777 Edição 31.12.2014

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Braganรงa Paulista

Quarta

31 Dezembro 2014

Nยบ 777 - ano XIII

jornal do meio

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Editorial

Um ano como nenhum outro 2014 foi um ano movimentado, marcado por três acontecimentos principais: a Copa do Mundo que, pela primeira vez, foi realizada no Brasil, uma eleição presidencial cheia de reviravoltas e a crise hídrica no Estado de São Paulo. Todos os três assuntos geraram discussões calorosas nas redes sociais, que se tornaram parte integrante da vida das pessoas de tal forma que, é por elas que, hoje, muitas vezes, a mídia se pauta. E foi justamente por causa das redes sociais que até mesmo Bragança Paulista, quem diria, apareceu nos noticiários de todo o país - e não foi por causa de um crime. O motivo, inusitado, movimentou a cidade de uma maneira que pouco se vê no dia-a-dia. Uma árvore de natal que gerou controvérsias, debates, indignação por um lado, apoio da classe artística de outro e que, no final das contas, era só isso, uma árvore de natal. Motivo para os bragantinos se manifestarem não faltou: câmara de vereadores que aumenta o próprio salário e ainda faz uma manobra para receber o aumento retroativo, rede municipal de saúde terceirizada, aumento das passagens de ônibus para além dos 20 centavos que geraram as manifestações no ano passado, o trânsito que - ainda - não entrou em um colapso e que continua sem nenhuma solução iminente, a crise no comércio local, que também não demonstra que terá uma solução a curto prazo, a falta de investimento na cidade, que gera a falta de oportunidade de emprego, que gera a crise no comércio, que gera essa bola de neve que vemos há anos. Mas os bragantinos preferiram se unir para se manifestar por causa da árvore de natal e da decoração natalina da cidade, questão de prioridades. E já que o ano novo nos proporciona o desejo de novas perspectivas e experiências, que 2015 nos traga prosperidade. Que Bragança acredite nela mesma e em seu potencial. Que haja empenho para trazer novos investidores para cidade, que Bragança consigo se espelhar e se inspirar nas cidades 31 Dezembro 2014

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vizinhas e que possa crescer como elas, crescer em qualidade de vida, crescer no fator humano e também na economia local. Que o comércio de Bragança não dependa apenas do Sul de Minas para sobreviver, que os próprios bragantinos possam encontrar aqui o que buscam: emprego de qualidade, produtos de qualidade, entretenimento de qualidade e, claro, uma solução para o trânsito local que está se tornando inacreditável. E que 2015 também traga consciência e discernimento para que possamos entender e exigir o que, de fato, é importante. Que possamos refletir sobre o que precisamos e sobre o que queremos como sociedade e comunidade. E que também possamos nos responsabilizar pelo que nos cabe. Uma cidade é feita para todos e por todos e a transformação depende também de nós, de nossas atitudes, de nosso empenho. Destaques Mas 2014 não foi só isso, não foi só crise e nem apenas acontecimentos controversos. Foi também mais um ano no qual o Jornal do Meio descobriu e mostrou muita coisa interessante que Bragança Paulista esconde. No esporte, por exemplo, falamos de três atletas que fizeram história, não nasceram na cidade, mas que a escolheram para viver: a judoca Vânia Ishii e o maratonista Eloi Schleder, que representaram o Brasil em Olimpíadas e o jogador de futebol Américo Murolo (in memorian), que foi uma dos primeiros a jogar fora do país. Falamos também de potenciais descobertas, como as garotas Nauali Ghattas e Juliana Rosa Sebastião, estudantes de Gestão Financeira da Fatec local que conquistaram uma bolsa de estudos para darem continuidade ao curso em uma Community College americana, e Clarice Montanari Ramos e Nicolas Pires Diniz de Souza Pereira, atletas que descobriram o talento para a equitação por acaso e hoje participam e são premiados em competições de enduros equestre e paraequestre. A área social também foi destaque

em 2014. Contamos, em nossas páginas, sobre várias ações independentes feitas por gente comum. Apresentamos o grupo Desbravadores, similar aos escoteiros, mas ligado à Igreja Adventista, e que, além de ações sociais, também passa ensinamentos de religião para jovens e crianças. Falamos também da entrega do pão de Santo Antônio realizada pela Igreja do Rosário semanalmente, que atende boa parte da população carente da cidade. Os mais pobres também são o foco do trabalho dos Freis das Casas de Assis, que entregaram a vida em prol da caridade e buscam oferecer dignidade a moradores de rua. E não tem como falar em ação social sem falar de Rita Leme, a Rita da Apae, que há mais de duas décadas dedica a vida às crianças especiais. As ações pontuais também mereceram destaque nas páginas do Jornal do Meio. Mostramos a bela atitude de Alice Gauto, Robson Helton e Ana Clara Pacchelli de Oliveira, que doaram os próprios cabelos para a confecção de perucas para vítimas de câncer. Mostramos também o projeto Crer para Ser, realizado por quatro jovens, Larissa Lopes, Jacqueline Barbosa, Giovanna Fagundes e Carolina Godoy e que levou uma feira de profissões, com a participação de profissionais de diversas áreas, para apresentar novas possibilidade aos adolescentes do Green Park. O desejo da juventude em promover a mudança também foi destaque na matéria em que falamos do projeto “Só um Tapinha?”, realizado por Jaqueline Sousa e que trata sobre a violência contra a mulher. E na questão de diretos humanos, o Jornal do Meio também falou sobre como os pais precisam aprender a lidar e receber a notícia da homossexualidade dos filhos em uma entrevista com a assistente social Tânia Guelpa e Airton Paes, representante do Fórum LGBT em Bragança Paulista. Falamos também da questão racial e de projetos para levar a cultura africana às escolas, como contou

Exp e d i e n t e Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61. 321/SP) Redação das matérias: Shel Almeida As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

a Sra. Izilda Toledo, lider do movimento negro em Bragança. E, se a questão humana nos comove, a dos animais também. Mais uma vez falamos sobre a importância da posse responsável com o exemplo do coelhinho Vitor Hugo e também do gato Jerri e do cão Neguinho, este dois animais especiais e que puderam receber toda o amor que merecem em famílias tão especiais quanto eles, que os aceitou com todas as suas limitações. Privilégio O Jornal do Meio agradece a todas aquelas pessoas que nos receberam durante o ano, seja em forma de papel em suas casas, seja pessoalmente, nos concedendo entrevistas e abrindo um pouco de suas vidas para que pudéssemos transpor para nossas páginas. Nos sentimos imensamente honrados pelo privilégio de ouvir tantas histórias emocionantes, curiosas e também revigorantes. É bom conhecer e poder transmitir o que há de melhor no ser humano, ser o meio pelo qual as pessoas têm contato com atitudes e ações que nos renovam a fé na humanidade. Esperamos fazer jus à confiança e poder contar com a companhia de todos por mais um ano. Que 2015 seja um ano de renovação e transformação.


