Braganรงa Paulista
Sexta 3 Abril 2015
Nยบ 790 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Para pensar
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
Páscoa! por Mons. Giovanni Baresse
Vocês devem estar sem-
celebrar a Quaresma e, nela, a
nome. Tudo isto seria somente
ternidade divina sobre todos. A
pre prontos para dar as
Semana Santa. O recordar, o fazer
uma grande tragédia. Revivida
afirmação da vontade de Deus
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
razões de sua esperança!
memória dos passos sofridos do
a cada ano. Se não houvesse a
para que sejamos filhos e filhas.
(1 Pedro 3,15). Esta afirmação de
Cristo (os Dele inocentes) nos
certeza da Ressurreição. Nós
Um dado da fé que nos empurra
São Pedro é uma das provocações
leva a perceber os passos sofridos
recordamos o caminhar sofrido
a nunca desanimar. A ser capazes
mais instigantes ao testemunho
de todos os seres humanos (os
do Cristo à luz de sua Vitória.
de enfrentar as estruturas de
de vida que a Sagrada Escritura
nossos ocasionados por nossos
Porque o seu caminho é o nosso
destruição da dignidade humana.
nos apresenta. Pedro chama ao
erros ou erros dos outros). As
caminho. E, se temos certeza
E a proclamar com toda a força
testemunho competente, con-
quedas sob a cruz (as Dele por
que a luz da Vida brilha sobre o
a realeza-serviço do Senhor do
tinuado, entusiasta e cheio de
nossa causa) nos recordam
aparente absurdo de tantas dores,
Universo. Para que a sua glória
esperança. Podemos imaginar
nossas quedas (as nossas por
Nele ressuscitado encontramos
seja vista na realização do pro-
isso no ambiente de perseguição
nossas fraquezas e limitações).
a força para não desanimar e
jeto de Amor de Deus sonhado
do império romano no qual as co-
As cusparadas recebidas por
caminhar na Missão até as úl-
quando da criação do ser humano
munidades cristãs viviam. Como
Ele recordam as cusparadas que
timas consequências. Páscoa,
à sua imagem e semelhança. A
viver a fé com o olhar mergulhado
damos ou tomamos (porque Ele
nós todos sabemos, recorda o
obra da criação continua hoje
na esperança se a realidade era
só as sofreu). Os xingamentos
caminho de libertação que Deus
na luta para restituir a todas
de tortura, sofrimento, dor, per-
recebidos por Ele são frutos
traça para seu povo escravizado.
as pessoas o rosto brilhante
seguição e morte? Sem dúvida a
da ignorância e da ingratidão.
Porque Deus nos criou livres. Se
de Deus que é Amor. Um rosto
razão estava alicerçada Naquele
Os sofridos por nós (ou dados
recordamos a Páscoa histórica
que está desfigurado por tanta
que vencera a tortura da cruz e
por nós) acumulam as mesmas
de Israel, é porque ela é tipo da
maldade e injustiça. Um rosto
ressuscitara. Estava vivo. Era
causas recheadas dos desejos
nova Páscoa: a libertação do
que devemos limpar. Para essa
Senhor e Vencedor. Essa é a fé que
de vingança, ganância, egoísmo,
pecado, de seus frutos. Saben-
missão o Senhor nos convoca.
a Igreja sempre proclamou. E que
violência... Houve uma Verônica
do que a última palavra sobre a
E seu apóstolo Pedro nos diz que
seu exemplo, nos lembremos da
proclama. Fé pela qual a Igreja
para aliviar sua dor. Há Verônicas
nossa vida é sempre a palavra
devemos ser competentes e estar
missão de todos nós: converter a
viveu e vive! Sem a ressurreição,
em nossos tempos. Capazes de
da Vida que Deus nos dá, vamos
alerta! Vivemos a terceira semana
nós todos, Igreja, para que sejamos
sem a vitória sobre a maldade e
enfrentar a sanha dos tortura-
encontrando forças no Cristo
santa sob o pastoreio e ministério
portadores da luz do Evangelho
todas as suas faces não haveria
dores. Cruz, cravos, coroa de
e na sua Igreja para viver com
do Papa Francisco. Em tempo de
a todos os lugares e a todas as
nenhuma esperança e nenhum
espinhos, nudez.
