781 Edição 30.01.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta

30 Janeiro 2015

Nยบ 781 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para pensar

Jornal do Meio 781 Sexta 30 • Janeiro • 2015

As riquezas e

sua concentração Em virtude das férias do Mons. Giovanni Baresse, a coluna Para Pensar terá a colaboração do Desembargador Miguel Ângelo Brandi Jr. por dESEMBARGADOR mIGUEL ÂNGELO bRANDI JR

A questão não é a escassez de riquezas (prefiro de recursos), a questão é de distribuição, ou, noutro prisma, de concentração. O que me faz recordar essa afirmação antiga é uma matéria recente, divulgada em algumas mídias, repercutindo estudo realizado por uma organização não-governamental britânica chamada Oxfam. Segundo a entidade, a partir de 2016, os recursos (riquezas) acumulados por 1% mais rico do planeta equivalerão, ou ultrapassarão a riqueza do resto da população. Parece tão surreal que se custa a assimilar, a acreditar mesmo. No próximo ano, 99% da humanidade terão recursos (riqueza) equivalentes ao 1% mais rico do planeta. Em 2009, segundo esses estudos, a riqueza acumulada por esse 1% da população equivalia a 44% dos recursos mundiais e em 2014 passou a equivaler a 48%. Em 2016 esse patamar poderá superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido. Mais adiante, o trabalho da entidade conclui que a concentração de riqueza também se observa entre os 99% “restantes” da população mundial. Essa parcela (99%) detém hoje 52% dos recursos mundiais, porém, 46% (das tais riquezas) estão nas mãos de um quinto dessa

população. Isso implica dizer que a maior parte das pessoas (3/5 dos 99%) é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Esta é para completar o quadro: entre os que integram o 1% mais rico da humanidade, a renda média anual em 2014 foi de R$ 7 milhões; doutra banda, no mesmo período, a renda média do “restante” da população foi de R$10.000,00. Afirma a Oxfam que a explosão da desigualdade está dificultando a luta contra a pobreza mundial. Disse Winnie Byanyima, diretor da ONG, que “a escalada da desigualdade global é chocante”. Ouvi e vi algumas matérias sobre o Fórum Econômico Mundial, realizado semana passada em Davos, na Suíça. Não ouvi nem vi nada sobre o aprofundamento desse trabalho inglês. Nada. A Revista Carta Capital nº 834, distribuída no último final de semana, na pág. 19, repercutiu o estudo da ONG Oxfam. E trouxe mais um dado impressionante. Os 80 indivíduos mais ricos do mundo possuíam, em 2010, 1,3 trilhão de dólares e passaram a ter, em 2014, 1,9 trilhão da mesma moeda, superando a riqueza conjunta dos 50% mais pobres, ou seja, de nada menos que 3,5 bilhões de pessoas, cujo patrimônio líquido (bens menos dívidas) é inferior a

3,65 mil dólares. Tentei ter acesso ao estudo da ONG inglesa em português, mas até o momento de escrever estas linhas, não havia conseguido. Queria conhecer melhor o trabalho, que teria tomado por base dados do banco Credit Suisse. Olhando, entretanto, os dados do UOL Economia e de Carta Capital já se pode confirmar a gravidade do problema. E é preciso recordar que há uma chamada “crise econômica mundial” instalada, faz ao menos cinco ou seis anos. E foi no contexto dessa “crise” que a concentração de riquezas aumentou. E ainda deve se consolidar mais em 2016. Implica reconhecer que o sistema financeiro mundial e o sistema de produção- este menos do que aquele certamente, estão estruturados em favor dos que já acumulam riquezas. Toda vez que o noticiário dos grandes meios de comunicação se refere ao sistema econômico o faz com poupadissimas críticas, concentra-se nos governos dos países postos em relevo. Não vejo críticas ao sistema macro econômico e a suas instituições. Por que será que tem sido assim ? Será porque o compromisso maior dessas mídias transnacionais é com o capital e seus mecanismos de consolidação ? Ou será que estou lendo a situação

