852 Edição 10.06.2016

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Braganรงa Paulista

Sexta 10 Junho 2016

Nยบ 852 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 852 Sexta 10 • Junho • 2016

Expediente

Como fica a vida do povo?

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

por Mons. Giovanni Baresse

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

Penso que a situação

crise mundial. O embate dos

manobras para postergar. O vai

que não correspondem à ho-

atual do nosso país é

partidos políticos se polariza

e volta é visto como caminho

nestidade exigida de cada um

preocupação de todos.

na defesa de mudança de pes-

normal da democracia. Não te-

de nós. Parece que a existência

No conjunto das notícias emer-

soas para um novo governo.

nho dúvida que não há melhor

de corrupção controlada – se

ge pergunta básica: quem está

Os partidários da presidente

via. O que me parece grave é

posso afirmar isso – é vista

preocupado com o destino da

sob suspeita pleiteiam a sua

que não estou percebendo se a

como coisa normal. Os meus

Nação? De maneira mais sim-

volta. O governo interino sofre

razão fundamental está ligada

leitores nunca ouviram falar

ples: qual a preocupação dos

perdas por ter indicado pesso-

à manutenção do poder ou ao

que nenhuma obra pública é

que estão em cargos públicos

as que parecem envolvidas em

buscar solução para o bem dos

feita sem que haja pagamento

aos que o interrogavam se era

e dos que militam na política

falcatruas. No fundo sofre-se

cidadãos. Muito daquilo que

de propina? O quadro se agrava

lícito pagar imposto ao impera-

partidária com o dia a dia das

de enorme incerteza: quem vai,

leio e ouço está mais para a

com o reiterado noticiário das

dor romano aponta um caminho

pessoas? Estamos diante de

enfim, governar? O presidente

afirmação de permanência ou

delações. A impressão, espero

a ser tomado. Também por

um grande número de pessoas

interino vai dando suas direti-

reconquista do poder. Escuto

estar errado, é que não sobra

aqueles que julgam a política

que perderam seu trabalho.

vas sem saber se continuará. A

aqui e ali gente envolvida na

ninguém! Penso que esta deva

“coisa suja”. Também pelos

Andando pelas nossas ruas

presidente afastada, ao voltar,

economia dizendo que o país

ser a visão de muita gente. Claro

que pensam que não há como

vemos um bocado de casas

mudará todo mundo e, certa-

corre risco de falência. Todas

que tanto nos partidos, como

mudar a situação. A palavra do

comerciais fechadas. Afirma-se

mente, mudará determinações

essas questões geram, a meu

no exercício dos encargos pú-

Senhor aponta o cumprimento

que a deterioração da qualidade

dos que estavam no comando

ver, certa desesperança. La-

blicos, como entre os cidadãos

dos deveres para com Deus e

de vida é devida à má gestão

quando do seu afastamento.

mentavelmente a participação

comuns há uma grande maioria

para com a sociedade. A garan-

do governo comandado pela

Presenciamos o debate sobre

na política sempre foi marcada

de gente com ideais elevados. O

tia do Bem Comum passa pela

presidente afastada à espera

os prazos previstos para o an-

pelo clientelismo, pelo imedia-

problema está na enxurrada de

corresponsabilidade de todos.

de definição de sua situação.

damento do processo que deve

tismo de favores pontuais para

malfeitos e num quadro ainda

Assim como os “deveres” para

Afirma-se, também, que a crise

definir a questão do impedi-

pessoas ou grupos. Por certo

frágil de reação. Penso que a

com Deus fazem parte dos

brasileira é consequência da

mento. Manobras para acelerar,

conformismo com situações

resposta que Jesus Cristo deu

que assumem vida de fé.

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


Saúde

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Blogueira conta sobre aspectos negligenciados da doença, como efeitos negativos no trabalho. Obra trata de problemas que são mais comuns em diabéticos, como infecções por fungos e impotência sexual

www.coquetel.com.br Cineasta brasileiro de “Robocop” (2014)

Feijão, em inglês Agência da ONU (sigla)

Rio da fronteira norte de Portugal Objeto da pecuária Paulo (?), político

por JULIANA CUNHA/folhapress Dotam de asas Vitamina chamada de “ácido fólico”

Primeira palavra dita ao telefone

Imposto Sobre Serviços (sigla)

Deus grego da beleza e da juventude Senhor (abrev.)

