Braganรงa Paulista
Sexta
19 Fevereiro 2016
Nยบ 836 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
Expediente
Quaresma
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
por Mons. Giovanni Baresse
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Iniciamos na quarta feira o
suas origens próximas às festas
responsabilidade”. Seguindo a me-
Básico; 6 – Desenvolver a cons-
tempo quaresmal. Tempo
da Roma pagã. Os cristãos foram
todologia já consagrada nas ações
ciência de que políticas públicas
penitencial que prepara
inculturando hábitos e tradições.
pastorais da Igreja a proposta é
na área de saneamento básico
para a festa mais importante e
E na perspectiva da celebração
colocada na linha do Ver-Julgar e
apenas tomar-se-ão realidade pelo
basilar dos cristãos: a Ressurreição
do Ressuscitado “cristianizaram”
Agir O objetivo geral da campanha
trabalho e esforço em conjunto;
de Jesus Cristo! Antiga tradição
ritos pagãos. Por isso se tornou
é assim proposto: “Assegurar o
7 – Denunciar a privatização dos
marca quarenta dias simbólicos
prática, após os folguedos carnava-
direito ao saneamento básico para
serviços de saneamento básico,
entre início da quaresma e Páscoa.
lescos, chamar a atenção, de forma
todas as pessoas e empenharmo-
pois eles devem ser política pú-
O número 40 tem forte incidência
mais forte, para uma Festa que
-nos, à luz da fé, por políticas
blica como obrigação do Estado;
bíblica e significa um tempo es-
dá sentido à existência humana
públicas e atitudes responsáveis
8 – Desenvolver a compreensão
pecial onde se vivem experiências
e que se prolonga para além do
que garantam a integridade e o
da relação entre ecumenismo,
radicais; também a experiência
calendário: a Páscoa! É verdade
futuro de nossa Casa Comum”. A
fidelidade à proposta cristã e en-
todos ou se só nos preocupamos
de relacionamento profundo
que na quaresma salienta-se, pela
seguir vêm os objetivos específicos
volvimento com as necessidades
conosco mesmos. Finalmente se
com Deus. Baste lembrar os 40
devoção popular, o caminho sofrido
para a ação: 1 – Unir as igrejas,
humanas básicas. No texto base
sugerem pistas concretas para
anos de caminhada dos hebreus
de Jesus Cristo. É preciso, porém,
diferentes expressões religiosas
é apresentado um panorama do
agir. Ressalte-se que a Campa-
pelo deserto (uma grande pere-
recuperar o significado principal do
e pessoas de boa vontade na pro-
que existe e das carências no que
nha da Fraternidade neste ano
grinação da terra da escravidão
chamado á conversão. A escolha
moção da justiça e do direito ao
se refere ao saneamento básico.
é ecumênica, isto é, é proposta
para a terra da liberdade – Êxodo
dos textos bíblicos que serão lidos
saneamento básico; 2 – Estimular
Apresenta-se o quadro da palavra
pelas igrejas que fazem parte do
15 e ss.); os 40 dias e noites de
nas celebrações eucarísticas terá
o conhecimento da realidade
dos profetas, em especial, Amós.
CONIC (Conselho Nacional das
Moisés no Horeb (Deuteronômio
esta tonalidade: chamar a atenção
local em relação aos serviços de
A Palavra de Deus que clama
Igrejas Cristãs). Porque o cuidado
9,9ss.); os 40 dias para Nínive ser
para o estilo de vida dos cristãos.
saneamento básico; 3 – Incentivar
para a vida digna para todos.
com a vida não se fecha numa só
destruída se não se convertesse
Ao lado disso, aqui no Brasil, faz
o consumo responsável dos dons
Ela convoca a tomar atitude
visão religiosa. Quer ser apelo
(Jonas 3,4); os 40 dias de jejum
mais de 50 anos se propõe algum
da natureza, principalmente da
que salvem a vida. Há um bom
para os que se dizem crentes
de Jesus, também no deserto,
tema que leve a olhar a realidade
água; 4 – Apoiar e incentivar os
número de perguntas que ajudam
em Cristo para que coloquem
um tempo largo de experiência
na ótica de fé. E abra perspectiva
municípios para que elaborem e
a ter clareza sobre o que fazer.
em prática o que dizem crer:
com as limitações humanas e as
de ações concretas que manifes-
executem o seu Plano de Sanea-
Por exemplo: como cuidamos da
amar a Deus, Criador de tudo
propostas do mal (Lucas 4,2).
tem conversão. É a Campanha
mento Básico; 5 – Acompanhar
água, como cuidamos do lixo que
o que existe, e amar o próximo,
Este tempo quaresmal sucede à
da Fraternidade. Neste ano com
a elaboração e a execução dos
produzimos, se nos preocupa-
ser humano e natureza, por
celebração do carnaval. Este tem
o chamado: “Casa comum, nossa
Planos Municipais de Saneamento
mos com aquilo que é comum a
amor ao Criador.
