Braganรงa Paulista
Sexta 8 Abril 2016
Nยบ 843 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Para pensar
Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
Expediente
As marcas dos cristãos
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
por Mons. Giovanni Baresse
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
Nestes tempos pós Páscoa
temor, realizando as mesmas ações
história é inegável que o sonho de
e os que quase nada têm. E marca
a leitura dos Atos dos Após-
do Mestre, suscitavam esperança
convivência fraterna e solidária
os nossos dias com a mentalidade
tolos nos ajuda a repensar
no meio do povo dominado pelo
continua habitando no coração
que o ter é fundamental. Só se é
aquilo que celebramos na Semana
Império e pela estrutura de poder
humano. Também entre os que
algo se se tem. Quem não tem é
Santa e nas consequências práticas
do Templo. Uma nova forma de
não conhecem ou aderiram a Jesus
quase nada. Penso que podemos
dessa celebração. No capítulo 2, ver-
vida se vislumbrava. Os primeiros
Cristo, mas carregam no coração
assim entender o momento de
sículos 42 e seguintes, se manifesta
cristãos procuravam conhecer e
profundo amor e respeito pelos
turbulência política e econômica
a forma de viver dos que tinham
aprofundar sua escolha por Jesus e
semelhantes. Esse ideal do início
que estamos vivendo. Parece que
abraçado a fé em Jesus Cristo. Cito
pela comunidade; o relacionamento
do cristianismo continua latente.
o Bem Comum está subordinado
breevemente: “Eles mostravam-se
fraternal os fazia buscar o bem de
Aqui e ali vão surgindo tentativas
aos interesses de pessoas ou gru-
a convivência entre pessoas que
assíduos ao ensinamento dos após-
todos, abrindo mão dos pertences
para torna-lo real. Até a ideologia
pos. As dificuldades pelas quais
pensam diversamente. Atitudes e
tolos, à comunhão fraterna, à fração
para socorrer a todos; a celebração
trabalhada por Marx e Engels,
passam, especialmente, os mais
palavras têm levado a um acirra-
do pão e às orações. Todos os que
da Eucaristia e a oração davam o
o comunismo, buscou nas bases
pobres estão em segundo plano.
mento que beira a irracionalidade.
tinham abraçado a fé reuniam-se
embasamento para essa escolha
bíblicas a sua utopia. Na caminha-
Ainda continuo escandalizado
Não se escolhem metas de governo
e punham tudo em comum: ven-
revolucionária: não pensavam só
da histórica acabou se tornando
com o fato de que no final do ano
com baixarias. Venham de onde
diam suas propriedades e bens, e
em si, pensavam e agiam a favor de
instrumento de dominação, mas a
o Congresso Nacional e órgãos
vierem. Da mesma forma temos
dividiam-nos entre todos, segundo
todos. Digamos que esse primeiro
base ideal era a busca de sociedade
superiores da Justiça tenham saído
que preservar os princípios que
as necessidades de cada um”. O
entusiasmo era também motivado
igualitária. Movimentos semelhantes
em férias quando a situação exigia
norteiam a vida do País. Acima de
entusiasmo pelo exemplo e pela
pela perspectiva da volta gloriosa
surgiram ao longo dos tempos (baste
atuação imediata para solucionar
qualquer interesse está o bem de
palavra de Jesus era contagiante.
do Senhor. Não ia demorar muito
lembrar a realidade iniciada com
a crise presente. Não se nega o di-
todos. Creio que lembrados dos
O anúncio da Boa Nova feito por
para que o Cristo sofrido e humi-
o nascer do protestantismo). Com
reito de justo descanso a ninguém,
princípios da primeira comunidade
aqueles primeiros que, medrosa-
lhado voltasse como Rei. Por isso
a Revolução Industrial começou
mas quando “a casa está pegando
crista nós, cristãos de hoje, temos
mente, tinham abandonado ao
valia a pena preparar-se para a
o sistema de capital. Este trouxe
fogo” a gente primeiro apaga o fogo!
que nortear nossos passos pelo
Senhor e, de repente, começaram
sua chegada. Se essa visão não se
muitas possibilidades, mas agravou
Falta, a meu ver, visão da Política.
seu exemplo. Se assim não
a falar dele abertamente e sem
realizou no tempo aproximado da
a diferença entre os que têm muito
Entendida como arte de auxiliar
for para que serve a nossa fé?
