inovador que contempla características de um loteamento fechado com 3 áreas de lazer dispersas com quadra poliesportiva,
quadra de areia, playground, trilha ecológica e academia ao ar livre. O pagamento é facilitado - entrada mínima de 10% e saldo em até 10 anos direto com a Habitarte. Para chegar ao stand de vendas do Villa Verde basta acessar a Av. Plínio Salgado e depois a Av. Dom Bosco. O plantão está aberto diariamente das 9h às 18h com as últimas unidades. Residencial Villa Verde. O local perfeito para a construção do seu sonho! Foto: divulgação
Foto: Karime Xavier/Folhapress
Larissa Jorge Harari, 8, faz sessão de terapia assistida por animais com cobra em SP Foto: Karime Xavier/Folhapress
Eduarda Mamono, 7, que recebeu a missão de cuidar de uma iguana
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Momento Pet
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Conhecendo a raça
Chihuahua
por Dr. André Alessandri
“Buenos dias” meus queridos leitores! Hoje vamos falar de uma raça de cachorro de origem mexicana que vem conquistando os corações dos amantes de animais, e que, inclusive, já apareceu em diversos filmes de cinema de Hollywood. Essa raça é conhecida como Chihuahua e seu nome provém da cidade de Chihuahua, no México. Conhecido como a menor raça do mundo, seu tamanho varia de 15 a 23 cm de altura e seu peso, em médica, varia de 1 a 3 kg. É extremamente alerta, dotado de grande agilidade, cheio de vida e coragem. Embora muito pequeno, é um cão valente, capaz de enfrentar cães maiores que ele. É muito afetuoso com o dono, mas não tolera facilmente os desconhecidos. São cães silenciosos, que não latem por qualquer por qualquer motivo, embora possam latir ante algum movimento suspeito. Adoram ficar no colo de seu dono. Eles comem pouco, são fáceis de manusear, aceitos em qualquer hotel e com volume de fezes e urina bem menor que outros cachorros. Enfim, é uma ótima opção pra quem procura um companheiro que não dê muito trabalho e gasto. A pelagem do Chihuahua pode ser de dois tipos: longa e ondulada, ou curta, aderente e brilhante, como na maioria dos exemplares.
Pelo curto: nessa variedade a pelagem é curta e bem assentada sobre todo o corpo; ligeiramente mais longo quando apresenta sub pelo. A pelagem deve apresentar-se brilhante, de textura fina e macia. Pelo longo: a pelagem do Chihuahua de pelo longo é fina, sedosa, lisa ou levemente ondulada. O sub pelo não é muito denso. Mais longa, a pelagem pode formar franjas nas orelhas, no pescoço, na parte traseira dos membros, nas patas e na cauda. As orelhas do Chihuahua devem ser mantidas eretas na maior parte do tempo, mas podem alargar para os lados quando relaxado e calmo. Seus olhos são cheios e redondos, e muito expressivos. Esses cães têm uma expectativa de vida de, em média, 15 anos, mas a maioria chega até os 18 anos. Por isso, devem ser bem cuidados desde filhotes para não apresentarem problemas na sua fase de geriatria, cada vez esta sendo mais longa. Os cuidados com o filhote devem ser iguais ao de todas as raças, porém, como são extremamente pequenos, deve-se evitar que fiquem perto de coisas grandes ou pesadas que possa cair. Além disso, as crianças devem ser extremamente cuidadosas, pois alguns movimentos bruscos podem levar o cãozinho a ter alguma lesão ou fratura. Filmes como “Perdido pra Cachorro” e
“Legalmente Loira” tiveram a participação De cães da raça Chihuahua, além do papel principal em “O Chihuahua de Beverly Hills”, tornando a raça ainda mais famosa. Em 2013, a Chihuahua Milly ganhou o prêmio de Menor Cão do Mundo, com apenas 9,65 centímetros de altura. Além dela, outra cadelinha famosa da raça é “Momo”, primeira desta raça a
se tornar policial de resgate no Japão. A socialite e atriz Paris Hilton sempre é vista carregando sua Chihuahua Tinckerbell. Espero que tenham gostado de saber mais sobre essa raça tão especial. Quem quiser conhecer um Chihuahua pessoalmente pode dar uma passadinha na Simplício Petshop & Agroveterinária essa semana. Até a próxima sexta!