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Reflexão e Práxis
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Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Observação (abrev.) Justin (?), cantor Puro; inocente
Um bilhão de anos Feito de cobre Repetição de mensagem, no Twitter
O denominador, na fração Camada (de tinta) Tempestade marítima
Por (?) de: às ocultas de Música de Adriana Calcanhotto
Que é dependente de drogas Usava máscara no antigo Teatro grego Juan (?), jogador espanhol (fut.)
Afluente do Amazonas, nasce no Peru
Leitor do teleprompter Orifício da pia Metal reduzido no “sal light” Missiva Riscos Ambientais do Trabalho (sigla)
Pode ser substituído pela caução no contrato de aluguel Condimento à base de urucum
BANCO
Rocha, em francês Osso triangular do joelho, situado adiante da articulação do fêmur com a tíbia (pl.) 14
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Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
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funda e funciona segundo a capacidade de oratória de alguns políticos ou outras figuras públicas há nela uma velocidade de disseminação muito grande. Entretanto, se pensarmos na construção e na conquista histórica da liberdade de expressão veremos algo bem diverso. A prerrogativa primordial da liberdade de expressão é o Bem Comum, ou seja, ela parte do pressuposto de que as mensagens que podem circular livremente em nosso universo político e social devem considerar o Bem de todos. Visão utópica, diriam alguns, mas o fato histórico não muda e nem perde sua força por conta da dificuldade de pensarmos algo deste tipo. Não há, no universo social e político, uma fórmula mágica que resolva nossos problemas, há sim uma busca constante por um horizonte social mais humano e responsável sem a disseminação de mensagens de ódio. A liberdade de expressão é condição básica para a construção de nossa cidadania e para a firmação de nossos direitos, bem como um elemento fundamental para consertamos nossas mazelas sociais e políticas como, por exemplo, o quadro corruptivo construído por nossos homens públicos, os politiqueiros profissionais, somos pródigos disso em todo o país, ou para reduzirmos nossas taxas altíssimas de violência, indo além dos crimes contra o patrimônio e incluindo as taxas de violência no trânsito, nas escolas, penitenciárias, dentre outras tantas instituições públicas e privadas. Faz-se necessário, portanto, pensar a liberdade de expressão de forma mais responsável e coerente, sem deixar que ela seja contaminada pelos discursos de ódio, construídos sobre bases frágeis, mas perigosamente convincentes.
Animal que não possui bexiga urinária
A F
A frágil democracia brasileira é pródiga em criar confusões sobre seus conceitos e hábitos, fruto de um aprendizado que demanda tempo além de ações do Estado e da sociedade civil, e, nos últimos tempos, um destes conceitos é prova desta confusão. Refiro-me ao conceito de liberdade de expressão. Nas nossas redes sociais fica claro o uso deturpado deste conceito já que muitas vezes a liberdade de expressão serve como desculpa hipócrita para disseminação de mensagens de ódio que se outorgam ares de opiniões lícitas e, por isso, legítimas, ou seja, as mensagens de ódio são transformadas em opiniões que todos podem expressar e compartilhar. Na verdade, os discursos de ódio são invocados, no sentido religiosos do termo, para justificar mensagens que pregam a violência pura e cega como possibilidade de construção de um quadro social e político que, supostamente, garantiria nossa segurança. É quase a recuperação do Estado absoluto de Hobbes no qual a garantia da segurança teria como preço a perda de nossa liberdade. Ou ainda, a pregação messiânica da concentração do poder político nas mãos de um único governante como pregavam outros pensadores absolutistas ou o pedido mais comum no Brasil a crença que uma ditadura militar iria melhorar o país. O fato importante a ser notado aqui é a postura messiânica que algumas figuras públicas assumem ao defenderem mensagens de ódio. É como se o furor político se legitimasse por uma aura redentora e salvadora como um milagre, algo mais perigoso nos anos eleitorais. A crença na salvação via militares ou algum líder messiânico é tão inocente e sem sentido que acaba por se encaixar em qualquer contexto e eis o seu perigo. Como ela não exige argumentação pro-
Sentimento provocado pelo insolente
X A OL O R A U RO T U L A S
por pedro marcelo galasso
Seu chefe espiritual é Precepto(?) a cor- o Patriarca ra de da: faltar à de Cons- crianças promessa tantinopla nobres
C O R R I D A R U S T I C A
de expressão
Crime de Nobel de Literatura motoristas em aciden- em 1957, tes de trânsito, com autor de pena de detenção “A Peste”
3/roc. 4/crab — éreo. 6/adicto. 7/procela.
