Braganรงa Paulista
Sexta 24 Abril 2015
Nยบ 793 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015
Judas por Mons. Giovanni Baresse
Esse é o titulo do livro de
uma pessoa ligada ao poder do
que, crucificado, ele descesse da
que Judas seria o traidor? Não
Amós Oz, escritor judeu.
Templo e da cidade de Jerusalém.
cruz. Com isso seria reconhecido
haveria no projeto de Salvação
Expediente
Chamou-me a atenção
Homem de posses, fiel fariseu.
por todos. Por isso no Getsemani,
um determinismo que levaria
pelas críticas saídas e jornais e
Foi instado pelos sacerdotes a se
diante do suor de sangue, Judas
Judas a fazer o que fez? Mas isso
revistas. Na história que Amós
infiltrar no grupo de seguidores
incentiva o Mestre a ir até o fim.
é assunto para outra ocasião. Vale
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
produz há três linhas fundamen-
de Jesus para ver seus projetos e
Para criar situação que levasse
aqui perceber a engenhosidade
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br
tais: como os judeus viam Jesus,
ações. Pouco a pouco vai sendo
Jesus preso e ao Calvário ele cria
da apresentação de Judas. No
o papel de Judas Iscariotes e
fascinado pelos gestos e palavras
uma trama com as autoridades.
entremear da visão do papel de
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
a esperança da construção da
daquele galileu. Passa a fazer par-
O beijo que ele dá em Jesus não
Judas o autor introduz a questão
convivência de judeus e árabes
te, sinceramente, do seu grupo.
era sinal para prendê-lo. Todos
da possibilidade da existência de
na Palestina. Num primeiro mo-
Acredita na sua messianidade.
conheciam o homem de Nazaré.
um estado em que judeus e árabes
mento parece um livro maçante.
E torna-se o maior incentivador
O beijo era um gesto de amor e
convivessem. Amós Oz faz crítica
Amós Oz escreve períodos longos
de Jesus para que assuma a sua
confiança. De encorajamento a
ao encaminhamento que envolveu
que parecem conduzir à falta de
missão. Sabemos que, à época, se
Jesus. E as trinta moedas não
a Palestina com as determinações,
respiração para chegar ao fim.
esperava o Messias libertador. O
eram um pagamento. Sendo ho-
especialmente, da Inglaterra no
Pouco a pouco, porém, essa difi-
novo rei que expulsaria os roma-
mem rico Judas não precisava de
final da II Guerra Mundial e na
culdade vai sendo esquecida pela
nos e devolveria ao povo judeu
dinheiro. Foi só uma manobra para
decisão da ONU em 1948. Mostra
trama interessante. A história
o esplendor e a dignidade dos
que as coisas se concretizassem.
inclusive a situação diferente de
apresenta um estudante que se
tempos dos reis Davi e Salomão.
Quando Judas viu que Jesus não
quem é judeu e quem é israelen-
vê em dificuldades de toda ordem
Judas crê que Jesus de Nazaré
descera da cruz e nela morrera,
se. Judeu é quem nasce de mãe
para terminar seu trabalho acadê-
é quem vai fazer isso. Diante da
desesperou-se. E se suicidou. A
judia e caminha pela religiosidade
mico sobre Jesus Cristo. Parece
predição que Jesus devia passar
conclusão é que Judas Iscario-
vetero- testamentária. Israelense
assunto sobre o qual não haveria
pela cruz Judas o incentiva a ir a
tes foi o único cristão porque
é quem nasce em Israel. E surge
nada a dizer além de um visionário
Jerusalém. Segundo o estudante,
acreditou na divindade de Jesus.
aí o cidadão de segunda classe.
que desejava mudar o mundo.
Jesus estava titubeante em levar
Não deixa de ser abordagem in-
Fazendo abordagem das situações
Mas, o que mais me chamou a
a cabo aquilo que ele mesmo
teressante. Que vem ao encontro
geradas pela determinação da
atenção foi o seu pensamento
dizia. Para Judas a prova cabal
daquilo que muitos têm como
ONU lembra os cidadãos árabes
sobre Judas. Para ele Judas era
da messianidade de Jesus seria
pergunta. Não estava “escrito”
que foram obrigados a deixar suas
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
propriedades onde estavam há séculos. As mortes e sofrimentos de lado a lado. E faz a crítica de não haver esforços reais para levar à convivência pacífica onde os dois povos pudessem desenvolver-se respeitando as características de cada um. Recomendo a leitura. Ajuda a pensar.
