Braganรงa Paulista
Sexta
21 Agosto 2015
Nยบ 810 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
Leigos por Mons. Giovanni Baresse
Tradicionalmente a Igreja Católica faz do mês de agosto um momento especial para debruçar-se sobre o precioso tema da Vocação humana. Recordando que todos são chamados a ser filhos e filhas de Deus. Todos são chamados a ser santos (Efésios 1,3-5). Santidade é sinônimo de Justiça, Retidão. Dentro desse grande e universal chamado, dentro dessa “com-vocação”, cada pessoa deve descobrir o chamado ao estado de vida e à própria caminhada pessoal para sua realização e para a realização do mundo. Há quem seja chamado a constituir família. Há os que sentem o chamado a assumir o ministério ordenado. Há os que consagram sua vida nas Ordens, Congregações e Institutos de Vida Religiosa. Neste grande painel, com fundo comum, que permite o surgir das mais variadas formas e cores de decisões vitais, quero comentar a vocação dos leigos. Aqueles e aquelas que são filhos e filhas de Deus e constroem os sonhos de Deus e dos homens no campo específico das realidades terrestres. O Concílio Vaticano II (a grande reunião de todos os bispos do mundo, acontecida entre 19621965, convocada por São João
XXIII e finalizada pelo Beato Paulo VI), no documento sobre a Igreja, dedica o capítulo 4º para falar do laicato. Trata-se de uma revolução e de um avanço. Durante séculos o caminhar histórico da Igreja cristalizou uma visão demasiadamente clerical. Como se a Igreja dependesse somente dos ministros ordenados (padres, bispos, Papa). Houve uma hierarquização tão forte que fez separação separação entre clero e leigos. A história nos dá os porquês. Não há porque escondê-los. Nem porque negá-los. O Concílio veio colocar no devido lugar uma consciência que já, muito antes de sua realização, era vivida na Igreja. A Igreja era (e é) o Povo de Deus. Todos têm nela a mesma dignidade. As funções, os serviços são diferentes. Era necessário recuperar o lugar dos leigos. E oferecer a eles uma reflexão que os levasse a redescobrir o leque imenso de suas possibilidades de ação. E de marcar o mundo com aquilo que lhes era específico. Uma das insistências do Concílio e dos pronunciamentos posteriores do Magistério da Igreja é que os leigos não fujam do mundo. Mas nele trabalhem para transformá-lo. Uma orientação que parece obvia. Os que têm mais idade, porém, devem lembrar-se do
tempo em que muitas pregações diziam: “... o mundo é mau. É preciso fugir do mundo. O mundo leva ao pecado. É preciso salvar a alma...” Infelizmente muito se fugiu. Muitos cristãos se encastelaram. E o resultado da fuga e do esconder-se está patente. A proclamação do Evangelho libertador foi limitada. A presença dos cristãos na transformação das estruturas deixou muito a desejar. A vivência da fé ficou, muitas vezes, limitada aos atos de culto e devoção. Há hoje um forte apelo para que todos os cristãos “mostrem a cara”. Para que sua presença possa trazer o rosto do Redentor. A iluminar as realidades da vida de cada dia. A reconquistar o espaço para a Verdade. A fazer imperar a Justiça. A honrar os que buscam a Retidão. A varrer do convívio todo tipo de maldade. A matar a corrupção, monstro que extermina a Esperança. Os leigos são chamados a exercer papel protagonista não só nas estruturas da Igreja. Também na condução dos destinos do mundo. Quanto mais os cristãos se fizerem presentes marcando os fatos com a Boa Nova de Jesus Cristo, tanto mais abrir-se-á o horizonte da Vida. Cada um tem um papel nesse caminhar. Junto com as responsabilidades, cha-
memos terrestres, está a participação nas ações que partem das estruturas da comunidade de fé. A essas damos o nome de pastorais. Porque elas derivam da missão de pastoreio, de condução para a vida plena alicerçada na profissão de fé. Sua finalidade é externar o amor que Deus tem por todos. As pastorais devem manifestar a riqueza do Reino de Deus. Por isso, caros leitores, por que não perguntar-se se podem dar um pouco do seu tempo e do seu cuidado nas pastorais das catequeses da iniciação cristã (preparação para o Batismo, Confirmação e Eucaristia), nos encontros de preparação ao casamento, nos encontros de formação para casais, nos movimentos como os Cursilhos, Encontros para jovens, na preparação das celebrações da Igreja, na organização e preparação dos cantos para as cerimônias e outros tantos? Há muita falta de agentes de pastorais em nossas comunidades. Isso acaba sobrecarregando pessoas que por ser uma espécie de “faz tudo” correm tanto o perigo do cansaço como de tornar-se “donos de pastorais” e formarem panelinhas que se cristalizam a partir do fato de que ninguém quer nada com nada. Há vasto campo de atividade para que
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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
nossas comunidades sejam mais vivas e atuantes desde que seus membros tenham a generosidade de colocar um pouco do seu tempo e de suas qualidades a serviço. A propósito: o que você pode dar para as pastorais de sua paróquia?
