Braganรงa Paulista
Sexta
7 Novembro 2014
Nยบ 769 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 769 Sexta 7 • Novembro • 2014
Deus e o big-bang por Mons. Giovanni Baresse
Filósofo e jornalista italiano, Paolo Flores D’Arcais, afirma que a fala do Papa Francisco aos membros da Academia de Ciências do Vaticano, demonstrou mais uma vez que “ciência e religião são incompatíveis”! Ele afirma que quando o Papa fala que “o big-bang, hoje entendido como origem do mundo, não contradiz a intervenção do divino criador, mas a exige”, está afirmando uma falsidade. Paolo afirmará que cada um “tem a liberdade de continuar tendo a sua fé religiosa, de continuar acreditando em um Deus. A teoria do big-bang não exige absolutamente a intervenção divina”! Todo o seu arrazoado caminhará para a afirmação da autossuficiência da ciência. “Para a ciência, Deus permanece supérfluo”! E, mais para frente, o filósofo-jornalista dirá sobre o crer em Deus: “se ele é onipotente, porque permitiu o terremoto de Lisboa (ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa. O sismo foi seguido de um maremoto - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros -
e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. O terremoto de Lisboa teve um enorme impacto político e socioeconómico na sociedade portuguesa do século XVIII) ou as pestes? Se é onipotente, não pode ser infinitamente bom e vice-versa ou na própria imortalidade após a morte (no paraíso ou no inferno)”! Não discuto o direito da manifestação de quem quer que seja. Creio que essa liberdade é fundamental para a busca incessante de tentar compreender sempre mais os mistérios da existência do mundo e de suas criaturas. Vale a pena abordar, para reflexão, os dois pontos que são apontados: é desnecessário, vazio ou sem sentido um diálogo entre ciência e fé? Em segundo lugar: como entender a presença de um Deus diante das tragédias e sofrimentos. Quanto à primeira questão parece que se ignora o quanto o diálogo entre as ciências é enriquecedor para o progresso humano. A radicalização para o campo onde somente o que é empírico é verdadeiro é, a meu ver, reducionista. O filósofo italiano vai reduzindo todo o comportamento humano a partir da
afirmação que todos nós somos “macacos modificados”. “Todas as funções que reunimos sob o termo “consciência” dependem do córtex cerebral”. O córtex é constituído por células que morrem como as do cérebro dos macacos. E, com a morte do cérebro, morrem todas as funções da matéria cinzenta. Portanto nossa consciência, nossa alma morrem também. Ora, parece cristalino que a existência humana, na sua plenitude, depende da realidade corporal para existir. Parece ir longe demais afirmar que além do aparato físico o ser humano não tenha um “plus” diferenciador e fundamental para aquilo que significa o poder de decidir, para onde orientar a própria vida e as escolhas a serem feitas. Não creio que haja necessidade de opor a fé religiosa ao pragmatismo científico. O diálogo será sempre a forma mais respeitosa de busca a Verdade. Quanto à segunda questão Paolo D’Arcais caí no lugar comum do providencialismo: se Deus existe e pode tudo e é bom, por que o sofrimento existe? Claro está que a sua negativa sobre a existência de Deus lhe dá apoio para não
compreender a existência do mal e do sofrimento. A fé religiosa diz que Deus deu início à existência de tudo. Não diz como. E nem é seu campo. Isso é campo de pesquisa científica. O Papa Francisco afirmou que tudo se inicia com uma ação criadora, que não é passe de mágica, mas um gesto amoroso que coloca no início de tudo as leis internas que regeriam a evolução da vida em todas as suas multiformes manifestações. As tragédias da Natureza, o sofrimento, a morte são consequências da realidade marcada pela sujeição daquilo que a matéria é: finita! Quanto à Natureza cabe ao ser humano aprender a “dominá-la” como está escrito no livro do Gênesis. Domínio que não significa suga-la até o esgotamento. Domínio que significa cuidado. A realidade dos nossos dias comprova que a ganância nos fez poluir ar e rios, nos fez desmatar, nos fez envenenar a terra com agrotóxicos, nos fez invadir a margem dos rios, nos fez impermeabilizar nossas cidades, nos fez não cuidar da água... Quanto ao sofrimento e a morte, dados que marcam nossa vida, nós sabermos que a reali-
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
dade física não é infinita. Somos marcados pelo tempo e pelas circunstâncias. Se temos a graça de crer que tudo é vencido por aquele que “morreu e ressuscitou” o horizonte não acaba quando a morte física chega ou a dor nos faz chorar. Essas realidades encontram sua finitude naquele que é “tudo em todos”!