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Feliz Ano Novo! Mons. Giovanni Barrese

Chegamos ao final de mais um ano. Iniciamos um novo ano. Tempo de revisões e projeções. De verificar lucros, perdas, danos. Sucessos e insucessos. Quanto se andou em conquistas. Quanto houve de retrocesso. Quais os bons propósitos que chegaram a termo. De saber se foi “um ano bom ou ruim”. Para os mais velhos o ano passou depressa. Para os mais jovens muito devagar. Cada um de nós, enfim, tem um modo de avaliar o tempo que passa. E até de pensar que a bondade ou maldade de um ano seja coisa independente das atitudes pessoais e coletivas. Toda vez que escuto a frase - “Esperemos que o Ano seja Bom” - tenho a impressão que se espera que haja uma intervenção externa para que a bondade prevaleça. Ouço mesmo a expressão “Tomará que Deus abençoe o Novo Ano!”- como se Deus deixasse de abençoar algum dia. Os que têm fé creem que tudo é benção. E não há milésimo de milésimo de segundo que não esteja sob o olhar terno e amoroso de Deus. Mas, no geral, teima-se em fazer de conta que o seu Amor é que tem que curar as dores. Não queremos perceber que os acontecimentos da vida, dos dias, meses e anos dependem daquilo que fazemos de bom ou ruim. Fazemos tanta questão de ser “donos do nosso nariz” naquilo que nos interessa. Quando as coisas exigem de nós mudanças e sacrifícios

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aí o melhor é invocar um poder do Alto! Ao vivermos a realidade de um ano que termina e de outro que se inicia devemos ter claro que o que aconteceu e o que acontecerá terá sido e será sempre obra nossa. Neste rumo quero refletir estas linhas que encerram, neste ano, o espaço que me é oferecido e a bondade dos leitores faz perdurar. Ano Novo bom dependerá sempre das atitudes construtivas. Nas coisas mais simples. Que refletem educação recebida em casa. E vivida, também fora dela. Quando surgem noticiários de coisas mais graves a razão sempre estará na fonte pequena dos anos de infância a juventude. O desmazelo e o descuido com aquilo que é de todos é excelente alicerce para o desrespeito aos valores maiores. O desprezo das coisas pequenas leva ao desprezo dos valores fundamentais. Daí o “salve-se quem puder” e o “... tando bom prá mim o resto que se dane...”! Muitos podem até dizer que não há muito que fazer. Eu creio que não é o modo correto de abordar a situação. É preciso investir, paciente e perseverantemente, no aprimoramento das pessoas. Partindo das famílias, das escolas, das comunidades e grupos religiosos, das associações de classe, dos clubes, etc. Somos um todo, querendo ou não. Se não agirmos juntos formar-se-á um monstrengo social fadado à destruição. E não é isso que

queremos quando começa o ano novo. Os votos que damos e recebemos nos apontam desejo de melhores dias. Que virão pelo nosso trabalho. Com as bênçãos de Deus sim. Mas como nosso empenho. Benção de Deus é como chuva que cai. Fecunda sempre a terra. Mas se abrirmos o guarda chuva!... O grande drama dos nossos tempos é que tiramos a Deus das nossas vidas. Queremos viver e tomar decisões sem escutá-lo. Fazemos e agimos de acordo com aquilo que julgamos o mais oportuno. Não querendo ouvir o Senhor. Ele, cavalheirescamente, sai de cena. Deixa-nos agir segundo nossa vontade. O desleixo em trabalhar, com as novas gerações, os valores fundamentais da dignidade de cada ser humano e a necessidade de ter sempre diante dos olhos o bem comum, produzem os gestos de violência, de descaso. Não devemos, todavia, desanimar. Há sempre a possibilidade de retomar o caminho. Os cristãos são portadores da Esperança. Virtude que nos convoca a fazer aquilo que sonhamos e a contagiar, pelo testemunho, a todas as pessoas para que desejem engajar-se também. Aliada à Perseverança nos ajudará a não perder de vista a realidade que sonhamos e a colocar mãos a obra no caminhar de todos os dias. Com os pés no chão. E o olhar no horizonte. Feliz Ano Novo!


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Entre nós Vânia Ishii foi reconhecida pelos bragantinos, que não imaginavam que uma ex-atleta olímpica viva na cidade

Na segunda edição de janeiro, o Jornal do Meio conversou com a Ex-Atleta Olímpica e Medalhista dos Jogos Pan-Americanos, Vânia Ishii. Ela vive em Bragança há cinco anos e trocou o judô por um pouco de sossego na cidade, comandando um restaurante ao lado do marido Marcus. Se mudou para cá à convite da irmã, Luiza, que já vivia aqui. Em um bate-papo muito à vontade, Vânia relembrou momentos marcantes da vida como atleta e falou sobre a decisão de deixar o esporte, depois de passar a vida no tatame. “Guardo para mim, com muito carinho, todas as boas lembranças e alegrias. Fechei um livro da minha vida e agora estou escrevendo outro. Cumpri a minha tarefa e me sinto satisfeita. Fiz uma opção e não arrependo. Já treinei tanto que não sinto saudade. Sempre fui movida a desafios, hoje estou em uma área nova e com novas perspectivas”, afirmou.

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Quadro “A matéria resgatou uma outra fase da minha vida, foi muito bom. Deu boa visibilidade na cidade, muitas pessoas que falaram comigo, no restaurante, lembravam de mim da época que eu competia, mas não sabiam que eu era aquela Vânia. Diziam que tinham uma lembrança vaga na memória, que me conheciam de algum lugar. Eu gostei bastante, a matéria foi bem redigida, simplificada” Definiu. Vânia, os pais, Keiko e Chiaki Ishii, ele também ex-atleta, dono da primeira medalha olímpica brasileira no judô, também gostaram da matéria. Tanto, que vieram até a cidade lhe trazer um presente: uma reprodução do jornal, em um quadro. “Eles vêm pouco para Bragança, mas dessa vez vieram para me fazer essa surpresa. Trouxeram uma cópia em um quadro para eu colocar aqui no restaurante. Agora, todo mundo que entra, para para ler”, conta.

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Passos

na história Seu Delcides é sapateiro há mais de 70 anos. E nunca trocou de emprego

Na edição nº 729 contamos a história do Sr. Delcides Janussi, que há 70 anos trabalha como sapateiro no mesmo lugar. Parece inacreditável que alguém permaneça há tanto tempo no mesmo serviço, mas a história é tão real que até se confunde, mesmo que de maneira modesta, à história de cidade e também à história da profissão que Seu Delcides escolheu para a vida. Ele começou a aprender o of ício em 1944, um ano depois que a Sapataria Barletta foi fundada. De aprendiz, tornou-se mestre de diversos jovens que passaram por ali. “Delcides formou muitos profissionais, tanto no sentido prático da profissão, quanto na postura e no trabalho. Ele sempre foi correto, sempre fez calçados no capricho, sempre foi cumpridor dos seus deveres”, contou Benedito Barletta, patrão de Seu Delcides. Hoje, mesmo aos 84 anos, não pensa em deixar de trabalhar. “Eu nunca quis parar porque amo esse of ício. Quando era moço fazia uns quatro sapatos por dia, hoje

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são, no máximo, dois por mês e só por encomenda. Agora, a maioria do serviço é de conserto. Tem gente que até hoje vem e diz que fica admirado com a qualidade do sapato e fala ‘quero que aquele senhor faça, porque gosto do trabalho dele’. Eu fabrico o mesmo tipo de sapato até hoje, mas não faço nem ideia de quantos já fiz ou consertei”, contou. Reconhecimento “Gostei muito da matéria, fiquei entusiasmado quando vi. Os clientes vieram me dar parabéns, Uns disseram que guardaram de lembrança. Minha neta, Ísis, comprou uns 15 para distribuir para a família e os amigos. Fiquei muito satisfeito”, fala Seu Delcides. Benedito também ouviu comentários dos clientes: “Muitos já conheciam o Delcides e vieram dizer que gostaram muito de vê-lo no jornal. Para a família dele, em especial, foi um grande reconhecimento. Ficaram muito feliz pela homenagem que ele recebeu com a matéria”, fala.