Filhote de Chiuahua na Simplício Petshop
Paris Hilton e sua Tinkerbell
Comportamento
Educador físico superou
vício com o AA
O educador físico Ricardo Luiz Gonçalves Borges, 28, hoje terapeuta da Clínica AA7, conta como superou o alcoolismo por meio do AA apesar da difícil fase de abstinência
por FOLHAPRESS
“Eu comecei a beber aos 14 anos. Meus dois avôs eram alcoólatras. Eu era muito tímido. Tinha complexo de inferioridade e achava que o álcool poderia me dar uma outra vida. Eu bebia em qualquer lugar: na escola, antes da aula e em casa sozinho. Só comecei a perceber que eu tinha um problema aos 22 anos. Eu perdi tudo. Trabalho, namorada, carro. Ninguém na família acreditava em mim. Apesar disso, não parei. E a situação que já era difícil ficou ainda pior. Cheguei ao fundo do poço. Em uma festa, briguei com dois seguranças e levei três tiros na cabeça. Eu sobrevivi, mas voltei a beber. Até tentei parar, mas sozinho a luta só durava dois dias. Eu não tinha muita noção do que estava acontecendo. Não achava que tinha uma doença. Era sem-vergonhice, como dizia meu pai. Só fui aprender o que era realmente aquilo com o AA. A abstinência foi difícil. A retirada do álcool é um processo dolorido. Eu tinha alucinações, não falava coisa com coisa, minhas mãos ficavam roxas. Foi um inferno. Mas não conseguiria sem evitar o primeiro gole. Não existe alcoólatra social. Demorei um ano para completar o processo e
entender a terapia. Hoje, estou sóbrio. É difícil, mas só existe esse caminho.”
Mulher tentou AA, mas hoje bebe moderadamente A alcoólatra e profissional liberal S., 50, depois de passar pelo AA, preferiu assumir o risco do consumo moderado de álcool a se manter abstêmia. Leia depoimento “Não sabia que eu era alcoólatra. Eu estava passando por um momento emocional difícil e procurei um médico. Ele diagnosticou o problema e me fez frequentar o AA. Não tive escolha. E frequentei por 12 meses o grupo. As reuniões foram importantes por um tempo. A ideia de evitar o primeiro gole quebrou a rotina um tanto destrutiva da época, já que meu hábito de tomar vinho aos sábados tinha se transformado em algumas outras garrafas ao longo da semana. Eu entendi que eu tinha que parar, mas também tinha outros recursos, meu trabalho e minha vida. Eu não precisava ficar frequentando as reuniões diárias pelo resto da vida. O AA pode ser dogmático. São histórias pesadas o tempo todo. Eu não tinha passado pela cadeia nem pela clínica. As pessoas diziam que eu não levava
o método a sério. Não se trata disso. Simplesmente não era pra mim e até entendo que possa ser válido para outras pessoas. Voltei a praticar corrida e encontrei hábitos mais saudáveis. Tratei a minha
depressão e, junto com o médico, assumi o risco do consumo moderado. É uma corda bamba. O grau de comprometimento e muitas coisas estão em jogo. É uma luta pessoal e é por isso que o AA não dá conta.” Foto: Davi Ribeiro/Folhapress
o educador físico Ricardo Borges, 28, que superou o alcoolismo no AA
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veículos
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50 mil em 5
Faixa de preço que reúne carros vendidos por R$ 50 mil oferece de hatches compactos a carros de família
por EDUARDO SODRÉ EDITOR-ADJUNTO DE “VEÍCULOS” /FOLHAPRESS
Os carros mais baratos à venda no Brasil têm motor 1.0 e preço pouco inferior a R$ 30 mil. Se bem equipados, seus valores beiram os R$ 40 mil. São compactos em sua maioria, sem muitos luxos. Quando a faixa de preço sobe mais R$ 10 mil, um universo de opções se abre. Antes limitado a opções de desempenho tímido e a poucas variações de carroceria, o consumidor passa a enxergar sedãs médios, minivans e hatches sofisticados no horizonte. É como um novo segmento, que pode ser identificado como intermediário. Há até um preço “cabalístico”: R$ 49,9 mil. É a forma escolhida por algumas marcas para não assustar os compradores que não desejam gastar mais de R$ 50 mil. Se a expectativa limita-se a ter todos os principais itens de conforto casados a um desempenho honesto, esse é o preço a pagar. Resta escolher qual será o formato do automóvel, e sobram opções. Todos os tipos de carroceria estão contemplados nessa fatia do mercado. Para tentar ajudar na escolha, o teste Folha-Mauá reúne cinco opções diferentes nessa faixa de preço. Há desde compactos moderninhos, como versões bem equipadas do Peugeot 208, até sedãs que impressionam pelo porte, caso do chinês Geely EC7. A abundância de opções mostra o quanto a concorrência fez bem ao mercado nacional, que até o início da década de 1990 era limitado a quatro grandes marcas e complementado por carros de nicho.