Marcas do
fidelidade a escolha de sermos
primavera no hemisfério norte. Em
pessoas. Que a Páscoa seja Páscoa
sentido em viver (1 Coríntios 15,
Seu sofrimento. Marcas que se
cristãos. De termos assumido
tempo pascal. Tempo de liberdade
para todos: dignidade, liberdade,
12ss.). Por isso é que faz parte
repetem em nossos dias. Uma
o compromisso de continuar a
e de esperança. Que com ele nós
realização. Como Deus sempre
da Tradição da Igreja, de sua
sepultura. De outros. Apressa-
missão do Senhor: o anúncio
caminhemos para a realização do
quis e continua querendo!
vida vivida ao longo dos séculos,
da. Igual a de tanta gente sem
da Boa Nova. A verdade da pa-
sonho de Deus e que, seguindo
Feliz Páscoa!
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
Momento Pet
Obesidade felina por Dr. André Alessandri
Bom dia meus queridos leitores! Hoje vou falar da obesidade em felinos, caso recorrente em nossos atendimentos. Os gatos são conhecidos por terem uma vida menos ativa comparada a maioria dos cães. Estima-se que de 25% a 30% dos felinos domésticos são obesos. As maiores causas ainda hoje são dieta não balanceada e falta de atividade física. Contudo, existem também outros fatores, como raças pré-dispostas, idade, alteração hormonal causada pela castração e doenças hormonais. Os riscos da obesidade estão relacionados com problemas articulares, cardiovasculares, respiratórios, diabetes, problemas de trato urinários, de pele etc.. Confira nas ilustrações como avaliar se o seu animal esta obeso:
Saiba evitar que seu animal se torne um obeso: • Alimentação: deve ter critério quanto à forma que é oferecida e quantidade. Um médico veterinário pode ajudá-lo a encontrar a dieta ideal; • Costumo indicar que os comedouros sejam colocados em lugares em que o animal tenha certa dificuldade de chegar até ele, pois os felinos são caçadores e devem ser estimulados; • O proprietário deve reservar de 5 a 10 minutos por dia para estimular o seu felino a atividades físicas, seja com bolinhas, brinquedos ou outra coisa que o atraia. • O ambiente deve ser enriquecido com arranhadores e tuneis onde ele possa entrar para estimulação da atividade física. Para dúvidas e sugestões de matéria, enviem-nos uma mensagem no facebook da nossa clínica veterinária 24 horas. Um abraço e boa semana a todos!!
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Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
por Shel Almeida
A ligação de Fabiana Dias com
que eles são normais, só são diferentes.
crianças especiais sempre foi muito
A minha intenção com esse projeto, com
próxima. O irmão gêmeo, Fábio,
essas imagens é isso, tirar esse estigma,
tem Síndrome de Down, ela passou a vida
contribuir para que a sociedade olhe
acompanhando seu desenvolvimento e
para eles de forma mais natural. Uma
procurando maneiras de proporcionar
mãe, que o filho tem autismo, veio me
a ele mais qualidade de vida. É bonito
agradecer, porque pela primeira vez ela
de ver Fabiana falando do irmão Binho,
conseguiu ter um registro em imagem
com tanto carinho.
do filho dela sorrindo. Isso é muito gra-
Se o mais comum é ver mães envolvidas
tificante”, comemora.
com a vida de crianças especiais, Fabiana mostra que não precisa ser assim, qual-
Se abrir para o diferente
quer familiar pode - e deve - se envolver.