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Momento Pet
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As férias estão chegando por Dr. André Alessandri
Bom dia, meus queridos leitores esta chegando o fim de ano. Com isso as férias das crianças estão se aproximando assim como os momentos que vamos dedicar para visitar nossa família e amigos e não podemos deixar nossos amiguinhos de fora dessa . Vamos falar de algumas dicas que devemos tomar com nossos animais para viajarmos com tranqüilidade e não termos problemas inesperados durante essa jornada. Se nossos amiguinhos vão ficar num hotel, algumas exigências devem ser cobradas para uma melhor qualidade de vida nesse período, até porque a mudança de hábitos é muito grande para o animal. Com relação ao hotel devemos avaliar alguns requisitos: • Se há um medico veterinário responsável pelos animais que possa intervir em uma situação de emergência. • Se há um controle de ectoparasitas no local onde eles permanecerão. • Se há uma área de recreação onde os animais possam correr e brincar. • Telefones de contatos e se há câmeras de monitoração para maior segurança dos animais.. • Se os animais que estão alojados são separados cada um em seu canil e se há uma exigência da carteira de vacinação e vermifugação deles. • Nunca deixe seu gato em lugares que
alojam cães. Trata-se de situação que causa muito stress para eles, com reflexos na alimentação, pois gatos estressados podem parar de comer e com isso levar a danos irreversíveis . • Sempre leve a alimentação que costuma fornecer para seu animal, pois muitos deles podem ter complicações e sentir eventual mudança. • Com relação a viagem alguns cuidados devem ser observados: • Sempre deixar seu animal em jejum alimentar pelo menos por 4 horas para cães antes da viagem, pois ela causa na maioria das vezes enjôo levando a vômitos. • Sempre leve uma garrafa de água fresca e procure fornecer a cada 30 minutos para seu animal, pois o aumento de temperatura pode levar a uma desidratação ou mesmo a salivação excessiva . • Sempre faça uma parada a cada uma hora para eles caminharem ou fazerem suas necessidades ( sempre com uma sacola em mãos para recolher seus dejetos ). • Se for para regiões litorâneas , procure seu medico veterinário para orientar sobre a vermifugação sobre a dilofilariose ( verme do coração ). • Sempre tenha a carteira de vacinação junto com uma guia ou um atestado de sanidade do animal , no caso de ser interceptado por um policial ou fiscalização sanitária. .
• Nunca deixe seu animal solto dentro do carro. Sempre procure levar dentro de uma caixa de transporte para maior segurança , pois eles podem causar acidentes . • Se o seu amiguinho for estressado para viagem ou muito agitado existem produtos indicados para amenizar essa situação. Contudo, procure seu médico
Patricia e Bianca com seu novo amigo Floyd
veterinário para que possa ser ministrado o medicamento indicado para o animal. • Finalmente, ao voltar de viagens, recomendo aos proprietários dos animais que estejam atentos e procedam à vermifugação e controle de pulgas e carrapatos. Então boa viagem e curtam muito as férias !!
Renata Sarti e João Lucas vieram conhecer nossos filhotes
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Jornal do Meio 769 Sexta 7 • Novembro • 2014
por Shel Almeida
Não há como saber ao certo quem
mês e, além de ser um motivo para rever os
começou a primeira coleção e nem
amigos, é o momento em que eles trocam,
o que exatamente foi o primeiro
vendem ou compram itens. “O coleciona-
item colecionado. Mas é possível saber que
dor é minucioso. Se uma lata sai com um
- quase - todo mundo, em algum momento
detalhe em cor diferente da versão anterior,
da vida, já colecionou alguma coisa. Nos
já é outro item, é uma a mais. Em Socorro
anos 1980/1990 era comum ver as meninas
tem um fábrica de cerveja que sempre
colecionando papéis de carta decorados.
faz as latas como cores novas e é difícil
Hoje, são poucas as que ainda mantêm a
de achar em São Paulo. Como estou aqui
coleção intacta, como relíquia, para ser
perto, eu aproveito e compro para trocar
passada para filhas, netas ou sobrinhas.
nas reuniões”, conta.