ReflexĂŁo e PrĂĄxis
Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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Carta de um pai
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Congresso Nacional, o que, definitivamente, vai exigir que a presidente Dilma entregue setores inteiros do governo para a interesseira oposição que visa, tĂŁo somente, tirar do governo tudo o que puder. Triste imaginar que o Congresso Nacional, a casa que deveria ser a mais prĂłxima do eleitor e atender a sociedade civil, seja visto chantageando o ruim governo federal e defendendo bandeiras que passam pelo Ăłdio, pelo preconceito e pela dissimulação em nome de uma cruzada de justiça que favorece somente os partidos polĂticos que fazem parte deste processo que nem de longe deveria ser chamado de polĂtico. E caso seja esta a estrutura da PolĂtica brasileira, se faz urgente repensar as açþes de nossos polĂticos e seus partidos, rever o funcionamento de nossas instituiçþes pĂşblicas e discutir formas mais efetivas e conscientes de participação polĂtica de nossa fraca e desorganizada sociedade civil. O fato da democracia clamar pelo seu prĂłprio fim ĂŠ sintomĂĄtico sobre o quĂŁo frĂĄgil ĂŠ nosso quadro institucional. Uma democracia que considera a propagação de mensagens de violĂŞncia e de Ăłdio, a defesa do fim de nossas liberdades individuais e religiosas, a defesa da segregação polĂtica nĂŁo pode ser considerada uma democracia. Uma democracia que julga ser melhor a ditadura, a revelia de nossas experiĂŞncias histĂłricas, se mostra incoerente. Portanto, a responsabilidade sobre a construção da democracia no Brasil, bem como a possibilidade uma discussĂŁo nĂŁo partidĂĄria sobre as necessidades dos ajustes econĂ´micos propostos pelo governo federal, ĂŠ da sociedade civil que, por sua vez, nĂŁo pode transferir para um partido polĂtico ou a uma figura polĂtica todo o Ă´nus e toda a culpa pelo difĂcil momento que vivemos.
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por pedro marcelo galasso
É preciso agora pensar qual o papel do Poder Legislativo na crise polĂtica e institucional que se desdobra na PolĂtica nacional e avaliar as responsabilidades que lhe cabe, pois a nossa estrutura institucional demanda que este poder seja o porto seguro e o reflexo dos desejos populares. No entanto, parece justo dizer que o Poder Legislativo tem contribuĂdo para o aumento da nossa crise institucional e criar um ambiente de desconfiança que alimenta um espĂrito de revanche polĂtica ou de Ăłdio ao Poder Executivo, e direcionado ao Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma Roussef, que surge como o Ăşnico poder polĂtico responsĂĄvel pela crise que atravessamos. E aqui, vale uma reflexĂŁo sobre as açþes descabidas e oportunistas tomadas pelo Poder Legislativo. Quando analisamos de forma clara e nĂŁo tendenciosa ou, se preferir, partidĂĄria fica a ideia de que a pressĂŁo do Poder Legislativo sobre o Executivo tem a intenção de desestabilizar o governo, mas nĂŁo para a melhora da nossa vida polĂtica e nem mesmo para a solução de nossa crise, vista aqui como resultado de açþes imponderadas e atĂŠ inconsequentes com relação a economia, a polĂtica e as nossas instituiçþes, pois nĂŁo hĂĄ a apresentação de algo plausĂvel ou lĂłgico a ser aplicado ou discutido. De fato, fica claro que as ambiçþes do Poder Legislativo, liderado pela figura, no mĂnimo, controversa de Eduardo Cunha, acompanhado pela notĂłria figura do nĂŁo menos controverso senador Renan Calheiros, tem o desejo de conseguir ministĂŠrios e secretarias do governo em uma troca de favores espĂşrios e politiqueiros para que o governo federal tenha um mĂnimo de governabilidade, ou seja, a ideia da oposição conseguir de forma pouco nobre cargos no governo. O Poder Executivo precisa que suas propostas sejam analisadas e discutidas pelo
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Parte 2
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desmandos da PolĂtica nacional
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A responsabilidade de todos nĂłs e os
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por Mirian Goldenberg/Folhapress
