796 Edição 15.05.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta 15 Maio 2015

Nยบ 796 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 796 Sexta 15 • Maio • 2015

Excluir:

um verbo sempre conjugado por Mons. Giovanni Baresse

Em artigo no jornal Es-

um soldado etíope, de fé judaica,

Com a queda do muro de Berlim

até intervenção militar na Líbia,

tado de São Paulo deste

foi agredido por outros soldados

muita gente dos países do Leste

Argélia, Somália, etc.. O caminho

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

do domingo que passou,

judeus. E o mundo ficou sabendo

Europeu começou a buscar melhor

não é, certamente, esse. Essas

o professor Roberto Romano, da

que há gueto em Israel para os

vida no Ocidente. O número de

nações foram deixadas à deriva,

Unicamp, comentava a atitude

judeus etíopes. O primeiro ministro

mulheres eslavas se prostituin-

com governos ditatoriais, porque

de um professor da USP que

Netanyahu acolheu o soldado e

do ao longo das estradas era e é

isso interessava às nações com

defendia a tese de que os negros

manifestou ao povo a necessidade

enorme. Acontece que os gover-

hegemonia econômica e militar.

têm habilidade mental inferior

de trabalhar pela inclusão dos

nos europeus não perceberam

Agora, diante da desordem social,

aos brancos e asiáticos. Fazia

judeus quer nasceram em outras

que as dificuldades econômicas

política e econômica que afligem

o professor Romano histórico

nações. Dias atrás comentava, em

dos países africanos e parte dos

a essas nações, parece que a única

dessa tese “ariana”, lembrando

outro artigo, a dificuldade dos

do Leste criaram a onda que se

solução é investir nelas para que

suas raízes em pensadores gregos

árabes israelenses. Nascidos em

visualiza agora. E os imigrantes

a situação degradante seja supe-

e tornadas presentes, aqui e ali,

Israel são considerados e trata-

da África é que estão pagando o

rada e seus cidadãos encontrem

até chegar à desgraça do nazis-

dos como cidadãos de segunda

preço maior: com dinheiro e com

paz e condições de vida. O drama

mo e os filhotes que continuam

classe. Vemos agora o fato da

a vida. Pagam grande quantia

da guerra vivido no Iraque e na

surgindo. Sim porque filhotes de

imigração clandestina de pessoas

em dólares para exploradores

Síria, o surgimento do Exercito

teses de exclusão racial, política,

que de lugares estratégicos do

de suas desgraças. Milhares já

Islâmico, com seu fanatismo

religiosa, etc., continuam a vicejar.

norte da África tentam chegar

pagaram com a vida, afogados

mortal, fazem surgir campos

As ações de guerra que medram

à Europa. Essa realidade não é

no Mediterrâneo, por estarem em

de refugiados com milhares de

nos países de influência islâmica

nova. Provavelmente teve início

barcos sem as mínimas condições

pessoas que, quando conseguem,

nos mostram as diversas fazes das

mais forte a partir dos anos 90.

e sempre com número muito maior

procuram chegar ou à Jordânia ou

exclusões internas e externas. Os

Mas era considerada pontual.

que a capacidade dos mesmos.

à Europa, passando pela Turquia.

diferentes modos de interpretar o

Clandestinos de todos os países

Nestes dias a Comunidade Eu-

O tema é largo e tem muitas faces.