As que se desfizeram da coleção - como eu - se arrependem, porque, o tempo de-
Dedicação
dicado e a memória que cada um dos itens
A coleção de Seu Waldemar, como prefere
carregava se foram junto com a coleção.
ser chamado se divide em três cômodos da
Colecionar não é simplesmente guardar
casa onde vive, que foram sendo ocupados
objetos que tenham algo em comum. É
com o tempo. Como bom colecionador que
se dedicar a pesquisar cada um deles, sa-
é, sabe que impressionar o visitante é um
ber qual a importância dele no contexto
dos segredos na hora de apresentar uma
da coleção, entender a coleção como um
coleção. Dessa forma, ele foi me mostrando
todo e perceber como ela se encaixa em
o material aos poucos. Começou pela sala
algo mais amplo, que cada item é capaz
menor que têm as aquisições mais recentes
de identifica uma época, um lugar ou até
e onde fica a maleta que usa para trazer
mesmo um momento social.
as latinhas quando viaja. Nela cabem 48
O Jornal do Meio visitou o médico Dr.
latas. É com ela, também, que comparece
Waldemar Muniz que, há 30 anos, mantém
nas reuniões do clube de colecionadores.
uma coleção de latinhas de cerveja e nun-
Depois dessa primeira apresentação, fomos
ca havia mostrado para alguém além dos
para a outra sala, um pouco maior, mas
amigos mais próximos da família, quanto
com paredes tomadas por latas, de cima
mais para ser assunto de uma matéria.
a baixo, e uma mesa que remete a um
O receio, segundo ele, era de que, enquanto
simpático bar, onde ele costuma passar um
ainda clinicava, alguém pudesse não enten-
tempo conversando com os amigos. “Já fiz
der de que se trata apenas de uma coleção
degustação aqui. A gente cobre o rótulo
e confundisse o gosto por colecionar com
com o papel e cada um experimenta um
o gosto por beber. “Se eu tivesse bebido
pouco e tenta adivinhar qual cerveja é. A
tudo isso eu já teria algum problema no
maioria das latinhas que tenho comprei
fígado. Além disso, boa parte das latinhas
em leilão, que normalmente acontecem
ainda estão com o líquido. O que me deu
pela internet. Leilão ao vivo só acontece
alguns problemas com o passar do tempo,
nas convenções anuais. Amigos, e mesmo
porque as prateleiras começaram a não
pacientes, sempre trazem uma pra mim,
aguentar o peso”, explica.
mas acho que apenas 15% a 20% delas eu
Com uma coleção de cerca de 16 mil la-
ganhei. Galões, eu tenho uns 60, canecas
tinhas, aproximadamente, além de cane-
mais ou menos 100. O que a gente fala é
cas, copos, tampinhas, galões, garrafas,
que todo colecionador de latinha acaba se
abridores e outros itens relacionados à
tornando colecionador de caneca. Existem
cerveja, Seu Waldemar diz que a dele é
quem colecionada só caneca, mas é bem
“mixuruca” perto da de alguns amigos do
mais caro. O preço médio de uma latinha
Clube de Colecionadores Brasil Chapter,
é 8 reais. A caneca varia de 50 a 80 reais,
de São Paulo, do qual faz parte.
as mais caras chegam a 200 reais. É um
“Tem gente ali com coleção de 30 mil, 50
investimento bem maior. Mas tem lata que
mil latinhas”, fala.
chega a 500 reais. A lata mais cara é uma
As reuniões do clube, que tem uma média
brasileira, que custou 3.200 dólares.
de 1.200 sócios, acontecem uma vez por
Muitos colecionadores têm a cópia
Maleta que acompanha Seu Waldemar em viagens e reuniões do clube de colecionadores. Nela cabem 48 latinhas.
Seu Waldemar entre as latinhas. Coleção impressiona e espanta.