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Questão

de adaptação Leila aprendeu a as adaptar em um mundo feito para não-deficientes Na edição de 14 de fevereiro apresentamos Leila Acedo Camargo, deficiente visual que, motivada pelos pais, conquistou autonomia e independência em um mundo feito para os não-deficientes. “Eu tive que me adaptar, fiz curso de tudo, de braile, de locomoção, Hoje eu oriento outras pessoas, ajudo a Associação São Lucas, indico onde comprar material, doo bastante coisa que não uso mais. Eu aprendi braile há 40 anos atrás, não era comum naquela época, mas meus pais me incentivaram a estudar. No começo eu estudava em casa, depois fiquei dois anos indo para Campinas com minha mãe, até que passei a ir sozinha, andava para baixo e para cima com minha maquininha. Hoje eu encontro outros deficientes visuais e oriento, falo ‘faz assim que dá certo, para mim deu’. Eu resolvo tudo. As pessoas, às vezes, querem ajudar, mas não têm prática, aí eu ensino”, contou. Resultado positivo

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“Gostei muito do resultado da matéria, foi muito bonito e positivo. Repercutiu bastantes, conhecidos e família, todo mundo gostou. Até pouco tempo atrás uma conhecida me viu na rua e veio me falar da matéria. Uma prima da minha mãe, de mais de 90 anos, que também viu, veio me dizer que ficou muito feliz. Uma vizinha pediu um jornal para mim, para poder guardar. Recebi bastante telefonema também, de gente que viu e quis me parabenizar”, conta. Leila se mantém ativa na Associação São Lucas, auxiliando outros deficientes visuais e também continua acompanhando as novidades tecnológicas, “Agora saiu um relógio todo em braile, mais moderno, mas ainda não está disponível. Continuo usando a tecnologia a meu favor e o que eu vou descobrindo vou passando para os outros deficientes visuais. O que eles sabem, passam para mim. Um amigo vai ajudando o outro”.

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Época

de se liberar No carnaval é permitido fazer tudo o que é reprimido durante o ano

Em fevereiro falamos sobre o carnaval e sobre como os brasileiros, de forma geral, vêem a festa como oportunidade para se liberar. De acordo com professor Thomas Polla, que conversou com o Jornal do Meio sobre aspectos comportamentais do carnaval, “Quando a Igreja se apropriou da festa, ela deixou de ser popular para ter regras. O mais interessante é que o Carnaval é uma festa inteira pagã que acontece dentro de um calendário cristão. O carnaval, como conhecemos hoje, voltou às questões mais primitivas, ao culto da questão mundana. A questão da sexualidade, que é encoberta durante o ano todo, é liberada no carnaval, contanto que na quarta-feira de cinzas você se arrependa dos seus pecados”, diz. Ou seja, no resto do ano todo mundo deve uma satisfação à sociedade, todo mundo tem um papel a cumprir, mas no carnaval, os desejos estão livres e ninguém mais

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precisa ser controlado. É essa ideia de “liberação moral” que caminha junto ao carnaval que mostra a hipocrisia da festa e, consequentemente, da sociedade brasileira. Alcance “Deu uma repercussão muito legal, dentro da escola, com os alunos e fora também, Um pai de aluno veio me dizer que gostou muito do que foi discutido na matéria, que nunca tinha visto o carnaval por esse ângulo. Mas o que mais me surpreendeu foi a quantidade de pessoas que vieram me abordar, eu não imaginava quantas pessoas iriam ler. Pra algumas não deu nem tempo de contar da matéria porque elas vieram falar comigo antes, já tinham visto. E para mim foi muito gostoso participar da entrevista, foi uma conversar muito saborosa , as perguntas foram instigantes, foi uma experiência muito prazerosa”, fala.

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Fabricação

própria Marcelo fabrica tacos de snooker com um diferencial: extensor embutido

Em março conhecemos o trabalho de Marcelo Finamor na fabricação de tacos de snooker. Adepto do esporte, ele começou a fabricar tacos para si próprio, a fim de chegar a um que fosse perfeito. Aos poucos, os tacos começaram a gerar curiosidade durante os jogos e Marcelo foi recebendo encomendas. “Alguns conhecidos me viram jogando com um dos que fiz e acabaram comprando. Quem usou não reclamou. Um amigo fazia alguns tacos à mão e eu aprendi um pouco com ele. Adaptei algumas ferramentas que tenho na minha oficina de alianças para fazer os meus. Faço dois modelos básicos, um mais simples, sem desenhos e outro um pouco mais elaborado, com desenhos em marchetaria. O mais simples eu levo dois dias e meio pra fazer e o mais elaborado faço em cinco dias. Faço de

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maneira artesanal e devagar, não quero que seja uma linha de produção. Cada peça é única, um taco nunca vai ser igual ao outro, mesmo que tenham as mesmas medidas. Comecei a fazer nas horas vagas, no final do ano passado. Queria tentar encontrar um taco ideal. A inovação dos tacos que faço é que eles têm um extensor embutido”, explicou. Comentários “Eu gostei muito da matéria, ficou muito boa, foi uma ótima reportagem, bem feita. Meus amigos que leram também gostaram. Recebi alguns comentários na rua de gente curiosa sobre os tacos. Quem veio comentar comigo foram mais os conhecidos, que vieram falar que me viram no jornal. Foi legal ver que as pessoas leram mesmo. O resultado foi ótimo”.

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Reparação

Solidária Projeto reforma casas e promove condições dignas de moradia para famílias carentes Em março o Jornal do Meio apresentou aos leitores o projeto Reparação, equipe de voluntários que tem como foco de trabalho assegurar condições mínimas de habitabilidade a famílias necessitadas. “Quando criamos o nome, pensamos em Reparação por causa do duplo sentido: o de reparar, observar, e o de reparar, consertar. E claro, a ação. Não é preciso ir muito longe para encontrar alguém que precise de ajuda. Em Bragança muita gente precisa. É uma realidade muito próxima, está aqui do lado. O primeiro critério para escolher a família que será beneficiada é que a casa seja própria. Antes de tudo, conversamos com a família e fazemos uma visita técnica. A única coisa que podemos garantir é o trabalho voluntário, porque dependemos de parcerias para conseguir o material para a reforma”, explicou Leonardo Finamor Filho, idealizador do projeto.

Marco “Foi excelente! Tivemos a oportunidade de falar com outros meios de comunicação depois que aparecemos no Jornal do Meio e, sem dúvida, essa matéria foi a que mais nos trouxe retorno, até mesmo porque foi a primeira, onde as pessoas conheceram nosso trabalho. Muita gente viu, gerou uma visibilidade muito grande. Podemos até falar do Reparação antes e depois do Jornal do Meio, essa entrevista foi um marco para o projeto. E a repercussão veio de ambos os lados, de pessoas querendo contribuir e também de famílias que gostariam de ser atendidas. Logo na semana seguinte que a matéria saiu, já começaram a entrar em contato. De lá pra cá já nos formalizamos como ONG, já temos estatuto e CNPJ. Atendemos a segunda família em julho, e já percebemos a diferença no número de voluntários também, de 40 na primeira ação chegamos a 70 na segunda”, conta Leonardo.

