Braganรงa Paulista
Sexta
27 Fevereiro 2015
Nยบ 785 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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2
Para pensar
Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
Jejum? Prá que? por Mons. Giovanni Baresse
Tenho a impressão que a pergunta acima não soa tão estranha em nossos dias. Não é novidade que a prática do jejum, como preceito ou habito religioso, sofre declínio há muito tempo. Aqui e ali igrejas e movimentos religiosos fazem apelos embasados nos benefícios que se seguirão. A ressonância não parece tão forte. Possivelmente há necessidade de mergulhar nas origens do jejum religioso e ver se ainda há sentido para os nossos dias. Pelo que se sabe a prática do jejum tem origens remotíssimas. Os povos antigos tinham convicção que quando das catástrofes naturais, das pestes, das guerras, vestindo-se de andrajos, abstendo-se de alimentos, de relacionamentos sexuais, de diversões aplacariam a ira dos deuses. São muitos os relatos existentes nesta direção. O povo hebreu, donde recebemos a fundamentação
da fé cristã, tinha no tempo de Jesus uma sinalização diversa. Havia sim o caráter de aplacar a ira do Deus do Primeiro Testamento. Mas, muito mais que isso, o jejum era visto na perspectiva da espera da vinda do Messias libertador. Inicialmente a prática do jejum era restrita ao dia do “Yom Kippur” (dia do perdão, da Expiação). Pouco a pouco movimentos religiosos, como o dos fariseus, foram introduzindo a prática do jejum semanal (dois dias: as segundas e quintas). Esse hábito acabou sendo um diferencial tão forte que servia para criar religiosos de duas classes. Os melhores eram os que jejuavam! É interessante notar a forma como Jesus lida com essa tradição. Em Marcos 2,15-17 ele está à mesa com os publicanos e pecadores. O que causa espécie aos devotos. Estar com os pecadores é “sujar-se!” Nos versículos que seguem Jesus
tem altercação sobre o jejum mostrando que os religiosos não percebem que não é mais tempo para jejuar: o Messias (Ele) já está presente! Nas primeiras comunidades cristãs quase não se fala das práticas do jejum judaico. O jejum começa a adquirir o sentido de abster-se de algo para favorecer alguém necessitado. O jejum dos cristãos começa a ser visto como atitude de socorrer os mais pobres. Esta prática, entretanto, sempre foi mesclada com o sacrifício para pedir perdão ou obter uma graça. Não creio que seja ruim olhar o jejum assim. Mas ficaria mais perfeito se, por exemplo, o que deixamos de comer, beber, fumar se transformasse em auxílio. O jejum pode ter um tom disciplinar. Uma pedagogia para aprendermos a dominar nossos desejos, nossas inclinações. Uma forma de exercer um domínio sobre nós em vista de um aper-
feiçoamento na vivência da fé. Devemos, porém, retirar dessa prática todo ranço de “tiro e queda”: jejuo e Deus tem que me atender! Os profetas se cansaram de falar que Deus não precisa do nosso jejum. O que Deus deseja é que façamos o bem. O jejum pode ajudar. Visto como caminho de aperfeiçoamento é boa disciplina. A Igreja nos pede dois dias de jejum anuais: Quarta feira de Cinzas e Sexta feira Santa. Na quarta nos preparamos para iniciar o caminho que nos leva à Páscoa. Na Sexta santa recordamos a Morte redentora do Senhor. O Papa Paulo VI recomendava que às sextas feiras tivéssemos preocupação de algum ato penitencial visando aprimoramento pessoal e abertura às dificuldades dos outros. Uma prática que, observada, nos ajudaria a ser melhores. Mas é sempre uma decisão
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
de cada coração. Num mundo tão marcado pela busca do prazer parece que atos de jejum não cabem mais! Mas é verdade, também, que não nos tornamos melhores! Quem sabe o exemplo dos seguidores do Islã, com seu Ramadã, nos puxe as orelhas!
Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
Momento Pet
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Processos Alérgicos por Dr. André Alessandri
Bom dia, meus queridos leitores! Hoje vamos abordar um tema que acomete tanto nós, seres humanos, quanto nossos animais: os processos alérgicos. Estima-se que cerca de 20 a 30 % dos animais sofrem de algum processo alérgico, mas a maior incidência é diagnosticada nas grandes cidades. O processo alérgico nada mais é que uma reação do nosso sistema imunológico (sistema de defesa ) sobre algumas substâncias que são chamadas de alérgenos. Areação alérgica pode ser adquirida pelo animal através do contato, inalação ou ingestão. Os principais alergenos que acometem nossos animais são os fungos e bolores, devido a nosso clima tropical, mas há também outros como lã , algodão, sisal, fumaça de tabaco, produtos de limpeza, carpetes , gramas, produtos de construções (cimento e cal) , alimentos (responsáveis por mais de 10%) e ectoparasitas, como a pulgas entre outros . O principal sinal clínico é a coceira, que em alguns casos pode levar a lesões de pele. Olhos avermelhados, edemas na face (inchaço), vômitos , diarreia, ver-
Espaço CRB Imagem
melhidões pelo corpo, regiões alopésicas ( sem pelo) e ofegancia também são bastante comuns. O diagnóstico do animal alérgico deve ser realizado em uma anamnese bem detalhada pelo clinico junto ao proprietário, além do exame do painel alérgico, que contém mais de 90 substancias e que é realizado através de uma pequena amostra de sangue do animal. Processos alérgicos não tem cura, mas podem ser amenizados através de injeções, a chamada imunoterapia, ou prevenção aos alergenos após seu descobrimento. Jamais utilize fármacos para controle desses processos sem a prescrição de uma médico veterinário, pois isso pode levar a danos mais sérios devido à utilização continua não criteriosa do medicamento. Na alimentação quando diagnosticada, existem rações específicas para esses animais intolerantes a certas substâncias contidas nas rações convencionais: são as rações hipoalergênicas . Em caso de dúvidas ou sugestão de tema, basta nos contatar através do facebook da nossa clínica veterinária 24h. Um bom final de semana a todos!
A importância do
Doppler de Carótidas por Dr. Antonio de Sant’Ana
Hoje em dia se sabe que as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte, estas doenças englobam o infarto do miocárdio (infarto) e o AVC acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame e outras várias doenças causadas pelo entupimento das artérias (vasos) por placas formadas principalmente por colesterol. As carótidas são as artérias que conduzem o sangue até o cérebro, e da mesma forma que no coração o entupimento de uma coronária provoca o infarto, o entupimento de uma carótida provoca o AVC, estas placas de colesterol são formadas por anos ou décadas entupindo de forma lenta e contínua estes vasos por onde passa o sangue que alimenta o nosso cérebro e quando chegam a um tamanho grande podem se romper e formar um trombo que de uma maneira aguda impedem a passagem de sangue, matando as células cerebrais irrigadas por ela. A formação destas placas se dá por diversos fatores, como má alimentação, provocando aumento na taxa de colesterol ou de açúcar no sangue, sedentarismo, tabagismo, predisposição familiar, e outros fatores, o diagnóstico precoce destas placas pode orientar o médico no controle destes fatores, com mudanças de hábito de vida e até o uso de medicamentos específicos e até a indicação de procedimentos cirúrgicos. O diagnóstico se faz por uma consulta com seu médico de confiança e por meio de exames complementares, onde o Doppler se destaca
como um método preciso, seguro e rápido, cada vez mais usado de diagnóstico precoce da formação de placas nas carótidas, fazendo o diagnóstico desde alterações iniciais, como os espessamentos de parede do vaso, até a doença em estágios avançados. O Doppler de carótidas consiste em um exame de ultrassom no pescoço, só que ao
contrário do ultrassom normal, que só vê as estruturas, o Doppler, além destas, estuda o fluxo de sangue e sua interação com a parede destas artérias e com as placas se por ventura existirem, desta forma o médico pode, além de fazer o diagnóstico precoce, acompanhar a evolução do problema com precisão.