“A maioria das pessoas não imagina
Os dois são muito unidos, como é comum
o quanto podemos aprender com os
entre os gêmeos, e ele adora dizer que
portadores de necessidades especiais,
eles são idênticos. “Ele sabe que somos
principalmente com as crianças. Às ve-
gêmeos e fala para todo mundo que somos
zes estamos tão presos à perfeição das
iguais. Ensinei minha filha a chamá-lo
formas físicas e aos aspectos materiais
de tio, e ele se sente o máximo, é o Tio
que esquecemos de observar a riqueza
Binho. Ela adora, porque ele brinca com
oculta na sua essência. Eu tenho a feli-
ela de igual para igual, não tem as bar-
cidade de ter um irmão com Síndrome
reiras que a gente tem. Ele é uma criança
de Down e como fotógrafa, hoje, atuo
também, a idade mental dele é de quatro
diretamente no convívio de crianças
anos. Sempre foi muito natural para mim
especiais, e posso afirmar que elas me
participar da vida dele, não sei como seria
ensinam muito. Aprendi que a alegria de
se tivéssemos uma diferença de idade, se
viver, a força interior, a determinação, a
seria diferente, acho que não. Conforme
vontade de ser feliz e a capacidade de
eu fui crescendo, fui buscando aprender
adaptação são mais evidentes nessas
mais coisas sobre a Síndrome de Down.
crianças. Cada obstáculo vencido na
Fui pesquisando para entender ele me-
busca da realização de um objetivo é
lhor. Muitas pessoas não entendem e não
demonstrado através de explosões de
procuram entender, às vezes pessoas da
alegria e felicidade. Esses pequenos
própria família.
podem nos ensinar lições valiosas como
É comum, por exemplo, uma pessoa chegar
respeito, dignidade, força, determinação,
e não falar com ele, falar só comigo. Aí
perseverança, compreensão, compaixão,
olha para mim diz: ele é quieto!. Claro,
gratidão e, principalmente, amor.
se você não falar com ele, ele não vai res-
Infelizmente uma grande parte da
ponder, porque ele é educado. Age como
sociedade prefere evitar um convívio
se ele não estivesse ali”, conta.
mais próximo com pessoas portadoras
Projeto Casulo
Fabiana e Fábio , irmãos gêmeos com o coração idêntico.
Fabiana registra as atividade de forma natural, mostrando as crianças como elas são.
de necessidades especiais. Na verdade, essa falta de um contato mais direto, seja
Criado por Rita Leme, o Projeto Casulo
por medo do desconhecido, desinteresse
tem desenvolvido atividades de recreação
ou indiferença, impede o aumento dos
com crianças especiais todo sábado, no
ganhos recíprocos e da mútua aprendi-
salão da Igreja Coração Imaculado de
zagem que esses relacionamentos podem
Maria, no bairro do Cruzeiro. Em outubro
oferecer,” analisa.
de 2014 o Jornal do Meio conversou com
Além disso, é importante para as crianças
Rita, que contou sobre o sonho de criar
especiais se sentirem acolhidas. Por mais
um lar de acolhimento para crianças e
que algumas vezes elas não tenham o
adultos especiais. Mesmo que ainda o Lar
entendimento do que é preconceito, elas
Casulo seja algo que irá se concretizar
percebem quando são tratadas de maneira
a longo prazo, Rita achou importante e
diferente por alguém. A família é quem
necessário oferecer um acompanhamento
mais sofre com a situação.
às crianças especiais além dos muros da
“Quando isso acontece, ele percebe, mas
APAE, onde trabalha há vinte anos. Fábio
não entende, mas eu entendo, minha mãe
e Fabiana estão com ela todo sábado.
entende. É preciso encontrar formas de
“Eu comecei a fotografar por influência
mostrar para as pessoas que a convivência
dele. Ele gosta de sentar na frente da
e, acima de tudo, o respeito é fundamental.
televisão e fotografar tudo, cada cena ele
Receber mais espaço na mídia, como essa
registra. Depois ele pega a câmera e fica
matéria, é de extrema importância para
olhando todas as fotos. Ele sabe como
educar as pessoas. É a representatividade
cada pessoa estava vestida, o que estava
também é outro fator que faz a diferença.
fazendo. Essa é um característica de quem
Meu irmão quando viu o filme Colegas, se
tem Down, eles são muitos metódicos e
sentiu muito feliz, porque ele percebeu que
detalhistas. Quando a Rita contou que
os atores são pessoas como ele”, conta.
Rita Leme trabalha com crianças especiais há mais de 20 anos e criou o Projeto Casulo para atender além dos muros da APAE.
iniciaria as atividades do projeto, eu me ofereci para fotografar e ela adorou.