Completo de fábrica
A exigência por equipamentos também cresceu. No fim dos anos 1980, um Ford Del Rey L não trazia direção hidráulica, ar-condicionado ou vidros elétricos. O mesmo ocorria com as versões mais simples do Chevrolet Monza. Para o consumidor de hoje, é impensável girar a manivela para fechar a janela de um Toyota Corolla ou passar calor a bordo de um Citroën C4 Lounge. O que antes era luxo, agora é item básico. Os carros avaliados seguem essa lógica. Não se pode esperar menos de um modelo que custa R$ 50 mil. Fit é o mais jovem no “clube dos 50 mil” Lançada há três meses, nova geração do compacto Honda merecia ter mais itens de série na versão de entrada
Exagero na racionalidade
Nível de equipamentos e posicionamento de marca difere modelos em faixa intermediária de preços Se um porta-malas com capacidade para 710 litros de bagagem não for motivo suficiente para impressionar uma família, a minivan Spin oferece outros atributos, como um sistema de som competente de série e forrações com toque aveludado. Porém, sua racionalidade em corpo e alma ou motor espanta quem deseja um carro com mais status. E, com R$ 50 mil, dá para comprar um modelo mais atraente. Lançado em maio, o novo Honda Fit é o típico representante dos carros intermediários. Sua versão de entrada (DX) custa
R$ 49,9 mil e não decepciona aos que estão subindo de segmento. Mas a fabricante japonesa poderia ser mais generosa. Por exemplo, o som é vendido à parte e há calotas plásticas sobre as rodas de ferro. Para um conjunto de liga leve aro 15 é preciso pular para a versão LX (R$ 54,2 mil), como a que posou para as fotos. As compensações aparecem na qualidade construtiva acima da média. As portas se fecham com facilidade, sem fazer estardalhaço ao encontrar o batente. Dentro da cabine, o que se vê são peças bem encaixadas e agradáveis ao toque, com luzes alaranjadas no quadro de instrumentos.
Foto: Avener Prado/Folhapress
Homens e mulheres
A direção com assistência elétrica e o pedal de embreagem macio ajudam a explicar o sucesso do Fit entre as mulheres. Já a campanha de lançamento, em que um barbudo sonha com o carro, mostra o empenho da Honda em fazer seu compacto conquistar mais homens. Na pista, os números de aceleração e consumo foram convincentes. Esse hatch com ares de minivan só ficou atrás do HB20S em desempenho e, com gasolina, foi o mais econômico em trechos rodoviários. Mas nem tudo é silêncio na estrada. A paz é perturbada por um ruído de vento um tanto elevado. Um pouco mais de isolamento acústico seria bem-vindo, ainda mais em sua faixa de preço.