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por Shel Almeida
Vivendo há cinco anos no Canadá,
eu fiz. Eu arregacei as mangas e fui atrás
o bragantino Roberto de Farias
dos meus sonhos e não me arrependo.
está de volta à cidade natal para
Eu me graduei duas vezes no Canadá.
lançamento do livro “O Condenado”, que
Hoje, eu trabalho como tradutor e dou
acontecerá no próximo dia 9 de maio,
aulas de português e espanhol para os
às 19h, na Casinha do Lago. Segundo o
canadenses. E francês e inglês também,
autor, se trata de um “romance realista”
porque, apesar do país ser bilíngue, tem
por misturar ficção e realidade, a partir
bastante canadense que fala apenas uma
de experiências vividas por ele próprio.
das línguas. Eu vivi a maior parte do tempo
“O livro conta a história de Rosângela e
em Quebec, mas há um ano eu me mudei
Lúcio, dois jovens que precisam viver o
para Ontário, porque eu não queria perder
grande drama de amar à distância. Não
o meu inglês. Em Quebec eles só falam
se trata apenas de mais uma história de
francês e não admitem ninguém falando
amor, mas também das dificuldades em
inglês ali. Ontário é um cidade totalmente
viver meio à fraqueza e o egoísmo do ser
bilíngue”, conta.
humano. Juntos eles precisam tomar uma decisão importante e aprender a conviver
Decisão
com seus piores inimigos para, então, se-
Apesar da história do livro se basear em
rem felizes. Eu sempre quis escrever um
uma época da vida de Roberto em que ele
livro porque via nisso uma oportunidade
já estava no Canadá, é preciso entender
de mostrar uma história que mexe com
suas motivações para deixar o Brasil e se
os valores das pessoas, te ensina a tratar
estabelecer em uma país tão distante e
melhor, a enxergar as pessoas ao seu redor
diferente do nosso.
por um outro ângulo.
“Eu tinha um restaurante em São Paulo
Acho que 90% dessa história é verdadei-
e, ali, eu fui assaltado à mão armada três
ra, é a minha história mesmo. Eu dei um
vezes, em 12 meses, eu apanhei em todas
desfecho espiritualista e acho que ficou
elas. Foi uma experiência bem traumática.
bem legal. Eu precisei revisar o livro al-
Eu queria fugir dali, então decidi que o
gumas vezes e, por isso, tive que ler tudo
melhor era sair do Brasil. Comecei a fazer
de novo. E, todas as vezes que eu li, eu me
uma pesquisa e percebi que o país mais
emocionei. Eu acho que as pessoas vão
receptivo era o Canadá. Fiz o processo
gostar bastante desse livro. Eu decidi
de imigração e como era formado em
contar essa história porque achei que
Cosmetologia e Estética pelo Senac eles
era um bom exemplo para passar para
aceitaram, Esse processo demorou dois
as pessoas, em relação a valores mesmo,
anos, tive que aprender o francês às pres-
porque acho que hoje em dia a gente está
sas, porque escolhi Quebec para morar.
meio pobre disso”, explica Roberto.
Cheguei lá em maio de 2010. O governo
Distanciamento
Roberto volta ao Brasil uma vez por ano, para matar a saudade de família e amigos. “ A qualidade dos relacionamentos melhorou, mesmo com a distância”.
Para Roberto, aguentar o frio do Canadá não é tão difícil assim. O mais complicado é mesmo a distância física da família.
local me deu uma bolsa para cursar letras, eu estudei inglês, francês e espanhol. Eu
Para o autor, relembrar as próprias his-
não tinha medo antes de ir, mas depois
tória para que pudessem ser colocadas
que eu fui, quando eu já estava lá, eu sofri
no papel foi, ao mesmo tempo, triste e
muito, porque não é fácil chegar em um
terapêutico.
lugar em que você não conhece ninguém
“Eu tentei escrever o livro várias vezes,
e não tem fluência na língua ainda. Antes
mas isso mexeu muito comigo, nas três
de ir eu estava bem animado e nem pensei
primeiras vezes eu comecei e não foi para
nisso, porque era o meu sonho estudar
frente. Mas aí, quando eu alterei o nome
fora. Quando cheguei no Canadá, a pri-
dos personagens foi o suficiente para me
meira coisa que fiz foi colocar um anúncio
retirar psicologicamente da história, era o
no jornal ‘esteticista brasileiro atende
distanciamento que eu precisava. Depois
em Montreal. preços acessíveis’. Muitas
disso, o processo de escrita foi bem rápido.