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Posse

responsável É preciso conscientização na hora de adotar um animal

Na semana da páscoa o assunto não foi chocolate e nem o sentido religioso da festa. Falamos sobre outro fator relacionado ao tema mas que é pouco lembrado: o coelho. Muitos pais se sentem tão comovidos pela reação das crianças quando vêem o animalzinho que acabam achando uma boa ideia presenteá-las com um “de verdade”. Até que percebem que não se cria coelho como se cria um cachorro ou gato. Sobre isso, o Médico Veterinário Marcello Scielzo, especialista em animais silvestres, explicou: “Coelhos não são objetos, não são brinquedos, sentem dor, medo, fome, sede, fazem sujeira. De cem coelhos adotados na época de Páscoa, só um vai ser bem cuidado. A expectativa de vida de um coelho é de oito a doze anos. É um animal que procria muito rápido, que solta muito pelo. A pessoa tem que levar tudo isso em consideração”. Ana Cristina Scielzo, irmã de Marcello, tem em casa o pequeno Vitor Hugo e, mesmo se empenhando em criar um ambiente agradável

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e adequado a ele, a adaptação não foi fácil. “Nos primeiros 15 dias ele ficou triste, assustado, não comia, não vinha com a gente. Foi preciso muito carinho até ele se acostumar. Se alguém pensa em adotar um coelho achando que vai brincar com a criança, que vai ser companheiro, não vai ”, contou. Conscientização “O resultado foi super legal. Eu tinha já levado o Vitor Hugo na escola onde trabalho e, depois que viram o jornal, alguns crianças quiseram vir em casa conhecer o cantinho dele. E duas pessoas também vieram me dizer que se conscientizaram depois que leram a matéria. Uma desistiu de adotar, outra já tinha adotado, mas disse que a matéria a fez repensar, no fim ela conseguiu doar o coelho. A matéria atingiu o objetivo”, fala Ana Cristina. “Minha tia viu o jornal em São Paulo por acaso. Alguém levou na mala e deixou com o zelador do prédio dela. Quando ela viu correu ligar para gente para saber o que estávamos fazendo no jornal”, diverte-se Marcello.

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Só para

os fortes Bragantinos fazem expedição de jipe até a Amazônia

Em Abril, o Jornal do Meio conversou com um grupo de aventureiros que, pela primeira vez, fez uma expedição até o Amazonas. Integrantes da Equipe Bravo 4x4 de Bragança e mais alguns amigos da cidade de Lorena percorreram 8 mil km em 23 dias, passando por sete Estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Pará, Goiás e Tocantins. Participaram da expedição 23 pessoas, em 10 carros. “Foram seis meses de preparação para definir itinerário, deixar os carros preparados, nos programar mesmo. Um mecânico e um médico participaram da expedição e ainda levamos conosco soro antiofídico e peças para os carros, no caso de alguma emergência.”, contou Waldir Hudson Barbosa, o Mineiro. “O bom é que fomos em um grupo grande, então quando um carro atolava, todo mundo

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ajudava, senão queria ver como ia ser. Todos os carros têm guincho para isso mesmo, um puxar o outro quando ficar preso”, falou Ricardo Luis Cardoso de Mello, o Gargamel, Curiosidade “Muita gente viu a matéria, muita gente veio falar comigo, até algumas pessoas que fazia tempo que eu não via. Deu para ver como o jornal tem uma boa circulação porque muita gente comentou. As pessoas que vieram falar comigo, de forma geral, gostaram bastante. Algumas pessoas quiseram saber como é participar de uma expedição, saber também curiosidades sobre a viagem. Para o grupo foi bem legal, todo mundo gostou, todos ficaram felizes com o resultado. Mandamos o jornal para o pessoal de Lorena, eles também gostaram bastante”, conta Mineiro


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Ainda em uso Profissões que mesmo com a modernidade continuam em atividade Para falar sobre o dia do trabalho, escolhemos lembrar de profissões que já tiveram seu auge mas que mesmo com algumas adaptações, permanecem ativas. Conversamos com Fernando Elias Garcia, que há 20 anos conserta máquinas de escrever e demais aparelhos de escritório, e com o Sr. Eugênio Kosovicz, que aprendeu a consertar máquinas de costura com o pai e continua exercendo a função até hoje. “Quando vim para Bragança, na década de 1990, já tinha diminuído o serviço, consertava cerca de 30, 40 aparelhos por mês. Hoje a média de conserto é de 20 calculadoras por mês e uma máquina de escrever”, falou Fernando. “O trabalho diminuiu mas não parou, porque as pessoas continuaram usando as máquinas em casa e essas máquinas foram feitas para durar, só precisam mesmo de uma revisão de vez em quando, não quebram. Até hoje as pessoas preferem as máquinas de costura antigas porque elas costuram até couro”, contou Seu Eugênio Lembrança

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“Muita gente veio falar comigo, até mesmo gente que eu não conhecia, Para mim foi bem legal. Teve boa repercussão na loja, foi jóia. Eu fiquei surpreso. Eu achava que alguém ia comentar alguma coisa mas, para falar a verdade, achei que ninguém iria se interessar pelo assunto. Teve uma repercussão que eu não esperava, de gente contando que tem ou já teve máquina de escrever em casa, ou lembra da época que usava. Teve até uma pessoa que apareceu para comprar uma máquina”, conta Fernando. Para Seu Eugênio, a matéria serviu como uma lembrança para aquelas pessoas que conheceram a Casa Waldomiro, onde ele aprendeu a profissão com o pai. “O pessoal conhecido que leu o jornal veio me dizer que a matéria foi muito boa, que gostaram bastante, que lembraram do meu pai e da loja que tínhamos na Rua do Mercado, onde ele começou a trabalhar quando chegou em Bragança. Encontrei com várias pessoas na rua que vieram me dizer isso, que para elas foi uma lembrança muito boa”, fala Seu Eugênio.

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Reunião

de Campeões Palmeirenses receberam Ademir da Guia e César Maluco para homenagear Américo Murolo Em maio, o Jornal do Meio contou sobre o jantar em comemoração aos 100 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras e a homenagem recebida pelo Sr. Américo Murolo, jogador do time entre os anos de 1958 e 1962 e que vive em Bragança há pelo menos 15 anos. Organizado por Torcedores do Palmeiras de Bragança e mais alguns amigos não-palmeirenses, o jantar contou ainda com a presença dos ex jogadores do Palmeiras Ademir da Guia e César Maluco, que fizeram questão de estar presente para reencontrar o amigo. “Tanto o Ademir quanto o César fizeram questão de dizer o quanto Seu Américo os ajudou quando entraram no Palmeiras. Quando eles chegaram ao jantar, Seu Américo não estava esperando, achou que ele seria o único ex-jogador presente. O Ademir se ajoelhou nos pés dele e o referenciou, ‘Mestre’. Foi muito emocionante. Na hora Seu Américo começou a chorar, emocionado. Ele realmente não estava esperando essa homenagem. Imagina isso pra uma pessoa de 87 anos, fazia 50 anos que ele não via o Ademir. ‘Você veio na minha festa?’, ele falou. E o Ademir respondeu: ‘Eu vim porque se eu

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sou o que sou hoje, eu aprendi com o senhor”, contou um dos organizadores. Dever cumprido “A repercussão foi excelente e muito grande, teve uma boa aceitação e atingiu todos os objetivos. Até mesmo pessoas de outros times vieram comentar, depois que viram no jornal, sobre a iniciativa do jantar, que acharam muito bacana e gostariam de fazer algo do tipo, reunindo torcedores e antigos jogadores, E como foi algo restrito em número de pessoas, depois que saiu a matéria, teve mais gente ainda me dizendo que queria ter participado. A sensação de dever cumprido foi muito boa”, contou o organizador. Nota da Redação: É com pesar que informamos que o Sr. Américo Murolo faleceu no dia 10 de dezembro em decorrência de problemas respiratórios. Ele, que deixou um legado para o futebol brasileiro, teve a oportunidade de receber, em vida, homenagens de amigos e antigos torcedores do Palmeiras, time em que jogou por 174 partidas, sendo 109 vitórias, 29 empates e 36 derrotas e pelo qual marcou 97 gols.