com certa opacidade ? Será que é assim porque o mundo econômico sustentam os principais meios de comunicação ? Ou será maldade minha imaginar isso, fruto de uma incapacidade crítica típica de alguém que mora abaixo da linha do Equador ? Não tenho visto contribuição alguma das academias (escolas superiores) na linha crítica da economia. É um professor aqui, um pesquisador acolá que acabam recebendo destaque por causa de um livro, de uma pesquisa, ou de um artigo. Mas uma contribuição efetiva, fruto de uma análise crítica consistente e bem fundamentada, que aponte o flagelo do sistema econômico instalado no mundo e indique alternativas ou propostas para a ruptura do quadro, não tenho visto. Não é preciso ser economista para reconhecer que o sistema econômico mundial imposto (ao menos na maioria absoluta das nações) já mostrou seu fracasso faz tempo. Reclamo espaços, talvez, mas não exclusivamente, a partir das academias, onde o debate, a pesquisa e as provocações mentais devem (deveriam) proliferar, onde se possa, em grande escala, construir propostas de alternativas ao que está aí. Já que o Fórum Econômico

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

Mundial não tem sido gestor dessas alternativas de ruptura de ordem econômica, talvez a esperança esteja mesmo no Fórum Social Mundial. Este não tem a mesma divulgação daquele porque não pode sustentá-la. Mas este último está mais perto dos 99% da população, referidos no estudo da Oxfam, o que já me é esperançoso.


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Momento Pet

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Castração por Dr. André Alessandri

Bom dia! Hoje vamos abordar um tema que gera muitas dúvidas nos donos de animais de estimação: castrar ou não castrar? Embora ainda haja receio por parte de alguns donos, a castração traz muitos benefícios para nossos animais e tem se tornado cada vez mais frequente. Nas fêmeas, a castração previne muitos problemas, tais como tumores de mama, gravidez indesejada, outros tumores e infecção uterina. Isso ocorre, pois com a retirada do

ovário e útero, a fêmea para de desenvolver os hormônios que um dia poderiam gerar tais problemas. Nos machos, muitos recorrem à castração dado ao fato do animal urinar muito e fora do lugar. Esse comportamento diminui, pois com a retirada dos testículos e consequente fim da produção da testosterona, o animal para de marcar território. Além disso, evita tumores e hiperplasia de próstata e tende a diminuir a agressividade. Ao contrário dos mitos populares, a castração não aumenta o apetite, apenas deixa o

animal um pouco mais tranquilo, o que gera um gasto energético menor e, por isso, sua alimentação deve ser regulada. Para algumas raças com maior tendência a obesidade, é interessante que, após a cirurgia, passem a se alimentar com ração light, que evita que engordem. Outro fator que gera algum desconforto nos proprietários é o medo da anestesia. Contudo, hoje são usadas técnicas modernas de anestesia, em que o animal é monitorado durante toda a cirurgia, que diminui imensamente o risco de algum problema.

É importante ressaltar que a castração não é uma cirurgia simples. Exige exames pré-operatórios, técnica cirúrgica adequada e métodos anestésicos seguros, como a anestesia inalatória. Esse procedimento deve sempre ser realizado por um médico veterinário e somente dentro de um Hospital ou Clínica Veterinária. Qualquer dúvida ou sugestão de matéria, contate-nos pelo facebook da Simplício Clínica Veterinária 24h. Bom final de semana a todos e até o próximo momento pet!


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por Shel Almeida

Acolher afetivamente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e de risco social, esse é o foco da Ong ECOA - Espaço de Convivência e Aprendizado. Fundada em 2007, a Ong desenvolve atividades voltadas para ações no âmbito socioassistencial, visando o fortalecimento de vínculos familiares. Com práticas desenvolvidas no dia-a-dia, por meio de atividades que favorecem a convivência social, as relações afetivas, o exercício de atitudes protagonistas e cidadãs, a ECOA consolida e fortalece o convívio da família, sendo um suporte engajado na rede de apoio social. As crianças atendidas pela instituição são moradoras dos bairros Recanto Maranata, Toró e comunidades vizinhas. “ECOA surgiu no Fórum de Bragança, por iniciativa da Dra. Jacira Jacinto da Silva, Juíza de Direito. Por sua experiência na área criminal, ela via como uma família ficava abandonada quando o pai ou a mãe tinham algum problema com a justiça. Ela reuniu um grupo de voluntários e fundou a ECOA, que começou a operar efetivamente em abril de 2008. O objetivo, inicialmente, era recolher as crianças quando a família tem algum problema, ou não tem pai, ou não tem mãe, ou os pais estão presos, por exemplo. Em um primeiro momento, a grande preocupação da ECOA era focar na área de sobrevivência, comida, cuidados básicos, esse tipo de coisa, tirar da rua mesmo. A Ong sempre funcionou com base no contra turno escolar, se a criança estuda de manhã, vem para cá a tarde e vice-versa. Depois, o que a gente foi percebendo conforme fomos aprimorando os trabalhos, é que, às vezes, o abandono não é só físico e financeiro, é também afetivo e emocional. Aí a gente também passou a olhar para a garotada de outra forma”, explica Waldir Bianco, presidente da instituição. “Hoje nós também desenvolvemos atividades focadas no fortalecimento de vínculo familiar, com ações voltadas para os pais também. Pelo menos uma vez por mês fazemos uma reunião com eles, com dinâmicas, com mensagens

