802 Edição 26.06.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta

26 Junho 2015

Nยบ 802 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 802 Sexta 26 • Junho • 2015

Deus dorme? por Mons. Giovanni Baresse

Há tempos recebi uma

se afirma um injustiçado por

prosperidade. O sinal do pecado

da vida mostra que, na maior

carta. Quem a escrevia

Deus. E começa a reivindicar a

é a dureza na vida! Nessa linha

parte das vezes, sofrem mais os

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

repetia a pergunta: “Por

coerência de Deus. Quem é bom,

se entende a posição de Jesus

que procuram ser corretos do

que Deus não me dá uma resposta?

justo, correto não pode ter sofri-

na travessia do mar da Galiléia.

que os que têm comportamento

Estou sofrendo, peço com a cer-

mentos e contrariedades. Isso é

A barca (comunidade cristã) é

corrupto. Nessa hora surge o

teza de que Ele me ouve! Por que

coisa de quem é pecador. O livro

batida pelas ondas das perse-

questionamento à moda de Jó:

ele não se manifesta?” Escrevia

todo nada tem de paciente. Jó

guições (romana e dos poderes

por que comigo? E a sensação de

essa pessoa sobre uma série de

vai “apertando” a Deus para que

sacerdotal e político do judaís-

que Deus não está interessado

dificuldades que lhe impediam

lhe de uma resposta. No trecho

mo). A barca balança perigo-

no risco que a tempestade traz:

de concretizar um sonho. Sendo

apontado acima Deus diz para

samente e se enche de água! E

tudo balança e Deus dorme! Não

alguém que participava da vida

Jó quem Ele é: aquele que botou

Jesus dorme! Acordado acalma

se importa com o sofrimento de

da Igreja e de comportamento

ordem no mar. Para os povos

o mar e o vento! Uma proclama-

quem Nele acredita! Por isso o

correto não entendia o porquê

antigos o mar era o símbolo da

ção de Marcos respondendo a

texto termina com a pergunta

do silêncio de Deus. Levei alguns

maldade, era o mundo desconhe-

pergunta “Quem é Jesus?” Co-

de Jesus: “Ainda não tendes fé?”

dias para responder-lhe dentro

cido onde moravam os monstros.

mo se sabe para a Bíblia quem

Estando com eles na barca e já

daquilo que é minha fé. No fi-

Na descrição da preexistência do

acalma, domina o mar é Deus.

tendo realizado diversos sinais

nal de semana, pela Palavra de

criado os povos acreditavam na

Logo Jesus é Deus. Ele está na

que davam testemunho de quem

Deus proclamada na Eucaristia

coexistência de Deus e do caos.

barca no meio das tempestades.

Ele era, os discípulos ainda não

(Jó 38,1. 8-11 e Marcos 4,35-41),

A criação foi a decisão divina de

Não há porque pensar que Ele

tinham convicção sobre quem era

completei a reflexão oferecida

ordenar o caos primitivo e o mar

é indiferente aos sofrimentos!

aquele Jesus: “Quem é este que

a quem mandou a carta. Todos

se mostrava contrariado. Se Ele

A questão fundamental é achar

até o mar e o vento obedecem?”.

atribuem a Jó uma enorme pa-

dominava o mar como Jó se atre-

que Deus só age se nós formos

A afirmação da divindade de Je-

ciência diante da desgraça que

via a questionar suas decisões? A

perfeitos diante Dele. E mesmo

sus acontecerá em Pentecostes

A nós cabe continuar levando o

sobre ele se abateu. Vítima de

razão desta “disputa” entre Jó e

assim, a experiência mostra - e

quando entenderem que o Messias

barco ao porto seguro. Porque o

uma aposta entre Deus e o Diabo

Deus está radicada na chamada

por isso nasce a pergunta - não

não era restaurador de um reino

Senhor está no barco! Ele não nos

(o diabo disse a Deus que Jó só

teologia da retribuição: se você

é coisa definida que quem se

terreno, mas sim aquele que en-

deixará sozinhos! Nele e com Ele

lhe era fiel porque tudo ia bem

tem saúde, riqueza, bem estar,

considera cumpridor de todos

tregaria sua vida para que todos

encontraremos caminho e força

em sua vida. Deixasse o diabo

etc. é porque é abençoado por

os mandamentos não passe por

pudessem participar da vida de

para superar a maldade. Ele já

toca-lo e o comportamento de

Deus; se você é doente, pobre,

provações. As dificuldades não

Deus. Se Jesus é Senhor que

a venceu! E nós dá meios para

Jó seria o oposto). Ao perder

cheio de problemas é porque é

surgem só na vida de quem não

acalma o mar, mesmo que pareça

vencê-la também. Superar as

os filhos, a riqueza e a saúde Jó

pecador. O sinal da benção é a

é considerado bom. A prática

dormir, não se esquece de nós.

tempestades é tarefa nossa!