O Doppler de carótidas é fácil de realizar, indolor e de rápida execução e se beneficia bastante dos novos equipamentos que são mais precisos e confiáveis. Dr. Antonio de Sant’Ana CRM/SP 95.697 DoppLer Vascular - CRB IMAGEM
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Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
por Shel Almeida
A arte pode surgir de várias
as de 5 mm. Eu compro a placa
fotos, algumas antigas, outras
das inúmeras paisagens, sempre
formas. Em fotografias, pai-
inteira, que depois é dividida em
retiradas de revistas. Seu Aluízio
com árvores e folhagens, uma de
néis, esculturas, pinturas,
quadros. Para criar o esfumaçado,
criou 57 desenhos em quadros e
suas preferências.
desenhos, performances, canções.
por exemplo, a caneta tem que
está em processo de criação de
Usa sempre a cor preta na placa
O suporte para a arte também é
estar no fim, com a tinta quase
mais um. Já desenhou os Arcos da
branca, o que dá um efeito muito
vasto: telas, muros, roupas, papel,
acabando,” conta.
Lapa, do Rio de Janeiro, a cidade
bonito. Todos os quadros foram
de Tiradentes, em Minas Gerais,
dados de presente para familiares
palco. Depende de cada artista escolher de que maneira quer se
Disposição
a Igreja de Fátima, em Portugal e
e amigos. Seu Aluízio é tão cui-
expressar, seja de forma musical,
A referência para os desenhos são
vários pontos de Bragança, além
dadoso que já presenteia com o
corporal ou visual. Ao público cabe o exercício de se permitir ser atingido por aquela arte, pelo significado daquela manifestação, pela captação, ou não, do que o artista quis dizer. A arte nem sempre é para ser entendida, na maioria das vezes a arte existe para cumprir o papel de nos fazer questionar o mundo ao nosso redor, sejamos nós artistas ou público. Arquiteto a vida toda, hoje aposentado, Senhor Aluízio J. R. Monteiro, sempre usou o desenho como forma de expressão. Em seus trabalhos de arquitetura, restaurando fazendas da região, deixava sua marca em alguma parede, criando desenhos, à carvão, de paisagens. Os desenhos eram feitos com um carvão próprio e conservados com verniz. No final dos anos 90 começou a desenhar em quadros e, há cinco anos, se dedica apenas a eles. O que diferencia e chama a atenção no
Arquiteto, Seu Aluízio Monteiro se dedica à arte há cinco anos. Desenhos são feitos com caneta hidrográfica
trabalho de Seu Aluízio é a forma como os desenhos são feitos: ele desenha em placas de MDF, com canetas hidrográficas, do estilo piloto. E o resultado é sensacional! Em um primeiro momento, é difícil de acreditar que tanta sutileza nos detalhes seja feita com canetas comuns. Além de riscar as formas dos desenhos, ele também cria efeitos, como sombras, esfumaçados e contrastes, entre outros, técnicas que foi reaprendendo com o tempo, para se adaptar ao uso da caneta “Eu fui experimentando, primeiro desenhava a carvão, nas paredes, depois que eu comecei a fazer os quadros, aí eu experimentei o lápis, mas nesse suporte, o MDF, não funcionou, uns já vêm lisos mas outros vêm um pouco enrugados, então preciso lixar antes. Esse quadros que já estão prontos eu fiz em placas de 8mm de espessura, mas agora estou trabalhando com
- Técnica consiste em reproduzir fotografias de paisagens com caneta hidrográfica em placas de MDF
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Fazendas, paisagens e árvores são os temas preferidos de Seu Aluízio.
Praça Central de Bragança Paulista. Passado resgatado em desenhos.
quadro emoldurado. Agora estão
“A ideia de uma exposição é muito
começando a surgir algumas en-
interessante, ou talvez um catálogo
comendas, como a de um desenho
ficasse mais fácil. O difícil mesmo
da Igreja do Rosário e outra para
será reunir todos os quadros, que
um painel na Igreja de São José,
estão espalhados”, fala.
5
Igreja de Fátima, em Portugal. Desenhos são feitos com fotografias antigas ou de revistas como referência.