indiretas e diretas também, com atividades junto com os filhos. A proposta do projeto é de socialização dessas crianças e o fortalecimento delas como cidadãs”, completa a coordenadora Tereza Cristina de Lima Fagundes. “Até 2013 nós íamos até eles, aí percebemos que se sentiam invadidos, então mudados a abordagem, trouxemos eles pra dentro da instituição. Nas duas últimas reuniões que fizemos eles vieram em massa. Melhorou bastante a relação, o olhar deles e a aproximação deles com a equipe da ECOA. Antes havia uma distância. Hoje, os pais sabem quem são as pessoas que estão aqui com os filhos. Ficou mais fácil até da gente colocar essa criança em um caminho legal de regras, de rotina, de bons hábitos.”, contam.

Foto: Daniel Gagliardi

Horta Orgânica criada pela equipe e que ajuda a alimentar as 100 crianças atendidas pela instituição Foto: Daniel Gagliardi

Mudança na vida da criança A ECOA atende crianças de 6 a 15 anos. Entre as atividades que a Ong oferece a elas estão: judô, capoeira, maracatu, contação de história, oficina de artes, laboratório de informática básico e horta orgânica. Quando completam 14 anos, a instituição já começa a buscar parceiros que possam oferecer cursos. “O que eu percebo dessas famílias é que elas não se acham merecedoras, não se acham no direito, acham que não é pra elas. O nosso trabalho é resgatar isso, permitir que as crianças sejam crianças e que possam perceber que existem outras possibilidade além daqueles que conhecem das ruas. Esse é o trabalho de acolhimento que fazemos, para muitas delas, a referência que recebem é aqui. E, com isso, o convívio familiar melhora de maneira gritante. Nós conseguimos perceber que as famílias estão mais tranquilas”, fala Cristina. “Hoje atendemos 100 crianças, que são encaminhadas até nós pelo CRAS - Centro de Referência de Assistência Social. É a assistência social deles que faz a triagem e nos encaminham essas crianças. O convênio que temos com a prefeitura nos permite atender essas 100 crianças, mas sempre trabalhamos no limite. Por isso desenvolvemos outras atividades para arrecadar fundos, como o Porco no Rolete, que vai acontecer Foto: Daniel Gagliardi

A Coordenadora Cristina e o Presidente Waldir. Para eles, as crianças que passam pela Ong. foram salvas de riscos sociais.

Crianças tomam café e almoçam na Ong. Quando voltam das férias é possível perceber que estão mais magras Foto: Daniel Gagliardi

Entre as atividades desenvolvidas na Ong estã: oficina de artes, maracatu, capoeira e judô. Foto: Daniel Gagliardi

ECOA atende crianças de 6 a 15 anos dos bairros Maranata, Toró e arredores.


Jornal do Meio 781 Sexta 30 • Janeiro • 2015 no começo de março, o Jantar Árabe, que acontece em maio e a Corrida e Caminhada, que acontece em agosto. Esse ano também recebemos patrocínio da TE Connectivity, para a criação da biblioteca e da brinquedoteca. Se quisermos atender mais crianças, essas serão por nossa conta, por isso sempre estamos em busca de parcerias. A nossa meta é atender pelo menos 120 crianças porque, o que percebemos, é que essas crianças atendidas pela instituição foram salvas. O ideal seria que existisse uma ECOA em cada bairro, porque sabemos que muitas outras continuam em situação de vulnerabilidade social. Em qualquer cidade isso acontece. A cidade pode estar desenvolvida, mas sempre vai existir esse problema”, fala Waldir