Para conhecer mais sobre o Projeto Ca-
E eu fotografo eles sendo eles mesmos,
sulo e conferir mais imagens dos registros
nada posado, assim eles se sentem mais
fotográficos feitos por Fabiana, acesse:
à vontade. E depois adoram se ver nas
www.facebook.com/pages/Projeto-Casu-
fotos. Dessa forma consigo captar ima-
lo/1529986563919107
gens mais naturais, registrar momentos
Os atividades do Projeto Casulo acontecem
de alegria, de descontração, para que as
todo sábado, das 14h às 16h, na Igreja Co-
pessoas que não convivem com portado-
ração Imaculado de Maria, que fica na
res de necessidades especiais percebam
Rua Glória, s/n, no bairro do Cruzeiro
Os jovens voluntários do Abraço Social também participam do Projeto Casulo, oferecendo dedicação e carinho crianças especiais.
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
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Reflexão e Práxis
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Lenço Cor de Rosa
Altar-(?), mesa da igreja Camareiro
Conjunção adversativa (Gram.)
Grupo separatista basco que depôs as armas em 2011
Delonga; atraso Acanhamento
A
Cunhambebe, por sua tribo Versos
Rádio (símbolo)
O Brasil, na Copa das Confederações
I O O antigo território do Guaporé (sigla)
Cantora do grupo Tribalistas
Central Geral dos Trabalhadores (sigla) Conjunto de medidas econômicas (pl.)
Órgão que regula a pressão (?)-folhas, arterial doce em Guerreiro camadas do Japão feudal Triste, em inglês
Uso original de Guantánamo 1.000, em romanos Necrópole de faraós, nas montanhas de Tebas
Característico Museu carioca
O herói da Revolução Mexicana Esfera
O chantili, por sua consistência
Posição de largada dos carros na F1 Jazida (Geol.) Verbo de ligação
(?) drive: possui memória flash (Inform.) Sóror (síncope) Outorga; concede
Vantagem; conveniência
Participo da caminhada Meio de propagação do vírus da gripe
Sereia do folclore brasileiro
BANCO
Érbio (símbolo) “(?) em Teto de Zinco Quente”, peça de Tennessee Williams
Arco, em francês Município de SC
Jogos que você já conhece em um
NOVO formato Acabamento em Espiral
+
Capa Dura
Carta para Celeste
“(?) the rocks”: o uísque com gelo
de 75 jogos
1
Solução
C A R A T E R
Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br
A maior do mundo é a harpia
Tolos (fig.) Temperamento
(?) Berners-Lee, o criador da web
A A V E R B M A R
na Espanha, e o IRA, na Irlanda; com o extermínio de etnias inteiras na África, com crianças sendo mutiladas por inimigos ou por morte e mutilações em minas terrestres; na posição de intransigência de China e dos EUA com relação a região de Formosa; nas atrocidades ocorridas no Timor; e em tantos outros casos conhecidos ou não que ocorrem no mundo da liberdade unilateral norte-americana. Se Herbert Marcuse estava correto ao afirmar que a saída encontra-se nos países mais carentes, qual seria nosso papel mundial se todos estes países disputam o mesmo capital especulativo para mover sua economia, ao preço do aumento de sua dependência externa que hoje se atrela com a questão da soberania territorial, financeira e cultural? Varias perguntas poderiam ser formuladas, mas a que parece mais urgente é a de como poderíamos pensar tais problemas em uma situação de privação que enfrentamos hoje? Como não nos ater a questão mais imediata da sobrevivência diária neste caos sócio-cultural e financeiro? Como discutir sobre esferas das quais não temos certeza sobre seu funcionamento, se nem ao menos conhecemos sua lógica básica? Alguns dirão que estas seriam questões para acadêmicos e suas conferências, mas e as pessoas que sentem isto todo o tempo? Elas não merecem ser ouvidas, opinar sobre seu destino? Ou devemos agir como os tecnocratas que lidam com números frios, expressos em tabelas e gráficos mais facilmente analisados e manipulados? Parece ser preciso trazer de volta o elemento humano para as discussões porque este seja talvez o principal elemento perdido no “vazio histórico” que experimentávamos até o dia 11 de setembro de 2001, data que marca outra conseqüência destes arranjos políticos contra a nação tida como parâmetro e horizonte a ser seguido devido seu poderio econômico e militar, com suas instituições políticas estáveis e defensoras de povos fracos e oprimidos por inimigos antidemocráticos, sem que esta “grande nação”, os EUA, se dê conta de que o papel de opressor cabe a ele. Devemos pensar ainda qual será o posicionamento norte-americano frente as mudanças no cenário político internacional, principalmente, agora que a distribuição de forças militares, margeadas ou não pelo fundamentalismo religioso, seja ele muçulmano ou não, pois como se sabe os EUA sempre enfrentam fanáticos religiosos de origem batista, passa a se acomodar sem sua supervisão, direta ou indireta. Portanto, sem uma posição, ainda que temporária, não se pode ou se deve especular sobre o que estará por vir.