Alcorão dão margem a separações

chegavam e ou eram deporta-

ropeia parece começar a tomar

Recordo-me de uma frase de São

(Atos dos Apóstolos 10,34-35). A

violentas. O fanatismo armado

dos ou tolerados enquanto não

consciência que é necessária

Pedro quando de sua visita ao

chave para superar a exclusão,

vê em gente de opinião e costu-

causassem problemas. Na Itália,

uma atitude conjunta para dar

centurião romano Cornélio em

em todas as suas formas, é ver

mes diferentes pessoas a serem

conheço bem a realidade de lá,

solução ao problema. Invoca-se

sua casa em Cesaréia: “Dou-me

no outro um irmão, uma irmã!

massacradas. Acompanhamos

eram logo recrutados por grupos

até a ONU. Surgiram manifesta-

conta, em verdade, que Deus não

Sem isso a xenofobia, só para

isso todos os dias. Não para aí

mafiosos para serem vendedores

ções para bombardear os locais

faz acepção de pessoas, mas que,

citar dos rostos demoníacos da

o fenômeno de não suportar os

de quinquilharias pelas ruas,

de saída dos barcos. De prender

em qualquer nação, quem o teme

exclusão, vai incrustar-se no

diversos. Em Israel, nestes dias,

estações e feiras das cidades.

os exploradores da situação. De

e pratica a justiça, lhe é agradável”

coração das pessoas.

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


Reflexão e Práxis

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

A riqueza e a Política

© Revistas COQUETEL

Galináceo ameaçado pela caça Como se destacou Diogo Cão

Riqueza mineral do Sri Lanka

Maior complexo de abastecimento de água da Grande Ardor Arreba- São Paulo (fig.) tamento íntimo

Dança típica nos salões de forró

Dificuldade do ranzinza

A parte mais dura da madeira

Acessório do turista Exuberante; viçoso

Os puristas dirão que isto expressa o desejo de ajudar os mais necessitados ou então que a causa defendida e seus valores correspondentes são mais importantes que o dinheiro a ser recebido, bem como tantas outras motivações como o atender do clamor popular, e até mesmo o cumprimento de missão messiânica ou a realização de uma vocação religiosa. Fato é que a classe política brasileira é muito bem renumerada quando comparamos seus salários com as demais categorias brasileiras e que o valor pago pelas suas horas de trabalho é mais do justo. Além disso, a possibilidade de indicar assessores e de discutir as verbas orçamentárias sem dar satisfação a quem quer tenha votado nos ilustres eleitos garante a estes um grau de independência que é tão grande que beira a irresponsabilidade. Isto posto é importante discutir o quanto é justo que a Política seja vista como uma simples forma de enriquecimento de grupos políticos ou de setores que se revezam no Poder pelo simples Poder, pela simples ascensão econômica e social. O quão justo é dar uma carta branca para eleitos que viram as costas para seus eleitores e que votam segundo o desejo de seus grupos, muitas vezes travestidos de interesses sociais, mas distantes destes. O quão justo é o controle que temos sobre estes nobres cavalheiros que se investem do Poder Público como uma propriedade da qual eles dispõem como lhes convém. Fato é que a Política considerada como forma de riqueza a afasta de seu ideal de construir o Bem Público e garantir o Bem Comum. Enfim, caso haja alguma dúvida, basta olhar ao nosso redor. Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br

Ecoam

Estudioso e explorador de cavernas Encontro vocálico de "cuíca" (Gram.) Cada divisão do caderno escolar

Dia Mundial da (?): 1º de janeiro

Valor (?), base de cálculo do IPTU Certo, em inglês Conjunto de serviços oferecidos pelo agente de viagens Também, em inglês Deus Sol do Egito faraônico Regalia; privilégio

BANCO

Inadimplência Na sua ponta é instalada a biruta

Elisabeth Shue, atriz dos EUA

Moeda da Argentina Despida; pelada

Abreviatura do livro de Isaías (Bíblia)

Organiza o Enem e o Enade (sigla) "Agency", em CIA Ligou; juntou

Vestígio Minguados; escassos Sol, em inglês Letra que precede o apóstrofo, em italiano Altera; diversifica

Segundo álbum de estúdio do AC/DC

Unidade de potência elétrica Nome típico de centros espíritas

Nosso, Editor em inglês (abrev.) Uma das designações do cacique

Ilha italiana no golfo de Nápoles Melhor condutor térmico (símbolo) Instrumento musical comum no blues