5 Foto: Daniel Gagliardi

Como ajudar “A ajuda não precisa ser em dinheiro. Pode ser em voluntariado. Estamos precisando de alguém para dar aula de informática para elas, recebemos uma doação de diversos computadores, mas só conseguimos ensinar o básico, então elas já saíram da escuridão. Elas vivem no submundo do conhecimento. Coisas que nosso filhos já sabem fazer melhor do que nós, elas não têm a mínima ideia do que seja. Não sabiam nem como segurar o mouse. Queríamos que pudessem aprender a usar programas básicos, como o Word ou o Excel. Isso as ajudaria em trabalhos escolares e até mesmo no currículo delas. Alguns jovens vem aqui de vez em quando para cadastrar os livros que recebemos de doação. Temos um senhor que respondeu um anúncio que fizemos no jornal porque precisávamos de alguém que fosse buscar o pão pela manhã. As pessoas querem ajudar. Toda a diretoria é voluntária. Quem ajuda tem como retorno a satisfação de ver como isso gera resultados na vida dessas crianças. A gente não consegue funcionar o ano todo, quando voltamos das férias, percebemos como as crianças voltam mais magras. Estar aqui faz diferença na vida delas sim”, enfatiza Cristina.

Para conhecer e contribuir com o trabalho da ECOA, entre em contato com a Ong. pelo telefone: 4035 - 2197

As crianças tem oportunidade de participar de oficinas e descobrir novas Foto: Daniel Gagliardi

As atividades da Ong. visam o resgate da dignidade e cidadania de crianças em vulnerabilidade e risco social Foto: Daniel Gagliardi

ECOA atende 100 crianças, em contra turno escolar, Meta é encontrar parceiros para que possam atender 120 crianças


Reflexão e Práxis

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por Evelin Scarelli

O começo da jornada

Evelin, você já pode entrar! Disse em bom tom a simpática recepcionista. Seguro a caneta com força e minha mão esquerda automaticamente se encaminha ao campo indicado para a liberação do medicamento. Já em pé, respiro fundo. Observo atentamente a porta fechada que divide a recepção e a ala hospitalar repleta de cadeiras e macas. Encontrava-me exatamente em uma estranha divisa entre dois universos: Quem eu era... Quem eu me transformaria. Seguro a maçaneta, giro o meu corpo e direciono pela ultima vez o olhar aos meus pais, que estão sentados e de mãos dadas na recepção. Lembro-me da sensação de ir à escola pela primeira vez e esboço um leve sorriso. Dentro do grande salão, a cor predominante é a lilás. Existem duas televisões ligadas, mas ouço apenas o som dos passos das enfermeiras. Ao meu lado direito, observo através de uma pequena fresta uma enfermeira segurando e acariciando a mão de uma paciente deitada. Solto todo o meu ar dos pulmões e me sento. Sou visivelmente a mais nova de todas as pacientes de lá, o que gerou alguns olhares de piedade e inconformismo. Ao meu lado, uma senhora reclama de dor enquanto a enfermeira chefe tenta pacientemente encontrar um acesso venoso para a aplicação da quimioterapia. - Assim você vai assustar a menina. Dizia inutilmente a mulher vestida com uma astronauta. Enquanto observava a cena, notei que se aproximava outra astronauta. Ela carregava consigo um suporte para o soro e uma caixa nominal a garota do lenço cor de rosa. - Você sabe como funciona a quimioterapia? - Não sei, na verdade não pesquisei nada em lugar algum... Não queria correr o risco de me influenciar com ideias negativas a respeito. Respondi, novamente esboçando um tímido e nervoso sorriso. - E porque entrou sozinha? Perguntou

carinhosamente a enfermeira. - Estamos no escuro. Não gostaria que meus pais sofressem com esse processo... (...) Como presente a todo o meu processo, recebi muitas historias que me transportaram exatamente para a minha primeira sessão quimioterápica. Hoje, reconheço o sentido de tanto nervosismo e insegurança: O medo do inesperado, do “quarto escuro” que é conviver com o diagnóstico e a sensação de falta de tempo para o resto do que “sobrar” das nossas vidas. Ah, câncer, como aprendi com você. Aprendi a sorrir, aprendi a dar valor ao meu sorriso... Ah, senhor câncer, como todo o seu processo transformou a minha vida. De menina a mulher, instantaneamente. Tudo isso, logo após a notícia da sua chegada. Ah, universo, como aprendi a ser grata. Notei a sua existência, me permiti apreciar o seu valor... Reconheci o meu tamanho e graças a isso, sofri muito (muito) menos. Ah, minha centelha, como sou grata por meu corpo, minhas mãos, pés e pernas. Graças a você, perdi o medo do escuro. Entendi que eu sou muito mais do que isso... E ainda assim, mesmo após essa paz e esse reconhecimento, obrigada por me permitir ficar aqui... E existir. Querida sala lilás, obrigada pelas infinitas cores que me ensinaste a observar através dos reflexos do branco, a cor da minha quimioterapia. Você existe. E foi peça fundamental no meu processo de cura... Que eu saiba diariamente reconhecer o diagnóstico, a minha historia e meus passos. E que eu jamais me esqueça... E vamos em frente. Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com