de mulheres brasileiras me ligaram e foi
Eu pedi a conta do emprego, aproveitei
assim que eu comecei. E depois disso, eu
que estava inverno no Canadá, muito frio,
aproveitei todas as oportunidades que
então eu ia ficar em casa e pensei que
apareceram, passei um pouco apertado
esse seria o meu momento para colocar a
no começo, o dinheiro que eu ganhava
história no papel e fazer esse sonho virar
dava certinho para pagar as contas, e
realidade. Eu queria escrever o livro e um
nada mais. Fiquei um ano lá sofrendo,
dia poder falar para as pessoas: ‘Se você
meu contato com a minha família era via
acha que não tem condições nenhuma,
Skype. Mas o tempo para isso também era
que nunca vai ser ninguém na vida, basta
pequeno, porque eu estudava das 7h da
querer, porque existem, sim, a possibilidade
manhã às 10h da noite, todos os dias, de
de você alcançar seus sonhos’. A gente
segunda à sexta. Foi puxado, mas valeu a
tem esse entendimento, de que somos
pena. A parte mais difícil é mesmo a dis-
produtos do meio, mas se a gente não está
tância da família. O frio lá é muito forte,
contente no meio em que a gente vive,
mas isso é o de menos, é superável,
temos a condição de mudar isso, como
porque tudo lá é próprio para isso,
Roberto se formou duas vezes no Canadá e hoje é tradutor e dá aulas, é professor de português, espanhol, inglês e francês.
O sonho de Roberto de morar fora do país só se tornou realidade depois de passar por experiências traumáticas no Brasil.
Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015 tudo é equipado para aguentar o
vezes por ano aqui. E, agora que já escrevi
frio. Mas hoje em dia, mesmo com a
e vou lançar o primeiro livro, pretendo,
distância física, eu sinto que o momento
também, lançar mais um livro a cada ano,
com os meus amigos é muito mais rico do
O segundo já está quase pronto”, conta.
5
que quando eu morava aqui, a gente se vê uma vez por ano, quando eu venho para
Para saber mais sobre o trabalho de Ro-
cá mas, são momentos de melhor quali-
berto e sobre o lançamento do livro “O
dade. Agora, trabalhando para mim, com
Condenado”, acesse:
o que eu gosto e fazendo o meu próprio
www.robertodefarias.com.br ou
horário, pretendo vir pelo menos duas
www.facebook.com/robertodefariaslivros
“O Condenado” é baseado em experiências reais vividas pelo autor, o bragantino Roberto de Farias, que vive há cinco anos no Canadá.
Escritor já está com o segundo livro quase pronto e pretende lançar pelo menos um por ano.
Momento Pet
O feriado foi agitado! por Dr. André Alessandri
Reflexão e Práxis
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por pedro marcelo galasso
Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com
A Roma Brasileira, em São Paulo As terras predominantes em Israel
(?) Alves: o vencedor do "The Voice Brasil 2" Tranquilizar
Velho, em inglês Prematuro
Árvore que é símbolo do Líbano
Mesa pagã destinada a sacrifícios
A protagonista do julgamento (jur.)
Privilégio; prerrogativa
"(?) Parisien", jornal francês (?) queen, artista performático Falha
Profissional que desfila na passarela Nome da operação como "2 + 2" (Mat.) Filtrar (café) Formato aproximado da chave de grifo
"À (?)", filme com Vincent Cassel (BR) (?) da china, potente agrotóxico
Sentimento representado por um coração Papel de atores de meiaidade
Extremamente devotada (a religiosa)
BANCO
52
Solução
O R R I E G G E R M A A S
passo a me cobrar por atitudes e responsabilidades que por vezes fogem do meu controle. As vezes o tempo ficou curto, o pneu furou, você teve um dia péssimo de trabalho ou simplesmente quer ficar quieto no seu canto. Depois de todo processo de quase morte que vivenciei e que ainda vive em mim como uma ferida aberta e em processo de cicatrização, busco leveza até no simples movimento de piscar os olhos. Amigos que perdoam, entendem suas dores, compreendem o seu sumiço sem desistir de você. Vida mais leve, como aquela sensação de tomar um chá quentinho de cidreira enquanto namora a vista da pedra grande em plena terça chuvosa. Compreender o outro começa dentro do desafio de compreender a si mesmo. Quando busco em mim razões pelas quais posso compreender os meus erros, passo a entender melhor cada ação e reação do outro. Quantos conflitos internos e externos posso evitar quando passo a respeitar a dor que habita no outro antes da minha própria dor? Por quantos processos ainda teremos que passar até entendermos a magia contida na palavra altruísmo e assim passarmos a perguntar mais “O que posso fazer por você?” ou invés de “Onde você esteve quando mais precisei de você?”? Quando deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, na verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Que a gente saiba o tempo de certo de servir e ser servido. Sempre. Em equilíbrio... E que a vida seja sempre um bom punhado de lantejoulas e purpurinas que o vento sopra.
