Braganรงa Paulista
Sexta
12 Dezembro 2014
Nยบ 774 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Para pensar
Jornal do Meio 774 Sexta 12 • Dezembro • 2014
“Tá ruim, mas tá bom” por Mons. Giovanni Baresse
Esse dito popular manifesta
a liberdade. Esse homem é um
Implicará em começar tudo de
diz que um motorista, que até o
o conformismo diante de
profeta que, atento aos sinais do
novo. Não querem correr riscos.
final do ano passado tinha salário
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
uma situação que não é
tempo, percebe movimentação
A situação do momento não é
de R$ 2.000,00, hoje é sócio de
boa, mas que, para muda-la, seria
que fundamenta seu entusiasmo
a mais perfeita, mas quebra o
uma empresa que recebeu mais
necessário enfrentar desafios,
pela mudança de situação. Ele
galho. Melhor que enfrentar os
de R$ 24 milhões para a última
correr riscos, lanhar-se até en-
percebe que o reino da Babilônia
desafios do retorno. Nota-se
campanha política. No exterior, no
contrar a saída. Nestes tempos
está enfraquecendo. Começa a
que é o mesmo posicionamento
noticiário italiano, se denunciam
de preparação ao Natal, lendo
se firmar o Império Persa com
ocorrido quando do caminhar no
personalidades da prefeitura de
trechos do profeta Isaías (40,1-
Ciro, o Grande. A partir da no-
deserto no tempo do Êxodo. Nas
Roma que estão envolvidas com
5.9-11), este tema é abordado. A
va conformação política que se
dificuldades com a falta de água
falcatruas que as unem à máfia.
época é a da segunda metade do
apresenta, Isaías faz um chamado.
e alimento o povo diz que, pelo
Coisas como essas se tornarão
século VI antes de Cristo. Mais ou
É o momento de recordar todo
menos, no Egito havia cebolas
sempre mais presentes se os
menos já se passaram quarenta
o arco da ação libertadora de
para comer. A liberdade valia
cidadãos permanecerem inertes
anos da invasão babilônica e
Deus. E se no Êxodo o execu-
menos que as cebolas. Na Ba-
ou se caírem no “não tem jeito”!
consequente mortandade e abu-
tor do projeto divino tinha sido
bilônia a liberdade valia menos
Jerusalém e o templo puderam
sos. Jerusalém está destruída. O
Moisés, agora o próprio Deus
que a acomodação em serem
ser reconstruídos porque uma
belo templo arrasado. Tudo ao
conduziria o seu povo. Tal como
cidadãos de segunda classe. A
pequena porção voltou e enfren-
redor é um montão de ruínas.
o pastor conduz aas suas ovelhas.
realidade dos fatos bíblicos joga
tou até a incompreensão dos que
Ficaram na terra velhos, doentes,
Se a caminhada do Êxodo tinha
luz sobre a eterna situação de
tinham ficado e se habituado a
pequenos agricultores. Homens
sido longa e sofrida, agora seria
nos acomodarmos ao sofrimento
viver em terra devastada. Para
válidos foram escravizados. Ao
construída uma estrada que
e à limitação. Porque o empenho
os que creem a Bíblia contém a
lembrar esse passado, do meio
encurtaria o caminho da volta.
em reverter o quadro exige ati-
Palavra de Deus que é luz para
dos judeus em terra estranha e
Mas era preciso começar a tra-
tude de rompimento. Ao olhar
o caminho. Se se está a preparar
aceitação. Que vejamos o Natal
opressora, surge um homem que
balhar e fazer essa estrada que
os nossos dias continuamos a
o caminho do Senhor que vem
como grande oportunidade de
não se tinha esquecido da Aliança
levaria para a Pátria. Percebe
ver, tristemente, como a Hidra
no Natal é preciso assumir a
sacudir a preguiça e arregaçar as
de Javé com seu povo. E começa
o profeta que seu discurso não
de Lerna é lagartixa diante da
fadiga de “abaixar as colinas”.
mangas para que, de fato, quando
a missão de relembrar aos seus
entusiasma muita gente. Boa
Hidra da corrupção. O pipocar
Deus vem entre nós na medida
dissermos que “Ele está entre
compatriotas que o exílio não
parte já se acomodou à situação.
dos malfeitos não para. Em todo
em que lhe permitimos o acesso.
nós” tenhamos, nessa afirmação,
era seu destino definitivo. Como
Alguns até prosperaram. Não
lugar. O deus Dinheiro associado
Ele poderia forçar. Mas não é
a coragem para cortar, pela raiz,
Deus era sempre fiel era preciso
têm interesse em mudar. Fazer
ao deus Poder e ao deus Prazer
seu modo de agir. Seu desejo de
a sedução do levar vantagem
recomeçar a agir para reencontrar
o caminho de volta é cansativo.
continua seduzindo. Noticiário
estar conosco passa pela nossa
em tudo e sobre todos.