A liberdade
© Revistas COQUETEL
Artéria on- Caranguejo, em de é im- Competi- inglês plantado ção esportiva em o “stent”, solo acidentado na angioplastia Estudo dos rios
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Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
por Shel Almeida
Uma entidade não governamental internacional que promove programas educacionais a fim de fomentar a educação para a paz e a amizade intercultural entre crianças. Esse é CISV, da sigla Children’s International Summer Villages, (algo como Acampamentos Internacionais de Verão para Crianças, em tradução livre), concebido pela psicoterapeuta Dra. Doris Allen em 1946 e realizado, pela primeira vez, em Cincinatti, nos EUA, no ano de 1951. Após a Segunda Guerra houve o empenho de se formar iniciativas que promovessem a paz, e a ideia da UNESCO de se criar uma organização educacional internacional com esse objetivo chamou a atenção da Dra. Allen, no entanto, como especialista em crescimento e desenvolvimento, ela acreditava que o foco deveria ser nas crianças e não nos adultos, como sugeria a proposta inicial. Para ela, “a fonte principal para a paz, a longo prazo, estava nas crianças” e é a partir dessa convicção que seu projeto consegue unir, há décadas, crianças do mundo inteiro para ensiná-las a respeitar valores comuns e diferentes. O valor de sua iniciativa foi reconhecido em 1979, com a indicação da Dra. Allen para o Prêmio Nobel da Paz, que acabou indo, naquele ano, para a Madre Teresa de Calcutá.
Oportunidade única Para saber mais sobre a proposta da entidade e como é a experiência de fazer parte, conversamos com os bragantinos Nathália Bádue Freire Costa e o filho Giuseppe Freire Costa; com Fernanda Pina Costa e a filha Maria Inês Costa Marafante; e Débora Zmekhol, que participam de atividades da entidade. “Normalmente acontecem reuniões para entrada de novas famílias,. O mais comum é que sejam convidadas por famílias Cisvianas. No meu caso foi diferente porque eu fiquei sabendo por alguém que não fazia parte. Então eu entrei no site e fiz a inscrição e depois fui contatada. Eu me identifique muito com a proposta. Muitas famílias que foram na reunião não se identificaram. Nós entramos no CISV em fevereiro de 2015 e em julho meu filho já estava indo para o México. A proposta é bem diferente do que a maioria das pessoas entende por intercâmbio. É um intercâmbio cultural, é para conhecer pessoas e não para aprender outra língua e nem para turismo. As crianças participam dos programas a partir dos 11 anos, mas podem começar depois. Existem programas para crianças de 13 anos, de 15 anos, não tem limite de idade. São acampamentos de um mês, com crianças dos mais diversos países, com atividades em grupo, direcionadas e educativas, com proposta intelectual e emocional. É um movimento pró paz, para aprender com o outro e a se colocar no lugar do outro. Você não escolhe para onde seu filho vai e nem quem vai receber. Mas não é obrigatório receber outras crianças, é tudo voluntário e opcional”, explica Nathália. “O CISV surgiu a partir de um estudo realizado pela Dra. Doris Allen que indica que criança entre 10 e 11 anos não têm o preconceito formado, ainda não têm o ódio instaurado, essa é uma idade que você ainda consegue salvar. Até então, a criança reproduz tudo o que ela vive, tudo o que é projetado pelos pais. A partir dessa idade é que ela vai criar as próprias convicções, portanto, esse é o momento crucial para
que a criança tenha contato com pessoas diferentes”, fala Débora, que foi umas das primeiras em Bragança há participar das atividades do CISV. Ela participou de todos os programas no decorrer dos anos e foi inclusive monitora, já na idade adulta. Durante a adolescência esteve na Índia. EUA e Canadá. “Participar do CISV é uma oportunidade única. Para mim, eu posso dizer que contribuiu para enraizar valores que meus pais me transmitiam, além de me fazer ter autoconfiança. Até hoje mantenho contato com amigos de outros países que fiz quando participei dos programas. Minha irmã também participou, depois de mim. Essa é uma das regras, se uma criança vai, os irmãos também vão, quando tiverem idade. Quando meus filhos estiverem maiores, também irão, com toda certeza”.