Capela em meio à paisagem. Desenhos de Seu Aluízio seguem sempre os mesmos temas.
que Seu Aluízio ainda está estudando como será feito, por conta
Reflexão
do tamanho da obra.
Voltando à questão do papel da arte
Para desenhar, ele fixa a placa em
como elemento questionador, o que
uma estante, em seu pequeno estúdio
os desenhos de Seu Aluízio nos faz
improvisado. A foto de referência
refletir é sobre o que mundo tem se
é xerocada em tamanho próximo
tornado, como as cidades estão se
ao A3 e quadriculada, assim como
modificando e o que restará disso,
a placa de MDF. A partir daí, a
além de fotografias e desenhos. Um
arte de Seu Aluízio fala por si. “O
dos quadros, mostra um campo com
tempo para cada desenho varia
uma igrejinha, acima de um começo
muito, depende da disposição. Mas
de cidade. É uma reprodução de uma
a média é de cinco dias há uma
paisagem de Bragança, da época em
semana. Eu mesmo escolho todos
que a cidade ainda tinha estrada de
os desenhos, já tenho alguns na
ferro. A igreja é a de São José que,
fila. Só depois de pronto eu deci-
hoje, é impossível de ser vista do
do para quem eu vou dar. Muitos
ponto onde a fotografia foi tirada.
dos meus desenhos estão aqui em
Se hoje os desenhos de Seu Aluízio
Bragança, mas tem desenho meu
nos remetem a épocas bucólicas, o
até nos Estados Unidos, que meu
que as fotografias de hoje nos lem-
neto levou”, brinca.
brarão daqui há cinquenta anos?
Seu Aluízio tem pensado em fazer
Ainda existirão árvores, campos
um exposição, sugestão da amiga
e fazendas, ou tudo será engolido
Mary Muniz, ou um catálogo com
pelo concreto a ponto de sequer
todas suas obras. De qualquer
conseguirmos diferenciar uma
forma, é algo que precisará de
construção da outra?
tempo para acontecer. A esposa,
Desenhar o passado, como faz Seu
Maria Therezinha, é entusiasta
Aluízio não é só uma forma de re-
das duas opções, e também de que
ativar a memória, mas também de
ele comece a pensar em vender
conservar a lembrança de como já
os quadros, profissionalmente, já
fomos diferentes, e o de quanto
que a repercussão já atingiu pes-
precisamos aprender com isso.
soas além do círculo familiar e de
Para conhecer os trabalhos de
amizade. “Ela é a empresária, eu
Seu Aluízio, entre em contato
só desenho”, brinca.
pelo número 9 7207 - 3112
Seu Aluízio criadas desenhos nas fazendas que restaurava. Hoje desenha as fazendas em quadros.
Paisagem antiga de Bragança onde é possível ver a Igreja de São José e a antiga estrada de ferro. Cidade que não existe mais.
Natureza é um dos temas preferidos de Seu Aluízio
Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
que estava aqui?
Prostradas pelo cansaço Pintor impressionista francês
(?) qual: do mesmo modo que
Ação necessária na rizicultura
Substância como a anilina
Filosofia hindu de fins terapêuticos
Nascida na maior ilha da Polinésia Francesa Ou, em inglês BANCO
"Você", no linguajar caipira
Ato Institucional (abrev.)
Errar, em inglês Sigla que designa o código de barras mais usual Tom Zé, cantor
Divisões típicas de grandes cidades 77
Solução
R
Cadê o seio
Negócio irregular O maior rio alemão
Remuneram
P
Lenço Cor de Rosa
Que fala pouco (fem.)