5, em romanos

3/our — sun — tnt. 4/also — jacu — sure — watt. 11/espeleólogo.

por pedro marcelo galasso

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Solução

+

6

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5 / 8 % % 5 5 , $ , 6 5 , $ 1 , 6 7 6 2 / 9 $ 7 ( 1 : & $ $ , 7 * $ 7

5 ( 6 ; 7 1 7 ( 2 $ 0 6 $ 0 ( & $ $ 6 8 1 7 1 7 5 , $ 2 8 5 ( 3 5 , $ 5 , 9 $ 6,

Parte 1

1 6 $ $ & 8 ; 8 7 2 $ 7 ( ( 6 = 3 3 ( 1 $ / 8 5 ( $ & 2 2 / / 6 2 $ * 5 5 2

Entre montanhas e estrelas

3 $ . 9 ( 6 3 ( $ 5 (

Lenço Cor de Rosa

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Uma das questões mais controversas sobre a Política brasileira é a que se refere ao papel da riqueza oferecida por ela e a busca da imensa maioria dos candidatos por um meio seguro, rápido e fácil de enriquecimento, algo acima dos ideias políticos e da busca por uma sociedade melhor, tornando a Política em um simples meio de ações econômicas e distantes, por isso, do seu papel de agregadora social, transformando o Estado no mecanismo de apropriação econômica da riqueza social. O vídeo de um vereador afirmando que é impossível se manter com um salário de 10 mil reais, altíssimo se comparado com a média nacional, pago por poucas horas de trabalho, sem a figura de um patrão, livre para decidir horários convenientes de sessões, além da absurda possibilidade de votarem seus próprios salários, segundo normas difíceis de serem entendidas ou aceitas, sem a prática de atos corruptos, assusta porque ilustra como funciona a lógica da relação Política-riqueza na cabeça de inúmeros eleitos e de outros tantos candidatos. A chance de ficar rico é tentadora demais em uma sociedade que vê a Política como a forma rápida e inconteste de enriquecimento ou de retorno de lucros. Para avaliarmos a veracidade ou a coerência da ideia acima, basta um pequeno raciocínio de matemática básica. Imaginemos que um candidato gasta para ser eleito algo próximo a 1 milhão de reais para um mandato de quatro anos e com um salário médio de 7 mil reais mensais. Pensando de forma lógica sobre o exemplo fica claro que o candidato que se dispõe a concorrer a um cargo público gasta muito mais do que ganharia ao longo de todo o mandato. Caso não seja feita uma reflexão sobre os números apresentados é estranho imaginar que alguém gastaria tanto para ser eleito, pois temos a certeza de que o valor investido não pode ser recuperado. Portanto, qual a razão de alguém gastar tanto?