Meus filhos queridos, Chorei muito no domingo do Dia dos Pais. NĂŁo ficava tĂŁo triste assim desde a morte do meu pai. Por que vocĂŞs me ignoram, me criticam o tempo todo, sĂŁo tĂŁo agressivos comigo? Por quĂŞ? Por que nĂŁo tenho dinheiro para comprar o carro que vocĂŞs querem? Por que o meu salĂĄrio nĂŁo permite dar uma boa mesada para vocĂŞs? Por que eu insisto que vocĂŞs tĂŞm que estudar e trabalhar? Desculpem se sou chato, mas quero que vocĂŞs sejam independentes. Com a idade de vocĂŞs, eu jĂĄ tinha dois filhos, inĂşmeras responsabilidades e muitas contas para pagar. Trabalhei muito, e ainda trabalho, para criar vocĂŞs, pagar as melhores escolas e faculdades, o plano de saĂşde, as despesas da casa etc. NĂŁo tive atĂŠ hoje dinheiro para curtir a minha prĂłpria vida, pois praticamente tudo o que ganhei foi para sustentar vocĂŞs e para ter o mĂnimo para sobreviver. NĂŁo estĂĄ na hora de vocĂŞs ganharem o prĂłprio dinheiro? VocĂŞs me consideram um fracassado porque nĂŁo posso dar tudo o que vocĂŞs querem. Mas nĂŁo dei sempre o que ĂŠ mais importante: amor, carinho, cuidado? Ligo todos os dias para saber como vocĂŞs estĂŁo. VocĂŞs sĂł ligam para pedir dinheiro ou cobrar alguma ajuda para resolver seus problemas.
VocĂŞs nunca se interessam em saber como eu estou, nunca perguntam nada sobre mim. Quantas vezes trabalhei horas e atĂŠ mesmo dias fazendo algo para vocĂŞs e nĂŁo recebi nem um “muito obrigado, paiâ€?? SerĂĄ que ĂŠ muito querer o mĂnimo de reconhecimento? VocĂŞs nĂŁo sĂŁo mais as crianças que ainda teimam ser. Pode parecer utĂłpico, mas gostaria de ter alguma reciprocidade na nossa relação. VocĂŞs sĂł cobram os seus direitos como filhos e nĂŁo assumem a menor obrigação ou responsabilidade. Parem de exigir de mim o que eu sempre dei, com o maior sacrifĂcio, e que, confesso, nĂŁo posso nem quero dar mais. O que mais desejo na vida ĂŠ que vocĂŞs sejam muito felizes, mas quero tambĂŠm me sentir amado e respeitado por vocĂŞs. Esta carta ĂŠ o meu presente de Dia dos Pais. Decidi me dar o que eu mais gostaria de receber de vocĂŞs: compreensĂŁo, reconhecimento e reciprocidade. Sei que vocĂŞs irĂŁo achar que ĂŠ pedir muito. Mas serĂĄ que vocĂŞs poderiam ter a delicadeza de nĂŁo demonstrar tĂŁo claramente que eu sou um merda de pai? Mirian goldenberg ĂŠ antropĂłloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A bela velhiceâ€? (Ed. Record) miriangoldenberg@uol.com.br
Casas CondomĂnio Casa Atibaia 5 suĂtes aceita imĂłvel menor valor em Bragança.................... Consulte-nos Village Santa Helena, aceita imĂłvel menor Valor........................................ Consulte-nos RosĂĄrio de FĂĄtima, aceita imĂłvel menor Valor:............................................Consulte-nos Casa (nova) Portal Bragança..........................................................................R$: 980 mil Euroville (3 SuĂtes, espaço Gourmet) .............................................................R$: 980mil Casa em Caraguatatuba (Praia Martin de SĂĄ) .................................................R$: 550 mil Casa Centro – 4 suĂtes ....................................................................................R$: 450 mil Casa Portal Horizonte (nova)..........................................................................R$: 770 mil Apartamentos Apto Don Aguirre - Centro (novo)...................................................................R$: 245 mil Apto Soleil.....................................................................................R$: 50 mil + Parecelas Ed. San Remo (em frente ao Jd. PĂşblico) .........................................................R$: 750 mil Apto Piazza de Ravena (TaboĂŁo).....................................................................R$: 780 mil Apto na Mooca - SP - Troca por casa em condomĂnio Bragança ...................Consulte-nos Terrenos Colinas SĂŁo Francisco (vĂĄrios) a partir de........................................................R$: 290 mil Vales das Ă guas (vĂĄrios) a partir de................................................................R$: 200 mil Portal Bragança..............................................................................................R$: 290 mil Terras de Santa Cruz 771 m2...........................................................................R$: 160 mil Ponto Comercial Banca de Jornal Centro................................................................................Consulte-nos CafĂŠ (Lago do TaboĂŁo)....................................................................................R$: 106 mil PrĂŠdio comercial novo 478 m2 10 vagas de garagem (Av. Norte-Sul)...........Consulte-nos
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Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