100 m2 Lição tirada das fábulas
D
Todo mundo que a gente encontra na vida está enfrentando uma batalha que você não sabe nada a respeito. Na medida do possível, tente ser gentil com próximo. Sempre! Compreender o “outro”. Taí uma das missões mais desafiadoras aqui na Terra. Você já parou para pensar em quantas situações de conflito poderiam ser evitadas se passássemos a enxergar a necessidade do outro sobreposta a nossa? “Depois que tive câncer, meus amigos se afastaram”, “Como posso ficar aqui sozinha(o) depois de tudo o que passei?”, “Fulano não me procurou até hoje. Quando ele precisar, juro que farei exatamente o mesmo...”. Acredito que todos os habitantes dentro do universo oncológico já ouviram e também até falaram frases como essas. Dentro e fora do nosso universo, pessoas cobram - e também nos cobram - constantemente por ações e reações que muitas vezes independem necessariamente do outro. Mas, Evelin, as pessoas se afastaram de você depois da notícia do seu diagnóstico? Sim, algumas, mas não as culpo por isso. Eu também já me afastei de muitas pessoas - e acredite, de forma inconsciente. Nosso processo chamado “vida” é um grande porto de chegadas e partidas onde, com a mesma naturalidade (e independentemente de um diagnóstico de câncer) pessoas se afastam e também se aproximam. Uma pessoa que admiro muito costuma dizer que “Existem pessoas que nos levam e pessoas que nos devolvem”. Além do mais, conviver com a notícia/paciente não é uma missão das mais fáceis, estou errada? Na verdade - e da forma mais fria possível - as pessoas, assim como você paciente/carente de plantão... Elas também vivem. Quando me dou conta de que me afastei de pessoas que amo, meu coração fica em pedaços. Nessas horas - o que não ajuda muito, confesso - também
Tecido que, por ser sintético, praticamente não encolhe após a primeira lavagem
A
por Evelin Scarelli
não (se) cobre
Lago que banha Cleveland (EUA)
S
Por favor,
Fla-(?), clássico do futebol carioca
P
Lenço Cor de Rosa
Período diário de inconsciência
R E G A L I A
Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br
Usuário, em inglês
L A V R A S
quando analisamos os discursos de nossos parlamentares fica clara uma tendência – o aumento dos discursos de ódio e da violência contra determinados grupos ou contra direitos já consolidados, ou seja, inúmeros parlamentares abrem mão da discussão política para defenderem suas posições pessoais ou preferências religiosas sem levar em conta que o seu papel republicano está acima de suas meras convicções e que a discussão de temas considerados polêmicos é parte integrante do processo da vida política e que deve ser estimulada e não cerceada quer eles concordem ou não. Entretanto, nos últimos anos a nossa frágil e recente República que ainda carrega suas feridas abertas pelo coronelismo pela corrupção ou pela última ditadura militar, tem convivido com parlamentares que desrespeitam a Constituição ao defenderem mensagens de ódio sob o inaceitável argumento de utilizarem a sua liberdade de expressão. O não entendimento de que a liberdade de expressão existe para que os valores sociais e coletivos sejam defendidos frente as mensagens sectárias ou de ódio é sintomático do quão despreparados são os nossos parlamentares e do quão confuso é nosso Poder Legislativo. Agora, pensemos no seguinte – é razoável ou aceitável que os políticos responsáveis pela proposição de leis e pela fiscalização dos demais poderes sejam marcados pelo ódio, pela defesa absurda violência ou pelo cerceamento de temas que são importantes para a nossa vida republicana? Ate quando o ódio vai guiar a nossa vida política e continuar a ser visto como a única saída para nossas mazelas sociais e políticas?