Autor de "A comédia dos Erros" (Teat.) Prejudiciais à saúde

por Evelin Scarelli Superação: Ir além; ser ou ficar superior; sobrelevar-se: superar a expectativa. Vencer, subjugar, dominar, dobrar: superar a resistência do adversário. Fazer desaparecer, remover, resolver: superar todas as dificuldades. O final de semana passado foi de emoções e descobertas. Um dia, inevitavelmente em algum momento na vida, todos nós seremos tocados pela sensibilidade presente através do exemplo deixado em uma superação. Hoje, passado tudo isso, desejo apenas que tenhamos olhos para enxergar nossos melhores momentos de descoberta, mas desejo também que sejamos capazes de enxergar no outro seus momentos de lutas e de glorias. Superar é um ato de plenitude dentro do processo chamado vida e, por esse motivo, merece ser contemplado e agraciado pelos os que estão por perto e principalmente por nós mesmos. Mas vou lhes contar porque comecei o texto dessa maneira... Durante a sexta passada, acompanhei meu querido Jota até o extremo sul de Minas Gerais em sua primeira aventura mais extrema dentro do universo das corridas de montanha: a prova se chama KTR e é considerada, mesmo sendo “jovem” (esse foi o seu segundo ano de vida) uma das provas mais difíceis relacionadas ao tema e mesmo aos atletas de elite. Agora, passado todo momento, reconheço que seu nível de dificuldade também esteve presente até aos acompanhantes desse processo, já que no meu caso e de toda a família que o aguardava, tivemos que esperar por esse retorno das montanhas abaixo de frio, escuridão e chuva. Tudo isso, após 8h30 de prova. Que exercício de paciência... Por alguns instantes, nós, observadores privilegiados de uma série de pessoas que tiveram como único objetivo o “vencer-se” através desse desafios, nós as chamamos de malucas e inconsequentes. Eu, enquanto o esperava observando fixamente uma montanha onde as nuvens atravessavam sob as pedras, tive uma das experiências mais insanas e bonitas de toda a minha vida: primeiro, pude reconhecer dentro daquele processo a importância que meu namorado tem na minha vida. A gente cresce ouvindo que as vezes precisamos “perder” algo para dar o seu devido valor e a sensação de apenas imagina-lo precisando de cuidados me fez reconhecer que desejo cuidar verdadeiramente dele pelo resto dos meus dias. Excesso

de romantismo ou não, poder ter alguém para fazer planos é uma das melhoras sensações desse mundo. Depois, e muito longe de ser o menos importante, o Jota me transportou gratuitamente e mais uma vez para fora do meu tão particular universo oncológico. Confesso, com todas as forças do meu coração, que a vida aqui de “fora” é um pouco mais repleta de olhares a cada processo do próximo. Parece meio confuso de tentar descrever, mas vencer o câncer foi extremamente parecido ao processo gerado em massa à todos os participantes daquela corrida: os altos e baixos por vezes físicos também nos geram marcas, como as de se descobrir mais forte, de poder superar muitos e muitos limites, de se enxergar mais paciente, reformulado... De poder verdadeiramente contemplar um momento de superação e, lindamente, a marca de poder ser fiel a um objetivo. De tudo isso, apenas me questiono: O que é que realmente nos diferencia nessa vida, se somos todos privilegiados diariamente com o mesmo dom de nos vencermos através da coragem e de uma pequena dose de preparo? A conclusão mais maluca de tudo isso é que o mundo esta aí fora, pronto para ser descoberto, superado e assim vivido. Montanhas acima e abaixo, desafios repletos de novos elementos impostos pela natureza e que apenas nos demonstram o quanto precisamos valorizar o presente contido dentro de um “instante”. Molhado, gelado e extremamente sujo, foram 26 km de uma corrida repleta de altos e baixos internos e externos para o Jota. Quando pensou em desistir, ele teve a companhia de um grande amigo durante todo o percurso, o que também só me comprovou que amigos de verdade não podem evitar efetivamente seus pensamentos e quedas, mas estarão sempre ao lado para caminhar junto e estender a mão quando necessário. O Jota, assim como todos os outros corredores, não se importou de chegar sujo, molhado e gelado. Ele não se importou pela escuridão que cortava mata adentro, ou pelos cortes gerados em seus braços após uma série de imprevistos na prova. E olha que bonito: As vezes os desafios da vida nos são impostos e muitas vezes nos representam um caminho sem volta. Muitas outras vezes, nos colocamos em situação onde podemos ser testados em nossos limites de resistência interna e também externa. Quem diria que ali, na pequenina e pacata cidade de Passa Quatro, seria lugar para habitar um time de gigantes? Continua...