Experiência de vida Giuseppe, o Peppe, foi o primeiro da família a participar dos programas do CISV. Para ele, assim que chegou no Village foi difícil por receio de como seria recebido pelas outras crianças, sensação que passou aos poucos, assim que conseguiu se enturmar. A experiência serviu como ensinamento a ser passado para a prima Maria, que foi para a Índia no começo deste ano. “Eu falei para ela, tem que fazer pelo menos uma melhor amiga da delegação brasileira já no primeiro dia, porque aí fica mais fácil. Mas depois que eu me enturmei, nem a língua foi problema, a gente conseguia se entender, nem que fosse por gestos. Meu melhor amigo era da Noruega”, fala. Para os pais, o distanciamento é mais complicado pois, enquanto as crianças estão realizando inúmeras atividades e querem mais é se divertir com os novos amigos, a família fica em casa sem poder se comunicar com os filhos. O contato é feito apenas com monitores. “A lição que eu mais tirei disso foi a de relaxar um pouco. Eu era uma mãe super protetora, agora eu sei que a minha filha sabe se virar bem sem mim, é um aprendizado para as mães e pais também”, fala Fernanda “Eu percebi que eu voltei mais confiante, porque eu fiquei doente lá, mas deu tudo certo. Era estranho ir no médico sem a minha mãe, mas eu me senti segura porque a equipe do CISV me acompanhou e cuidou bem de mim. Na hora de vir embora é a gente que se sente meio confusa, porque ao mesmo tempo que eu queria voltar para casa, porque estava com saudade, eu sabia que era a última vez que eu ia ver meus amigos” conta Maria. “O que eu tenho a dizer aos pais que ficaram interessados é: fiquem loucos, mas mandem seus filhos. O CISV existe há mais de 50 anos, é uma instituição estabelecida. A experiência é enriquecedora para filhos e para pais. Quando meu filho voltou eu percebi o quanto eu o subestimei e o quanto ele é capaz. Isso mudou a nossa relação”, fala Nathália, que já recebeu crianças do Canadá, Finlândia. Alemanha e Holanda. em casa. “Foi uma experiência bem interessante também, a gente aprende a entender as diferenças. Da primeira vez o Peppe estava aqui, então foi mais fácil. Na segunda, eu tive que quebrar o gelo por conta própria”, diz. Para quem tiver interesse sobre o programa do CISV pode obter mais informações através do site: www.br.cisv.org
Fernanda, Maria, Débora, Nathália e Peppe. CISV tem o poder de promover mudanças positivas na relação entre pais e filhos.
Débora participou das atividades do CISV no decorrer da vida. Já adulta, foi monitora durante acampamento na Índia.
Peppe no México. Insegurança inicial passou assim que se enturmou com o grupo e fez novos amigos
Maria de malas prontas para a experiência mais enriquecedora de sua vida, até agora.
Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
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Saúde
Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
Queimaduras de sol Creme calmante ajuda a reduzir dor das queimaduras de sol por BÁRBARA SOUZA/FOLHAPRESS
Um tempinho a mais no sol,
Wulkan, nem é preciso estar aquele
batom com protetor.
sem reaplicar o protetor solar,
sol de rachar para causar queima-
E não se esqueça de proteger áreas
pode causar estragos na pele.
duras: nuvens espessas protegem
mais expostas, como mãos, braços,
Queimaduras causam vermelhidão,
até 80%, ou seja, mesmo num dia
ombros.
inchaço e bolhas, que doem e ardem.
nublado a pele ainda está sujeita a
Além do desconforto causado pela
Mas, dependendo do grau da lesão,
receber 20% de radiação solar.
queimadura enquanto a pele não é
é possível amenizar esses sintomas.