por TAÍS HIRATA/FOLHAPRESS
Há dois anos, Renata Moura, 25, deixou de ir à farmácia para comprar desodorante, pasta de dentes, creme hidratante e decidiu fazê-los em casa. “Não tenho nenhuma embalagem no banheiro. Faço tudo do zero”, afirma a produtora cultural. Ela não é a única. Sites e grupos de discussão para trocar receitas caseiras têm se multiplicado na internet “”um deles, no Facebook, soma mais de 23 mil integrantes. Para os adeptos, a principal motivação é a desconfiança em relação a produtos químicos. É o caso do agroecólogo Vitorino Rebello, 29. Para lavar os cabelos, ele passa suco de limão; como desodorante, usa um mineral antisséptico, à base de sal de potássio. “Uso há quatro anos e nunca reclamaram”, diz. A arquiteta Andressa Bassani, 25, decidiu trocar os antitranspirantes por uma mistura de leite de magnésia e óleos essenciais. “Funciona, mas claro que não é como o industrializado. Se vou de bicicleta ao trabalho, preciso aplicar de novo”, explica. Renata também é adepta da receita, que evita o mau cheiro sem bloquear a transpiração nas axilas. “Quando vejo que estou com ‘pizza’ nas axilas, fico aliviada que aquilo não está dentro de mim. Suar é saudável, é um jeito de eliminar as toxinas”, diz. Segundo a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lilia Guadanhim, os antitranspirantes não são prejudiciais. “O suor é o controle térmico do corpo. Se não for pelas axilas, será por outros lugares do corpo.” Ela não descarta a eficácia dos produtos naturais, “consagrados desde os tempos de nossas avós”, mas lembra que ingredientes como o limão podem manchar. Lilia também ressalta que os produtos disponíveis no mercado são testados e regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e por órgãos internacionais. Já para Conceição Trucom, formada em química pela UFRJ e dona do portal Doce Limão, sobre produtos naturais, a regulamentação é questionável. Ela recomenda, porém, cautela com receitas virtuais e sugere que novos adeptos estudem o tema antes de começar o hábito. Uma dica é buscar fornecedores locais, para tirar dúvidas sobre os ingredientes e seus efeitos. Outro produto feito em casa é o creme dental. Renata usa uma mistura de pó de juá e óleo essencial de hortelã para a escovar os dentes. Mas para o secretário-geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Marco Antonio Manfredini, trata-se de um risco. “Além de limpar, a pasta com flúor previne contra cáries e doenças de gengiva”, afirma. Para quem quer adotar as fórmulas caseiras, é bom ter em mente que nem sempre elas dão certo de primeira. “Demorei a acertar o tom. Uma vez, fui hidratar o cabelo com óleo de coco, mas passei demais e demorou dois dias para sair”, diz Andressa. Mas, para ela, o hábito é um passatempo. “A verdade é que eu me divirto testando várias receitas.” Andressa garante que sua rotina natural não custa caro nem leva muito tempo. “Na hora das compras até gasto mais, mas como rende muito, vale a pena.” Hoje, ela faz até seu próprio detergente para roupas. “O que me estimula é a rebeldia de estar fora do sistema”, afirma. “Quem começa, vicia. É um caminho
sem volta, você vai ver.” Desafio de fazer produtos foi mais barato e prático do que o esperado Por uma semana, aderi ao movimento natureba: troquei meus artigos de beleza e higiene por receitas caseiras, feitas por mim. O primeiro teste foi com o hidratante de manteiga de karité e óleo de coco. A reação ao passar a mistura foi de desespero diante da camada densa de óleo na pele, que parece que não vai sair nunca mais. Mas após um enxague com água (pouca, senão perde o efeito), senti a pele mais hidratada do que com meu creme regular. Em seguida, veio a pasta de dentes, à base de pó de juá e óleo de hortelã. Não vou mentir: o gosto não é nada agradável, mas, ao final, deixa a sensação de limpeza e hálito (levemente) refrescante. O desodorante de leite de magnésia foi o mais simples de preparar. Não é tão eficaz quanto o tradicional, por isso, recomendo levá-lo na bolsa após uma caminhada longa, você vai precisar de refil. Mas, com duas ou três aplicações ao longo do dia, cumpriu a tarefa de evitar Arte:Folhapress
odores desagradáveis. Enrolei até a última noite para enfrentar a mistura esfoliante de limão com açúcar. Foi uma boa surpresa: fui dormir com a pele do rosto macia. Para evitar manchas, enxaguei bem o rosto com sabão e passei protetor solar.
