767 Edição 24.10.2014

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Braganรงa Paulista

Sexta

24 Outubro 2014

Nยบ 767 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 767 Sexta 24 • Outubro • 2014

Lamentável! por Mons. Giovanni Baresse

Em razão de compromissos,

vizinhos. Com a experiência do

garantir o acesso ao trabalho?

cidades? Como implementariam

que me tomarão tempo

que significa exercer o poder

Que políticas adotar para que

projetos para que as pessoas pu-

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

até sexta feira, escrevo na

executivo ela tem, com certeza,

as empresas possam continuar

dessem verdadeiramente debater

noite do dia 18, sábado anterior

argumentação suficiente para

contratando e produzindo? Que

as prioridades na condução das

ao segundo turno para escolha

encaminhar debate sobre reali-

relação cambial o país viverá

escolhas que afetam a vida de

de quem assumirá a presidência

zações, fracassos, possibilidades,

olhando para o leque do mercado

todos? Diante do grave problema

da República. Estou me somando

metas. Sabe-se que nos meandros

internacional? Como controlar a

da saúde pública o que planeja-

aos que decidiram não ver os dois

dos projetos há longo e sinuoso

inflação? A Europa está fazendo

riam fazer? Sabemos do montante

últimos debates entre os candi-

caminho. A legislação impõe

um enorme esforço para chegar

de recursos que são destinados

datos. O que se viu, até agora,

parâmetros para que se evitem

ao equilíbrio. À custa de muitos

a essa área: como poderiam ser

não merece nome de debate.

desvios. O candidato adversário

sacrifícios. Muitas vezes sacrifi-

gastos de forma mais justa e

Está mais para um espetáculo

tem, igualmente, condições para

cando empresas e trabalhadores.

equilibrada? Os agentes de saú-

de luta livre dos velhos tempos.

evitar duelo verbal que fique limi-

Na Itália, que conheço melhor,

de têm tido remuneração justa

Uma chanchada programada

tado a incongruências vividas pela

milhares de empresas fecharam.

pelo seu trabalho? As horas que

para excitar os sentimentos mais

oponente. Para mim fica patente o

A taxa de desemprego é alta. A

devem dedicar são suficientes?

baixos que escondemos e que se

papel dos marqueteiros e de suas

possibilidade de trabalho para os

Atender determinado número de

caracterizam pela continuada

equipes. São eles que ditam o que

jovens está sendo enorme desa-

pessoas em determinado tempo

tentação de falar mal da vida

os candidatos devem falar. São

fio. Diante dessa realidade o que

é exequível? Como destravar os

alheia. Lembrei-me até do “panem

eles que determinam a abordagem

nossos candidatos propõem? Isso

serviços de hospitais que estão

et circenses” da ideologia de do-

de assuntos secundários e que

é muito mais sério do que ficar

prontos, com maquinários com-

mínio do Império Romano: dar à

vão “ajudar” a baixar o tom da

batendo nas deficiências pessoais.

prados e que ainda não estão em

massa o pão do engodo! Busca-se

conversa. A finalidade é chafurdar

Mais ainda: por que não falam de

funcionamento? Como resolver a

manter as pessoas na adrenalina

nas fraquezas e limitações do

reforma política? Não seria este

questão do SUS que não consegue

resolvê-los. Ficar no limiar das

de ver como cada um responderá

outro. Lamentável! Nesta altura

o momento de enunciar um pro-

abreviar o tempo de atendimen-

picuinhas não enobrece ninguém.

à provocação. Vibra-se com cada

da campanha eleitoral seria tão

grama que levasse a população a

to? Será que ainda se deverá

Que o voto do dia 26 seja sinal

canelada bem colocada. Com

oportuno saber quais seriam as

poder participar, de verdade, na

esperar muito tempo entre o

que o eleitor que participar de

cada tabefe que acerte o alvo.

propostas que se tem em relação

escolha do seu destino? Por que

agendamento de uma consulta

forma mais plena que a de ficar

Lamentável! Esperava da atual

à política econômica. Como os

não abordar como trabalhariam,

e o efetivo atendimento médico-

se deliciando com o clima de ar-

presidente postura à altura do

candidatos veem a possibilidade

que caminhos apontariam para

-hospitalar? Creio que esses e

quibancada de campo de futebol!

cargo que exerce. Embora can-

de minorar as dificuldades que se

acabar com a dominação de gru-

outros temas é que gostaríamos

Porque, afinal, os colocados em

didata, não deveria rebaixar-se

aproximam. Consequências da

pos, famílias, donos de partido nos

de ver debatidos. Cada candidato

cargos políticos, são reflexos

a fazer papel de bate boca entre

crise econômica mundial. Como

destinos dos Estados e das nossas

mostrando como trabalharia para

daqueles que os elegem!