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Reflexão e Práxis
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Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Formulações propostas por Newton e Kepler
Artefato têxtil Aparelhos da PRF
São e salvo
(?) solitário, presente de debutantes
Lago do Cazaquistão Briga de galos
Ponto ilustre do Centro paulistano Tome precauções
Grupo de peças leiloadas juntas
Tijolo feito de argila e palha A lei mosaica (Rel.) Título monárquico
(?) Benário Prestes, militante comunista
(?) Brown, autor de “Inferno”
Casa, em inglês Quimérica; fantasiosa
Recente
O mais raso dos Grandes Lagos Incomum Esporte praticado por Torben Grael
Diminuir o preço; descontar Invento de Santos Dumont Maneja
(?) Luthor, arquiinimigo do Superman
Remuneração dos sócios de uma empresa
Dom (abrev.) Ícone, em inglês
Contrato de seguro Saudação jovial
(?)-amarelo, árvoresímbolo do Alagoas
“Alto”, em “acrobata” Sufixo de “etanol” Tomar um (?): ser derrubado por uma onda Lewis Car“Menina roll: criou de (?)”, su- Alice (Lit.) cesso de Raul Seixas
Otto Dix, pintor expressionista alemão
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do povo. Por sua vez, o povo é obrigado a permanecer fiel ao compromisso assumido e não pode, sob nenhum pretexto, voltar à confusão da multidão desunida e tampouco transferir o poder para outrem. É prerrogativa do soberano é ser juiz das opiniões e das doutrinas, conduzir a paz e regulamentar ações de onde resulta a concórdia. Ao soberano compete prescrever as regras sem as quais ninguém teria segurança na posse da propriedade, ou seja, as regras do meu e do teu, do bem e do mal, do legal e do ilegal nas ações, o que se denomina leis civis. A ele compete o direito de julgar, ouvir e decidir todas as controvérsias que surgem com respeito à lei, civil ou natural e com respeito aos fatos. A ele compete o direito de declarar ou executar a guerra ou a paz com outros Estados e tomar as providências para concretizá-las. A ele cabe escolher os conselheiros, ministros, magistrados e oficiais em função do bem público, premiar os que servirem o Estado e castigar os que desacatarem. Esses direitos constituem a própria essência da soberania. São intransferíveis e inalienáveis. Todavia, contanto que proteja os cidadãos, o poder é igual em todas as formas de governo, e o pior dos governos é preferível às misérias e às calamidades da guerra civil, ou àquela condição dissoluta dos homens sem governo, sem leis e sem poder coercitivo que o proeja da rapina e da vingança dos seus semelhantes. A liberdade de que falam os gregos e romanos não é a liberdade dos homens particulares, mas sim do Estado. Cada Estado tem a liberdade de fazer o que lhe apraz e o que considera mais condizente com bem-estar da coletividade. Quer o Estado seja monárquico ou popular a liberdade é igual, pois é na submissão do súdito que consiste a obrigação e a liberdade.
A 18ª letra Tradicional bar irlandês
Pão de milho Travessura (bras.)
por pedro marcelo galasso
Hobbes chegou ao absolutismo, que seria o telhado de sua construção e como empirista, o conhecimento para Hobbes é fruto da experiência sensível. Esta seria um conjunto de estados de consciências; o conhecimento deriva de práticas e de aptidões pessoais. Segundo o método da demonstração geométrica, fundamentou a necessidade do governo na razão e a natureza humana. Concluiu que não se deve colocar restrições à sua autoridade, ou, na pior das hipóteses, colocar-se o mínimo de restrições. Para evitar a situação natural em que os homens são predadores entre si, o Estado se torna o meio de previdência e de preservação do gênero humano e, consequentemente, de uma vida mais feliz. O Estado resulta de um contrato social, mas um contrato sem a ameaça da força da espada é impotente para garantir a segurança. O contrato em por intuito reduzir todas as vontades a uma só, nomear um homem ou uma assembléia para representar a todos, assumindo tudo o que diz respeito à paz e à segurança comuns. Todos devem se submeter sua vontade à vontade dos representantes. O resultado será a verdadeira união de todos na mesma pessoa, feita por contrato de todo homem com todo homem. Feito isso a multidão se une de tal maneira em uma só pessoa, que e chamada de Estado. É assim que surge o grande Leviatã, ou melhor, aquele deus mortal a quem devemos, sob o deus imortal, a nossa paz e defesa. Essa autoridade pode usar de tanto poder e força quanto lhe pareça necessário para garantir a paz interna e ajuda mutua contra os inimigos externos. Aquele que representa essa multiplicidade de vontades e exerce esse poder em nome de todos é o soberano, os demais são os súditos. Alcança-se esse poder soberano por força natural, por guerra ou quando os homens concordam voluntariamente confiando serem protegidos por ele contra todos os demais. Constituiu-se, assim, o Estado-instituição. Da instituição do Estado derivam todos os direitos e faculdades daquele ou daqueles que detém o poder que lhes foi conferido pelo consentimento
“Somewhere Beyond Ingredienthe (?)”, sucesso tes do de Frank Companhia baião Sinatra de dois (abrev.)