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Para poucas Mais velha integrante das Abelhinhas recebe homenagem pelos 100 anos de vida

Na comemoração dos 100 anos de vida de Dona Wanda Ribas Ferraz de Campos, acompanhamos a homenagem feita pelas amigas do grupo Abelhinhas, senhoras que se reúnem semanalmente para tricotar enxovais para recém nascidos, na Cripta da Catedral. Sem esperar pela surpresa, Dona Wanda emocionou todas as presentes. “Não imaginava uma recepção tão bonita e tão grandiosa pelos meus 100 anos. Mas a amizade é uma coisa bela e ela não falha. Nunca pensei que teria um momento tão alegre, tão feliz. Nunca esqueço dos dias alegres que passei com todas as companheiras. Muito obrigada!”, disse. Niobel Ap. Olivoti Miliorini falou em nome do grupo: “Sabemos que o caminho de cada um é feito pelos próprios passos, mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco. Caminhar com a senhora é um privilégio. Multiplicamos juntas nossa amizade e nossa atividade de polinizadoras do bem. Aprendemos juntas que existe mil maneiras de amar o próximo, mas uma só maneira de amar a Deus: amando o próximo”.

Rumo aos 101 De acordo com Maria Helena, filha de Dona Wanda, foram homenagens muito bonitas, tanto aquela feita pelas Abelhinhas quanto a feita pelo Jornal do Meio, em contar um pouco sobre a história da mãe. “Mesmo depois de meses tem gente que ainda me para na rua para comentar da matéria. Foi uma surpresa muito boa e muito agradável. Eu comprei vários exemplares e dei para conhecidos, todos gostaram, nossos parentes em Campinas também ficaram muito contentes pela atenção dada à mamãe. As pessoas ficaram surpresas em saber que ela completou 100 anos, muita gente não acreditava que ela tinha essa idade. E agora estamos rumo aos 101”, diverte-se. Niobel diz que muitas pessoas comentaram que foi uma homenagem muito boa e muito justa para Dona Wanda e também para as abelhinhas. “As pessoas gostaram, muita gente conhece o trabalho do grupo e ficou feliz em saber que continuamos trabalhando e fazendo enxovais. E continuamos sempre aceitando donativos e contribuições”.

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junho

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Fora

do Armário Opção é respeitar

Em junho, na edição da semana do Dia dos Namorados, o Jornal do Meio resolveu falar sobre o quanto ainda é dif ícil se assumir homossexual. Porque, mesmo que hoje gays e lésbicas se sintam mais à vontade para viver uma vida longe da clandestinidade afetiva, existe, ainda, uma reação para isso. A diferença é que, hoje, os LGBTs sabem que, mesmo que a sociedade ainda não tenha chegado ao nível igualitário ideal, nenhuma luta é em vão. A maioria não sente mais a necessidade de se esconder porque sabe que não está fazendo nada de errado, sente orgulho de ser quem é e de fazer parte de um grupo que conquistou direitos porque lutou por eles. Para Airton Paes, representante local do Fórum LGBT do Estado de São Paulo, “Hoje os jovens encontram a sociedade mais preparada para aceitar e respeitar, mas é claro que ainda existe muito preconceito. Hoje o mundo gay está mudado, os jovens gays já não sentem vergonha e sim orgulho. Sonham em namorar e serem felizes, ter companheiros e com eles formarem uma família”, afirmou.

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Tânia Guelpa Clemente, assistente social responsável pelo programa DST/AIDS e Hepatites Virais de Bragança Paulista, afirmou:“ É preciso que haja uma desconstrução desse preconceito, começar a pensar nisso desde o nascimento dos filhos, em um processo de reconstrução do que é considerado normal”, Visibilidade “Muitas pessoas elogiaram e até comentaram que o jornal foi, de certa forma, corajoso em abordar o tema de maneira positiva, porque pouco se fala sobre isso na mídia. Geralmente a imprensa só fala quando se trata de morte. Esse tipo de matéria que o Jornal do Meio fez contribui para que haja mais visibilidade para a questão da homossexualidade. O comentários que ouvi é de que deveria haver mais matérias como essa, inclusive falando mais sobre os direitos LGBT”, fala Airton. “Várias pessoas me paravam na rua para comentar a matéria, pessoas de diversas áreas de atuação, várias delas da população LGBT. O que eu pude sentir é que a matéria foi muito bem recebida”, completa Tânia.

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Especial

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julho

Longe

de Casa Estudantes bragantinas conquistam bolsa para fazer intercâmbio nos EUA

Em julho, falamos sobre a oportunidade que duas jovens estudantes bragantinas, do curso de Gestão Financeira da Fatec, conquistaram. Nauali Almeida Ghattas e Juliana Rosa Sebastião, concorreram, junto com diversos alunos das Fatecs de todo o estado, a uma vaga para fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Na época da entrevista, Nauali estava de viagem marcada para Houston, no Texas e Juliana permanecia como suplente. Cinco meses depois, Nauali já se adaptou à cidade que residirá até maio e até encontrou outra bragantina, Rafaela Guimarães, que está em um programa de Au Pair. Juliana está em Phoenix, no Arizona, desde agosto. “No começo foi um choque quando descobri que seria suplente, achei que não ia mais dar certo Aí, quando recebi a notícia que viria para cá, tive que arrumar tudo em uma semana”, conta. Em janeiro, as amigas se reencontrarão em uma viagem para Nova York e Washington DC, promovida pelo consórcio responsável

pelo intercâmbio. Maturidade Em conversa com as estudantes via skype, elas contam como está sendo a experiência longe de casa. “Percebi que meu senso de responsabilidade cresceu. Aprendi a ter mais confiança em mim e, como consequência, a ter mais maturidade para lidar com as coisas do dia-a-dia. Antes eu era muito dependente, agora eu consigo encarar tudo de outra forma, porque aqui a gente tem que se virar sozinha. No começo não conseguia me expressar direito, mas agora está tudo fluindo bem, já desenvolvi bastante o inglês. Está sendo uma experiência bem mais grandiosa do que eu esperava”, conta Nauali. “Antes eu não enxergava meu potencial, não me valorizava, mudei bastante em termos de maturidade também. Hoje eu consigo perceber que sou capaz de muita coisa. Quando você fica uma tempo longe de tudo, da família, do país, começa a se conhecer melhor”, fala Juliana.