O “prefeito” de “O BemAmado”

Prefixo de “eclipse” Na moda (inglês)

Conto de Machado de Assis cujo tema éa loucura Basalto e kimberlito

Responsável pelas finanças do clube Frequência Intermediária (abrev.)

Lista Personagem feminina do Bumba meu boi (Folcl.) A esmo

Herói morto por um javali (Mit.) Condição da vela que bruxuleia

A lanterna piscapisca do automóvel

Percepção visual Objeto invulgar

O ponto mais alto do Sol no céu

C O R

Camarão de rio Tempero de pizzas

Em (?): a uma só voz A música religiosa “Senhor”, na linguagem dos escravos

Franz (?): orientou Margaret Mead Dar para (?): reagir contra algo Banho que finaliza o uso da sauna Matéria que agrava a rinite alérgica Taberna pouco asseada (bras.)

Estado frequente do indivíduo tímido Matériaprima do etanol brasileiro

Cartunista criador da Rê Bordosa Actínio (símbolo) Carro, em inglês A do motor da F1 diminui com o turbo Açude no rio Jaguaribe (CE)

BANCO

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Solução

FI

Lenço Cor de Rosa

Atol de (?), palco de testes atômicos

N S E S O

Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br

Aquela que acabou de ser batizada

M AO X U A L U R E I RO U E C O R I N HA D O N I S O A S V PI T U R I O N A L CO R O C CA NA E N G E L I H A A C O N CA D A O R O S

ocorrer de diferentes maneiras e a dominação determinada pela obediência se dará, como já foi dito, pelo medo ou pela esperança. Do medo, surge a vingança dos detentores do poder enquanto da esperança, surge uma recompensa neste ou em outro mundo. Com relação ao Estado Islâmico, parece acertado dizer que ele é uma perversa mistura de medo e esperança que surgiu da desagregação das relações políticas internacionais ao longo da Guerra Fria e permitiu que as massas do Oriente Médio buscassem suas respostas e seu conforto nos líderes religiosos que adotaram uma visão fatalista do mundo moderno, apontando seus inimigos e defendendo que a única forma de salvação deste mundo corrompido e das almas dos fieis seria o retorno aos ideais religiosos de séculos passados, muito distantes daquilo que o Oriente Médio necessitava para se restabelecer. Formou-se a chamada legitimidade do domínio – a crença para a obediência. Os homens acreditam neste domínio por uma série de procedimentos e, dentre estes, o mais importante é o carismático onde a obediência se dá ao homem e não a regra ou instituição. E eis aqui a origem do profeta e do senhor da guerra que arrastam as massas para uma cruzada religiosa que entorpece e acalenta, dando o conforto e as respostas que o mundo moderno não é capaz de oferecer. O curioso é imaginar que este processo de fortalecimento do líder carismático, do profeta, do senhor da guerra, do homem santo que conhece os caminhos, que oferece as respostas e cobra tão somente a obediência cega e sem questionamentos, por isso desprovida de responsabilidade já que é mais fácil obedecer, tem se tornado comum. Para vê-los basta ligar a TV ou o rádio.

Lei dos EUA cuja criação foi motivada pelos ataques terroristas de 11 de Fechado A fecunda- setembro hermeticamente ção como de 2001 a realizada nos clones (Biol.)