© Revistas COQUETEL
Fixa o (?) West, preço do atriz dos petróleo EUA no Brasil Sistema de cor usado na TV dos EUA O Amazonas (bras.) Incolor
Asteroide que possui satélite natural
C R E M O S O
Eric Hobsbawn propõe que o século XX teve início com a 1a Grande Guerra, em 1914, e terminou com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Se aceitarmos tal proposta, teremos toda a década de 90 como um “vazio temporal” onde a própria História esperava ser repensada a luz de novos acontecimentos. Um deles seria a adoção integral da lógica capitalista neoliberal, com o aumento da esfera de atuação do mercado, através da transformação quase integral da sociedade em produtos a serem disputados e consumidos por países extremamente desiguais em suas possibilidades de consumo, seja ele humano ou monetário. E pior, esta deveria ser a lógica a ser seguida a partir de agora, como disse Schoëreder, primeiro-ministro alemão: “A igualdade de oportunidades no mercado deve ser mantida sem a resolução das desigualdades sociais”; posição facilmente defendida por um país europeu ocidental. Outro seria os novos arranjos políticos que ocorreriam no Leste Europeu; como o confronto que aconteceu na Iugoslávia após a morte do Marechal Tito, única figura política que conseguia personificar a união de etnias distintas em um único país. Com a sua morte, o expansionismo sérvio expresso no desejo de construir a chamada Grande Sérvia, desejo que existe desde o século XII, visualiza uma possibilidade de se efetivar. O líder de tal idéia seria Milosevic, líder sérvio que reedita na Europa Oriental os campos de concentração e extermínio confinando muçulmanos, bósnios, albaneses. Vale dizer, que ainda hoje a região encontra-se em conflito como os existentes entre a Macedônia e a Albânia, este o país mais pobre da Europa com 37% de sua população vivendo em cidades o que contraria toda a lógica de desenvolvimento europeu. A reflexão que deve ser feita é a de como vamos nomear este “vazio histórico”, se nele o mundo experimentou novos arranjos políticos e, experimenta agora, a decadência da hegemonia financeira dos EUA, da Europa Ocidental e do Japão? Como entender a nova distribuição do capital pelo mundo que migra agora para o Sudeste Asiático, para os chamados Tigres Asiáticos, países com mão-de-obra barata e qualificada que não respeitam tratados ambientais, normas de segurança de trabalho, leis trabalhistas e que são dependentes da tecnologia japonesa e do capital estrangeiro, notadamente o norte-americano? As expressões destes novos arranjos políticos encontram-se desde o crescimento dos movimentos neonazistas em todo o mundo, no abandono do continente africano, exceção feita a África do Sul, baluarte do domínio branco disfarçado na idéia de superação do racismo, sem a resolução dos problemas da maioria da população negra, no aumento de conflitos étnicos em todo o mundo, com expressões desde o atentado terrorista aos EUA, mas também aos atentados de grupos separatistas como o ETA,
A cor do luto, no Declarar Ocidente em nota, à margem de um registro Peça musical como “La Donna è Mobile”
A A N T S P I N M O A S I O O N T E C G T A R I T A T A G A P R R E I A N D
por pedro marcelo galasso
www.coquetel.com.br
P M R I A E D E R A T A I C A M O R T A M O R I S A M I M R O M I L A D T P S E M I L Z A P A B M I N O S C O L E D O S A R A
de 90 do século XX
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
S B A M U R V A I
O Mundo pós-Década
2/on. 3/arc — ida — pen — sad — tim. 4/grid. 11/base militar.