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julho

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Filosofia

de vida No kikendo o ser humano é mais importante do que o atleta

Na edição nº 753, para saber mais sobre o Kikendo, arte marcial 100% brasileira, surgida do Hapkido tradicional, modificada e aperfeiçoada até se tornar algo novo, conversamos com um de seus criadores, o Gran Mestre Sérgio Martins Pedro, faixa coral 9º Dan. Em 2012, ele e o Grande Gran Mestre Hélio Firmino de Oliveira, faixa vermelha e branca, 10º Dan, depois de 27 anos de pesquisas e treinamentos, decidiram desvincular o nome da nova arte marcial que criaram do Hapkido e, assim, passaram a adotar oficialmente o nome de Kikendo, como forma de mostrar que a arte havia evoluído. “Kikendo é uma arte marcial para se defender de um leigo e para qualquer outra arte marcial também tem um antídoto. Existe há 15 anos, mas ainda não era conhecido por esse nome. Quando chegamos ao resultado que buscávamos e desejávamos, foi então que mudamos o nome. No Kikendo não treinamos para competições, os nosso campeonatos são apenas de caráter

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recreativo, para troca de experiência entre os alunos. O que importa para mim é o ser humano, não é o atleta. É alguém que, ao sair daqui, vai levar a filosofia de respeito, disciplina, humildade e determinação para todos os aspectos da vida”, contou. Reconhecimento Gran Mestre Sérgio conta que amigos e, em especial alunos, gostaram muito de ver o Kikendo ser assunto de uma matéria do Jornal do Meio, por indicar um sinal de reconhecimento. “A repercussão interna, na academia, e também nas redes sociais foi excelente. Todos gostaram e acharam que foi um reconhecimento merecido de um trabalho realizado por amor ao que se faz e não pelo simples retorno financeiro. Meu trabalho é, essencialmente, de qualidade e não quantidade. Fiquei muito satisfeito com o resultado da matéria e agradeço pela oportunidade de mostrar a nossa arte marcial para os leitores do jornal”, fala.

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agosto

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Jovens

debaixo da graça Jornal do Meio acompanhou reunião de um grupo jovens evangélicos para conhecer sua visão de mundo No mês de agosto o Jornal do Meio esteve presente em uma reunião do grupo de jovens da igreja Família Debaixo da Graça. Na ocasião, conversamos sobre alguns temas e apresentamos um pouco a maneira como esses jovens enxergam o mundo atual. “A gente não é fora de moda, a gente não é “quadrado”, pelo contrário, nós temos várias atividades que são muito bacanas, como acampamentos e trabalhos sociais. A gente consegue se divertir em um ambiente correto”, falou Flaviano da Cunha Oliveira, de 29 anos, um dos líderes do grupo. Realidade como grupo “A reportagem repercutiu de forma expressiva entre os jovens do grupo, que divulgaram com seus colegas. as redes sociais foi um assunto bastante comentado. Um dos comentários que apareceu nos grupos do whatsapp foi da jovem Bárbara Gouveia: ‘Gente que legal ver as pessoas do meio secular observarem a nossa conduta na contra mão da juventude do

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século XXI, foi realmente para isso que Jesus nos chamou, para que as pessoas vejam em nós algo diferente e queiram conhecer esse Jesus!’. Já Vanessa que é professora foi procurada por dois de seus alunos que disseram: ‘Prô... eu vi você no jornal Uma reportagem com as pessoas da igreja né? Um deles, inclusive, trouxe o jornal como presente para ela. A bibliotecária da escola em que ela trabalha, também viu a reportagem e a procurou dizendo que a matéria ficou muito interessante e que retratou abertamente como caminhamos com os nossos jovens. De uma forma geral a galera ficou muito satisfeita com a matéria. Tudo o que foi perguntado e registrado foi realmente o que vivemos naquele dia, bem como a nossa realidade como grupo. Agradecemos a equipe do Jornal do Meio que nos deu essa rica oportunidade de expressar nossa entrega de vida ao nosso modelo, que é Jesus!”, fala a Liderança dos Jovem da Igreja Família Debaixo da Graça.

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agosto

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Atitude

Positiva Doação de cabelos feita por jovens é exemplo e motivação

Na edição de 22 de agosto o Jornal do Meio mostrou o exemplo de três pessoas que, espontaneamente, decidiram doar os próprios cabelos a fim de contribuir para a confecção de perucas doadas à vítimas de câncer. Alice Gauto, Robson Helton e Ana Clara Pacchelli de Oliveira, passaram por cima de vaidades e fizeram o que lhes estava ao alcance das mãos - e dos ombros. “Um dia eu falei pra mim mesma que iria raspar. Eu queria que crescesse mais porque achava que ainda estava curto, queria doar mais cabelo”, contou Alice. “Eu sempre fui doador de sangue e não posso doar no momento. Quando fiquei sabendo da doação de cabelos, achei que seria uma boa alternativa. Meu cabelo estava no meio das costas, cortei no ombro. Não deixei de ser cabeludo e foi bom poder fazer o que estava ao meu alcance”, falou Robson. “Foi bem legal, me senti mais leve. Fiquei pensando se eu ia conseguir cortar mesmo, e só tirei a dúvida quando comecei de verdade. Foi quando eu soube que tinha que fazer aquilo mesmo, eu

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não quis voltar atrás. Para criança que receber meu cabelo, eu queria dizer que desejo que isso a faça feliz. É um presente que estou mandando pra ela”, disse Ana Clara. Famosa “Vários amigos viram e me disseram que não sabiam porque eu tinha raspado, tinham vergonha de perguntar. Aí leram a matéria e entenderam. Alguns falaram que pretendiam cortar, mas que não tinham pensado nessa ideia e que iam deixar crescer mais para doar mais”, conta Alice. “A repercussão foi super positiva, muitos amigos me procuraram para perguntar como é o processo de doação e me parabenizaram pela atitude. Algumas pessoas das quais eu tinha pouco contato chegaram para comentar a respeito”, fala Robson. “Foi muito legal, pessoas que eu não conhecia me viram na rua e vieram falar comigo. Todo mundo ficou sabendo, Na formatura do Proerd eu até ganhei uma medalha. Minhas colegas adoraram e falaram até que eu estava famosa”, diverte-se Ana Clara.

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SETEMBRO

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Cuidado

especial Cuidadoras se dedicam ao bem-estar do outro

No mês de setembro conversamos com três cuidadoras para saber sobre a profissão. Míriam da Silva, é cuidadora de idosos, Paula Erzinger, trabalha em uma instituição e Bruna Santos Soares, acompanha um jovem com necessidades especiais na escola. Trabalhos diferentes, com a mesma função: auxiliar alguém e fazer com que essa pessoa tenha mais qualidade de vida. “Eu participo de vários momentos da vida do idoso e a minha preparação é o amor, é gostar do que eu faço. Não existe barreiras nesse sentido. A preocupação de trazer o bem estar ao idoso é a prioridade”, falou Miriam. “Quando uma criança chega à instituição, você já quer ir lá, ver a carinha dela, acolher, abraçar, dar segurança. De imediato, se a criança está chorando, você tenta acalmar e acolher da melhor forma possível”, contou Paula. “Tem gente que acha que sou aluna da escola Deve ter gente que achou que eu não iria dar conta, mas mostrei que dou sim. A gente dá muita risada junto, principalmente quando vamos fazer a lição. Para

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mim, todos os momentos que passamos junto é especial”, disse Bruna, de apenas 19 anos, que acompanha André da Silva de Oliveira, de 12, no dia-a-dia escolar. Essencial “Minhas colegas de curso viram a matéria e ficaram muito contentes. A professora gostou de ver que a nossa profissão está sendo reconhecida como algo essencial, um trabalho que precisa ser feito por alguém especializado. Sair em uma matéria sobre isso dá mais credibilidade e segurança aos profissionais e também a quem contrata o serviço”, fala Miriam. “As crianças que eu cuido gostaram muito de me ver no jornal, uma delas pediu para levar para escola para mostrar para professora quem era a cuidadora dela. Todas ficaram muito contentes, minhas colegas também gostaram muito”, conta Paula. “Muitas pessoas vieram me perguntar sobre como é o trabalho, acharam muito legal saber o que é ser cuidadora, até mesmo pessoas que não conheço vieram comentar. O André também ficou contente ”, diz Bruna.