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
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Momento Pet
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Convívio por Dr. André Alessandri
Bom dia meus queridos leitores! Hoje vamos falar sobre a importância do convívio com animais na nossa vida. Sabemos que os animais são considerados os melhores amigos do homem, mas hoje, além da amizade, estudos comprovam a importância deles na nossa saúde. As vantagens da convivência variam desde a infância de uma criança até uma pessoa da terceira idade, pois os animais causam uma melhora na autoestima, estimulam a atividade física e maior convívio social. Nas crianças as principais vantagens são: • A responsabilidade que a criança adquire desde cedo com o cuidado com seu animal ( alimentação, banhos levar passear); • Atividades físicas como caminhadas com seu Pet, brincadeiras como pega-pega, jogar bolinhas etc.; • Melhor interação com a sociedade no caso de crianças mais inibidas e de menor convívio social, pois os animais as estimulam a se desinibir, melhorando seu convívio com outras pessoas; • Probabilidade de redução nas alergias, pois pesquisadores já levantaram uma hipótese de que o convívio com animais desde bebês aumenta a produção de um anticorpo que ajuda no combate a bactérias e doenças virais; • Em crianças com problemas neurológicos e/ou físicos, os animais servem como estímulo,
como ocorre com equinos na equoterapia. Nos adultos ou mesmo pessoas da terceira idade as vantagens são as mesmas descritas para as crianças, mas também algumas outras importantes. Por exemplo, para pessoas com depressão, ajuda na liberação de substâncias que melhoram seu estado de prazer. O convívio com animais vai muito além da companhia que proporcionam. Uma dedicação diária funciona como uma terapia ao ser humano. Conversar e brincar com animais pode diminuir o estresse, sem contar o carinho que eles são capazes de doar. Quem tem animal de estimação sabe a sensação de chegar em casa depois de um dia de trabalho cansativo e muitas vezes estressado e ser recebido com festa. Não há dinheiro que pague, pois a única coisa que eles querem é a sua presença e o seu carinho. Essa sensação de alegria libera endorfina ao cérebro, um hormônio capaz de relaxar o ser humano, colaborar com seu bem-estar, controlar a pressão sanguínea e a melhorar o sono. Algumas pessoas, mesmo que inconscientemente, se dedicam tanto aos animais e se sentem melhor com esse contato. Há alguns meses atrás, o “Globo Repórter” mostrou um caso muito interessante de um animal de estimação de uma criança diabética que tem a sensibilidade para perceber
quando ocorre a queda de glicose no sangue de sua dona. Nesse caso, o cãozinho late para avisar a mãe da criança, é tocante! Outro caso impressionante foi de uma mulher que tinha câncer de mama cujo os médicos só conseguiram diagnosticar através de uma ressonância magnética. O curioso é que logo antes dela resolver fazer
Andressa trouxe Amora para seu primeiro banho
o exame seu animal de estimação passou a cheirar a área , coisa que ele não fazia antes. Assim, vemos que a importância do convívio com nossos queridos pets muitas vezes ultrapassam a barreira da amizade e acabam nos trazendo uma qualidade de vida muito maior, até mesmo em relação a nossa saúde física e mental!
Estela, Davi e sua Lucy
Lenço Cor de Rosa
O câncer e a infertilidade por Evelin Scarelli
Ao primeiro dia, os quarenta e seis cromossomos do zigoto conferem-lhe uma identidade genética única e irrepetível. Nesta célula única, já estão determinadas características como o sexo, a cor dos olhos e do cabelo, a estatura, até o potencial de inteligência. A partir da 3° semana, o coração já começa a bater. O seu sistema nervoso e os seus órgãos principais começam a tomar forma. Na 8° semana, dá-se como terminado o período embrionário. O bebe terá músculos nos membros, no tronco e na face, além de orelhas e dedos nas mãos e nos pés. A partir da 10° semana, o bebé medirá cerca de 6 cm e pesará cerca de 14 g. Além disso, ira abrir e fechar os olhos. Os ossos começarão a crescer, mas a coluna e as costelas ainda serão moles. (...) Existe um assunto dentro do câncer de mama que é guardado no fundinho da gaveta por grande parte das moradoras deste edifício oncológico: a possível infertilidade. No meu caso, a proposição de congelar os meus óvulos foi feita segundos após o recebimento do diagnóstico. - Você poderá congelá-los, Evelin, mas tenho certeza que ser mãe aos 23 anos não faz parte do seu planejamento atual de vida e essa é uma das vantagens desse tratamento. Disse o médico, esboçando um leve sorriso. Você poderá pensar nessa possibilidade aos 30, 35 anos, o que acha?