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Jornal do Meio 796 Sexta 15 • Maio • 2015

por Shel Almeida

Atleta de lançamento de disco desde os 11 anos de idade, Andressa Oliveira de Morais hoje tem 24 e já se prepara para a segunda Olimpíada. A primeira, foi em Londres, em 2012, onde ficou em 9º lugar. Ela participa de competições desde os 13 anos, sempre incentivada pela mãe, Djanete Oliveira de Morais, que também foi atleta de lançamento de disco e hoje é sua maior inspiração. Vivendo em Bragança desde os 17 anos, Andressa veio para cá para treinar na equipe Rede, em 2008, trazendo a família consigo. Hoje faz parte da equipe do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, mas continua treinando em Bragança, usando o espaço emprestado de um colégio particular local, por falta de lugar mais apropriado no município. Os treinos de musculação ela faz na própria casa, com alguns equipamentos que adquiriu. Ela chegou a treinar por um período nas cidades de Jundiaí e Uberlândia, mas a distância e o cansaço das viagens de volta para casa a fizeram optar por procurar um lugar para treinos por aqui mesmo. No momento, Andressa não cogita se mudar daqui, onde já está estabelecida, porque seria algo que afetaria a família toda. Quando ela recebeu a proposta de deixar a Paraíba para treinar e viver no Estado de São Paulo, mãe, pai e irmão vieram com ela. Na cidade natal, João Pessoa, Andressa chegou a treinar em pista de barro. A primeira treinadora, Irenilta Pereira dos Santos Nunes, foi quem a descobriu e a ajudou a se tornar uma atleta de alto rendimento. Hoje, apesar dos sacrifícios, ela está atingindo os objetivos de todo atleta: já está entre as melhores do mundo e espera conseguir a tão sonhada medalha olímpica em solo brasileiro. Com vários títulos na carreira (veja Box) o nome de Andressa já está gravado na história do esporte brasileiro. Mesmo assim, ela acredita que será a Medalha Olímpica que a fará se tornar conhecida e que trará a grande mudança em sua carreira. Como todo atleta, o que ela sonha é poder treinar com dignidade e que não precise se submeter a condições de treino aquém do seu potencial. Se hoje, mesmo com a pouco idade, ela tem toda essa lista de títulos e participação em competições mundo afora, é graças ao próprio empenho e perseverança. O esporte que Andressa

pratica depende apenas dela própria, não é uma competição, como Vôlei, por exemplo, em que um disputa diretamente com o outro. Os treinos, baseados em força e desempenho, são específicos para aquele momento, em que ela tem a oportunidade de mostra a que veio, de deixar sua marca. “Primeiro a gente tem que focar na final, chegando lá, não tem ninguém melhor nem pior. Aí lá, eu vou brigar por uma medalha. Mas tenho que estar preparada para tudo, se não conseguir vou ter paciência para esperar a hora certa. Ainda terei outras Olimpíadas. Meu foco agora, neste momento é o Pan Americano, que está mais próximo. Aí, depois disso, penso com mais calma nas Olimpíadas de 2016. O índice eu já tenho e é difícil que alguém ultrapasse a minha marca, então a vaga já está garantida”.

Reconhecimento

Mesmo ainda não sendo reconhecida como deveria, Andressa além de recordes, quebra também paradigmas. É uma mulher em um esporte pouco conhecido do público em geral, esporte esse que requer força e treinamento pesado. Teve como modelo a mãe, que a encaminhou para esse esporte e hoje é recompensada pelos diversos títulos conquistados pela filha, os quais ela própria não teve a oportunidade de disputar. É certo que, mesmo sem perceber, Andressa inspira outras garotas, que são tão jovens quanto ela era quanto começou. Lutando diariamente como tantos outras atletas, que não recebem o valor e nem o apoio merecido, seja de patrocinadores, seja do poder público, Andressa mostra que o esporte brasileiro não é feito apenas de futebol e vôlei, que é possível ter um carreira de sucesso em outras modalidades e categorias do atletismo, mais especificamente. “Eu sei que existem outras garotas que se inspiram em mim, mas estão em outras modalidades, e isso é muito gratificante”. Andressa já conseguiu o índice necessário para participar das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. No dia 03 de maio, participou do Tornei FPA, da Federação Paulista de Atletismo, onde conseguiu atingir a marca de 63,14m. E neste final de semana, nos dias 14 e 15 de maio, participa novamente do Troféu Brasil. Preste atenção. Se você ainda não conhecia Andressa, daqui para frente ouvirá falar muito dela.