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SETEMBRO

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Das pistas de corrida

para Bragança Eloi Schleder, maratonista que representou o Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles é professor de educação física na rede pública Na edição 763, de 26 de setembro conversamos com o maratonista Eloi Schleder, que vive em Bragança Paulista desde 1999, atuando como professor de educação f ísica da rede estadual e como treinador da Secretaria Municipal de Esportes. Ele contou sobre passagens importantes e curiosas de sua carreira como atleta, mas diz que entende que foi uma fase de sua vida que já passou. E não fica contando que foi atleta Olímpico, a não ser que lhe perguntem, “Pessoal mais adulto sabe, às vezes comentam. Na escola quando eu falo, é só no sentido de despertar uma vontade, de motivar. ‘Olha, eu nasci no interior, não tive a oportunidade que vocês estão tendo, de ter um professor que convida, tem um ginásio do lado. Eu comecei a fazer sozinho, e cheguei até a seleção brasileira’. Aí eles: ‘ah, o senhor jogou futebol?’. Aí explico que não, que foi na seleção brasileira de atletismo, que no atletismo, tem salto, tem corrida, que qualquer atividade, tudo na vida, se você levar a sério, você pode

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chegar longe. Então, é nesse sentido que eu falo. Eu digeri bem, no sentido de que aquela foi uma fase da minha vida e agora eu estou em outra. Antes eu já tinha ideia de que aquilo não iria ser para sempre. Foi uma fase, entendi, passou essa fase, continuo, agora são outras coisas” , disse. Mural “Ouvi comentários de colegas professores e de alunos, de que leram a matéria e não sabiam que eu era maratonista. Muitos vieram me perguntar, disseram que não imaginavam que eu tinha feito tudo aquilo. Eu não tenho por norma ficar falando da minha carreira, não é algo que parte de mim, mas se perguntam, eu conto. E varias pessoas quiseram saber mais depois que leram o jornal”. Eloi não sabia, mas em uma das escolas onde deu aula, a Prof. Luiz Roberto Alegretti, um exemplar do Jornal do Meio com a matéria que fala sobre sua carreira permanece exposto em um mural, para que todos possam ler. “É mesmo? Que bacana”, disse, contente.

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OUTUBRO

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Acervo

e patrimônio CDAPH da USF guarda parte da memória de Bragança No mês de outubro contamos sobre o trabalho desenvolvido dentro do CDAPH - Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa em História da Educação, da Universidade São Francisco. Ali são desenvolvidas atividades voltadas à identificação, coleta, preservação, tratamento e divulgação de acervos de natureza arquivística e bibliográfica. O que o CDAPH faz não é apenas guardar documentos, mas preservar e dar acesso a pesquisadores. Todo material que chega passa por um processo de desinfestação antes de ir para as prateleiras do acervo. E isso, muitas vezes, acontece graças a parcerias com outras instituições, como no caso dos anuários da Escola Tibiriçá, que foram levados para o CDAPH para serem desinfestados e, como contrapartida, foram digitalizados. “Esse acervo veio para cá porque era importante, o Tibiriçá é o primeiro grupo escolar da cidade, tem um peso muito grande para a memória de Bragança. A contrapartida desse serviço é que vamos ficar com o material digitalizado que estará disponível para pesquisa. É uma trabalho que

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pressupõe um diálogo com a comunidade e uma colaboração. De alguma forma, estamos trabalhando para a preservação e o acesso de acervos, mas também com educação patrimonial, porque assim se começa a sensibilizar as pessoas sobre a importância dos acervos que elas possuem”, falou Fátima Guimarães, Coordenadora do CDPAH. Outra dimensão “A matéria pegou muito bem, para a instituição foi um reconhecimento do trabalho do CDAPH. Quando se fala desse trabalho fora das paredes da universidade, isso ganha outra dimensão. Uma matéria como essa é o que garante e legitima o que é realizado aqui. Essa reportagem não se encerra nela mesma. Internamente, ela mobiliza as pessoas, externamente, vai ecoando. Tivemos uma retorno muito positivo de ligações sobre materiais antigos guardados em casa. O Jornal do Meio tem essa característica peculiar, de falar sobre saberes e práticas que deslocam as pessoas para prestarem atenção”, analisa Fátima.

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OUTUBRO

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Missão

de vida Rita da APAE desenvolve trabalho de inserção de jovens especiais no mercado de trabalho

Em outubro conversamos com Rita Leme, a Rita da APAE, como é conhecida na cidade. Naquele mês, ela e outras treze mulheres bragantinas receberam, na Câmara Municipal, a medalha Zilda Arns de Honra ao Mérito, oferecida às cidadãs que desenvolvem trabalhos na saúde, educação e assistência social. “O meu trabalho é transformar as crianças, deixar elas prontas. Nós percebemos qual é o momento certo. Quando percebemos que a criança já é responsável, que tem bom comportamento, o técnico encaminha para alguma empresa interessada, para que possa ser inserida no mercado de trabalho. Quando eu digo crianças, não tem diferença de idade, Pode ter 4 anos ou pode ter 40, são eternas crianças. De cada 10, uma vai para o mercado de trabalho. Até hoje consegui que 25 fossem, o que dá mais ou menos a média de uma por

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ano. Os que trabalham são jovens adultos. É muito importante para elas trabalharem, pois se sentem valorizadas, orgulhosas e, acima de tudo, se sentem humanas. Sentem que estão ajudando a família na parte financeira, e estão. O mais comum é trabalharem como empacotadores em supermercados ou em produção que não seja perigoso. Se dão melhor com trabalhos repetitivos. ”, contou. “Eu achei maravilhoso, muita gente veio falar comigo, muita gente leu e veio me dizer que acompanha meu trabalho e que ficou feliz de me ver no jornal, até mesmo no facebook. Gente que eu nem sabia que me conhecia, que conhecia meu trabalho. Mesmo depois de um tempo, eu estava em um restaurante e veio uma pessoa me dizer que tinha lido, tinha gostado muito. A criançada da APAE adorou. Elas ficaram se sentindo por terem saído comigo nas fotos. Foi realmente muito gratificante”, fala.