Federação organizadora da F1 (sigla)
Definições necesObjeto de sárias à estudo da prática de Etimologia um jogo
3/flu — old — sam. 4/drag — erie — user. 6/deriva. 9/poliéster.
A análise da Política brasileira é centrada no papel de determinadas instituições, mas sempre em função de um dado momento político ou quando interesses nos levam a refletir sobre esta ou aquela instituição. Além disso, as figuras políticas são mais importantes nas análises comuns por serem mais polêmicas ou mais caricatas alimentando o imaginário coletivo de que eles detêm o poder e, por isso, controlam nosso destino político para o bem ou para o mal. Dentre os três poderes, o Legislativo é aquele que mais oferece a possibilidade de paixões e de caricaturas políticas sempre engraçadas e ineficientes, com atos que beiram a insanidade ou com discursos irresponsáveis e, é claro, com suas habituais e imorais práticas corruptivas. Para tanto, basta lembrar de alguns de nossos antigos ou atuais vereadores. No entanto, o cenário acima esconde questões importantes para a Política brasileira e para a vida cotidiana de todos nós. Primeiro, os nossos representantes no Legislativo têm uma carta branca para tomar as decisões que eles julgam relevantes sem que os seus eleitores sejam respeitados ou ouvidos, ou seja, eles passam a legislar em nome próprio como se as suas decisões coubessem tão somente a eles sem nenhuma obrigação com seu partido ou com sua esquecida ou imaginária base eleitoral. Segundo, estas figuras caricatas são irresponsáveis já que não sentem o peso de sua função legislativa e desconsideram a responsabilidade sobre suas decisões e muitas vezes votam ao sabor da maioria, saiba o que se vota ou não. É como se a sua legislatura fosse uma brincadeira, um período de farto enriquecimento ou de férias remuneradas. Pensemos se a participação de um deputado federal em um programa vexatório de TV condiz com seu papel político e social. Já o terceiro ponto é a razão desta coluna. Quando lemos as notícias políticas ou
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Pedal da direita no carro de passeio Preposição de sobrenomes
Apreensão judicial dos bens de um devedor Código da Bolívia na internet
São Pequeno vendidas barco em usado na brechós desatracação de grandes navios
A D E U S T E R I T C U E D R R I O P R O
e o Poder Legislativo
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A B O C O E F L L I E A R M A O L D R E O A R L O D E A R M O A R R V O
O ódio
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
P R E S O N U H P O A R S A U D E S P A R O M D E A C S O C F E
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7
8
Veículos
Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015
O caro e o barato Nacional mais barato e importado mais caro se encontram em São Paulo
por RODRIGO MORA/FOLHAPRESS
Na única loja oficial
setor só para ele.
da Lamborghini no
Uma significativa parte do
país, no Jardim Europa
processo é realizada por com-
(zona oeste de São Paulo), um
putadores e máquinas, mas é
Aventador Roadster LP 700-4
possível dizer que o Lambor-
na cor Giallo Orion reluz sobre
ghini carrega uma boa dose
um tablado de madeira.
de trabalho artesanal.
Apenas o superesportivo é
Exemplo: com uma espécie
exposto na vitrine. Está lá
de martelo, um profissional
para ser cobiçado, com a luz
especializado em fibra de
do sol ressaltando seus 4,78 m
carbono bate no monocoque
de comprimento.
para, por meio das vibrações,
Uma única reta leva do número
identificar zonas onde possa
110 da avenida Europa ao 215
haver ar alojado no material.
da rua Augusta, onde uma das
LUCRO
quase 600 lojas da Fiat expõe
Com uma escala tão restrita,
seus modelos. O Palio Fire,
cada unidade do Aventador
carro mais vendido do Brasil,
precisa render gorda margem
é um mero coadjuvante no
de lucro para justificar sua
showroom.
produção.
