817 Edição 09.10.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta

9 Outubro 2015

Nยบ 817 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 817 Sexta 9 • Outubro • 2015

Com os olhos do coração! por Mons. Giovanni Baresse

Nestes dias aconteceu encontro de um grupo de mulheres, companheiras dos tempos de escola na infância e juventude. Caminharam juntas até o que chamamos ensino médio em nossos dias. Hoje estão na faixa dos sessenta anos. Casadas, viúvas, com filhos formados. Profissionalmente aposentadas. Algumas ainda em atividades de trabalho. Um grupo alegre que conservou o gosto de se encontrar. Uma delas me disse que as amigas continuavam iguais, até na fisionomia, aos tempos da juventude! Percebi que ela falava com os olhos do coração. Para superar o olhar fixado nas marcas do tempo só mesmo um olhar feito de muito amor: um olhar que tem sua fonte no coração. Isso me inspirou a escrever estas linhas. O coração é um símbolo muito forte para expressar amor, carinho, afeto. Muito utilizado também comercialmente. Sua presença inunda vitrines nos Dia dos Namorados, Dia das Mães, etc. E é também um jeito de falar da alegria em eventos

mais diversos. Quem não vê o símbolo na junção das duas mãos, dos indicadores e polegares? Parece que temos que reaprender a olhar a realidade com o coração. Não à toa temos uma palavra profundamente rica, carregada de significado: misericórdia! Uma expressão profundamente humana. Também profundamente religiosa. De forma simples podemos vê-la como composição de um verbo (colocar) e de um substantivo (coração). Colocar o coração naquilo que pensamos, fazemos, julgamos, propomos. Penso que se colocássemos o coração em nossas vidas encontraríamos os valores de fundo a preservar: a dignidade humana. Acompanhamos a entrada da Rússia (agora de forma visível) no conflito que envolve o povo sírio. Já existe uma coalizão formada por países da Europa e EUA. Percebe-se que os objetivos não convergem. Uma ala apoia o atual presidente; a outra acha que a solução está em sua saída do poder. No meio está o Estado Islâmico, aproveitando-se para espalhar o terror. Soma-se a presença dos

curdos que desejam preservar suas regiões. O que temos? Mais de trezentos mil mortos e vários milhões de sírios em fuga, buscando preservar suas vidas. As razões da guerra? Certamente o posicionamento geopolítico e os interesses econômicos. Poder e dinheiro prevalecem. Onde está o olhar do coração? Passo para outra realidade. Começou, em Roma, o Sínodo dos Bispos (representantes do mundo inteiro) para encaminhar orientação sobre a família. Pipocam nos meios de comunicação a realidade dos recasados (sem o sacramento do matrimônio), das uniões civis entre homo afetivos, dos meios de planejamento familiar, etc. Coincidentemente foram lidos nas celebrações do fim de semana passado os textos de Gênesis (2,28-24) e Marcos (10,2-16). Nos dois textos a afirmação do projeto divino para o casal humano: companheirismo de vida entre homem e mulher, marcado pela fidelidade e indissolubilidade: “E os dois serão uma só carne... portanto o que Deus uniu o homem não separe”!

Como ter um olhar do coração, um olhar de misericórdia diante de um princípio tão claro? Como preservar o fundamental da fé é a realidade que nos cerca? Penso que o caminho está no encarar as situações vividas na perspectiva do sofrimento que marca a vida. O olhar que nos deve mover é aquele que olha o conjunto da história de cada pessoa. Sem minimizar o ideal que deveria ter sido vivido. E a fragilidade humana que nem sempre consegue responder de forma plena. Nas discussões que envolvem a visão da família em nossos dias e dos problemas que a ela envolvem, na abertura do Sínodo, o Papa Francisco chamou a atenção lembrando que aquela reunião não era um parlatório, nem um parlamento onde se procurassem compromissos, acertos, etc. O que se espera, dizia ele, é que todos falem com franqueza, dialoguem, se posicionem, para que possa surgir o bem para todos. Para nós todos, no dia a dia, diante dos casos concretos, olhemos em primeiro lugar as pessoas. Com os olhos do coração.