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


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Jornal do Meio 767 Sexta 24 • Outubro • 2014

por Shel Almeida

Por que as pessoas, de modo

da gengiva. As pessoas escovam apenas

geral, têm medo de ir ao consul-

passando a escova pelos dentes. O certo

tório de dentista? É por ter que

é que a escovação seja em círculos ou que

deitar naquela cadeira? É o barulho do

seja em movimento de varrer, começando

motorzinho que assusta? É pelo receio

pela gengiva. E sem fazer força. O ideal

da dor? Ou é tudo isso junto? Para as

é que a escova seja macia, de cabeça pe-

cirurgiãs dentistas Fernanda Sabella

quena e que seja trocada regularmente.

e Adriana Sabella, além da intimidade

Quando as cerdas estiverem esgarçadas,

forçada, a “síndrome do jaleco branco” é

é a hora.”, ensina Dra. Adriana.

um dos fatores principais. “Pela proximi-

Outra coisa que afasta os paciente do

dade, acaba criando uma intimidade sem

consultório odontológico é a mentalidade

querer, você está ali muito próxima da

errônea de que tudo é caro. Na verdade,

pessoa, que fica com a boca aberta sem

como as doutoras disseram, se a prevenção

ver o que está acontecendo, totalmente

for feita de maneira correta, os consultas

entregue, é difícil mesmo, ninguém fica

serão apenas para checagem e avaliação.

completamente à vontade nessa situa-

Agora, se as pessoas não cuidam dos

ção”, diz Dra. Fernanda.

dentes como deveriam, provavelmente

“E o jaleco branco acaba criando mais

precisarão de algum tratamento. Não

receio ainda. As pessoas assustam quando

adiante procurar o dentista só nas cri-

vêem o jaleco porque remete à hospital.

ses, na hora da emergência, porque aí

Isso com qualquer profissional de saú-

só uma intervenção para resolver. E isso

de. Nenhum paciente que chega está à

pode acontecer sem que a pessoa esteja

vontade. Mas tem uma diferença: os que

preparada financeiramente.

realmente passam mal, de ter sudorese,

“Muita gente acha que é mais fácil tirar

por exemplo, são bem poucos, não chega

o dente, acham que fazer o tratamento

a 1%, A maioria está tenso, já veio com

sai muito caro. Se for do fundo pode ar-

ansiedade de casa. A melhor maneira

rancar”, dizem. “Mas não é só questão de

para evitar isso e deixar de ter medo

estética, é funcional também. Interfere

de dentista é fazer consultas regulares,

na mastigação, na fala, na articulação do

criar vínculo com o profissional porque,

maxilar, no músculo da face e pode até

assim, vai se sentir mais à vontade gra-

criar um problema na coluna cervical.

dativamente”, fala Dra. Adriana.

O corpo é uma engrenagem, e se tirar

“É importante, também, que profissional

uma peça, desestrutura tudo”, explica

e paciente conversem, que tudo seja es-

Dra. Adriana.

clarecido, que as dúvidas sejam tiradas. igual para igual, Assim o paciente se sente

A importância da prevenção

ainda mais à vontade e vai perdendo o

Cuidar bem da boca, e não apenas dos

medo”, completa Dra. Fernanda.

dentes, evita não só uma intervenção

Dra. Adriana atende crianças e já perce-

odontológica, como também uma série

beu que, normalmente, quem está mais

de doenças sistêmicas. “A gengiva e a

tensa é a mãe. “Na maioria das vezes, é

língua mostram muita coisa, Mesmo que

a mãe que está com receio e isso acaba

a pessoa cuide bem da saúde bucal, é

influenciando a criança. É preciso passar

importante que visite um dentista a cada

confiança para ela ir perdendo o medo e

seis meses, porque só o profissional para

não cresça um adulto que foge do den-

perceber alguma alteração que a pessoa

tista. Outra coisa que percebo é que os

pode achar que é normal. Os primeiros

homens têm mais medo, independente

sintomas de leucemia e lúpus, por exemplo,

da idade, mesmo os mais jovens. As

podem aparecer na boca. Uma afta muito

mulheres, em geral, chegam aqui mais

prolongada também pode indicar que

determinadas”, comenta.

algo está fora do normal, é só o dentista

Não pode ter hierarquias, precisa ser de

Como fazer para não ter medo de dentista?