50, em algarismos romanos
C
Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br
Logo, em inglês Animal como o cão
(?) Laden, terrorista morto em 2011
I
o argumento estúpido de que a corrupção começou no governo do outro é a resposta daqueles que não têm argumentos. Difícil é convencer uma sociedade acostumada a praticar pequenos atos corruptivos a tomar consciência dos malefícios da corrupção em nosso dia a dia. Difícil é explicar para o cidadão comum que as suas decisões diárias têm ligação direta com a formação de nosso quadro político. Difícil é imaginar, no cenário atual, algum horizonte de mudança ou de melhora. Na pior das hipóteses, esta sempre a mais comum e esperada, teremos a Festa da CPI que constrói um grande circo, mas que é caracterizada pela sua ineficiência, morosidade e acordos que nos envergonham tanto quanto os casos de corrupção que deveriam ser investigados. Para tanto, basta lembrarmos pequenos fatos. O primeiro fato a ser lembrado é a composição da mesa a CPI. Os partidos políticos mais interessados, PT e PSDB, lideram o processo de investigação e lutam pelo fortalecimento partidário e não pelo esclarecimento da questão e, além disso, quando novos nomes foram jogados aos leões e outros partidos forem citados no caso da Petrobras não será surpresa que um acordo político-partidário encerre as investigações e tudo acabe na calada da noite e de maneira vergonhosa, assim como ocorreu nas acusações sobre a corrupção no metrô paulista. O segundo ponto é mais assustador – qual o grau de isenção dos membros da CPI, ou seja, qual será a conduta dos políticos que participarão desta Festa? As CPIs foram elevadas ao patamar de resolução definitiva de todos os problemas brasileiros, mas na prática elas somente limitam o debate político e desfavorecem a conscientização do cidadão com relação as suas responsabilidades políticas.
B V A R I T A O O N L C A T A D A S O C E I N N T E U G E R R A N A N A S
A República brasileira vive um momento político delicado, cheio de incoerências e de personagens que se colocam na posição de supostos heróis ou salvadores da Terra Brasilis, desde que nos esqueçamos do passado político de alguns destes candidatos. Basta pensarmos na euforia desmedida e sem sentido sobre os pedidos quase insanos de impeachment da presidente Dilma e da propaganda mentirosa e irresponsável da nomeação do candidato derrotado Aécio em caso de sucesso do inapropriado pedido de impedimento, além das falas de figuras políticas contundentes como Lula e FHC que pretendem valorizar seus quadros políticos e antecipar as corridas eleitorais para o próximo ano, mas que confundem ainda mais o debate político já que a intenção das declarações é, tão somente, acusar ou tirar o peso das suas ações. Soma-se a isso, uma presidente eleita no embalo do governo Lula e que mostra toda a sua fragilidade ao tomar decisões sem a devida convicção no que diz respeito a nomeação dos seus ministros, na sua visão de relações internacionais e no embate com a oposição politiqueira do Brasil. A forma lenta e insegura que a atual presidente lida com os problemas econômicos e políticos do país expressam a sua fraqueza e a alta de apoio de sua base aliada. O silêncio do governo federal, as manobras de bastidores e a falta de vontade na apuração dos fatos políticos, tais como o escândalo da Petrobrás, aponta um difícil e conturbado ano político para todos nós. A denúncia das numerosas contas abertas, oito mil contas sé do Brasil, e envolvidas no caso de corrupção da Petrobrás é aprova clara de que a estrutura política brasileira é, como já foi escrito antes, montada para que as práticas corruptivas ocorram sem dificuldades e de forma trivial, ou seja, a ideia de que a corrupção move o Brasil toma corpo e, infelizmente, se consolida de maneira vexatória no cenário nacional. E
© Revistas COQUETEL
Mulheres que não podiam Dois pratos feitos Peça de Ênio Ficom partes pouco Levantar dominó gueiredo, frequentar os mesmos lugares, no regime do apartheid Guardar; "nobres" a prumo com seis técnico de pintas do boi poupar vôlei Rasante Profanado Feito A massa de ar, em grandes altitudes
E S E R R E F E I N S G A M I MA M R R I A E F A N E T L O R A A O L G A A I T I R Z O
por pedro marcelo galasso
www.coquetel.com.br
R A B A D A E M O C O T O
A Festa da CPI
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
2/or. 3/bin — ean — err. 4/sena — soon. 5/manet. 13/rabada e mocotó.