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por Evelin Scarelli Querida Celeste, chegou o momento de fazer um texto para chamar de seu. Texto para agradecer sua existência – e agradecê-la pelo impulso ao descobrir a minha. O tempo correu, nosso planeta girou, as estações mudaram por alguns anos e a sensação de gratidão continua a mesma. Lembro-me com perfeição da minha primeira frase ao te receber em meu facebook com sua careca exposta e sorriso estampado ao rosto: Sim! Existem anjos na Terra. É exatamente isso que você representa aqui dentro de mim. E é sobre isso que tanto me emociono ao poder escrever e mostrar às pessoas o poder da influência positiva que só o “acreditar” modula, muitas vezes reforma – e assim, transforma. Quando eu ainda não me conhecia, você acreditou em mim. Aí de longe, no Espirito Santo, ainda sem abraços ou braços, ainda sem vozes, sons de risadas e contemplação do silêncio. De você, querida Cê, nasceu a iniciativa do Lenço Cor de Rosa – inspiração para o projeto que hoje já atendeu e levou esperança e acolhimento à mais de 1.500 mulheres gratuitamente por esse País. Mais de 1.500 mulheres presenteadas pela mesma oportunidade de poderem, através do grandioso sentimento de gratidão, retransmitir o amor e a consciência pela dor do próximo. Mulheres que foram surpreendidas pelo toque do “amor desconhecido”, o e mesmo amor que nos uniu e assim gerou raízes e sombra para os nossos momentos de descanso. Querida Cê, que poder o “acreditar” tem. Quais poderes podemos realmente ter, quando usamos apenas do amor para mostrar o caminho ou apenas fazer companhia diante a jornada do outro? Muitas vezes, podemos nos sentir para baixo ou sem esperança em nós mesmos. O mundo anda um tanto quanto impiedoso, como o poeta Cartola tocantemente nos presenteou em “O mundo é um moinho”. Muitas vezes, somos condicionados a pensar e a limitar nossas capacidades e intenções, mesmo quando nos encontramos naquele ponto do que consideramos humanamente correto. Muitas vezes, somos o nosso próprio mundo, nosso próprio carrasco. Acreditamos que por sermos humanamente imperfeitos, encontramo-nos longe do merecimento de uma vida farta de felicidade – e muitas vezes, farta de saúde. Junto a minha iniciativa de acolher uma até então desconhecida que enfrentava o mesmo problema que eu, nasceu o reconhecimento mais lindo e bem aproximado dos conceitos cristão que aprendi quando pequena: Deus está em todas as coisas. No orvalho que abraça as
folhas pela manhã, no sol que toca apenas um lado da montanha... No barulho do digitar de um teclado, na compaixão por uma história, no sorriso à um desconhecido. Deus está em todas as coisas... E está, principalmente, aqui dentro do peito. Querida Celeste, alguns seres humanos, muitas vezes inconscientemente, carregam em suas palavras o sopro da vida. “Que você continue forte”, “Que suas palavras sirvam para ajudar muitos e muitos por essa jornada”, “Que você descubra sempre o seu tamanho frente ao mundo”, “Que seu amor seja sempre recompensado”, “Que você tenha um bom dia – uma boa vida”, “Eu reconheço seus erros, pois enxergo neles cada um dos meus. Também preciso crescer...”. Ter fé é um desafio dos mais difíceis. É como a eletricidade: Você não pode enxerga-la, apenas enxerga a luz. Entretanto, o mesmo Criador nos concedeu o desafio de vencer a maior fé implantada aqui nesse planeta: O de termos fé em nós mesmos. Graças ao seu sopro, o desafio foi aceito – e se tornou diário. Muito obrigada por ter me ensinado o caminho. Desejo ao mundo mais pessoas como você. Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com
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Comportamento
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
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O amor segundo a ciência Pesquisadores apontam que humanos farejam parceiros antes de amá-los, que paixão mexe com o cérebro como a cocaína e até propõem receita infalível para um casal se envolver por JULIANA VINES/folhapress Crédito: Folhapress