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

Depois, vejamos sua situação. Seremos capazes de amar quem não comunga os princípios que cremos. E se o amor for o primeiro mandamento saberemos lidar com as divergências.


ReflexĂŁo e PrĂĄxis

Jornal do Meio 817 Sexta 9 • Outubro • 2015

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

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Pedro Marcelo Galasso: cientista polĂ­tico, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

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interpretaçþes que alimentam as dĂşvidas e as desconfianças da população e que nos fazem crer que pouco mudou com a administração de um grupo polĂ­tico que se dizia diferente do grupo hegemĂ´nico da cidade. É claro que a administração atual encontrou uma prefeitura que sofria os efeitos do grupo polĂ­tico anterior, que, curiosamente, tambĂŠm se dizia diferente do grupo hegemĂ´nico, mas a falta de um esclarecimento pĂşblico sobre a real condição na qual a prefeitura se encontrava era fundamental para aumentar a credibilidade de uma administração que começou nos tribunais para que fosse definido quem venceu e quem perdeu a eleição. Outra ação importante seria a conversa franca com a Câmara Municipal na tentativa de aparar as diferenças entre Prefeitura e uma casa abertamente contra o atual prefeito, composta por vereadores que, por tradição, trocam de lado e de aliados segundo as conveniĂŞncias partidĂĄrias e politiqueiras sem ver a ideia de uma cidade como sua função principal. Entretanto, existem dois pontos que devem ser ressaltados – os prĂŠ-julgamentos devem ser evitados e nĂŁo hĂĄ motivo para a felicidade que alguns se esforçam para expressar. Os prĂŠ-julgamentos sĂŁo reaçþes aos pontos que nĂŁo entendemos e alimentam os boatos que obscurecem o que pode ter acontecido. Como foi dito pelo prĂłprio prefeito, em uma mensagem divulgada por ele, os danos jĂĄ sĂŁo irreparĂĄveis e como ele ĂŠ uma figura pĂşblica a imagem do prefeito se liga a imagem da cidade. Quanto a felicidade de alguns, temos algo que parece ser inexplicĂĄvel e injustificĂĄvel, a nĂŁo ser para algumas pessoas diretamente interessadas em ver seus quadros polĂ­ticos retomando, ou conquistando, antigos, ou nossos, lugares.

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O evento midiĂĄtico ocorrido esta semana em Bragança ĂŠ expressĂŁo de uma descrença polĂ­tica que ĂŠ fruto da dificuldade do aparato pĂşblico se comunicar com a sociedade civil e, alĂŠm disso, mostra que a falta de transparĂŞncia das açþes polĂ­ticas aumenta a distância entre a coisa pĂşblica, gerida pelo poder pĂşblico, e a figura desfigurada do cidadĂŁo, que realiza seu papel de voto, mas que nĂŁo tem o menor controle sobre quem ele ajudou a eleger. É claro que podemos e ĂŠ justo criticar a atual administração municipal por vĂĄrias açþes que eram esperadas e deviam ter sido tomadas, mas que, assim como ocorreu na esfera federal, nĂŁo foram realizadas pelo atual prefeito. Dentre estas açþes algumas sĂŁo facilmente identificadas. A manutenção de um alto nĂşmero de comissionados ĂŠ um exemplo de algo que deveria ser drasticamente diminuĂ­do, mas nĂŁo foi. A forma dos conchavos e das alianças polĂ­ticas utilizadas para vencer o grupo polĂ­tico hegemĂ´nico da cidade obrigou a manutenção desta prĂĄtica danosa Ă cidade e aos cofres pĂşblicos, pois os comissionados atuam na esfera municipal por indicação e escolha, critĂŠrios subjetivos e que nĂŁo necessitam de explicação ou justificativa prĂŠvia. E ĂŠ notĂłrio que alguns cargos nĂŁo sĂŁo bem ocupados. Outro ponto a ser criticado ĂŠ a contĂ­nua falta de transparĂŞncia na administração, tradição polĂ­tica brasileira que reafirma a lĂłgica do mandonismo nacional, marca de um passado do coronelismo que ĂŠ muito forte por aqui. É como se um vĂŠu absoluto cobrisse o que ĂŠ feito na prefeitura, prĂĄtica antiga e esquecida pela oposição que a praticou por vĂĄrios anos, o que dĂĄ margem para as inĂşmeras especulaçþes, boatos e achismos que tomam nossas ruas e dominam as conversas acerca daquilo que ocorre nos corredores da administração pĂşblica. E temos ainda a dificuldade das secretarias em explicar o quĂŞ e como as suas atividades vem sendo cumpridas. Encontros e desencontros que abrem margem para

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por pedro marcelo galasso

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3/art — cup — non. 4/reap — tara. 6/fauces — omertà — trompa.