Seus óvulos estarão guardados e o seu sonho materno poderá ser realizado. Como se conta a uma mulher que -por algum motivo- o curso do seu rio natural da vida foi modificado? Aquele dia, lembro-me de ter voltado para casa repetindo incansavelmente enquanto observava a vista por fora da grande bolha de silêncio gerada dentro do carro: - Dentro de alguns dias, serei infértil. Como o solo, pobre em nutrientes. Aos 23 anos, a minha atual situação havia imposto a retirada das mamas e a queda dos cabelos, mas a historia de infertilidade me parecia eterna demais. Fixa demais. E de verdade? Doía. Doía no fundo da alma. Doía em silêncio. Uma ferida estranha, misturada aos flashes de “como a minha vida seria se...”. Naquele mesmo dia, acordei de madrugada e vi que a televisão continuava ligada. Nela, passava um documentário falando sobre o trajeto do rio até cair no oceano. Pesquisei o assunto na internet e encontrei um texto (de um autor desconhecido) que falava mais ou menos assim: “Dizem que mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Ele olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que, entrar nele, nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas... Ir em frente.” Seguir em frente... A verdade é que o nosso conceito sobre maternidade está um tanto quanto “caduco”. Posso lhes contar mais uma história, a de como descobri sobre esse conceito? Estava em minha primeira consulta com o cirurgião plástico. Na mesa, varias próteses de silicone de diversos formatos e texturas (como queria ter levado algumas para casa. Próteses de silicone são infinitamente melhores do que as bolinhas anti stress). Minha mãe, em pé, estava inquieta e ansiosa. Inicialmente, não compreendi muito bem o motivo, aquele comportamento não era comum. Senti que ela queria perguntar algo, mas continuei a ouvir as proposições do médico. Entramos em uma salinha reservada e vesti um avental oferecido por uma auxiliar. Minutos depois, o meu conceito sobre maternidade mudou. Minha mãe, depois de uma longa espera, virou ao médico e disse com uma fortaleza assustadora: - Gustavo. Sei que pode parecer uma pergunta ignorante, mas tenho mais de 50 anos e já amamentei dois filhos. Minha filha tem 23, ficará completamente sem cabelos e por causa desse diagnóstico, terá que retirar toda a mama... (segurou o choro, mas continuou a conversa muito
emocionada) Gostaria de saber, Dr., se existe alguma possibilidade d´eu doar os meus mamilos pra ela... E então... Enquanto o Dr. explicava sobre essa impossibilidade, admirei apaixonadamente e profundamente aquela mulher emocionadíssima e envergonhada. O meu desejo em ser mãe – e uma mãe como ela passou a ser gritante. Infinitamente maior que o câncer e a infertilidade. Quero ser para o meu filho aquilo que a minha mãe, aquele dia, me deixou marcado: Minha mãe, com seus raios de luz, entrou no meu jardim da alma e fez com que um campo inteiro começasse a desabrochar. Decidi seguir o curso natural do meu rio da vida, mas antes, agradeci o longo caminho, as paisagens e as montanhas. Não senti mais medo do oceano. “O medo só desaparece, quando o rio adentra ao oceano. Porque assim, e apenas assim, o rio saberá que na verdade não se trata em desaparecer no oceano e sim, tornar-se oceano.” Mãe, essa crônica é pra você! Obrigada por segurar minha mão nessa jornada e por me ensinar através das alegrias mais miúdas que elas também são as mais intensas. Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com
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Jornal do Meio 774 Sexta 12 • Dezembro • 2014
por Shel Almeida