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


ReflexĂŁo e PrĂĄxis

Jornal do Meio 802 Sexta 26 • Junho • 2015

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Reforma PolĂ­tica Parte 2

Š Revistas COQUETEL

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por pedro marcelo galasso

ano no qual se pretende elevar a cifras astronĂ´micas o valor repassado aos partidos polĂ­ticos pelo Fundo PartidĂĄrio. E a Ăşltima medida, diz respeito a diminuição das idades para a ocupação e a posse dos cargos pĂşblicos eletivos. A defesa desta medida diz que ĂŠ uma tentativa de incentivar os jovens a uma maior participação na vida pĂşblica brasileira e como forma de despertar o interesse deste grupo com relação ao que ocorre no Brasil. A tentativa de incentivo polĂ­tico nĂŁo ĂŠ acompanhada pelo aumento dos espaços de discussĂľes polĂ­ticas e tem um carĂĄter formal que trata de uma questĂŁo tĂŠcnica sem que o universo de participação da vida pĂşblica seja alimentado de forma correta. Enfim, ao lermos as propostas e pensar sobre seu alcance fica claro que a reforma polĂ­tica favorece aos partidos polĂ­ticos e os polĂ­ticos profissionais mais renomados e apresentam uma resposta capenga e limitada Ă sociedade brasileira. A discussĂŁo sobre o papel dos nossos parlamentares, sobre novos mecanismos de participação polĂ­tica ou uma maior transparĂŞncia das instituiçþes polĂ­ticas nĂŁo sĂŁo nem mesmo considerados, ou seja, aspectos que reforçam a presença dos eleitores nĂŁo sĂŁo citados e muito menos votados. É preciso lembrar que ao votar em um candidato hĂĄ um acordo explĂ­cito as partes. Pena que quando eleitos, os candidatos se esqueçam, convenientemente, de suas palavras.

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3/cid — day. 4/seed — sial — timo. 8/cambagem. 10/cognitivos.

8

Solução

9

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Por sobrevivência, redes de fast food anunciam menus mais light, mas nutricionistas veem mudanças com desconfiança

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Fast food

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Comportamento

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Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

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Ao continuarmos a leitura sobre as propostas da mal fadada reforma polĂ­tica, votada pelos nossos parlamentares, chegamos aos dois pontos finais. Foi aprovada a medida do desempenho que define o seguinte – os partidos polĂ­ticos sĂł terĂŁo acesso aos horĂĄrios de propaganda nas TVs e nas rĂĄdios e, o mais importante, ao Fundo PartidĂĄrio caso consigam eleger, ao menos, um candidato. Esta medida que pode parecer moralizadora ou como uma medida para reduzir os partidos polĂ­ticos nanicos ou de legenda, mas que restringe a participação de partidos que preservam, por bem ou por mal, suas ideologias, suas convicçþes e que nĂŁo se propĂľem a participar das escandalosas e politiqueiras alianças polĂ­ticas, na verdade conchavos politiqueiros tĂŁo conhecidos e jĂĄ institucionalizados. Esta medida mantem um monopĂłlio polĂ­tico que existe a muito tempo no Brasil e que opĂľe hoje PT e PSDB como se estes partidos polĂ­ticos representassem as demandas sociais e polĂ­ticas brasileiras, como se somente eles fossem importantes para a formação de um projeto de paĂ­s, algo que ĂŠ repetido com frequĂŞncia netas colunas, ou seja, ĂŠ como se o monopĂłlio polĂ­tico citado acima seja nĂŁo sĂł favorecido, mas tambĂŠm perpetuado. A medida nĂŁo tem nada de moralizadora e pode ser lida, de fato, como um mecanismo de controle sobre os partidos polĂ­ticos e como um sistema de preservação da classe polĂ­tica, alĂŠm de limitar as perspectivas polĂ­ticas que se oferecem aos eleitores. Somando-se a isso, pensemos o seguinte – esta medida ĂŠ questionĂĄvel em um