A Segunda-Feira

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Comportamento

MĂşsica na escola por Suzana Herculano-Houzel /Folhapress

Dedicação Ă mĂşsica deixa cĂŠrebro mais ativo e ajuda a aprender novas lĂ­nguas, mostram novos estudos Eu sou do tempo em que nĂŁo se aprendia mĂşsica na escola. SĂł fui aprender porque tive a sorte de crescer com uma avĂł pianista que atendeu aos meus pedidos e começou a me ensinar em seu prĂłprio piano. Assim que os mĂŠtodos infantis se esgotaram, meus pais me colocaram em um conservatĂłrio de mĂşsica. HĂĄ mais de 35 anos, ler e tocar mĂşsica faz parte da minha rotina. Minha impressĂŁo de que meu ouvido musical me serviu muito bem na hora de aprender lĂ­nguas hoje ĂŠ respaldada pela neurociĂŞncia. JĂĄ existe uma rica literatura que comprova que aprender mĂşsica cedo muda o cĂŠrebro de vĂĄrias maneiras, melhorando a percepção de sons da fala, a memĂłria verbal, e atĂŠ mesmo a leitura. Quem teve treinamento musical em criança consegue processar sons com menos interferĂŞncia de ruĂ­dos ambientes, detectar mais facilmente variaçþes de tom –e, de fato, aprender lĂ­nguas com mais proficiĂŞncia. VĂĄrias escolas começam hoje a incluir aulas de mĂşsica em seu currĂ­culo, mas o ensino continuado ao longo de toda a vida escolar ainda estĂĄ longe de ser a norma. Talvez por limitaçþes orçamentĂĄrias, mas talvez por pura falta de conhecimento, mesmo, quando aulas de mĂşsica existem, elas sĂŁo limitadas a um ou alguns poucos anos na infância.

Mas nunca ĂŠ tarde para (re)introduzir a mĂşsica na escola. Um estudo da Universidade Northwestern, nos EUA, mostrou recentemente que a introdução de aulas formais de mĂşsica ao longo dos trĂŞs anos do ensino mĂŠdio, baseadas em leitura de partituras, foram suficientes para impedir a deterioração do processamento de sons pelo cĂŠrebro que normalmente ocorre no final da adolescĂŞncia (e de fato aconteceu no grupo controle, que, em vez de mĂşsica, fez um curso de preparação de oficiais, com ĂŞnfase em liderança e autodisciplina). Os pesquisadores propĂľem que o aprendizado de mĂşsica mantĂŠm o cĂŠrebro em um estado prolongado de plasticidade auditiva, apto a aprender a detectar e produzir novas combinaçþes de sons –apto inclusive a aprender lĂ­nguas estrangeiras com mais facilidade e por mais tempo. E fazem uma ressalva importante. Sim, ler e tocar mĂşsica talvez nĂŁo seja a habilidade mais diretamente aplicĂĄvel Ă vida profissional que se possa aprender na escola. Mas, atravĂŠs da necessidade de atenção focada e da associação do aprendizado ao prazer, aulas de mĂşsica sĂŁo uma excelente oportunidade para o cĂŠrebro... aprender a aprender. SUZANA HERCULANO-HOUZEL ĂŠ neurocientista, professora da UFRJ, autora do livro “PĂ­lulas de NeurociĂŞncia para uma Vida Melhorâ€? (ed. Sextante) e do blog www.suzanaherculanohouzel.com