No mês de novembro nove bragantinos, todos integrantes do grupo de voluntário da Defesa Civil da cidade, participaram de um curso na Cruz Vermelha de São Paulo. O curso, normalmente fechado é exclusivo para aqueles que fazem parte da instituição, pela primeira vez, recebeu pessoas de fora. O curso foi ministrado por profissionais da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro, especialmente para formar uma equipe de Instrutores de Primeiros Socorros em São Paulo. Após diversos contatos do grupo de voluntários bragantinos com a Cruz Vermelha Paulistana, eles conseguiram ser incluídos no curso. “A Cruz Vermelha só tem curso de capacitação interna, só para voluntários deles ou para pessoas que sejam ligadas profissionalmente a eles. Depois de muita insistência e muita conversa do Tiago com eles, nos disponibilizaram algumas vagas para o curso de Formação de Instrutores em Primeiros Socorros. Todos nós do grupo de voluntários temos o curso de primeiro socorros básico e também alguns cursos particulares com o pessoal do SAMU ou dos Bombeiros, que sempre nos ajudaram muito com isso também. Mas esse curso da Cruz Vermelha tem uma questão muito especial, porque nos deu a capacidade de nos formarmos instrutores. Isso é o que desenvolve o nosso papel, que é o de levar, a partir de agora, esse conhecimento muito mais aprofundado em primeiros socorros para os nossos pares que não puderam estar no curso e depois para escolas, empresas e pessoas em geral”, conta Rogério Torres, voluntário do grupo. Segundo ele, o curso foi especial até mesmo para os integrantes da Cruz Vermelha de São Paulo. “Quem veio dar o curso foram técnicos especializados do Rio de Janeiro que atuam em locais onde as forças de emergência não podem entrar, como em morros que ainda não possuem bases comunitárias da polícia. São regiões de guerra onde só a Cruz Vermelha consegue chegar. Essa equipe veio dar esse treinamento para o pessoal de São Paulo porque, por aqui, ainda não existe muito o convívio com esse tipo de situação”, conta. Participaram do curso os Voluntários da Defesa Civil de Bragança Paulista; Rogério Torres, Tiago Seballo, Rosângela Gonçalves, Daverson Cabrera, Rosemary Evaristo, Liliana Pace, Daniel Félix, Joel Gomes e Jocelito de Lima.
Capacitação por meios próprios O Grupo de Voluntários da Defesa Civil de Bragança Paulista é formado por 15 pessoas atuantes, dos 40 que, inicialmente, participaram do curso de formação. No grupo estão pessoas que atuam nas mais diversas áreas, como empresário, técnico em informática, dona de casa, advogado e motorista de ambulância, o que mostra que, com boa vontade e capacitação técnica, qualquer pessoa pode atuar na área. Entre os cursos que fazem parte do currículo do grupo, realizados por meio e interesse próprios, estão o de Treinamento de Combate à Incêndio em Mata, Sobrevivência na Selva, Treinamento com Embarcação Aquática, Vistoria na Represa Jaguary, Simulado de Desastre, Operação Verão, com palestra da Defesa civil de São Paulo e, claro, o curso de Instrutor de Primeiros Socorros com a Cruz Vermelha. Além disso, alguns voluntários possuem Especialização em Defesa Civil e Rogério está concluindo o
curso de Gestão de Desastres e Ações de Recuperação, pela Faculdade Federal de Santa Catarina, que é referência na área e está vinculada à Defesa Civil Federal. Ainda há a previsão de que, durante o mês de dezembro, os voluntários participem de um novo curso de sobrevivência na selva, dessa vez com Navegação Noturna e, também, de Salvamento em Altura com Técnicas de Rapel. Foi o interesse desses voluntários em adquirir aprimoramento por meios próprios o que, provavelmente, fez com que a Cruz Vermelha lhes permitissem fazer parte de um grupo tão seleto. “Eles perceberam um grande interesse de nossa parte. E, segundo relato deles, foi um fato histórico porque nunca houve envolvimento dessa troca de experiência em cursos. Nós fomos pioneiros nisso no Brasil, foi a primeira vez que um grupo de voluntários de defesa civil de uma cidade e que não fazem parte do quadro da Cruz Vermelha, conseguiu participar de um curso que é exclusivo para eles. A gente abriu uma porta que não fecha mais. E, muito em breve nós também seremos voluntários da Cruz Vermelha, já a partir do começo do ano. Essa será mais um atribuição que teremos”, comemora Rogério.
São 15 os voluntários atuantes do grupo. Entre os diversos cursos de capacitação dos quais os voluntários participaram está o de brigadista.