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por JULIANA VINES/FOLHAPRESS

Uma onda saudĂĄvel tem atingido com força os principais restaurantes de comida rĂĄpida do paĂ­s. O“nĂşmero1â€?docardĂĄpiodoMcDonald’s continua sendo o sanduĂ­che com dois hambĂşgueres, alface e 494 calorias, mas desde o inĂ­cio do ano a rede no paĂ­s tambĂŠm oferece duas novas opçþes de salada e um lanche com pĂŁo integral e frango grelhado. No Bob’s, duas novas saladas com frango entraram no cardĂĄpio neste ano. No Giraffas, os lanches com batata frita e refrigerante sumiram do menu infantil. As Ăşnicas opçþes para crianças agora sĂŁo arroz, feijĂŁo, carne e salada. As mudanças por aqui seguem uma tendĂŞncia mundial. Em março, nos EUA, o Burger King tirou o refrigerante do cardĂĄpio infantil, e o McDonald’s anunciou que vai oferecer produtos de frango sem antibiĂłticos usados em humanos (a medida tambĂŠm vale para o Brasil). Outras redes gringas, como Taco Bell, de comida mexicana, afirmaram recentemente que vĂŁo tirar conservantes, corantes e gorduras trans dos seus produtos. A revolução nĂŁo ĂŠ Ă toa: enquanto redes tradicionais de fast food tĂŞm perdas de faturamento no mundo todo, marcas que jĂĄ nasceram apoiadas na bandeira da alimentação saudĂĄvel crescem. Em 2014, as vendas globais do McDonald’s caĂ­ram 1% --descontando novas lojas. Aqui, os nĂşmeros ainda sĂŁo favorĂĄveis: no primeiro trimestre deste ano, o faturamento cresceu 3% em relação ao mesmo perĂ­odo de 2014. Enquanto isso, o Seletti, rede de comida saudĂĄvel, espera que o faturamento aumente 45% em 2015. PressĂŁo popular “Temos pesquisas mostrando que a saĂşde ĂŠ um fator preponderante na escolha do consumidor. Para a sobrevivĂŞncia de todo o setor, as redes tĂŞm que mudarâ€?, diz JoĂŁo Baptista da Silva JĂşnior, coordenador do ComitĂŞ de Alimentação da Associação Brasileira de Franchising.

“HĂĄ uma pressĂŁo sobre issoâ€?, diz Nilce de Oliveira, sociĂłloga e professora da Universidade Federal da Bahia que, nos dois Ăşltimos anos, coordenou pesquisa sobre o hĂĄbito alimentar de famĂ­lias de bairros pobres de Salvador. “Mesmo nas classes baixas os valores da alimentação saudĂĄvel estĂŁo difundidos. Ouvi frases do tipo: ‘Meu marido nĂŁo dispensa feijoada, mas a nossa agora ĂŠ light.â€? O discurso em prol da boa alimentação e a oferta de produtos saudĂĄveis, porĂŠm, ainda nĂŁo se traduzem em nĂşmeros: as taxas de obesidade no Brasil continuam crescendo --52,5% da população adulta tem excesso de peso, segundo o MinistĂŠrio da SaĂşde. “A mudança de hĂĄbito ĂŠ lenta e difĂ­cil. Nas lanchonetes, as opçþes mais leves sĂŁo minoriaâ€?, continua Oliveira. AlĂŠm de minoria, as opçþes leves dos fast food nĂŁo sĂŁo tĂŁo saudĂĄveis quanto parecem, diz a nutricionista Ana Beatriz Baptistella. â€œĂ‰ mais marketing do que outra coisa.â€? “Tem vĂĄrias pegadinhas. Salada com frango empanado, suco industrializado cheio de açúcar, e muitos conservantesâ€?, alerta a nutricionista Daniela Jobst. Para ela, redução de sĂłdio ou de calorias nĂŁo quer dizer comida saudĂĄvel. “Quanto mais natural, melhor. DifĂ­cil uma rede de comida rĂĄpida oferecer algo naturalâ€?, diz. o que dizem as redes O McDonald’s informou que desde 2011 faz reformulaçþes para reduzir o teor de sĂłdio, açúcar e as calorias dos produtos. “O McDonald’s oferece a seus clientes ingredientes de alta qualidade.â€? O Giraffas disse que os pratos “sĂŁo desenvolvidos e avaliados por nutricionistas para oferecer o valor nutritivo de uma refeição balanceadaâ€?. Segundo o Bob’s, ĂŠ possĂ­vel incluir ou excluir itens dos pedidos, como por exemplo, pedir uma salada sem molho. O Burger King informou que estĂĄ “no DNA da rede a preocupação em oferecer um cardĂĄpio que atenda Ă s necessidades de todos os nossos clientesâ€?.