A coleção de Seu Waldemar tem latinhas dos mais diversos países do mundo e das mais diferentes datas, Apenas 15% foi presente de amigos, A maioria foi adquirida em viagens e leilões.
Espaço reservado às canecas: diversos tamanhos, cores e países.
A caneca mais especial da coleção, de 45 cm. “Se eu levasse pra reunião, meus amigos iam ficar loucos”
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dessa lata, uma imitação, que vale o preço normal. Mas o importante é saber que tem”,
Organização Quando finalmente chegamos à sala principal, a primeira sensação que tive foi de espanto. Mesmo com Seu Waldemar avisando que são cerca de 15 mil latinhas, não há como prever a admiração que toma conta quando se entra na sala repleta delas. São inúmeras prateleiras, inclusive algumas suspensas, que ele mesmo fez para arrumar mais lugar para dispor os itens. “No começo eu fui separando por países, por ordem alfabética. Mas com o tempo ficou inviável. Agora está um pouco misturado. Você achou que era tanto?” me pergunta. Não, eu não fazia ideia, principalmente, de que estariam tão bem organizadas e conservadas. Essa é outra qualidade dos colecionadores: saber apresentar a coleção de forma que o visitante não fique apenas impressionado, mas também admirado e entusiasmado. Seu Waldemar foi guiando a visita e esco-
Local reservado para a coleção de itens do Corinthians, clube do coração.
lhendo o que queria me mostrar, porque eu, nesse momento, já não sabia para onde olhar. “Cada uma delas tem uma história, tem uma lembrança. Colecionar é voltar ao tempo. Eu sei de onde veio cada uma delas, como fiz pra conseguir e o que cada uma representa na coleção. Uma vez eu estava voltando de viagem fora do país e me avisaram que para eu passar com elas no aeroporto, teria que desfazer do líquido. Então fui para uma calçada e comecei a despejar a cerveja em um bueiro. Um rapaz viu e veio me dizer que aquilo era um desperdício, que deixasse ele e beber. Ele ficou ali comigo e acho que bebeu pelo menos umas cinco latinhas”, se diverte lembrando. “Já aconteceu também de eu ir me desfazer do líquido no banheiro do aeroporto e alguém ouvir e achar que eu estava me matando de tanto beber e chamar a polícia. Só não fui preso porque outra pessoa entendeu o que eu falava e explicou que era um colecionador e só queria entrar no avião com as latinhas vazias”, se recorda do apuro. Outra história da qual Seu Waldemar se lembra é a que envolve outra paixão brasileira:
Sala principal: lugar espanta e entusiasma visitante, que não sabe para onde olhar.
o futebol. Em um dos leilões que participou, uma latinha antiga do Corinthians estava sendo bem disputada. Até que um dos colecionadores ofereceu uma valor bem mais alto a fim de encerrar o assunto. “Todo mundo ficou espantado porque ele era Palmeirense, mas ninguém cobriu a oferta. Assim que ele pagou e pegou a latinha, colocou no chão e pisou em cima. E ainda falou: ‘paguei só pelo prazer de amassar essa latinha’. Teve gente que ficou bravo, mas ninguém quis arrumar confusão”, conta. Entre os itens que de destacam estão as latinhas japonesas, que para Seu Waldemar são as mais bonitas, algumas coleções, entre
Latinhas com desenho de pin-ups e outros ícones da cultura pop americana. Forma lembra um cantil.
Primeiras latinhas da Cerveja Antártica
elas a escocesa com nomes e imagens de mulheres, e outra com a Seleção Colombiana de Futebol, latinhas muito antigas, da época de Primeira Guerra Mundial, com formato que mais lembra as latas de óleo para automóveis. E, claro, a lata que é o item mais importante da coleção: aquela feita especialmente para o casamento da Princesa Diana. É a única que fica coberta por uma redoma. Foi adquirida em um concorrido leilão na época do acidente que vitimou a Princesa de Gales. “Se eu tivesse que escolher uma pra salvar, com certeza seria essa”.
Latas mais antigas que fazem parte da coleção de Seu Waldemar. Algumas são imitações das originais.
Item mais importante da Coleção: edição limitada lançada na ocasião do casamento da Princesa Diana. Foi adquirida em uma leilão.