Para as Cirurgiãs Dentistas Adriana e Fernanda Sabella, o melhor maneira de evitar o medo de dentista é cuidar bem dos dentes.

para avaliar”, recomenda Dra Fernanda. De acordo com as dentistas, boa parte das pessoas que usam aparelhos ortodônticos

“O básico é escovar os dentes. É preciso

é por motivos estéticos, porque algum

criar o hábito de fazer a escovação depois

dente está torto. E isso nem sempre é

de cada refeição, e passar fio dental pelo

sinal de que pessoal tem os dentes ruins.

menos duas vezes ao dia. Se a pessoa faz

“O dente pode ser torto e a mastigação

a prevenção, não tem porquê ter medo,

estar correta. O importante é que se cuide

as consultas serão só pra fazer um acom-

bem dos dentes. Tem muita gente que

panhamento, para ver se está tudo bem.

tem os dentes certinhos, mas que vive

Não adianta vir aqui, fazer tratamento, e

com cárie, Isso é muito relativo. Uma

depois não fazer a parte dela. Isso acon-

coisa que veja muito também é que as

tece muito”, diz Dra Adriana.

pessoas acham que o enxaguante bucal

“Tem paciente que nem para vir na con-

substitui a escovação. Não substitui, é

sulta escova os dentes. Eu mando embora,

apenas um complemento. Escovar os

não sem antes explicar sobre a escovação,

dentes é sempre o mais importante, e só

claro. Mas mando para casa escovar os

com a escova já resolve, nem precisa da

dentes e voltar depois. E isso não tem

pasta. O que limpa é a escova, a pasta é

classe social. As pessoas escovam muito

pra dar um aroma. Pode usar enxaguante,

mal os dentes, não sabem como escovar

claro, nunca deixar de escovar os dentes,

direito”, fala Dra. Fernanda.

senão não adianta nada”, enfatiza

“A maioria dos problemas bucais vêm

Dra. Adriana.

O primordial para se cuidar bem dos dentes é fazer uma boa escovação e passar fio dental. O enxaguante bucal deve ser um complemento e não um substituto.


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Reflexão e Práxis

Jornal do Meio 767 Sexta 24 • Outubro • 2014

O segundo turno

Os discursos que movem as

tores sobre os candidatos, ou seja,

eleições presidenciais são re-

deveríamos ver os candidatos como

gidos pelo que de pior existe

eles o são – políticos profissionais

no universo político brasileiro – o

que são escolhidos para cumprir

velho discurso de quem é mais ou

os ordenamentos institucionais e

Estádio de Manaus na Copa de 2014

menos corrupto.

constitucionais e atuar segundo os

Resistente

É como se o próximo presidente

parâmetros instituídos pela nossa

Ave assada no Natal

brasileiro tenha de provar que a cor-

democracia, mas que são marcados

rupção existe sim, que ela é normal

por inúmeras questões que mancham

e aceitável em certa medida. É co-

suas imagens e seus partidos sem

mo se a corrupção tivesse um papel

que, no entanto, nenhuma investi-

importante a desempenhar na vida

gação séria seja feita.

pública e nas instituições brasilei-

O baixo nível do debate político é

ras. É como se a corrupção devesse

alimentado pelas propagandas elei-

fazer parte de nosso cotidiano e com

torais e pelas apelações dos debates

a qual devemos conviver e, o que é

com a valorização de bobagens que

pior, participar.

tornam as propostas incertas, mas

O nível do debate político é tão baixo,

que nos mostram que pouco irá

mas tão baixo que os defensores dos

mudar com um ou outro candidato,

candidatos são capazes de propa-

impedindo que possamos definir o

gandear atrocidades, como racismo,

que diferencia PT e PSDB.

preconceito, excesso de violência e

E graças a esta postura que coloca

suspensão de direitos civis e constitu-

o debate político em segundo plano.

cionais que foram conquistados após

A única diferença significativa en-

os vinte longos anos de ditadura no

tre as duas propostas é a seguinte

Brasil, como se isto fosse a salvação

– mais benefícios sociais e ações

e a solução para nossos problemas

afirmativas ou menos benefícios

elevando a suspensão das garantias

sociais e ações afirmativas.

constitucionais como algo a ser pra-

Entretanto, a defesa do candidato A ou

ticado pelos políticos.

B como o menos corrupto é tão ridícula

O problema dos defensores dos can-

quanto votar escolhendo candidatos

didatos é que eles são movidos pela

pegando os santinhos no chão, votar

emoção e não pela leitura calma e

pelo candidato mais bonito ou menos

coerente sobre os programas par-

ladrão, termo curioso que usamos com

tidários, sobre as propostas e suas

frequência na política brasileira.

reais possibilidades de aplicação,

Esperemos, portanto, mais uma se-

pois sabemos que neste momento

mana de apelações e acusações que

os candidatos surgem como figuras

não irão ajudar em nada na escolha

quase santas e repletas de virtudes,

do melhor candidato à presidência

sem vícios e sem pecados políticos,

do Brasil.

Lesão por Esforço Repetitivo Atmosfera

Feito de cobre, bronze ou arame

Obter, em inglês Roentgen (símbolo)

(?) Norte, bairro nobre de Brasília Ator de "O Ultimato Bourne" (Cin.)

Pouco espesso (o líquido) Diz-se das pessoas tolas 1ª vogal Museu de Arte Moderna (sigla)

Esconderijo de feras Empregará

Fora, em inglês Pessoa que dá conselhos a outra, como o guru

Comer, em inglês (?) de Freitas, artista plástica mineira Interjeição de surpresa

Sebastião Tapajós, violonista brasileiro

Dia do (?): 31 de outubro, no Brasil

Funcionário de prédios (bras.)