Casas CondomĂ­nio Casa Jd. das Palmeiras – alto padrĂŁo, aceita imĂłvel menor valor................ Consulte-nos Village Santa Helena, aceita imĂłvel menor Valor........................................ Consulte-nos RosĂĄrio de FĂĄtima, aceita imĂłvel menor Valor:............................................Consulte-nos Casa (nova) Portal Bragança..........................................................................R$: 980 mil Euroville (vĂĄrias opçþes) a partir de ..............................................................R$: 750 mil Mirante de Bragança – 3 suĂ­tes (tĂŠrrea) .........................................................R$: 580 mil Casa Centro – 4 suĂ­tes ....................................................................................R$: 450 mil Casa Portal Horizonte (nova)..........................................................................R$: 770 mil Apartamentos Apto Don Aguirre - Centro (novo)...................................................................R$: 245 mil Apto Julio de Mesquita...................................................................................R$: 180 mil Ed. San Remo (em frente ao Jd. PĂşblico .........................................................R$: 650 mil Apto Piazza de Ravena (TaboĂŁo).....................................................................R$: 780 mil Apto na Mooca - SP - Troca por casa em condomĂ­nio Bragança ...................Consulte-nos Terrenos Colinas SĂŁo Francisco (vĂĄrios) a partir de.....................................................R$: 290 mil Vales das Ă guas (vĂĄrios) a partir de................................................................R$: 200 mil Portal Horizonte.............................................................................................R$: 220 mil Terras de Santa Cruz 771 m2...........................................................................R$: 145 mil Ponto Comercial Banca de Jornal Centro................................................................................Consulte-nos CafĂŠ (Lago do TaboĂŁo)....................................................................................R$: 106 mil Terreno comercial plano 2000 m2 Av. Dos Imigrantes..................................Consulte-nos


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Jornal do Meio 802 Sexta 26 • Junho • 2015

por Shel Almeida

A história do samba no entendi-

“de raiz” foi adicionado pelo fato da

mento popular remete aos morros

dança ocorrer debaixo da árvore. Daí

cariocas e às agremiações famosas

veio o nome “samba de raiz”.

mundialmente. No entanto, o gênero é

Com o passar do tempo, a mistura do

uma mistura de várias manifestações

samba a outros ritmos e a difusão do

surgidas em diversos locais do país,

gênero pelo país, era esperado que ele

todas elas influenciadas pelas raízes

também chegasse a Bragança.

africanas da cultura negra brasileira. A

E por aqui permaneceu, fazendo com

referência ao Rio de Janeiro se deve ao

que a cidade seja conhecida por ter

fato dessa ter sido a cidade por onde

um dos carnavais mais tradicionais

o samba passou a ser difundido para

do interior de São Paulo. Mas quem

todo o território nacional na época

vive em Bragança hoje não faz ideia de

do Brasil Colonial. Apesar do samba,

como surgiu e nem de como foi sendo

invariavelmente, ser conhecido como

escrita, através dos anos, a história do

um ritmo alegre e contagiante, a origem

samba bragantino.