O desafio foi mais fácil, barato e prático que o esperado, e confesso que pretendo levar alguns hábitos adiante. Mas a melhor parte é a sensação libertadora de olhar para o banheiro e perceber que não vou precisar voltar à farmácia tão cedo. Foto: Fabio Braga/Folhapress
Andressa Bassani e Renata Moura, que fazem seus próprios cosméticos.
Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
Momento Pet
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Frutas por Dr. André Alessandri
Bom dia, meus queridos leitores! Hoje vamos falar de uma questão suscitada por vários proprietários em nossa clínica: “Doutor, posso dar fruta para meu animal ? Qual fruta posso dar?”. Os caninos na natureza são animais carnívoros, mas nada impede que frutas possam ser adicionadas em sua dieta, contudo, nunca devem ser utilizadas como única fonte de alimento, dado que os cães necessitam de proteínas e minerais que nem sempre são metabolizadas através desses alimentos. Assim como para nós, as frutas tem que ser de boa procedência, principalmente fresca e bem lavada. Dê preferência para as orgânicas, pois são livres de agrotóxicos que possam causar algum dano maléfico por seus agentes químicos. As principais frutas que podem ser fornecidas ao seu animal são: banana, caqui , caju, kiwi, manga ,morango, pera, maça, e goiaba. São ricas em vitaminas A,C,E e do complexo B, ácidos graxos , fósforo, magnésio e ferro, assim, ajudam a melhorar o
sistema imunológico do animal e sua pele. Além disso, alguns estudos indicam que o kiwi ajuda a prevenir o câncer. Não devem ser ingeridas pelo seu animal: laranja, abacaxi, uva, carambola e abacate. Embora ricas em vitaminas, alguns outros fatores fazem com que essa não sejam indicadas. Por exemplo, o abacate possui uma substancia chamada persina que é toxica para eles. Já a carambola e a uva podem causar lesões renais, e a laranja e o abacaxi, devido à sua acidez, podem causar úlceras na boca e alteração gastrointestinal. Para mais esclarecimentos, tais como forma e quantidade adequada, o proprietário deve perguntar ao seu médico veterinário, evitando, assim, qualquer problema de intoxicação, ou mesmo de ingestão de corpos estranhos, como as sementes. Espero que tenham gostado! Aproveito para agradecer aos proprietários pela confiança e carinho em nossa Clínica Veterinária 24h Simplício. Um bom final de semana a todos!
Uma pequena em nosso centro de estética animal
Leandro e Theo em nossa Clínica
Amora em um passeio do final de semana
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Novos Rumos
Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
Gerencie o Risco,
dê os primeiros passos por José J. B. Freire
Caros leitores, o artigo de hoje é sobre RISCO. Podemos imaginá-lo, defini-lo, mas, na maioria das vezes, somente nos lembramos dele quando o mesmo se apresenta iminente ou quando vivenciamos na prática a situação de risco antes imaginada ou referida. A palavra risco normalmente nos traz uma lembrança de algo ruim ou no mínimo desafiador: quando nos dizem que estamos nos arriscando, normalmente querem nos dizer que estamos prestes a enfrentar algo que pode nos prejudicar, como o para quedas não abrir, ou tomarmos um choque, ou perdermos dinheiro, enfim, são muitas as situações de risco. Mas não é bem assim, não é verdade? Simplesmente é impossível viver sem riscos, em qualquer aspecto das nossas vidas o risco está lá, não tem jeito e ficar em casa sem se mexer não o livra do risco do teto por algum motivo desabar sobre você, mas se você conhece quais são os riscos, mais fácil será se prevenir deles. No mundo dos negócios não é diferente, o risco é grande e sempre muito presente, não somente para os donos de um negócio, mas também para todos os que se relacionam de alguma forma com ele, exemplo: Se uma indústria tiver prejuízos sucessivos e quebrar: 1- o sócio perde a empresa; 2- o empregado perde o emprego, 3- seus clientes não terão mais acesso a seus produtos; 4- o governo pode ficar sem receber alguns tributos; ou seja, muita gente será prejudicada.