Aquele que navega Manifesta revolta

Argila usada no preparo de tintas Passeio (gíria) Pedir em voz alta Toucinho defumado Argolas de corrente

Irmandade de ajuda a adictos (sigla)

Checar novamente “A (?) e o Alvo”, sucesso de Paulinho Moska

Matéria que deu origem à penicilina Toalete Aurora (?), fenômeno luminoso Festa de núpcias Período vespertino

Região que mais sofre com a seca (abrev.)

“Rádio (?)”: foi gravada por Lobão Assa o churrasco Deus egípcio (Ant.) Escassos (?) Lanka, país insular asiático

A comida agradável Alcatrão, ao paladar em inglês Curso de extensão Formações típicas da quadrilha junina O popular crime “171” (jur.)

BANCO

Campeã olímpica de vôlei em 2008 (BR) Armas para dopar animais ferozes

Consoante de ligação de “cafeteira”

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Solução S H A A N OL E A A M L E O N T B O O B L A O S R I C T O

(8,1% da população nessa faixa etária) sofrem de diabetes. A doença mata 72 mil pessoas por ano, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado este ano. Marina acredita que diabéticos tentam passar uma visão amenizada da doença para evitar estigmas. “Minha vida é funcional, mas é cheia de pequenas limitações. Eu preciso faltar no trabalho uma vez no mês para buscar meus remédios na Secretaria de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma vez no mês é possível que eu tenha uma hiperglicemia que me deixa com muita dor de cabeça. Nem sempre consigo ‘agendar’ essa crise para um fim de semana, e chefes não costumam ser compreensivos.” Outro percalço comum é a falta de remédios na rede pública. Marina está há quatro meses sem receber insulina. “A gente agradece quando o que falta é a insulina, que custa R$ 150 por mês. Pior é quando falta cateter para a bomba, que custa R$ 700.” Marina, que era publicitária em uma agência, hoje trabalha de casa, fazendo ensaios fotográficos e usando o blog para vender artigos para diabéticos como camisetas, adesivos para enfeitar a bomba de insulina, “porta pílulas” e bolsas térmicas para guardar os remédios. “O aspecto mais difícil da diabetes é o psicológico. Aceitar que temos uma limitação para a vida toda é difícil para todo mundo. Para mim, escrever sobre o assunto e abraçar o diabetes como parte da minha personalidade foi a forma de aceitar a doença.”

Canoa esportiva Chuva de pedra

3/blá — tar. 4/amon — bean. 5/bacon — bolor — minho.

Aos 15 anos, Marina de Barros Collaço, 31, era uma adolescente saudável. Ela praticava seis horas de judô por dia e vinha perdendo peso, sentindo cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os sintomas pareciam justificáveis pelo excesso de atividade física e não a preocupavam. O pano caiu quando Marina passou mal na escola e foi imediatamente internada por três dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento descontrolado no nível de glicose do sangue) severa que resultou em um coma diabético. Até então, Marina não sabia que era diabética, e tinha uma vaga ideia sobre a doença. O médico que a acompanha estima que ela tenha ficado dois anos com a doença antes do diagnóstico. “Existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim”, diz Marina, que há dois anos mantém o blog “Diabética tipo ruim”, onde reflete sobre o “lado b” da doença, e acaba de lançar um livro com o mesmo título. “Gosto de escrever sobre os aspectos negligenciados e que causam constrangimento. Falo da impotência sexual comum em diabéticos, de candidíase [corrimentos vaginais causados por fungos], de chefes que nos acham folgados quando precisamos faltar no trabalho por conta de uma hiperglicemia [pico de açúcar no sangue], da falta de paciência para cumprir um monte de regras”, diz ela. Marina tem diabetes do tipo 1, doença que geralmente aparece na infância e na adolescência e leva a uma deficiência completa na produção de insulina. Para ela, existe uma tendência de tratar o diabetes como um problema menor do que ele de fato é. “Como hoje em dia os tratamentos são eficientes, as pessoas acham que é tranquilo ter diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem que levam uma vida completamente normal, mas normal para mim é sair de casa sem ter que calcular quanto tempo vou passar fora ou se estou levando insumos o suficiente para a minha bomba de insulina”, diz. “De açucarado basta meu sangue, não quero fazer um retrato cor-de-rosa da doença”. No Brasil, mais de 16 milhões de adultos