U T O P I C A
de Hobbes
© Revistas COQUETEL
Gaviões da “Tudo pela (?), escola metade do Mentalmente de samba (?)”, a promoção do golpista limitado
L I N H A E D I T O R I A L
A atualidade
Expressão A matéria que não faz dos valores e ideolo- parte do gia de um veículo currículo de comunicação obrigatório
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Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
por Shel Almeida
Sistema de combate desenvolvido
porquê não usamos apenas a força, mas
em Israel, o Krav Magá é a união
especialmente a técnica. E a grande dife-
de várias técnicas de lutas. Por
rença do Krav Magá é que ele usa muito
ter o foco na defesa pessoal é ideal para
o golpe inesperado. Quando o agressor
mulheres, pois consiste em respostas
ataca uma mulher, ele não está esperando
simples, diretas e rápidas para situações
que ela reaja da forma que o Krav Magá
de violência urbana.
ensina. Até mesmo a mordida e o dedo
Criado e desenvolvido por Imi Lichten-
no olho são técnicas, mas o aluno sabe
feld para ser utilizado em situações de
que são apenas para casos extremos.
sobrevivência, o Krav Magá faz parte
A técnica ensina 78 chutes diferentes,
do treinamento do Exército Israelense.
diversos golpes de mão, com o punho,
Tem como filosofia a neutralização de
com a ponta dos dedos. São opções que
ameaça e manobras de defesa. Órgãos
te dão a possibilidade de sair de qualquer
de segurança norte-americanos, como
situação de agressão”, explica.
o FBI, SWAT e NYPD também utilizam a técnica.
Submissão
Em Bragança, o ensino do Krav Magá é
Conforme João explica, a posição inicial
recente. Há apenas três meses o Profes-
de um golpe de Krav Magá é algo que
sor de Educação Física João Custódio
será interpretado pelo oponente como
trouxe a luta para a cidade. após passar
sendo de submissão, no entanto esse já
por um curso especial, no Rio de Janeiro,
é o contra-ataque e, por isso mesmo, a
com Grão Mestre Yaron Lichtenstein, um
técnica é tão inesperada e eficaz. “Tra-
dos dez alunos de Imi Lichtenfeld, que
balhamos muito com a leitura corporal
receberam diretamente dele a faixa preta.
do indivíduo. Por exemplo, se ele está
“Não há defesa sem ataque. Na nossa
com uma faca, no momento em que ele
formação a gente aprende que se um
levanta o braço para me atacar, quando
indivíduo vem te atacar, ele tem 10% de
está preparando o golpe, é que eu o ataco
força, enquanto você tem 6%. A partir
primeiro. Mas, por isso que treinamos
do momento em que você se defende
incansavelmente os golpes. Na aula, o
e contra-ataca, ele passa a ter 3% e é
aluno está esperando o golpe, na rua a
aí que você consegue ter o controle da
agressão pode acontecer de surpresa”, fala.
situação”, explica.