“Possibilidade de perigo, incerto mas preque a empresa está correndo, entenda como visível, que ameaça de dano a pessoa ou a está a venda produto por produto, semana coisa.” Assim é definida a palavra risco no a semana, mês a mês. Assim como você dicionário; de tal definição, no mundo dos deve acompanhar o comportamento dos negócios, o que mais faz sentido é atribuir à custos de produção ou comercialização ao palavra risco a probabilidade de algo ocorrer. longo do tempo. Se você consegue prever Os Riscos mais comuns para uma empresa as vendas e os custos, observando que no são: Risco Operacional e Rispassado e que no futuro as co Financeiro, mas também vendas estão maiores do que existem riscos específicos para os custos, seu nível de risco cada situação em estudo. Se uma empresa não operacional é baixo. Hoje, porém, vamos abordar tem o Risco Finanse preocupa ou não Ainda apenas os dois acima. ceiro, que também, segundo Risco Operacional, segundo Lawrence J., é “a calcula seus riscos, Gitman, Gitman, Lawrence J., é “a possibilidade de que a emprepossibilidade de que a em- tecnicamente é uma sa não seja capaz de saldar presa não seja capaz de cobrir suas obrigações financeiras. empresa propensa Seu nível é determinado pela seus custos de operação. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos ao risco. Afinal, estabilidade das receitas da de caixa operacionais da empresa e pela estrutura de quem não conhece empresa e suas obrigações seus custos operacionais.” financeiras com encargos De forma mais simples, eu seus riscos, fica mais fixos.” Ou seja, possibilidade digo que, quanto maior o de não pagar seus emprésexposto a eles. preço do produto e quanto timos. Para determinar o maior o volume de vendas, nível de risco financeiro menor é o risco operacional de recomendo o entendimento uma empresa, porém, nem sempre o preço detalhado do comportamento de suas díde um produto é definido pelo empresário vidas ao longo dos próximos meses e anos. e sim é definido pelo mercado (quando Se for possível prever como a dívida será no existe concorrência), e aí o risco começa a futuro, provavelmente sua empresa poderá se apresentar de forma singular para cada gerar ações que possibilitem o pagamento ramo de atividade e negócio. da mesma, assim seu risco financeiro pode Para determinar o nível de risco operacional ser considerado baixo.
Se uma empresa não se preocupa ou não calcula seus riscos, tecnicamente é uma empresa propensa ao risco. Afinal, quem não conhece seus riscos, fica mais exposto a eles. Minha dica de hoje é: Gerencie os riscos, estudando-os, classificando-os, gerando ações para reduzi-los. Comece pelos riscos mencionados neste artigo (operacional e financeiro), antes de se preocupar com riscos mais específicos de cada negócio. Com este gerenciamento inicial, a empresa já estará com uma estrutura financeira mais avançada. Depois, continue revisando seus riscos e fazendo ajustes, para depois buscar um entendimento aprofundado de outros riscos como: Risco de Imagem, Risco de Mercado, Risco Legal, Risco de Crédito e Risco Socioambiental, entre outros. Gostou do artigo? Por favor, nos conte o que achou, enviando um e-mail para jose.freire@ rroe.com.br Se deseja indicar um assunto de leitura, por favor, nos envie seu e-mail. Um forte abraço. José J. B. Freire Formado em Administração de Empresas pela PUC - SP, especializou-se em finanças empresariais pela FIA - USP. Profissionalmente, atuou na área de crédito da Hewlett – Packard do Brasil SA e no Banco Itaú Unibanco SA, onde permaneceu por 15 anos e teve a oportunidade de passar por diversas áreas.