Agentes Multiplicadores “Em janeiro queremos levar esse curso do qual fomos capacitados pela Cruz Vermelha aos nossos pares, para aqueles voluntários que não tiveram a possibilidade de participar do curso. Vamos propor levar isso para as forças de segurança também, caso eles queiram esse treinamento mais específico. O que queremos, a partir disso, é ampliar um pouco esse conhecimento interno, para que todos os nossos voluntários tenham capacitação suficiente para, na hora da emergência, não usarem apenas o básico. Que eles tenham equilíbrio psicológico e capacidade de atuação, para que, realmente, possam conter uma situação até a chegada de equipes de emergência. Posteriormente a isso, queremos levar o curso também para escolas, empresas e para a comunidade em geral. Isso é importante pelo seguinte: um engasgo, por exemplo, leva a morte. Mas uma engasgo é uma coisa muito simples de se resolver, só que, para isso, é preciso saber como resolver. Então, com uma explicação, uma projeção de uma imagem e uma prática, a pessoa nunca mais esquece”, fala. A ideia do grupo de voluntários é criar agentes multiplicadores de informação. O que eles pretendem é oferecer conhecimento e capacitação básica para que pessoas comuns atuem em situações de emergência dentro de suas possibilidades, até a chegada de uma equipe de resgate. “Todos são inseguros na hora de prestar socorro em uma situação de emergência porque ninguém tem esse conhecimento. O que a gente quer desenvolver aqui em Bragança Paulista é, justamente, esse conhecimento. Nós sabemos que é um trabalho de formiguinha, mas é algo que iremos conseguir a partir do desenvolvimento dos trabalhos que temos em mente e estamos colocando no papel. Uma pessoa esclarecida de uma situação, que tem essa informação, esse conhecimento, vai levar para família, vai ser um agente multiplicador”. Para contribuir e saber mais sobre o trabalho do Grupo de Voluntários da Defesa Civil de Bragança Paulista, entre em contato com Rogério pelo número 11 9-9939-5377
Voluntários bragantinos foram os primeiros de fora da Cruz Vermelha a participar de curso de capacitação promovido pela instituição.
Voluntários da Defesa Civil de Bragança possuem diversos cursos no currículo, entre eles o de Treino com Embarcação Aquática. Eles participaram também de vistoria na Represa Jaguary.
Curso de Simulado de Acidente. Ideia de grupo de voluntários é formar agentes multiplicadores de conhecimento sobre primeiros socorros.
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Reflexão e Práxis
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A incoerência política por pedro marcelo galasso
© Revistas COQUETEL
Três tipos de tubarão ameaçados Valor do cartão amarelo no futebol Local de pela pesca predatória Estado onde se loca- atracação Receio de quem faz a liza Arapiraca (sigla) do cruzeiro primeira tatuagem
Fenômeno climático que já causou Uso de graves desmatamen- Artista co- imóvel tos de regiões da Mata mo Dulce para pagar María uma dívida (?) solar, Atlântica dispositivo gerador de energia elétrica
Sentimento do romance Poeta de "O Corvo" Natalie Portman, atriz de Cinema
Estudo de ETs e discos voadores
Monograma de "Raul"
O caminho com muitos obstáculos (fig.) (?) das Águas Claras, domínio de Narizinho (Lit.) Embalagem para grãos
Acessório infantil que mais causa acidentes Base da argamassa Casquinha de sorvete
Nome da sexta letra do alfabeto (?) alto, estilo de tênis juvenis
Estuprar Fazer (o bebê) dormir
Metro (símbolo) Tramoia; negociata
Cabeça (?): pessoa que não aprende
Letra da nave do Xuxa Park (TV) Caverna, em inglês Intuito de quadros musicais de humorísticos televisivos
(?) Pires, atriz de "O Caçador" Cruéis
Departamento de informática (sigla)
O início da viagem Cortar as pontas de Reação frequente da pessoa "estourada"
Orlando Luz, tenista juvenil Plebe Animal que inspirou o cofrinho
Utensílio da costureira Em (?): na moda De (?): brigados (pop.) O âmago
Ministério que aplica o Enem (sigla) "As (?) e Uma Noites", livro árabe
Local onde as pessoas fazem uma "fezinha"
(?) Atala: foi eleito chef do ano (2006)
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Solução
CA
H I P O T E
I R U N
D E D A L V E R T E N C I A DA
A A L P U O F E O L E O L G A I R A M I A M O TE
A P A R A R EN
C O C A I S
M I D A M O R R T O E C A L A N O D B T A R I D A O N O R CO L E M IL L E X I C A
BANCO
Giulia (?), atriz de "Sangue Bom"
V N I I S N A V R O G S A
Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com.br