© Revistas COQUETEL

Teoria do (?): estuda Falta em algumas comunidades a formação das dunas Coroa 500, em São estudadas nas luminosa romanos aulas de Direito

Arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB Ligação em 2014 Camada telefônica errada da crosta terrestre

DIABÉTICA TIPO RUIM AUTORA Marina de Barros Collaço editora Book Express preço R$ 45 (62 págs.) “De açucarado basta meu sangue, não quero fazer um retrato cor-de-rosa da doença. Existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim. Minha vida é funcional, mas é também cheia de pequenas limitações” Marina de Barros Collaço, 31 Publiciária, blogueira e autora do livro ‘Diabética tipo ruim’

C A D I L O B E S O I I S S U T A O R O B A C E R I R L A V A O D A S A B R A R S M A R D O S I O N A

sobre o ‘lado b’ de ter diabetes

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

D J O S E P M I N H O D A G A L A M M N A A P O L S R U C O N F S E T A N E B G O S T O T A R P A R E O D A E S T E L

Em livro, publicitária escreve

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Casas em Condomínio

Jd. das Palmeiras..................................................................................................................R$ 650 mil Florestas de São Vicente (nova)..............................................................................................R$ 580 mil Euroville (nova).....................................................................................................................R$ 950 mil Portal de Bragança (nova)................................................................................................R$ 1.3 milhões Village Santa Helena....................................................................................................R$ 1.490 milhões Portal Bragança Horizonte (nova)..........................................................................................R$ 770 mil Villa Real (nova)....................................................................................................................R$ 900 mil Rosário de Fátima ( Ac imóvel – valor)............................................................................R$ consulte-nos

Terrenos em Condomínio

Portal Bragança 450m².........................................................................................................R$ 290 mil Villa Real 428m²...................................................................................................................R$ 150 mil Colinas de São Francisco 616m².............................................................................................R$ 290 mil Terras de Santa Cruz 600m²...................................................................................................R$ 120 mil Portal Bragança Horizonte 341m²..........................................................................................R$ 200 mil

Apartamentos

Ed. Piazza de Siena................................................................................................................ R$ 950 mil Apto. Jardim do Lago............................................................................................................. R$ 300 mil Apto. Centro (novo)................................................................................................................R$ 255 mil Ed. Don Pedro I...................................................................................................................... R$ 650 mil Apto. Jd nova Bragança ( Alto Padrão 230m² 3vagas)...................................................... R$ Consulte-nos

Diversos

Casa Jd. Europa.....................................................................................................................R$ 530 mil Terreno Jd do Lago Comercial 600m²..................................................................................... R$ 600 mil


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por Shel Almeida

Em 1830, São Paulo viveu um acontecimento emocionante: foram instalados na cidade alguns lampiões de azeite e as pessoas puderam aproveitar a noite, marcar encontros. Luz elétrica para valer só chegou quase cinquenta anos depois, quando colocaram seis lâmpadas numa estação de trem. Quando o sol baixava, dava para conversar, jantar ou até ler um pouco. Mas vela era um item caro e um tanto perigoso de modo que o uso era comedido e as pessoas obedeciam a escuridão. Usavam-na para, de fato, dormir. Talvez seu ânimo não seja feito para tanta pasmaceira, mas seu corpo é. Nosso controle circadiano, período de aproximadamente 24 horas que regula o ciclo biológico, é sensível à iluminação. “Enquanto há luz, o corpo não entende que deve sentir sono. A sonolência que sentimos hoje está mais para estafa. O cérebro emite um alerta vermelho, não um lembrete amigável de que devíamos ir para a cama”, explica Camila Hirotsu, especialista em sono do departamento de psicobiologia da Unifesp. Aos poucos, fomos criando as condições ideais para nos mantermos acordados. Primeiro, trocamos as velas por lâmpadas. Aí tivemos a ideia de substituí-las por lâmpadas brancas cada vez mais potentes (embora não haja estudo sobre isso, especialistas acreditam que elas sejam piores