Antenado
Ainda Estou Aqui Paiva parece escrever sobre o filho, mas é sobre a mãe; não, sobre o pai. Narrativa que revisita autobiografia de jornalista e escritor paulista é uma obra espantosa, 33 anos após ‘Feliz Ano Velho’, ‘Ainda Estou Aqui’ é livro construído sobre memórias e tragédias familiares
por IVAN FINOTTI/FOLHAPRESS
“Ainda Estou Aqui”, diz Marcelo Rubens Paiva no título de seu último livro. Sim, ele ainda está. Após 33 anos, Marcelo está de volta com seu relato autobiográfico, pela primeira vez desde “Feliz Ano Velho”, sucesso de 1982 que o projetou nacionalmente. Escrito em primeira pessoa, é uma espécie de continuação do best-seller dos anos 1980 do autor, ainda que bastante diferente. “’Feliz Ano Velho’ foi feito para falar da deficiência física, de um cara de 22 anos que gostava de namorar, que bebia com o Renato Russo e o Clemente, dos Inocentes. Era um livro de aceitação de uma vértebra quebrada.” Este é diferente. Para começar, Paiva nem sequer comenta a deficiência física. Apenas cita duas vezes, de passagem, sua cadeira de rodas. A primeira delas no início do livro, quando seu filho de 18 meses tenta escalá-la para subir no peito do pai “Ele é muito bonitinho, né?” A obra, então, é fruto do novo amor que sente, pela criança loira como o avô, e parece que estaremos diante de uma descrição sem fim de um pai babão pelo filho lindo.
A Mãe
“Ainda Estou Aqui”, diz a mãe de Marcelo Rubens Paiva, Eunice, num sussurro que nem sequer é proferido, que parte e morre no fundo de seu cérebro emaranhado pelo rodamoinho do alzheimer. Aos 85, a advogada tem a doença desde 2004, quando a família reparou nos primeiros lapsos de memória. Em 2005, teve dificuldades com dinheiro. Em 2006, temeu embarcar num avião. Em 2007, deixou de dirigir. Em 2008, reclamou que a comida ficou sem sal. Em 2009, caminhar ficou complicado. Em 2010, foi ao banco e não soube voltar. Em 2011,
sentou-se na cadeira de rodas, como o filho de 56 anos. No meio dessa espiral trágica, em 30 de janeiro de 2008, Eunice Paiva, Marcelo e sua irmã Veroca estiveram no fórum João Mendes para tomar uma atitude radical. Eunice Paiva, advogada “especialista em interditar pais dos amigos, tida como advogada de confiança, estava para ser interditada às 14h45”. Foi. “A partir desta data, o senhor [Marcelo] é responsável jurídica e criminalmente pela sua mãe.” Uma coisa só Eunice não esquece: pega os dedos de Marcelo sob o braço da cadeira e os alonga, um a um, ato de amor materno que cometeu durante 35 anos.
O Pai
“Ainda Estou Aqui”, diz Rubens Beyrodt Paiva, engenheiro, deputado federal em 1963 e 1964, cassado pelo golpe, retirado de casa em 20 de janeiro de 1971, quando se preparava com sua família para ir à praia em frente à sua casa, no Leblon, levado ao DOI-Codi, na Tijuca, espancado, pisoteado na barriga, morto na madrugada do 21 para o 22, depois provavelmente esquartejado e enterrado na restinga de Marambaia, sob a areia de 42 km de praia que pertence à Marinha do Brasil. “A morte do meu pai não tem fim”, escreve Marcelo. Houve a Lei da Anistia em 1979, que perdoa crimes cometidos por militares e guerrilheiros durante a ditadura o que teoricamente os livraria de processos. Mas a lei não abarca tudo o que fizeram. Podem, por exemplo, ser condenados na Justiça comum por ocultação de cadáver. “Ainda Estou Aqui”, assim, é uma reposta para quem pede pela volta dos militares nas ruas de hoje: “Vocês não sabem o que é ditadura”.
O susto
No final da manhã de 21 de janeiro de 1971, a mãe, Eunice, e a irmã mais velha foram levadas ao DOI também. O pai pedia água. As duas ficaram encapuzadas. Responderam perguntas e viram fotos. A filha foi liberada em seguida. A mãe ficou jogada numa cela até 2 de fevereiro. Na página 221, Marcelo tem um insight espantoso: “Eu não tinha percebido, mas estava evidente. Entendi por que minha mãe e irmã tinham sido presas um dia depois. E tomei um susto enorme”. “Você sabe, mamãe, por que foram levadas ao DOI? Ele não falava nada. Foi torturado no dia 20. Nada. Retomaram no dia 21. Com a filha e a mulher encapuzadas, sentadas num banquinho. Será que ele viu vocês? Como ele reagiria? O que ele faria, para impedir que encostassem em vocês?” Marcelo atualiza essa ideia com um email enviado no dia seguinte à entrevista: “De-
pois do nosso papo, fiquei refletindo. Pensei numa outra hipótese para as prisões da minha mãe e irmã. Talvez tivessem sido retidas apenas para reconhecer fotos nos álbuns de procurados”. “Porque, nos 12 dias, minha mãe falou que era sempre chamada para ver fotos. Queriam saber quem frequentava a nossa casa, contatos que meu pai teria. E nem pensaram em torturá-los juntos. Nunca saberemos o porquê. Abs.”