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Reflexão e Práxis
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Não conhecemos
a nossa História por pedro marcelo galasso
horários predeterminados é risível, se
democrático, incluindo um pedido infun-
não fosse trágico.
dado de impeachment acompanhado de
O mito da política limpa é outra falácia
um anacronismo histórico e político – o
dos governos militares. Aqui, a prática
retorno da ditadura militar.
das cassações políticas, da imposição do
E este pedido absurdo é resultado de um
bipartidarismo, dos políticos biônicos,
fato simples, mas extremamente complexo
as eleições indiretas, além, novamente,
que se refere ao nosso desconhecimento
da falta de informações verídicas sobre
sobre nossa própria História, pois aqui
o que ocorria no Brasil dos militares.
temos uma das possíveis razoes para
É claro que o choro sem sentido dos
tal reivindicação. Muitas pessoas não
partidos políticos frente ao resultado
se preocupam com as questões históri-
eleitoral não pode ser elevado à categoria
cas que lhes parecem desnecessárias e
de terrorismo político com pedidos de
chatas e, portanto, algo com o qual não
impeachment e muito menos com ban-
devemos nos preocupar.
cadas políticas, como a ruralista e a dos
O pedido de retorno da ditadura militar
evangélicos, que de antemão já disseram
em uma sociedade que lutou contra
que não votarão temas propostos pelo
ela por vários anos é o resultado de um
governo e que são importantes para o
processo consciente e proposital de
funcionamento já problemático do país.
desconstruir nossa História e contá-la
Como bancadas e partidos avisam com
de forma mentirosa e mistificada crian-
antecedência que não irão votar questões
do a ideia de que sempre aceitamos as
importantes simplesmente por serem
imposições, de que nunca lutamos por
propostas pelo Palácio do Planalto?
nossos direitos, além de criar um culto
Isso sem contar que o partido aliado do
irresponsável de heróis que não repre-
governo, o PMDB, tem seu líder atuando
sentam aquilo que deveríamos ser.
contra o governo que deveria auxiliar
A visão equivocada que as pessoas
por conta do racha com relação a ree-
demonstraram acerca da ditadura
leição da presidente Dilma e a derrota
militar ilustra esta suposição. Clamar
do candidato Aécio Neves.
pelo retorno dos militares elevando-os
Em um ano que será difícil, mas que nas
a categoria de salvadores nacionais é,
palavras do ex-ministro da fazenda, no
no mínimo, sem propósito e é crer em
período da ditadura militar e do milagre
uma construção da ditadura militar e
brasileiro, Delfim Neto, teremos de fazer
que ainda hoje é alimentada.
alguns ajustes em uma situação que não é
O mito do desenvolvimento econômico
catastrófica, o Congresso Nacional, com o
esconde o fracasso do Milagre Brasileiro,
qual não nos preocupamos e elegemos de
um processo de crescimento econômico
forma irresponsável, basta ler os nomes
que não ocorreu e que foi alimentado
dos eleitos, terá um papel fundamental.
artificialmente pelo capital disponibi-
Ele desejará fazer História e atuar de
lizado pelos EUA ao longo da Guerra
forma republicana e constitucional ou
Fria, quando este país adotou a chamada
teremos o que assistimos a séculos, ou
Política de Boa Vizinhança que alimentou
seja, teremos os interesses partidários
as ditaduras militares sulamericanas e
que beneficiam poucos mantendo a
promoveu a caça aos comunistas.
tônica que, historicamente, é comum
O mito da segurança era resultado de
no Brasil?
uma política de medo e de tortura utili-
A História nos diz qual é a tendência.
zada pelos governos militares e pela não divulgação dos dados sobre assaltos e
Pedro Marcelo Galasso - cientista polí-
crimes afins, aqueles que no afetam mais
tico, professor e escritor.
diretamente, pois são os crimes contra
E-mail: p.m.galasso@gmail.com
© Revistas COQUETEL
Variedade Cargo do ministro Dias Toffoli no período eleitoral de 2014 de queijo Condição da terra pela qual o laCausa vrador paga para ter direito a uso sofrimento
Membro da Que não é grande ou pequeno dupla de atiradores Carteado Ver, de elite popular em inglês
Estado da hidrelétrica de Jirau (sigla)
(?) internacional, parceria como o Mercosul
Duro na (?): resistente (pop.) Nelas são resolvidos assuntos administrativos das universidades
Antigo cronômetro de areia
Indivíduo muito estudioso (gíria)
Fiscaliza as obras do Rio para 2016
Canoa feita de um tronco de árvore Doação es- escavado pontânea (bras.)