para o sono do que aquelas amarelas). Em seguida vieram os televisores, computadores, os tablets e por fim decidimos que seria razoável responder a um e-mail de trabalho ou ter uma conversa calorosa por mensagem de texto um segundo antes de capotarmos na cama. “O celular deve ser a coisa que mais prejudica o sono de uma pessoa saudável”, diz Hirotsu. Não contentes em emitirem luz, esses aparelhos eletrônicos emitem luzes azuis, as mais eficientes para inibir a secreção de melatonina, o hormônio do sono. “E diferentemente, da televisão, que oferece um uso passivo e fica longe dos olhos, esses aparelhos ficam a polegadas do nosso nariz, promovem a interação. Uma coisa é assistir a um filme antes de dormir, outra é ter uma conversa sobre um assunto importante”, afirma Hirotsu. O problema dos aparelhos eletrônicos é que eles inibem e superficializam o sono em duas frentes: primeiro, emitindo a luz azul que atravessa os olhos, bate na glândula pineal (que controla ciclos vitais, incluindo o circadiano) e nos deixa alerta. Segundo, ativando nossos neurotransmissores de vigília com atividades excitantes, que aumentam a produção de cortisol, hormônio que, em excesso causa estresse e picos de ansiedade. A essa altura você já deve ter concluído que é melhor colocar o celular numa caixa e jogá-lo no oceano uma hora antes de

ir dormir. Se foi isso que você pensou, a recomendação médica vai por aí. Já o tradutor Gabriel Antunes, 32, achou por bem comprar uns óculos de lente laranja que barram a luz azul. “É um pouco ridículo e evito usá-los quando tenho companhia, mas funcionam. Continuo jogando videogame ou trabalhando no computador até tarde e mesmo assim consigo sentir sono. Antes eu podia jogar até as 3h sem um bocejo”, diz ele. É possível comprar esses óculos em lojas de material de construção ou na internet, por cerca de R$ 40. Existem ainda filtros de tela por US$ 30. Quem gosta de ler na cama ou acha imprescindível ter uma luz acesa à noite pode usar lâmpadas avermelhadas, as que menos prejudicam a secreção de melatonina. Outro truque é usar a função “night shift” (disponível para iPhone) ou aplicativos como f.lux, Twilight e Bluelight Filter (para computador e celular, com versões pagas e gratuitas), que deixam as cores do aparelho mais quentes depois de certo horário. “Os estudos sobre a eficácia desses mecanismos são pequenos, mas eles fazem sentido e é possível que funcionem. Melhor do que usar o celular no brilho máximo certamente é”, diz Leonardo Ierardi, neurologista especializado em sono do Hospital Israelita Albert Einstein. Outro artifício é o uso de suplementos

de melatonina que, embora não sejam regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são adquiridos no exterior ou em lojas de suplemento pela internet. “A melatonina é uma substância razoavelmente segura. Para idosos, que têm uma redução natural na produção, podemos indicá-la. Mas não é um sonífero nem resolve o problema de quem abusa de eletrônicos”, afirma Ierardi. A melatonina não induz o sono, mas facilita o estado de sonolência. O hormônio tem seu pico de liberação algumas horas depois que adormecemos, mas sem um ambiente escuro de verdade, o corpo não produz melatonina. Estudos apontam que é por conta da luminosidade e da consequente falta de melatonina que trabalhadores noturnos têm três vezes mais chance de desenvolver alguns cânceres, como o de mama. A moral da história é que existe um arsenal tecnológico para amenizar os efeitos da tecnologia no seu sono. Ou você pode tentar uma equação menos contraditória que envolve apenas escuridão e uma dose saudável de tédio. “O celular deve ser a coisa que mais prejudica o sono de alguém saudável. E, ao contrário da TV, que tem um uso passivo e fica longe dos olhos, esses aparelhos ficam a polegadas do nosso nariz” Camila Hirotsu Especialista em sono da Unifesp Arte: Folhapress