Contrária; oposta Oficina onde são construídos móveis de madeira

Animal cujo couro é fonte da gelatina

Doutor (abrev.) 700, em romanos

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Solução

O E R E

Ç

Ã

BANCO

Anistia Internacional (sigla)

"Quem bem (?), bem castiga" (dito)

P D A N T E E C Z F O G O R S A

E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Elemento do signo de Áries (Astrol.)

O L

O que nos falta é a leitura dos elei-

Situação do brasileiro em outro país

R O A T L E O M S TA A I C C I A

político, professor e escritor.

As últimas vogal e consoante do alfabeto

Caracteriza o ambiente da festa infantil

E R A A S N T E I O R P O A D A R

mente, como verdadeiro.

Pedido comum na virada do ano

A L U T U U G R A A L R A E R M J A O U T S T L A D T R A A M B O C E N

Pedro Marcelo Galasso - cientista

Caráter da notícia de portais Região pouco Tipo de habitada decote

M E N T O R

discurso e o tomam, pura e simples-

Dia da Consciência (?): 20 de novembro "Me (?)", sucesso da cantora Pitty

© Revistas COQUETEL

3/eat — get — out. 4/iole. 5/adora. 9/matt damon. 11/contraposta.

e os seus defensores acreditam neste

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

A R P E N A A D P A A M M A Z C O N I M A

por pedro marcelo galasso

das eleições


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Momento Pet

Jornal do Meio 767 Sexta 24 • Outubro • 2014

Rottweiler Um cão forte e inteligente

por Dr. André Alessandri

Bom dia meu queridos leitores hoje vamos falar de uma raça muito legal, que já foi quase extinta, sendo muito boa para proteção e pastoreio. Estamos falando do nosso rottweiler, uma raça de cão que no século l segundo relatos eram utilizados pelas tropas romanas quando realizavam longas jornadas para novas conquistas. Esses cães boiadeiros cuidavam de seus rebanhos de gado que serviriam de alimentos para os soldados. O nome rottwleiler tem origem alemã, de uma cidade no sul da Alemanha chamada Rottweil. Essa cidade tinha um forte comercio de gado por isso deram o nome “ cão de açougueiro”. Contudo, com o fim desse comercio essa raça quase foi extinta, fato que não aconteceu em razão de ser um cão robusto e com inteligência, tornando-se um cão parceiro e de muita ajuda ao serviço policial, pois com seu temperamento e coragem nunca teve medo do perigo. No Brasil o rottweiler chegou nos anos 70, na cidade do Rio de Janeiro, e após foi se espalhando para outros Estados, popularizando-se mesmo na década de 90 . Os machos podem ter tamanhos de 61 a 68 cm com media de peso de 50 kg , já as fêmeas podem chegar até 63 cm com peso médio de 40 quilos. As fêmeas dão em media 7 filhotes, os quais são muito sensíveis a doenças virais como cinomose e parvovirose. Nessa fase devem ser tomados os máximos de cuidados e as vacinações devem ser feitas com critério e assistência de um medico veterinário. São cães extremamente fieis e leais aos seus donos. Adoram crianças, mas devem ser criados preferencialmente desde filhotes com elas , pois não gostam de permanecerem sozinhos. Por serem cães de grande porte devem ser tomados alguns cuidados desde a chegada ainda filhotes em sua casa, devendo o local onde ele permanecerá conter abrigo para chuva e eventuais mudanças climáticas. A ração deve ser voltada à cães de grande porte e de preferência super

Premium . Orientamos que o volume de ração indicado seja dividido de três a quatro refeições ao dia. Orientamos, ainda, que as vacinas sejam regularmente aplicadas, pois são de extrema importância dada sua sensibilidade à viroses, sendo que até o termino das vacinações eles não podem passear ou entrar em contato com outros animais que não sejam vacinados anual e regularmente. O piso do local onde esses cães devem permanecer não podem ser lisos para evitar problemas articulares em

razão do tamanho. Recomendamos a prática de exercícios físicos como caminhadas e brincadeiras na água, que devem ser feitas periodicamente para obtenção de uma melhor condição física. Lembramos que nas caminhadas os animais devem sempre estar com focinheira e o proprietário deve ter pleno controle de seu animal afim de evitar acidentes. Normalmente indicamos um adestrador para uma melhor obediência e disciplina de seu animal .