S T A A C O E C S A S A U C R G A

A influência política sobre um Estado ocorre segundo a ideia de liderança o que nos traz a seguinte reflexão – o Estado não pode ser definido pelos seus fins porque não existem fins que não tenham feito parte dos objetivos do Estado, ou seja, cada Estado tem na sua construção seus objetivos já definidos. Por que abordar novamente o Estado? Porque a concepção de Estado construída pelo grupo Estado Islâmico tem provocado uma justa indignação em todo o mundo por seu caráter violento e cruel, mas que deve ser visto como um processo político e histórico e, portanto, resultado de ações que constituíram as condições necessárias para a sua afirmação. É claro, portanto, que a liderança do Estado Islâmico já existia antes de sua afirmação e que seus fins e objetivos já estavam definidos e formulados. Ainda que careça de reconhecimento internacional, elemento fundamental para a formação de um Estado Moderno, a imposição do monopólio exclusivo da força física, a definição de fronteiras territoriais e a imposição de um único idioma permitem que pensemos esta força religiosa com características políticas como um Estado que tem imposto terror e morte a milhares de pessoas. A força do Estado Islâmico é tão grande que ele tem sido capaz de assassinar jornalistas estrangeiros e permanecer intocado. Como o Estado é uma relação de homens dominando homens é preciso que estes obedeçam à autoridade alegada pelos detentores do poder, por crença ou por temor, alimentando a própria ideia de obediência. Esta, no caso que discutimos, tem um fortíssimo apelo religioso o que pode tornar a obediência cega e irrestrita por conta de todas as promessas que ela encerra, ou seja, além de resolver os problemas terrenos há uma certeza de recompensas muito maiores na esfera espiritual. A legitimidade desta forma de Estado pode

© Revistas COQUETEL

A S T E R O L P A A D A T O R D I R B O A T R A I D P A B O DE

por pedro marcelo galasso

A liderança no Estado

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Veículos

Discovery Sport Discovery Sport chega em maio para superar Freelander em design e conforto

por RODRIGO MORA/folhapress

Atravessando desertos sob o

Foto: DivulgaçÃO

sol escaldante do Marrocos ou abrindo caminho em estradas forradas de gelo na Islândia, a Land Rover sempre tenta provar que, a bordo de seus carros, é possível chegar a qualquer lugar. No caso do Discovery Sport, que será produzido em Itatiaia (RJ) a partir de 2016, ir de um extremo ao outro do planeta será uma viagem com menos requintes do que em um Evoque, porém com mais conforto e espaço do que a bordo do Freelander 2, considerado seu antecessor. Antes do início da produção, o utilitário de luxo será vendido como importado. O Discovery chega até maio, por R$ 179,9 mil.

Natureza selvagem A Islândia é um belo lugar, mas nada dócil. Ventos de até 100 km/h jogavam neve contra o SUV de 4,59 m de comprimento (9 cm a mais que o Freelander 2), 1,72 m de altura e 1.841 kg. Sua resposta ante aquela hostilidade da natureza era absorvê-la para si e tranquilizar os ocupantes dentro de uma cabine silenciosa, aquecida e confortável. Alguns trechos da jornada não poderiam apresentar condição pior: em vez de neve pura ou simplesmente água, tinham gelo congelado na superfície. Mas, enquanto alguns veículos que se consideram utilitários esportivos se comportariam ali como bebês aprendendo a andar num rinque de patinação, o Discovery Sport mostrou equilíbrio. Sabe-se lá o esforço do Terrain Response (sistema da marca que ajusta a tração a terrenos com lama, grama, cascalho ou areia) para manter o carro na trajetória, mas ao condutor apenas coube a simples tarefa de

Foto: DivulgaçÃO


Veículos dosar a velocidade e tratar a direção

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com prudência. Os donos de Freelander 2 que partirem para o Discovery Sport ainda se livrarão do incômodo funcionamento da suspensão, que ao passar por buracos penalizava os ocupantes com uma batida forte, resultado do final do curso dos amortecedores. No novo Discovery, uma suspensão traseira multibraços com curso estendido deixou o rodar mais suave, mesmo sobre pisos irregulares. Emprestado do Evoque, o motor 2.0 turbo de 240 cv, acompanhado de um câmbio automático de nove marchas, também serviu bem ao estreante -assim como o 2.2 a diesel (190 cv), que equipará o modelo também no Brasil, posteriormente.

Sete lugares Membro da família Discovery, o Sport também leva sete ocupantes. No entanto, não tão bem quanto o Discovery 4, que carrega adequadamente dois adultos na última fileira. Ali, o novato trata bem apenas crianças. E não é só a roda que não deve ser reinventada: o SUV adota no lugar da tradicional alavanca o nada intuitivo botão para troca de marchas. Como produto, o Discovery Sport se candidata a ir tão bem em vendas como o Evoque. Mas vender bem também depende de qual versão será a dos R$ 179,9 mil: a de entrada, a do meio ou a topo.

Foto: DivulgaçÃO


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