do “samba de raiz” nos faz recordar

Também foi a partir da cultura negra

de uma época terrivelmente triste (e

e africana que o samba chegou à Bra-

vergonhosa) do história do Brasil, a

gança. Foi graças ao Cordão do Clube

época da escravidão. Antigamente,

13 de Maio, remanescente do Clube

nas fazendas de café, era comum os

dos Escravos, que houve o início do

senhores açoitarem os escravizados

carnaval de rua bragantino. Naquela

debaixo de árvores, na sombra e os

época, os negros eram impedidos de

deixar ali, amarrados por horas. Neste

entrar em clubes como o Literário,

meio tempo os outros escravizados se

locais dos bailes de carnavais. Com a

aproximavam daquele que havia sido

criação do próprio clube, os bailes do

castigado e, para amenizar a dor do

13 de maio passaram a ser conhecidos

companheiro e fazer com que as horas

na cidade, mas a situação ali era in-

fossem mais confortáveis, toda a senzala

versa: branco não podia entrar. Com

se reunia ao redor da árvore fazendo

o surgimento do Cordão, acredita-se

uma grande festa que misturava alegria

que, aos poucos, a segregação racial

e também lamento. A palavra samba

foi diminuindo. E foi a partir dessa

é de origem africana, e servia para

primeira manifestação do carnaval de

designar a dança dos escravizados, e

rua bragantino, que surgiram as escolas

Mesmo sendo integrante do Lavapés, Elenice tem memórias com a Nove de Julho. Graças a ela, a escola não perdeu o Carnaval de 1981 por conta de um erro na letra do samba.

Elenice produziu a série documental “Memória do Samba Bragantino” como forma de resgatar e preservar uma parte importante da cultura da cidade.

O Cordão 13 de Maio, surgido a partir do Clube dos Escravos, foi o precursor do carnaval de rua bragantino

Foi na Unidos do Lavapés que Elenice fez história no samba bragantino se tornando a primeira mulher a escrever sambas-enredos na cidade


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A bateria da Vila Aparecida, durante muito tempo, foi conhecida pela sua diferenciação rítmica, que integrantes vindos do Clube 13 de Maio trouxeram consigo, destacando a influência africana. mais antigas da cidade: Lavapés, Vila

desligamento com o Lavapés. “Em

Aparecida e Nove de Julho. Para ten-

1978, A Nove veio com o tema Xica

tar resgatar e também registrar essa

da Silva. Quando peguei o papel com

memória, a historiadora, musicóloga e

a letra deles, eu vi que tinha um erro

musico-psicoterapeuta Elenice Amaral

histórico ali, eu não tive dúvidas, li-

Baratella produziu a série documen-

guei avisando, porque eles poderiam

tal com cinco episódios “Memória do

até perder o carnaval por causa desse

Samba Bragantino”, disponível em

erro. Eles recolheram todos os papeis e

seu canal no You Tube.

arrumaram a letra. Eu alertei e o mais

Bastidores

legal é que esse foi o melhor ano da Nove de Julho e eles ganharam com

“O mais importante é o registro his-

louvor. Depois, quando o presidente

tórico. Eu sou a favor de se registrar a

do Lavapés na época ficou sabendo,

história nos seus detalhes, nas impres-

me chamou para uma reunião e me

sões, nas sensações e nas lembranças

mandou embora. Não fui embora. Todos

das pessoas, daquilo que elas viveram.

os outros que estavam participando

E nós temos, aqui em Bragança uma

da reunião se levantaram da mesa e

história muita intensa que envolve o

disseram que se eu fosse embora, iriam

samba e as pessoas envolvidas com

comigo”, lembra.

Escolas de Samba. É importante contar e registrar essas histórias porque isso

Parte da história

é uma cultura e é assim que as Escolas

Elenice se envolveu com o samba

de Samba devem ser encaradas, como

bragantino na década de 1970, após

uma proposta cultural, que envolve

ganhar, com o samba “Motivo” o Fes-

muito conhecimento e muitas pessoas

ticov, Festival de Música Estudantil

que trabalham em prol da perpetua-

promovido pelo Grêmio do Instituto de

ção do samba. Eu sou a favor que o

Ensino Superior da Região Bragantina.

samba seja preservado e respeitado

A partir daí passou a integrar a Escola

como patrimônio histórico”, explica.