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Jornal do Meio 817 Sexta 9 • Outubro • 2015

por ANDRÉ ZARA/FOLHAPRESS

Quando seu pai morreu, no ano

Essa última função também é oferecida pelo

filha, então com dois anos. “Eu desenvolvi

situações, como deixar um recado para si

passado, Mario Henrique Viana, 46,

aplicativo HapBoo, criado pelo brasileiro Ivo

o aplicativo pensando em mandar mensa-

próprio para seguir uma dieta, por exemplo,

decidiu manter ativa a conta dele no

Machado. Ele concebeu a ferramenta em

gens para ela até seus 27 anos, para que se

o app continua sendo usado, na maioria das

Facebook. “Sabendo que estava com um

2012, quando foi acometido subitamente

sentisse próxima de mim”, diz.

vezes, por pessoas com doenças terminais

grave câncer, ele deixou a senha com um

por vários sintomas (como desmaios), que

Hoje, a ferramenta tem 20 mil usuários em

ou em situação de risco, como uma viagem

funcionário de sua empresa”, conta.

depois acabaram controlados.

dez países. “Nos próximos cinco anos temos

para um local em guerra. “É algo pensando

Viana entrava no perfil do pai e postava

Com o receio da morte, seus pensamentos

9.200 mensagens para serem entregues”,

no futuro. Se nada acontecer, as mensagens

mensagens, mas, depois, ficou receoso de

foram para a família, principalmente para a

conta. Mesmo podendo servindo a diversas

podem não ser enviadas.”

estar invadindo a privacidade. “Não parecia certo ficar olhando as conversas antigas. E as pessoas podiam ver que ele estava on-line e confundir a situação.” Desde setembro, usuários brasileiros da rede social não precisam mais ter o mesmo dilema ético. A função Contato Herdeiro (“legacy contact”, em inglês), lançada nos EUA em fevereiro, foi disponibilizada para internautas daqui. A ferramenta permite ao usuário designar um familiar ou amigo para cuidar de sua conta após morte –uma vez que o encarregado comunicar à rede social o falecimento, ele poderá administrar o perfil e transformá-lo em memorial. É possível escrever posts, responder a pedidos de amizade e atualizar as fotos. Quando o herdeiro entra na conta, não aparece para os amigos que o dono do perfil está on-line. O novo administrador também não pode ler as conversas armazenadas. O Facebook já permitia que familiares comunicassem a morte de usuários e pedissem a transformação da página em memorial, após comprovação de óbito. Agora trata-se de algo oficializado. “Deixamos o usuário se planejar e fazer uma escolha [sobre o administrador]”, diz a gerente de produto do Facebook, Vanessa Callison-Burch. Para o professor de ciência da informação da Universidade de Colorado Boulder (EUA), Jed Brubaker, que pesquisa as relações entre morte e o mundo virtual, ter um lugar on-line para lembrar os mortos é importante para algumas pessoas. “Enquanto familiares e amigos próximos fazem suas próprias cerimônias off-line, amigos casuais não participam dos rituais. Para essas pessoas em particular, ter um memorial on-line é um beneficio único”, diz.

Último desejo James Norris, presidente-executivo da Dead Social, defende que as pessoas deixem claros seus desejos sobre o que fazer com os dados virtuais. “Nosso conselho é que a pessoa cuide de seu próprio legado digital”, diz. A empresa dele possui a ferramenta Goodbye, que permite deixar um responsável pela divulgação de informações no Twitter e no Facebook. O usuário pode programar mensagens a ser enviadas depois que ele morrer.

Arte: Folhapress


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Novos Rumos

Jornal do Meio 817 Sexta 9 • Outubro • 2015

Ter sócio é bom negócio?