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
C P A N T O R S A M V E X I C P A N C A
Por outro lado, as manobras contábeis para justificar os erros do atual governo e as agressões físicas no Congresso Nacional retratam o quão pobre e inapto é o nosso quadro político, mas retrata as péssimas escolhas que os eleitores brasileiros praticam a vários anos. A ideia mágica de que a democracia, por si só, esclarece e melhora política é falaciosa e perigosa, pois desobriga o Estado a promover a educação para a participação política algo fácil de se imaginar já que as esferas do governo se limitam a apresentar dados, tirados sabe lá de onde, para dizerem que tudo vai bem na educação brasileira quando qualquer pessoa com o mínimo de senso crítico sabe que isto não é verdade. Além disso, as indecisões nas escolhas ministeriais e a presença constante do ex-presidente Lula mancham o atual governo e sinalizam poucas mudanças para 2015. Um Congresso Nacional comprometido com seus interesses partidários e sem um plano político que contemple as pessoas que vivem no Brasil; políticos promovendo um terrorismo político irresponsável e uma oposição paulista cheia de ódio, sem o mínimo de conhecimento histórico; além de um governo que vendeu sua alma para conseguir a reeleição. E para refletir com calma – os escândalos, como o caso Petrobrás, são vexatórios e denigrem a imagem dos homens públicos brasileiros, além de apontar falhas enormes nas chamadas indicações políticas que obedecem a lógica partidária e não a lógica burocrática do Estado dando uma carta branca para pessoas que ocupam cargos importantes. E, infelizmente, estes casos são abafados em acordos nem sempre lícitos entre os partidos políticos e suas trocas de interesses. Para tanto, basta pensarmos nos gastos dos Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, e o Propinoduto do Metrô paulistano, que envolveu membros do PSDB. Entretanto, pensemos o seguinte – as CPIs que investigam as denúncias cumprem seus papéis ou se tornam circos de acusações sem sentido e sem propósito? Novos casos de corrupção foram impedidos? Enfim, pareça que não temos um horizonte político promissor para 2015.
4/alex — cave. 7/veniaga. 10/chuva ácida. 18/martelo branco e lixa.
Ao longo das últimas semanas as notícias sobre a oposição ao governo Dilma têm caminhado para o terrorismo político inconsequente e irresponsável, ou seja, as notícias e os pedidos de impeachment da presidente beiram o absurdo e o ridículo por defender, dentre tantas medidas esdrúxulas, a intervenção militar e o retorno da ditadura. Para um país que se tornou democrático a pouco mais de vinte anos, o desejo do retorno da ditadura militar é tão absurdo e descabido que serve de parâmetro para algumas breves considerações. A primeira é simples e já apontada em outras colunas – não sabemos o que é e para que serve a democracia, não temos ideias sobre seus horizontes e muito menos sobre suas responsabilidades. E isto é tão serio que a vociferação das bobagens que assistimos nas últimas semanas só é possível em um quadro democrático que pressupõe a liberdade de expressão, ainda que falte no nosso caso a responsabilidade sobre o que é dito. Tal fato é perigoso e recorrente na História. O fato mais singular é o seguinte – na década de 30, do século XX, a Alemanha do pós-1ª Guerra Mundial adotou como forma de regime a república, nomeada de República de Weimar, na qual foram estabelecidas as eleições a partir do voto popular e da disputa partidária. Neste quadro, dois partidos se tornaram fortes – o Partido Nacional-Socialista Alemão, popularmente chamado de Partido Nazista, e o Partido Socialista Alemão e sabemos o resto da História. Pode parecer um exagero comparar os pedidos de retorno da ditadura no Brasil ao caso alemão, mas a História não é lógica e os problemas de outrora podem se tornar os problemas atuais. A segunda consideração faz menção ao terrorismo político alimentado pelo candidato Aécio Neves que se aproveita do descontentamento paulista para alimentar pedidos absurdos e o impeachment da presidente, fazendo seus poucos seguidores, quase fanáticos, acreditar que com a deposição da presidente Dilma o cargo seria dado a ele, desconsiderando a presença do vice-presidente, Michel Temer. Ao alimentar tais absurdos em uma cruzada insana pelo poder, o candidato Aécio Neves deixa de cumprir seu papel no Congresso Nacional e usa seu tempo para alimentar a ignorância política de nosso país.