N
ão é obra do destino nem resultado de uma conjunção astral. Segundo a ciência, o que faz uma pessoa se apaixonar por outra é uma mistura de fatores biológicos e sociais, já testados e comprovados por estudos no mínimo curiosos. Por exemplo: para provar que opostos se atraem, um trabalho de pesquisadores suíços descobriu a capacidade humana de “farejar” diferenças genéticas até em camisetas suadas. As voluntárias relatavam que o cheiro dos homens com o sistema imunológico mais diferente era mais agradável. Inconscientemente, ao buscar parceiros com tal característica, estamos fazendo com que nossos filhos tenham um arsenal imunológico mais variado, e assim sejam mais resistentes a doenças. Outro estudo, do psicólogo americano Arthur Aron, foi mais ousado: propôs nada menos que uma receita para deixar duas pessoas apaixonadas. Trata-se de uma lista de 36 perguntas, várias bem pessoais, que os voluntários deveriam fazer um para o outro. Sua teoria: a rápida transição do desconhecimento para a sensação de intimidade está fortemente ligada à paixão. Entre as perguntas, estão coisas como “quando
foi a última vez que você chorou na frente de alguém?”, “qual é a maior conquista que você já conseguiu?” e “diga algo que você gostou em mim que você não deveria dizer a alguém que acabou de conhecer”. Veja a lista: folha. com/no1607639. A receita funcionou para a professora americana Mandy Len Catron, que recentemente relatou seu final feliz em um artigo no jornal “New York Times”. Ela própria, porém, faz uma ressalva à fórmula: se duas pessoas se dão ao trabalho de sentar numa mesa e testar uma receita de paixão, afinal, é porque elas já estão no mínimo bem dispostas sobre o possibilidade. No campo da bioquímica, vários pesquisadores tentam rastrear quais substâncias fazem o cérebro emitir a sensação de paixão. São várias: a ocitocina, hormônio relacionado à maternidade, mas também ao vínculo entre um casal, a dopamina, neurotransmissor liberado durante atividades prazerosas --ou durante o uso de cocaína--, e os opioides, também ligados ao prazer e... bom, ao uso de heroína. “O sistema de recompensa do cérebro faz uma conexão entre características do parceiro e as sensações. É como se nos tornássemos viciados no nosso amante”, afirma Larry Young, professor da Universidade Emory (EUA) e autor de “A Química entre Nós” (Best Seller, 350 págs., R$ 45). fatores sociais Se a biologia quer puxar a brasa da paixão para o seu lado, a antropologia estuda as consequências da natureza humana na sociedade. Josefina Pimenta Lobato, autora de “Antropologia do Amor” (Autêntica, 144 págs., R$ 44), aponta várias características sociais comuns em relacionamentos amorosos. “O sucesso econômico, no caso dos homens, exerce atração nas mulheres; já a beleza das mulheres é um fator importante para eles. A atração por pessoas da mesma classe social é outro ponto a ser considerado, a maior parte dos casamentos se faz assim.” O psicólogo Ailton Amélio, professor da USP especializado em relacionamentos amorosos, lembra que diversos estudos já mostraram que o amor acontece entre pessoas próximas, tanto no aspecto físico (entre moradores de um mesmo bairro, por exemplo), quanto ideológico, social e econômico. “Em geral, o amor está mais perto do que você pensa, ou seja, em um certo raio de distância”, afirma. Para a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP, mais do que proximidade, é preciso aceitar perder o controle da situação. “Para se apaixonar é necessário um grau de desprendimento e entrega. Conheço pessoas completamente refratárias à paixão. Se você estiver no controle o tempo todo, é possível passar pela vida ileso a esse sentimento.” Apesar de tantas teorias, o psicanalista Jorge Forbes acredita que o fator mais interessante da paixão não esteja ao alcance da ciência: “Não nos apaixonamos por quem queremos e as pessoas das quais gostamos nem sempre nos apaixonam por nós. Isso é o mais inquietante e insolúvel.”