Metzgerhund Rottweil “Cão de Açougueiro de Rottweil”,onde herdou o nome

Lucas e Maria Eduarda que vieram conhecer a raça em nossa loja

Antenado

Nigeriana faz panorama

sensível da atualidade Chimamanda Ngozi Adichie mostra frescor e agudeza ao retratar o mundo dos negros nos EUA em ‘Americanah’,

por LUÍS AUGUSTO FISCHER /FOLHAPRESS

Americanah” tem a beleza e a força dos grandes romances realistas de qualquer tempo. É uma grande e atribulada história de amor, e ao mesmo tempo é um panorama sensível do tempo histórico que retrata --este tempo em que vivemos, com internet e imigração massiva do Terceiro para o Primeiro Mundo, com blog e vida universitária, com racismo e afirmação de minorias. O fato de ser a autora uma nigeriana, com experiência pessoal de vida fora de seu país, por certo explica parte dessa beleza e dessa força. Nos centros principais da vida ocidental, os romancistas, dos maiores aos mais triviais, parecem obrigados a jogos metanarrativos, a fundos falsos no enredo, a malabarismos que de algum modo deem notícia de que o autor não passou em branco pela onda pós-modernista. Chimamanda Ngozi Adichie não. Nas páginas de seu novo romance há aquele frescor dos praticantes ingênuos de um gênero que, em outras latitudes, tem já seu tanto de vicioso. Na trama que une e separa dois adolescentes e depois adultos --Ifemelu, moça de classe média baixa em Lagos, e Obinze, rapaz filho de professora universitária de literatura na mesma cidade--, vamos lendo uma extensa (e ótima) descrição de costumes, modos de ver e estar, de sonhos e

realidades vívidos, quase palpáveis, como se estivéssemos, em termos brasileiros, lendo o melhor Jorge Amado ou Érico Veríssimo, ou um Graham Greene, citado no enredo. País multiétnico em si, colonizado pela Inglaterra, a Nigéria terá moldado a narrativa de Adichie com o prazer pelo concreto do romance inglês e a atenção para as diferenças culturais. Enquanto Obinze passa por uma experiência muito mal sucedida de imigracão para a Inglaterra, Ifemelu vive a dura experiência de imigrante quase ilegal nos EUA, com direito a barra-pesada e degradação moral, mas encontra seu lugar mediante namoros e trabalho --e o romance nos dá essa sucessão em contraponto inteligente, numa dosagem perfeita entre relato de vida cotidiana e velocidade narrativa. Outro grande valor do livro: a protagonista mantém um blog de altíssimo interesse para o debate brasileiro (e ocidental) atual. Em textos que se intercalam à perfeição no andamento geral do relato, Ifemelu tem por assunto o mundo dos negros nos Estados Unidos, visto por uma africana recém-chegada, que descobre ser negra apenas quando lá desembarca. Com agudeza crítica e uma ponta de sarcasmo, tomamos contato com sutilezas do cotidiano e da utopia desse mundo. A Nigéria também é arguida. A corrupção das elites, as fantasias de “chegar lá” me-

diante cópia de modos e produtos, os nexos da dominação, enfim, tudo isso forma a contraparte da crítica aos Estados Unidos. Escrito por mulher negra, “Americanah” tem ainda o requinte de expor a intrincada vivência de quem precisa pensar nos cabelos com ênfase especial: há muitas páginas ocupadas com cabeleleireira, penteados e tratamentos, em cenas nunca banais, autopiedosas ou vãs. Até nisso, um belíssimo romance.

LUÍS AUGUSTO FISCHER é professor de literatura na UFRGS e autor de “Filosofia Mínima” (Arquipélago Editorial). Americanah Autor: Chimamanda Ngozi Adichie Editora: Companhia das Letras Tradução: Julia Romeu Quanto: R$ 54 (520 págs.) Avaliação: ótimo Foto: Neil Hall/Reuters

Chimamanda Ngozi Adichie, autora do romance ‘Americanah’, posa no Women’s Prize for Fiction em Londres, em Junho


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Informática & Tecnologia

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Arte: Folhapress

Novo-velho Windows

Novo sistema operacional da Microsoft mistura funções inéditas com interface antiga; confira análise da versão de testes para PCs por BRUNO ROMANI/FOLHAPRESS

O Windows 10, nova geração da plataforma que começou a ser revelada na última semana, é um viajante perdido no tempo. Era ele quem deveria ter sido o sucessor do Windows 7. Porém, entre eles está o Windows 8, uma plataforma voltada para smartphones e tablets que alienou muitos usuários tradicionais do sistema operacional. Na primeira versão de testes do Windows 10, a Microsoft leva essas pessoas de volta à saudosa maloca. Desde o primeiro contato com o programa, alguns de seus elementos mais familiares estão onde sempre estiveram. O Windows 10 abre no desktop, mostrando o botão e o menu Iniciar --esse último completamente ausente no Windows 8. O menu aparece mais dinâmico, incorporando elementos do Windows 8. Os apps no estilo ‘moderno’, como foi batizada a interface do último sistema da empresa, agora são integradas ao novo-velho menu Iniciar e têm tamanhos ajustáveis. Na parte inferior do menu, há um campo de buscas universal, que pro-