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Saúde

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Artrite Reumatoide Dias frios pioram as dores causadas por artrite reumatoide

por MARIANA VERSOLATO/FOLHAPRESS

Arte: Folhapress

O frio chegou de vez e,

Municipal da Saúde.

com ele, surgem as dores

Como em todos os casos o frio é

provocadas pela artrite

umdos desencadeadores da dor,

reumatoide. Manter-se protegido

o principal “remédio” é evitá-

de ventos gelados é a melhor

-lo ao máximo. Dormir numa

forma de evitar o incômodo

cama aconchegante, cobrir- se

causado pela doença.

com agasalhos e tomar bebidas

São várias as prováveis causas

quentes são algumas das dicas

de o frio aumentar os problemas

para fugir do ar gelado.

relacionados à doença, nenhuma

Causa

comprovada cientificamente,

A artrite reumatoide é uma

explicam os especialistas.

doença autoimune (quando o

Uma das mais aceitas diz que,

sistema imunológico do indi-

em dias frios ou chuvosos, a

víduo ataca partes do próprio

pressão do ar cai e provoca uma

corpo), por isso não há como

pequena expansão das cápsulas

preveni-la. “No caso da artite

articulares (membranas que

reumatoide, o corpo ataca a

envolvem articulações). Isso

sinóvia, que é um tecido de

seria suficiente para aumentar

revestimento das articulações”,

as dores. ‘Pessoas com quadros

diz Fellipe Savioli, ortopedis-

de dores crônicas acabam de -

ta, especialista em medicina

senvolvendo com o tempo uma

esportiva.

maior sensibilidade dos nervos,

(William Cardoso)

o que os tornam mais suscetí-

D oe n ç a po d e p ro vo c a r m a i s

veis à sentirem dores em dias

danos à saúde

mais frios’, afirma o educador

A artrite reumatoide pode levar

físico Sidney Oliveira Filho, do

a pessoa a ter problemas mais

Grupo Ultrafarma.

graves do que dores no frio.

Outra possibilidade diz respeito

“Pacientes podem ter esclerite

à reação do corpo ao frio. “Uma

e uveíte (inflamação dos olhos)

hipótese é de que a dor no frio

podendo levar a sérias complica-

seja causada por tensão e con-

ções. Pode haver inflamação da

tração muscular ao redor dos

pleura, tecido de revestimento

nervos e articulações, devido

dos pulmões. Medicações usa-

à vasoconstricção que a baixa

das para controlar a doença,

t e m p e r a t u r a c a u s a” , a f i r m a

podem sobrecarregar o fígado

o reumatologista José Mauro

e os rins”, diz o ortopedista

Del Roio Correa, da Secretaria

Fellipe Savioli. (WC)


Antenado

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Pureza

Apesar de fundo tecnológico, Jonathan Franzen afirma que foco de novo livro são os dissidentes, escritor norte-americano ainda trata dos segredos na sociedade e faz críticas àqueles que defendem a revelação de todos eles por ALVARO COSTA E SILVA/FOLHAPRESS