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Veículos
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
Jeep Renegade Jeep Renegade quer ir além do asfalto
por RODRIGO MORA/FOLHAPRESS
Assim como os períodos geológicos, o segmento de SUVs compactos nacionais pode ser dividido em eras. A primeira delas engloba as origens de Ford EcoSport, Renault Duster, Chevrolet Tracker e Mitsubishi ASX. A nova etapa é reservada aos recém-lançados Jeep Renegade e Honda HR-V -além do Peugeot 2008, que será lançado em abril. A divisão justifica-se não só pela quantidade, mas pela intensidade das tecnologias que os novatos trazem para a categoria. O Renegade, contudo, quer ir além. O novo Jeep brasileiro é o único a trazer suspensão traseira do tipo McPherson, composta por rodas independentes, braços transversais e barra estabilizadora. Só ele tem motor diesel, combustível queimado até então apenas por SUVs acima dos R$ 100 mil. O HR-V acompanha o Renegade em itens como assistente de partida em aclives, controles de tração e estabilidade e freio de estacionamento elétrico. Mas fica nos quatro airbags, enquanto o Jeep pode chegar a sete. Teto solar no Honda? Talvez numa próxima renovação. O Renegade tem dois tipos: um de vidro, panorâmico, e outro de plástico,que pode ser removido e guardado no porta-malas -que tem escassos 260 litros, ante 422 l do 2008 e 437 l do Honda. Curiosamente, é menos do que pode carregar o Fiat 500L (343 l), com quem o Renegade compartilha a moderna plataforma “Small Wide”.
Herança 4x4 Por características tanto técnicas quanto mercadológicas, SUVs urbanos são feitos para a cidade. EcoSport e Duster até oferecem versões 4x4, mas o sistema de tração desses modelos quase nunca é requisitado. O Renegade é tão urbano quanto os rivais, mas adiciona as habilidades para o fora de estrada que são a essência do DNA da Jeep. E reside aí, mais do que na lista de equipamentos mais polpuda ou do que no motor turbodiesel, o maior apelo do Renegade: diferenciar-se conceitualmente dos rivais ao apresentar mais recursos para trechos de terra. Jogar um SUV de R$ 300 mil (seja um Land Rover, um Audi ou mesmo um Jeep) numa trilha com lama e valetas pode ser desencorajador; parece não combinar com o cliente dessa faixa de preço.
Crédito: Folhapress
Veículos Mas a áurea ao redor do Renegade suge-
Jornal do Meio 790 Sexta 3 • Abril • 2015
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re o contrário: escapar da selva urbana e encarar um trilha talvez não seja tão arriscado. Os SUVs compactos mataram as minivans, que tinham exterminado as peruas no começo dos anos 2000. Quem extinguirá os SUVs compactos? Pelo que Jeep Renegade, Honda HR-V e Peugeot 2008 mostraram até aqui, ainda não há um modelo capaz de detê-los.
SUV é bom de estrada, mas falta espaço atrás O início da Rodovia Presidente Dutra -partindo do Rio em direção a São Pauloé sinuoso. O Renegade, um SUV de 1,69 m de altura, não deveria combinar com esse tipo de pista. Porém, as curvas que apareceram ao longo do caminho foram contornadas sem que fosse preciso reduzir muito a velocidade. O que poderia intimidar o Renegade se mostrou uma manobra segura. Nas retas, o Jeep disparava graças à força do motor 2.0 a diesel, bem explorada pelo câmbio automático de nove marchas. Mas há um porém: a calibração poderia privilegiar trocas mais rápidas, mas a escolha da Jeep foi pelo conforto, e não pela esportividade. O caminho longo não penalizou o motorista, bem acomodado em assentos longos e largos. A posição de guiar possui bons ajustes, com ampla regulagem de altura. O mesmo não poderia ser dito se houvesse alguém no banco de trás, onde o espaço é limitado -o assento é curto e o encosto, muito vertical. Fora da estra da, o Renegade impressionou ao superar trilhas difíceis mesmo sem pneus especiais. Na cabine, não havia o indício de esforço extra da estrutura, nem atrito de peças.
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