“Portanto, não se engane. Use
renovada, sol em excesso é o prin-
Sair do sol assim que perceber a
proteção solar também nos dias
cipal responsável pelo câncer de
queimadura, beber bastante água
nublados para evitar queimaduras e
pele e pelo envelhecimento precoce.
e suco, ficar em um ambiente mais
outros danos provocados pelo sol”,
(Bárbara Souza)
refrigerado, tomar banhos mornos
completa Ingrid Peres, fisioterapeuta
Febre deve ser tratada no hospital
ou frios e usar loções calmantes, à
dermato funcional.
A presença de febre, mal estar ou
venda nas farmácias, são algumas
tonturas pode indicar um excesso
das formas de reduzir o desconfor-
Proteção
to. Usar roupas leves e de algodão
Para evitar risco de queimaduras,
ocorre quando a área queimada ou
também ajudam.
além de usar protetor solar indica-
acometida é muito extensa. Nesses
Mas cuidado: áreas muito extensas
do para o seu tipo de pele, sempre
casos é importante procurar um
ou dolorosas devem ser avaliadas
use chapéus, bonés ou viseiras e
pronto-socorro. Uma queimadura
por um dermatologista, que pode
óculos de sol. O protetor tem de
causa a destruição da parte super-
recomendar alguns cremes sua-
ser repassado a cada duas horas ou
ficial da pele (chamada epiderme).
ves, como, por exemplo, à base de
após se molhar. “Nunca se esqueça
Essa pele será trocada por uma nova,
cortisona.
de proteger os lábios”, diz Ingrid.
que vem por meio do processo de
Segundo o dermatologista Claudio
Existe protetor solar em bastão e
descamação. (BS)
de radiação solar e isso geralmente
Jornal do Meio 836 Sexta 19 • Fevereiro • 2016
Momento Pet
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Comportamento
Em busca de equilíbrio por MIRIAN GOLDENBERG /FOLHAPRESS
Confesso ter inveja de pessoas ataráxicas: serenas, maduras, confiantes e corretas e equilibradas Confessar as nossas invejas é sempre muito difícil, como constatei quando perguntei aos meus pesquisados: “O que você mais inveja em um homem?” “E em uma mulher?”. Mas eu confesso: eu invejo os ataráxicos. Ataraxia é um termo grego para descrever um estado lúcido e tranquilo, caracterizado pelo equilíbrio emocional, pela tranquilidade da alma e pela ausência de preocupação, de inquietude e de ansiedade. O meu tipo ideal de ataraxia é uma pessoa serena, madura, confiante, que não se deixa
seduzir pela vaidade ou pelo poder, não se preocupa com a opinião dos outros, não sente culpa ao dizer não, não sofre para provar o próprio valor, não se ressente por não ter o reconhecimento que merece, não se faz de vítima e não se paralisa pelo medo. Não é explosiva, intensa, tensa e ansiosa. Não é eufórica ou deprimida, não briga, não explode, não grita, não se desespera, não se irrita, não se vinga, não tem pressa. E, o que é mais invejável, não sofre de insônia. Ela não se afeta, para o bem ou para o mal, com o que os outros pensam ou fazem. Não se abala com críticas violentas ou elogios exagerados. Tem sempre o foco na própria vontade e reconhece seus erros sem gran-
des dramas. Não se desvia do caminho que traçou para si, mesmo quando os outros tentam destruí-la. Ela consegue deletar da sua vida todas as pessoas negativas, destrutivas e invejosas. Não fica deprimida com algum comentário desagradável ou com uma mensagem agressiva. Ela simplesmente não se afeta, é imperturbável. Aprendi com os ataráxicos que a indiferença pode ser o melhor remédio contra a agressividade, a grosseria e a ignorância. E que rir de si mesmo é um antídoto para muitas inseguranças e preocupações desnecessárias. Como resultado de um enorme sofrimento relacionado a um momento tão dramático
do Brasil, estou tentando não me afetar tão profundamente com a grave crise política, econômica e ética e, também, não ter tanto medo das agressões gratuitas e das violências cotidianas. Devo confessar, no entanto, que é impossível não sofrer com o drama social que temos testemunhado diariamente e com o sofrimento de tantos brasileiros. Minha angústia, meu medo e minhas noites de insônia só têm aumentado. O que fazer? MIRIAN GOLDENBERG é antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A Bela Velhice” (Ed. Record) miriangoldenberg@uol.com.br
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