de Samba Unidos do Lavapés, ao lado

Entre as diversas histórias registradas

do amigo Ricardo Bonini. Em 1975,

em entrevistas por Elenice, duas, em

Elenice se tornou a primeira mulher, em

especial, só foram reveladas agora,

Bragança, a escrever sambas enredos

e envolvem ela própria e a Nove de

para uma escola de samba, criando

Julho. A primeira é sobre um samba

a canção “Exaltação à Bahia” para

apresentado pela Nove mas que, na

a verde e rosa bragantina. Em 1977,

verdade, foi escrito por ela. “Agora

a escola consegui o tri-campeonato

eu posso falar porque a Neusa Acedo

com o samba “No Mundo Infantil de

conta isso no depoimento dela. A gen-

Monteiro Lobato”, também escrito

te era amiga de todo mundo, mas na

por ela, e que ficou muito conhecido

época de carnaval praticamente não

na época. Além de ser pioneira como

se falava. Mas teve um ano, acho que

autora de sambas enredos na cidade,

1981, em que o Lavapés não saiu. De

Elenice também conseguiu quebrar

repente chega em casa uma comitiva

outro paradigmas, ao levar mulheres

da Nove de Julho me pedindo pra fazer

da sociedade bragantina para dentro

um samba para escola. Naquela época

das escolas de samba, lugar antes visto

quem tinha compositores em Bragança

como reduto popular e masculino.

Baianas e Chico Zamper, no desfile da Nove de Julho. História do Samba Bragantino é anterior à do sambódromo que leva o nome do sambista

era só o Lavapés e a Vila Aparecida, a Nove comprava de fora. Eu aceitei

Para assistir a série de vídeos sobre

fazer, mas com a condição que colocas-

a “Memória do Samba Bragantino”,

sem um codinome masculino e nunca

acesse o canal de Elenice no You Tube

contassem para ninguém”, diverte-se.

pelo link:

A outra história quase gerou seu

www.youtube.com/eleniceamaral

Samba escrito por Elenice em 1977, para o Lavapés. Naquele ano, a escola conseguiu o tri-campeonato.


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Momento Pet

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Aqui eles são tratados

com muito carinho! por Dr. André Alessandri

Antenado

As orquídeas Noemi Jaffe lança romance sobre a revolução húngara por ANGELA BOLDRINI/Folhapress

Írisz é uma jovem botânica húngara, especialista em papoulas, que chega a São Paulo fugida da malsucedida revolução de seu país contra os soviéticos, em 1956. Martim é um comunista desiludido e também o diretor do Jardim Botânico de São Paulo, onde Írisz vai estudar orquídeas. As vozes dos dois se alternam a cada capítulo de “Írisz: As Orquídeas”, novo livro da escritora e colaboradora da Folha Noemi Jaffe, 53. A ideia para seu primeiro romance, explica ela, veio de outro livro seu, “A Verdadeira História do Alfabeto” (ed. Companhia das Letras, R$ 37, 128 págs.),

em que inventa origens ficcionais para as letras do alfabeto. Em uma das histórias, há um criado que trabalha em um castelo em Viena no século 19. Ele conhece uma húngara chamada Írisz. Olhando para os olhos dela, cria a palavra “íris” e a letra “i”. A partir da anedota, Noemi, que se diz fascinada pela língua húngara e pelo país do leste europeu, criou a personagem-título, cuja principal característica é a de “estar sempre em fuga”.

Relatórios

A fuga para o Brasil -”tentei escrever um livro ambientado em Budapeste, mas

vi que não ia conseguir, então precisei trazê-la para cá”, diz Jaffe- é contada por meio dos relatórios que Írisz escreve a Martim sobre as orquídeas brasileiras. Eles são interrompidos por digressões a respeito da mãe, da revolução e de Imre, o namorado guerrilheiro que desapareceu após a chegada dos tanques soviéticos. Mas o livro começa após outra fuga da protagonista, dessa vez do Jardim Botânico e de São Paulo. É a deixa para que Martim passe a escrever cartas à amiga desaparecida, até que se dá conta que está apaixonado. “Eles são melhores amigos, mas o Martim não tem coragem de atravessar essa

fronteira, então ele deixa a Írisz com o sonho do Imre e com a Hungria, mas quando ela some ele percebe o quanto sente sua falta”, diz a autora. O romance a duas vozes levou dois anos para ficar pronto. Foram necessárias pesquisas sobre botânica, a revolução húngara e o comunismo no Brasil, além de consultorias de língua húngara. Írisz: as orquídeas Autora: Noemi Jaffe Editora: Companhia das Letras Lançamento: terça-feira (9), às 19h, na Livraria da Vila, r. Fradique Coutinho, 915, tel. (11) 3814-5811 Quanto: R$ 39,90 (224 págs.)