O hatch feito em Betim (MG)
A Lamborghini, que pertence
sequer está na vitrine. E enquan-
ao grupo VW, está sob o guarda-
to que no Aventador poucos
-chuva da Audi. A empresa
põem a mão, qualquer um
não revela o percentual de
pode entrar no Palio, mexer em
lucro com a comercialização
bancos e abrir o porta-malas
do superesportivo, mas cer-
ou o capô.
tamente é bem superior aos
Tratar um carro como joia rara
cerca de 3% arrecadados na
e outro como apenas um meio
venda de um Fiat Palio Fire.
de locomoção não é o único
STATUS
fator que justifica a diferença
“Quem compra um carro como
de R$ 3.772.570 entre o mais
o Aventador Roadster, acima
barato e o mais caro.
de tudo, quer exclusividade. E
As razões para tal discrepância
isso não diz respeito somente
começam bem antes de girar
ao preço, mas sim ao fato de
a chave na ignição.
ser um dos poucos a ter o veí-
Todos os dias, 380 Palios na
culo por aqui”, explica Walter
versão Fire saem da fábrica da
Baron, executivo de vendas da
Fiat. É uma produção em larga
Lamborghini São Paulo.
escala, na qual os funcionários
Em outras palavras, enquanto
têm pouco tempo para exercer
o Palio Fire teve 183.744 uni-
tarefas repetidas à exaustão,
dades emplacadas em 2014, o
como encaixar um para-brisa
Aventador Roadster teve duas.
ou aparafusar o painel. Outros
Não por falta de endinheirados
modelos da marca passam pela
interessados no modelo, mas
mesma linha de produção.
é que a produção, na cidade
Em Bolonha, na fábrica da
italiana de Sant’Agata Bolog-
Lamborghini, apenas cinco
nese, é limitada.
unidades do Aventador são
Baron conta que a importa-
montadas diariamente. Feito
dora negocia uma cota anual
de fibra de carbono e alumínio,
de cerca de 15 a 20 carros (de
o esportivo italiano tem um
todos os modelos) junto à
Crédito:Folhapress
Crédito:Folhapress
Veículos
Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015
fabricante italiana. Segundo dados da
tor 6.5 V12 torna o Aventador um símbolo
Abeifa (associação das importadoras),
do que é ser superlativo. Capaz de render
10 modelos Lamborghini zero-quilômetro
700 cv e 70,3 kgfm, ele lança o carro aos
foram vendidos no Brasil em 2014.
100 km/h em 3s, atingindo a velocidade
“De acordo com nossa base de clientes
máxima 350 km/h, segundo a fabricante.
em potencial, determinamos a quantida-
Para isso, conta até com pneus Pirelli
de de carros, as cores da carroceria e do
(255/35 ZR19 na frente e 335/30 ZR 20
acabamento. O pacote de equipamentos
atrás) feitos sob medida.
é sempre o mais completo”, diz.
O desempenho do motor 1.0 de 75 cv do
Além de milionário, é preciso ser apaixona-
Palio Fire é mais modesto: 0 a 100 km/h
do por carros. O dono de Aventador mais
em 15,4s de acordo com a medição do
famoso no Brasil é Eike Batista, que teve
teste Folha-Mauá.
o seu (da versão cupê) apreendido pela
Por meio de um seletor no painel, escolhe-
Polícia Federal como parte do bloqueio
-se o comportamento do carro: Strada,
de bens do empresário.
Sport e Corsa. O comando altera o modo
Outra preocupação da loja paulista é
funcionamento do motor, da transmissão
escolher carros cuja cor não se repita:
(de dupla embreagem) e dos sistemas de
cada cliente terá um veículo ao seu gosto,
controle de estabilidade, deixando
desde que não seja igual ao de outro dono.
o carro mais dócil ou mais visceral.
Restrito Até na hora de serem utilizados, Palio e Aventador têm demandas divergentes. Quem desembolsa R$ 3,8 milhões pelo Lamborghini tem todo direito de guiá-lo todos os dias, de casa até o trabalho, da academia à padaria. Mas, ao menos no Brasil, isso é praticamente impossível. “Não é um carro que o proprietário usará no dia a dia, e, sim, nos finais de semana, em passeios programados”, afirma Baron. É preciso “medir” por onde o superesportivo passará e evitar ruas esburacadas ou vagas apertadas. O Palio pode não ter o desempenho e o status do Aventador, mas entrega ao seu dono mais liberdade de uso -conceito que também é valioso.
Superlativo O uso da fibra de carbono aliado a um mo-
Foto: Eduardo Knapp/Folhapress
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Foto: Eduardo Knapp/Folhapress
Foto: Divulgação
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