cura por arquivos na máquina e na internet. Um outro botão, na barra de tarefas, executa o mesmo tipo de tarefa. Parece uma redundância desnecessária, mas a Microsoft está farta de usuários perdidos. Os aplicativos no estilo ‘moderno’, que antes ocupavam a tela inteira, receberam uma barra de tarefas no topo, como os programas tradicionais. Ali, há um botão com os recursos de busca, compartilhamento e configurações que antes apareciam no menu chamado de Charms. Esse menu é uma outra novidade do Windows 8 que agora foi desativada em máquinas que não têm uma tela sensível a toque. O Windows 10 apresentou outras melhorias voltadas ao usuário tradicional. Na barra de tarefas, há um botão para multitarefa, que permite a visualização simultânea de todos os programas abertos e a criação de áreas de traba- lho virtuais. Os recursos já aparecem em outras plataformas, como nos concorrentes Linux e OS X, e era um velho pedido dos usuários de Windows.

Apresentado no Windows 7, o recurso de snap, que redimensiona os programas na tela ao ser arrastado para o lado, foi turbinado. Agora, ele permite que vários programas se organizem em janelinhas menores em um dos lados da tela. A função foi ignorada no Windows 8. Ainda é muito cedo para avaliar todos os recursos do novo Windows, que deve ganhar funções interessantes como o assistente de voz Cortana e a mudança automática entre tela sensível e teclado em dispositivos híbridos. Tudo isso deve aparecer nos próximos meses. Porém, fica claro que a Microsoft acusou o erro com o Windows 8 e deseja trazer de volta aqueles ainda sob o encanto do Windows 7. Como casa de mãe, agora tudo está em seu devido lugar. Windows 10 Lançamento: segundo semestre de 2015 Tamanho: cerca de 3.5 Gbytes (depende do idioma e versão) Site: windows.microsoft.com/pt-br/ windows/preview)


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Saúde

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Risco em pílulas Professora universitária sofre trombose após seis meses de uso de anticoncepcional e abre página para receber denúncias de casos semelhantes

por JOHANNA NUBLAT/FOLHAPRESS

Comecei a tomar anticoncepcional, com receita médica, em janeiro deste ano, porque sofro de miomas uterinos. Fui a uma ginecologista, fiz uma série de exames, incluindo exames cardíacos. Nunca tinha tomado anticoncepcional na vida. Comecei a ter muita dor de cabeça. Só que, por azar, 30 dias antes eu tinha recebido diagnóstico de sinusite, então a médica dizia que provavelmente [a dor] era disso. No dia 8 de agosto, acordei com muita dor e uma congestão nasal diferente, parecia que meu nariz estava entupido dentro da cabeça. Fui a uma otorrino, ela disse que eu estava com uma crise alérgica e me receitou anti-inflamatórios. No dia seguinte, acordei com a visão duplicada e, na manhã seguinte, acordei sem enxergar nada. A dor me fazia ter vontade de bater a cabeça na parede. Fui ao hospital, passei por três neurologistas, fiz duas tomografias. Recebi o diagnóstico de enxaqueca e crise de ansiedade. Marcamos uma ressonância, e o laudo foi trombose venosa cerebral. No consultório, comecei a passar mal, tive uma convulsão durante uma coleta de sangue. Fui direto para a internação. Fiquei 55 dias com a visão duplicada. Agora estou só sem visão periférica. Quando cheguei ao consultório do neurologista, não tinha movimento na perna direita. Primeira coisa que o médico me perguntou: “Você fuma, bebe, é hipertensa, diabética, tem histórico familiar?”. Eu respondi que não. E ele me fez a pergunta clássica, que aparece em todos os depoimentos recolhidos na página do Facebook: “Você toma anticoncepcional?”. Na hora que eu disse “sim”, ele me mandou parar imediatamente. Eles não têm dúvida de que é o anticoncepcional. Algumas pessoas têm uma predisposição à trombofilia, não podem tomar hormônio. Esse é um exame que os ginecologistas não pedem. Receitam anticoncepcional e só pedem o exame quando a paciente conta que já teve um caso na família. Mas nada impede que ela seja o primeiro caso. Pelos exames até agora, não há confirmação de que eu tenha predisposição genética.