Um enfoque financeiro por José J. B. Freire

Para avaliar se uma empresa é ou não é bem sucedida, podemos utilizar várias formas de análise, mas geralmente avalia-se a lucratividade da empresa, os seus níveis de risco e o potencial de crescimento a médio e longo prazos. Desta forma, para saber se ter sócio é um bom negócio, precisamos considerar estes três pontos de vista, concluindo se ter sócio aumenta ou diminui as chances de uma empresa gerar os rendimentos esperados. A primeira informação que eu gostaria de repassar para vocês é de um estudo, realizado pela instituição Endeavor, sobre as empresas “Scaleup”. Uma empresa “Scaleup” é aquela que possui média de crescimento anual de empregados maior do que 20%, em um período de três anos e com mais de 10 empregados no início do período de observação. Ou seja, são as empresas existentes mais promissoras: elas possuem uma média de 2,32 sócios, sendo que a média nacional é de 1,18 sócios por empresa. Portanto, temos aqui um ponto a favor de ter sócios. Do ponto de vista de retorno financeiro, ter sócios pode significar maior injeção de recursos, aumentando o capital disponível para utilização da empresa. Importante observar se a mesma está apenas no seu começo de vida, o que geralmente facilita a entrada de novos

correm mais risco do que as aplicações sócios. Estes estarão investindo seus comuns possuem, exigem maior retorno. recursos em um objetivo comum, que foi De forma geral, estes sócios querem que definido e estudado previamente, com a em determinado prazo o retorno seja concordância de todos. É uma fonte de obtido, portanto, eles já possuem uma capital que na teoria deveria ser mais data planejada de saída da empresa, cara do que recursos de terceiros, mas vendendo sua parte na sociedade. Esque na prática é mais barata, ajudando tes sócios são fundos de investimentos na viabilização do negócio, do ponto de chamados de Private Equity. A chance vista de retorno esperado. de uma empresa conseguir Porém, se a empresa já um aporte de capital de um existe há mais tempo, um Sócios são mais fundo desses é de somente novo sócio injetará recursos com uma expectativa de baratos, mas achá- 2 a 3%. O retorno médio esperado por eles está acima retorno maior do que os los não está nada de 17% ao ano. investimentos sem risco fácil! Analisando uma sociedade disponíveis no mercado, sob a óptica de risco, consicomo por exemplo, fundos dere sócios somente aqueles que correm DI e poupança, com rendimentos líquidos o risco financeiro e o risco de imagem de imposto de renda na casa dos 7,5% a juntos. As proporções entre os sócios 11% ao ano. E provavelmente pode existir podem ser diferentes, de acordo com uma cláusula de “quebra de acordo” na a quantidade de quotas de cada um, contratação, caso alguns indicadores mas ambos devem estar arriscando da de desempenho não forem alcançados mesma forma. pela empresa, fazendo com que o sócio Repasso alguns números que ajudam na desista do negócio sem arriscar os recuridentificação dos retornos exigidos por sos que está injetando. Observa-se, por sócios e algumas bases de comparação. outro lado, que a exigência de retorno O sócio “pessoa física”, idealizador deste tipo de sócio é menor do que as do negócio, exige um retorno que lhe taxas de juros que seriam cobrados por permita ter a qualidade de vida espeempréstimos bancários. rada, portanto varia muito; de forma Existem também “sócios profissionais”, geral, exige um retorno pouco acima que realizam investimentos em empreda poupança, em torno de 7% ao ano sas esperando alta rentabilidade. Como

em relação ao capital investido. Isso quando o empresário se deu o trabalho de calcular o retorno esperado, já que muitos não calculam, talvez por medo de se frustrarem. Um sócio mais preparado exigirá um retorno bruto médio próximo da taxa de juros básica do mercado, hoje em 14,25% ao ano. Um fundo de private equity exige retorno acima de 17% ao ano, mas pode exigir mais, de acordo com o risco que vislumbra no negócio. Um empréstimo bancário dificilmente fica abaixo de 20% ao ano, e existem linhas para empresas que podem chegar a 200% ao ano. Podemos considerar como média de empréstimo bancário uma simples operação de desconto de duplicata, em média com juros de 50% ao ano. Independentemente do sócio que você gostaria de ter, lembre-se: Convencê-lo não será um trabalho fácil! Espero que tenham gostado do artigo de hoje. Sugestões ou dúvidas, entrem em contato por e-mail: jose.freire@rroe.com.br. Notas: Scale Up em inglês significa Ampliar Private Equity, tipo de fundo de investimento que investe em empresas e depois as revende.