Poder, em inglês
Nome da oitava letra Permanente
Vantagem da primeira classe, no avião Objeto como o vendido no brechó (bras.) Tratada (?) Tamandaré, cidade do Paraná
Sobre, em inglês Quadril; cadeira O reconhecimento que demora a acontecer
Fenômeno raro no verão de 2014 (BR)
Cartão, em inglês Sensação invernal
Expressão gaiata em fotos Gênero musical típico de Portugal Local de filmagem Rede local (Inform.) (?) final: a última fase de um projeto "Os (?) do Zodíaco", desenho japonês
BANCO
Post-(?), adesivo para recados
Diz-se dos sites que custam a abrir
"Econômico", em BNDES 1
Solução P R E S I D E N T E D O T S E
algo legítimo dentro do processo político
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
V A D O R O O R I A CO E N E R I D A D G A O A D A R A N T A C AR F A D I S R E I R O T O S
para que não possamos sair de casa após
M P E R D A I T A O N O D A I D M I U V T A A V AL LE N
reeleição da presidente Dilma,
O B S Q U E R E A C A C O M P U L H E T A
perto. Pedir pelo retorno dos militares
C A C C AR R E C O
o patrimônio e que sentimos mais de
diversas manifestações contra a
2/it — on. 3/can — see — set. 4/card — nerd. 5/igara. 15/presidente do tse.
Assistimos nas últimas semanas
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Açúcar é sujeira
para o organismo Para sonia hirsch, escritora especializada em saúde, doce é um vício a ser superado
por MONIQUE OLIVEIRA/FOLHAPRESS
Entender o funcionamento do próprio corpo e, assim, lutar pela saúde sem delegar ao médico o cuidado que cada um deveria ter consigo mesmo. A escritora e jornalista Sonia Hirsch, 66, dedicou os últimos 30 anos à divulgação dessas ideias. Tudo começou quanto, aos 29, ela retirou da dieta o ingrediente de que mais gostava: o açúcar. “Eu era estragada, viciada em doce”, diz. Ela, que superou alterações de humor com a luta contra a substância, diz que o açúcar está ligado à depressão e também é o gatilho para condições como alergias. outras. Neste mês, ela relança “Mamãe eu Quero”, “Sem Açúcar com Afeto” e “Deixa Sair” em edições atualizadas. Em entrevista no Rio, onde mora, Sonia também fala da contribuição da medicina chinesa na busca pelo bem-estar.
confusas. Eu não tinha clareza. Vi que isso era porque o meu corpo estava tentando digerir a quantidade de açúcar que eu ingeria antes da consulta. Hoje estou açúcar zero, mas tenho alma “junkie”. Às vezes, digo: “hoje mereço um chocolate”. Quando estou livre do doce, acordo melhor, penso melhor, tenho mais leveza e flexibilidade diante de situações com mais pressão.
Reportagem - Você começou a escrever nos anos 80. Como sua percepção sobre a saúde mudou desde então? Sonia Hirsch - Passei a pensar na saúde de forma mais integrada. A medicina chinesa foi fundamental. Me ensinou como os alimentos podiam me afetar energeticamente, como cada um tem sua função. Abandonei o vegetarianismo, por exemplo, porque estava com a energia baixa e percebi que precisava comer carne.