Teatro
Autor assina direção e texto de peça Marcelo Rubens Paiva ainda escreve e dirige um dos três textos da peça “Amores Urbanos”, que trata da fragilidade dos relacionamentos (Teatro MuBE Nova Cultural, r. Alemanha, 221, tel. 11-43017521; sex. e sáb., às 21h30, dom., às 20h30; até 1º/11; R$ 70; 14 anos). Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Escritor Marcelo Rubens Paiva
Veículos
Jornal do Meio 810 Sexta 21 • Agosto • 2015
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Camaro a 40 km/h Novo Camaro chega ao Brasil em 2016; confira as primeiras impressões
por EDUARDO SODRÉ/FOLHAPRESS
A reta não tem mais do que 500 metros. Cones delimitam o espaço e proíbem ultrapassagens. Assim que o novo Chevrolet Camaro aponta na cabeceira, o ronco do motor V6 desperta a atenção de um dos fiscais de pista. “25 miles, please!”, ele grita, enquanto alterna, por meio de sinais com os dedos da mão direita, os números dois e cinco. É uma advertência para que a velocidade máxima permitida não seja ultrapassada: 25 mph, que equivalem a 40 km/h. Que dilema... Respeitar as regras ou acelerar forte um dos esportivos mais famosos do planeta? O bom senso prevalece, e o Camaro 2016 desfila garbosamente pelo asfalto liso do parque Belle Isle, em Detroit, Michigan. A baixa velocidade permite espiar os detalhes da cabine, forrada de couro vermelho e preto. O volante de aro grosso nem parece o de um esportivo, mas o som do motor de 340 cv dissipa quaisquer dúvidas sobre a proposta do Camaro. O mostrador digital colocado no centro do painel e a nova central multimídia da GM dão os toques tecnológicos a um automóvel que já foi retrô. A geração atual, que chegará ao Brasil no segundo semestre de 2016, está alinhada com seu tempo. Os pequenos faróis e a grade avantajada no para-choque dianteiro seguem a nova linguagem visual da Chevrolet. O trabalho foi feito com desvelo, pois era preciso preservar a identidade de um clássico americano. A General Motors já errou a mão ao desfigurar o esportivo em gerações passadas. Agora, os traços beiram a perfeição. Por todos os ângulos que se olhe, perce-
be-se que o Camaro é... um Camaro. A identidade está expressa nas lanternas traseiras afiladas, nas laterais gordas, no capô alongado e nas janelas.
Foto: Divulgação
Olho no velocímetro
Com tantos fiscais a lembrar o limite de velocidade, resta dirigir com um olho na pista e outro no velocímetro. O câmbio automático nem sequer passa da terceira marcha, e o vidro aberto ajuda a ouvir o ruído grave do motor. A posição de guiar é baixa, com pernas esticadas e volante bastante vertical. O motorista vai encaixado em um cockpit estreito, mas confortável. O espaço no banco traseiro é mínimo, comprovando que o Camaro é um típico esportivo americano para duas pessoas. Contudo, há ajustes para torná-lo global. O motor 3.6 V6 da versão avaliada pertence a uma nova geração, mas há outro ainda mais alinhado com a necessidade de poluir menos: um 2.0 turbo de 279 cv. É essa opção que deverá transformar o bólido da Chevrolet em um carro econômico, principalmente se combinado à nova caixa automática de oito marchas. Claro, ainda há uma versão 6.2 V8, com 460 cv. É o queridinho da América, mais por tradição do que por méritos. O mesmo V8 equipa a versão SS vendida atualmente no Brasil (linha 2015), mas com 54 cv a menos. No teste Folha-Mauá, esse modelo precisou de 5,8s para partir do zero e chegar aos 100 km/h. Agora, a GM diz que a versão 2.0 turbo consegue cumprir a mesma prova em cerca de 6s e, certamente, gastando bem menos combustível. Alguma dúvida sobre qual é o melhor negócio? Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
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