Vídeo Fiz um vídeo para contar aos meus amigos e alunos o que tinha acontecido e ele foi compartilhado 140 mil vezes. Comecei a receber relatos de problemas parecidos com o meu. Abri uma página no Facebook chamada “Vítimas de anticoncepcionais”. Já recebemos mais de mil relatos em duas semanas. Perguntei à Anvisa sobre o remédio que tomei, da Bayer, o Yasmin, que contém a drospirenona --mas os relatos que começamos a receber são de todas as marcas. Perguntei à Anvisa quantos relatos existiam de problemas como o meu, que os laboratórios afirmam ser raríssimos. A Anvisa me disse que, em dez anos, recebeu três. Mas descobri que a agência não obriga médicos a relatarem esses problemas. Só de trombose cerebral, tenho 108 relatos. Como os laboratórios e o governo podem afirmar que o que aconteceu comigo e com as outras pessoas são casos raros se o Brasil não tem estatísticas? Tenho relatos de pessoas que estão sem andar, que ficaram em coma, que amputaram membro, perderam a visão. Todos os médicos associam ao anticoncepcional. Não há um controle da venda desse medicamento, qualquer menina de 14 anos compra na farmácia. Nem todo mundo que fuma vai ter câncer, nem todo mundo que toma anticoncepcional vai ter trombose. Mas, se tem risco, tem que ser comunicado. Está na bula, mas ninguém lê bula. Vou fazer uma denúncia ao Ministério Público Federal, vou brigar por um aviso na embalagem.

Efeitos colaterais são raros, dizem médicos e fabricantes da pílula Desde que prescrito por um médico após avaliação clínica da paciente, e descartados fatores de risco como tabagismo, hipertensão, obesidade e histórico de tromboembolismo, a utilização da pílula anticoncepcional é segura, afirma a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Marta Franco Finotti, presidente da comissão de anti-

concepção da federação, afirma que episódios de tromboembolismo são raros e que avaliações internacionais indicam que o benefício do uso da pílula supera o risco. Segundo ela, cinco casos de tromboembolismo são esperados a cada 100 mil mulheres não usuárias de pílula, incidência que sobe para 15 a 20 casos entre quem toma pílula e para 56 entre mulheres grávidas. “Deixar de tomar a pílula e ter uma gravidez é um fator de risco muito maior. Isso faz com que a gente continue prescrevendo e pedindo exames quando temos uma suspeita clínica. Para investigar risco de tromboembolismo são necessários vários exames, o que inviabilizaria o uso [da pílula se feitos na população total]. E ainda não daria certeza de ela não ter o problema.” Após intensa discussão, em 2011, o FDA (agência norte-americana que regula fármacos e alimentos) manteve liberada a venda da drospirenona, princípio ativo da Yasmin, apesar de estudos apontarem para possíveis riscos mais elevados da formação de coágulos --que podem provocar o tromboembolismo-- em comparação com o levonorgestrel (outro princípio ativo de pílulas).

Outro contraceptivo, a Diane 35, também foi alvo de questionamentos sobre sua relação com episódios como o da professora. Em 2013, o produto chegou a ter o uso suspenso na França. Finotti diz, porém, que a suspensão foi breve, sem que tenham sido encontrados novos dados que contraindicassem o medicamento. A Bayer, que vende a Yasmin no Brasil, reafirmou a segurança do contraceptivo e lembrou uma decisão da Comissão Europeia, de janeiro deste ano, na qual não foram achadas evidências para mudar a avaliação de risco do medicamento. Cinco milhões de mulheres usam a Yasmin em mais de cem países, diz a Bayer. A Anvisa afirmou que cabe aos serviços de saúde e às empresas detentoras dos registros dos remédios notificar a agência sobre eventos adversos graves, mas que o relato é voluntário para os médicos, por falta de lei que determine o contrário. Entre 2009 e 2014, diz a Anvisa, houve três registros no sistema Notivisa de problemas semelhantes ao da professora após o uso da Yasmin. Arte: Folhapress


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Conta-gotas Economia de água e menos idas ao lava-rápido podem compensar preço maior da lavagem a seco, que custa até o dobro da convencional

por RODRIGO LARA/FOLHAPRESS

Mais caro

Manter o carro limpo hoje em dia pode ser politicamente incorreto. Sobretudo em São Paulo, que vive uma crise de abastecimento de água. Essa realidade fortalece a lavagem a seco como solução mais consciente. ‘Evitamos gastar cerca 316 litros de água ao utilizarmos esse método de limpeza’, diz Lito Rodrigues, da Drywash. Já na AcquaZero, outra empresa do ramo, a economia declarada é de até 900 litros, dependendo do tamanho do veículo. Basicamente, o processo consiste em aplicar um produto químico na lataria, que age amolecendo a sujeira e facilitando sua remoção. As duas empresas afirmam que é possível limpar carros mais sujos apenas utilizando uma dose maior dos produtos.