No livro “Manual do Herói”, você cita a importância de deixar a energia fluir, sem excesso, nem demais, nem de menos. Como aplica isso na sua vida com tantas demandas? A filosofia chinesa se explica pelo equilíbrio entre yin, o vazio, e yang, o cheio, com todas as nuances pelo meio. Me acostumei a refletir sobre isso e procurar a harmonia. Há muito tempo pratico exercícios de respiração, mantras, contemplação da natureza, que acalmam a mente e o corpo. Isso tem a ver com uma frase que adoro, atribuída a Jesus: “O Reino dos Céus está em toda parte, mas ninguém o vê; é representado por um movimento e uma pausa.” “A Constituição diz que “saúde é um direito”. Eu discordo. Saúde é um patrimônio pessoal, algo a ser preservado, não algo a se pensar só quando aparece a doença
Você usa muito o conceito de “deixa sair” para a saúde, que inclusive é o nome de um dos seus livros. O que ele engloba? É a limpeza do corpo, prestar atenção no que precisa ser eliminado ou não mais ingerido. E também do controle da respiração, que ajuda na conexão com o corpo e o pensamento. Você passa a se voltar para dentro. A respiração consciente limpa e nutre.
Raio-x: Sonia hirsch Idade: 66 anos Formação: Autodidata, começou no jornalismo aos 17 anos Carreira: Atuou em publicações nas editoras Abril e Globo. Desde os 29 anos, mora num sítio. Tem 21 livros sobre saúde
Quais as consequências dessa falta de conexão com o corpo? Você pode ter uma dor de cabeça ou uma dor no ombro e não investigar em você mesma os hábitos que podem provocá-las. Tudo o que você busca é um remédio para “acabar” com o problema. Você delega a sua saúde para outro, para alguém cuidar de você. A Constituição diz que “saúde é um direito”. Eu discordo. Saúde é um patrimônio pessoal, algo a ser preservado, não algo a se pensar só quando aparece a doença.
Principais livros Sem açúcar, com afeto Editora: Correcotia Quanto: R$ 34 (116 págs.) A autora conta sobre o seu v
Em um de seus livros, você fala sobre como a retirada de alimentos causadores de alergia podem ajudar contra o câncer. Teve alguém próximo que se beneficiou da dieta? Meu pai recebeu diagnóstico de mieloma múltiplo [câncer de medula óssea] aos 93 anos. Fez a dieta e morreu de velhice, lúcido e sem dor, aos 97. Eu mesma me livrei das alergias e de um “quase mioma”. O bom é evitar os alimentos causadores de inflamação. A retirada do açúcar é um componente importante. A substância tem a ver com inflamação do intestino e com aquela barriga insistente, resultado dessa inflamação. Você diz que o “açúcar dá barato” e é preciso ter uma outra concepção de prazer para se livrar do açúcar. Como fazer essa transição? Quando você entende que muitas inflamações, depressão, corrimentos e alergias podem desaparecer ou diminuir se o açúcar for retirado, é possível superar esse vício no “bem-estar” passageiro. O açúcar é sujeira para o organismo. Eu era estragada, viciada em açúcar. Desde criança, o doce corria solto em casa. Depois de referências da dieta macrobiótica e de ler o “Sugar Blues” [William Duffy, 1975], vi que algo estava errado. Eu sempre tinha doce. Passava na doceria antes de fazer análise. Gastei muito dinheiro com terapia, mas as sessões eram
Candidíase, a praga Editora: Correcotia Quanto: R$ 38,50 (176 págs.) No livro, mostra como alimentação ruim, intestino preso, uso de antibióticos e pílulas anticoncepcionais favorecem episódios seguidos de candidíase, infecção bucal e vaginal causada pela proliferação do fungo Candida albicans, que faz parte da nossa flora. A obra traz receitas de probióticos e sopas Deixa sair Editora: Correcotia Quanto: R$ 38,50 (176 págs.) Com bom humor, a escritora mostra como é possível harmonizar e aliviar o corpo com receitas detalhadas que ajudam a eliminar prisão de ventre, gases e até suor excessivo. Técnicas de meditação e respiração também são descritas como métodos para aliviar tensões e até aquele “ideal preso ao peito” Manual do herói Editora: Correcotia Quanto: R$ 58 (176 págs.) A obra é uma introdução à filosofia chinesa. Os alimentos são explicados pela função que podem exercer na saúde. Os órgãos também são descritos dentro da concepção da medicina chinesa. Os rins, por exemplo, armazenariam a essência da vida, responsável pela harmonização de todos os outros órgãos A dieta do dr. barcellos contra o câncer e todas as alergias Editora: Correcotia Quanto: R$ 30 (84 págs.) A obra é dedicada ao método do médico Raul Barcellos, morto em 2003, que via o câncer como uma alergia e pregava uma dieta livre de alimentos capazes de deflagrar esse processo. Traz ainda a monografia defendida pelo especialista em 1981 Mamãe, eu quero editora Correcotia Quanto: R$ 38,50 (268 págs.) Foto: Divulgação