Na ocasião em que João conversou com
Tempo e técnica
o Jornal do Meio, ele e a aluna Suelen Correa Bom Sucesso demonstraram
De acordo com João, o tempo de trei-
alguns golpes para comprovar como o
namento para se aprender o básico do
Krav Magá é realmente algo que, me-
Krav Magá é de seis meses em média,
diante muito treino e técnica, é capaz de
tempo em que se muda de graduação,
empoderar uma mulher diante de uma
da primeira para a segunda faixa. A téc-
agressor bem maior e mais forte do que
nica é tão completa em defesa pessoal,
ela. Desde golpes certeiros nos genitais,
em especial em violência urbana, que
até se desvencilhar de um agarrão no
ensina até mesmo como se defender de
braço ou mesmo de uma agressão no solo,
ataques com armas. “Mas é claro que para
a técnica dá a possibilidade não apenas
isso é preciso muito treino. Ninguém vai
de se defender mas, principalmente, de
chegar aqui e depois de algumas aulas
contra atacar. Em algumas situações,
estará totalmente apto. No caso das
como em uma tentativa de estupro, por
técnicas para defesa de arma de fogo
exemplo, não dá para apenas imobilizar
e faca, só depois de um determinado
o agressor, principalmente se ele estiver
tempo de treinamento é que a pessoa
com alguma arma. Por isso o contra ata-
vai estar pronta para aprender, antes
que inesperado e que pode até mesmo
disso vai aprender muitas técnicas de
ser considerado um golpe sujo (como
socos e chutes ainda. Cada aluno tem o
um dedo no olho) se faz necessário. O
seu tempo e desenvolvimento. Eu treino
Krav Magá foi criado como combate de
Krav Magá há quatro anos mas, como
guerra e adaptado para civis em situações
treino outras artes marciais também,
urbanas. No entanto, em certas ocasiões,
acabei tendo uma evolução muito rápi-
os níveis de violência assemelhassem
da. O que temos o cuidado de ensinar
aos de uma zona de conflito. Junte-se a
aos alunos é que eles só vão se defender
isso os alarmantes índices de agressões
mesmo em um momento de muita pre-
sexuais no Brasil e então será possível
cisão. Se você está vindo sozinho a noite
entender porque aprender defesa pessoal
e vê outra pessoa vindo em sua direção,
e o contra-ataque se faz tão necessário
como você não sabe quem é, a sua defesa
no cotidiano de muitas mulheres.
é atravessar a rua. Quando falamos em
Quem tiver interesse em conhecer mais
defesa pessoal não é apenas a luta em si,
sobre o Krav Magá pode entrar em con-
é ser mais inteligente que o seu oponente,
tato com João Custódio pelo número
é ter bom senso. A preparação é neces-
(11) 9-9539-7825. As aulas acontecem na
sária para que, se realmente precisar do
Academia Integrando, que fica na Rua
combate, a pessoa consiga se defender e
Arthur Siqueira, 480, no Jardim Europa.
contra atacar ou imobilizar o oponente. Por isso o Krav Magá é muito bom para
Para saber mais, acesse: http://www.
mulheres, porque não importa o tamanho
kravmaga-bukan.com/. No site é possível
da pessoa que venha te atacar, se você
conhecer mais sobre a história da técnica
estiver bem treinada, você será capaz
de Krav Magá e descobrir onde treinar com
de se defender. Dependendo do nível de
professores da Escola Bukan, treinados
treinamento, é possível se defender de até
pelo Grão Mestre Yaron Lichtenstein,
três agressores aos mesmo tempo. Isso
em todo o mundo, inclusive no Brasil.
João e Suelen mostram como a técnica empodera mulheres, mesmo quando o agressor é maior e mais forte: golpes certeiros derrotam o oponente.
Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
Informática & tecnologia
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Pagamento móvel
precisa convencer usuário
No Brasil, fim do dinheiro vivo esbarra em baixa adesão a bancos e necessidade de segurança, Samsung já fechou acordo com bancos para lançar serviço em que celular substitui cartão na hora da compra por BRUNO SCATENA/FOLHAPRESS
Percorrer as ruas de
mente desalojado do mundo de
ciem bom nível de segurança
ou substituir esses dados por
seja decodificado e autorizado
Miami de táxi não requer
serviços digitais.”
mantendo praticidade para o
códigos que perdem a validade
pelo banco.
carteira ou cartão de
No caso dos pagamentos mó-
usuário.”
de acordo com algum critério
“Se a gente simplificar a experi-
crédito: paga-se a corrida com
veis, confiança e facilidade de
No caso dos celulares e futura-
–como número de transações.