Andressa treina desde os 11 anos de idade. Aos 24, já tem índice para disputar a 2ª Olimpíada.

Andressa ficou em 9º lugar nas Olimpíadas de Londres. Agora está focada no Pan, mas sonho com a medalha nas Olimpíadas do Rio, no ano que vem.

2007 campeã brasileira no lançamento do disco campeã brasileira no lançamento do martelo 2008 2° lugar no brasileiro sub 23, em lançamento de disco 1° lugar nos jogos sul-americanos em lima, peru, em lançamento de disco 2° lugar no pan americano juvenil, em lançamento de martelo 1° lugar no brasileiro juvenil, em lançamento de disco 2009 campeã brasileira sub 23, em lançamento de disco 1° lugar nos jogos sul-americanos juvenis, em lançamento de disco, com quebra de recorde 1° lugar no brasileiro juvenil, em lançamento de disco 2° lugar no 18° troféu brasil em lançamento de disco 3° lugar no 18° troféu brasil em lançamento do martelo. 2010 1° lugar no brasileiro sub-23, em lançamento de disco 3° lugar no 19° troféu brasil em lançamento de disco, 3° lugar no 19° troféu brasil em lançamento do martelo.

Andressa é recordista Sul-Americana em lançamento de disco, com a marca de 64, 2m índice que a levou à Londres.

2011 1° lugar no brasileiro sub-23 2° lugar no troféu brasil 2° lugar nos jogos sul-americanos sub 23. na colômbia 11° lugar nos jogos sul-americanos adulto na colômbia 11° lugar no mundial de daegu -world championships. todos em lançamento de disco 2012 1° lugar no brasileiro sub-23 1° lugar nos jogos sul-americanos 1° lugar no 21° troféu brasil 1° lugar no íbero-americano, na venezuela, com a quebra de recorde brasileiro e sul americano 9° lugar nas olímpiadas de londres todos em lançamento de disco 2013 1° lugar no 22° troféu brasil 2° lugar no gp de atletismo em belém 2° lugar no gp de atletismo em são paulo 1° lugar no gp de atletismo em uberlândia todos em lançamento de disco

Andressa já conseguiu o índice para a Olimpíada de 2016. no Rio, com a marca de 63,14m.


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Momento Pet

Agradecemos a confiança

em nossos serviços por Dr. André Alessandri

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Veículos

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Câmbio mecânico Depois dos R$ 50 mil, câmbio mecânico fica mais raro, porém mais confortável

por EDUARDO SODRÉ / RODRIGO MORA/FOLHAPRESS

A decisão de Luciana Carla Pinho Berezutchi, 40, pela versão com câmbio manual do seu Honda Fit Twist 2014 não foi guiada por fatores mercadológicos, mas apenas por prazer. “Gosto de dirigir, mudar de marcha. Como ando muito em rodovias, sinto que estou mais no controle nas ultrapassagens. Também acho que consigo maior agilidade na arrancada”, justifica a engenheira civil. À época do seu lançamento, o Fit de apelo aventureiro custava R$ 57,9 mil na versão manual. Com câmbio automático, ia a R$ 60,9 mil. “Quando comprei o Fit, fiz o teste drive com o automático. Apesar de ter conseguido o mesmo valor nas duas opções, acabei optando pelo manual”, explica.

Raridade Câmbios mecânicos estão sumindo. Em 2011, a Lamborghini anunciou que não fabricaria mais seus superesportivos com esse tipo de transmissão, que então representavam 2% de suas vendas. A preferência por caixas automáticas (ou automatizadas) não é exclusiva da marca italiana. Se quisesse trocar seu Fit 2014 por um modelo 0 km, Luciana teria que se contentar com as versões básicas do monovolume. Isso porque as configurações de topo não oferecem câmbio manual nem sequer como opcional.

manual foi ligeiramente mais rápido nas acelerações e cerca de 5% mais econômico. Mas a ligeira vantagem (e o preço menor) não foram suficientes para dizer que a opção com caixa de marchas convencional é a melhor. Nesse caso, o CVT só não é indicado para quem faz questão de trocar as marchas.