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NOVEMBRO

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Segredo

revelado Depois de 30 anos, Dr. Waldemar apresentou sua coleção de latinha de cerveja

No edição nº 769 contamos - e mostramos - um segredo que o Dr. Waldemar Muniz guardou por mais de 30 anos: A coleção de latinhas de cerveja. O receio de falar sobre o assunto, segundo ele, era de que, enquanto ainda clinicava, alguém pudesse não entender de que se trata apenas de uma coleção e confundisse o gosto por colecionar com o gosto por beber. Com uma coleção de cerca de 16 mil latinhas, aproximadamente, além de canecas, copos, tampinhas, galões, garrafas, abridores e outros itens relacionados à cerveja, Seu Waldemar diz que a dele é “mixuruca” perto da de alguns amigos do Clube de Colecionadores Brasil Chapter, de São Paulo, do qual faz parte. “Tem gente ali com coleção de 30 mil, 50 mil latinhas. Cada lata tem uma história, tem uma lembrança. Colecionar é voltar ao tempo. Eu sei de onde veio cada uma delas, como fiz pra conseguir e o que cada uma

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representa na coleção. “O colecionador é minucioso. Se uma lata sai com um detalhe em cor diferente da versão anterior, já é outro item, é uma a mais. Em Socorro tem um fábrica de cerveja que sempre faz as latas como cores novas e é dif ícil de achar em São Paulo. Como estou aqui perto, eu aproveito e compro para levar para trocar nas reuniões”, contou. Bem guardado “Foi uma negócio fora de série, não achava que iria repercutir tanto. Recebi muitos telefonemas e também muitos cumprimentos na rua por causa da matéria. Foi de repercussão enorme. Muita gente veio me dizer que não imagina que eu fazia uma coleção de latinhas. A maioria dos meus amigos médicos não sabia, queriam entender como eu consegui guardar tão bem esse segredo durante tantos anos”, diverte-se.

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AGOSTO

Laços

de afeto A partir de um diagnóstico, Evelin criou uma rede de afeto entregando lenços para mulheres com câncer

Em novembro apresentamos história da jovem Evelin Scarelli que, aos 23 anos, descobriu um câncer de mama. O que poderia ser apenas um período traumático se tornou algo renovador e que abriu novas possibilidades e perspectivas. A partir do diagnóstico Evelin abraçou a causa da luta contra a doença para a vida e se tornou uma ativista em prol daquelas que nem sempre conseguem encontrar a mesma força e sabedoria que ela achou dentro de si. Autora do blog Lenço Cor de Rosa e agora também de uma coluna no Jornal do Meio com o mesmo nome, Evelin ainda faz parte da ONG Espaço Cor de Rosa, que abraçou a singela ideia da jovem de presentear, com lenços, mulheres que irão passar pelo doloroso processo que ela conhece bem, “O projeto é a coisa mais linda do mundo e os resultados são maravilhosos. Um tecido,

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uma coisa tão simples, gera uma mudança tão grande no tratamento daquela mulher. Hoje eu não consigo me ver fazendo outra coisa, eu só me vejo fazendo algo que gere mobilização de pessoas. É o que me faz feliz!”, falou. Delizadeza “Eu gostei muito da matéria, foi bem escrita, com uma delicadeza de tratamento que só tenho a agradecer. O retorno que recebi pelo facebook foi muito especial, várias pessoas comentaram, pessoas que não são da cidade e que se sensibilizaram com a matéria. Eu estou contentíssima com esse novo desafio de escrever uma coluna para Jornal do Meio, o blog tomou uma proporção que eu não imaginava. É algo desafiador que me dará a oportunidade de escrever de forma mais séria e compromissada”, fala Evelin.


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Descoberta

de novos talentos Atletas Bragantinos começaram na equoterapia e hoje competem em Enduro Equestre e Paraequestre

Na matéria que abriu dezembro o Jornal do Meio falou sobre dois atletas que descobriram, por acaso, um talento que os levou a participar de competições e a conquistar prêmios. Clarice Montanari Ramos e Nicolas Pires Diniz de Souza Pereira começaram a fazer equoterapia por motivos relacionados ao bem-estar pessoal, há cerca de três anos. Com as aulas, foram percebendo que nasceram para a equitação. No começo do mês eles estiveram em Brasília para participar do Campeonato Brasileiro de Enduro Equestre, Clarice na categoria Paraenduro até 12 km e Nicolas na categoria Enduro Iniciante Mirim Controlado 12 km. “Para nós foi uma grande surpresa, não esperávamos que se destacaria assim. Ela é super disciplinada. Não importa se ganha o primeiro lugar ou não, ela quer participar. E isso é dela, essa perseverança”, disse Alba Márcia Leva, mãe de Clarice. “A inteligência dele, a rapidez de raciocínio ao lidar com o cavalo nos deixou muito espantados. Ele gosta do que ele faz, sente o

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cavalo, sabe imitar o passo do cavalo. 2014 foi um ano de muitas descobertas da capacidade dele em tudo”, contou Rosângela Pires Diniz da Cruz da Souza Pereira, mãe de Nicolas. Reconhecimento “O jornal é bem lido, então muita gente viu. Pessoas que não sabiam que ela fazia enduro ficaram surpresas, acharam muito legal. A matéria ficou um espetáculo, a família inteira quis o jornal, mandei vários no correio. O pessoal também da equoterapia ficou emocionado. Eu aproveito para agradecer muito a atenção, o carinho e abertura dada pelo Jornal do Meio”, fala Alba. “O Nicolas ficou apaixonado, ele adorou a montagem feita na capa, com as fotos dele e da Clarice. Vocês não imaginam o bem que essa matéria fez pra eles. Foi muito importante para o reconhecimento do trabalho que eles vêm desenvolvendo. A escola do Nicolas vai colocar o jornal no mural no começo do ano, para que os alunos possam ver. Eu só tenho que agradecer. Foi maravilhoso”, fala Rosângela.


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Oportunidade única Grupo de Voluntários da Defesa Civil de Bragança Paulista foram os primeiros do país a participar de curso exclusivo com a Cruz Vemelha Na segunda matéria de dezembro contamos sobre o curso de Formação de Instrutores em Primeiros Socorros que alguns membros do Grupo de Voluntários da Defesa Civil de Bragança Paulista tiveram a oportunidade de participar, junto com a Cruz Vermelha. Os bragantinos foram pioneiros em participar de um curso de capacitação na instituição. “A Cruz Vermelha só tem curso de capacitação interna, só para voluntários deles ou para pessoas que sejam ligadas profissionalmente a eles. Depois de muita insistência, eles nos disponibilizaram algumas vagas. Esse curso tem uma questão muito especial, porque nos deu a capacidade de nos formarmos instrutores. Isso é o que desenvolve o nosso papel que é o de levar, a partir de agora, esse conhecimento muito mais aprofundado em primeiros socorros para os nossos pares que

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não puderam estar no curso e depois para escolas, empresas e para as pessoas em geral”, falou Rogério Torres, voluntário do grupo. Importante “Todo mundo do grupo gostou, foi uma repercussão muito bacana. Mandei um jornal para uma pessoa que é da Cruz Vermelha que também participou do curso, ele gostou muito. O pessoal dos Bombeiros também veio comentar. A matéria ficou fantástica, saiu do jeito que a gente queria, sentimos muita confiança e profissionalismo. Eu tive retorno de um rapaz que ligou querendo saber mais como nosso trabalho é feito. Foi muito importante para que as pessoas pudessem conhecer nosso trabalho e entender um pouco mais do que pretendemos realizar na cidade”, fala Rogério.

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