ência do usuário, ele vai migrar
o celular, usando o Android Pay.
uso são duas coisas em que o
mente outros dispositivos móveis,
“É como uma casa. Se você não
[para os meios móveis]”, diz
Em Las Vegas, outdoors cobrem
mercado aposta para que mais
como os relógios inteligentes, há
pode ter a porta mais segura, você
Pedro Coutinho, que foi vice-
fachadas inteiras de cassinos e
e mais pessoas passem a fazer
duas maneiras de assegurar que
não vai guardar ouro dentro dela”,
-presidente de varejo do Banco
hotéis: ali, aceita-se Samsung
compras com seus dispositivos.
as transações sejam seguras.
diz o executivo. “Você guarda
Santander e hoje é presidente
Pay. Em grandes cidades norte-
O problema é que nem sempre
De acordo com Henry Trejgier,
coisas que, se forem roubadas,
da GetNet, empresa que faz a
-americanas, compra-se de tudo
elas andam juntas.
vice-presidente de marketing da
não terão tanto valor.”
intermediação dessas transações
com o Apple Pay.
“Em geral, uma segurança mais
Gemalto para a América Latina,
No Apple Pay ou no Samsung
(como a Cielo).
Somados aos cartões de crédi-
forte envolve menos flexibilida-
empresa que oferece soluções de
Pay, por exemplo, basta auten-
O executivo, no entanto, não
to, débito e pré-pagos, os três
de”, diz o integrante do conselho
segurança financeira, pode -se
ticar a compra com um método
acredita no fim do dinheiro vi-
produtos parecem indicar um
editorial do IEEE Artur Zivani.
usar um hardware seguro, como
seguro como a impressão digital,
vo. “Pagamentos móveis, com
futuro em que as velhas notas
“O desafio tecnológico maior é
os chips dos cartões tradicio-
e o dispositivo transfere esse
cartões ou com dinheiro são
de papel serão exclusividade de
encontrar soluções que propi-
nais, para guardar informações
código, chamado token, para que
complementares.”
colecionadores. Em uma pesquisa com 1.903 pessoas feita pela IEEE, umas das maiores associações de profissionais de tecnologia do mundo, 70% dos entrevistados, todos tecnologistas, dizem que os pagamentos móveis serão seguros o suficiente para que o dinheiro vivo esteja morto até 2030. Por outro lado, um estudo da consultoria Accenture, conduzido entre junho e julho do ano passado, dá conta de que 52% dos norte-americanos conhecem muito bem o “mobile payment”, modalidade em que se paga usando um dispositivo móvel, mas só 18% deles usam o meio digital com regularidade. Em breve, pelo menos um desses sistemas móveis chega ao Brasil –o da sul-coreana Samsung, que já tem parceria com bancos brasileiros, redes de cartões de crédito e empresas de captura (que, entre outras coisas, fabricam as maquininhas de cartão). A julgar pelo mercado dos Estados Unidos, ainda com baixa adesão do pagamento móvel em relação ao tradicional mercado de cartões de plástico, será um desafio. Especialmente com uma população com baixa taxa de bancarização, como a brasileira, se comparada à americana. “Você tem uma grande parte da população da América Latina que não tem acesso a serviços financeiros básicos”, diz Gilberto Caldart, presidente da MasterCard para a América Latina. “Se você não tem nem esses serviços básicos, vocês está completa-
Nadifa Mohamed, autora de “O Pomar das Almas Perdidas”.
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Antenado
Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
Historiadora traça raízes
judaicas do Brasil por NATÁLIA PORTINARI/FOLHAPRESS
Há mais de 50 anos, a historiadora
ser proibido”, comenta Novinsky.
não tinha livro, sinagoga, ensinamento. Mas
acadêmica de Novinsky e seus orientandos.
Anita Novinksy investiga como os
Para a historiadora, o catolicismo não
também não queriam ser cristãos”, afirma.
Agora, ganhou também uma versão para
cristãos-novos, familiares de judeus
“pegou” no Brasil –em comparação com a
Nesse cenário, o que sobraram são ritos e
leigos, publicada pela editora Planeta.
convertidos à força, foram perseguidos pela
Península Ibérica– devido à grande parcela
identidades fragmentadas. “Vi brasileiros
Inquisição no Brasil.
de descendentes de judeus na população.
no Nordeste praticando o judaísmo sem
Os judeus que construíram o Brasil
É uma população que buscou asilo na colônia
Os cristãos-novos não aderiam à liturgia
saber, e outros que dizem que são judeus
Autoras: Anita Novinsky, Eneida Ribeiro,
e, segundo fontes da época, corresponde a
católica, se entediavam na missa.
mas não sabem o que isso significa”, diz a
Lina Gorenstein
75% da população livre brasileira no séc. 17.