Espartano

Médios reúnem mais opções de câmbio manual

A versão básica do novo Fit com câmbio

Ao mesmo tempo que rareiam acima dos R$

manual (DX) custa R$ 49,9 mil e traz o

50 mil, os câmbios mecânicos também ficam

essencial -ou quase.

mais confortáveis e instigantes depois dessa

Apesar de ser equipada com ar-condicio-

faixa de preço.

nado e direção com assistência elétrica, os

Engates mais precisos, confortáveis e silenciosos

espelhos externos têm ajustes manuais.

se diferenciam dos modelos mais populares.

Mais equipada, a opção LX (R$ 54,2 mil)

Referência em exatidão, a caixa MQ200

que passou pelo teste Folha-Mauá vem

da Volkswagen ganha a sexta marcha

com rodas de liga leve e ajuste de altura

na perua SpaceFox. A vantagem é in-

da coluna de direção.

questionável: a 120 km/h, o motor gira a

A alavanca do câmbio de cinco marchas

apenas 2.000 rpm, o que faz o consumo

não pede esforço para se mover, e o pedal

rodoviário chegar a respeitáveis 12,8 km/l

de embreagem acompanha a leveza. Mesmo

de etanol e 16,7 km/l de gasolina.

em um dia de trânsito pesado, que exige

O manuseio do câmbio é um dos pontos

mais trocas de marchas, foi possível rodar

elogiáveis na convivência com a perua

sem fadiga na perna esquerda.

que acaba de ser reestilizada, mas que

Em comparação à versão automática

continua devendo um interior mais

(CVT que simula sete marchas), o Fit

ergonômico.


Veículos

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Comandos do volante bem posicionados não eliminam o desconforto da posição de guiar, muito elevada, e que tem na parte inferior do painel um obstáculo para o joelho direito.

Emborrachado Como a SpaceFox, o Chevrolet Cruze passou por uma recente reestilização (mais sutil do que a da perua) externa, sem que mudanças ocorressem no interior. No caso do hatch, contudo, nem precisava: sua cabine continua atual e, mais importante, um bom exemplo de bons tratos aos ocupantes. Largos, seus bancos seguram bem os ocupantes nas curvas, graças a um apoio lateral eficaz. No caso do motorista, é fácil combinar a posição do banco com um volante de ajustes amplos tanto em profundidade quanto em altura. A posição de guiar que pende para a esportividade encontra uma alavanca de câmbio de engates curtos e notavelmente suaves, cuja borracha que lhe envolve parece forrar também as engrenagens internas, dada a maciez das trocas. Seu deslize, contudo, está no preço: por R$ 72.450, deve GPS, item já comum em carros de preços inferiores. Ainda assim, seu conjunto o coloca à frente do Fiat Bravo em desempenho, enquanto que no consumo eles praticamente empatam. Parte da explicação está na relação peso/potência, mais favorável ao Cruze. A outra parte está no câmbio, mais rápido no GM. O revide do Fiat está em equipamentos ausente no rival, como o recurso que deixa a direção extremamente leve, facilitando as manobras. Basta apertar um botão para que suas reações voltem ao normal.

Premium Comuns na Europa, os carros premium com câmbios manuais são raros no Brasil. Por lá, é comum ver modelos das alemãs Audi, BMW, Mercedes e Porsche com caixas mecânicas, seja nas versões básicas ou até nas mais caras. Por aqui, esse tipo de transmissão está ligada a carros mais caros quando se trata de esportivos, como o Honda Civic Si (R$ 119,9 mil) e Mini Cooper S R$ 103.950).

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