Faixa de preço que reúne carros vendidos por R$ 50 mil oferece de hatches compactos a carros de familia Foto: Robson Ventura/Folhapress
Desejos
Além do Fit e dos demais carros destacados no teste, há muitas outras opções com preço próximo a R$ 50 mil. O que as difere, basicamente, é o nível de itens de série e o posicionamento do produto. O Fit, por exemplo, está em um patamar acima do hatch Onix. Porém, pagando R$ 48,4 mil, é possível comprar o compacto Chevrolet equipado com câmbio automático e outros itens ausentes na versão DX do Honda. Ou seja: a versão mais simples de um produto de segmento superior esbarra no preço de concorrentes completos do andar imediatamente abaixo. O valor de R$ 50 mil é um desses pontos de contato. (ES)
Geely EC7 é vendido em versão única e traz até sensor de luminosidade entre os itens de série Foto: Ronny Santos/Folhapress
EC7 impressiona, mas posição de guiar incomodaBox
Na reunião dos carros para a foto principal, deu parafoi possível perceber o poder de atração do Geely EC7. Foi o modelo que mais chamou a atenção com seu porte de sedã médio de sedã médio (é 1 cm maior que o Toyota um Toyota Corolla) e ar aristocrático. E por ser muito espaçoso, oferece tratamento VIP aos ocupantes do banco traseiro, mas o mesmo não ocorre com o motorista. Por mais que se tente, a posiíção de dirigir ideal nãonunca é atingida. Talvez uma simples regulagem de profundidade do volante resolvesse o problema.
Versão LX do Honda FH (foto) é equipada com rodas de liga leve, porém, custa R$ 4.300 a mais que modelo de entrada (DX)
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Jornal do Meio 761 Sexta 12 • Setembro • 2014
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Forty Eight
Dura, Forty Eight é opção para “harleiros” mais tradicionais, apesar da mecânica bruta, Harley tem rodar firme e prazeroso por GUILHERME SILVEIRA/FOLHAPRESS
Lançada nos EUA em 2010, a Harley-Davidson Forty Eight é a opção mais rebelde da linha Sportster. Disponível no Brasil desde fevereiro, também é a mais cara da família, partindo de R$ 38 mil. Seu nome remete ao ano em que o tanque com formato de amendoim foi criado. Comportando 7,9 litros de combustível, ele é o que torna essa moto tão urbana, pois a autonomia permite apenas passeios curtos. O estilo “garage custom” também aparece nos retrovisores, posicionados abaixo do guidão, e no para-lama encurtado e aparente.
Seu acabamento minimalista confunde-se com os fios aparentes do chicote elétrico e com o painel simples com um único mostrador redondo, que informa a rotação do motor e a marcha engatada. Em ação, a mecânica é bruta. A embreagem não é muito dura, mas a transmissão de cinco marchas tem engates ruidosos. O motor (com dois cilindros em V, 1.200 cm³ e refrigeração a ar) vibra demais, até em marcha lenta. Essas características, normais em uma Harley tradicional, são compensadas pelo rodar firme e prazeroso. Apesar do bom torque (9,8 kgfm a 3.750 Foto: Divulgação
rpm), a moto “reclama” se mantida abaixo de 2.500 rpm. A Forty Eight é ágil, mas seu freio dianteiro, com apenas um disco, fica devagar quando exigido. Ao menos ele atua bem na traseira e possui sistema antitravamento de série.
Cansaço
Tanto as pedaleiras como o guidão são adiantados, acompanhados por um banco baixo (71 cm) e distante. Com isso, a pilotagem fica curvada, o que pode cansar o motociclista em trechos mais longos. Além disso, a suspensão rebaixada tem pouco curso e não consegue absorver as
irregularidades de pisos ruins. Estável em curvas, a moto não se inclina muito, por causa das pedaleiras baixas. Ao encostarem no solo, elas se voltam contra os pés com alguma violência.
Visual retrô
A Forty Eight não pretende ser sinônimo de conforto, mas sim de exclusividade, com visual retrô original de fábrica. Quem busca uma moto para o uso cotidiano, tende a admirar a Forty Eight pela vitrine. Como hobby, ela é boa opção. É o típico veículo para fazer amizades em postos de abastecimento. Foto: Divulgação
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Jornal do Meio 761 Sexta 12 • Setembro • 2014