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por Evelin Scarelli 13 centímetros. Essa é a medida que sai mais especificamente do centro do corpo - logo abaixo do meu seio “comprado” - e que termina perto a região do braço. A marca física de um processo repleto de idas e vinda e que gerou uma outra marca um pouquinho mais larga do que essa citada. Na minha fase de descoberta do câncer, lembro-me de ter acordado e colocado automaticamente a mão no seio esquerdo. Confesso que nem eu e nem a minha ginecologista na época tínhamos esse costume. Cresci ouvindo a respeito do diagnóstico como na história do Harry Potter, onde não se podia “nomear” o grande vilão da história para não atraí-lo. Hoje, convivo com 13 centímetros que me fazem, diariamente, certa diferença frente ao espelho e na minha forma de enxergar os processos da vida. O mais estranho de escrever sobre isso é que mesmo 3 anos após o diagnóstico de câncer de mama e de quase 7 meses desde a ultima cirurgia, esse assunto ainda é um grande mistério pra mim: Eu ainda não sei explicar a sensação que nasceu aqui dentro logo após o recebimento do diagnóstico e da notícia de ter que tirar completamente uma das mamas . Inicialmente, sabia que tinha que ficar bem e aceitar toda aquela situação para não dificultar todo esse processo aos que me amam e que também estavam sofrendo com a notícia. Depois, fui me (re)descobrindo e assim, agradecendo a cada oportunidade de “renascer” tão jovem. Sem o diagnóstico, a probabilidade de amadurecer tão menina seria quase inexistente e não tenho vergonha em assumir isso. Se questionar o por quê das coisas faz parte do nosso processo individual e natural de aceitação, mas confesso que meu tempo de permanência dentro desse “buraco” durou até que relativamente pouco. Me questionei apenas uma vez sobre isso e no mesmo dia, olhei pra dentro e me perguntei friamente: ‘Pera aí, mas por que não comigo?’. Colocar-me como um ser humano nada diferenciado de qualquer outro foi o que precisava para aceitar todo o diagnóstico e passar a me fazer a pergunta correta: “Em quem essa experiência com o câncer pode me transformar?”. E assim o câncer chegou, trouxe um milhão de coisas novas e só levou embora a minha mama. Que por sinal, graças às próteses, estão como eu sempre quis. O resto (pelos e cabelos) foram estados temporários e reversíveis. Meu foco era totalmente na cura. E como sempre fui muito vaidosa, aquele processo de perder pelos, cabelos e ganhar peso, foi de verdade, encarado como uma grande libertação. Mas foi o “meu”
processo. Cada vez mais, acredito na ideia de que o nosso organismo não esteja acostumado a tantas agressões internas. O meu não estava. E a minha cabeça em relação às mudanças também não. Leva um tempo até você se acostumar e dizer que é natural. Esse tempo pode ser rápido para uns – como foi para mim - ou extremamente lento para outros. Aceitar que não teria um seio natural foi um processo que, pelo menos pra mim, exigiu algumas longas e solitárias “conversas internas” frente ao espelho. Hoje penso que são as minhas cicatrizes que mostram e relembram o meu caminho - e isso é lindo. Entre todas as minhas inseguranças e questionamentos sobre isso, também posso dizer com toda convicção e emoção desse mundo: a falta do meu seio também me ajudou na transformação de uma mulher um pouco mais forte, carregada de testemunhos... Mas talvez você, paciente com câncer de mama e também mastectomizada, talvez você não queria saber exatamente sobre essa fase mais grata de uma – pesadamente falando - mutilação. Talvez você se olhe no espelho e se questione de algo que independe dos seus pensamentos – e de suas reações: Como posso me “apresentar” a sociedade assim? Como posso retomar a minha vida, seguir em frente e ser aceita pelo meu parceiro com uma “bolinha” mais dura no lugar de um colo macio, ou também por vezes, sem essa bolinha... Ai, eu também abro meu coração e te digo claramente: Tamojunto! Mas quando penso em expor o meu corpo futuramente (ou até de entrar em um provador de roupas com amiga por perto), isso pode até me preocupar um pouco, também faço o exercício de lembrar a minha história. Então, como num passo a passo, eu respiro fundo e sinto um grande orgulho por chegar onde cheguei: Eu não sou – e nunca fui - aquilo que me falta! Você também não é – e nunca será – aquilo que também te falta! E agradeço a maturidade que recebi junto aos meus 13 centímetros para reconhecer isso. Quanto ao colo macio e as cicatrizes, não se preocupe e reflita: Talvez, e apenas talvez, a aceitação do próximo dependa única e exclusivamente da sua. Leve seu tempo para (se) aceitar... e depois, siga em frente! Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com
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Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
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Veículos
Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
Sete lugares Carros de sete lugares acolhem bem os ocupantes, mas ‘maltratam’ as bagagens
por EDUARDO SODRÉ/RODRIGO MORA/folhapress
Um casal, três filhos e com o uso de bagageiros de teto numerosas é buscar um modelo Versões com motor 1.8 flex (132 um sedã compacto. O DJ em caso de viagem. Robson Garcia, 33, logo
O acessório, que lembra o casco
maior, que exigirá um investimen- cv) são as mais indicadas, pois to proporcionalmente grande.