Livro sobre livro traz doçura rigorosa

de Ana Martins Marques por ALCIDES VILLAÇA/FOLHAPRESS

Toda visada crítica é redutora diante das múltiplas tramas de seu objeto. Escritores modernos pesam sua técnica de escritores e podem elegê-la como tema, circulando em volta, ou mergulhando nela, habilitando-a como vivência. Ana Martins Marques, em “O Livro das Semelhanças”, escreve sobre um livro de poemas, tautologia de quem também promete “não vou escrever cartas de amor / vou escrever cartas sobre cartas”. O livro é tanto o laboratório de suas experiências com as palavras como o reino dos nomes que devem encarnar seus afetos. Não é o caso de lembrar secamente o Mallarmé da frase/axioma “o mundo existe para resultar num livro”: na obra

de Ana, o livro não parece querer fechar o mundo em si, mas tornar-se um mundo que se apresenta com a propriedade de um espelho que olha para si antes de refletir todas as outras coisas. Fustigando nomes e escavando vivências pessoais, Ana não se imobiliza numa ou noutra operação: cultua a passagem que empreende uma dupla conversão. Há poemas cuja graça se estreita numa simulação editorial, como “Capa” ou “Índice Remissivo” -peças habilidosas a serem avaliadas nos limites de sua verve. Em outros, o suporte “livro” surge em meio aos périplos da vida, como os amores, constituindo-se um porto onde se pondera a viagem: “Poema Não de Amor” e “Um Dia”, por exemplo.

E há poemas, a meu ver os mais admiráveis, em que as palavras e os afetos escavados se apuram reciprocamente num parâmetro rigoroso, quando então a primazia passa a ser a conjunção poética entre a ossatura e a carnalidade. Concentram-se sobretudo na terceira parte do livro, que lhe dá o título e constitui de fato um livro já em si mesma.

Reinvenção

Gosto das várias questões em que os poemas de Ana fazem pensar: o alcance das palavras pinçadas no modo sério-irônico, o manejo da expertise verbal, o motor impudico da enumeração e das anáforas, a leitura e a reinvenção do poema “A Rea-

lidade e A Imagem”, de Manuel Bandeira. Mas gosto mais de partilhar a consentida curvatura de sua sensibilidade para a poesia mais viva, onde se quebram os copos, onde se ouve “o silêncio / elementar / dos metais”, onde se conclui que “cada gato / é o cadáver de um gato”. Os poemas de Ana são estímulos de quem afia as ferramentas e espreita com o rabo do olho vigilante a matéria que aço nenhum é capaz de cortar, mas que se dobra à doçura rigorosa de quem secretamente a esculpe. O LIVRO DAS SEMELHANÇAS AUTORA: Ana Martins Marques EDITORA: Companhia das Letras QUANTO: R$ 33 (112 págs.)


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Momento Pet

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American Bully por Dr. André Alessandri

Bom dia meus queridos leitores!

ágil e bastante ativo.

Hoje vamos falar de uma raça

A raça surgiu nos Estados Unidos,

relativamente nova que vem

advinda do cruzamento do Ameri-

crescendo bastante e despertando

can Pit Bull Terrier com o Bulldog

a curiosidade das pessoas. Já temos

Americano, Inglês e o Old English

alguns clientes que a possuem, e

Bulldogge.

muitos outros interessados: o Ame-

Outra característica que agrada

rican Bully.

muitos proprietários de um American

Apesar da aparência robusta, cara

Bully é o fato do cão latir pouco e

de mau e o estilo guarda-costas, o

garantir a segurança do local com

American Bully é uma raça extrema-

sua cara de bravo.

mente amigável, cujo maior prazer

É uma raça que não precisa de muito

é estar na companhia de pessoas,

espaço e, portanto, não requer casas

principalmente o seu dono. Seu

com quintais imensos. Adaptam-se

aspecto exótico atrai olhares por

tanto a um apartamento, como a um

onde passa.

sítio.

O tronco pesado e compacto, peito

Portanto, se você procura um compa-

aberto e a enorme cabeça podem

nheiro dócil, divertido e obediente, mas

deixá-lo com aspecto lento, mas,

com cara de mau, que tal conhecer um

pelo contrário, o American Bully é

pouco melhor o American Bully?

Foto: Divulgação


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