“Eram homens divididos. Não eram judeus,
historiadora.
Editora: Planeta
Entre eles, há nomes como Raposo Tavares
porque não sabiam o que era isso, já que
O assunto é tema de prolífica produção
Quanto: R$39,90
e Fernão Dias.
Foto: Karime Xavier / Folhapress
Novinsky foi a primeira a se debruçar sobre os arquivos da Inquisição portuguesa, abertos ao público na década de 1960, após 500 anos de sigilo. Antes, era impossível calcular a relevância da cultura judaica na formação do Brasil. A historiadora se orgulha de ter aberto uma fonte inédita na história do Brasil –e de ter a melhor receita de bolachinha judaica de São Paulo, degustada e aprovada pela Folha. Ela não revela a idade, mas sabe-se que se formou em filosofia na USP em 1956. Sua pesquisa revela que a maioria dos bandeirantes tinha origens judaicas. “O ódio dos bandeirantes pelos jesuítas tinha razões ideológicas, não só econômicas”, frisa Daniela Levy, colega de pesquisa de Novinsky na USP. Os convertidos viveram um cenário de terror sobre o qual pouco ou nada era conhecido até agora. Eram queimados vivos em festas em praças, aos domingos. As famílias, quando não eram executadas, sofriam penas humilhantes, forçadas a viver marcadas pelo resto da vida. A perseguição começou em 1492, quando, em Portugal, os judeus tiveram que se converter ou sair do país. A ideia era integrá-los à burocracia do Estado, que carecia de mão-de-obra qualificada. Para isso, eles precisavam se tornar cristãos. “Os cristãos-novos eram todos alfabetizados e sempre arranjavam emprego, apesar de
A historiadora Anita Novinsky, no seu apartamento em São Paulo
Saúde
Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016
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Parar de fumar de uma vez
só é mais eficiente, diz pesquisa Segundo estudo, quem deixa o cigarro de repente tem 25% mais chances de largar o vício
por JULIANA CUNHA/FOLHAPRESS
Quem para de fumar de uma
de dependência do paciente.
vez, ao invés de reduzir gra-
Nos dois tratamentos, a ideia é que o
dualmente o cigarro, tem mais
paciente deixe de fumar de repente,
Transtornos precisam ser tratados antes
chance de sucesso em largar o vício.
e não de forma gradual. A diferença
O fumante que tem depressão, ansiedade
mente”, diz a cardiologista Jaqueline
É isso o que concluiu uma pesquisa
principal é que um deles usa adesivo
ou outros transtornos psiquiátricos deve
Scholz. Ela recomenda que se procure
realizada na Universidade de Oxford,
de nicotina e o
tratar as doenças e seus sintomas para
um psiquiatra ou um psicólogo para
na Inglaterra. Segundo a pesquisa, o
outro usa remédio.
depois iniciar o acompanhamento para
tratar a causa dos transtornos.
grupo que parou de fumar de uma vez teve 25% mais chance de obter sucesso (veja mais ao lado). Em São Paulo, quem é fumante e pretende deixar o vício pode contar com o auxílio de programas de combate ao tabagismo oferecidos gratuitamente pelo governo do Estado. Os tratamentos disponíveis no Cratod (Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas) e no Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor (Instituto do Coração), do Hospital das Clínicas, são diferentes, com medicamentos ou com adesivos de nicotina, e duram de três a quatro meses. Para começar qualquer um deles é necessário fazer primeiro uma avaliação clínica para que os médicos identifiquem o grau de dependência da nicotina. É necessário informar quantos cigarros fuma por dia, por exemplo. No Cratod, os médicos também fazem uma análise comportamental para saber em que momento o paciente costuma fumar. Essa informação é trabalhada nos encontros com psicólogo, que avalia a necessidade de mudanças de hábito. Durante o tratamento, o paciente deve substituir o cigarro por adesivos de nicotina, que são distribuídos gratuitamente no Cratod. Já no Incor, o médico receita um remédio para reduzir os sintomas da abstinência do tabaco.O medicamento e a dosagem serão indicados de acordo com o grau
deixar de fumar. “A pessoa só pode pensar em parar de fumar se estiver estável emocional-
Foto: Divulgação
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Jornal do Meio 843 Sexta 8 • Abril • 2016