Comportamento
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Risco Feminino
Em todo o mundo, mulheres têm sofrido mais AVCs do que homens; tratamentos hormonais estão entre causas por Fabiana Schiavon/FOLHAPRESS
O ritmo de vida das mulheres mudou. Com os benefícios trazidos pela modernidade, também vieram os riscos para a saúde. Entre eles, está o do AVC (acidente vascular cerebral), que é a segunda causa de morte entre mulheres em todo o mundo. “O número aumentou porque as mulheres estão sendo mais diagnosticadas do que eram tempos atrás e também pelo seu estilo de vida. Hoje, há menos donas de casa, e as mulheres estão mais expostas ao estresse e à obesidade, entre outros fatores”, explica Carla Peron, diretora médica e científica da Covidien América Latina. Segundo ela, a mulher está mais suscetí-
vel ao problema porque pode passar por tratamentos de reposição hormonal e usar pílula anticoncepcional. “As pessoas com fatores de risco ligados a doenças coagulantes precisam ter mais atenção, além de controlar pressão, diabetes e ter uma alimentação saudável”, completa a médica. Além disso, as mulheres estão vivendo mais, e o risco também aumenta com a idade. Esse fato não é novo, de acordo com o ginecologista César Eduardo Fernandes. “Quando a pílula surgiu, nos anos 1960, os médicos começaram a perceber que os casos de trombose aumentaram entre mulheres que faziam uso do hormônio”,
explica. “Há tentativas com uso de hormônios naturais, que podem trazer mais segurança, mas ainda não foi encontrada uma solução ideal.” Por esse motivo, os médicos defendem que a mulher sempre tome o anticoncepcional indicado pelo seu médico. “O uso da pílula favorece a formação de coágulos, e o médico sempre pesa a real necessidade da mulher com os riscos que ela pode correr. Pílulas de menor dosagem são menos arriscadas, mas têm maior tendência à falha”, explica Maurício Hoshino, neurologista da divisão de clinica neurológica do Hospital das Clínicas.
Outro motivo para as mulheres sofrerem mais com o AVC é por sua formação genética. “O impacto do problema é um pouco maior, porque a mulher tem as artérias mais finas e pode passar por uma gravidez, que mexe com os hormônios também”, diz Ricardo Pavanelo, supervisor de cardiologia do HCor. “No período pré-natal, é preciso rastrear se há doenças da coagulação, verificar o histórico familiar, evitar a diabetes gestacional com boa alimentação e, ainda, praticar exercícios físicos moderados”, complementa Rodrigo Meirelles, neurologista do hospital Albert Einstein. (Fabiana Schiavon) Folhapress
251anos
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PARABÉNS BRAGANÇA //
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Veículos
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Godzilla
Nissan GT-R passeia por autódromo no interior de São Paulo e mostra porque quer desafiar os esportivos da Porsche por EDUARDO SODRÉ/folhapress
Não há tempo para muita coisa. Balaclava, capacete, ajustes de banco e volante. O instrutor deseja um bom dia e começa a falar do Nissan GT-R. O apelido do carro, Godzilla, é uma boa síntese do esportivo mais poderoso produzido no Japão. O painel é quase monótono. Preto, com botõezinhos espalhados por volante e console. Poderia estar no Sentra, mas há uma diferença. Debaixo da tela do sistema de informações do automóvel, três chaves parecidas com comandos usados em aviões permitem modificar a rigidez dos amortecedores, o sistema de controle de estabilidade e até a forma de usar o câmbio de seis marchas e dupla embreagem. Mil unidades saem por mês da fábrica de Tochigi. Cada motor 3.8 V6 biturbo (545 cv) recebe uma plaqueta com o nome do engenheiro responsável. O “nosso” é assinado por Nobumitsu Gozu. A Nissan diz ter mexido na suspensão para que o carro pudesse rodar com alguma suavidade, além de adicionar LEDs para-choque dianteiro. Essa é uma exigência de segurança em mercados europeus, pois tornam mais fácil a visualização do carro. As lâmpadas têm ar de improviso no GT-R e, de certa forma, são. Não faziam parte do projeto original. Serão duas voltas no autódromo Velocittá, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo). Pequenos cones azuis indicam os pontos das tomadas de curva, e o carro é colocado em modo Racing. As reações são menos brutas do que se imagina, embora a capacidade de acelerar o coloque em pé de igualdade com
Foto: Divulgação
Porsche 911 Turbo ou Lamborghini Gallardo. Esse é o pulo do gato japonês: o GT-R desafia os modelos mais famosos do segmento e diz até ser mais rápido- a Nissan afirma que o carro chega aos 100 km/h em 2,9s. Porém, custa menos. Caso seja vendido aqui, o bólido oriental terá preço próximo a R$ 500 mil. O Porsche 911 mais em conta, sem turbo, sai por R$ 629 mil. Turbinado, chega a R$ 949 mil. Parece que, diante desses valores, o supercarro da Nissan teria potencial para fazer sucesso no Brasil, mas a matemática é complexa.