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Veículos

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Carros dos anos 1990

rros dos anos 1990 são fotografados ao lado de suas versões atuais por RODRIGO LARA /FOLHAPRESS

No início dos anos 1990, logo após a reabertura do mercado aos importados, modelos luxuosos e esportivos se destacavam. No primeiro grupo se encaixa o Lexus ES 300 de Orlando Ortiz, 33. O empresário é um dos tantos apaixonados por automóveis que suspiravam pelos modelos estrangeiros na infância e hoje buscam esses carros para o uso diário. O sedã ano 1993 denuncia sua idade pelo estilo, com pintura da carroceria em dois tons. “Já me sugeriram que eu pintasse o carro em apenas uma cor, mas acho esse detalhe um charme extra”, conta o proprietário. Já o interior reúne características típicas de modelos de luxo da década de 1990, como aplique de madeira no painel e disqueteira para diversos CDs. “A construção é extremamente sólida e há detalhes curiosos, tipo a ausência de molduras nos vidros das portas”, ressalta. Mesmo com 22 anos de idade, o modelo é usado diariamente, garante o dono. Seu Lexus é um dos primeiros lançamentos da marca japonesa, que pertence à Toyota.

Evolução

A Folha promoveu o encontro do ES 300 de Ortiz com sua versão atual, o ES 350. O modelo 2015 é visivelmente maior, especialmente no comprimento: são 12 cm a mais. O design também passou por uma revolução, adotando uma postura mais esportiva. O motor é um 3.5 V6 de 277 cv -são 90 cv a mais que o oferecido pelo antigo 3.0. Há também recursos eletrônicos, como o controle de estabilidade, ausente no ES 300.

Esportivos acessíveis

Arte: Folhapress

Além de modelos luxuosos, os esportivos importados também chamaram bastante a atenção quando começaram a desembarcar no país. As opções variavam tanto em preço quanto em potência, e havia modelos mais acessíveis e com uma dose de desempenho. Um deles era o também japonês Honda CRX (conhecido em alguns mercados como Civic del Sol). O pequeno esportivo foi importado oficialmente para o Brasil. A versão VTi foi a mais desejada, com seu motor 1.6 de 162 cv. É exatamente um exemplar desses, ano 1993, que o designer César Moraes, 23, tem estacionado na garagem. “Está com 115 mil quilômetros rodados, e só abastecemos com gasolina premium e fazemos todas as manutenções preventivas”, explica. Perto do CRX, o modelo Honda à venda no país com proposta mais parecida é o Civic Si. Parados lado a lado, é possível ver como o tempo passou depressa. A atual geração do modelo possui carroceria cupê, porém é sensivelmente maior e 260 quilos mais pesada que a do compacto CRX. A potência também é superior: o Civic Si de hoje tem motor

2.4 16V de 206 cv. Apesar disso, a sensação de esportividade é praticamente a mesma em ambos os carros.

Franceses foram inovadores em tecnologia

Além dos japoneses, a presença de carros franceses também marcou o processo de reabertura das importações. Modelos da Citroën, da Peugeot e da Renault povoaram as ruas brasileiras, chamando a atenção por suas soluções mecânicas peculiares e apelo esportivo. O administrador Bruno Tinoco Martinucci, 25, é dono de dois modelos do tipo: um Citroën ZX Dakar 1996 e o único Peugeot 405 T16 no Brasil, ano 1995, com motor turbo e tração nas quatro rodas. “Ele foi dado de presente a Rubens Barrichello pela equipe Jordan de Fórmula 1, que usava motor Peugeot”, conta. O Citroën se destaca por ter rodas traseiras com esterçamento: elas viram levemente no sentido das curvas para melhorar a estabilidade). O grande chamariz do 405 T16 é seu motor 2.0 turbo de 200 cv, que faz dele um esportivo de respeito, cultuado na Europa.

Almas gêmeas

Ainda que sucessores distantes, as “almas” de ZX Dakar e 405 T16 podem ser refletidas em dois modelos atuais de Citroën e Peugeot: o pequeno esportivo DS3 e o sedã 408 THP, ambos com motor 1.6 turbo (165 cv). “Acho que o DS3, em especial, carrega o espírito da Citroën dos anos 1990, com um design diferenciado, uma mecânica mais esportiva e ótima dirigibilidade”, afirma Tinoco. Uma das maiores preocupações de quem compra um carro esportivo e raro diz respeito à manutenção, problema menor para Bruno: ele divide com o pai. Alberto, uma oficina especializada em carros franceses, a Motorfast.


Jornal do Meio 802 Sexta 26 • Junho • 2015

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