descobriu que essa combinação de uma tartaruga, é fixado em Quem não liga para status, prenão daria certo. Seu Ford Fiesta
barras transversais e custa de R$ cisa do porta-malas e gosta de
ficou pequeno com a chegada 600 a R$ 3.000, de acordo com o câmbio manual terá no furgão da caçula Hélio, de 1 ano.
material e a capacidade.
“Precisei de um carro maior, com Outra alternativa para as famílias sete lugares, pois as cadeirinhas ocupam muito espaço”, conta Garcia, que optou por uma minivan Chevrolet Spin LTZ com câmbio automático. Isso resolveu os problemas nos deslocamentos urbanos, quando um dos assentos infantis é colocado no assento embutido no porta-malas. Porém, em viagens, há outra questão complicada. “Dá para levar a família com conforto, mas o espaço que sobra para as bagagens é pequeno”, diz o DJ. Com o uso da terceira fileira de assentos, o porta-malas na Spin cai de 563 para 162 litros até a borda superior do encosto. Para comparar, a capacidade de um Volkswagen Gol é de 285 litros. Tartaruga Quem tem uma Nissan Grand Livina passa pelo mesmo problema, que pode ser contornado
oferecem desempenho razoável. A versão com sete lugares custa a partir de R$ 69.390. Todos os modelos citados têm
Fiat Doblò a opção mais em ar-condicionado e direção hiconta.
dráulica como itens de série. Folhapress
Veículos
Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015
Mas é possível ter muito suficientes para quatro ou mais luxo, desde que haja cinco mochilas grandes. disposição para gastar
Ou seja: não dá para cru-
mais de R$ 100 mil.
zar o país com seis ou sete ocupantes no carro, mas
Necessidade
uma viagem até o sítio
Os carros de sete lugares no interior não apertará são os mais bem-sucedidos ninguém. em evidenciar as necessidades de seus proprietários.
Alto luxo
A família a bordo de um
Quem parte para um Land
Fiat Freemont geralmente Rover Discovery 4 mostra inclui dois filhos pequenos.
que, além de ter um conta
De vez em quando, o carro
bancária bem mais polpu-
transporta amiguinhos de
da, realmente precisa de
escola ou leva os avós nos sete lugares -e que eles passeios -daí a necessi-
precisam ser confortáveis,
dade apenas eventual da com direito a saídas de terceira fileira, raramente ar-condicionado. usada nas viagens.
Porém, quem precisa levar
Situação similar vive o dono
seis ocupantes e muita
do Hyundai Grand Santa
bagagem encontrará na
Fe. Porém, nesse caso, há minivan Chrysler Town um pouco mais de folga & Country (R$ 219,9 mil) para as bagagens. Mesmo
uma solução única: além
com todos os assentos em
de esbanjar conforto para
uso, sobram cerca de 380 todos, tem porta-malas de litros livres no porta-malas,
934 litros.
9 Folhapress
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Jornal do Meio 785 Sexta 27 • Fevereiro • 2015