E não é que Jonathan Franzen acompanha o mundo tecnológico como qualquer um? “Não é como se eu vivesse isolado em uma cabana. Mas sou cético quanto às falsas promessas do Vale do Silício. E não vejo o romance como um meio de expressar opiniões, mas uma experiência na qual desafio minhas próprias ideias”, diz o autor. De todo modo, não é a tecnologia o tema central do livro, mas os segredos e como nos relacionamos com eles. Por isso, Andreas Wolf entrou na trama: é um personagem dedicado a revelá-los. “O Vale do Silício acha que, se não houver segredos, vamos ter a paz mundial. Mas, quanto mais você sabe sobre as pessoas, mais você as odeia”. Todas as outras figuras que circulam pelo romance têm segredinhos e segredões inconfessáveis, mas isso é porque Franzen não resistiu. “Quando escrevo um romance, entro em um estado obsessivo.” Desses, Andreas desponta como o mais interessante. Ele é resultado do período em que Franzen passou na Alemanha, nos anos 1980. O autor diz ter sempre se interessado pelo mundo germânico (em 2013, traduziu ensaios do satirista austríaco Karl Strauss). À época, o escritor americano sentia-se fascinado por figuras da dissidência do outro lado do Muro de Berlim. E há tempos alimentava a ideia de escrever sobre o que chama de “personalidade dissidente”. “Os dissidentes são ótimos, muito críticos, tomam posições difíceis em regimes repressivos. Ao mesmo tempo, ninguém é perfeito. As pessoas que vazam [informações] não são como eu e você. São figuras radicais”, afirma o autor. “O que me interessa é a grande voltagem no atrito entre a personalidade problemática e a figura pública. Quis tratar de questões psicológicas das quais nunca tinha tratado. A ideia era investigar os extremos da sanidade, do mau comportamento.” snowden Mas o fascínio pelos dissidentes para por aí. Franzen não é a favor que os Estados Unidos perdoem Edward Snowden, que vazou documentos da espionagem americana para o jornalista Glenn Greenwald em 2013. “Não é que não admire Snowden, mas ele sabia das consequências. Ficaria feliz se ele pudesse viver para sempre como um exilado, mas que o governo o deixasse em paz para ir aonde quiser. Seria um precedente ruim não fortalecer a lei.” Franzen avisa também que, embora em dado momento do livro Obama seja criticado por “não ter mudado as coisas”, essa não é bem sua opinião. “As pessoas na Europa eram mais ingênuas em relação a Obama. Ele ganhou Nobel só por ser eleito, de tanto que as pessoas odiavam George W. Bush e Dick Cheney. Eu não tinha tanta esperança. Qualquer pessoa eleita, até o Donald Trump, acaba levada para uma sala onde é ensinada como agir”, diz o autor, que vota em Hillary Clinton. O romance também marca as pazes de

Franzen com os jovens, que antes detestava. “Achava-os estúpidos e apolíticos. Agora passei a conhecê-los e estou entusiasmado, os bons jovens são muito bons. Queria um livro que celebrasse o jovem com ideias próprias.” (MAURÍCIO MEIRELES) PUREZA AUTOR Jonathan Franzen TRADUÇÃO Jorio Dauster EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 69,90 (616 págs.) TRECHO Seguiu-se um período feliz em que acordou na cama de dezenas de mulheres numa rápida sucessão, por toda a cidade, em

bairros cuja existência nem sonhava –em apartamentos sem água corrente, em quartos absurdamente estreitos perto do Muro, numa aldeia que ficava vinte minutos a pé do ponto de ônibus mais próximo. Havia coisa mais docemente existencial do que, depois de fazer sexo, caminhar pelas ruas mais desoladas às três da manhã? A destruição folgazã de uma rotina razoável de sono? A estranheza de cruzar no corredor, a caminho de um banheiro comoventemente pavoroso, com a mãe de alguém metida num roupão com papelotes no cabelo? Andreas escreveu poemas sobre suas experiências, reflexos intrincadamente rimados de sua subjetividade única numa terra cuja sordidez só

era aliviada pela excitação da conquista sexual, sem que nenhum deles lhe causasse problemas. O regime literário do país se tornara menos rígido nos últimos tempos, a ponto de permitir aquele tipo de subjetividade ao menos na poesia. O que lhe criou problemas foi uma série de jogos de palavras nos quais trabalhava quando seu cérebro estava cansado demais para a matemática. O mais reconfortante no tipo de poesia que compunha era a limitação na escolha das palavras. Como se, depois do caos da infância com sua mãe, ele almejasse a disciplina dos esquemas de rimas e outras restrições. Extraído de “Pureza”, de Jonathan Franzen (Companhia das Letras) Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

O escritor Jonathan Franzen em mesa da Festa Literária Internacional de Paraty, em 2012.


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