Perfeita simetria
Tudo o que envolve Godzilla passa pela matriz. Até o logotipo “GT-R” usado no Salão de São Paulo veio do Japão para evitar erros de confecção. A simetria deve ser perfeita. Diante disso, montar uma estrutura de vendas é bem mais do que colocar o carro na loja ao lado de March e Versa. É preciso mandar engenheiros para longos treinamentos na matriz, criar pontos exclusivos para apresentar o carro, investir pesado para vender pouco. O sistema de som da marca Bose traz uma tecnologia que monitora o som do motor e também o gerado na cabine. Esse sistema emite uma frequência oposta a ruídos considerados desagradáveis, para anulá-los. Não deu para saber se funciona direito, pois ouvir rádio era o menos importante naquele dia. Ter um Porsche 911 dispensa explicações, pois o mito se basta. Com o GT-R, a coisa é diferente. Só os que possuem alguma cultura automotiva entenderão o que representa esse carro japonês com saídas de escapamento que parecem trombetas.
Nissan diz que GT-R chega a 100 km/h em 2,9s Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Motor 3.8 V6 tem 545 cv de potência Foto: Divulgação
Interior tem muitos botões e pouca criatividade
Grandes saídas de escape marcam a traseira
Veículos
Jornal do Meio 774 Sexta 12 • Dezembro • 2014
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Blindagem chega
aos carros “populares” Proteção balística cai de preço e já equipa veículos compactos, mas é preciso ter motor forte para compensar peso, segundo pesquisa feita por empresas do setor em SP, 73% dos entrevistados pensam em ter um blindado
por RODRIGO MORA/FOLHAPRESS
Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo divulgados no fim de novembro revelam uma queda no roubo de veículos: de 11,1% no Estado e de 12,5% na capital. No entanto, o número de carros blindados continua a crescer. Na contagem do Exército Brasileiro -órgão que regulamenta o setor-, somente em São Paulo, até o início de novembro, surgiram 11.513 novos automóveis com proteção balística. O montante acumulado no período é superior ao volume total de blindagens feitas nos demais estados do país em 2013, quando foram registrados 10.156 carros blindados, segundo dados da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem). A entidade afirma ainda não ter compilado as informações deste ano.
Mais acessível Antonio Donato, diretor da Steel Blindagens, explica uma das consequências do contingente cada vez maior de veículos à prova de bala. “A demanda crescente por carros blindados levou a um número maior de fabricantes, o que tem como um dos efeitos a redução no preço da blindagem”, diz. Segundo o executivo, é possível encontrar blindagens mais leves por R$ 19 mil -embora a maioria dos clientes opte pela III-A (cerca de R$ 50 mil), capaz de suportar
disparos de Magnum.44, uma das pistolas mais poderosas existentes no Brasil. Outro efeito é a blindagem de carros mais baratos e menores, como fez o engenheiro civil Eugênio Basile, 60, com o Hyundai HB20 da filha. “Carro blindado dá mais status sim, mas pessoalmente isso não me agrada. Prefiro que não percebam, por isso a escolha de um carro mais popular. Não atrai tantos olhares por ser mais comum”, justifica. Porém, menos caro não quer dizer barato. Um HB20 manual blindado (nível III-A)
custa cerca de R$ 90 mil, que é equivalente ao valor cobrado por um sedã médio topo de linha, como o Toyota Corolla Altis (R$ 94.390). Em alguns bancos, o custo da blindagem pode ser incluído no financiamento do bem. Segundo pesquisa realizada pela W.Truffi Blindados e a SER Glass, 73% dos 400 entrevistados, moradores da capital paulista e Grande São Paulo, consideram a possibilidade de comprar um carro blindado. E modelos menos luxuosos, outrora distantes da blindagem, parecem se tornar
uma tendência. “Cada vez mais recebemos pedidos de blindagem desse tipo de automóvel”, ressalta Claudio Lima, da W.Truffi, referindo-se a Hyundai HB20, VW Fox e Ford Fiesta. Contudo, é preciso escolher as versões mais potentes dos modelos considerados “populares”, pois a proteção eleva o peso do carro em cerca de 150 quilos (nível III-A). “Não é aconselhável, mas é possível blindar veículos 1.0. Também não recomendamos a instalação em conversíveis”, explica Donato. Folhapress
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