Limpeza leve O engenheiro Francisco Satkunas, da SAE Brasil, no entanto, vê limites. ‘Eu recomendaria que o procedimento fosse utilizado apenas em carros com um nível leve ou médio de sujeira. No caso de haver barro seco na pintura, o mais recomendável é utilizar água para remover essa camada mais pesada’, avalia. A sugestão é compartilhada pelo técnico da Basf, Weslley Ruiz. ‘Nesses casos, o serviço não é viável, pois o processo será extremamente lento e com possibilidades de causar arranhões na pintura’, afirma. Satkunas salienta que é preciso seguir normas técnicas para evitar danos. ‘A recomendação é que a limpeza seja feita em um local sem incidência de luz solar. Por isso costumamos ver esse serviço sendo oferecido em estacionamentos de supermercados e shoppings, locais ideais para esse tipo de lavagem’, diz o engenheiro. Quanto a um possível desgaste excessivo da pintura, Ruiz explica que ‘todas as lavagens, independentemente da modalidade, vão criar microrriscos na pintura do carro pelo atrito das flanelas e esponjas utilizadas depois de certo tempo. O perigo de avarias na pintura existe, mas é pequeno e não diz respeito ao método utilizado’. ‘A falta de chuvas foi um empurrão para trocarmos o lava-rápido normal pelo sistema de lavagem a seco. Decidimos fazer nossa parte para economizar água’, afirma Renato Augusto Haring, gerente de vendas da Square Motors, loja especializada em automóveis importados localizada em Cotia (Grande São Paulo). Haring afirma que, além da questão ambiental, a troca também gerou outro benefício. ‘Lavamos, em média, 15 carros semanalmente. O procedimento a seco faz com que a sujeira demore mais para grudar na pintura. Antes tínhamos que lavar o veículo a cada três dias. Agora este intervalo aumentou para uma vez por semana’, avalia.

O valor cobrado pelo procedimento varia de R$ 35 a R$ 75, dependendo do carro. Entre os lava-rápidos consultados pela Folha, os preços das lavagens comuns oscilam de R$ 17 a R$ 50, incluindo a aplicação de cera automotiva. A lavagem a seco também pode ser feita em casa. Nesse caso, os preços dos produtos necessários para o serviço giram em torno de R$ 20. Hyundai expande produção de carros movidos a hidrogênio Preço elevado é o maior obstáculo para consolidação de tecnologia que não emite poluentes

Ricardo mioto enviado especial à coreia do sul A Hyundai iniciou neste ano, na Coreia do Sul, a primeira linha de produção em massa de carros a hidrogênio. São pouco mais de 200 automóveis por ano, um por dia útil, em Ulsan, no sul do país. A tecnologia utiliza um sistema que gera eletricidade por meio de reações eletroquímicas entre o hidrogênio -que é armazenado em um tanque especial- e o oxigênio do ar. A energia resultante põe o veículo em movimento, e o escapamento emite apenas vapor d’água. A vantagem do hidrogênio é a rápida recarga. Encher um tanque leva três minutos, enquanto um carro elétrico precisa ficar plugado na tomada por várias horas. O modelo da Hyundai é o utilitário esportivo ix35. Seu ponto fraco está no preço: na Coreia do Sul, essa versão custa US$ 150 mil (R$ 361,4 mil), cinco vezes mais que a opção a gasolina. Para a montadora, o aumento na escala vai reduzir os valores. Os locais mais promissores para essa tecnologia são o Japão e o estado da Califórnia, onde já há algumas dezenas de estações de hidrogênio e outras estão a caminho. Como a Hyundai não atua no mercado japonês, é preciso conquistar os californianos. A empresa já oferece a eles o ix35 a hidrogênio no sistema de leasing a US$ 499 por mês (R$ 1.200), com abastecimento grátis. ‘Não será fácil, o objetivo inicial é sobreviver’, diz Sae Hoon Kim, engenheiro sênior da Hyundai. Ele aponta um problema do tipo ‘primeiro o ovo ou a galinha’ no setor. ‘Os consumidores precisam de uma rede de estações para passar a comprar carros a hidrogênio, mas para que as estações sejam viáveis, é preciso ter consumidores. É nesse momento que a atuação dos governos é importante.’ Existem 13 estações de hidrogênio na Coreia do Sul, a maioria construída pela própria Hyundai. Kim reclama que o governo local não apoia a criação de uma rede maior.

Arte: folhapress


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Ao volante por RODRIGO LARA /FOLHAPRESS

A Folha dirigiu o ix35 a hidrogênio na Coreia. Diferentemente de um carro com motor a combustão, ele é silencioso (como um elétrico) e não vibra. Não há perda aparente de desempenho, e a potência equivale a 136 cv. A autonomia supera os 500 km. O carro pode demorar cerca de 30 minutos para esquentar e começar a funcionar. Segundo Kim, esse valor tem diminuído, e os engenheiros estão trabalhando para zerá-lo. Outra questão é a obtenção do hidrogênio, que reage com o oxigênio do ar gerando energia e água. O ideal que é ele seja obtido como resíduo da indústria química, com custo quase zero. Outra forma de obtenção é por hidrólise, mas aí é necessário gastar energia. E se tal energia vier de fontes que geram gases-estufa, como o carvão, segue havendo impacto no aquecimento global. Por fim, como as estações ainda são poucas e subsidiadas, não há como estabelecer um valor médio preciso do hidrogênio -oferecer combustível grátis é uma tentativa de driblar tal imprevisibilidade. Viagem a convite da Hyundai.

Foto: Divulgação


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