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veículos
Jornal do Meio 769 Sexta 7 • Novembro • 2014
Nem lá, nem cá Ao tentar unir o espaço de um automóvel à caçamba de uma picape, Saveiro e Strada cabine dupla têm mais limitações do que soluções
por RODRIGO MORA /FOLHAPRESS
Dúvida é um sentimento natural
Foto: Divulgação
quando os consumidores têm de escolher entre tantas variedades. Comprar um “jipinho” ou um hatch médio? Um utilitário esportivo atenderá às necessidades de quem pensa num sedã? Algumas marcas misturam conceitos, e geralmente obtêm sucesso. Um exemplo é a BMW com o X4 e o X6, que são funcionais como um SUV, mas têm ares de cupê. Porém, nem sempre o resultado será ideal. Ao espremer tanto os passageiros traseiros quanto a carga na caçamba, Fiat e VW criaram um nicho que atende a um consumidor que, ao querer de uma só vez uma picape e um carro de passeio, não tem plenamente nenhum dos dois. Saveiro e Strada servem bem a seus proprietários em situações muito
Com menos espaço atrás e acomodação difícil, Strada facilita acesso ao assento traseiro com terceira porta do lado direito Foto: Divulgação
particulares -como levar seus filhos pequenos e suas bicicletas ao parque-, mas, ao longo do tempo, vão apresentar mais limitações do que soluções. Aquela moto que ia na caçamba de ambas agora deverá ser levada em um reboque -ou com a porta da caçamba arriada, o que é proibido. No caso da Strada, que estreou o segmento, ainda há o inconveniente de o estepe roubar parte do já escasso espaço na caçamba. Na Saveiro, ele vai sob o assoalho.
Três portas ou espaço? Acomodar objetos na parte externa dessas picapes não é tarefa fácil. Assim como não é simples entrar e sair da Saveiro. O mecanismo para acessar o banco traseiro é o mesmo
Saveiro tem acesso ruim ao banco traseiro de três lugares,mas sua posição de guiar é mais agradável que a da concorrente
veículos eículos
Jornal do Meio 769 Sexta 7 • Novembro • 2014
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de um carro duas portas: o encosto
depende da consideração de quem vai
parece projetar o condutor para frente,
ainda esbarram no preço das médias.
dos bancos frontais se curva, mas
nos bancos dianteiros, que deve se
criando uma sensação de vulnerabi-
Por exemplo, uma Chevrolet S10 flex
não é acompanhado automaticamente
aproximar do painel para criar mais
lidade.
cabine simples parte de R$ 69,8 mil.
pelo escorregamento do assento.
espaço na segunda fila.
Mais rente ao chão, a posição da Sa-
A proposta de Strada e Saveiro talvez
Vantagem para a Strada, que tem uma
Mais eficiente na acomodação dos
veiro cansa menos.
encontre mais sentido nas futuras
terceira porta.
passageiros de trás e sem estepe na
No uso diário, essa característica será
apostas de Fiat e Renault. Serão pi-
No banco traseiro, as duas se equivalem,
caçamba, a Saveiro também agrada ao
mais valorizada do que o desempenho
capes maiores que as avaliadas aqui,
com leve vantagem para a Volkswagen.
volante -esse, inclusive, tem ajuste de
levemente superior da Strada.
porém menores que Ranger e S10.
A Saveiro oferece milímetros a mais
profundidade, cortesia ausente na rival.
de espaço lateral.
Embora o banco da Strada acomode
Preço de média
Mas a boa acomodação lá atrás também
melhor o motorista, sua configuração
Na casa dos R$ 60 mil, as compactas
As novidades chegam no fim de 2015, com bom espaço atrás e caçamba maior que um porta-malas. Foto: Divulgação
Saveiro tem acesso ruim ao banco traseiro de três lugares,mas sua posição de guiar é mais agradável que a da concorrente
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